DOUTRINA DA IGREJA
IGREJA PENTECOSTAL RENOVAÇÃO DOS REMIDOS REMIDOS
Escola de Formação de Líderes
DOUTRINA DA IGREJA
ALUNO: 1
IGREJA PENTECOSTAL RENOVAÇÃO DOS REMIDOS - ESCOLA DE FORMAÇÃO DE LÍDERES
TEXTO BÍBLICO Mateus 16:6-18 INTRODUÇÃO Vivemos em tempos em que a palavra “Igreja” tem sido banalizada e ridicularizada. Inúmeros maus exemplos tem manchado a imagem da cristandade de nossa época e feito que inúmeros cristãos tenham se desmotivado com a igreja. Outro fator negativo diz respeito aos movimentos dos desigrejados e daqueles que tem diminuído a importância da Igreja dentro do Reino de Deus.
A igreja manifesta as variadas formas de Deus trabalhar, o seu intento operativo em todos os sentidos: "Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus" (Ef 3.10). Por isso é importante nos voltarmos para o padrão bíblico de Igreja. É o que pretendemos neste estudo.
DEFINIÇÃO
No Novo Testamento a palavra ekklêsia veio a significar uma assembleia de crentes, especificamente seguidores de Jesus.
ao prédio onde os crentes se reúnem (por exemplo: "Estamos indo à igreja"). Usado para indicar a comunhão denominacional ("Minha igreja ensina o batismo por imersão"); um grupo religioso regional ou nacional ("a igreja da Inglaterra"). empregada frequentemente com referência a todos os crentes nascidos de novo, independentemente de suas diferenças geográficas e culturais ("a Igreja do Senhor Jesus Cristo").
Atualmente, a palavra Igreja designa múltiplos significados:
Mas seja como for, o significado bíblico de "igreja" referese primariamente não às institui-
Jesus assevera, em Mateus 16.18: "Edificarei a minha igreja". Esta é a primeira entre mais de cem referências no Novo Testamento que empregam a palavra grega primária para "igreja": ekklêsia. Composta pela preposição ek (“fora de “) e klesis “chamado” (kaleô “chamar”), era usado entre os gregos para descrever um corpo de cidadãos “reunidos” com a finalidade de discutir os assuntos do estado.
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ções e culturas, mas sim às pessoas reconciliadas com Deus mediante a obra salvifica de Cristo e que agora pertencem a Ele. Em um sentido espiritual, a "Igreja" consiste naqueles que foram chamados para fora do
mundo, do pecado e da vida alienada de Deus, os quais, mediante a obra de Cristo na sua redenção, foram reunidos como uma comunidade de fé que compartilha das bênçãos e responsabilidades de servir ao Senhor. (HORTON, 1999)
A ORIGEM DA IGREJA O ministério público de Jesus inicia com a convocação dos Doze discípulos, dando início ao processo de preparação destes que viriam a ser os que dariam continuidade ao seu ministério. Aqui podemos identificar o período anterior à instituição da Igreja ou o período de preparação. Não vemos nenhuma referência dos escritores dos Evangelhos a ekklêsia que seja anterior ao momento narrado em Mateus 16:1618 e 18:17, o que indica que, embora Jesus tivesse pessoalmente convocado os doze, não fundou a Igreja propriamente dita durante a Sua vida na terra. A igreja não poderia existir antes da morte, ressurreição e ascensão de Jesus, uma vez que existe uma forte ligação desta Igreja com a obra da remissão empreendida por Cristo na Cruz (At 20:22), e que os dons ministeriais foram outorgados somente após estes eventos (Ef. 4:8-11).
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Assim, a Igreja para se estabelecer depende integralmente da obra concluída por Ele na Terra (sua morte, ressurreição e ascensão) e da vinda do Espírito Santo (ICo 12:13), fato prometido pelo próprio Jesus (Jo 14:1518; 16:7) que foi cumprida no dia de Pentecostes (At. 2:1-3). Somente após este grande dia, em que o Espírito Santo é derramado sobre os crentes que estavam reunidos, é que a Igreja começa a propagar o Evangelho, conforme fora predito por Jesus (At 1:8). A partir daquele dia, a Igreja continuou sua obra mediante o poder e orientação do Espírito Santo (At 2:47; 5:14). A fundação e o estabelecimento da Igreja foi um processo gradual e progressivo. O período anterior ao Pentecostes mostra-nos uma Igreja embrionária, em gestação, ainda não pronta para o desempenho de suas funções.
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Assim, podemos entender que a origem da Igreja, enquanto instituição está vinculada a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes. O processo desencadeado com o revestimento espiritual produzido naquele dia, a
conversão em massa promovida pela pregação de Pedro, a constituição de uma comunidade em torno da unidade do ensino dos apóstolos e da comunhão, nos mostra as origens da Igreja Primitiva.
A IMAGEM BÍBLICA PARA A IGREJA É comum vermos na Bíblia símbolos e imagens que retratem a Igreja, isso ocorre afim de que nossa compreensão sobre o reino de Deus seja mais facilmente compreendida, aproximando algo espiritual que não temos conhecimento de algo material que vemos e entendemos. Vejas:
Corpo de Cristo: essa imagem compara a igreja a um corpo que teria Cristo como a cabeça. Essa imagem reflete a realidade da necessidade de ligação da Igreja a Cristo, que é Senhor de todo o corpo e que este corpo pertence a Ele. Demonstra ainda a completa dependência que a Igreja tem para viver e crescer, e que a Igreja é o instrumento de Cristo no mundo.
A Noiva de Cristo: Cristo é o noivo, personificando o amor de Deus exposto no sacrifício de Jesus na cruz afim de que ela fosse salva.
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Edifício de Deus: Os cristão passam a representar o edifício de Jesus, em que ele é a pedra principal (I Co 3:11).Isso demonstra a posição principal de Jesus como o fundamento e a Igreja como uma construção espiritual.
Família de Deus: Nascemos de novo em Cristo e passamos a integrar a a família de Deus como filhos adotivos (Jo 1:12; Rm 8:15; Gl 4:5). A igreja passa a ser a casa ou a família de Deus. Por isso somos desafiados a confiar em nosso Pai. Parte do Reino de Deus: “A igreja tornou-se o povo do Reino de Deus por estar destinada a herdar o reino em sua consumação escatológica e por já ter experimentado esse Reino.” (FERRERIRA, 2011)
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AS DIMENSÕES DA IGREJA Como já vimos, o termo original empregado para Igreja seria (gr.) ekklesia, no Novo Testamento essa expressão indica uma congregação local (Rm 16:5; ICo 16:19; Cl 4:15; Fm 2) ou ainda a comunidade dos redimidos, ou seja, a igreja invisível e universal (ICo 12:28; 15:9; Gl 1:13; Ef 5:15-30). 1. Universal: É o conjunto de todos os salvos em Cristo. É citada no Novo Testamento no singular - “igreja” - nos textos de At 20.28; 1 Co 12.28; Ef 1.22; 5.27; 1 Tm 3.15; Hb 12.23. No plano eterno de Deus, a Igreja universal foi arquitetada por Ele antes da fundação do mundo (Ef 1.4,9,10), e, tem um caráter geral porque inclui todos os cristãos remidos por Cristo, dentre todos os povos. Características da Igreja Universal:
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É una: diferente de “uma” (numeral), diz respeito a unidade no corpo de Cristo, formada pelos que são alcançados pela graça de Deus. É santa: não se trata de um grupo de santos impecáveis reunidos, mas de um grupo que busca a diferença e novidade de vida. A condição de santos não se dá por mé-
rito próprio, mas por graça de Deus que lhe é conferida. Em razão disso, o Novo Testamento sempre se refere a igreja como formada por santos (Rm1:17; ICo 1:2; 2Co 1:1; Ef 1:1; Fp 1:1; Cl 1:2) É apostólica: está edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, ou seja, é apostólica por seguir a doutrina dos apóstolos (At 2:42). Falar em sucessão apostólica só seria legítimo se esta denotasse a continuidade da base de fé pregada pelos apóstolos (2Tm 2:2) É invisível: organismo vivo, invisível que cresce diariamente; É crescente: “todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que iam sendo salvos” At 2:47 Indestrutível: “...e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Mt 6:18 É etnicamente neutra; Cristo é a Cabeça.
2. Local: A palavra igreja, em sentido literal, abrange o conceito de “congregar” e “reunir”, pois se trata da reunião dos fiéis em um local específico. A Bíblia emprega o plural “igrejas”, a fim de
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referir-se às igrejas locais (At 9.31; 16.5; Rm 16.4; 16.19; 2 Co 8.1; Gl 1.2). No entanto, quando o termo está no singular, cita-se a região na qual a igreja local encontra-se (At 14.23; Rm 16.1; 1 Co 1.2; 4.17; 1 Ts 1.1). A perspectiva local da igreja fortalece o fato de que o trato e relacionamento de Deus com ela não é só universal, mas local, congregacional e direto.
Em relação a Igreja Universal, é ser uma manifestação visível , uma expressão do caráter interior do corpo de Cristo, da unidade e do amor (Ef 3:6). Em relação aos outros crentes, o objetivo é edificar o corpo de Cristo (Ef 4:11-13), esta é a missão interna da Igreja Local. Em relação aos incrédulos, o objetivo é a evangelização (Mt28:18-20; At 1:8).
A importância da Igreja Local:
Evangelizar os povos é a missão externa da Igreja Local.
Em relação a Deus, o objetivo central é a glória de Deus (ICo 10:31).
EVANGELIZAÇÃO: A MISSÃO EXTERNA DA IGREJA Evangelização: é o esforço conjunto e contínuo da igreja para anunciar o evangelho de Cristo aos pecadores. Essa ação se fundamenta principalmente no imperativo de Jesus registrado em Mateus 28:19,20 com quatro determinações: a.
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Ir: no sentido de mover-se ao encontro das pessoas a fim de anunciar a mensagem salvífica.
b.
Fazer discípulos: com o sentido de estar junto das pessoas e torná-las seguidores de Jesus. O acompanhamento.
c.
Batizar: Ato público do novo discípulo que confirma o que Jesus é o Salvador e Senhor.
d.
Ensinar as doutrinas da Bíblia, conduzindo ao aperfeiçoamento e a preparação do discípulo à jornada na vida cristã.
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O FUNDAMENTO DA IGREJA Fundamento é a base principal de uma edificação. Poderia assim a Igreja de Cristo estar fundamentada em um homem (Pedro) como querem alguns? A ideia de Pedro como o fundamento da Igreja é um dogma católico que faz parte de suas regras de fé, a ponto de ser tido como maldito aqueles que o questionam:
autoridade seria transmitida aos seus sucessores (sucessão apostólica). As primeiras gerações de cristãos não tinham essa ideai de Pedro como chefe supremo, isso se mostra no fato de não se ver no Novo Testamento qualquer noção de que tenha ocupado essa função formal na Igreja Primitiva.
“Se, portanto, alguém negar ser de direito divino e por instituição do próprio Cristo que S. Pedro tem perpétuos sucessores no primado da Igreja universal; ou que o Romano Pontífice é o sucessor de S. Pedro no mesmo primado – seja excomungado.” (Concílio Vaticano I, 2015)
O capítulo 15 de Atos, narra o chamado Concílio de Jerusalém, e o próprio Pedro não reivindica essa posição em suas duas epístolas. Antes, ele se apresenta como apóstolo de Jesus Cristo e como um presbítero entre outros (1 Pe 1.1; 5.1).
Não encaramos a instituição papal como de origem divina, mas fruto de um longo e complexo processo histórico. Não há registro nas escrituras da ordenança e Cristo desse oficio a Igreja. O texto que usualmente serve para fundamentar essa ideia são as palavras de Jesus: : "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja" (Mt 16.18), mas esta está longe de ser a instituição de Pedro como o chefe supremo da Igreja (primado de Pedro) e que esta 7
Outra controvérsia está na presença de Pedro em Roma. Não há indícios precisos que confirmem a presença de Pedro em Roma muito menos que este tenha instituído a comunidade cristã na região. Além disso, é um fato bem estabelecido que não houve episcopado monárquico no primeiro século, no âmbito do cristianismo. As igrejas eram governadas por colegiados de bispos ou presbíteros (ver Atos 20.17 e 28; Tito 1.5 e 7).
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A questão do texto de Mateus 16:18 "Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" "KAGÔ DE SOI LEGÔ OTI SU EI PETROS KAI EPI TAUTÊ TÊ PETRA OIKODOMÊSÔ MOU TÊN EKKLÊSIAN KAI PULAI ADOU OU KATISKHUSOUSIN AUTÊS"
"Petros, nome próprio do gênero masculino, que significa um pedaço da rocha, e Petra, substantivo comum do gênero feminino que expressa a rocha sobre a qual edificaria (Jesus) a sua igreja". (STRONG, 2006) Jesus é e sempre será o firme fundamento da Igreja, Ele é a rocha que fundamenta nossa existência e nossa vida (Is 28:16; At 4:11; ICo 10:4; Ef 2:20; IPe 2:4)
AS ORDENANÇAS Ordenanças (ou sacramentos) são os termos utilizados pelo cristianismo para se referir aos atos litúrgicos deixados por Jesus para a prática da Igreja. Esses apresentam algumas características básicas (HODGE, 2007):
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1.
São ordenanças instituídas por Cristo;
2.
São significativos (simbólicos) na própria natureza;
3.
Foram designados para serem perpétuos;
4.
Foram designados para significar e instruir, confirmar e fortalecer, comunicar ou
aplicar aos que pela fé os receberam. A participação nas ordenanças/sacramentos é uma benção para os crentes, embora não tenham poder justificatório em si, mas são exercícios de fé ao passo que confirmam nossa fé de forma pública e incitam o louvor a Deus. Importante perceber que o rito em si não traz salvação ou mudança de vida ou mesmo os que a ministram tenham qualquer supremacia espiritual sobre aqueles que participam. A eficácia destes não estão ligados aos seus elementos ou ao ritual em
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si, mas da fé e a receptividade do participante. Para a tradição protestante, são duas as ordenanças/ sacramentos: o batismo e a ceia. O batismo A palavra batismo no original grego é baptizo e tem o sentido de "imergir, afundar, mergulhar". Diz respeito ao rito que celebra a entrada da pessoa no corpo de Cristo, uma manifestação publica de arrependimento, de desejo de mudança de vida. Aponta para a purificação dos pecados pela fé na obra sacrificial e expiatória de Jesus (At 22:16). A base para o batismo está na Grande comissão: “E, chegando-se Jesus, faloulhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinandoos a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. (Mt 28:18-20) O próprio Cristo deixou ordenado que todas as nações 9
fossem batizadas “em nome do Pai, e do Filho, e do Espirito Santo” (Mt 28:19-20) ele próprio passou pelo batismo servindo de exemplo. O batismo trata-se assim de um símbolo exterior de uma realidade interior. Assim, o batismo acontece posterior ao arrependimento e a conversão, sendo como elemento básico a fé e a capacidade acional de entender isso. A Ceia do Senhor A ceia representa a "Nova Aliança" estabelecida por Cristo com a sua Igreja, conforme atesta Paulo em 1Coríntios 11.25 (Almeida Atualizada): "Este cálice é a nova aliança no meu sangue, fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim". Os elementos da ceia são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Jesus respectivamente, tendo em mente a celebração da morte de Jesus. A Ceia é ato de memória que nos leva ao passado (sacrifício de Jesus) e ao futuro (anunciando a volta de Cristo). A presença de Jesus é de forma espiritual, não física como alguns entendem (transubstanciação), e os elementos da Ceia são símbolos.
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Algumas pontuações sobre a Ceia do Senhor: Os Nomes da Comunhão Ceia do Senhor (1 Co 11.20). Mesa do Senhor (10.21). Comunhão (10.16). Eucaristia (“Ação de Graças”, 11.24). Os Elementos da Comunhão Pão (“Isto é o meu corpo”, 11.24). Cálice (vinho: “Este cálice é o [...] meu sangue”, 11.25). Cálice de bênção (10.16). Cálice do Senhor (10.21). Os Participantes da Comunhão Crentes (“Meus irmãos”, 11.33). Aqueles que se examinam (11.27,28). O Local da Comunhão “Quando vos ajuntais num lugar” (11.20). “Quando vos ajuntais na igreja” (11.18). A Frequência da Comunhão Na igreja primitiva: diariamente (At 2.46). Na igreja posterior: semanalmente (At 20.7). Em qualquer igreja: “Todas as vezes” que o fizerdes
(1 Co 11.26). O Significado: Ela é um..., Serviço memorial ( “Fazei isto em memória de mim”, 11.24). Serviço (ou culto) de comunhão ( “Não é [...] a comunhão do corpo [e do sangue] de Cristo?” [10.16]; “É a participação espiritual no sangue de Cristo que ali é simbolizado”) Serviço do pacto (“Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue”, 11.25; cf. Mt 26.28). Serviço comunitário (“Quando vos ajuntais na igreja”, 11.18; “Esperai uns pelos outros”, 11.33). Serviço de ação de graças (“Tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo”, 11.24). Serviço de proclamação (“Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor”, 11.26). Serviço de antecipação (“Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha”, 11.26).
ORGANIZAÇÃO DA IGREJA
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A organização administrativa da igreja. A Igreja é tanto um organismo espiri-
tual quanto uma organização que necessita do trabalho de pessoas nos vários
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órgãos funcionais da igreja local. Organização funcional da igreja refere-se à administração dos recursos materiais e humanos de que ela dispõe, para que não haja interrupções no seu crescimento quantitativo e qualitativo.
A organização ministerial da igreja. Esta forma de organização diz respeito ao governo da igreja local através de homens vocacionados e capacitados por Deus para o exercício do santo ministério eclesiástico. Ao longo da trajetória da igreja, temos várias formas de governo eclesiástico: local, distrital, regional e nacional. Por meio do Novo Testamento, verificamos que a autoridade administrativa e espiritual da igreja local é
competência do pastor. Todos os demais cargos e funções submetem-se à autoridade pastoral. A organização espiritual da igreja. Essa organização refere-se, essencialmente, à sua liturgia. Trata-se da ministração do culto, da adoração coletiva, das ordenanças deixadas por Jesus, como a Ceia do Senhor e o batismo em águas (Mt 28.19,20; Lc 22.16-20). Mesmo que não haja uma forma prescrita e específica de liturgia dos cultos, devemos primar em manter os princípios ensinados por Jesus, no sentido de promover a comunhão com Deus e com os irmãos.
SOBRE O CULTO CRISTÃO Conforme o modelo do Novo Testamento, o culto público é constituído por:
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ofertas de louvor (salmos, hinos e cânticos espirituais) (Ef 5:18-20; Cl 3:16, 17) e de orações e súplicas; A exposição da Palavra de Deus (uma herança recebida da tradição judaica das
sinagogas), nos primeiros cultos cristãos a Escritura era lida em público (Cl 4:16; ITs 5:27; ITm 4:13) e explicada (At 2:42; 6:2)
e o ofertório (ICo 16:1;-4; IICo 8-9).
Se pretendemos oferecer um verdadeiro culto cristão, esses elementos não podem faltar.
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DIFERÊNÇAS DO CULTO JUDAICO PARA O CRISTÃO No Antigo Testamento – culto marcado pela centralidade.
Torna-se universal todos os povos.
Centralidade racional nos judeus;
Centralizado geograficamente em Israel, Jerusalém, o Templo e o Santo dos Santos;
O culto ao Senhor não se restringe mais a Israel, Jerusalém
e ao Templo. Na maioria das vezes a Igreja não tinha prédios para suas reuniões;
Há a liberdade quanto ao dia do culto. A fé cristã se tornou algo a se praticar no dia a dia.
Cada cristão se torna sacerdote de sí, com acesso direto a Deus, por intermédio de Jesus (I Pe 2:5). A presença do presbítero e diácono é importante, mas sem função mediadora como no A.T.
Centralizado temporalmente no sábado em certas festas religiosas;
Centralizada em uma hierarquia religiosa mediadora, sem o sacerdote não era permitido oferecer sacrifícios.
No Novo Testamento – a adoração e o serviço passam a ser descentralizado.
para
OS SERVIÇOS NA IGREJA No que se refere ao serviço cristão, há dois tipos de oficiais no Novo Testamento:
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Presbítero (ou ancião, bispo ou pastor): A palavra é usada no Novo Testamento para identificar alguns dos líderes entre os judeus. No livro de Atos e nas epístolas, os homens que pastoreavam e supervisionavam as igrejas lo-
cais foram frequentemente chamados de presbíteros (Atos 11.30; 14.23; 16.4; 20.17; 21.18; 1ª Timóteo 5.17,19; Tito 1.5; Tiago 5.14; 1ª Pedro 5.1; 2ª João 1; 3ª João 1). Necessariamente eram os cristãos mais maduros da congregação. Usavam seu conhecimento e experiência para servir como modelos e ensinar o povo de Deus.
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Diácono: a palavra no grego διάκονος, (diákonos) é “ministro”, “servo”, “ajudante” e denota uma categoria de obreiro assistencial, cerimonial, preservador, orientador, servidor etc.
Algumas considerações sobre os ofícios:
Na igreja ninguém tem liberdade para se autonomear presbítero ou diácono. Todos que queiram servir nessas funções devem ser chamados por Deus para esses ofícios e identificados dentro da igreja.
Estes oficiais devem ter um bom testemunho de vida moral, social, espiritual e matrimonial, conforme ITm 3.
Esses ofícios apresentam-se de igual modo necessários e valiosos a igreja, não havendo superioridade de funções, nem tampouco diferenciação.
SOBRE APÓSTOLOS: Um requisito básico para ser apóstolo no Novo Testamento é ser testemunha da ressureição de Cristo (At 1:21-2). Todos os apóstolos viram Cristo ressurreto, inclusive Paulo (ICo 15:5-8). Nã tiveram sonho, revelação ou visão, mas de fato viram do corpo da ressurreição de Cristo. Estes foram preparados e capacitados para operar sinais miraculosos e dotados de inspiração infalível para escrever a Bíblia. Por esses motivos são chamados de “fundamentos da Igreja”, assim como os profetas do Antigo Testamento (Ef 2:20) Os modernos autointitulados apóstolos se veem na mesma categoria dos Doze e de Paulo. Estes não deixaram sucessores e tão pouco à tradição da Igreja tenha perpetuado esse título.
A IGREJA E O ESTADO É necessário compreendemos algumas coisas ao falarmos de Igreja e Estado:
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Primeiro a distinção entre a Igreja e o Estado, lembrando que toda autoridade procede de Deus. As tarefas do Estado e da Igreja são diferentes e não podem se confundir.
Segundo, rejeita-se a idéia que todo poder venha da absoluta soberania do Estado ou do povo. Para a fé cristã, o poder está em Deus e em Cristo, que é Senhor de todo o poder e autoridade e tudo acontece segundo sua permissão (Ef 1:21,22).
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“Portanto Deus é a fonte final da lei e de toda autoridade. Logo, prestar fidelidade ou lealdade absoluta ao Estado é idolatria, pois é Deus quem estabelece o certo por meio de sua lei, portanto deve-se compartilhar a lei de Deus por meio da mudança das estruturas sociais. (FERREIRA, 2011)
Terceiro Deus delega poder tanto ao governo quanto às pessoas. Assim, os cristãos devem opor-se a todo sistema político totalitário, pois é mais importante obedecer a Deus que aos homens (At 5:29) A fé cristã honra as au-
toridades, porém negue ao Estado o direito de intervir em matéria de culto, doutrina e ética. É nosso dever resistir, pelos meios corretos e legítimos, a quem exerce o poder político contra a vontade de Deus.
Quarto, a corrupção advém primariamente do coração corrompido do homem, e somente a conversão real e sincera a Deus e uma atitude de arrependimento poderia mudar essa situação. Assim nos cabe orar por nossos governantes afim de que Deus haja sobre suas vidas.
A UNIDADE DA IGREJA Todos os que pertencem à igreja constituem um só povo, que se distingue por sua unidade. Porém, no Novo Testamento, unidade não pode ser confundida com uniformidade, uma vez que se verifica uma variedade de ministérios e opiniões sobre assuntos secundários, porém havia unidade nas convic-
ções teológicas básicas. A unidade da igreja baseia -se no compromisso consciente com as verdades reveladas na fé apostólica. No entanto divergências secundárias são normais no meio do povo, porém não devem servir de pretexto para divisões ou separações.
A PRÁTICA DE CONGREGAR É comum vermos pessoas atualmente que se declarem cristãos evangélicos, mas que não são membros de qualquer congregação nem mantém ligação 14
com qualquer rebanho. Não é o caso de desviar-se da fé, querem abandonar apenas a igreja e manter a fé. Querem ser cristãos, mas sem a igreja.
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“Fico com a impressão que eles querem se livrar da igreja para poderem ser cristãos do jeito que entendem, acreditarem no que quiserem – sendo livres pensadores sem conclusões ou convicções definidas – fazerem o que quiserem, para poderem experimentar de tudo na vida sem receio de penalizações e correções.” (Lopes, 2010)
povo e de seu propósito divino e eterno.
A Igreja institucionalizada de hoje é a continuidade do processo iniciado por Jesus em seu ministério terreno e do trabalho desenvolvido pelos apóstolos. Negar essa Igreja é negar o processo histórico vivido por nossos irmãos primitivos e da luta e sacrifício vivido pelos mesmos para que chegasse até os dias de hoje e do cuidado de Deus para a manutenção de seu
É nesse contexto de vida comunitária, em que há interesses mútuos, prática de oração e companheirismo, que Deus tem interesse que a vida cristã se desenvolva (Gl 6:2; Its 5:14). Assim não é nem um pouco prudente tentar ser um cristão solitário, uma vez que isso contraria o propósito de Deus para sua Igreja.
Embora possam existir problemas na Igreja institucionalizada, é preciso olhar além dos limites da visão humana e enxergar a sobrenatural atuação de Deus, que tem interesse pela continuidade desta Igreja e pela união e edificação de seus membros de forma coletiva.
SER EVANGÉLICO E A IGREJA MODERNA Ser evangélico indicava, até pouco tempo, aqueles que consideravam a Bíblia como Palavra de Deus infalível, eram conservadores no culto e nos padrões morais, cultivavam uma visão missionária. Atualmente no Brasil, o termo evangélico não abrange mais esses itens, mas serve para descrever todos aqueles que, dentro do cristianismo, que não são católicos romanos. 15
A perda do sentido da palavra “evangélicos” com seu sentido histórico, que estava ligado as reformas protestantes e ao posicionamento de protesto, tendo o referencial bíblico como moderador de comportamento, tem levado muitas pessoas a procurarem as igrejas para se sentirem bem, para buscar soluções imediatas para seus problemas, sem se deter as questões mais profundas ligadas a sua existência e a eternidade, saindo
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de uma comunidade para outra sem qualquer compromisso ou engajamento com a vida cristã.
Sintomas de uma Igreja com problemas:
A presença marcante do liberalismo teológico no meio da Igreja. O liberalismo teológico põe em dúvida a veracidade da Palavra de Deus e os princípios centrais da fé cristã e a rejeição de definições doutrinárias e práticas claras.
A libertinagem. A ética dos libertinos é baseada na ideia de que o amor e a graça de Deus nos permite vivermos do jeito que quisermos, e isso se vê de forma bem clara no meio das igrejas pela falta de valores morais claros, ausência de uma separação entre Igreja e mundo, apropriação dos modelos de vida, conduta e cultura mundanos por membros da igreja.
Crescimento da presença dos elementos neopentecostais: de teologia da prosperidade, autoridade a novas interpretações e revelações, modelos centrados na autoridade de líderes (autointitulados bispos e apóstolos).
Esse quadro tem proporcionado alguns problemas:
O enfraquecimento a adesão aos pontos fundamentais a fé cristã.
Houve um gradativo abandono da fé cristã histórica e tradicional. Não basta dizer que a Bíblia é a verdade, é preciso que esta seja interpretada de forma correta, sem dar margens a heresias.
Houve uma deformação da teologia praticada Nos púlpitos, com a depreciação da doutrina em favor do pragmatismo e o antropocentrismo no culto, na igreja e na missão.
A omissão e o descaso de boa parte das igreja com esse cenário.
A corrida de muitos evangélicos e líderes em busca de reconhecimento dos homens e de suas instituições “esquecendo que o opróbrio da cruz é mais aceitável diante de Deus que o louvor humano.” (Lopes, 2008)
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A resposta a esses problemas seria o retorno às doutrinas centrais da fé cristã revelados nas Escrituras, abandonar o “inclusivíssimo” que permite a entrada de inúmeras ideias diferentes, manter o diálogo sem se deixar influenciar.
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CONCLUSÃO Pudemos ver no exposto na aula de hoje a origem divina da Igreja e de seus ritos, assim não podemos pensar nela apenas como uma instituição terrena, mas observar o seu aspecto divino e sua dimensão eterna. Iniciamos aqui, e nossa caminhada que despontará na eterna missão de glorificar ao Criador. Que possamos valorizar nossa permanência na congregação e nossa comunhão com nossos irmãos e com Cristo, formando assim o Corpo Místico de Cristo.
QUESTÕES 1. 2. 3. 4. 5. 6.
O que é Igreja e quem pode participar dela? Qual a origem da Igreja? Quais as duas dimensões da Igreja? Quais as duas ordenanças bíblicas para a Igreja? Quais os elementos do culto cristão? Qual a importância de congregar?
REFERÊNCIAS CONCÍLIO Vaticano I. Montfort Associação Cultural, 2015. Disponivel em: <http://www.montfort.org.br/old/documentos/vaticano1.html#s4cap1>. Acesso em: 18 Janeiro 2015. FERRERIRA, F. Teologia cristã: uma introdução à sistematização das doutrinas. São Paulo: Vida Nova, 2011. GEISLER,. Teologia Sistemática. 1ª. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. HODGE, C. Teologia Sistemática. In: CALDAS, C. Fundamentos da teologia da Igreja. São Paulo: Mundo Cristão, 2007. Cap. 2, p. 26. HORTON, S. M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 5ª. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999. MATOS, S. D. O Papado: Sua Origem, Evolução Histórica e Significado Atual. Portal Mackenzie. Disponivel em: <http:// www.mackenzie.br/6933.98.html>. Acesso em: 18 Janeiro 2015. STRONG, J. Concordância Strong Exaustiva – Concordância Exaustiva da Bíblia. In: BARBOSA, G. Doutrina da Igreja. Rio de Janeiro: Saber e Fé, 2006.
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