Notícias ABPM 17ª ed Novembro de 2015

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Prezado sócio, Compartilhe suas experiências com todo o mundo do fly, envie para nós ensaios sobre a parte técnica da pesca com mosca, receitas de atados, fotos de insetos, fotos de pescarias, o nosso jornal é de todos e para todos!

EXPEDIENTE

Noticias ABPM é uma publicação interna da Associação Brasileira de Pesca com Mosca (ABPM) todos direitos reservados Direção Geral: Felipe Souza

Para a seção de atados:

1. Fotografe em alta resolução; 2. Centralize e focalize a mosca; 3. Desfoque o fundo ou use fundos

azuis, cinzas ou verdes; 4. Guarde a mosca para uma eventual necessidade de nova fotografia Envie seu material para noticiasabpm@abpm-brasil.com.br

Reportagem: André Riberio, Felipe Souza, Leandro Vitorino, João Paulo Schwerz, Rogério Batista, Pedro Fleck, Pamela Wendhausen Arte Final das Fotografias: Leandro Vitorino Sessão Atados: André Ribeiro Acervo: Adriano Rodenbusch Entrevistas: Rogério Batista e Felipe Souza Colaboradores: Maurício Velho ALLAN BULMER Paul Smith, Mark Hoffman

CONTATO: noticiasabpm@abpm-brasil.com.br

FOTO DA CAPA GERSON KAVAMOTO EM TSIMANE, BOLIVIA


NOTÍCIAS ABPM Associação Brasileira de Pesca com Mosca

ANO 2 – VOLUME 17 - NOVEMBRO DE 2015

O FUTURO DA PESCA COM MOSCA NESTA EDIÇÃO Sim, já trabalhamos este tema no Simpósio, e foi tema de muita discussão. Constantemente sou perguntado sobre este tema e também me ponho a pensar sobre isto. Desde a posse da nossa diretoria traçamos uma meta para o biênio, e foi trabalhar com educação crianças e com os iniciantes. Ou seja, levar o fly para quem

EDITORIAL.............................................3

precisa.

ENTREVISTA...........................................5

Esta, a nosso ver é nossa meta, nosso objetivo. Não que o fly não vá se desenvolver em outras linhas de trabalho, através de novas técnicas, novos materiais, novos peixes a serem pescados. Mas, nós enquanto instituição, nos dispomos a fazer isso, a trabalhar educação para quem esta informação as vezes não chega. Assim varias iniciativas foram lançadas, encontros, workshops, escolinha, esta revista, tudo para facilitar a informação ao iniciante e a criança. Pouco ainda, sabemos, temos nossa limitação de tempo, pois temos nossos empregos e famílias, mas estamos

PEIXES DO BRASIL................................9 ATADO................................................12 MATÉRIA ESPECIAL...........................16 SUSTENTABILIDADE.............................28 A VEZ DELAS ......................................32

tranquilos por termos feito o que estava dentro das nossas possibilidades. Uma pena, que estas iniciativas não foram copiadas ainda, embora insistentemente

ENTOMOLOGIA.................................34

temos pedido, sugerido e instigado que lideranças no país a fora copiem isto,

CLASSIFICADOS E ANÚNCIOS...........38

organize mais encontros, workshops, escolinhas, etc. Sofremos hoje um problema moderno, a falta de tempo. Nossos empregos nos exigem cada vez mais, sobre menos tempo para nossas famílias que nos cobram, e nessa cadeia deixamos em ultimo lugar o trabalho social, o voluntariado, que justamente é o trabalho que é feito na ABPM. Assim, associação sofre pela carência de produto mais importante: pessoas. Assim, voltando ao futuro da pesca com mosca, a ABPM esta fazendo a sua parte, fazendo o trabalho que a iniciativa privada não faz porque não da retorno financeiro

e o poder publico não faz pela incompetência que todos sabemos, porem, não sabemos até quando este trabalho sera feito sem a participação do mosqueiro na ABPM. De forma bem sincera, este problema não é desta diretoria, ou dos sócios, e sim, de toda comunidade da pesca com mosca. E o nível de apoio que recebe (irrisório diga-se de passagem), mostra a maturidade deste segmento, o que é normal,

Rogério “Jamanta” Batista Presidente da ABPM

pois nada nasce pronto, tem sempre que evoluir. Podemos evoluir mais rápido, como muitos países já fizeram, depende de nós. ASSOCI AÇÃO

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MOSCA

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compr es ems ai rdecas as camas por t f i s hi ng. com. br

MUI T OMA I SP ROT E ÇÃ O P A RAS UAP E S CA RI A o f f i c i a l d e a l e r


ENTREVISTA Por: ROGÉRIO “ JAMANTA” BATISTA

GERSON KAVAMOTO Gerson Kavamoto estudou fly fishing no Japão onde se formou guia especializado em fly fishing, mestre em shooting spey e um dos criadores e desenvolvedor da técnica Shooting Spey, um dos designers da Kencube e K-Bullet

fly

rods

no

Japão.

www.untamedangling.com

Head

guide

na

foi certified captain do

IGFA por vários anos e tenho algumas capturas registradas (taimen na Mongolia e Kahawai na New Zeland, Aruanã no Amazonas)

Entre uma e outra

guiada na Amazônia, Gerson conversou com a ABPM. ABPM: Inicialmente, muito obrigado por nos honra com esta entrevista.

GERSON KAVAMOTO (GK) A honra é toda minha, fico muito feliz pelo convite e poder contribuir para o

mas sim de como capturar.

desenvolvimento de nosso esporte.

Na Florida, a pesca esportiva é um verdadeiro exemplo para o mundo, à pescaria não é fácil e suas aguas

ABPM: Gerson, como você começou na pesca com

oferece uma verdadeira faculdade para o pescador de

mosca?

fly, mesmo não pegando peixes, o aprendizado é tremendo, é um dos destinos que transforma um

GK: Eu comecei no Japão, depois que eu li uma matéria

pescador para melhor.

na revista Bíblia do Pescador, escrita pelo Mestre Paulo

Nova Zelândia é modelo para o Brasil, principalmente

Cesar Domingues sobre tarpons na Florida.

para nosso IBAMA e nosso ministério do turismo, a pesca é extremamente fina e requintada, o povo é tão educado e correto quando o povo japonês, porém, com

ABPM: Quais países você já trabalhou?

a hospitalidade do povo brasileiro. GK: Japão, Nova Zelândia, Mongólia e Estados Unidos, atualmente na Untamed Angling, trabalho na Bolívia,

ABPM: Qual sua formação como instrutor?

Argentina e no Amazonas brasileiro. ABPM: Conte um pouco da pesca de cada um destes

GK: Eu fui auxiliar de Kenji Sugisaka por muitos anos (mais

lugares

de 5 anos) nos cursos ministrados por ele, como guia ministrava palestras de como pescar nos destinos que eu

GK: Japão requer técnica apurada e muita dedicação, a

guio ou pesco, com a parceira no desenvolvimento da

cultura é muito ligada a detalhes e não existe muito

técnica Shooting Spey, ganhei o status de mestre…

espaço para equívocos, a pesca é bem similar, existem

Minha formação foi feita lentamente baseado na

muitos pescadores, pouca agua para se pescar e pouco

experiência em transmitir conhecimento de pesca e

peixe para pescar, não se trata de grandes exemplares,

técnicas, nunca imaginei em formar pescadores de fly...

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ENTREVISTA

ABPM: Quanto você acha importante a questão da educação no fly?

GK: Em minha humilde opinião, a educação de uma forma geral é a solução de todos os problemas de nosso Brasil, apesar de eu ser fanático por fly Fishing, sinto que o importante é o cidadão amar pescar, independente da modalidade, antes de qualquer coisa. Gostando de pescar, naturalmente acabará experimentando o fly Fishing e todo sabe que não basta ter os melhores equipamentos, não é uma modalidade que compramos

o equipamento hoje e já estamos aptos a usufruir todas as vantagens que a modalidade oferece. As educações em fly Fishing provem de o pescador querer se educar, muitos preferem o aprendizado/educação SOLO outros preferem usar o conhecimento alheio para maximizar seu aprendizado, eu respeito essas preferencias. ABPM: Como você acha que podemos avançar neste ponto no Brasil? GK: Precisamos formar e incentivar NOVOS pescadores, seja qualquer modalidade de pesca, muitas vezes, a maneira em que descrevemos fly Fishing, afasta novos adeptos, prefiro angariar novos pescadores de uma forma em geral...

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ENTREVISTA

ABPM: Como você esta vendo a atual conjuntura da pesca com mosca no Brasil? GK: Temos muitos mais adeptos que 15 anos atrás, estamos

crescendo

e

estamos

numa

ótima

fase,

precisamos administrar isso de maneira consciente, para não sofrer quando der uma estabilizada, como ocorreu em outros países. ABPM: O que você mais gosta de fazer, guiar, atar ou pescar? GK: Eu gosto mais de pescar e criar coisas que venham facilitar nossa vida, gosto também de guiar, pois é uma

maneira de estar compartilhando na pratica nosso conhecimento e experiência. ABPM: Conte sobre seus atuais projetos GK: Exatamente, agora, estou no Barco Hotel Untamed Amazon, no meio do Rio Marié no meio da temporada dos tucunarés gigantes, estou encabeçando como head-guide este projeto com a empresa Untamed Angling desde o inicio, achamos o caminho e técnica da captura consistente dos tucunarés Açu acima de 20lbs, bem como desenvolvemos uma linha especifica para nossa pescaria de selva, Mosca eficaz e Winston em parceria com a empresa, desenvolveu a vara. Dentro das possibilidades estamos criando técnicas e equipamentos específicos para nossas pescarias na América do sul. A empresa em que trabalho, esta abrindo caminho para pesca do pirarucu em ambiente selvagem, temos destinos exclusivos de potencial muito grande para o desenvolvimento técnico e tecnológico de nosso esporte e estou feliz em fazer parte deste desenvolvimento.

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Peixes do Brasil Colaboração: Rogério “Jamanta” Batista, Leandro Vitorino e Maurício Velho

amarelada, com as escamas do dorso mais escuras. As

Nome Científico: Brycon microlepis

nadadeiras são avermelhadas ou alaranjadas. Uma mancha preta vai da região caudal mediana ao

Nome Popular: PIRAPUTANGA

pedúnculo caudal, mais forte a partir dos raios medianos da caudal, até quase o final da região caudal (a posterior

O formato do corpo segue o padrão geral da

à cavidade abdominal). A nadadeira caudal é furcada e

subfamília Bryconinae , ou seja, fusiforme comprimido.

garante bom e rápido deslocamento do animal na água.

Para muitos, piraputangas, assim como outras espécies,

Os flancos podem apresentar reflexos azulados na região

lembram grandes lambaris. A grande semelhança de seu

dorsal, possui uma mancha umeral arredondada logo

padrão de cor ao de dourados leva pescadores

após a cabeça.

inexperientes a confundir as duas espécies. Entretanto, elas podem ser facilmente diferenciadas pela boca e

Não é uma espécie ameaçada tendo sua distribuição na

dentição. Enquanto nos dourados a primeira é bem

Bacia do Paraguai, do baixo Paraná e em seus principais

ampla e os dentes são uniformes e de formato cônico,

afluentes. Também na bacia amazônica oriental, em rios

em piraputangas são também multicuspidados (com

do sopé andino no Alto do Madeira.

vários ângulos), especialmente os da frente. A cor geral é ASSOCI AÇÃO

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Possui cerca de 60 centimetros podendo chegar a 3 kgs, sendo o redor mundial registrado com um exemplar de 3,36 kgs, (Brasil, 03/09/1997). É um peixe que costuma nadar em grandes cardumes mesmo fora da época de reprodução. Frequentam trechos rapidos do rio, de aguas limpas, em pontos com profundidade e correnteza próximos de obstáculos no curso do rio ou nas margens, como rochas e troncos, ou galhadas submersas. Tambem, abaixo de arvores em épocas de cheias. Normalmente nadam em cardumes com razoável número de indivíduos. Outras vezes podem ser encontradas em menores quantidades,

Desde que seja capturada com material compatível ao

atrás de obstáculos, como troncos e pedras submersas,

seu porte, propicia momentos de muita emoção, graças

em águas mais movimentadas, à espera de alguma

aos seus repetidos saltos fora da água. Quando

presa. Na hora de sol forte é comum que fiquem à

confinadas em lagos para a pesca, tornam-se ariscas e

sombra das árvores.

difíceis de capturar. Encontradas em toda bacia do

É um peixe onívoro, sendo digno de nota que na

Paraguai onde habitam a grande maioria dos rios

épocas de cheias adentram a vegetação para comer

pantaneiros. Por nadar em cardumes são facilmente

flores, frutos, sementes e insetos.

localizadas e respondem rapidamente ao processo de

É interessante o pouco destaque dado às

ceva. Indivíduos separados preferem obstáculos naturais

piraputangas, mesmo após vários anos de pesca

como troncos submersos, pedras e árvores tombadas

amadora no Pantanal. A maior espécie do gênero

próximas às margens. Em virtude de sua reprodução em

Brycon

cativeiro estar bastante evoluída, passou a ser uma

na

relativamente

bacia

do

nos

da

presença

espécie muito bem adaptada a pesque-pague e lagos

proporciona grandes emoções para quem não mantém

em propriedades particulares. São muito apreciadas

idéia fixa em outras espécies mais nobres, que atingem

pela forma voraz como atacam iscas e boas disputas

maior dimensão, como dourados e surubins-pintados.

quando fisgadas.

BRASILEIRA DE

rios

tem

e

ASSOCI AÇÃO

abundante

Paraguai

região

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Assim, iscas com imitação de frutas, flores ou insetos são excelentes opções. Destaque para iscas como plock martin e terrestriais como chernobyl. Como tambem

comem

pequenos

peixes,

estreamers

pequenos funcionam bem. Estratégia de pesca passa pela observação, de nas épocas de cheias arremessos precisos abaixo das

galhadas, ou nas aguas rápidas com streamers, e perto de galhadas submersas. A presença de pequenos dentes cônicos na mandíbula exige usar sempre empate de aço para evitar perdas de anzóis, ou iscas, com equipamento de mosca. O equpamento indicado é o #6 e linha float. Fontes pesquisadas: Prado, Rubinho de Almeida; Zeinard, Alec Krüse: Peixes Fluviais do Brasil- espécies

esportivas,

editora pesca e aventura,2012 http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arqui vo.php?codArquivo=1560)

http://revistapescaecompanhia.com.br/fique-pordentro/noticias/piraputanga

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ATADO: DH Hopper (Variante) Por André Ribeiro Descrição

Ficha da mosca

Terrestriais são sempre boas escolhas quando o alvo da sua pescaria são as espécies do gênero brycon, especialmente no verão quando esses insetos estão mais ativos. Os bugs, como normalmente são chamados, são bastante atrativos pois normalmente possuem um volume maior, representando ao peixe um bom bocado de proteína.

Dificuldade do Atado:

Existem centenas de padrões de hoppers (imitações de gafanhotos), cada um com suas características e vantagens. Esse padrão, além de ser consagrado, é relativamente simples de atar e os materiais empregados em sua montagem são fáceis de se encontrar, além de serem de baixo custo.

Material

A receita original dessa mosca criada pelo americano Carl Pennington é composta por um subcorpo de EVA (abdômen+tórax) e na parte da cabeça um dubbing generoso, tudo isso coberto com uma outra tira de EVA. A asa é de elk hair com alguns fios de krystal flash e pernas de borracha.

Tipo: Terrestrial Espécies: Matrinxã, Piraputanga, Pirapitinga, Black Bass, Truta e outros peixes que se alimentem de insetos.

Anzol: Tiemco 5262 #6 Fio de Atado: Danville 140 denier marrom Olhos: Tira fina de EVA preto Asa: Glimmer Sub-Corpo: Cactus Chenille laranja Corpo: EVA 2mm castanho/marrom Pernas: De borracha laranja/marrom Obs: Essa variante tem mais brilho na parte de baixo por conta do sub-corpo de cactos chenille e na parte de cima por conta do glimmer. A cabeça é mais pronunciada e pode também fazer um trabalho de popper quando tracionada com mais vigor, além de apresentar olhos.

Esperança

Gafanhoto

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DH HOPPER (VARIANTE): PASSO A PASSO

1 Coloque um anzol na morsa e faça uma base com o fio de atado até a curva do anzol. Nesse ponto fixe um pedaço de cactus chenille.

2 Corte uma tira de EVA na largura do gap do anzol e arredonde uma das pontas. No mesmo ponto onde havia parado no passo anterior, fixe a tira de EVA, deixando que a ponta ultrapasse ligeiramente a curva do anzol.

3 Levante a tira de EVA, adiante o fio de atado até o olho do anzol e enrole o cactus chenille. Arremate a amarração e corte o excesso.

4 Retorne com o fio de atado para trás, até um pouco à frente do ponto de fixação anterior da tira de EVA. Prenda-a um pouco mais à frente marcando o segundo segmento do corpo.

5 Repita a operação do passo anterior, segmentando o corpo mais duas vezes até parar imediatamente antes do olho do anzol.

6 Volte com o fio de atado ao segmento anterior e prenda uma quantidade de fibras de glimmer (10 fibras cortadas ao meio e ao meio novamente). Depois de fixado o tufo de fibras, corte a parte excedente à frente.

PARTICIPE DESTA SEÇÃO ENVIANDO FOTOS DE SEUS ATADOS! SOLICITE INFORMAÇÕES SOBRE AS NORMAS DE TEXTO E FOTOGRAFIA PELO EMAIL: noticiasabpm@abpm-brasil.com.br

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DH HOPPER (VARIANTE): PASSO A PASSO

7 Posicione uma tira fina de EVA preto para formar os olhos, posicione sobre a cabeça da mosca, dobre o excedente da tira que forma o corpo da mosca sobre os olhos. Fixe com o fio de atado no mesmo segmento.

8 Corte o excedente das fibras de glimmer para que a asa tenha um tamanho ligeiramente maior que o corpo da mosca. Corte o excedente da tira de EVA deixando um pedaço do tamanho aproximado de um segmento.

9 Fixe em cada um dos lados uma perna de borracha, tomando o cuidado para que fiquem posicionadas ligeiramente abaixo da linha dos olhos.

10 Pode-se usar um pouco de dubbing (marrom) para arrematar melhor a amarração das pernas. O volume do dubbing ajudará a mantê-las na posição (abertas).

12

11 Corte o excedente das pernas, deixando as de trás com o comprimento da asa e as da frente ultrapassando a cabeça da mosca. Pode-se adicionar um indicador de cor mais clara para ajudar na visualização. Finalize com um nó e cola.

Visão superior da mosca pronta.

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VARAS DE AÇÃO RÁPIDA – ELAS SÃO REALMENTE MELHORES? Por: ALLAN BULMER

Fotos: Paul Smith, Mark Hoffman, Alan Bulmer

Tradução: THOMAS MARKS e FELIPE SOUZA

Revisão: ANDRÉ RIBEIRO

Grande do Sul

SOBRE OS AUTORES: "NZ Pesca Ativa www.activeanglingnz.com. é um site criado e mantido por Paul Smith e Alan Bulmer. Ambos são pescadores apaixonados que estão focados na busca ativa de quase qualquer coisa relacionado ao fly Fishing, spinning ou surf casting . O objetivo do site é inspirar as pessoas para sair e pescar ativamente com as moscas e iscas em locais conhecidos ou pontos que eles talvez não tivessem considerado. O site usa uma combinação de midias (vídeos e fotos) e artigos com base científica para explicar em detalhes como melhorar a sua taxa de sucesso e se tornar um pescador melhor. Vale bem a pena conferir. O website Pesca ativa é puramente um trabalho de amor e é a publicidade gratuita. Os voluntários Paul e Alan não endossa qualquer item de equipamento de pesca. Isso é proposital, pois permite-lhes expressar as suas opiniões franca e abertamente. O site tem atualmente tem pescadores de 122 países diferentes, o que mostra que os artigos e imagens têm apelo universal. Artigos piscícolas ativos também têm sido referenciadas nos EUA em MidCurrent (www.midcurrent.com), o maior site de pesca com mosca no planeta. Alan está na equipe de testes “ IRT REELS TEST – EUA”. Isso envolve testar protótipos de spinning e carretilhas para fly Fishing e fornecer feedback sobre o

desempenho trimestral. “É puramente um papel de consultoria voluntária “. A S S O C I A Ç Ã O

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Enquanto pesquisava por novos artigos na Active Angling NZ, me deparei com um website chamado “Fórum de construções de varas de pesca” e uma entrevista fascinante com Tom Morgan sobre design de varas de pesca com mosca. Vale a pena ler: http://www.rodbuildingforum.com/sources/special/morgan.php

Tom Morgan é reconhecido como proprietário e principal designer para a R.L. Winston de 1973 à 1991. Ele desenvolveu varas em bambu, fibra de vidro e grafite enquanto trabalhava na Winston e é um dos poucos designers de varas a trabalhar e entender de todos os processos de fabricação

com estes materiais. É uma

lenda nesta indústria e foi descrito pela revista Forbes

“Eu pude ver uma tendência acontecendo

como o “melhor fabricante de varas da América”.

com o design de varas de grafite que se

Muito do que Tom diz ainda é relevante, então eu

continua

resumi os pontos principais de sua entrevista:

até

(rápidas)

hoje.

As

varas

predominaram

mais

rijas

entre

os

“No início, varas de grafite eram mais

fabricantes...

resistentes que as de fibras de vidro. Parte da

divertido arremessar longas distâncias, e

razão

limitações

varas de grafite fazem isso muito bem.

relacionadas à tecnologia para tornear a

Entretanto, sob muitas circunstâncias, não é

fibra e

onde a média dos pescadores realizam suas

para

isso

eram

as

a capa de grafite que eram

É

definitivamente

muito

disponíveis, e parte pelo anseio por varas

capturas, principalmente para trutas”.

que fizessem arremessos mais longos. Elas

“A ideia básica de como uma vara deveria

também possuíam uma ação parabólica

funcionar se perdeu, para mim. Por exemplo,

maior, pois a ponta da vara era mais

varas deveriam ser desenvolvidas para que,

resistente

no

e

para

se

obter

uma

maior

backcast,

ela

se

dobrasse

sensibilidade elas flexionavam mais na base

substancialmente, carregando o arremesso

do que as tradicionais varas de ação

(armazenando

progressiva”.

continuasse a carregar até o momento do

“As primeiras varas de grafite, ou pelo menos

forwardcast

a maior parte delas, continuaram a ter uma

acumulada) impulsionando a linha para

ação parabólica até o final dos anos 70 e

frente. Neste cenário o pescador contribuiria

início dos 80, quando as estruturas mais leves

com a energia do arremesso por um longo

de

tempo e a vara trabalharia no arremesso da

grafite

estavam

disponíveis,

e

a

energia (liberando

tecnologia melhorou permitindo varas de

linha.”

menor diâmetro na ponta da vara e a

“A

fabricação tornou-se mais sofisticada”.

prevalentemente

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maneira

cinética)

que

as

a

energia

varas

trabalham

e

rápidas é

muito

diferente, de – AN O 2 - e V Oisso L U Mse E 1aplica 7 - N O para V - 2 0varas 1 5 Página 17


VARAS DE AÇÃO RÁPIDA – ELAS SÃO REALMENTE MELHORES? Por: ALLAN BULMER

Fotos: Paul Smith, Mark Hoffman, Alan Bulmer

diferente, e isso se aplica para varas de trutas, salmão, steelhead e varas para água

de

salgada. É certamente mais fácil arremessar

fabricadas

com varas rápidas, como demonstrado por com

passadores

para

são

poupar

para fazer a uma base cônica ou uma parte tubular interna - como nas antigas Winston ou

período mais curto de tempo. Em varas

Scotts. Fazendo-se padrões complexos de

maiores eu tenho visto isso causar problemas

recapagem se pode melhorar a suavidade

no ombro e sobrecarga dos cotovelos”.

na transmissão de energia, mas nunca é

“Após, a pesca com mosca se tornou tão

perfeito.”

popular e tantas companhias entraram no varas

maneira

varas

de torneios especiais como eram necessários

realizar o mesmo esforço, mas em um

novas

desta

As

base tubular. Também não há a necessidade

um esforço extraordinário, pois ele tem que

de

flexibilidade.

há a necessidade verdadeira de utilizar uma

colocados.

Entretanto, isso requer que o pescador realize

desenvolvimento

e

dinheiro e aumentar a produção porque não

Lefty Kreh arremessando com um cabo de vassoura

peso

na

necessidade de varas melhores. Infelizmente, hoje em dia, muitos dos designers são levados pela necessidade das companhias de virem com novos produtos para manter as vendas ou dividir o mercado, não tendo muito, ou pouquíssimo, a ver com varas melhoradas.”

“Uma das características mais importantes de qualquer vara de fly é o quão agradável se

sente

ela

na

suas

mãos

enquanto

arremessa. Acredito que essa que essa sensação

agradável

vem

do

perfeito

balanço entre a ação entre a ponta e a base do blank, e a dobra é suave e progressiva enquanto corre pela vara.”.

“Praticamente todas as varas modernas são desenvolvidas com uma ponta sobre um tubo na base. Essa base, o Butt, é menor em diâmetro, com uma parede grossa, que se insere em uma ponta que possui um diâmetro maior, mas com parede mais fina. É impossível desenvolver um arremesso suave com essas configurações, ocorrendo uma diferença de A S S O C I A Ç Ã O

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Os comentários de Tom sobre a busca por varas

por

pescadores

com

um

estilo

mais

relaxado

rígidas e rápidas são pertinentes. Folheei por um catálogo

(despreocupado). Loops mais abertos são uma vantagem

de pesca que chegou ontem, e a maioria das ofertas de

quando arremessando com mais de uma mosca atada e

marcas de varas de fly clamavam por sua rapidez

com indicadores, pois reduzem a chance de enrosco da

aumentada ou por distância de arremesso melhorada,

linha. São igualmente melhores para erguer linhas sinking

principalmente em situações de vento. A “necessidade

do fundo, pois uma parte maior da vara é usada para

por velocidade” (“Need for Speed” - citado pelo autor) é

erguê-la.

ainda obviamente o que move a produção de varas de

descrever varas de média flexibilidade.

Média-rápida

é

outro

termo

usado

para

fly nos dias de hoje. Varas totalmente flexíveis, como o nome diz, A moda hoje em dia são varas rápidas de ponta

dobram-se deste a ponta até o Butt. Estas varas são

flexível. Essas varas dobram mais nos primeiros 25% do

preferidas para córregos estreitos onde a delicadeza do

blank que as demais varas rápidas. Elas produzem loops

arremesso é importante. As varas de flexibilidade total

menores e mais eficientes que o resto das varas, sendo

agem como absorventes de choque para amortecer a

assim melhores para arremessos no vento ou em longas

investida do peixe.

distâncias. Entretanto, essa ação de ponta flexível é a que menos perdoa erros: estando o pescador fora de “timing”

Isso também me fez pensar sobre a conicidade

(tempo) será difícil de controlar. A maneira mais comum

das varas modernas de fly e porque as quebras de vara

de fazer varas rápidas parece ser o enrijecimento de

são tão comuns hoje em dia. Os designers de varas

várias partes do blank e é feito tanto com aumento da

parecem estar diminuindo a grossura da parede e o

espessura da parede quanto com a troca da orientação

diâmetro para tornar os blanks mais leves, ao mesmo

das fibras do material usado.

tempo em que introduzem nanotecnologia em resinas para melhorar a força e a rigidez. O resultado é que as

Como Tom Howard descreve, “a tecnologia da

varas tem “butts” discretamente mais grossos que suas

fabricação de blanks e grafite é agora muito sofisticada,

pontas. Mais leve e mais fina significa uma menor

o que significa que é possível desenvolver pontas de

resistência, como as leis da física confirma que um tubo

diâmetro muito fino. São essas pontas que tem a

com maior diâmetro é muito mais resistente que um tubo

capacidade necessária para produzir loops corretamente

menos calibroso. Paredes mais finas são mais propensas à

enquanto

do

quebra com impacto, necessitando um cuidado extra

desenvolvimento de varas rápidas é que os blanks estão

quando se usa ninfas pesadas. Igualmente importante

se tornando menos progressivos e menos parabólicos.

não trabalha-las com ponta de vara.

arremessa”.

O

resultado

final

Tornaram-se ferramentas de distância que não são desenvolvidos para apresentações delicadas a curta

Para

ver

se existia

um

padrão comum

na

distância onde sensibilidade é um fator crítico para

conicidade das varas de fly eu decidi mensurar e calcular

apresentações de moscas delicadamente.

o ângulo de redução do cone de todo o meu arsenal, como visto no diagrama abaixo:

Varas de flexibilidade média são flexíveis da ponta

Legenda:

até o meio e tendem a realizar loops levemente maiores.

L: COMPRIMENTO DO BLANK

O “timing” não se torna tão importante, sendo preferida

d: MENOR DIÂMETRO DO BLANK a: ANGULO DE REDUÇÃO

A por S S O C pescadores I A Ç Ã O B R A S com I L E I R Aum D E

Pestilo E S C A

mais relaxado C O M M O S C A -

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D: MAIOR DIÂMETRO DO BLANK

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VARAS DE AÇÃO RÁPIDA – ELAS SÃO REALMENTE MELHORES? Por: ALLAN BULMER

Fotos: Paul Smith, Mark Hoffman, Alan Bulmer

O que encontrei foi muito interessante. Enquanto o

A foto acima mostra como o blank da vara Xantu

ângulo médio do cone da maioria das grandes marcas

se flexiona durante o golpe final de arremesso. O ponto

ficava entre 5 e 8%, outra como a Kilwell Xantu possuía um

final é relacionado com a estrutura tubular. Almas

ângulo 16% maior que as outras. O diâmetro próximo à

tubulares internas praticamente desapareceram nas varas

empunhadura era mais de 1mm maior que seu rival mais

modernas. Isso é uma vergonha se pensarmos que eles

parecido, e pelo menos 0,2mm mais grosso na ponta.

tipicamente possuem um ponto achatado, dando uma

Dito que as varas possuíam praticamente o mesmo peso e

transição menos visível entre secções e ajudam a suavizar

que a empunhadura da Xantu é igualmente alguns

a transferência da potência ao longo da vara. “Almas”

centímetros mais longo que as outras, isso significa que o

internas (guias internas) são caras, o que conta contra seu

blank da vara é consideravelmente mais leve. Como

uso.

poderia uma vara de maior diâmetro ser mais leve? Em conclusão, a tecnologia do blank das varas Isso provavelmente ocorre devido ao uso de

está em constante desenvolvimento à medida que os

nanotecnologias na resina e uma camada única que

fabricantes anseiam por entregar varas cada vez mais

permite que a Kilwell aumente o diâmetro do blank (para

rápidas para um apelo universal. Não estou convencido

tornar mais resistente) e torná-lo mais fino. Isto é

que existe uma necessidade para essa velocidade extra,

elegantemente simples e inteligente. Assim pode-se

dado que a maioria dos pescadores arremessa para

manter a parede toda com a mesma espessura, com as

pescar a não mais de 25 metros de distância. Deixo as

camadas e fibras correndo longitudinalmente na vara. O

palavras finais para Tom Morgan. “Muitos dos pescadores

resultado final é uma ação parabólica, progressiva, de

de hoje começaram usando varas rígidas e rápidas nem

ação média - rápida que funciona em curtas e longas

sempre se dando conta que existem designs diferentes

distâncias.

que podem ser melhores para suas necessidades de pesca. Em minha opinião, muitos dos pescadores da

*

*

*

*

geração atual nunca aprenderam os prazeres de pescar com varas realmente ótimas que se dobram e flexionamse como devem, e passam para o pescador como a vara, a linha e a mosca estão trabalhando.” Bem dito, Tom. Não poderia concordar mais. Alan Bulmer

*MEDIDAS EM MILÍMETROS

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RELAÇÃO ENTRE A PRESSÃO ATMOSFÉRICA E A PESCA Por: Rogério “ JAMANTA” Batista e Alejandro Antúnez

Grande do Sul

COLOABORAÇÃO: WWW.MOSCANAGUA.COM.BR

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RELAÇÃO ENTRE A PRESSÃO ATMOSFÉRICA E A PESCA Por: Rogério “ JAMANTA” Batista e Alejandro Antúnez

Introdução Todos nos pescadores já tivemos pescarias boas, não tão boas e muito ruins, durante todos estes anos que pesco cada vez que tentávamos formular hipóteses do porque o dia foi ruim sempre ouvia os colegas discutir sobre os possíveis motivos, pouco peixe, crescida do rio, iscas erradas, etc., mas um dos elementos que sempre surgia era o tempo e sua obvia relação com a pressão atmosférica. Ninguém conseguia dar uma explicação convincente sobre qual é a relação entre pressão atmosférica e uma pescaria ruim (ou boa), mas era claro que depois de todos estes anos pescando, todos nos sabíamos que existia uma relação entre ambos, só que Modelo do primeiro barômetro de Torricelli

ninguém conseguia explicar essa relação de uma

no comportamento em geral dos peixes.

maneira consistente.

Então o Rogério Batista (Jamanta), decidiu pegar

A medida da pressão atmosférica é feita com o

este assunto e começou a pesquisar sobre a relação entre

uso de um instrumento chamado barômetro (Daí que às

pressão atmosférica e a pesca, só que ele acabou se

vezes é chamada de pressão barométrica). O barômetro

enroscando com varias coisas relacionadas com o

mede a pressão da “coluna” de ar por polegada

trabalho e então eu decidi retomar o assunto e pesquisar

quadrada e a compara contra o peso equivalente de

um pouco para poder escrever este artigo em conjunto.

uma “coluna” de mercúrio.

Sabe-se desde há muito tempo que a pressão

O primeiro instrumento para a medida da pressão

atmosférica (ou simplesmente pressão) exerce certo efeito

atmosférica foi inventado em 1643 por Evangelista

na pesca. Como a pressão afeta diretamente o peixe?

Torricelli. O barômetro de Torricelli utilizava um tubo de

Isso ainda não é compreendido na sua totalidade, mas

vidro do qual tinha sido retirado o ar e colocado de

saber utilizar as leituras da pressão pode acrescentar

maneira invertida num reservatório contendo mercúrio

nossas chances de capturar peixes, especialmente em

que

águas rasas e na água doce.

pressionava o mercúrio que por sua vez alterava a altura

estava

exposto

a

pressão

atmosférica.

O

ar

da coluna dentro do tubo, uma escala em polegadas media esta variação em millibares (1 polegada de

Pressão atmosférica e como ela é medida

mercúrio (inHg) = 33,864 millibares) A pressão atmosférica é a medida do peso da atmosfera

Os barômetros modernos estão baseados no

que está acima de nos. Esta “coluna” de ar exerce

dispositivo inventado pelo cientista francês Lucien Vidie

pressão tanto em nos como na água que pescamos, de

em 1843. O barômetro aneróide (do Grego: sem liquido)

fato, ela pode afetar tremendamente a saúde de

de Lucien está baseado numa pequena cápsula metálica

algumas pessoas que moram (ou viajam eventualmente)

cujo ar interno tem sido parcialmente removido. A

em cidades altas, ou num caso mais extremo, dos

cápsula se expande (ou contrai) com a variação da

montanhistas durante uma escalada. Acredita-se que a

pressão atmosférica (quando menor seja pressão a

pressão exerça o mesmo efeito nos hábitos alimentares e

cápsula expande, se a pressão for maior a cápsula

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A contrai), B P M – A Nesta O 2 - deformação V O L U M E 1 7da - N cápsula O V - 2 0 1é 5

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RELAÇÃO ENTRE A PRESSÃO ATMOSFÉRICA E A PESCA Por: Rogério “ JAMANTA” Batista e Alejandro Antúnez

deformação

da

cápsula

é

amplificada

mecânica,

Relação entre pressão atmosférica e a pesca

elétrica ou eletronicamente e comparada contra uma escala produzindo a leitura da pressão.

A variação da pressão atmosférica afeta mais os ambientes de água rasa e doce do que os ambientes

A pressão barométrica varia segundo a altitude. Quanto

profundos com água salgada, pois nestes ambientes as

mais alto for o lugar, menor será a “coluna” de ar acima

pressões são tão altas que as variações da pressão

desta posição, logo menor a pressão. Para manter a

atmosférica exercem pouca ou nenhuma influencia.

padronização das leituras ao redor do mundo foi criado

A principal teoria em relação ao efeito da pressão

um padrão cuja referencia é a pressão ao nível do mar.

atmosférica nos peixes é que ela acaba afetando as

As leituras de pressão em localidades acima do nível do

bexigas

mar requerem um fator de correção que depende da

desorientação e estimulando peixe a se descolar na

altitude e da temperatura do ar (o ar frio pesa mais do

vertical para compensar esta variação na pressão.

que o ar quente, e requer um maior índice de correção).

Segundo esta teoria, quando a pressão barométrica

natatórias,

provocando

desconforto

e

desce, o peixe irá se descolar a águas mais profundas A pressão atmosférica acompanha as mudanças do

tentando compensar o desconforto, afastando se da

tempo. Quando você olha um mapa da previsão do

superfície e das estruturas. A teoria sugere que momentos

tempo, ele geralmente mostra duas áreas: uma de alta

antes de uma queda da pressão atmosférica o peixe ira

pressão (geralmente em azul, e acompanhada da sigla -

se alimentar muito até que atinja a profundidade

H ou High) e outra de baixa pressão (Geralmente em

adequada e a partir daí irá cessar qualquer atividade. O

vermelho, identificada com a sigla L-Low) . As áreas de

problema com esta teoria é que a água é em geral 900

alta pressão são áreas com um bom clima, enquanto as

vezes mais densa do que o ar e gera muito mais pressão.

áreas de baixa pressão são as áreas com um clima ruim. A

Uma coluna de 1 metro de água gera uma maior

pressão

variação na pressão da bexiga de um peixe do que uma

barométrica

tem

sido

utilizada

desde

os

primórdios da metrologia como um mecanismo para

mudança dramática na pressão atmosférica.

predizer o tempo. Mas ele também pode ser utilizado pelo pescador para predizer a qualidade de uma pescaria, e o que é mais importante, como pescar! A maneira de referencia, 30 inHg (1016 millibares) é o nível de referencia (ao nível do mar). Os recordes mundiais variam entre as altas pressões na Sibéria 32 inHG (ar extremamente frio, ao

nível do mar) e as baixas 25.7 inHg durante um tufão (Baixa pressão devido ao deslocamento da grandes massas de ar). Cabe mencionar que estas medidas estão fora da escala da maioria dos barômetros modernos. Na hora de pescar uma mudança de +/- 0.02 inHg são o suficiente para alterar os hábitos alimentares dos peixes. Barômetro moderno

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PRESSÃO

COMPORTAMENTO

TÁTICA DE PESCA

DO PEIXE

SUGERIDA

Céu limpo e claro

Os peixes procuram cobertura nos troncos, algas, estruturas submersas ou nos lugares mais profundos do rio. Se a água estiver muito quente ele para de se alimentar.

Use iscas para profundidade, procure pescar nos lugares que normalmente fornecem abrigo aos peixes (Embaixo de estruturas, águas profundas). Evite pescar nos rasos e corredeiras.

céu vai ficando mais limpo e claro.

Os peixes se tornam mais ativos. Eles abandonam os lugares mais profundos e após um dia ou dois eles começam a se alimentar normalmente

CLIMA ( TÍPICO )

Alta

Em aumento

Normal e estável

Em queda

Levemente inferior

Baixa

A S S O C I A Ç Ã O

B R A S I L E I R A

A atividade dos peixes é normal

Bom

D E

Use iscas mais claras e brilhantes próximo dos lugares que brindam abrigo aos peixes. Pesque nas águas intermediárias, movimentando a isca dos lugares mais profundos para os menos profundos Use suas iscas favoritas observando a disponibilidade de alimento em volta do peixe (eclosões).

Piorando

Este é o momento de maior atividade dos peixes.

Utilize diferentes métodos de pesca, concentrando os esforços tanto na superfície como imediatamente abaixo da superfície. Se for o caso, acelere a velocidade de recuperação da isca

Normalmente nublado

Os peixes tendem a se deslocar, alguns deles se tornam mais agressivos e abandonam seus abrigos procurando águas mais rasas. Outros procuram as águas mais profundas. O comportamento depende muito da temperatura da água

Procure o peixe tanto na superfície como na média água. Diminua a velocidade com a qual recupera a Isca.

Chuva e vento

Os peixes se tornam menos ativos e procuram os lugares mais profundos.

Procure o peixe nos lugares mais profundos. Tente diferentes velocidades na recuperação da isca.

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RELAÇÃO ENTRE A PRESSÃO ATMOSFÉRICA E A PESCA Por: Rogério “ JAMANTA” Batista e Alejandro Antúnez

Portanto,

acredita-se

que

a

mudanças

nas

ficar trancados em casa, eles devem ser interpretados de

condições climáticas que acompanham uma mudança

outra maneira, significam na verdade que teremos que

na pressão atmosférica parecem ter maior efeito na

procurar e pescar o peixe de uma maneira diferente e

pesca do que a própria variação da pressão no peixe. Na

que a pescaria será sem dúvida mais difícil.

opinião de alguns autores, a variação da pressão

Finalmente, para mim uma pescaria sempre foi e

atmosférica é um bom indicador da mudança nas

será uma desculpa pra me reunir com meus amigos,

condições de pesca, não pela variação da pressão

conhecer

propriamente dita e sim pelas mudanças que irá a

Condicionar uma viagem as condições atmosféricas e

provocar nas condições climáticas: nuvens, vento, chuva

fazer isso com 6 meses ou mais de antecedência é

e temperatura.

simplesmente impossível, esse é o tempo que nos leva em

outros

lugares

e

simplesmente

relaxar.

A tabela anterior não é de maneira nenhuma um

media preparar uma viagem, fechar o grupo, reservar

manual de instruções, e sim um resumo de observações

hotéis, guias, etc. Claro está que se você pesca em águas

feitas por pescadores como nos sobre o comportamento

próximas de casa, onde a decisão de ir ou não é

dos peixes ante as mudanças da pressão atmosférica.

relativamente rápida, a análise destes e outros fatores

sempre podem nos levar a conclusão que é melhor Conclusões

abandonar a ideia de ir pescar e é melhor organizar um churrasco para convidar os amigos.

Em resumo, o efeito da pressão atmosférica na atividade de alimentação dos peixes pode ser descrita da seguinte maneira: Uma queda na pressão atmosférica aumenta a atividade de alimentação dos peixes enquanto um aumento da pressão provoca uma queda. As altas

pressões empurram os peixes para águas mais rasas e as baixas pressões para águas mais profundas. É importante observar, que a pressão atmosférica é só um dos tantos fatores que influenciam nos hábitos alimentares dos peixes. Em artigos anteriores temos tratado de outros fatores tais como temperatura da água, nível da água, pH, luz, marés (no caso da pesca no mar), pressão de pesca, etc. Outro fator importante a ser

considerado são os ciclos lunares que acabam exercendo um efeito nas marés e a iluminação Pessoalmente,

acho

que

nunca

deveríamos

Fontes de consulta e informações adicionais:

basear uma decisão de ir ou não pescar com base em

- Fotos: www.flickr.com e www.google.com

teorias ou só num fator. A pesar de que um conjunto de

- Wikipedia: www.wikipedia.com - Artigos:

fatores positivos pode indicar que a pesca será (em teoria

Barometric Pressure, David Girwood, www.thefishingnut.com

boa), o mesmo conjunto o subconjunto de fatores

Atmospheric pressure and fishing, Graham Armitage, www.ezine.com

negativos não significam necessariamente que devemos A S S O C I A Ç Ã O

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SUSTENTABILIDADE A MORTE DO RIO DOCE

de enchente que é mais rala, ela tem densidade e uma liga, dessa forma foi pavimentando onde passou. Ela

Muito difícil começar a redigir sobre desastres

Grandeocupou do Sultanto o leito do curso d’água como as margens.

ambientais. Ninguém gosta de falar sobre isso, muito

Dependendo da região, chegou a uma faixa de 50 a 100

menos com o retrospecto avassalador que foi o

metros para além da borda do rio

rompimento das barragens de Fundão em Minas.

Como

se

não

bastasse

todos

os

impactos

Assim como também é difícil entender, já que

ambientais que nosso país tem enfrentado e enfrentar isso

parece que nós brasileiros não somos capazes de

tudo calado como o meio ambiente faz, lutar contra

discernir, de ver, sentir e almejar. E assim, votamos

políticos e políticas que buscam auferir lucro as nossas

calados

não

custas, a custa do Meio Ambiente, enfim a qualquer

denunciamos, não cobramos, simplesmente aceitamos.

preço, só nossos descendentes é que poderão dizer algo,

Sei que não são todos que detém o poder que agem

ou seja, se chegarmos a ver, veremos muito depois, pois a

de forma leviana, mas deveríamos reagir e não aceitar

ruptura das barragens da Samarco já tinham sido

calados, tomar atitudes que nos libertem desta lama.

detectadas como possibilidade em 2013, segundo Laudo

novamente.

Quando

vemos

e

O poder, segundo a constituição, emana do

Técnico do MPMG, que alertava para a saturação das

povo. E porque o povo continua aceitando a falta de

barragens. Mas, apesar dos laudos, as licenças ambientais

austeridade,

justiça?

estão sendo concedidas pela administração estadual sem

Como educar nossos filhos para assim ser, se em todo

que os técnicos possam avaliar, no terreno, as condições

nosso legislativo político é uma sucessão de descasos

objetivas.

com

o

honestidade,

povo

e

o

sustentabilidade,

país

em

que

vivemos.

Não

perseveramos na busca da escolha de verdadeiros representantes do povo e para o povo. Calamo-nos

sistematicamente ao longo dos anos e assim é que começa

esta

triste

história

chamada

de

Bento

Rodrigues, Rio Doce, Mariana enfim, o verdadeiro impacto causado pela Samarco, empresa fruto de sociedade entre a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, responsável pela exploração de minério de ferro nas barragens de Fundão e Santarém, no município de Mariana, região central de Minas Gerais.

Os números que já aparecem dão a dimensão da catástrofe ambiental. Foi mais de sessenta e dois bilhões de litros de rejeitos de mineração de ferro, o equivalente a 24 mil piscinas olímpicas, foram despejados ao longo de mais de 500 km na bacia do rio Doce, a quinta maior do país. A lama compõe um conjunto de areia e material inerte que no desastre formou uma onda, que foi pavimentando o trajeto, não é essa lama de enchente que é mais rala, ela tem densidade e uma

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SUSTENTABILIDADE "Esse resíduo de mineração é infértil porque não tem matéria orgânica. Nada nasce ali. É como plantar na areia da praia de Copacabana", diz Maurício Ehrlich, professor de geotecnia da Coppe-UFRJ (centro de pesquisa em engenharia da Federal do Rio). "Nada se constrói ali também porque é um material mole, que não oferece resistência. Vai virar um deserto de lama, que demorará dezenas de anos para secar", diz. Enquanto está em suspensão no rio, a lama impede a entrada de luz solar e a oxigenação da água, além de alterar seu pH, o que sufoca peixes e outros

lama no oceano pode ter um impacto ambiental

animais aquáticos, a força da lama ainda arrastou a mata

equivalente à contaminação de uma floresta tropical

ciliar, que tem função ecológica de dar proteção ao rio.

do tamanho do Pantanal brasileiro. Ele acredita que, se

"A

perda

da

biodiversidade

pode

nada for feito, o prejuízo ambiental do 'tsunami marrom'

demorar

pode demorar 100 anos para ser revertido.

décadas para ser restabelecida. E isso ainda vai depender

Apesar de a composição não ser considerada

de programas montados para esse fim", diz Ricardo

tóxica para humanos, a lama funciona como uma

Coelho, ecólogo da UFMG. "Existe ainda a possibilidade

"esponja" e arrasta para dentro do rio outros poluentes.

de espécies endêmicas [que existem somente naquela

Essa é uma das explicações possíveis para os altos níveis

região] serem extintas." "Há espécies animais e vegetais ali

de

que podemos considerar extintas a partir de hoje", diz o

mercúrio encontrados em

amostras de

água

coletadas em Governador Valadares (MG).

biólogo e pesquisador André Ruschi, diretor de uma das

A

mais antigas instituições de pesquisa ambiental no país, a

contaminação

dos

organismos

por

determinados tipos de metais e outros poluentes pode

Estação de Biologia Marinha Augusto Ruschi.

demorar em aparecer. "Mas esse impacto pode

Ele chama a atenção para o fato de que o

permanecer durante anos em todo o Rio Doce". Já

rompimento das barragens coincidiu com o período de

amostras da enxurrada de lama que foram coletadas

reprodução de várias espécies de peixes, e o mês de

cerca de 300 km depois do distrito de Bento Rodrigues

novembro é a época de eclosão de ovos de tartaruga no

apontam concentrações absurdas de metais como

mar. "É o maior desastre ambiental da história do país",

ferro, manganês e alumínio.

avalia. De acordo com o presidente substituto do IBAMA

Luciano Evaristo, com a chegada ao oceano, esta lama pode afetar os animais marinhos. “No percurso que está desenvolvendo, a lama afeta a fauna, causa um processo de congestão nos peixes, por causa da densidade do rejeito que está na água. Chegando ao estuário, ela poderá afetar a questão da nidificação das tartarugas, afetar também a ictiofauna marinha”, disse. Segundo o biólogo André Ruschi, a chegada da lama no oceano pode ter um impacto ambiental

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SUSTENTABILIDADE

metal tóxico que, por ser mais pesado, devia estar depositado no fundo. Pode provocar alterações nas contrações musculares, problemas ósseos, intestinais e agravar distúrbios cardíacos. O alumínio não traz riscos para a população em geral, mas nestas quantidades podem trazer riscos para diabéticos, pessoas com tumores ou problemas renais crônicos. O organismo mais ácido absorve mais alumínio. Já o ferro não é A água coletada pelo SAAE (Serviço de Água e

considerado tóxico.

Esgoto) de Valadares aponta um índice de ferro

O infectologista destaca que a Samarco já

1.366.666% acima do tolerável para tratamento, um

deveria ter tornado públicas as análises de qualidade

milhão e trezentos mil por cento além do recomendado.

da água, principalmente em relação aos metais

Os níveis de manganês, metal tóxico, superam o

pesados, que podem trazer consequências mais graves

tolerável em 118.000%, enquanto o alumínio estava

– já se passaram dias do desastre e a necessidade é

presente com concentração 645.000% maior do que o

premente

possível para tratamento e distribuição aos moradores.

quanto

aos

resultados

das

amostras

coletadas.

Servidores da prefeitura esclarecem que não têm condições técnicas de verificar a ocorrência de

À medida que a onda de lama se aproxima do

materiais pesados (como arsênio, antimônio e chumbo,

mar, pesquisadores aumentam a preocupação, essa

normalmente presentes em rejeitos que contêm ferro), e

zona costeira é área de desova da tartaruga-de-couro,

por isso aguardam análises da Copasa e de dois

espécie que mede até 170 centímetros de comprimento

laboratórios para detalhar a situação.

e que está ameaçada de extinção. O mês de

novembro corresponde justamente ao pico da desova

A quantidade de manganês presente na água

da espécie.

em quantidade adequada para tratamento é – 0,1 mg, mas os técnicos encontraram 29,3 mg pela manhã e 118

Biólogos do Projeto Tamar efetuaram a retirada de

mg (1.180 vezes acima) durante a cheia da tarde. O

alguns ninhos do local. Técnicos do Ibama também

alumínio aparece com 0,1 mg, mas estava disponível

desenvolvem ações nos trechos do rio ainda não

em 13,7 mg e 64,5 mg, respectivamente (6.450 vezes

atingidos pelo rejeito.

superior). A concentração tolerada de ferro é 0,03 mg,

mas as amostras continham 133 mg e 410 mg. O nível de turbidez regular é 1000 uT, mas chegou a 80 mil uT na passagem da enchente. Segundo o chefe do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da USP, Anthony Wong, a

concentração

mais

preocupante

é

do

manganês. É um metal tóxico que, por ser mais pesado, devia estar depositado no fundo. A S S O C I A Ç Ã O

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SUSTENTABILIDADE Segundo o órgão, o resgate de peixes vivos e sadios e a sua preservação em tanques é uma das ações mais importantes agora. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) registrou nove toneladas de peixes mortos, que foram retirados do leito do rio Doce, em Minas Gerais e no Espírito Santo, em decorrência da lama que vazou após rompimento da barragem de

Fundão, em Mariana (MG).De acordo com as informações do instituto, somente na localidade do rio situado em Minas, foram recolhidas seis toneladas de peixes mortos e na região do Espírito Santo, outras três toneladas foram retiradas. Paulo Fontes, responsável pela Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas (DBFLO) do

Ibama, disse que a recuperação do rio deve levar no mínimo uma década - mas que é possível. No que diz respeito aos peixes, apesar da grande mortandade verificada por onde a enxurrada de lama passou em Minas Gerais, ele ressalta que o Rio Doce tem muitos afluentes, que podem ter funcionado como rota de fuga para os animais, e que poderão repovoar a calha principal do rio uma vez que o impacto maior do desastre

tenha se dissipado.Já no Espírito Santo, a situação é mais complicada, porque são poucos os afluentes. Por isso, nesse trecho do rio, a estratégia emergencial adotada foi a de coletar amostras de espécies nativas antes da chegada da lama e preservá-las em cativeiro. Este é um conjunto de informações relevantes que afetam nosso meio ambiente e a nossa vida. Devemos ter

a atitude de mudança, já que somos pescadores, plantar árvores, devolver peixes aos rios, denunciar e cobrar os governantes, votarmos melhor. O mais difícil não é escrever ou transcrever, é ter a atitude de ir lá e fazer, nem que seja somente a minha parte, mas ela fará falta, a sua também, vamos mudar a forma como cuidamos do planeta.

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A VEZ DELAS A MOSCA DE SETE CABEÇAS

A PAIXÃO PELA TRUTA Relato de :Juraci C. Pisoni

Qual foi a primeira coisa que se passou pela sua cabeça quando conheceu o Fly Fishing? Pensamentos do tipo “Se trata de uma pescaria muito técnica, como assim estudar a morfologia dos insetos? “ ou “A essência do Fly é arremessar a linha varias vezes no ar de modo que a caída sua mosca artificial simule uma ação da natureza?“, e finalmente você constata "Isso é coisa para louco!”. Eu pergunto para vocês, qual é a graça de uma vida sem desafios, dentro de uma zona de conforto onde a segurança de cada passo calculado tolhe seus maiores sonhos? Quando me deparo com histórias como a da Juraci, enxergo a essência do “flyzeiro” desbravador

Este pequeno relato sobre as modalidades de

por instinto, e a resiliência de uma mulher que não

pesca que passaram pela minha vida se deve, primeiro,

desiste dos seus sonhos, ou de sua truta.

por gostar muito do contato com a natureza; segundo, por gostar de aventuras e, terceiro, motivo que me levou

Desejo a todos uma boa leitura.

ao fly, foi o de querer pescar trutas em São José dos Ausentes. Um belo dia passando em frente à loja de materiais de pesca e outras cositas más, comprei um equipamento de bait. Conversando com o velho amigo e vizinho Dilvo, ele me falou de um tal peixe muito esportivo que podia ser facilmente fisgado com spinner: a truta. Isso na Fazenda Bela Vista em Lajeado Grande. Marinheira

de

primeira

viagem,

comprei

o

equipamento de bait, mas esqueci das iscas. Portanto, além das dicas de como manejá-lo, Dilvo teve que me emprestar alguns spinners. E fui até a Fazenda Bela Vista conhecer a tal da truta. Foi amor à primeira fisgada, não queria mais saber de pescar outro peixe. Conversando com o Dilvo sobre Ausentes, ele me Pamela Wendhausen - Uma flyzeira que encara o desconhecido

como

uma

oportunidade

de

superação, ou só por diversão mesmo.

falou que ali no Rio Silveira havia trutas, mas só era permitido pescar de fly. E eu aprendendo a pescar com bait. Iniciaram-se várias discussões. Eu queria pescar no Silveira, só que de bait. Só depois de muita explicação fui entender o porquê da pesca de fly na região.

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PESCA COM

MOSCA-

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A VEZ DELAS De vez em quando o Dilvo me cutucava: “Ju, e o fly?”. Eu não queria saber, pensava que o fly era muito difícil e que seria pouco provável aprender a técnica. Além disso, claro, o investimento no equipamento, coisa de gringo. Certo dia o Dilvo me disse: “Ju, tenho a solução para tu pescares em Ausentes: o tenkara!”. Concordei em tentar. Bora então testar esse tal de tenkara. Fui a um pesque-pague da região da Serra, onde havia um lago com trutas. Tentei a tarde inteira em vão, nada de capturas. Já meio desanimada dei um tempo e fiquei observando pai e filho que estavam pescando de bait neste mesmo lago, nada de trutas para os dois. De repente algo me chamou a atenção. O filho

Fui para outros pontos e nada. Quase no final

deixou de lado o equipamento de bait e pegou o de fly.

da tarde mais uma truta ali no lajeado. Voltei realizada

Continuei

observando o garoto colocando a isca,

para a Pousada. No dia seguinte comecei ali e fui

arremessando, e assim foi por certo tempo. De repente o

subindo o rio. Tive muita ação, mas como não tinha

vejo com uma truta fisgada. E depois mais uma. O detalhe

experiência perdi muitas trutas. Mesmo assim pesquei

é que ele tinha apenas 12 ou 13 anos. Aí caiu a ficha.

quatro ou cinco. No dia seguinte peguei mais duas. No

Pensei que se um garoto de não mais de 13 anos

total capturei 11 trutas. Desta primeira pescaria para

conseguia pescar de fly, eu também conseguiria.

esta narrativa faz um ano. Quando voltei para casa,

Voltei da pescaria e disse para o mestre: “Acho que não convém investir no tenkara, vou direto para o

uma das primeiras coisas foi contar para o mestre que a sua lição deu muito certo.

fly”. Com uma vara emprestada montei o equipamento,

Até então tinha certo receio de iniciar no fly.

Dilvo contribuiu com umas mosquinhas, e lá fui eu para

Percebi, depois desta primeira pescaria, que com

Ausentes. Decepção total, num fim de semana só um

incentivo e dedicação é possível. Eu gostei muito de

lamba.

pescar de fly e aos poucos vou deixando o bait para, Bom, dei um tempo e me programei para voltar a

quem sabe, me dedicar inteiramente ao fly. Claro que

Ausentes. Conversei com o Dilvo que me passou muitas

tenho muito a aprender mas, como diz o meu amigo

dicas, inclusive onde algumas delas moravam. Bora pra lá

Dilvo, estou no caminho certo.

sozinha no feriadão de 15 de novembro de 2011. Cheguei ao meio-dia, almocei e fui pro rio. Comecei a arremessar meio sem esperanças ali no lajeado, mas seguindo todas as dicas do mestre. Num desses arremessos a linha esticou com força. No inicio fiquei meio confusa, depois percebi que tinha pegado minha primeira truta no fly num ambiente natural. Meu Deus, a euforia foi total, sentimentos indescritíveis.

Talvez por ir pescar sozinha e por ser mulher a recompensa tenha mais sabor. Fui para outro ponto ali perto: mais duas capturas. Ai ficha caiu. Eu realmente estava pescando!

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ENTOMOLOGIA REVISÃO: FELIPE SOUZA e PABLO PESSACQ

Tipos de Pernas

Hatch de caddis https://troutdoctor101.wordpress.com/page/4/

ESTE TEXTO REPRESENTA UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA REALIZADA POR ENTUSIASTAS EM ENTOMOLOGIA APLICADA À PESCA COM MOSCA E DE INTERESSE EXCLUSIVAMENTE DE PESCADORES COM MOSCA AMADORES. ESTA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA NÃO TEM A PRETENSÃO DE SER UMA REVISÃO CIENTÍFICA E ACADÊMICA. PARA UM MAIOR APROFUNDAMENTO NO TEMA RECOMENDA-SE A CONSULTA A UM ENTOMOLOGISTA.

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MOSCA

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ENTOMOLOGIA Com a finalidade de se criar um glossário ilustrado

COXA

de termos de entomologia, decidimos separar as partes dos insetos e ilustrar cada tipo específico para facilitar o

TROCANTER

entendimento e a identificação. Hoje falaremos sobre os

FÊMUR

diferentes tipos de pernas. Os insetos adultos apresentam três pares de pernas (hexápodes), em larvas esse número

TÍBIA

é variável. As pernas são articuladas na parte posterior do segmento torácico, entre o epímero e o episterno.

TARSO PÓS TARSO

Existem várias tipos de pernas e as adaptações em

3

relação a uma perna típica estão relacionadas com o hábito do inseto. Além da locomoção, as pernas são também

adaptadas

para

escavar

o

solo,

coletar

alimentos, capturar presas etc. Qualquer que seja o tipo

2

de perna ela é composta pelas seguintes partes: Estruturas de uma perna típica: As partes constituintes de uma perna de inseto são: • Coxa (cx.): Normalmente curta e grossa, articula-se ao

1

tórax por meio da cavidade coxal. • Trocanter (tr): Segmento curto entre a coxa e o fêmur, frequentemente fixo a este. Às vezes pode estar dividido em duas partes (dítroca), não-articuladas entre si.

Pernas do tipo AMBULATÓRIAS • Fêmur (fm): Parte mais desenvolvida; fixa-se ao trocanter e às vezes diretamente à coxa, deslocando o trocanter lateralmente.

AMBULATÓRIA – Sem modificações em nenhuma de

• Tíbia (tb): Segmento delgado e quase tão longo quanto o fêmur, pode apresentar espinhos e esporões.

denominados tarsômeros, que variam de 1 a 5.

de pré-tarso. Tem a função de auxiliar a fixação do inseto em uma superfície. Por ser, ás vezes, importante na diferenciação de espécies, o pós tarso e garras serão abordados separadamente na próxima edição. PESCA COM

todos os insetos, e são utilizadas para andar ou correr.

mesotorácicas (2) que por sua vez são maiores que as metatorácicas(3). É o tipo de pernas das baratas, moscas,

• Pós-tarso (pt): Parte distal da perna, também chamada

BRASILEIRA DE

suas partes, é o tipo fundamental, próprio de quase Geralmente as protorácicas (1) são mais longas que as

• Tarso (ts): Porção articulada, constituída por artículos

ASSOCI AÇÃO

TIPOS DE PERNAS

MOSCA

muitos

besouros,

borboletas,

mariposas,

formigas, etc. pode estar presente em apenas um dos pares (Ex.: paquinhas), em dois (Ex.:gafanhotos, grilos, abelhas...) ou em todos os três pares de pernas (Ex: Baratas,

besouros,

formigas,

vespas,

borboletas,

pulgões...). -

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ENTOMOLOGIA

FOSSORIAL OU ESCAVADORA: Tarso modificado em digitus PERNAS TIPO RAPTORIAIS

(nas paquinhas) ou tíbia em forma de lâmina larga e denteada (nos escaravelhos). Adaptadas para escavar o solo. São as Pernas anteriores (1º par) dos insetos de hábito subterrâneo. É uma perna mais achatada e dilatada e os espinhos da tíbia são grandes. Primeiro par de pernas de paquinhas (Orthoptera) e escaravelhos (Coleoptera).

NATATÓRIAS

RAPTORAS OU RAPTATORIAIS: A coxa é longa, o fêmur é robusto e tíbia curva. Possuem perfeita adaptação, além de numerosos espinhos e dentes que auxiliam na

apreensão das presas, geralmente outros insetos. São as pernas anteriores dos louva-a-deus. PREENSORAS: Fêmur

desenvolvido

com um sulco,

onde se aloja a tíbia recurvada. Servem para apreender outros animais, e a tíbia. É o

inclusive outros insetos, primeiro par de

entre o fêmur

pernas das

SULCOS

baratas-

d’agua. ASSOCI AÇÃO

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PESCA COM

MOSCA

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ENTOMOLOGIA NATATÓRIA – segundo e terceiro par de pernas da barata-

SALTATÓRIA – É o 3º par de pernas dos grilos, gafanhotos,

dágua e besouros aquáticos (Coleoptera). Pernas dos

esperanças, paquinhas., etc. Fêmur dilatado e forte e

insetos

mais

tíbia alongada e fina, funcionando como uma alavanca

acentuada dos tarsos posteriores, que assumem a forma de

que impulsiona o inseto para frente aos saltos. terceiro

remo. Fêmur e tíbia são achatados e geralmente com as

par de pernas de insetos da ordem Orthopera (grilos,

margens cobertas de pêlos, o que auxilia a locomoção na

gafanhotos, paquinhas, esperanças...) e das pulgas

água. É o 2º e o 3º pares de pernas da barata-d’água.

(Siphonaptera).

COLETORA – Servem para recolher e transportar grãos de

ESCANSORIAIS- Tíbia, tarso e garra tarsal com expansão

pólen. Primeiro segmento do tarso bem desenvolvido,

lateral formando uma conformação típica para agarrar

constituindo o basitarso provido de pêlos, e nas abelhas a

o pêlo ou cabelo do hospedeiro para a sua fixação. O

superfície externa da tíbia é lisa com longos pêlos nas

tarsômero é único e curvado formando uma espécie de

laterais, formando a corbícula uma espécie de cesto para

pinça. São

transportar o pólen. Terceiro par de pernas de abelhas (com

hematófagos. (SETA VERMELHA)

de

hábito

aquático,

com

adaptação

os

três

pares

de

pernas

dos

piolhos

corbícula) e mamangavas (com escopa) (Hymenoptera).

(A) LIMPADORA: é o primeiro par de pernas das abelhas e mamangavas (Himenóptera). É curva e acima das antenas, permitindo a limpeza das mesmas. (B)

SALTADORA

B

Referências Bibliograficas LEITE, Germano. SÁ Veríssimo G.: Apostila: Taxonomia, Nomenclatura e identificação de Espécies. UFMG,2010. Montes Claros

A

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