O Jornaleiro - 005

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Campo Limpo Paulista

Faccamp 4

No ano de 2014, mais de 1500 bolsas de estudos são oferecidas pela FACCAMP. Saiba mais.

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Ano II * Edição 5 * Junho de 2014

Entrevista 3

Roger, o vocalista da banda de rock Ultraje a Rigor, recebeu a equipe do O Jornaleiro em seu camarim no SBT para um bate papo. Confira tudo que rolou nessa entrevista exclusiva!

Guerra contra a Dengue IMAGEM: REPRODUÇÃO/PREFEITURA DE CAMPO LIMPO PAULISTA

Região 7

Famosa pelo seu sabor inconfundível, a Turbaína, tradicional refrigerante de Jundiaí, está na boca do povo há pelo menos 70 anos. Fomos até a fábrica em Jundiaí descobrir mais sobre essa bebida histórica.

Cotidiano 8

Com um trabalho de amor aos animais, ONG de Campo Limpo Paulista tem um trabalho incansável para resgatar animais abandonados e dar a eles uma nova chance de viver.

Cerca de 140 casos de dengue foram confirmados em Campo Limpo Paulista desde o início do ano, o que significa um aumento de 300% em relação ao mesmo período do ano passado. A situação colocou os agentes de saúde em alerta e até o exército foi para as ruas para tentar conscientizar a população dos bairros com o aumento do índice da doença. Entrevistamos pessoas que foram vítimas da doença e autoridades de saúde do município para tentar entender o que foi e o que será feito para controlar a situação atual da saúde pública que já se mostra alarmante. Página 2

FACCAMP

ESPORTE

Produzido por cerca de 50 alunos de Jornalismo e Rádio e TV, o programa de rádio Drops Faccamp faz sucesso na faculdade. Página 5

O Paulista de Jundiaí passa por uma crise dentro e fora de campo que preocupa os torcedores do Galo do Japi. Entenda. Página 6


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Ano II * Edição 5 * Junho de 2014

Problema: Dengue! SAÚDE

Campo Limpo Paulista sofre com um perigo silencioso que se proliferou neste primeiro semestre de 2014 KELLEN MELO, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

A

edes aegyptide, o mosqui- alizado no dia 25 de Abril, quando to responsável pela trans- um pelotão de 45 soldados do 12° missão do vírus da “Den- Grupo de Artilharia de Campanha gue”, têm parência inofensiva. de Jundiaí e agentes da Vigilância Mede menos de um centímetro, Epidemiológica da cidade foram cor café ou preta com listras bran- de casa em casa sensibilizando a cas no corpo e pernas. Ele é diur- população para a importância de no, e se multiplica em depósitos eliminar os focos do mosquito de água parada acumulada nos transmissor da doença. quintais e dentro das casas. Caso de dengue Neste primeiro Semestre de 2014, Larissa Barsotti (17), filha da dona os casos de dengue na cidade de de casa Maria José, reside no bairro Campo Limpo Paulista vêm sur- do São José II, contraiu a doenpreendendo a população, chegan- ça “duas” vezes. Na primeira vez do a aumentar 300% desde o início começou a se sentir muito cansada. do mês de janeiro. Em seguida, surgiram: febre alta, Cenário atual dores fortes na cabeça, tonturas, A Assessoria de Imprensa da Pre- manchas, coceiras e moleza no feitura, por meio da Secretaria de corpo. Recebeu medicação, bebeu Saúde e da Coordenadoria de Vi- bastante água e ficou em repougilância Sanitária, confirma que até so. No hospital, os médicos não a terceira semana de Abril foram queriam confirmar que era dendetectados 140 casos gue. Foram realizaCasos de positivos de dendos “seis” exames de gue (autóctones, ou dengue na cidade sangue que comproseja, pacientes cona doença. Em aumentaram vavam taminados dentro do uma das consultas, 300% município), seis reo caso de dengue foi gistros de importados (fora da ci- enfim confirmado. Larissa perdade) e 20 casos negativos. O do- maneceu 10 dias com o vírus. Já na cumento aponta, ainda, que houve segunda vez, em menos de um mês 39 recusas de coleta de sangue e a jovem contraiu a doença nova95 pessoas aguardam resultado de mente, os médicos recomendaram exame do Instituto Adolfo Lutz. que ficasse em casa, tomando os Os bairros onde apresentaram as remédios e bebendo muita água. situações mais críticas de criaForma de atuação da Vigilância douros e casos positivos são em Saúde. Botujuru, São José I e São José Segundo Líbero Saveiro Ianello, coII, motivos pelos quais foi reali- ordenador da Vigilância em Saúde zado um arrastão intenso nessas e Jaqueline Cristina Servulo, técregiões mais populosas de Campo nica em Enfermagem da Vigilância Limpo Paulista. O arrastão foi re- Epdermiológica de Campo Limpo

Paulista, eles estão trabalhando nas visitas “Casa a Casa”, informando os moradores e eliminando os focos do mosquito Aedes Aegypti. A única forma de prevenção é “eliminar os criadouros nas residências”, disse Líbero Ianello. “Se cada morador der a sua contribuição, cuidando da sua casa, eliminamos o problema, pois são encontrados muitos focos de dengue como pratos de vasos, bebedouros de animais e, o mais grave, as caixas de água destampadas”, confirmou. De acordo com ele, 95% dos casos estão do portão para dentro das casas, evidenciando que não há uma conscientização global para o problema, apesar da intensa campanha da prefeitura e das demais esferas de governo. A Secretaria de Saúde, por meio da VISA (Vigilância Sanitária) e

retaguarda da SUCEN (Superintendência de Controle de Endemias), vai realizar, a partir de agora, o fumacê nas residências – pulverização que mata os mosquitos já em fase de ovo. Entretanto, se os moradores não evitarem os criadouros, as larvas rapidamente eclodem, mantendo o risco de transmissão da doença. Medidas preventivas A maneira de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em embalagens, copos plásticos, latas, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, sacos plásticos e lixeiras, entre outros

IMAGEM: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

GUERRA

Exército vai a bairros com maiores números de casos de dengue em Campo Limpo.

EXPEDIENTE:

Órgão Laboratorial do curso de Comunicação Social da Faculdade Campo Limpo Paulista (Faccamp), produzido pelos alunos de Comunicação Social de 2014.

Editor Chefe: Prof. Felipe Schadt - MTB 64231 Diagramação: Gabriel Patez, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO Produção: Equipe do O Jornaleiro

Diretora: Profª. Patrícia Gentil Passos Vice-Diretor: Prof. Nelson Gentil Coordenadora do curso: Profª Leni Pontinha

Junho de 2014 Tiragem: 1.500 exemplares

Rua Guatemala, 167 - Jardim América - Campo Limpo Paulista-SP - CEP: 13231-230 - www.faccamp.br - www.comuniquetres.com.br - www.facebook.com/ojornaleiro


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entrevista

Opinião, Televisão e Rock n’ Roll

Em entrevista exclusiva, Roger fala de sua carreira e de como é trabalhar num Talk Show CLÁUDIO LEAL, TERCEIRO SEMESTRE - PUBLICIDADE E PROPAGANDA

R

oger Rocha Moreira tem 56 anos, é o front man da banda Ultraje a Rigor e faz parte do programa The Noite, no SBT. Autor de sucessos como Inútil, Ciúme e Pelado, Roger é sempre lembrado por sua inteligência e sinceridade. Longe de polêmicas, o artista recebeu a equipe do O Jornaleiro para uma entrevista exclusiva. Roger, em algum momento de sua carreira com o Ultraje, você chegou a imaginar que trabalharia em um talk show? Não, mas quando veio o convite do Danilo, eu sabia exatamente o que a banda tinha que fazer. Isso foi em 2010, nós gravamos alguns pilotos e foi fácil. O programa tem muito a ver com a gente, porque vivemos assim, tirando sarro um do outro. Além disso, nele a gente pode tocar o que gosta, brincar e falar. É bem legal! E como foi mudar da Band para o SBT? Sentiu diferença? Aqui no SBT temos algumas dificuldades técnicas, mas encontra-

mos uma estrutura melhor do que na Bandeirantes. O mais importante é que quando estreamos aqui, foi como se a gente tivesse simplesmente continuado com o programa. Nós temos três anos de experiência, já estamos indo por música. Seja lá ou aqui, depois que vocês começaram a trabalhar com isso, de certa forma interferiu na agenda de shows? Sem dúvida. Mas eu já vinha querendo diminuir um pouco a carga de shows por causa da idade e porque a estrutura de praticamente tudo no Brasil é capenga. Também na minha própria vida pessoal, pois tive uma filha recentemente e quero ficar mais tempo em casa. De forma geral, eu posso continuar tocando, que é o que eu faço. Às vezes, você tem que sacar uma oportunidade e agarrá-la. E você acha que conseguiu aproveitar todas as oportunidades que a vida te ofereceu? Acho que sim. A minha ideia inicial com o Ultraje era só tocar em barzinho. Quando o Edgar Scan-

IMAGENS: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

NO THE NOITE

“O programa tem muito a ver com a gente, porque vivemos assim, tirando sarro um do outro. Além disso, podemos tocar o que gostamos”, diz Roger.

durra, que é do Ira!, esteve no Ultraje, disse que tinha outra banda e, como eles compunham, decidimos começar a compôr também. As composições agradaram, gravamos, fomos pegando o que foi pintando e conseguimos estar aí até hoje. Trinta e três anos depois, falando em bandas de rock mesmo, a nossa geração é a primeira que faz isso. Voltando a falar dos shows, você se lembra de algum que tenha feito na região de Jundiaí? Como foram essas experiências de relacionamento com o público do interior? Muitos! E agora a gente tocou na Virada Cultural, no fim de maio. Quanto à diferença de público, o da capital já está mais acostumado com shows, então eles são mais exigentes. No interior, muitas vezes, falta um estilo de rock na cidade, então quando vamos, juntam todos os roqueiros órfãos e vão ao show (risos). É uma coisa bem legal, o interior de São Paulo é muito caloroso. Mudando de assunto, como você enxerga o cenário atual da música brasileira? A qualidade piorou muito, principalmente, se você pensar nos elementos da música, como a harmonia. Muita banda não tem originalidade, existem vinte iguais a ela. Então, sempre me pergunto: por que mais uma? Para encerrar, a maioria do público do O Jornaleiro é de jovens universitários. O que você tem a dizer para estas pessoas? Os jovens são sempre, por defi-

nição, o futuro do País. Só que muitos têm vários ideais equivocados, e não conseguem se manter íntegros. É como o cara que acha que a coisa pública é de ninguém. Não, o público é de todos! Temos que pensar no coletivo, e isso é frequentemente esquecido. Com o tempo, pode-se corrigir IMAGEM: REPRODUÇÃO/SBT

Ultraje a Rigor no programa The Noite.


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faccamp

Mais de 1500 bolsas de estudo Além do FIES, do PROUNI e da Escola da Família, conheça outras maneiras de se obter bolsas e descontos na FACCAMP KAREN SIMONI, QUINTO SEMESTRE - JORNALISMO

O

incentivo à formação é algo extremamente importante, pois nos dias atuais é algo muito cobrado no mercado de trabalho e sem ela, ter um bom emprego e bom salário vem a ser uma tarefa difícil. Muitas pessoas têm o sonho de fazer uma faculdade, de ter uma profissão. Para que estas pessoas possam dar o primeiro passo a seguir e alcançar suas metas, a FACCAMP oferece vários programas de bolsas para aqueles que querem estudar, mas não têm condições financeiras para pagarem o curso em seu valor integral. Neste este ano de 2014, a FACCAMP estima que terá mais de

IMAGEM: REPRODUÇÃO/FACCAMP

INFORMAÇÃO Para saber mais sobre as bolsas de estudo disponíveis na FACCAMP, basta ir até a tesouraria da faculdade. 1500 bolsas para oferecer, pelos seguintes programas: FIES – Financiamento Estudantil, PROUNI – Programa Universidade para Todos, Escola da Família, Indicação No Ato Da Inscrição, Bolsa Restituível FACCAMP, Vestibular, Desconto De Indicação, Desconto de Parentesco, Convênios e Parcerias. Segundo a tesouraria da FACCAMP, os programas de bolsas que tem mais procura são o PROUNI, que atualmente contempla cerca de 167 alunos; o FIES com 343; e Escola da Família com 429 alunos, todos com bolsa integral - 100%. Vale ressaltar que há aqueles que têm bolsas parciais de 50% e 75%. O funcionário da tesouraria Willians Soares (32) disse que o candidato deve se atentar a algumas regras. “Temos bastante procura pelas bolsas estudantis. A burocracia vai depender do tipo de programa de bolsa que o aluno escolhe”, disse. “O que oferece menos burocracia é o Escola da Família, pois necessita

de menos informações do que os outros programas, o aluno precisa estar matriculado na Instituição e fornecer alguns dados para a secretaria de ensino. Esse pedido passará por uma avaliação para conseguir a bolsa de estudos”, completou o funcionário da faculdade. Em levantamento feito pelo O Jornaleiro, alguns alunos bolsistas disseram estar satisfeitos com as bolsas que a FACCAMP oferece, pois, segundo eles, atualmente têm a oportunidade de construir uma carreira. Para ter informações completas sobre as bolsas, dirija-se à Tesouraria, onde você poderá verificar qual o melhor tipo de bolsa para você, e como fazer para se inscrever em cada uma delas. Esta é uma iniciativa muito importante por parte da Instituição, pois dar apoio e oportunidades àqueles que precisam é algo de muito valor. Afinal desta forma sonhos estão sendo concretizados e alcançados


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faccamp

Se liga aí! O Drops Faccamp está no ar

O que era apenas um projeto no papel, hoje está desenhado com o formato dos próprios alunos de Jornalismo e Rádio e TV GIOVANE ALMEIDA, SÉTIMO SEMESTRE - JORNALISMO

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expectativa de qualquer aluno ao entrar em um curso de comunicação é por a “mão na massa”, e isso é indiscutível. Poder escrever para o jornal da faculdade e até mesmo gravar um programa de rádio ou televisão é essencial para adquirir habilidades e claro, conhecer novas técnicas e áreas dentro do curso. O que a princípio era um projeto incentivado pelos próprios técnicos do estúdio da Faculdade Campo Limpo Paulista, porém, voluntário por parte dos alunos, hoje, a rádio “DROP’S FACCAMP” além de fazer parte da grade curricular como aula prática dos cursos de Jornalismo e Rádio e TV, também anima e informa os estudantes durante o horário do intervalo. Cerca de 50 alunos, divididos entre estes dois cursos, produzem os programas que são transmitidos por caixas de som instaladas no início de fevereiro no Prédio 2, próximo da cantina e do refeitório. Cada programa é composto por quatro alunos, distribuídos em funções como apresentador, comentaristas e diretor, sob orientação do professor Rafael Mattoso Galdino. Além de instruir os alunos, o professor edita todo o trabalho e coloca-o no ar. Segundo o professor, que é formado

IMAGEM: REPRODUÇÃO/EVERTON SEIXAS

PRODUÇÃO

Alunos de Rádio e TV gravam um dos programas nos estúdios de Rádio da Faccamp.

em jornalismo pela própria faculdade, o aluno que participa do projeto tem o privilégio de poder vivenciar como realmente funciona o mercado de trabalho, e claro, aproximá-lo deste mercado. “Ele aprende como funciona uma programação ao vivo, como improvisar, como lidar com uma ligação de um ouvinte, e claro, absorver ao máximo e criar seu portfólio acadêmico, para chegar ao mercado de trabalho com uma certa ‘experiência’ na área”, afirmou o professor. Questionado em relação ao mercado de trabalho, Rafael destaca que não falta profissional experiente, faltam alunos recém-formados

que souberam levar uma bagagem da faculdade. “O projeto ‘DROP’S FACCAMP’ e todos os outros do curso proporcionam essa ‘intimidade’ ao aluno, por isso a importância de participar efetivamente deles. Não basta vir na aula, tem que participar”, concluiu. Para a aluna de Jornalismo, Vivian Santana (20), analista de contas médicas, moradora de Caieiras, as aulas práticas são fundamentais para o desenvolvimento nesta área, pois o rádio é um meio de comunicação bem específico e requer alguns cuidados na hora da produção. “Eu encontrei dificuldades na hora da produção do roteiro de

Cerca de 50 alunos produzem os programas

rádio, fundamental para o andamento do programa, por exigir uma linguagem específica e jovem”, afirmou a estudante. Vivian destacou que podendo atuar no papel de jornalista e conhecer as funções dos profissionais técnicos de rádio a beneficiou muito, além do desenvolvimento de habilidade de comunicação. “Ao início do curso eu sempre fui muito tímida e pude melhorar nesse aspecto, e o programa de rádio ajuda muito porque nos obriga a falar na frente dos colegas, a perder a inibição”, completou a estudante que tem certeza que poderá cumprir as exigências mercado de trabalho, caso venha atuar em uma emissora de rádio. Já para o aluno de Rádio e TV, Leonardo Genari (21), morador de Campo Limpo Paulista, a aula é essencial e indispensável para adquirir experiência, pois o aluno pode tirar todas as dúvidas sobre qual área poderá seguir. “Minha maior dificuldade foi manter a calma para entrar no estúdio, gravar e aprender a controlar o nervosismo”. Além de adquirir uma confiança maior na hora de produzir, que é básico, Leonardo destaca que melhorou sua escrita de roteiro e as aulas práticas estão lhe ajudando a decidir um direcionamento melhor na sua área escolhida


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Esporte

Crise no Paulista de Jundiaí

Com mais de 70 mudanças em menos de dois meses, o time de Jundiaí se despediu da elite do Futebol Paulista com a pior campanha do século THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO IMAGENS: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

VAI TER TORCIDA?

Estádio Dr. Jayme Cintra, casa do Paulista, receberá jogos da segunda divisão do estadual.

A

Torcedor do Paulista de Jundiaí, Rafael Mozeli

má fase do Paulista de Jundiaí no Paulistão foi o reflexo de uma administração que acabou perdendo o comando do clube. E isso pôde ser visto dentro de campo no começo dessa temporada, quando com apenas quatro pontos ganhos no grupo C, a equipe foi rebaixada para a série A2 do Campeonato Paulista. Além disso, o time de Jundiaí promoveu 70 mudanças em seu elenco, entre novos jogadores contratados e dispensas nesse primeiro semestre. Já rebaixado para a série A2 do Paulista, o Paulista de Jundiaí, na sua última partida na elite do campeonato estadual, recebeu no seu estádio a equipe do Bragantino. Com o empate no jogo daquela noite, o Paulista se despediu da primeira divisão do campeonato sem vencer nenhuma partida. O Galo acumulou esse recorde negativo, sendo única equipe que terminou os 15 jogos da primeira fase sem nenhuma vitória. Outra equipe que passou toda a série A1 do Paulistão sem vencer nenhuma partida foi o América-SP em 2000, e em 2004 a pior campanha do estadual foi do Oeste, quando o time de Itápolis, que terminou o torneio com dez pontos, acabou sendo punido pela escalação de jogadores irregulares e terminou com dois pontos negativos.

Quais as causas para a má fase do Galo da Japi que já dura dois anos? Segundo o ex-presidente da Raça Tricolor e torcedor do Paulista de Jundiaí, Rafael Mozeli (26), a má administração não é algo de hoje e vem se arrastando dentro do Jayme Cintra. “O Paulista sofreu nos últimos campeonatos, pois acho que a questão de mudança de técnico e jogadores no meio da competição é ruim”, disse Mozeli. “Mas são coisas que acontecem na maioria das equipes. O Paulista está precisando de uma nova gestão, a que está no comando está envelhecida, cansada, e está há quatro anos na direção do clube”, completou o ex-presidente da torcida uniformizada. Durante o campeonato, o Paulista trocou duas vezes de técnico: Giba e Márcio Bittencourt não resistiram às seguidas derrotas. Além dos comandantes, os atletas também mudaram desde o início do Paulistão. No mês de janeiro, foram muitos desligamentos e contratações sem planejamento da equipe. Hoje quem comanda o time de Jundiaí é Beto Cavalcante, que foi o auxiliar de Márcio Bittencourt. Entendendo a crise Após a saída da era Parmalat na equipe de Jundiaí (de 1998 à 2001), o clube ainda tinha dinheiro e sua estrutura

organizada com todas as suas contas em dia. Mas com dificuldades de encontrar patrocínio, depois da conquista da Copa do Brasil de 2005, a equipe de Jundiaí teve dificuldades de montar um time, que acabou se desmontando para a Libertadores da América do ano seguinte. Em 2007, a diretoria do Paulista firmou uma parceira com o Banco Fator em um projeto nomeado Campus Pelé. O Rei do Futebol iria investir nas categorias de base e em grandes melhorias na estrutura da equipe, além de auxiliar nas administrações futuras do clube. Entretanto, o acordo não foi o reflexo dentro de campo e, dois anos após firmar o acordo, o Galo da Japi acabou sendo rebaixado da Série B para a Série D do Brasileiro. Enquanto a parceria durou, a equipe conseguiu se manter na primeira divisão do campeonato estadual e conquistar o Bi campeonato da Copa Paulista em 2010 e 2011. Quase três anos após o término da parceria, os problemas financeiros voltaram a ser a maior dificuldade da equipe de Jundiaí. Nesse período de crise financeira em que a equipe vive, o Paulista de Jundiaí tenta receber os valores referentes à transação do meia-atacante Nenê com o clube espanhol, Alavés, que ocorreu no ano de 2004. Segundo o jornalista André Savazoni do Jornal de Jundiaí (JJ), o Paulista teria o direito de receber o dinheiro por ser o clube formador do atleta, porém, com muitos problemas para reabrir esse processo junto à FIFA e para receber o pagamento em mãos, já que o clube espanhol não existe mais. As chances de o Paulista receber esses tais valores ainda são muito remotas por esse processo já estar arquivado na FIFA. A equipe ainda teria o direito de receber os valores das negociações do atleta Nenê para o Celta de Vigo (Espanha), Mônaco e Paris Saint-Germain (França) e Al-Gharafa do Catar

De olho no futuro A equipe de Jundiaí já começou a reestruturação de seu elenco para a Copa Paulista. O Galo da Japi aproveitou o seu último jogo na primeira divisão para dar oportunidade aos jogadores da categoria de base, dentre eles para o meia-atacante Erick Mamadeira, que vinha se destacando no Campeonato Amador de Jundiaí desde 2012 pela equipe do Jamaica. Com apenas 22 anos, Mamadeira surge como umas das principais apostas para disputa da Copa Paulista e da série A2 do Paulistão. Seu contrato vai até o fim de novembro e Mamadeira já teve passagens por grandes clubes do Futebol de São Paulo, como Palmeiras e seu arquirrival, Corinthians. Segundo a assessoria de imprensa do Paulista de Jundiaí, a equipe está focada em montar um time jovem. “Para a Copa Paulista, nós vamos montar uma equipe bastante jovem, com a base que terminou jogando o Paulistão nas últimas cinco rodadas”, disse. Além de Mamadeira, o Paulista aproveitou o estadual para dar oportunidades para outros jogadores, como o meia-atacante Gabriel Leite, o volante Felipe Diadema, os zagueiros Malcon e Leandro; e o lateral-esquerdo Victor Hugo. “O técnico Beto Cavalcante sempre dá oportunidades para os jovens atletas. Para ele, o jogador que estiver melhor vai jogar, independente da idade”, completou a assessoria do clube. Ainda segundo a assessoria do Paulista, o clube terá praticamente dois meses e meio para fazer a preparação da equipe, observar jogadores depois. por volta da segunda quinzena de junho, a comissão técnica espera ter de 85 a 90% do elenco formado. A Copa Paulista inicia-se logo após o Mundial no Brasil


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Com tudo combina Região

O pão com mortadela e as tardes de domingo nunca mais foram os mesmos após o seu surgimento. Conheça um pouco da história da Turbaína

BRUNO GALIEGO, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

U

ma balinha muito doce, um sabor diferenciado... Tutti-Frutti? Sim, o melhor sabor de Tutti-Frutti, o italiano. Em 1932 foi o início de tudo, o químico Pietro Paccini viu na cidade de Jundiaí uma chance de iniciar sua vida empresarial. As balinhas com sabor de Turbaína começaram a ser comercializadas e por

pediram autorização ao proprietário da marca para utilizarem o sufixo, e assim surgem nomes como Taubaína, Itubaína, entre outros. A empresa teve o nome de Ferrazo e Cia, e posteriormente para Ferráspari Indústria e Comércio de Bebidas, nome que mantém até hoje. Mas afinal, de onde vem o nome Turbaína ou Tubaína? Bem, amIMAGEM: REPRODUÇÃO/FERRASPARI.COM.BR

HISTÓRIA

Desde a década de 1940, o refrigerante de Jundiaí já estava na boca do povo.

causa da boa aceitação do público, logo, Paccini resolveu partir para um seguimento diferente: bebidas. A ideia de produzir um refrigerante é um tanto quanto curiosa. Paccini notou que a suas preferências (e da maioria) por sobremesas eram por doces e frutas, com isso ele resolve produzir uma bebida açucarada e com o mesmo sabor das balas que a empresa produzia. A simples balinha doce de sabor diferenciado transformou-se em um refrigerante único, um refrigerante que nas décadas de 1940 e 1950 estava literalmente na boca do povo, principalmente do povo interiorano. Por essa razão, muitos concorrentes

bos são o mesmo refrigerante e a mesma fabricante. “O diferencial é que a Tubaína era comercializada em São Paulo, apenas isso”. Mas, não vamos fugir da questão: de onde vem esse nome? Segundo Paulo Penteado (63), diretor de negócios da Ferráspari, o nome do refrigerante tem um significado especial. “Turbaína seria bebida alcalina para o povo. ‘turba’ significa ‘povo’ e ‘ina’ vem de ‘água alcalina’”, disse o diretor. Já sobre o sabor da bebida, Eduardo Cerioni (57) diretor de vendas da Ferráspari, explica qual é o característico sabor do refrigerante de Jundiaí. “É um refrigerante de

Tutti-Frutti com extrato de guaraná, vo de orgulho para a cidade”, comsempre foi isso. Antigamente não pletou o empresário. colocávamos no rótulo que em seu No ano de 2014, a Turbaína relanxarope havia o extrato, passamos a çou a versão em latinhas e fez com colocar por uma questão econômi- que o refrigerante voltasse à boca ca, pois naquele tempo a empresa do povo. Por conta disso, teremos que colocasse no rótulo que de fato ainda nesse ano, uma versão “Vinhavia extrato de guaraná na compo- tage” do refrigerante. Paulo Pentesição, ganhava um certo desconto na ado nos falou um pouquinho socompra do extrato”, contou Cerioni. bre a novidade: “Esse formato terá “Era bem aquele neuma garrafinha no Turba gócio de valorização estilo ‘long neck’ de significa do produto nacional”, cor âmbar, a embacompletou. lagem será estilizada povo e ina A Turbaína possui como antigavem de água bem um sabor tão marmente”, adiantou. alcalina cante que existem, até O trabalho de publihoje, lendas mercadológicas relacio- cidade exercido pela empresa está nadas às indústrias de refrigerantes, sendo muito eficaz. Foram colocadas quais a maioria delas é verdade. dos balcões de degustação em suUma grande empresa multinacional permercados e até uma propaganda já tentou conversar algo sobre uma televisiva no horário nobre. “Usapossível parceria. “Faz muito tempo, mos todos os bordões populares enuns 20 anos atrás talvez, mas prefe- volvendo a Turbaína para obter um rimos nos manter aqui mesmo”, de- bom trabalho de divulgação”, declaclarou Eduardo Cerioni. rou Penteado. O prédio onde se encontra a Fer- Bom, o negócio agora é aguardar ráspari se tornou um patrimônio as novidades envolvendo essa histórico da cidade de Jundiaí e até bebida tão deliciosa que desde hoje a linha de produção do refrige- a década de 30 adoça os lares de rante é no mesmo local. Um moti- Jundiaí e região IMAGENS: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

O diretor de negócios Paulo Penteado e o diretor de vendas Eduardo Cerioni .


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S.O.S Animal cotidiano

Por meio de ONG, animais maltratados ganham proteção e uma nova chance para viver GABRIELA ALVES, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

É

realmente difícil, ou quase impossível, não ver em algum tipo de mídia, seja televisão, rádio e redes sociais, situações em que animais de estimação são deixados na rua, maltratados ou, até mesmo, mortos por um “dono” ou por um estranho em atitudes injustificáveis. Um caso recente é o do alemão Mads Jensen, que gravou um vídeo onde bate por quase uma hora (isso mesmo!) em seu cachorro por ele ter feito “xixi” em sua cama. Causando revolta na grande maioria dos internautas, acabou sendo linchado pelas pessoas que viram seu vídeo. Outro fato que marcou o fim de março aconteceu em Ijuí, cidade no Noroeste do Rio Grande do Sul. A suspeita é de maus tratos de um pet shop que ocasionaram a morte da cadelinha Cyndi, logo depois de um banho no estabelecimento, no último dia 28 de março. Segundo o proprietário do animal e veterinários de uma clínica do município, foram constatadas lesões no pescoço e traumatismos. Os donos de Cyndi pretendem recorrer à justiça em busca de indenização. Segundo o site JusBrasil, o parlamentar Ricardo Tripoli, aguarda a aprova-

ção de seu projeto, o qual assegura que quem maltrata animais intencionalmente poderá ser preso por até cinco anos. “Estamos esperando reforma do Código Penal, mas enquanto não temos a reforma, não podemos continuar com uma pena branda como é hoje que é de três meses a um ano, sendo que a pessoa pode converter em serviços sociais. Ou seja, uma simples doação de cesta básica compensaria o crime de ter ateado fogo em um cão ou em um gato”, disse o parlamentar. Mesmo com tantos casos de animais sendo torturados, existe o outro lado da moeda: o lado das pessoas que cuidam destes animais. A ONG Abrigo do Jello, em Campo Limpo Paulista, também enfrenta todos os dias o desafio de cuidar de animas maltratados e/ou abandonados. Criada no de 2011 por José Albino Ferreira, popularmente conhecido por Jello, a ONG está ativa até hoje com aproximadamente 100 animais acolhidos por maus-tratos e abandonos. Os animais recebem tratamentos, são vacinados, vermifugados, passam por castração e encaminhados para serem adotados. Apenas os que não possuem con-

IMAGEM: GABRIELA ALVES, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

AMOR PRA CACHORRO

José Albino Ferreira, o Jello, não mede esforços para cuidar de animais abandonados. dições de serem adotados, devido à agressividade ou comprometimento físico, como cegueira, por exemplo, permanecem na ONG recebendo todos os cuidados necessários. A ONG é mantida através de doações, de bazares, de rifas e de parceria com a empresa Abalo Cosméticos, que destina parte de seus lucros ao projeto. Para mais informações sobre a ONG, acessem a página do Facebook que está diariamente postando informes sobre a doação de animais. É importante lembrar que o abando-

Charge do jornaleiro:

Tirinha

SILVIO ROMÃO, TERCEIRO SEMESTRE - RÁDIO E TV

SILVIO ROMÃO, TERCEIRO SEMESTRE - RÁDIO E TV

IMAGEM: Reprodução/poressaspaginas.com

no e maus tratos a animais é crime. A denúncia de maus-tratos é legitimada pelo Art. 32, da Lei Federal nº. 9.605 de 1998 (Lei de Crimes Ambientais) e o Art. 164 do Código Penal prevê pena para o crime àqueles que introduzirem animais, sem consentimento, em propriedades alheias, gerando prejuízo ao terceiro. A pena prevista pelo Art. 32 da Lei de Crimes Ambientais é de detenção de 3 meses a 1 ano e multa, enquanto o Art. 164 do Código Penal prevê detenção de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, ou multa


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