REVISTA DE MODA E COMPORTAMENTO ANO I Nยบ 1 AGO 2013
O jeito de ser carioca virou moda Moda carioca no mercado externo
Expediente CURVATUA - www.curvatua.com Tiragem: 50000 Edição: Julho 2013 Curvatua é uma publicação, no formato revista, com apresentação na forma de layout impresso, utilizada para avaliação individual do conteúdo da disciplina de Projeto de Periódicos, do Curso Técnico de Comunicação Visual, do SENAI Maracanã. Projeto Gráfico: Felipe Sá Orientação: Profª Cristina Mara Monteiro Impressão: Free Gráfica Conselho Editorial: Andressa Novo, Ivyn Indhara, Renato Pires Redação: Elizandra Sza, Laís Guarany, Pedro Tomaz, Fotografia: Bruno Fabrini, Janaína Costa, Mariel Miranda Editorias de Arte: Alex Domingos, Bruno Gornates, Diego Monteiro, Felipe Sá, Leonam Alves, Marcelo Veiga, Maurício Matos, Rachel Vianna, Vinícius Sabino
Sumário 05 06 16 21 28 36 52 64 78 84
Curvas: as tuas, as minhas... são tendências! Capa: O jeito de ser carioca virou moda Internacional: Moda carioca no mercado externo Entrevista: Oscar Metsavah e o estilo Osklen de ser Ponto e Nós: A Copa, os Jogos e a moda Memória: Cinco décadas de história da moda carioca Caiu na rede: A carioca, o guia de estilo da Cidade Maravilhosa Circuito: Os agitos do Rio de Janeiro Gastronômicas: Os aperitivos cariocas Ginga: Os ritmos mais quentes da cidade
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Editorial Curvas: as tuas, as minhas... são tendências! Amanhece no Rio de Janeiro. O sol que surge no horizonte, redondo e quente, reluz nas curvas bem trabalhadas do verde carioca: montanhas, pedras e morros saem aos poucos da sombra para mostrar-se aos olhos do mundo. A cidade maravilhosa contempla-se no espelho d´água de um mar imenso e agradece a Deus, todos os dias, por ter nascido tão bela. Quem nasce numa cidade assim já vem ao mundo com um sentimento de obrigação: o de se integrar à paisagem. Cumprindo com sua parte, já que a outra só a Deus cabe
ajudar, os cariocas acordam cedo e invadem o espaço urbano com suas malhas e lycras coloridas. Logo, logo, estarão andando, correndo, pedalando, “malhando”, e o suor escorrerá pelos seus corpos, cada um no seu estilo. Outros despertam ainda mais cedo e saem do outro lado do Corcovado em busca do pão de cada dia. Misturados, todos os cariocas se esbarram no corre-corre da cidade e ajudam a construir a identidade de um povo que tem no corpo a sua marca e sobre o qual se desenham suas fronteiras.
Mas, afinal, que bossa é essa? O que é esse algo a mais que torna o estilo do carioca tão único? Esse jeito de ser está representado na maneira como se veste. Descontração, cores e estampas são palavras-chave, o conforto está acima de tudo. O seu principal segredo está em criar uma moda própria, totalmente sintonizada com a vida que leva e com a cidade em que vive.
Para entender o estilo de se vestir dos cariocas, é preciso antes entender o seu estilo de vida. Ruy Castro, jornalista e escritor, diz que “por esse jeito de ser do carioca, leia-se, entre outras, uma recusa quase carnívora a se levar muito a sério, uma combinação de tédio e deboche diante de qualquer espécie de poder e, não por último, uma joie de vivre que desafia os argumentos mais racionais”. Desde a época do império, quando a corte portuguesa se instalou no Rio de Janeiro, o carioca se acostumou a absorver as
tendências de moda europeias, mesmo sendo de clima tão diferenciado, e adequá-las ao seu estilo de vida. De uma década para cá, no entanto, o cenário mudou, e o carioca se redescobriu e voltou a acreditar na sua moda. Marcas cariocas estão em ascensão e invadiram as lojas e guarda-roupas em todos os cantos do Brasil, como as queridinhas Farm, Maria Filó, Animale, Osklen, Leeloo, Reserva, entre outras. Essas grifes são especialistas em traduzir esse jeito meio despojado mas cheio de bossa do carioca se vestir.
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Carioca cria tendência. É importante salientar que, assim como nossas sandálias Havaianas, não vendemos mais somente roupas, mas também, sim, marcas brasileiras, cariocas. O fato é que a moda carioca se profissionalizou e hoje tem recursos para se consolidar. Sob esta ótica é importante afirmar que o perfil do profissional de criação se revela distinto do empreendedor. Mas, por outro lado, todas as equipes de criação são formadas por uma nova geração de estilistas das mais variadas escolas de moda do Rio, o que demonstra a importância das escolas de moda para a vocação da cidade. E a gestão das marcas é a estratégia diferencial para concor-
rer com marcas do Brasil e exterior em condições de igualdade, aumentando significativamente o valor de mercado de nossas marcas. A personalidade corporal O corpo é uma obra-de-arte, um parceiro que reside em um espaço social que fica entre aquilo que podemos e aquilo que devemos fazer com o nosso corpo. O estereótipo corporal, ou personalidade corporal modal, seria o resultado da incorporação física e psíquica individual de um modelo de corpo determinado socialmente e influenciado por uma cultura carioca e por valores modais da aparência física. As representações da aparência nas cenas sociais mostram que a semiótica da aparência
muscular se tornou hoje, no Brasil, quase mais significativa, tanto econômica quanto socialmente, do que as da cor e as de gênero. A malhação é um fato social total.
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O estilo A moda carioca tem uma coisa meio inexplicável. Tudo leva a um clima muito praiano, de gente de bem com a vida. Os itens indispensáveis do estilo carioca são peças que refletem a sua personalidade, mezzo sexy, mezzo hippie. E claro, também são roupas e acessórios frescos e descontraídos, por causa do clima quente praticamente durante o ano todo desta metrópole à beira-mar. A partir da década de 80, o mundo buscou a afirmação de identidade. Nunca o
carioca foi tão carioca; o paulista nunca foi tão paulista, o pernambucano tão pernambucano e o brasileiro tão brasileiro. Ser carioca é mais do que ter nascido no Rio; é ter aderido à cidade e só se sentir completamente em casa em meio a uma adorável informalidade, em plena sociabilidade, existindo através da simpatia e, sobretudo, sendo gente boa! Esse é o valor máximo do carioca. O carioca se relaciona com facilidade. Trabalho é meio de vida e não um fim. O primordial para o carioca é ser feliz.
Inspiração tirada tirada da da natureza natureza
Canto superior direito, canto superior esquerdo e canto inferior esquerdo: desfile Alessa ver達o 2014 para o Fasshion Rio
Ver達o carioca inspirado na fauna e na flora
Centro inferior e canto inferior direito: desfile Nika Kessler ver達o 2014 para Fasshion Rio
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Você está obsecada pelas coisas certas? A diferença entre uma espinha e o câncer de mama pode ser a mesma entre a vida e a morte. Verificações regulares da mama são a melhor maneira de combater o câncer. Mostre o apoio para as mulheres em sua vida, comprando uma fita rosa.
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Moda carioca no mercado externo
A participação do Rio de Janeiro em exportações de moda no país bateu recorde, segundo dados levantados pelo Sistema Firjan. Em dez anos o preço médio do produto fluminense valorizou 127%. Na última década, a parcela do Rio na exportação de moda brasileira cresceu 31%.
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O vice-presidente do Sistema Firjan e presidente do sindicato têxtil, Carlos Leker, destaca os resultados que a indústria da confecção fluminense apresentou no período de dez anos. “Este é um número positivo, ainda mais levando em conta que expor tamos para países voltados para este mercado e com altos padrões de exigência, como França e Japão”, afirma. Com este resultado, a colaboração do Rio de Janeiro nas expor tações brasileiras do setor alcançou recorde histórico em 2012 ao atingir 14%, consolidando a terceira posição entre os maiores exportadores de moda no país, ao lado de São Paulo e Santa Catarina, respectivamente. Nos últimos anos, o preço médio da moda fluminense saltou de US$ 29/kg em 2003, para US$ 65/kg em 2012. O resultado é 38% superior à média brasileira. Em valores absolutos, a Região Sudeste foi a que mais vendeu ao setor externo (US$ 10,678 bilhões) e as expor tações registraram retração de 10,1% em relação a março de 2012 (US$ 11,877 bilhões). A par ticipação da região sobre o total embarcado pelo país foi de 55,27%. A impor tação foi também a maior entre as regiões brasileiras no mês e somou US$ 9,916 bilhões. Com isso, o saldo regional ficou positivo em US$ 761 milhões.
Oskar Metsavaht, ex proprietário e consultor de estilo da marca Osklen, pioneiro da exportação da moda carioca, com filiais em cidades como Paris e Tokio.
Cresce o saldo das “trading companies” De janeiro a março de 2013, as expor tações brasileiras realizadas via trading companies somaram US$ 5,205 bilhões e as impor tações do segmento foram de US$ 986 milhões. Com isso, a corrente de comércio do setor totalizou US$ 6,191 bilhões e o saldo positivo alcançou US$ 4,220 bilhões. Em relação ao total vendido pelo Brasil ao exterior no período (US$ 50,837 bilhões), as expor tações das empresas trading companies representaram 10,2%, mesmo percentual registrado no primeiro trimestre de 2012. Já em relação ao total impor tado pelo país até março (US$ 55,992 bilhões), a par ticipação foi de 1,8%, menor que o verificado no mesmo período do ano passado (2%).
No comparativo com o mesmo período de 2012, as vendas brasileiras dessa categoria de empresas (US$ 5,448 bilhões) recuaram 4,5% e as aquisições (US$ 1,310 bilhão) diminuíram 5%. O saldo entre janeiro e março do ano passado foi de US$ 4,138 bilhões e, por tanto, houve aumento de 2% em relação ao mesmo período deste ano, o que, porém, não ocorreu com a corrente de comércio (US$ 6,758 bilhões), que retrocedeu 8,4%.
Redução nas exportações de calçados Dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) indicam uma queda de 13,5% no faturamento com
exportações de calçados no mês de março no comparativo com o mesmo mês do ano passado. No entanto, em volume, o resultado foi 2,3% superior, o que é explicado pela queda de 19% no preço médio do sapato exportado. No mês passado foram embarcados 9,9 milhões de pares que geraram US$ 82,7 milhões ao passo que no mesmo mês de 2012 os números foram de 9,7 milhões e US$ 95,6 milhões, respectivamente. A variação frente a fevereiro ficou negativa 16,7% em dólares e 7,4% em pares.
Setor textil, potencial para exportação.
Internacional . 19 Inscrições para feira na África do Sul
Produtos brasileiros em Paris
Com o objetivo de estimular os representantes do agronegócio brasileiro e aumentar sua participação no mercado internacional, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), participa da Saitex/Africa”s Big Seven, de 30 de junho a 2 julho de 2013, em Joanesburgo, África do Sul. Produtores rurais, cooperativas, distribuidores, exportadores, importadores, associações e sindicatos, entre outros segmentos, têm até o dia 22 de abril para se inscrever. Para participar, os interessados podem se inscrever, gratuitamente pelo site www.agricultura.gov. br/internacional/eventos-missoes.
Iniciada em 10 de abril, a exposição com tema brasileiro na famosa loja de luxo Le Bon Marché agrada ao público de Paris. Com marcas como Osklen, Melissa e Havaianas, as vendas prometem alcançar os 3 milhões de Euros com a campanha que vai até 22 de junho. A ação conta com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Expor tações e Investimentos (Apex-Brasil) e das entidades empresariais que compõem a marca Brasil Fashion System, incluindo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), por meio do Texbrasil (Programa de Expor tação da Indústria da Moda Brasileira).
Algodão, maior matéria prima de exportação textil brasileira.
Principal programa de exportação da moda brasileira.