Edição 1 - Junho de 2016
A paquistanesa que conquistou o prêmio nobel tem muito a dizer
Entenda o que acontece com a política no Brasil
A luta da cantora na justiça pelos seus direitos
Quebrando tabus com seus vídeos na web!
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Revista TABU
Revista realizada para a disciplina de Planejamento Gráfico II da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS
Professores responsáveis: Celso Augusto Schröder Luiz Adolfo de Souza
Produção e diagramação: Bruno Sant’anna Fellipe Vargas Júlia Pulvirenti
Tabu ta.bu SM (tonga tabu, via ingl) 1. Qualquer coisa que se proíbe supersticiosamente, por ignorância ou hipocrisia. Ex: O direito de votar negado às mulheres foi mais um tabu que se desfez A revista TABU é uma nova forma de levar conhecimento e informação ao jovem e esclarecer questões sociais, de educação, políticas, de gênero e tudo aquilo que você sempre quis saber melhor e nunca soube onde encontrar. A TABU te entrega a informação com os dois lados e te deixa a par do mundo lá fora, do seu mundo. Para se conhecer bem é preciso conhecer e entender o que acontece ao seu redor, no seu bairro, na sua cidade, no Brasil e no mundo, e a TABU é quem vai te ajudar nessa jornada diária de aprendizado e descontrução. Tabus existem para serem quebrados. Vem ler, crescer e aprender com a gente! - Revista TABU
Olenka Wislocki
Famecos - PUCRS 2016/1
Jovens protestam a favor da educação (Yasuyoshi Chiba/AFP)
Empoderamento
A jornalista carioca, conhecida como Jout Jout dominou a internet! Confira a entrevista
Apesar da palavra empoderamento estar em alta, você sabe exatamente o que ela significa?
Gênero Você sabe o que é a definição de gênero?
Política Entenda o que está acontecendo no país e como a política influencia sua vida
O voto Qual a importância do seu voto? Entenda mais sobre o voto obrigatório e o peso de suas escolhas
Eleições EUA
Democratas ou republicanos? Veja como funciona o sistema eleitoral americano
Intercâmbio Pensando em viajar para o exterior? Seja para aprender uma nova língua ou para adquirir experiência, confira nossas dicas para aproveitar ao máximo essa oportunidade!
Ela foi baleada aos 15 anos por defender a educação feminina. Ganhadora de diversos prêmios, jovem é cotada para o Nobel da Paz.
Cyberbullying Com as redes sociais, o bullying já não está apenas nas salas de aula
Jessica Jones A heroína estreou nas telas e quebou todos os tabus em relação a mulheres no mundo dos super-heróis
Free Kesha A cantora acusou seu produtor de estupro e espancamento e agora luta para seguir sua carreira
Guerra Civil O grande embate entre os maiores nomes da Marvel chegou aos cinemas batendo recordes
FEMINISMO
Dica do dia: empodere duas mulheres Apesar da palavra empoderamento estar em alta ultimamente, você sabe exatamente o que ela significa? Confira com a Tabu!
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u escolhi escrever essa pauta e não imaginava que seria tão difícil desenvolvêla. Ora, estou aqui com a minha janelinha do Word aberta e a palavra “empoderamento” está com aquele risquinho vermelho embaixo, porque o programa não conhece essa palavra. E ela é estranha mesmo, não é usada há tanto tempo assim, e, talvez por isso mesmo, seja difícil sua definição. Ficando somente na superfície da palavra, empoderar-se é o ato de tomar poder sobre si. De fato pode significar isso, mas também pode ir muito além, principalmente no que diz respeito à parte do “sobre si”. Podemos entender o empoderamento como um processo pelo qual nos entendemos como parte de um grupo maior, que vai além de nós, além do individual. Não parece mega bonito? E é mesmo. Por isso, tem tudo a ver com a sororidade e a representatividade de que já falamos aqui na revista! A sensação de empoderamento é possível em vários grupos e núcleos e, aqui, como vamos tratar da luta feminista, vamos focar no empoderamento feminino e nãobinário (pessoas não binárias são aquelas que não se identificam nem com o gênero masculino nem com o feminino. Essas pessoas fazem parte da luta do feminismo também! Você pode ler mais sobre nesse blog), apesar de que a maioria 6
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das coisas se aplica a diversas outras formas de empoderamento. Quando percebemos que somos parte de uma realidade maior, enfrentada apenas por mulheres, meninas e pessoas não-binárias, isso é empoderador, é quando nos reconhecemos como semelhantes. É quando percebemos que não somos inimigas, mas, sim, que somos pessoas que vivem uma mesma opressão que pode ser muito dolorosa (principalmente porque muitas pessoas não são
O empoderamento sempre será coletivo. É dar espaço ao outro, principalmente quando o outro tem uma vivência diferente da sua apenas oprimidas pelo machismo, mas também pela transfobia, racismo, homofobia, bifobia, etc.), e que, em união, podemos ser mais do que individualmente. Opressão é o que acontece quando um grupo que é dominante na sociedade se impõe sobre um grupo que não é o dominante. É uma sensação realmente muito
boa e animadora sentir que se nos unirmos conseguimos muito mais conquistas do que se continuarmos a nos ver como o mundo quer que nos vejamos: como concorrentes. Não! Quando nos empoderamos, sabemos que juntas podemos ser pessoas tão mais fortes! No processo de empoderamento – assim como em todos os outros momentos! É necessário, também, entender que nem todas as pessoas têm realidades iguais às nossas: se somos pessoas brancas, heterossexuais ou cisgêneras (ou seja, se ao nascermos já fomos entendidas como mulheres e continuamos a nos entender dessa forma), é muito necessário que a gente entenda que a opressão que sofremos sempre será mais branda do que aquela sofrida por pessoas negras, não heterossexuais ou trans. Por isso, não será empoderamento se nos sentirmos no direito de oprimir outras pessoas do mesmo grupo de que fazemos parte, viu? O que eu quero dizer com tudo isso é: o empoderamento sempre será coletivo. É dar espaço ao outro, principalmente quando o outro tem uma vivência diferente da sua. É apoiar as outras mulheres e pessoas não-binárias em suas escolhas, ouvilas e lutar tanto por elas quanto por si mesma. Não é lutar apenas por liberdade dentro da sua própria realidade, mas perceber tanto a si como parte do grupo, que a luta
Foto: Feminismo na Prática.wordpress.com
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Aos poucos, você vai percebendo que feminismo não é um padrão de comportamento: é sobre aceitação e liberdade.
da outra pessoa, que está inserida em uma realidade diferente da sua, acaba se tornando tão importante quanto a sua luta individual, dando sempre o devido espaço para que cada um, com suas vivências, possa protagonizar essa luta. É como se o individual se tornasse insuficiente para o que queremos conquistar. Não é simplesmente eu me sentir livre para fazer algo no meu universo pessoal (apesar de ser também), porque isso por si só não fará nada pelas outras pessoas que sofrem a mesma opressão que eu, principalmente se a realidade delas for mais opressiva do que a minha: é lutar para que todas as mulheres e pessoas não-binárias possam ser livres do sistema opressivo e machista em todos os sentidos, levando em conta as diferenças de suas realidades. É perceber que realidades diferentes precisam de cuidados diferentes e se atentar para eles. Empoderamento é a sensação de que podemos e
devemos lutar por todos aqueles que fazem parte desse grupo. É nos sentirmos pessoas mais poderosas por estarmos lado a lado! Para que possamos lutar contra a desigualdade de gênero que existe ainda no mundo machista em que vivemos, precisamos nos unir. Não tem como estarmos em união se estivermos em guerra entre nós e se ainda tivermos vergonha de ser mulheres e pessoas não-binárias. Ser mulher é incrível, ser pessoa não-binária também. Nós somos incríveis! Estamos empoderadas quando temos orgulho de ser pessoas semelhantes umas às outras, temos orgulho de nos mostrarmos inteiramente, de corpo e alma, como parte desse grupo. Temos que nos perceber como agentes da luta contra essa desigualdade e nos perceber como pessoas semelhantes para que possamos lutar juntas, até que todas estejamos completamente livres. Para isso, é preciso fazer mais
do que ficar no campo das ideias. Tomar consciência do machismo e apontar onde ele se manifesta na nossa cultura é importantíssimo e sempre válido, mas também é possível combatê-lo com ações práticas no nosso cotidiano. E algumas delas são tão simples que muita gente já deve praticálas mesmo sem saber. Claro que nem sempre vai ser fácil mudar de atitude, mas o poder transformador disso compensa o trabalho. Não é preciso militar no feminismo para fazer nenhuma dessas coisas. Basta ter vontade de mudar as coisas – e a melhor forma de começar a fazer isso é mudando a si mesmo. Trabalho de formiguinha acabar com o machismo? Com certeza. Mas quando for arregaçar as mangas para fazer a sua parte, lembre-se de que formigas, apesar do tamanho, são assustadoramente fortes. É claro que perceber isso é um processo complexo, pois são barreiras a serem quebradas. Revista TABU 7
FEMINISMO Foto: Evelyn Negahamburguer
Se colocar em primeiro lugar não tem nada de egoísta. Ame quem você é.
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Autoestima para empoderar
Quando você acredita em si mesma, você se torna capaz de mudar todo um sistema
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ia desses, no meio de uma crise de baixa autoestima, com muitos ataques e críticas pesadas a mim mesma, uma pessoa querida disse: “se você se acha feia por ter engordado é porque, de alguma forma, considera que ser gorda é feio”. Eis que a contradição se revelou óbvia. Oras, se esperneio porque meu cabelo está crespo, é porque acho, em algum nível, que cabelos crespos não são bonitos. Isso vale para qualquer parte do corpo. E a contradição dói. Porque racional e conscientemente acho todas as mulheres bonitas. Para olhar além disso, tem que ter um pouco de coragem para entender o que e por que está sendo reproduzido. Reproduzir os padrões é reproduzir as opressões mais estruturais e isso é feito o tempo todo. Por onde andamos encontramos receitas infalíveis para enquadrar. Você conta que engordou dez quilos nos últimos seis meses. É o pão, é a cerveja, é emocional, é falta de academia. Você tem usado drogas? É o anticoncepcional, melhor parar. Não pare de tomar anticoncepcional, vai ficar cheia de espinha. Não coma batata, não beba suco de laranja, é calórico, sabia? Use quinoa, linhaça, chá, shake, chia. Foi o que eu ouvi. E fico pensando no que as pessoas obesas ouvem por aí. Essas pressões podem dialogar diretamente com as opressões
estruturais e com questões individuais. Existir corpos que são considerados desajustados somado com alguma necessidade de aceitação, aprovação, ou outras tantas questões subjetivas, pode ser o casamento perfeito da baixa autoestima, e vai na contramão do empoderamento. Voltar a me achar uma mulher linda virou mais do que uma necessidade pessoal: é necessidade política. Amar a mim mesma é amar todos os corpos, todas as pessoas e talvez uma das maiores conquistas feministas. É por mim e por todas as mulheres e corpos não enquadrados. É por liberdade. Empoderar mulheres e promover a equidade de gênero em todas as atividades sociais e da economia são garantias para o efetivo fortalecimento das economias, o impulsionamento dos negócios, a melhoria da qualidade de vida de mulheres, homens e crianças, e para o desenvolvimento sustentável.
Foto: Evelyn Negahamburguer
Quatro dicas de como você pode empoderar uma mulher 1. O empoderamento quebra barreiras! Quando você dá poder a uma amiga, você dá voz aos sentimentos dela. É como se você desse um voto de confiança e acreditasse nela para valer! Parece algo meio bobo, mas é desse jeitinho que você vai superando as barreiras pratriarcais que existem há séculos. “Empoderando você encoraja. Não existe corpo ideal ou garota ideal. Existe o que você quiser que exista”, esclarece Maynara. 2. Apoiar outras garotas é o princípio básico do feminismo! “A troca de experiências conforta uma parte das mulheres que se sente incomodada com a opressão e faz com que a outra metade, que, eventualmente, ainda não consegue enxergar o quão machista é a nossa sociedade, sinta-se tocada”, conta Maynara. Afinal, os homens não precisam lutar a favor do movimento. 3. Compartilhar experiências te faz abrir os olhos! É maravilhoso quando você descobre que não foi a única assediada no metrô, que não foi a única que se sentiu invadida por uma cantada no meio da rua ou que foi agarrada por um menino sem noção na festa e ainda precisou sorrir para não parecer grossa. A troca de vivências, de conselhos, de amor, é a saída. 4. Você é a primeira pessoa que precisa se libertar de estereótipos! Quando alguém te coloca láááá em cima, você não fica com uma sensação de “eu posso, eu consigo”? É esse sentimento que, muitas vezes, te dá coragem para ir além, se abrir, se aceitar, lutar por um sonho. Teoricamente, você tem liberdade de se vestir do jeito que bem entender, ficar com quem quiser e quando sentir vontade, se depilar com cera, com lâmina ou até mesmo não depilar. Autoestima é o primeiro passo para a quebra de paradigmas.
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ENTREVISTA
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Foto: Revista CULT
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A jornalista carioca, conhecida como Jout Jout, dominou a internet
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bem-humorada Júlia Tolezano, carioca de 24 anos, mais conhecida como Jout Jout, é formada em jornalismo, mas não é por isso que a moça ganhou fama. Ela encanta o público em vídeos espontâneos no seu canal no YouTube, JoutJout Prazer, que em um ano e meio acumulou mais de 400 mil seguidores. É lá também que ela expõe opiniões e experiências sobre temas como relacionamentos abusivos e assédio. Na última semana, a página da youtuber no Facebook foi retirada do ar devido a supostas denúncias de usuários, mas, logo depois, a rede social corrigiu o problema. Em entrevista para a TABU, a youtuber — com muito orgulho — fala sobre seu canal, e alguns dos temas que ela trata nele, Jout Jout também é enfatica ao afirmar que o aborto é um direito da mulher sobre o corpo e a vida dela e critica a falta de uma educação sobre o feminismo ainda nas escolas. Como você define um youtuber? Você se considera uma? Eu não sei. Gosto muito dessa palavra, youtuber. É uma profissão ótima: ao mesmo tempo, você não tem chefe e tem vários. É tipo uma coisa que você já faria normalmente, sem ninguém pagar, mas você recebe para isso, o que é maravilhoso. Existe uma cultura de estupro no Brasil. Você concorda com isso? Eu superconcordo com isso. Como uma pessoa fica à vontade para falar as coisas sobre a Valentina (a criança do MasterChef Júnior que foi alvo de comentários pedófilos
nas redes sociais)? Não há dúvida de que vivemos uma cultura do estupro. No Brasil, um assédio que não se desenvolve para um estupro é considerado normal. Como você vê isso? Acho horrendo. Estupro já tá normal. As pessoas falam nas redes sociais: “Se ficar andando de sainha curta, não vou me controlar mesmo não”. Como a pessoa fala isso, gente? E se a pessoa sente a liberdade, sente que é certo falar isso, tem algo errado.
Não há dúvida de que vivemos uma cultura do estupro. Você fala em um dos seus vídeos sobre relacionamentos abusivos. Este problema atinge mais as mulheres? O que leva uma pessoa a se inserir em um relacionamento com essa natureza? Tem muita mulher abusiva também, mas o que leva uma pessoa a se meter nisso é muito particular de cada caso; às vezes, uma insegurança, medo de ficar sozinha, ou qualquer coisa assim. Mas cada caso é um caso, é muito específico. Você vê o aborto como uma liberdade da mulher em relação ao corpo dela, ou como um atentado à vida? Sou supermega a favor. Quem vai definir o que vamos fazer com
nosso corpo, nossa vida? Um filho compromete toda a sua vida, inteira, a partir do momento que ele nasce. Então não existe isso, meu Deus, não existe! Você decide o que fazer, decide o que você faz com seu corpo e o que você faz com a sua vida. Independentemente se você foi estuprada ou não, às vezes você não tem condições, não quer, não vai, não é bom para você ter um filho. Como você vai ter um filho, que não vai ser bom para você, e você não vai ser boa para ele? Como é que você escolhe os temas dos teus vídeos? Eu escolho o tema 5 minutos antes de começar a gravar. Os da terça, que são feitos a partir das sugestões dos seguidores do canal, eu escolho um ou vários dos que me sugerem no facebook. Às vezes peço perguntas ao invés de temas. Cada dia é um dia. Totalmente sem padrão. Os da quinta vêm até mim a partir das loucuras da vida. O dia a dia é essencial para os vídeos. É uma vibe meio vou vivendo, vou gravando. Siga a JoutJout no Youtube: @JoutJout Prazer
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ENTREVISTA
Jout Jout e Jô Soares:
Apresentador constrange Jout Jout com pergunta sexista durante entrevista. fato ficam com “cara de puta” ao usar batom vermelho. Francamente, Jô...
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entrevista que a vlogueira Julia Tolezano, mais conhecida como Jout Jout, deu durante o “Programa do Jô”, da Rede Globo, continua dando o que falar. Depois de criticar o politicamente correto, 14 Revista TABU
o apresentador Jô Soares causou polêmica ao fazer comentários sexistas quando afirmou que algumas mulheres podem parecer putas ao usar batom vermelho. Em um encontro realizado no Sesc Tijuca, no Rio de Janeiro, um
fã perguntou a Jout Jout sobre a entrevista e o vídeo foi parar na internet. “O que eu estava esperando era ele falar: ‘nossa, mas que rapaz desagradável’. E como ele não falou isso, eu fiquei... E como é televisão, você fica nervosa, tudo o
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polêmica na Tv
Jô Soares questiona se não tem mulheres que de a mídia brasileira precisa de uma mudança brusca
que eu consegui foi falar ‘não sei’. Como eu me senti? Desconfortável”, disse sobre o apresentador. Tudo começou quando a vlogueira explicou sobre um dos seus vídeos, intitulado vídeo “Não tira o batom vermelho”. Nele, ela fala sobre
relacionamentos abusivos e em como algumas vezes mulheres são rotuladas pelo simples uso do cosmético. A inspiração veio de uma amiga, que ouviu do namorado ter “cara de puta” por conta da maquiagem. “Mas não tem nenhuma (mulher) que realmente fique com cara de puta com batom vermelho?”, perguntou Jô. Jout Jout respondeu: “O que é cara de puta, não é mesmo?”, já constrangida. Situação semelhante aconteceu com Caitlyn Jenner , quando foi hostilizada por conta da sua cor. As frases machistas e sexistas do apresentador causaram revolta nas redes sociais. Centenas de internautas criticaram os comentários e perceberam o constrangimento da youtuber. Apesar de ter sido incentivado por risos da plateia presente no local, as perguntas machistas de Jô Soares não causaram uma boa repercussão nas redes sociais. Muitos fãs da vloguer, que já tem quase meio milhão de inscritos em seu canal do Youtube, criticaram as falas do apresentador. “Decepcionado com a entrevista da Jout Jout no Jô, percebi o quão desconfortável ela ficou com as perguntas machistas dele”, disse um. “Estava esperando para ver a Jout Jout no Jô, e ele conduziu a entrevista de forma tão pobre e machista que eu quase chorei de decepção”, escreveu outra internauta. Que constrangedor pra o apresentador, que tentou agradar mas não deu.
Conheça os sinais de um relacionamento abusivo 1. Ele é ciumento e possessivo. Ciúme não é igual a amor – e pode ser uma bandeira vermelha, especialmente se é expressado de maneira furiosa e crítica. 2. Ele é controlador. Cuidado com homens que agem como se você pertencesse a eles, dizendo o que você deve vestir ou fazer. 3. Ele isola você. O parceiro está afastando você de seus amigos e familiares? Este geralmente é um prelúdio de abuso. 4. Ele é cada vez mais crítico. A crítica pode ser sobre assuntos de maior ou menor importância: seu cabelo está muito curto, seu comportamento não está certo, etc. 5. Ele tem ‘pavio curto’. Pessoas abusivas tendem a ser impulsivas, explodir rapidamente, ter dificuldade em lidar com frustrações e, geralmente, perdem a cabeça por pouca coisa. 6. Ele culpa os outros. De alguma forma, nada nunca é culpa dele. De alguma forma, são sempre os outros que fizeram algo de errado para ele. 7. Quando ele bebe, fica nervoso. Este é um sinal muito alarmante. 8. Ele pode, você não. Se você der alguma mancada parece um fim do mundo apocalíptico. Mas se ele pisa na bola com você coloca tudo em panos quentes, pede perdão e repete o comportamento novamente. 9. Ele te agride. Qualquer tipo de relacionamento que tenha agressão física é uma cilada. Mas a agressão também pode ser emocional e verbal, quando o cara te faz se sentir humilhada. Procure se afastar de pessoas assim.
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GÊNERO
Desvendando o gênero Gênero é um conceito riquíssimo, base para qualquer estudo na área das chamadas “relações de gênero” e todas as suas vertentes, seja na psicologia, antropologia e sociologia, considerando temas como a diversidade sexual, o panorama das mulheres na sociedade contemporânea, a militância do feminismo e similares.
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odemos dizer que a ideia central do conceito de gênero nasceu com escritora francesa Simone de Beauvoir. Essa autora, uma das mais importantes feministas da história, foi a precursora daquilo que ficou conhecido como “Segunda Onda” do feminismo, segundo Scholz (2010). Talvez o ponto mais importante da principal obra de Beauvoir, O Segundo Sexo (1949), possa ser resumido na seguinte frase:
Não se nasce mulher, torna-se mulher. - Simone De Beauvoir
Ao mencionar isso, Beauvoir está chamando a atenção para as inúmeras construções sociais acerca de ser homem e, especialmente, de ser mulher. Na Introdução de sua obra, Beauvoir inicia um questionamento muito profícuo: “O que é uma mulher?”, para, em seguida, questionar se ‘ser mulher’ é simplesmente possuir um útero. Ao refutar essa correspondência direta, Beauvoir chega à seguinte conclusão: “Todo ser humano do sexo feminino não é, portanto, necessariamente mulher; cumprelhe participar dessa realidade misteriosa e ameaçada que é a feminilidade.” (p. 13) Justamente sobre esse ponto, tão complexo e contraditório por excelência, que reside o conceito de gênero. No entanto, diferentes visões sobre esse mesmo ponto lançaram interpretações distintas. Quando nós falamos sobre “meninos” e “meninas”, estamos simplesmente alterando o gênero de uma palavra corriqueira. Porém,
são tantos sentidos e significados que surgem que é quase como se estivéssemos falando de termos absolutamente diferentes. Toda essa riqueza ao alterar apenas uma pequena letra, bem no finzinho da palavra. Desde sua origem, gênero foi, sim, um termo emprestado da gramática. Sua origem é inglesa, da palavra gender. A princípio, o termo foi apropriado por psicólogos norte-americanos dos anos 60, dentre Money, Ehrhardt e Stoller para designar uma “identidade de gênero” somada a um corpo, seja lá que corpo é este. Esses psicólogos estavam interessados em entender as pessoas com “sexo ambíguo”, isto é, aqueles que apresentavam, no mesmo corpo, características tidas do sexo feminino e do sexo masculino (CARVALHO, 2011).
Por mais interessante que essa abordagem possa parecer – vale ressaltar que uma parte significativa das correntes feministas ainda faz uso dessa conceituação de gênero –, ela tem se mostrado absolutamente insuficiente para entender as complexidades das relações de gênero, as heterogeneidades entre as mais diferentes culturas e as riquezas e contradições que se escondem sobre termos tão rotineiros e comuns como homem e mulher, masculino e feminino.
Dessa forma, o termo gênero era particularmente interessante para eles uma vez que “identidade de gênero” daqueles sujeitos não poderia ser uma decorrência natural de características corporais. Cria-se, então, uma dicotomia entre um conceito de sexo (o corpo, a natureza) e gênero (a cultura, as atitudes), sobre uma teoria que diz respeito, essencialmente, a indivíduos e como estes lidam com seu sexo e seu gênero. Gênero seria, portanto, todos os aspectos sócio-culturais, construídos historicamente, que poderiam residir sobre um indivíduo. A título de exemplo, gênero compreenderia os comportamentos, as preferências, os interesses, as formas de se vestir, andar e falar, relacionadas a ‘ser homem’ e ‘ser mulher’. Todos esses aspectos seriam simplesmente somados a um corpo que, por estar preso à “natureza humana”, é imutável, fixo e bipolar, separando o masculino do feminino.
Judith Butler, em Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade (2008), reclamará que se Beauvoir considera sexo e gênero categorias distintas, então poderíamos considerar que determinado gênero não decorre de determinado sexo, isto é, ser de uma dado sexo não é necessariamente tornarse de um gênero, ou ainda, “mulher” não é precisamente uma categoria que expressa a construção cultural do corpo feminino, bem como a categoria “homem” não expressa a construção cultural do corpo masculino. “Essa formulação radical da distinção sexo/gênero”, escreve Butler (2008, p. 163), “sugere que os corpos sexuados podem dar ensejo a uma variedade de gêneros diferentes, e que, além disso, o gênero em si não está necessariamente restrito aos dois usuais”.
Divergências entre autoras
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FEMINISMO
Se hoje em dia fizéssemos uma resenha de O Segundo Sexo, livro publicado por Simone de Beauvoir em 1949, ainda estaríamos sendo atuais.
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omancista, dramaturga e jornalista, Beauvoir entrelaçou vida e obra de forma inextricável. Nos relatos autobiográficos[1] quis tudo explicar e explicar-se a respeito de tudo, mantendo um distanciamento. Entretanto, sua correspondência póstuma revela, nas cartas a Nelson Algren, seu amor americano que encontrou em 1947 em Chicago e que fez dela uma “mulher completa”, amando com “corpo, coração e alma”, uma mulher encantada, curiosa a respeito de tudo, jovial e completamente apaixonada. Isto é contado em Os Mandarins, pelo qual recebeu o prêmio Goncourt de 1954. Essa distinção não foi suficiente para abafar o escândalo provocado em 1949 pela publicação de O Segundo Sexo, uma análise política sem precedentes da questão feminina. Beauvoir demonstra que a inferioridade feminina não é natural e sim construída socialmente, fato que, no entender de Françoise Héritier, é “um modo novo de falar do gênero”. Beauvoir insiste na 18 Revista TABU
igualdade entre os sexos e incita as mulheres a se emanciparem, principalmente através da independência econômica. Muitos homens enfureciam-se com o livro, enquanto as mulheres o liam. Até sua morte, milhares de mulheres
“Essa mulher que não quis ter filhos tem hoje milhões de filhas pelo mundo”, observa com humor a escritora Benoîte Groult. escreveram a Beauvoir, algumas para dizer que seu texto as tinha salvo. A americana Betty Friedan[2] dedicou a ela, em 1963, A Mulher Mistificada, segunda obra fundadora do feminismo. Durante toda a vida, tal como Sartre, Beauvoir serviu-se de sua notoriedade para defender os intelectuais e os “oprimidos”, especialmente as mulheres. Nos
últimos quinze anos de sua vida, encontrou nas mulheres do “movimento” um radicalismo e uma exigência de clareza à sua medida e ela se engajava nesse movimento entusiasmada, “porque elas não eram feministas para tomar o lugar dos homens, mas sim para mudar o mundo”, declara ao jornal Le Monde em 1978, afirmando a seguir: “Mantenho absolutamente a frase: não se nasce mulher, torna-se”. Tudo o que eu li, vi, e aprendi nestes últimos 30 anos confirmaram essa idéia. A feminilidade é fabricada, como aliás também se fabricam a masculinidade e a virilidade”. Ela criou a associação Escolher para o Direito a uma Maternidade Desejada, em conjunto com a advogada Gisèle Halimi, o Centro Audiovisual Simone-de-Beauvoir, com a atriz Delwphine Seyrig e Carole Roussopoulos e a Liga do Direito das Mulheres. “Essa mulher que não quis ter filhos tem, tem hoje, milhões de filhas pelo mundo”, observa a escritora Benoîte Groult. Sempre admirei a tentativa dela e Sartre de reinventar o casal. A partir
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Foto: CondomĂnios Verdes.com
ECOLOGIA
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TABU Brasil e Mundo
Vamos salvar o nosso planeta? Dicas sustentáveis para economizar e ajudar o meio ambiente para o futuro
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iminuir o uso de sacolas plásticas, fechar a torneira ou simplesmente apagar a luz são alguns exemplos de iniciativas simples, mas que fazem grande diferença para o meio ambiente. A mudança nos pequenos hábitos é o primeiro passo a ser dado rumo à sustentabilidade. E foi pensando nisso que o GBarbosa decidiu disponibilizar aqui algumas dicas sustentáveis. Boas práticas que você pode aplicar em seu diaa-dia, seja em casa, no trabalho, nas ruas ou em qualquer outro lugar. Evitar o desperdício de água é muito fácil e só exige um pouco de sua atenção. Identificar e acabar com vazamentos e goteiras já é uma grande iniciativa no combate ao desperdício, além de evitar o aumento de sua conta. Feche bem as torneiras e procure sempre observar os indicadores do hidrômetro. Se eles continuarem girando mesmo depois das torneiras fechadas, é sinal de há vazamento em algum ponto do encanamento. Outra prática comum é a chamada “vassourinha hidráulica”. Muitas pessoas têm o hábito de utilizar a mangueira para varrer a calçada de casa, desperdiçando enorme quantidade de água. Em apenas 15 minutos, o desperdício pode chegar a 280 litros. O ideal é utilizar balde e vassoura e reaproveitar a água que sai da máquina de lavar para limpar calçadas e áreas de serviço.
Substituir as lâmpadas incandescentes por fluorescentes é outra iniciativa que ajuda a economizar energia e dinheiro. As fluorescentes são mais eficientes, economizam até um terço de energia elétrica e podem durar 10 vezes mais. Manter o carregador do celular na tomada, o monitor em descanso de tela e os eletrodomésticos em Stand by são práticas que contribuem para o desperdício de energia. Desligue sempre os aparelhos domésticos e configure seu computador para o modo de economia de energia. O meio ambiente e o seu bolso agradecem. Durante suas compras, substitua as sacolas de plástico pelas retornáveis (ecobags). Estas bolsas são grandes, resistentes e facilitam a guarda da compra, pois não dão trabalho para abrir. Além de caber muita coisa dentro, as sacolas têm alças confortáveis, ao contrário da bolsa de plástico que, às vezes, até machuca. Outra opção é usar caixas de papel, material de rápida decomposição (em média três meses) e que pode ser reutilizado e reciclado. Usar papel ecoeficiente ou reciclado é uma boa prática que você pode levar da sua vida pessoal ou para o ambiente de trabalho e vice-versa. Substituir o copo descartável por material durável e imprimir somente aquilo que for realmente necessário também são iniciativas
que fazem uma diferença positiva e ajudam a manter o equilíbrio do meio ambiente. Não jogue pilhas e baterias de celular no lixo. Esses objetos contêm substâncias altamente tóxicas as quais podem contaminar o solo e os lençóis freáticos. Procure sempre separar esse material e os entregue em um posto de coleta. Usar pilhas recarregáveis é outra alternativa que ajuda a diminuir o acúmulo de lixo tóxico e reutilizar energia. A maior compreensão dos conceitos ecológicos e da verificação das alterações de vários ecossistemas pelo homem levou ao conceito da Ecologia Humana que estuda as relações entre o homem e a biosfera, principalmente do ponto de vista da manutenção da sua saúde, não só física, mas também social. Com o passar do tempo surgiram também os conceitos de conservação que se impuseram na atuação dos governos, quer através das ações de regulamentação do uso do ambiente natural e das suas espécies, quer através de várias organizações ambientalistas que promovem a disseminação do conhecimento sobre estas interações entre o homem e a biosfera. Há muitas aplicações práticas da ecologia, como a biologia da conservação, gestão de zonas úmidas, gestão de recursos naturais (agricultura, silvicultura e pesca), planejamento da cidade e aplicações na economia. As populações são também estudadas. As opiniões divergem sobre quem foi o fundador da teoria ecológica moderna. Alguns marcam a definição de Haeckel como o início, outros atribuem a Eugenius Warming com a escrita de Oecology of Plants: An Introduction to the Study of Plant Communities (1895). O termo “ecologia” é de origem mais recente e foi escrito pelo biólogo alemão Ernst Haeckel. Revista TABU 21
ECOLOGIA
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ecologia é a ciência que estuda o meio ambiente e os seres vivos que vivem nele,ou seja, é o estudo científico da distribuição e abundância dos seres vivos e das interações que determinam a sua distribuição.[1] As interações podem ser entre seres vivos e/ou com o meio ambiente. A palavra tem origem no grego “oikos”, que significa casa, e “logos”, estudo. Como matéria pode ser dividida em Autoecologia (é um dos dois grandes ramos em que Schot dividiu a ecologia), Demoecologia e Sinecologia. Entretanto, diversos ramos tem surgido utilizando diversas áreas do conhecimento: Biologia da Conservação, Ecologia da Restauração, Ecologia Numérica, Ecologia Quantitativa, Ecologia Teórica, Macroecologia, Ecofisiologia, Agroecologia, Ecologia da Paisagem. Ainda pode-se dividir a Ecologia em Ecologia Vegetal e Animal e ainda em Ecologia Terrestre e Aquática. O meio ambiente afeta os seres vivos não só pelo espaço necessário à sua sobrevivência e reprodução, mas também às suas funções vitais, incluindo o seu comportamento, através do metabolismo. Por essa razão, o meio ambiente e a sua qualidade determinam o número de indivíduos e de espécies que podem viver no mesmo habitat. Por outro lado, os seres vivos também alteram permanentemente o meio ambiente em que vivem. O exemplo mais dramático de alteração do meio ambiente por organismos é a construção dos recifes de coral por minúsculos invertebrados, 22 Revista TABU
os pólipos coralinos. As relações pesca), planejamento da cidade e entre os seres vivos do ecossistema aplicações na economia. A Ecologia também influencia na distribuição e tem uma complexa origem, em abundância deles próprios. grande parte devido a sua natureza Como exemplo, incluem- multidisciplinar. se a competição pelo espaço, Os antigos filósofos da Grécia, pelo alimento ou por parceiros incluindo Hipócrates e Aristóteles, para a reprodução, a predação foram os primeiros a registrar de organismos por outros, a observações sobre história natural. simbiose entre diferentes espécies No entanto, os filósofos da Grécia que cooperam para a sua mútua Antiga consideravam a vida sobrevivência, o comensalismo, o como um elemento estático, não parasitismo e outras. existindo a noção de adaptação. A maior compreensão dos Tópicos mais familiares do conceitos ecológicos e da contexto moderno, incluindo verificação das alterações de vários cadeias alimentares, regulação ecossistemas pelo homem levou ao populacional e produtividade, conceito da Ecologia Humana que não foram desenvolvidos antes estuda as relações entre o homem de 1700. Os primeiros trabalhos e a biosfera, principalmente do foram do microscopista Antoni ponto de vista da van Leeuwenhoek manutenção da e do botânico sua saúde, não só Richard Bradley O meio ambiente física, mas também O biogeógrafo afeta os seres vivos social. Alexander von não só pelo espaço Com o passar Humbolt (1769– do tempo 1859) foi outro necessário à sua surgiram também pioneiro do sobrevivência e os conceitos de pensamento conservação que ecológico, um reprodução, mas se impuseram dos primeiros também às suas na atuação dos a reconhecer funções vitais governos, quer g r a d i e n t e s através das ecológicos e fazer ações de regulamentação do uso alusão às relações entre espécies e do ambiente natural e das suas área. espécies, quer através de várias No início do século XX, a ecologia organizações ambientalistas foi uma forma analítica de história que promovem a disseminação natural.[8] Seguindo a tradição de do conhecimento sobre estas Aristóteles, a natureza descritiva da interações entre o homem e a história natural examina a interação biosfera. Há muitas aplicações dos organismos com o seu meio práticas da ecologia, como a ambiente e suas comunidades. biologia da conservação, gestão de Historiadores naturais, incluindo zonas úmidas, gestão de recursos James Hutton e Jean-Baptiste de naturais (agricultura, silvicultura e Lamarck, contribuíram com obras
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As responsáveis pela reciclagem dedicam sua vida a esta atividade, pois sabem que ela é importante para o meio ambiente
significativas que lançaram as bases das modernas ciências ecológicas. O termo “ecologia” é de origem mais recente e foi escrito pelo biólogo alemão Ernst Haeckel no seu livro Generelle Morphologie der Organismen (1866). Haeckel foi um zoólogo, artista, escritor e professor de anatomia comparada. As opiniões divergem sobre quem foi o fundador da teoria ecológica moderna. Alguns marcam a definição de Haeckel como o início, outros atribuem a Eugenius Warming com a escrita de Oecology of Plants: An Introduction to the Study of Plant Communities (1895). A ecologia pode também ter começado com Carl Linnaeus, principal pesquisador da economia da natureza no início do século XVIII. Ele fundou um ramo de estudo ecológico que chamou de economia da natureza. Os trabalhos de Linnaeus influenciaram Darwin
no The Origin of Species onde adota a frase de Linnaues economia ou política da natureza.[10] Linnaeus foi o primeiro a enquadrar o equilíbrio da natureza, como uma hipótese testável. Haeckel, que admirava o trabalho de Darwin, definiu ecologia com base na economia da natureza, o que levou alguns a questionar se a ecologia é sinônimo dos conceitos de Linnaues para a economia da natureza. A síntese moderna da ecologia é uma ciência jovem, que substancial atenção formal no final do século XIX e tornando se ainda mais popular durante os movimento ambientais da década de 1960 embora muitas observações, interpretações e descobertas relacionadas a ecologia estendemse desde o início dos estudos da história natural. Por exemplo, o conceito de balanço ou regulação da natureza pode ser rastreado até
Herodotos (morto em 425 ac.), que descreveu mutualismo no Rio Nilo, quando crocodilos abrem a boca permitindo escolopacídeos remover sanguessugas. Contribuições mais ampla para o desenvolvimento histórico das ciências ecológicas, Aristóteles é considerado um dos primeiros naturalistas que teve um papel influente no desenvolvimento filosófico das ciências ecológicas. Um dos alunos de Aristóteles, Teofrasto, fez observações ecológicas sobre plantas e postulava uma postura filosófica sobre as relações autônomas entre as plantas e seu ambiente, que está mais na linha com o pensamento ecológico moderno. Tanto Aristóteles e Teofrasto fizeram observações detalhadas sobre as migrações de plantas e animais, biogeografia, fisiologia e seus hábitos no que poderia ser considerado um análogo. Revista TABU 23
POLÍTICA
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POLÍTICA
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história da crise política no Brasil, e a mudança rápida da perspectiva global em torno dela, começa pela sua mídia nacional. A imprensa e as emissoras de TV dominantes no país estão nas mãos de um pequeno grupo de famílias, entre as mais ricas do Brasil, e são claramente conservadoras. Por décadas, esses meios de comunicação têm sido usados em favor dos ricos brasileiros, assegurando que a grande desigualdade social (e a irregularidade política que a causa) permanecesse a mesma. Aliás, a maioria dos grandes grupos de mídia atuais – que aparentam ser respeitáveis para quem é de fora – apoiaram o golpe militar de 1964 que trouxe duas décadas de uma ditadura de direita e enriqueceu ainda mais as oligarquias do país. Esse evento histórico chave ainda joga uma sombra sobre a identidade e política do país. Essas corporações – lideradas pelos múltiplos braços midiáticos das Organizações Globo – anunciaram o golpe como um ataque nobre à corrupção de um governo progressista democraticamente eleito. Soa familiar? Por um ano, esses mesmos grupos midiáticos têm vendido uma narrativa atraente: uma população insatisfeita, impulsionada pela fúria contra um governo corrupto, se organiza e demanda a derrubada da primeira presidente mulher do Brasil, Dilma Rousseff, e do Partido dos Trabalhadores (PT). O mundo viu inúmeras imagens de grandes multidões protestando nas ruas, uma visão sempre inspiradora. Mas o que muitos fora do Brasil não viram foi que a mídia 26 Revista TABU
plutocrática do país gastou meses incitando esses protestos (enquanto pretendia apenas “cobri-los”). Os manifestantes não representavam nem de longe a população do Brasil. Ao contrário, eles eram desproporcionalmente brancos e ricos: as mesmas pessoas que se opuseram ao PT e seus programas de combate à pobreza por duas décadas. Aos poucos, o resto do mundo começou a ver além da caricatura simples e bidimensional criada pela imprensa local, e a reconhecer
A elite do país e seus grupos midiáticos fracassaram, várias vezes, em seus esforços para derrotar o partido nas urnas quem obterá o poder uma vez que Rousseff seja derrubada. Agora tornou-se claro que a corrupção não é a razão de todo o esforço para retirar do cargo a presidente reeleita do Brasil; na verdade, a corrupção é apenas o pretexto. O partido de Dilma, de centroesquerda, conseguiu a presidência pela primeira vez em 2002, quando seu antecessor, Lula da Silva, obteve uma vitória espetacular. Graças a sua popularidade e carisma, e reforçada pela grande expansão econômica do Brasil durante seu mandato na presidência, o PT ganhou quatro eleições presidenciais seguidas – incluindo a vitória de Dilma em 2010 e, apenas 18 meses atrás, sua reeleição com 54 milhões de votos. A elite do país e seus grupos
midiáticos fracassaram, várias vezes, em seus esforços para derrotar o partido nas urnas. Mas plutocratas não são conhecidos por aceitarem a derrota de forma gentil, ou por jogarem de acordo com as regras. O que foram incapazes de conseguir democraticamente, eles agora estão tentando alcançar de maneira antidemocrática: agrupando uma mistura bizarra de políticos – evangélicos extremistas, apoiadores da extrema direita que defendem a volta do regime militar, figuras dos bastidores sem ideologia alguma – para simplesmente derrubarem ela do cargo. Inclusive, aqueles liderando a campanha pelo impeachment dela e os que estão na linha sucessória do poder – principalmente o inelegível Presidente da Câmara Eduardo Cunha – estão bem mais envolvidos em escândalos de corrupção do que ela. Cunha foi pego ano passado com milhões de dólares de subornos em contas secretas na Suíça, logo depois de ter mentido ao negar no Congresso que tivesse contas no exterior. Cunha também aparece no Panamá Papers, com provas de que agiu para esconder seus milhões ilícitos em paraísos fiscais para não ser detectado e evitar responsabilidades fiscais. É impossível marchar de forma convincente atrás de um banner de “contra a corrupção” e “democracia” quando simultaneamente se trabalha para instalar no poder algumas das figuras políticas mais corruptas e antipáticas do país. Palavras não podem descrever o surrealismo de assistir a votação no Congresso do pedido de impeachment para o senado, enquanto um membro evidentemente corrupto após
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A predisente do Brasil Dilma Rousseff (E), o deputado federal Eduardo Cunha (C) e o vice-presidente Michel Temer (D)
o outro se endereçava a Cunha, proclamando com uma expressão séria que votavam pela remoção de Dilma por causa da raiva que sentiam da corrupção. Como o The Guardian reportou: “Sim, votou Paulo Maluf, que está na lista vermelha da Interpol por conspiração. Sim, votou Nilton Capixaba, que é acusado de lavagem de dinheiro. ‘Pelo amor de Deus, sim!’ declarou Silas Câmara, que está sob investigação por forjar documentos e por desvio de dinheiro público.” Mas esses políticos abusaram da situação. Nem os mais poderosos do Brasil podem convencer o mundo de que o impeachment de Dilma é sobre combater a corrupção – seu esquema iria dar mais poder a políticos cujos escândalos próprios destruiriam qualquer carreira em uma democracia saudável. Um artigo do New York Times da
semana passada reportou que “60% dos 594 membros do Congresso brasileiro” – aqueles votando para a cassação de Dilma- “enfrentam sérias acusações como suborno, fraude eleitoral, desmatamento ilegal, sequestro e homicídio”. Por contraste, disse o artigo, Rousseff “é uma espécie rara entre as principais figuras políticas do Brasil: Ela não foi acusada de roubar para si mesma”. O chocante espetáculo da Câmara dos Deputados televisionado domingo passado recebeu atenção mundial devido a algumas repulsivas (e reveladoras) afirmações dos defensores do impeachment, a maioria deles brancos de classe alta. O mais instável de tudo, é que muitos – incluindo os promotores e investigadores que tem promovido a varredura da corrupção – temem que o real plano por trás do impeachment de Rousseff é botar
um fim nas investigações em andamento, assim protegendo a corrupção, invés de puni-la. Há um risco real de que uma vez que ela seja cassada, a mídia brasileira não irá mais se focar na corrupção, o interesse público irá se desmanchar, e as novas facções de Brasília no poder estarão hábeis para explorar o apoio da maioria do Congresso para paralisar as investigações e se protegerem. Por fim, as elites políticas e a mídia do Brasil têm brincado com os mecanismos da democracia. Isso é um jogo imprevisível e perigoso para se jogar em qualquer lugar, porém mais ainda em uma democracia tão jovem com uma história recente de instabilidade política e tirania, e onde milhões estão furiosos com a crise econômica que enfrentam. Por fim, as elites políticas e a mídia do Brasil têm brincado com a mente do público. Revista TABU 27
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TABU Social
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CORRUPÇÃO
Operação Lava Jato: os
Conheça todos os detalhes acobertados e escondidos da maior inve
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nome do caso, “Lava executivos da estatal e outros Jato”, decorre do do uso agentes públicos. de uma rede de postos de Esse suborno era distribuído por combustíveis e lava a jato meio de operadores financeiros de automóveis para movimentar do esquema, incluindo doleiros recursos ilícitos pertencentes a investigados na primeira etapa. uma das organizações criminosas inicialmente investigadas. Embora As empreiteiras a investigação tenha avançado para Em um cenário normal, outras organizações criminosas, o empreiteiras concorreriam entre nome inicial se consagrou. si, em licitações, para conseguir os A operação Lava Jato é a maior contratos da Petrobras, e a estatal investigação de corrupção e contrataria a empresa que aceitasse lavagem de dinheiro que o Brasil fazer a obra pelo menor preço. já teve. Estima-se que o volume de Neste caso, as empreiteiras se recursos desviados cartelizaram em dos cofres da um “clube” para Petrobras, maior substituir uma Estima-se que o estatal do país, concorrência volume de recursos esteja na casa real por uma de bilhões de c o n c o r r ê n cia desviados dos cofres reais. Soma-se a aparente. da Petrobras, maior isso a expressão Os preços econômica e estatal do país, esteja oferecidos à política dos na casa de bilhões de Petrobras eram suspeitos de calculados e reais participar do ajustados em esquema de reuniões secretas corrupção que nas quais se definia envolve a companhia. quem ganharia o contrato e qual No primeiro momento da seria o preço, inflado em benefício investigação, desenvolvido a partir privado e em prejuízo dos cofres da de março de 2014, perante a estatal. Justiça Federal em Curitiba, foram O cartel tinha até um investigadas e processadas quatro regulamento, que simulava regras organizações criminosas lideradas de um campeonato de futebol, por doleiros, que são operadores para definir como as obras seriam do mercado paralelo de câmbio. distribuídas. Depois, o Ministério Público Federal Para disfarçar o crime, o registro recolheu provas de um imenso escrito da distribuição de obras esquema criminoso de corrupção era feito, por vezes, como se fosse envolvendo a Petrobras. a distribuição de prêmios de um Nesse esquema, que dura bingo (veja aqui documentos). pelo menos dez anos, grandes empreiteiras organizadas em Funcionários da Petrobras cartel pagavam propina para altos As empresas precisavam
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garantir que apenas aquelas do cartel fossem convidadas para as licitações. Por isso, era conveniente cooptar agentes públicos. Os funcionários não só se omitiam em relação ao cartel, do qual tinham conhecimento, mas o favoreciam, restringindo convidados e incluindo a ganhadora dentre as participantes, em um jogo de cartas marcadas. Segundo levantamentos da Petrobras, eram feitas negociações diretas injustificadas, celebravamse aditivos desnecessários e com preços excessivos, aceleravamse contratações com supressão de etapas relevantes e vazavam informações sigilosas, dentre outras irregularidades. A propina Como parte de seu acordo de colaboração premiada, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco entregou ao Ministério Público Federal uma planilha em que registrou detalhes sobre o pagamento de propina em 89 contratos da Petrobras. Operadores financeiros Os operadores financeiros ou intermediários eram responsáveis não só por intermediar o pagamento da propina, mas especialmente por entregar a propina disfarçada de dinheiro limpo aos beneficiários. Em um primeiro momento, o dinheiro ia das empreiteiras até o operador financeiro. Isso acontecia em espécie, por movimentação no exterior e por meio de contratos simulados com empresas de fachada. Num segundo momento, o
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dois lados da corrupção
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stigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o país já teve.
Na foto da esquerda o doleiro Alberto Youssef e na da direita o PMDBista Romero Jucá, que afirmou que impeachment é golpe.
dinheiro ia do operador financeiro até o beneficiário em espécie, por transferência no exterior ou mediante pagamento de bens. Os doleiros Apontado como um dos principais operadores do esquema, o doleiro Alberto Youssef é um velho conhecido das autoridades. Ele foi investigado e processado antes por seu envolvimento com um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou bilhões de dólares a partir de contas do antigo Banestado, no Paraná. Carlos Habib Chater, seu parceiro em Brasília, usava um posto de combustíveis como fachada para seus negócios, e foi daí que surgiu o nome da Operação Lava Jato Agentes políticos Outra linha da investigação – correspondente à sua verticalização
– começou em março de 2015, quando o Procurador-Geral da República apresentou ao Supremo Tribunal Federal 28 petições para a abertura de inquéritos criminais destinados a apurar fatos atribuídos a 55 pessoas, das quais 49 são titulares de foro por prerrogativa de função (“foro privilegiado”). São pessoas que integram ou estão relacionadas a partidos políticos responsáveis por indicar e manter os diretores da Petrobras. Elas foram citadas em colaborações premiadas feitas na 1ª instância mediante delegação do ProcuradorGeral. A primeira instância investigará os agentes políticos por improbidade, na área cível, e na área criminal aqueles sem prerrogativa de foro. Essa repartição política revelou-se mais evidente em relação às seguintes diretorias: de Abastecimento, ocupada por Paulo
Roberto Costa entre 2004 e 2012, de indicação do PP, com posterior apoio do PMDB; de Serviços, ocupada por Renato Duque entre 2003 e 2012, de indicação do PT; e Internacional, ocupada por Nestor Cerveró entre 2003 e 2008, de indicação do PMDB. Para o PGR, esses grupos políticos agiam em associação criminosa, de forma estável, com comunhão de esforços e unidade de desígnios para praticar diversos crimes, dentre os quais corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Fernando Baiano e João Vacari Neto atuavam no esquema criminoso como operadores financeiros, em nome de integrantes do PMDB e do PT. A operação Lava Jato é a maior investigação de corrupção que o Brasil já teve. O valor da propina variava de 1% a 5% do montante total de contratos bilionários. Revista TABU 31
CIDADÃO
A importância do voto
O voto foi expandido para todos os cidadãos com mais de 16 anos muito recentemente, mostrando que a participação política no país foi constantemente restringida. Ovoto, ou sufrágio, como é também conhecido, é um dos principais instrumentos utilizados para eleições de representantes políticos ou para tomar decisões políticas, em espaços em que há consulta popular para isso, como nos casos de referendos ou plebiscitos. No Brasil, são eleitos através do voto diversos representantes políticos da população, como vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, além de governadores e presidentes da República? Desde a Constituição de 1988 que o sufrágio universal foi instituído para a escolha dos ocupantes desses cargos acima mencionados. Sufrágio universal significa que todo o cidadão dentro das normas legais tem direito ao voto. Tal configuração de participação política foi uma vitória no sentido de ampliação dos critérios da democracia representativa no país, já que todos os cidadãos com mais de 16 anos, homens ou mulheres, alfabetizados ou analfabetos, têm direito a escolher seu representante através do voto. Porém, na história do voto do Brasil, nem sempre foi assim. As votações que existiam durante a colônia e durante o Império brasileiro estavam restritas a homens que detinham certo nível de renda. Com o advento da República, o voto foi estendido aos demais homens, mas não às 32 Revista TABU
mulheres. Estas somente puderam participar das eleições no Brasil a partir de 1932, com a reforma do Código Eleitoral. A existência dos períodos ditatoriais, como entre 1937 e 1945 e entre 1964 e 1985, diminuiu muito a abrangência da participação política dos cidadãos na escolha de seus representantes políticos. A restrição histórica à participação
O voto é uma conquista do povo na sociedade atual. Muitas pessoas lutaram e perderam a vida na consquista deste direito de boa parte da população na escolha de seus representantes através do voto fez com que o sufrágio universal estabelecido na Constituição de 1988 ganhasse uma enorme importância. Através do voto, é possível ao eleitor e ao cidadão escolher dentre um leque de opções previamente estabelecido uma pessoa que o representará em algumas das instituições políticas por um período determinado. Essa escolha, na forma ideal, deve ser feita com consciência política e após uma
análise das propostas do candidato e de sua viabilidade de aplicação, além do histórico pessoal e político do candidato. Intensas campanhas são feitas para combater a compra de votos, uma prática ainda comum durante as eleições no Brasil. Através da compra do voto, políticos com maior poder econômico conseguem influenciar de forma considerada não ética um maior número de eleitores. A compra de votos é crime no Brasil, mas isso não quer dizer que ela não exista. Por outro lado, diversos posicionamentos críticos em relação à democracia representativa apontam que os financiamentos de campanhas, que são legais, acabam também fazendo com que as classes que têm maior poder econômico coloquem seus representantes no poder, limitando a abrangência da democracia. Nesse caso, somente as campanhas eleitorais milionárias teriam capacidade de serem vitoriosas nas principais eleições. Outra característica do voto no Brasil é que ele é obrigatório. Há campanhas para que o voto seja facultativo, uma escolha das pessoas que querem eleger seus representantes. A favor desse posicionamento há o argumento de que tal medida diminuiria os casos de corrupção nas eleições, além de ampliar a possibilidade de escolha dos cidadãos, já que poderiam começar escolhendo se querem votar ou não.
TABU Brasil e Mundo Há ainda posicionamentos de crítica mais profunda às eleições, principalmente as decorrentes das campanhas do voto nulo. A prática de anular o voto visa expor um descontentamento com todo o sistema da democracia representativa ou, em alguns casos, a insatisfação com os candidatos que são apresentados. Em muitos casos, a crítica à representatividade indica uma limitação dessa forma de organização, que exclui da participação política direta a maior parte dos cidadãos, afastandoos desse tipo de prática, que se limitaria a votar apenas em certos períodos, em candidatos previamente escolhidos por agremiações. Nesse sentido, nos intervalos das eleições, os cidadãos ficariam afastados das decisões políticas, já que delegariam essa função a seus representantes. Os vários posicionamentos no debate demonstram a importância do voto na prática política brasileira. Numa democracia, como
ocorre no Brasil, as eleições são de fundamental importância, além de representar um ato de cidadania. Possibilitam a escolha de representantes e governantes que fazem e executam leis que interferem diretamente em nossas vidas. Escolher um péssimo governante pode representar uma queda na qualidade de vida. Sem contar que são os políticos os gerenciadores dos impostos que nós pagamos. Desta forma, precisamos dar mais valor a política e acompanharmos com atenção e critério tudo que ocorre em nossa cidade, estado e país. O voto deve ser valorizado e ocorrer de forma consciente. Devemos votar em políticos com um passado limpo e com propostas voltadas para a melhoria de vida da coletividade. Em primeiro lugar temos que aceitar a ideia de que os políticos não são todos iguais. Existem políticos corruptos e incompetentes, porém muitos são dedicados e procuram fazer um bom trabalho no
cargo que exercem. Mas como identificar um bom político? É importante acompanhar os noticiários, com atenção e critério, para saber o que nosso representante anda fazendo. Pode-se ligar ou enviar e-mails perguntando ou sugerindo ideias para o seu representante. Caso verifiquemos que aquele político ou governante fez um bom trabalho e não se envolveu em coisas erradas, vale a pena repetir o voto. A cobrança também é um direito que o eleitor tem dentro de um sistema democrático. Como vimos, votar conscientemente dá um pouco de trabalho, porém os resultados são positivos. O voto, numa democracia, é uma conquista do povo e deve ser usado com critério e responsabilidade. Votar em qualquer um pode ter conseqüências negativas sérias no futuro.
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Porque o dólar está sempre mudando de valor? Com o aumento do dólar para quase quatro reais, muitas pessoas estão interessadas pela cotação das moedas americanas e de outros países. Porém, algumas pessoas culpam Dilma Rousseff, presidente do Brasil, e o Partido dos Trabalhadorespelo baixo preço do real. Será que há alguma influência do governo no câmbio? Descubra nesta matéria!
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ECONOMIA
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o Brasil, a cotação do dólar varia como o preço de qualquer produto comercializado: seguindo a lei da oferta e da procura. Resumindo, quando há dólar demais em circulação - ou seja, sobrando -, o valor dele diminui; quando há poucas verdinhas no mercado, elas ficam mais concorridas por quem compra e vende, e a cotação sobe. O modelo vale para qualquer moeda no mercado internacional e influencia a vida de muita gente especialmente de quem investe ou comercializa em moeda estrangeira. O IMPORTADOR Quem compra mercadoria estrangeira, como produtos têxteis, calçados e eletrônicos, se dá bem quando o dólar está “barato”, custando perto de 1 real. É que os produtos desembarcam com preços bem menores que os nacionais, aumentando o lucro de quem os traz de fora para vender. O TURISTA GRINGO Com dólar valorizado, nossos bosques têm mais vida para os estrangeiros. No mesmo lado da moeda dá para dizer que, com o aumento do movimento turístico, o parque hoteleiro e as cidades preparadas para receber viajantes também saem ganhando com uma bela injeção de grana. O TURISTA BRASILEIRO Com o real valorizado diante do dólar, destinos internacionais ficam mais perto do bolso. E dá para sacar isso até antes de embarcar: pacotes de viagem cotados em dólar costumam ter as parcelas fixadas em real na hora da compra, evitando aumento do valor mesmo se o dólar subir. O EXPORTADOR Quem vende para fora do Brasil, recebendo em dólar, se dá bem com a alta em relação ao real. É o caso dos produtores de carne
TABU Brasil e Mundo brasileiros. Para ter mais segurança diante do sobe e desce da cotação, algumas empresas fixam o valor do dólar entre um piso e um teto para operar no exterior. O INVESTIDOR NACIONAL Grandes empresas brasileiras nascidas de fusão ou que são parte de pools - como a AmBev (Brahma + Antarctica etc.) - aproveitam o dólar baixo para investir no exterior. A maior empresa de carnes do mundo, a brasileira JBS Friboi, comprou a americana Swift por 1,4 bilhão de dólares.
No Brasil, a cotação do dólar varia como o preço de qualquer produto comercializado: seguindo a lei da oferta e da procura O BANCO CENTRAL Os economistas do governo tentam mudar a cotação - nem sempre dá certo - por meio do Banco Central. O método é simples: com dólar baixo, o BC compra verdinhas, tirando-as de circulação para valorizar. Caso contrário, vendem-se dólares para saturar o mercado e desvalorizar a moeda americana. O INVESTIDOR ESTRANGEIRO Quem vende para fora do Brasil, recebendo em dólar, se dá bem com a alta em relação ao real. É o caso dos produtores de carne brasileiros. Para ter mais segurança diante do sobe e desce da cotação, algumas empresas fixam o valor do dólar entre um piso e um teto para operar no exterior. No Brasil, moeda americana tem um preço para empresas, outro, também, para pessoas físicas e
um terceiro para os fora da lei. Cotação usada por empresas e pelo governo em transações financeiras feitas no exterior. As bolsas de valores também operam pelo valor do comercial. Compra e venda de passagens aéreas são regidas por essa cotação. Serve para calcular o valor da conta do cartão de crédito usado no exterior. Esse é o valor “pirata” usado, por exemplo, pelos doleiros, em transações informais que rolam fora do controle do Banco Central. O dólar ultrapassou a barreira dos R$ 3 agora em março, o que não acontecia desde 2004. No meio de incertezas econômicas, a moeda norte-americana vai subindo como há muito tempo não se via. Fechou o dia 16 deste mês cotado a R$ 3,24, por exemplo, 67 centavos a mais do que em 27 de janeiro, menos de dois meses antes, quando valia R$ 2,57. Diante desta “disparada”, uma pergunta simples vem à nossa mente: por que o dólar sobe? Quem responde é o escritor Ivan Sant’Anna, que trabalhou durante décadas no mercado financeiro e é autor de livros como “1929”, sobre a Grande Depressão nos Estados Unidos. “O dólar é uma mercadoria como outra qualquer. Sobe quando há mais pessoas interessadas em comprar e desce quando há mais pessoas interessadas em vender”, explica. “Os motivos desta alta são óbvios: falta de confiança dos investidores externos no governo Dilma”. A matemática, porém, não é tão simples assim. Uma alta expressiva na moeda norte-americana como estamos vendo agora traz impactos negativos para o Brasil, mas também tem gente que se beneficia. Segundo o Presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros, Reinaldo Domingos, o dólar alto é um ótimo negócio . Revista TABU 37
POLÍTICA
Como acontecem as eleições presidenciais americanas?
Saiba como é realizado o processo eleitoral americano, a escolha de delegados, partidos e votos dos candidatos em cada estado do
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ão é fácil entender como é realizada a eleição do presidente dos Estados Unidos. O processo eleitoral americano dura quase um ano. Na primeira etapa, chamada de primárias, são escolhidos os candidatos que irão disputar a Casa Branca pelos partidos democrata e republicano. Nas eleições de 2016, as primárias começam oficialmente em 1° de fevereiro, no estado de Iowa, e se encerram em 14 de junho, em Washington D.C. Depois das primárias, ocorre a campanha eleitoral e, na sequência, a eleição, marcada para 8 de novembro. Vamos então ao início do processo. Como funcionam as primárias? Ao contrário do Brasil, onde a participação na decisão sobre qual será o candidato à presidência da República de cada partido é restrita, nos Estados Unidos ela envolve milhares e milhares de eleitores. Para eleger seus candidatos, o partido republicano e o partido democrata realizam eleições entre seus filiados em todos os estados americanos. A partipação popular é tão valorizada que em alguns estados mesmo os americanos não filiados aos partidos podem votar nas primárias. Ou seja, um eleitor que não é republicano pode votar na primária republicana em algumas regiões do país. As primárias acontecem de forma escalonada, em dias diferentes, 38 Revista TABU
até junho. As datas são fixadas pelos estados e pelas direções dos partidos. Existe ainda a tradicional Super Tuesday. Uma terça-feira em que vários estados realizam primárias simultaneamente. A data é considerada crucial e, neste ano, acontece no dia 1º de março. Entendeu? Pois agora complica um pouco. São feitas as eleições regionais, ok. Mas como é decidido o vencedor em nível nacional? A resposta não é simplesmente somar o número de estados em
Depois das primárias, ocorre a campanha eleitoral e, na sequência, a eleição, marcada para 8 de novembro de 2016. que cada candidato ganhou e ver quem levou mais estados. Ou fazer uma contagem total dos votos. O processo eleitoral americano se preocupa em equilibrar a influência dos estados no rumo político da nação, de acordo com o número de habitantes que neles moram. Portanto, ganhar as primárias na Califórnia não tem o mesmo peso
de sair vitorioso no Alaska. Como é feito esse cálculo, então? Cada estado tem direito a um determinado número de delegados. Esse número é definido principalmente pela população do estado — quanto mais gente, mais delegados. Porém, alguns estados podem ganhar delegados adicionais como um bônus, de acordo com certos critérios determinados pelos partidos. São esses delegados que votarão na convenção nacional de cada partido para definir quem será o candidato à presidência. No caso dos democratas, existem ainda os superdelegados — líderes do partido (Barack Obama e Bill Clinton são alguns deles) que podem votar em quem quiserem. Neste ponto, há uma diferença bastante importante na maneira como democratas e republicanos fazem a escolha de seu candidato. No caso dos democratas, os delegados de cada estado são divididos proporcionalmente, de acordo com os resultados das primárias. O cálculo para se chegar a essa proporcionalidade é complexo. Mas, via de regra, ela fica muito próxima de um para um. Por exemplo: se Hillary Clinton receber 60% dos votos num estado e Bernie Sanders 40%, Hillary leva cerca de 60% dos delegados e Sanders, 40%. Se o estado tiver 10 delegados, Hillary ganha 6 e Sanders 4. O placar para a convenção nacional
TABU Brasil e Mundo do partido democrata fica em 6x4. No caso dos republicanos, as regras variam de estado para estado. Em alguns, aplica-se a mesma regra de proporcionalidade dos democratas. Em outros, o vencedor leva todos os delegados daquele estado. Há ainda sistemas híbridos, que misturam os dois tipos de regras.
democrata). Foi a quarta vez que o fenômeno ocorreu em toda a história da democracia americana. Estas características, aliadas ao alto grau de autonomia das leis eleitorais de cada Estado, fazem também com que o tempo em que o resultado das eleições é anunciado varie de ano a ano. Em 2000, devido às polêmicas das contagens na Flórida, o processo de Foto: eonline.com
GERAL Os eleitores dos Estados Unidos da América escolhem seu presidente a cada quatro anos. De modo geral, a votação é similar à que ocorre no Brasil: no dia das eleições, os eleitores vão às urnas e votam no candidato de sua escolha, de modo secreto. Há, entretanto, duas diferenças fundamentais. A primeira está na modalidade do voto, que, nos Estados Unidos, é facultativo. Ou seja: no dia das eleições, o cidadão pode ir ou não ir às urnas, sem com isso ter qualquer prejuízo ou precisar apresentar qualquer justificativa. Isso também implica um tipo diferente de campanha, na qual os candidatos precisam convencer os eleitores pouco mobilizados a participar das eleições. A segunda diferença reside no caráter indireto das eleições americanas. Ao contrário do Brasil - onde a totalidade dos votos dos cidadãos é somada e, disso, concluído o vencedor do pleito - nos Estados Unidos o voto do eleitor não é creditado diretamente ao seu candidato. Os votos dos eleitores de cada Estado (ainda que dados para candidatos específicos) servem para eleger delegados no Colégio Eleitoral (Electoral College). São estes que representarão os eleitores de sua unidade federativa na escolha final do futuro presidente. Desde 1954, o Colégio Eleitoral é composto de 538 assentos, dos quais pelo menos 270 votos (maioria mínima) são necessários para se decretar um vencedor. Ocorre, no entanto, que, na
maioria dos casos, a determinação final dos votos de cada Estado é absoluta, e não proporcional. Isto é: mesmo que o candidato X derrote o candidato Y no Estado W por 55% contra 45% dos votos válidos, X obterá todos os representantes de W, enquanto Y não levará nenhum ao Colégio Eleitoral. Esse sistema é conhecido como “The Winner Takes It All” (“O Vencedor Leva Tudo”). (Os
Donald Trump (E) e Hilary Clinton (D). Candidatos populares das eleições 2016
únicos Estados em que se realiza uma contagem diferente são Maine e Nebraska.) Soma-se a isso que cada Estado tem uma quantidade própria de representantes determinada proporcionalmente pelo tamanho de sua população. O sistema, assim, permite que, no final das eleições, Y obtenha mais votos totais que X e, mesmo assim, acabe derrotado no Colégio Eleitoral por ter perdido a disputa nos Estados mais populosos. Isso ocorreu pela última vez em 2000, quando o democrata Al Gore enfrentou o republicano George W. Bush. Bush derrotou Gore no Colégio Eleitoral por 271 votos a 266, embora tenha perdido na soma geral (47,87% contra 48,38%, ou 500 mil votos a mais para o
contagem dos votos demorou mais de um mês. Já em 2008, devido à boa vantagem de Barack Obama em muitos Estados, o democrata já era o presidente eleito no final do dia da votação. Para melhor entender as eleições americanas, é bom ainda também ter em mente que, além de tamanhos e pesos eleitorais distintos, os Estados americanos possuem perfis políticos diferentes, o que por vezes acaba por lhes conferir funções específicas nas eleições. Os Estados americanos tendem a ter uma identidade política bem definida com um dos dois grandes partidos; isso ocorre, por exemplo, no Texas, que historicamente tem um voto republicano., racista e conservador. Revista TABU 39
IMIGRAÇÃO
Imigrantes e exploração
Africanos e haitianos são submetidos a situações d alguns aceitam empregos n
O
suor que escorre pelo rosto se junta à poeira negra do carvão e tinge a face e os braços de Ivon Belisarie. A fuligem avermelha seus olhos. Desde que chegou ao Brasil, há dois anos e meio, de segunda a sábado, das 8h às 17h, o imigrante haitiano corta madeira, abastece fornos que produzem carvão vegetal e ensaca o produto que será enviado a centros urbanos do país, numa carvoaria em Maringá (PR). Ele não se senta um minuto. Emagreceu tanto que está abaixo do peso. No terremoto de 2010, além de nove parentes, Ivon perdeu o patrão, um empresário haitiano do ramo de arroz para quem trabalhava como motorista havia 15 anos. Percebeu então que a permanência no Haiti ficara inviável. Trocou o conforto do ar-condicionado de veículos esportivos pelo calor, a poeira negra e a insalubridade da carvoaria. E a companhia ruidosa dos filhos pela solidão de sequer ter dinheiro para telefonar para casa. Dos dez haitianos que vieram com Ivon de Manaus para o Paraná, atraídos pela possibilidade de reconstruir a vida, ele é o único que continua na carvoaria. Em troca, recebe cerca de R$ 950. — Deixei a mulher chorando, com um bebê no colo e mais duas crianças pelas mãos, e vim buscar dinheiro no Brasil. Tenho responsabilidade com a minha família, não podia ficar sem trabalho — conta o haitiano, que chegou 40 Revista TABU
a racionar comida para enviar cerca de US$ 300 aos parentes no Haiti. Eles vivem uma situação extremamente desagradável, com algumas exceções, claro. Eles chegam com muitas expectativas ao nosso país e se decepcionam. Os brasileiros não estão preocupados em acolhe-los de forma digna.
São apenas aparências. É preciso rever as leis para abrigar novos imigrantes. Muitos ainda vivem em situação de extrema miséria, abaixo da linha da pobreza. Todos estes povos vieram e se fixaram no território brasileiro com os mais variados ramos de negócio, como por exemplo, o ramo cafeeiro, as
TABU Brasil e Mundo
são realidades do país
decadentes no brasil. Mesmo com curso superior, na construção ou setor têxtil
atividades artesanais, a policultura, a atividade madeireira, a produção de borracha, a vinicultura, etc. Desrespeito a varias normas. A 230 quilômetros da carvoaria, num frigorífico em Cascavel (PR), 380 migrantes haitianos fazem, cada um, cerca de 90 movimentos por minuto para desossar frangos
e pendurar galinhas. Por um salário mensal de cerca de R$ 1 mil, suportam a rotina de oito horas e 48 minutos diários sob um frio de nove graus, temperatura abaixo do limite de 12 graus estabelecido pelo Ministério do Trabalho. Trabalho degradante, insalubre e de baixa remuneração em empresas
de setores que, frenquentemente, figuram na lista suja do trabalho escravo têm sido o destino final de haitianos e africanos que enfrentam uma travessia dispendiosa e arriscada, muitas vezes patrocinadas por coiotes, para chegar ao Brasil. E não são poucos. Um estudo recémdivulgado pelo demógrafo Duval Fernandes, da PUC-MG, estima que, até o fim deste ano, haverá cerca de 50 mil haitianos no país. Junto a senegaleses, nigerianos e bengaleses, eles têm se engajado em funções que não requerem qualquer nível educacional, e recusadas por brasileiros. São trabalhos penosos para todos os imigrantes, mas principalmente os pobres. Diante deste cenário e de um crescente número de migrantes haitianos, sobram tarefas para ONGs e outras entidades da sociedade civil preocupadas com a questão. Nem sempre casos em que migrantes haitianos enfrentam problemas chegam ao conhecimento das autoridades e iniciativas do tipo têm ajudado a minimizar problemas. Em Rondônia, um dos principais destinos dos haitianos depois que saem do Acre, o auditor fiscal do MTE Juscelino Durgo tirou as manhãs de sábado para dar aulas de legislação trabalhista em um projeto do Serviço Pastoral do Migrante, vinculado à Igreja Católica. Ele conta que a iniciativa começou em 2010 com as “missões solidárias”. Revista TABU 41
42 Revista TABU
TABU Social
Revista TABU 43
INTERCAMBIO
Conheça quatro jovens que já fizeram intercâmbio. Saiba como essa experiência conta na hora de conseguir um emprego.
A
Intercâmbio ajuda na carreira e no desenvolvimento
de habilidades
Sala de Emprego desta segunda-feira fala sobre o sonho dos estudantes brasileiros de trabalhar e morar fora do país. Eles querem construir uma carreira e desenvolver habilidades. Conheça quatro jovens que já fizeram intercâmbio e saiba como essa experiência conta na hora de conseguir um emprego. Alexia Pinheiro Cabral, Esther Fuentes e Julie Damame fazem faculdade de relações internacionais. Thais Buchipiguel cursa administração. Rodrigo Cintra é diretor de internacionalização da ESPM, faculdade que elas estudam. “Aqui, a gente tem 50% dos alunos que acabam se envolvendo em intercâmbio ou de curta ou de longa duração, pelo menos uma semana fora eles acabam passando. É mais do que uma busca de emprego, é uma busca de carreira. A forma que a gente tem de pensar o mundo não dá pra ter uma experiência só nacional. A partir de um determinado nível dentro das empresas, você precisa efetivamente viver com outras culturas e com outros tipos de demanda”, relata Rodrigo. 44 Revista TABU
Mais brasileiros estão dispostos a deixar o Brasil para abraçar uma oportunidade de trabalho no exterior. De acordo com pesquisa da Catho, o percentual de profissionais que aceitariam uma
Veja o depoimento delas: “Tem vários motivos para se estudar fora: desenvolvimento profissional, pessoal e essa questão da crise é um ponto crítico, que faz a gente pensar duas vezes em ver os outros países como opção”
vaga no exterior passou de 75,9% em 2014 para 79,2% neste ano. Segundo as estudantes, não adianta fazer aquele intercâmbio de escola do ensino médio, pois é o da faculdade que conta.
“Todo mundo indo para fora e vendo essas novas ideias criatividade abrindo seus horizontes. A gente consegue trazer coisas legais para o Brasil também.” Julie Damame
“Na minha entrevista de estágio, o meu chefe falava hebraico e me testou. Eu consegui o meu emprego na hora que ele me perguntou em hebraico e eu respondi para ele”
“Você tem que fazer o intercâmbio mais voltado para a área que você quer, com as matérias que vão te ajudar na sua carreira. Se você não tem inglês, você já é cortado imediatamente do processo. O espanhol é requerido, mas não chega a ser essencial e a terceira língua se torna diferencial se tiver relação com a empresa”
Thais Buchpigel
Alexia Pinheiro Cabral
Esther Fuentes
TABU Educação
É tempo de crise, desemprego e instabilidade econômica no Brasil. Esses podem ser bons motivos para muita gente que já pensava em fazer um intercâmbio esticar ainda mais os olhos para oportunidades lá fora. Para quem não quer fechar 2016 sem colocar essa experiência em prática, reunimos dicas fundamentais para dar a largada no planejamento da viagem, seja para estudar, trabalhar ou as duas atividades. A diretora executiva da agência Mais Intercâmbio, Marina Jendiroba Moura, destaca que a maior procura atualmente é por cursos de idiomas, e que eles são extremamente valorizados no mercado de trabalho, podendo ser o grande diferencial para vencer a disputa por uma vaga lá fora ou mesmo no retorno para casa.— Vivendo no Exterior, seja em uma curta ou longa temporada, a pessoa consegue melhorar o conhecimento da língua local, ganha segurança na fala, até obter a fluência. Aliado a
isso, é importante considerar que a experiência ajuda a aprender a lidar com o inesperado, tornar-se mais flexível, adaptável e aberto a culturas e modos de viver. Tudo isso é muito enriquecedor e conta no ambiente profissional — diz. Em relação aos destinos, as opções são diversas. Desde os mais tradicionais para intercâmbio, como Estados Unidos, Canadá e Inglaterra, até os mais exóticos, como Índia e África. Mas, antes de escolher, é preciso muita pesquisa sobre cada país. O período de intercâmbio, além de ser um investimento que pode render pontos extras em processos seletivos de emprego, é uma boa oportunidade de autoconhecimento em um curto espaço de tempo, proporciona nova visão sobre o mundo e estimula o desenvolvimento de habilidades. Veja os primeiros passos para encarar essa aventura. Analise suas finanças pessoais
antes de definir o destino e o tempo de viagem. Assim, dá para saber quanto é possível reservar por mês. Depois disso fica mais fácil projetar uma data de embarque. É muito importante definir a data, mesmo que mude. Esse será o ponto de partida para tomar todas as decisões referentes ao intercâmbio, inclusive o destino. Faça o seu passaporte o mais rápido possível. Às vezes, esse processo pode ser demorado. Se já tiver, verifique a validade e as condições físicas do documento (se está rasgado, por exemplo). Quanto antes você fechar o seu intercâmbio, mais você poderá parcelar. Avalie sua agência. Ela deve ser responsável pelo seu visto. Faça sempre seguro-saúde. O cyberbullying e o desejo de ser popular estão entre as causas de estresse mais comuns entre os alunos. Evidências informais de membros da ATL. Revista TABU 45
EDUCAÇÃO
Um em cada cinc pratica bullying no Bra
A prática, mais comum em grupo e entre meninos, tem como consultados em nova pesquisa do IBGE feita com alunos do 9º ano Foto: divulgação.wordpress.com
O
bullying é um dos vilões da adolescência, que envolve quase 30% dos estudantes brasileiros - seja praticando ou sofrendo a violência caracterizada por agressões verbais ou físicas, intencionais, aplicadas repetidamente contra uma pessoa 46 Revista TABU
ou um grupo. Mas a grande maioria desse total, 20,8%, é formada por agressores. Ou seja, um em cada cinco jovens na faixa dos 13 aos 15 anos pratica bullying contra colegas no Brasil. O índice é destaque da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) 2012, divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Foram entrevistados 109.104 alunos do 9º ano do Ensino Fundamental (antiga 8ª série), de um universo de 3.153.314, grupo no qual 86% dos integrantes estão na faixa etária citada. Os outros 7,2% são vítimas desse tipo de abuso. “A grande diferença
o jovens
TABU Educação
sil
vítima 7,2% dos estudantes entre os dois índices reforça a ideia de que essa é uma prática comum em grupo, geralmente, contra uma pessoa”, explica Marco Antônio de Andreazzi, gerente de Estatísticas de Saúde do IBGE. O perfil dos agressores também aponta para uma predominância masculina: 26,1% dos meninos praticam bullying, em comparação com 16% das meninas. Também são eles os que mais sofrem a agressão (7,9%), em relação a elas (6,5%). A Pesquisa de Comportamento de Saúde em Crianças em Idade Escolar (HBSC, na sigla em inglês), feita também em 2012 em 41 países da Europa e América do Norte, mostra que a prática se torna menos frequente à medida que as vítimas ficam mais velhas: 13% dos alunos de 11 anos diziam sofrer bullying na escola, número que caiu para 12% entre os de 13 anos e para 9% entre os de 15. Uma das consequências comuns dessa violência é psicológica, e leva ao descontentamento da vítima quanto à própria imagem, por exemplo. “Tanto o déficit como, principalmente, o excesso de peso, podem gerar insatisfação e até mesmo distorções em relação à forma como o próprio corpo é percebido”, destaca o estudo do IBGE. Esse é um problema que atinge principalmente as meninas. Cerca de um terço delas (31,1%) dizia estar tentando emagrecer, mas uma proporção bem menor, de 19,1%, respondeu que se achava gorda ou muito gorda. Para acelerar esse processo, 6,4%
revelaram ter chegado a induzir o próprio vômito ou tomar laxantes prática característica de distúrbios alimentares, como a bulimia. Por outro lado, entre os meninos, a prioridade era ganhar peso para 19,6% dos entrevistados, e 8,4% deles admitiram ter recorrido a medicamentos sem orientação profissional com esse objetivo. Saúde - Na verdade, tendo ou não crises com o próprio corpo, o que a maioria desses adolescentes precisa mudar são os hábitos alimentares.
26,1% dos meninos praticam bullying, em comparação com 16% das meninas. Também são eles os que mais sofrem a agressão (7,9%), em relação a elas (6,5%) Entre os entrevistados, 41,3% contaram consumir guloseimas (doces, balas, chocolates, chicletes etc.) em cinco dias da semana ou mais. Em contrapartida, somente 30,2% afirmaram comer frutas com a mesma frequência. Já o refrigerante é presença constante na vida de 33,2% deles, e os biscoitos salgados e doces para 35,1% e 32,5%, respectivamente. Também foi questionada a oferta de alimentos nas cantinas das escolas, e constatou-se que os salgados
de forno estavam disponíveis para 39,2% dos estudantes, enquanto as frutas eram acessíveis a apenas 10,8%. Além disso, a atividade física ainda não é um hábito para a maioria dos adolescentes - mesmo que, nesse quesito, esteja incluída a aula de Educação Física obrigatória no currículo escolar. Para a pesquisa, o IBGE considerou até o percurso feito entre a casa e a escola, desde que a pé ou de bicicleta, somando no total 300 minutos por semana (cerca de 1 hora por dia, durante cinco dias). Mesmo assim, 69,9% foram considerados insuficientemente ativos ou inativos e só 30,1% foram classificados como ativos. Os meninos se movimentam quase duas vezes mais do que as meninas (39,1% ante 21,8%). Mas quando o assunto é TV, nenhum deles se salva. A PeNSE 2012 mostra que 78% deles assistem a duas horas ou mais de televisão por dia, hábito considerado extremamente sedentário. “É uma atividade muito passiva, e um estímulo ao consumo de alimentos não saudáveis”, enfatiza Andreazzi. Violência Os jovens entrevistados pelo IBGE também falaram sobre a violência em seu cotidiano. Cerca de 6,4% deles disseram ter se envolvido em brigas com armas de fogo nos 30 dias que antecederam a pesquisa, e 7,3% com a chamada arma branca (faca, por exemplo). Em ambos os casos, os meninos tiveram uma participação maior, 8,8% e 10,1% respectivamente, Revista TABU 47
JOVEM
Jovem
TABU Educação
em cena
Dizem que o jovem não gosta de política. Isto é verdade?
O
jovem não é um sujeito isolado do restante da sociedade. E, de uma forma geral, toda a sociedade tem partilhado certa descrença na ação política. Num contexto histórico em que muitas pessoas estão desanimadas com a política, é evidente que muitos jovens também vão partilhar desse sentimento. No entanto o que é política? Nas últimas pesquisas realizadas com jovens sobre este tema é interessante notar que, ao falar de política, muitos afirmam que não gostam. Mas quando se trata do tema da participação social, a maioria acha que é muito importante. E participar não é um
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institucional, a forma com que muitos dos políticos profissionais têm tratado as questões públicas faz com que desacreditemos que qualquer mudança seja possível. Da mesma forma, a mídia também contribui para que tenhamos uma ideia ruim da política. Valoriza-se muito, nos noticiários, atitudes de corrupção, nepotismo... e muito pouco (ou quase nada) as boas ações políticas. Há uma série de leis e políticas públicas importantes que foram pensadas por gente muito comprometida. Mas tenta-se colocar todos no mesmo saco. Se se conhece apenas maus exemplos, o descrédito dos jovens a esta política institucional será natural.
ato político? A palavra política está muito associada ao governo, ao partido... Se ampliarmos esta noção de política para a ideia de participação pública e coletiva, pode crer que muitos jovens não só gostam de política como têm um forte engajamento, maior inclusive que qualquer outro segmento social.Há uma série de leis e políticas públicas importantes que foram pensadas por gente muito comprometida. Primeiro, é entendermos o que de fato o jovem está chamando de política. Algumas palavras são muito significativas, mas estão desgastadas quanto ao seu uso. Evidentemente isso não é por acaso. No campo da política
Revista TABU 49
EDUCAÇÃO
10% a 20% dos jovens são vítimas de Cyberbullying e estresse com provas levam à automutilação e a tentativas de suicídio, dizem professores e especialistas
Q
uase metade dos funcionários das escolas britânicas acredita que alunos sob sua tutela se feriram propositalmente e quase um de cada cinco conheciam casos de jovens tentando o suicídio, segundo um novo levantamento. Dos mais de 400 integrantes da Association of Teachers and Lecturers (ATL) que responderam a uma pesquisa, 81% disseram ter conhecimento de alunos tentando o suicídio por causa de estresse. O cyberbullying e o desejo de ser popular estão entre as causas de estresse mais comuns entre os alunos. Evidências informais de membros da ATL, divulgadas na conferência anual da entidade, incluem testemunhos como o de um funcionário de uma escola de Londres, que disse: “Vi um grande aumento nos sintomas físicos de estresse e nos incidentes de automutilação. Pensamentos suicidas estão saindo do controle.” 50 Revista TABU
Samantha Barlow, mentora de uma escola de ensino fundamental de Manchester, disse aos pesquisadores: “O governo e as autoridades estão unicamente interessados em níveis e notas e colocam uma pressão enorme em crianças de apenas seis anos de idade para que elas se sintam ansiosas em relação às provas”. Um professor de Norfolk descreveu questões de saúde
20% dizem que seus alunos tentaram o suicídio
48% dizem que alunos de suas escolas se automutilaram 43% dizem que os
estudantes apresentaram transtornos alimentares
mental como “a maior barreira para o progresso acadêmico”, e um conselheiro em W arwickshire disse que o sistema de avaliações e o tempo passado na frente do computador significam que “não é surpresa que eles sofram cada vez mais com doenças mentais”. Uma professora do ensino fundamental em Somerset afirmou: “Professores não são assistentes sociais, psicólogos ou terapeutas, mas cada vez mais exige-se que eles cumpram esses papéis”. Cyberbullying: a violência virtual Na internet e no celular, mensagens com imagens e comentários depreciativos se alastram rapidamente e tornam o bullying ainda mais perverso. Como o espaço virtual é ilimitado, o poder de agressão se amplia e a vítima se sente acuada mesmo fora da escola. E o que é pior: muitas vezes, ela não sabe de quem se defender Todo mundo que convive com crianças e jovens sabe como eles são capazes de praticar pequenas e grandes perversões. Debocham uns dos outros, criam os apelidos mais estranhos, reparam nas mínimas “imperfeições” - e não perdoam nada. Na escola, isso é bastante comum. Implicância, discriminação e agressões verbais e físicas são muito mais frequentes do que o desejado. Esse comportamento
Foto: Divulgação
não é novo, mas a maneira como pesquisadores, médicos e professores o encaram vem mudando. Há cerca de 15 anos, essas provocações passaram a ser vistas como uma forma de violência e ganharam nome: bullying (palavra do inglês que pode ser traduzida como “intimidar” ou “amedrontar”). Sua principal característica é que a agressão (física, moral ou material) é sempre intencional e repetida várias vezes sem uma motivação específica. Mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema. E-mails ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamento e torpedos com fotos e textos constrangedores para a vítima foram batizados de cyberbullying. Aqui, no Brasil, vem aumentando rapidamente o número de casos de violência desse tipo. A tecnologia permite que, em alguns casos, seja muito difícil
TABU Educação
identificar o(s) agressor(es), o que aumenta a sensação de impotência. Nesta reportagem, você vai entender os três motivos que tornam o cyberbullying ainda mais cruel que o bullying tradicional. No espaço virtual, os xingamentos e as provocações estão permanentemente atormentando as vítimas. Antes, o constrangimento ficava restrito aos momentos de convívio dentro da escola. Agora é o tempo todo. Os jovens utilizam cada vez mais ferramentas de internet e de troca de mensagens via celular - e muitas vezes se expõem mais do que devem. A tecnologia permite que, em alguns casos, seja muito difícil identificar o(s) agressor(es), o que aumenta a sensação de impotência. Raissa*, 13 anos, conta que colegas de classe criaram uma comunidade no Orkut (rede social
criada para compartilhar gostos e experiências com outras pessoas) em que comparam fotos suas com as de mulheres feias. Tudo por causa de seu corte de cabelo. “Eu me senti horrorosa e rezei para que meu cabelo crescesse depressa.” Esse exemplo mostra como a tecnologia permite que a agressão se repita indefinidamente (veja as ilustrações ao longo da reportagem). A mensagem maldosa pode ser encaminhada por e-mail para várias pessoas ao mesmo tempo e uma foto publicada na internet acaba sendo vista por dezenas ou centenas de pessoas, algumas das quais nem conhecem a vítima. “O grupo de agressores passa a ter muito mais poder com essa ampliação do público”, destaca Aramis Lopes, especialista em bullying e cyberbullying e presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança. Revista TABU 51
CARREIRA
Descubra a importâ trabalhar no que se Poucas pessoas se atentam para a importância de uma pergunta: esse seu trabalho é a sua arte?
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uando falamos em carreira e escolhas profissionais, pensamos logo no caminho padrão imposto pela sociedade. Primeiro prestamos vestibular para aquela área com a qual nos identificamos e daí aguardamos o resultado para saber se passamos ou não em alguma das universidades escolhidas. E, então, concluída a faculdade, começamos a trabalhar no mercado formal. Mas poucas pessoas se atentam para a importância de uma pergunta: esse seu trabalho é a sua arte? Afinal de contas, você
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dediquei tanto que joguei por muitos anos os jogos mais difíceis e caros do poker mundial. Jogos que eu podia ganhar (mas também perder) 100 mil dólares em um único dia… Depois de muitos anos ali eu fui obrigado a conhecer um outro mundo… O ponto chave na minha vida e meu grande momento de transição aconteceu quando entendi que o que realmente estava me diferenciando não era mais a habilidade técnica – aquilo com que todos os top players já estavam acostumados. O que me diferenciou
vai passar longos anos da sua vida fazendo e ganhando dinheiro com isso e, se no fim das contas seu trabalho não te dá uma significância maior, você está indo para o lado oposto do sucesso. Desde muito cedo percebi que seguir esse modelo tradicional de vestibular, faculdade e trabalho não é uma regra para se ter sucesso na vida. E é por isso que eu decidi aos 19 anos largar o cursinho e me dedicar inteiramente ao universo do poker. Enxerguei uma oportunidade incrível e me apaixonei completamente por aquilo. Me
ncia de gosta
foi toda a base fora do jogo que eu comecei a masterizar através de grandes mentores, cursos e muita prática. O que chamamos de Alta Performance. Através de rituais, suplementação diferenciada, hiperprodutividade. Conceitos que não estavam disponíveis abertamente e que eu tive a oportunidade de aprender tão novo. Nesse momento eu já tinha ganhado milhões jogando e recebia propostas diárias para ensinar poker, palestrar sobre o tópico, mas eu virava para o lado e falava:
TABU Educação
“Não é mais o poker… Eu preciso mostrar esse mundo paralelo da Alta Performance… o High Stakes Lifestyle”. E assim começou a minha transição para o universo do empreendedorismo e da alta performance até os dias de hoje, quando consigo atingir milhões de pessoas semanalmente com esses conteúdos através do meu Facebook e mais de mil alunos no meu curso de Alta Performance chamado Moving Up. De fato, empreendedorismo, inovação e alta performance são a minha paixão e nesse artigo eu
quero te dar dicas (aqui na minha empresa, a High Stakes Academy, chamamos de hacks) de como você deve levar sua arte a sério, ao ponto de transformá-la em sua profissão. Preparado? Segundo o Dicionário Aurélio, arte é: “Capacidade humana de criação e sua utilização com vistas a certo resultado, obtido por diferentes meios (arte de caça; arte de domina r o fogo; arte de compor poemas; etc.)” Trazendo isso para a prática, fica claro que a arte vai muito além de trabalho. Dá para perceber o sentido de resultado. É trabalhar no que se gosta todos os dias, viver do seu ofício porque você simplesmente ama o que faz e ponto final. Buscar isso é difícil, pois trabalhar no que gosta (ou com o que gosta) não é uma simples obra do acaso. Tem muito a ver com momento e propósito. Mas por que não correr atrás disso? É comum ver pais advogados, médicos, engenheiros e outros profissionais de destaque ensinando seus filhos a seguirem o mesmo caminho que o deles, como se fosse a melhor opção para o sucesso financeiro. E muitos ainda pensam que se forem fazer o que gostam vão morrer de fome, pois confundem isso com algum passatempo como ir a praia, ver filmes ou ir para balada. Porém não estamos falando disso. A ideia é trabalhar no que gosta porque é o que te motiva a seguir em frente, independente de ganhar menos ou mais. Grandes empreendedores da atualidade começaram ganhando muito menos do que você imagina, mas o que os movia era pensar lá na frente. Eles compreenderam que a recompensa imediata podia até satisfazer o ego e a conta bancária, mas não era isso que realmente os motivava a levantar da cama. Muitas vezes, por circunstâncias da vida. Revista TABU 53
VESTIBULAR
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Entenda como você pode conseguir notas mais alta
urante o Ensino Médio, os estudantes são submetidos a uma série de redações, visando os bons resultados nos vestibulares. A prática constante é a melhor forma para conseguir boas notas e, principalmente, se sentir mais familiarizado com a produção de textos. Para ir bem nas redações dos vestibulares, conheça algumas dicas de escrita: Escolha a linguagem É importante se preocupar com o rigor da linguagem ao escrever um texto para a escola. Não use gírias ou abreviações de palavras, respeitando a norma culta da língua portuguesa. Evite também a repetição de palavras, para que o texto mantenha a coesão e fluidez necessárias para conseguir uma boa nota. Preste atenção no tipo de texto Você precisa dominar diversos tipos de textos para não ser pego de surpresa no momento do vestibular. Entenda quais as características de cada um deles e pratique bastante. Por mais que a maior parte dos vestibulares mais importantes do Brasil utilize a dissertação como redação, é importante que conheça os outros tão bem quanto essa. Tenha uma boa base O tema que será solicitado pela prova é secreto até o momento em 54 Revista TABU
TABU Educação
as nas provas de redação dos principais vestibulares que você está no vestibular e, por isso, é essencial ter uma boa base cultural e teórica sobre diversos assuntos. Sempre que possível, acompanhe os noticiários e busque entender de maneira aprofundada sobre alguns temas. Quanto maior for sua bagagem, menores as chances de ser pego de surpresa no momento da prova e ficar sem saber o que escrever. Revise o texto Após terminar de escrever, você deve reler o que foi produzido. Além de encontrar possíveis erros ortográficos, você também ganha a possibilidade de acrescentar novas idéias ao texto. Procure encontrar palavras repetidas e frases que não foram bem construídas, para que você possa alterá-las e conseguir uma nota ainda melhor. Deixe sua marca autoral Busque sair do senso comum sobre qualquer tema que você escreva. Ao demonstrar pensamento crítico e possibilidade de demonstrar a sua capacidade autoral, o avaliador ficará surpreso e dará uma nota maior para aqueles estudantes que o impressionarem. Por fim, não basta saber o que fazer, é preciso saber como fazer. Só se consegue um bom texto com muita prática e o ideal é fazer uma redação toda semana. E informar-se não faz mal a ninguém, não adianta treinar e se aperfeiçoar na técnica e na hora do amém . Revista TABU 55
56 Revista TABU
TABU Educação
Revista TABU 57
EDUCAÇÃO
Quem é
Malala Yousafzai
Ela foi baleada na cabeça aos 15 anos por defender a educação feminina Ganhadora de diversos prêmios, jovem é cotada para o Nobel da Paz.
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remiada por diversas organizações recentemente – como o respeitado Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensam ento, do Parlamento Europeu – e uma das mais cotadas para ser laureada com o Nobel da Paz nesta sexta-feira (11), a paquistanesa Malala Yousafzai, de 16 anos, não conquistou sua notoriedade de maneira fácil. A jovem se tornou conhecida ao mundo há um ano, após ser baleada na cabeça por talibãs ao sair da escola. O ataque aconteceu no dia 9 de outubro. Malala seguia em um ônibus escolar. Seu crime foi se destacar entre as mulheres e lutar pela educação das meninas e adolescentes no Paquistão – um país dominado pelos talibãs, que são contrários à educação das mulheres. No Vale de Swat, no noroeste do país profundamente conservador, onde muitas vezes se espera que as mulheres fiquem em casa para cozinhar e criar os filhos, as autoridades afirmam que apenas metade das meninas frequentam a escola - embora este número fosse ainda menor, de 34%, segundo dados de 2011. Malala cresceu e nasceu neste contexto. No início de sua infância, a situação ainda era melhor, com a educação das meninas sendo realizada sem muito questionamento. Nos anos 2000, entretanto, a influência do talibã se tornou cada vez maior, até que o Revista TABU TABU 58 Revista
grupo dominou a região, em 2007. Em 2008, o líder talibã local emitiu uma determinação exigindo que todas as escolas interrompessem as aulas dadas às meninas por um mês. Na época, ela tinha 11 anos. Seu pai, que era dono da escola onde ela estudava, e sempre incentivou sua educação, pediu ajuda aos militares locais para permanecer dando aulas às meninas. Entretanto, a situação era tensa. Naquela época, um jornalista local da BBC perguntou ao pai de Malala se alguns jovens estariam dispostos a falar sobre sua visão do problema. Foi quando a menina
“Mas para mim o melhor modo de lutar contra o terrorismo e o extremismo é fazer uma coisa simp les: educar a próxima geração” começou a escrever um blog, “Diário de uma Estudante Paquistanesa”, no qual falava sobre sua paixão pelos estudos e as dificuldades enfrentadas no Paquistão sob domínio do talibã. Funcionário de uma livraria de Islamabad exibe cópias da autobiografia da ativista
paquistanesa Malala Yousafzai (Foto: Aamir Qureshi/ AFP) O blog era escrito sob um pseudônimo, mas logo se tornou conhecido. E Malala não tinha receios em falar em público sobre sua defesa da educação feminina. Os posts para a BBC duraram apenas alguns meses, mas deram notoriedade à menina. Ela deu entrevistas a diversos canais de TV e jornais, participou de um documentário e foi indicada ao Prêmio Internacional da Paz da Infância em 2011. Na época, ela não ganhou – mas foi laureada com o mesmo prêmio em 2013. A família de Malala sabia dos riscos – mas eles imaginavam que caso houvesse um ataque, o alvo seria o pai da menina, Ziauddin Yousafzai, um ativista educacional conhecido na região. Quando houve o ataque, a situação já estava mais calma – os talibãs já haviam perdido o controle do Vale do Swat para o exército, em 2009. Por isso, o tiro levado pela menina foi ainda mais chocante. No dia 9 de outubro, Malala deixou sua escola e seguiu para o ônibus que a levava para casa. Posteriormente, ela contou ter achado estranho o fato de as ruas estarem vazias. Pouco depois, dois jovens subiram no ônibus, perguntaram por ela e dispararam. Além de Malala, outras duas meninas também foram baleadas. A menina foi socorrida e levada de helicóptero para o hospital militar de Peshawar. Relatos da
a.
Social TABUTABU Educação
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época apontam que Malala ainda ficou consciente, apesar do tiro ter atingido sua cabeça, mas que se mostrava confusa. Sua condição piorou, e ela precisou passar por uma cirurgia. O caso passou a ser acompanhado por todo o mundo, e o próprio governo do Paquistão passou a ter mais atenção. Um grupo de médicos britânicos que estava no país foi convidado para avaliar a situação de Malala, e sugeriram que a menina fosse transferida para Birmingham, onde receberia tratamento e teria mais chances de se recuperar. A chegada de Malala ao Reino Unido aconteceu seis dias após o ataque. Ela foi mantida em coma induzido, e quando despertou, dez dias depois, logo demonstrou e s t a r consciente.
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TABU Educação
EDUCAÇÃO
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Luta pública
eu primeiro discurso público ocorreu em julho deste ano, nove meses após o ataque, quando fez um discurso na Assembleia de Jovens da ONU. Na ocasião, ela reforçou que não será silenciada por ameaças terroristas. “Eles pensaram que a bala iria nos silenciar, mas eles falharam”, disse em um discurso no qual pediu mais esforços globais para permitir que as crianças tenham acesso a escolas. “Nossos livros e nossos lápis são nossas melhores armas”, disse ela na oportunidade. “A educação é a única solução, a educação em primeiro lugar”. “Os terroristas pensaram que eles mudariam meus objetivos e interromperiam minhas ambições, mas nada mudou na vida, com exceção disto: fraqueza, medo e falta de esperança morreram. Força, coragem e fervor nasceram”, completou. Na época, Gordon Brown, exprimeiro-ministro britânico e enviado especial da ONU para a educação, elogiou Malala como “a garota mais corajosa do mundo” ao apresentá-la à Assembleia de Jovens da ONU. Após o discurso, um alto comandante do talibã paquistanês escreveu uma carta a Malala acusando-a de manchar a imagem de seu grupo e convocando-a a retornar para casa e a estudar em uma madrassa. Adnan Rasheed, um ex-membro da força aérea que entrou para os quadros do TTP, disse que gostaria que o ataque não tivesse ocorrido, mas 60 Revista TABU
acusou Malala de executar uma campanha para manchar a imagem dos militantes. “É incrível que você esteja gritando a favor da educação; você e a ONU fingem que você foi baleada por causa da educação, mas esta não é a razão... não é pela educação, mas sua propaganda é a questão”, escreveu Rasheed. “O que você está fazendo agora é usar a língua para acatar ordens dos outros.” Na carta, Rasheed também acusou Malala de tentar promover um sistema educacional iniciado pelos colonizadores britânicos para produzir “asiáticos no sangue, mas ingleses por gosto”, e disse que os alunos devem estudar o Islã, e não o que chama de “currículo secular ou satânico”. “Aconselho você a voltar para casa, a adotar a cultura islâmica e pashtun, a participar de qualquer madrassa islâmica feminina perto de sua cidade natal, a estudar e aprender com o livro de Alá, a usar sua caneta para o Islã e a se comprometer com a comunidade muçulmana”, escreveu Rasheed. Recentemente, em entrevista à BBC, Malala disse que “a melhor maneira de superar os problemas e lutar contra a guerra é através do diálogo. Esse não é um assunto meu, esse é o trabalho do Governo (...) e esse é também o trabalho dos EUA”. A jovem considerou importante que os talibãs expressem seus desejos, mas insistiu que “devem fazer o que querem através do diálogo. Matar, torturar e castigar gente vai contra o Islã. Estão utilizando mal o nome do Islã”.
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Imagens: Divulgação Netflix
SÉRIES
Jessica Jones, série produzida pela Netflix em parceria com a Marvel agradou fãs e crítica 62 Revista TABU
TABU Social TABU Entretenimento
Jessica Jones e o poder feminino
J
á faz mais de uma década desde que Hollywood descobriu que as adaptações dos superheróis dos quadrinhos eram o segredo para uma fonte de receitas de vários bilhões de dólares que parece não ter fim. Mas preciso confessar: eu não assisti a nenhuma delas. Opa! Mas esta semana eu comecei a assistir Jessica Jones. Enquanto os outros quadrinhos do DC Comics e da Marvel reciclam velhas histórias que poderiam ser mais agradáveis se não fossem pelo fato de que o seu único atributo heroico variável é o gosto pelo nylon “Jessica Jones” parece ser -- finalmente – algo novo. É fantástico. Por alguma razão, os estúdios operam sob a presunção que um “homem branco” é o padrão representativo da experiência humana e os outros personagens não vendem ingressos nem ganham altos índices de audiência. Sim, Hollywood é uma criatura avessa ao risco. Quando encontra
algo que dá certo – como os super-heróis (ou superheroínas trabalhando lado a lado com um número igual ou até maior de homens) – os grandes estúdios seguirão essa fórmula até que não sirva mais. A heroína foi adaptada do Marvel Comics para a telona por uma mulher que escreveu todos os filmes Twilight(Crepúsculo), Melissa Rosenberg, e interpretado por Krysten Ritter. Ela não pede desculpas nem está vestida com roupas apertadas, mas ela também não é nenhuma “outra” -izada princesa guerreira do Amazonas ou de origem alienígena. Em vez disso, Jones é uma mulher humana complexa, com quem nós nos identificamos e faz um excelente trabalho nesse sentido apesar dos seus inúmeros defeitos. Como com qualquer outro ator, ela deixa de lado qualquer dúvida sobre sua popularidade. Ela tem vários parceiros sexuais. Ela aparece em cenas de ação.
É sensacional – especialmente por sua presença nos meios de comunicação de massa. Televisão e filmes são aspectos da cultura. No mínimo, eles nos informam o que é OK e o que não é sobre o comportamento no nosso mundo, refletindo a moral e os valores. Mas eles também têm o poder de formar essa moral e esses valores – seja ao perpetuar imagens frequentemente associadas com indivíduos ou por permitir que esses indivíduos sejam caracterizados de novas formas. Certo. Mas as histórias contadas de uma perspectiva alternativa estão prosperando, mesmo que só na telinha. Talvez essas séries possam ajudar a mostrar uma fórmula que dá certo: uma onde os diferentes tipos de pessoas veem uma imagem de herói contada por alguém com quem elas possam se identificar. Eu mal posso esperar para ver o que Jessica vai tramar na próxima temporada e os desafios que nossa heroína vai enfrentar.
Demolidor (2015)
Luke Cage (2016)
Agents of Shield (2013)
Advogado durante o dia e vigilante à noite Matthew Murdock usa seus sentidos aguçados para combater o crime nas ruas de Hell’s Kitchen, bairro onde cresceu em NY.
Quando um experimento sabotado o dá super-força e pele impenetrável, Luke Cage se torna um fugitivo tentando reconstruir a sua vida no Harlem, enquanto tenta limpar a sua cidade.
A série gira em torno do personagem Phil Coulson, com Clark Gregg reprisando seu papel da série de filmes, e sua equipe de agentes da S.H.I.E.L.D., que têm de lidar com vários casos e inimigos incomuns. Revista TABU 63
MÚSICA
Qual é o melhor streaming de música disponível no Brasil Seja no computador ou nos apps qual a melhor plataforma para ouvir e guardar suas músicas preferidas?
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aça a seguinte reflexão: imagine você ouvindo música no início dos anos 2000. É bem provável que você ainda esteja na transição entre o CD e o formato 100% digital, virtual, dentro do computador. Os programas para baixar música estavam no auge e o compartilhamento era uma das únicas saídas para quem tinha pouco dinheiro e queria ouvir música. Aqui no Brasil já existem vários serviços com diferentes características para que você possa ouvir seus artistas favoritos e também para conhecer novas músicas. Logicamente que o streaming não enterrou o download, mas ele é, atualmente, uma das principais maneiras de se consumir música no computador ou no smartphone. Mas em um mercado com cada vez mais alternativas, qual é a melhor opção? Nós fizemos uma, lista comparativa entre 4 serviços. Confira agora os resultados. 64 Revista TABU
Spotify
Deezer
Sem dúvida o principal nome do ramo na atualidade, o Spotify não para de crescer e é um dos grandes responsáveis pela popularização do streaming como uma das principais formas de consumo de música na atualidade. Ele tem um catálogo imenso e milhões de assinantes ao redor do mundo.
O Deezer é um serviço de treaming de áudio que foi sendo formado durante a sua jornada e hoje é um dos principais do planeta. Até há algum tempo, ele era a melhor opção disponível no Brasil, mas já ganhou a companhia” de outros grandes nomes do setor.
Google Music
Tidal
O Google demorou um pouco paraentrar neste ramo mas também não decepcionou. O Google Play Music (ou apenas Google Music) vem conquistando assinantes com seu catálogo mplo e seus recursos avançados para gerenciamento e acesso à música.
Cansado de todas as alternativas disponíveis no mercado para o streaming de música, o rapper estadunidense Jay-Z resolveu lançar o seu próprio serviço: Tidal. Causando algum barulho, a novidade oferece música em alta definição e pode ser instalada em basicamente qualquer dispositivo.
Foto: Ronald Martinez AFP
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A representatividade negra na música O papel da música é nos inspirar a lutar por um O papel da música é nos inspirar a lutar por um mundo demundo direitos de iguais, direitos iguais, sem padrões, sem violência e sem preconceito. sem padrões, sem violência e sem preconceito.
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omente em 2015, dezenas de
omente em 2015, dezenas jovens negros foram mortos por de jovens negros foram policiais norte-americanos sem mortos por policiais nortequalquer motivo aparente. Por americanos sem qualquer outro lado, a morte de um rapper e youtuber, motivo aparente. Por outro lado, conhecido como Messy Mya, em 2010, a morte de um rapper e youtuber, segue um mistério: a família do jovem até conhecido como Messy Mya, hoje procura por explicações convincentes em 2010, segue um mistério: a das autoridades: vale considerar que o família do jovem até hoje procura rapper era um ativista destemido na luta por explicações convincentes das contra a discriminação aos negros e fazia autoridades: vale considerar que o vídeos afiados, sem medo de denunciar rapper era um ativista destemido as situações que preconceito e agressão na luta contra a discriminação aos que via acontecer. Ele morreu após sair do negros e fazia vídeos afiados, sem chá de bebê do seu próprio filho. Levou 18 medo de denunciar as situações tiros. As autoridades afirmam que ele foi que preconceito e agressão que vítima de um assassino bipolar que segue via acontecer. Ele morreu após sair solto. A família insiste que Messy foi vítima do chá de bebê do seu próprio de violência policial. filho. Levou 18 tiros.A família As duas músicas já podem ser insiste que Messy foi vítima de consideradas como um dos hinos de violência policial. As duas músicas uma geração – geração esta que não já podem ser consideradas como aguenta mais ficar calada. Kendrick um dos hinos de uma geração Lamar talvez seja o principal nome
desta representatividade no showbiz: No – geração esta que não aguenta incidente ocorrido no primeiro semestre de mais ficar calada. Kendrick Lamar 2015, quando policiais norte-americanos talvez seja o principal nome desta mataram dois homens negros sem representatividade no showbiz: qualquer motivo aparente e prenderam um No incidente ocorrido no primeiro jovem, também negro, de apenas 14 anos, semestre de 2015, ativistas do ativistas do movimento negro foram às movimento negro foram às ruas de ruas de Nova York entoando “We gonna be Nova York entoando “We gonna be alright” (“Nós vamos ficar bem”), trecho do alright”, trecho do single de sucesso single de sucesso do álbum, que foi o grande do álbum, que foi o grande hino da hino da manifestação. Já “Formation” manifestação. Já “Formation” foi foi lançada de surpresa por Beyoncé (a lançada de surpresa por Beyoncé, mãe da menininha negra que assume os em uma madrugada, e movimentou cabelos black power com orgulho), em uma todo um país com seu lançamento. madrugada, e movimentou todo um país Enquanto muitos aplaudiam com seu lançamento. a coragem de Beyoncé para Enquanto muitos aplaudiam a coragem denunciar o preconceito e o de Beyoncé para denunciar o preconceito orgulho de assumir sua cor e toda e o orgulho de assumir sua cor e toda a a cultura que está envolvida nisso, cultura que está envolvida nisso, alguns alguns políticos conservadores não políticos conservadores não gostaram gostaram nada da faixa, que faz nada da faixa, que faz uma denúncia uma denúncia direta à polícia dos direta à polícia dos EUA. Mas, assim como EUA. Mas, assim como o público o público presente no Grammy, que foi
obrigada a ouvir a performance memorável presente no Grammy, que foi de Kendrick cantando, Beyoncé também obrigada a ouvir a performance cantou a plenos pulmões sua faixa memorável de Kendrick cantando, denúncia para toda a América, durante Beyoncé também cantou a sua o Super Bowl. Ou seja, as duas canções faixa denúncia para toda a América, incomodam. Mas todo um país – inclusive durante o Super Bowl. Ou seja, as os mais conservadores precisaram engolir duas canções incomodam. Mas isso. todo um país – inclusive os mais Formation começa com um sample conservadores precisaram engolir com a voz de Messy Mya e a pergunta: “O isso. Formation começa com a que houve em Nova Orleans?”. O estado é voz de Messy Mya e a pergunta: tido como um dos mais racistas dos EUA. “O que houve em Nova Orleans?”. A voz de Mya se calou há quase O estado é tido como um dos seis anos, mas Beyoncé foi responsável mais racistas dos EUA. A voz de por colocar o protesto do rapper sob os Mya se calou há quase seis anos, holofotes novamente – aliás, trata-se mas Beyoncé foi responsável por de um reconhecimento que ele jamais colocar o protesto do rapper sob teve enquanto estava vivo. Assim como os holofotes novamente, trata-se ocorre com Kendrick Lamar, que grita de um reconhecimento que ele que “nós vamos ficar bem”, ecoando a jamais teve enquanto estava vivo.É voz de milhares de negros ao redor do bom estar atento, Gostem ou não: mundo. É bom estar atento a isso, quer os vivemos tempos de revolução na preconceituosos gostem ou não: vivemos música pop. tempos de revolução na música pop.
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LIVROS
Literatura fantástica nacional? Affonso Solano é a pedida!
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dapak, filho de um dos Dingirï, criaturas que deram vida à Kurgala é um jovem de pele cor de carvão e olhos brancos que cresceu cercado de conhecimento e sabedoria, protegido pelo pai em sua ilha sagrada. Seu conhecimento de Kurgala é adquirido basicamente por livros e apesar de ser treinado para lutar e usar a técnica dos “Círculos”, não possui vivência. Quando completa 19 anos, Adapak é forçado a fugir e lutar para encontrar os que desejam a morte dos Deuses de Kurgala. Esta é a primeira e derradeira vez que deixa sua morada. O universo criado por Affonso Solano é bem diferente. De maneira criativa, o autor elaborou um mundo com bastante originalidade e personagens com características que podemos encontrar em nós mesmos, como a ingenuidade de Adapak e suas descobertas do mundo “real” que são difíceis mesmo para um espadachim filho de um deus. O livro tem início com uma cena de ação em que algumas das habilidades de Adapak já são mostradas, enfrentando uma guandiriana (fêmea-soldado). Contado em dois tempos, o enredo muitas vezes volta ao
O primeiro livro da série já conta com mais de 400 mil cópias vendidas 66 Revista TABU
passado de Adapak, momento em que descobrimos como aprendeu usar a técnica dos Círculos de Tibaul, as criaturas envolvidas em sua formação e os acontecimentos que levaram à situação enfrentada no presente. No início de cada capítulo, há citações das aventuras de Tamtul e Magano, série fictícia lida pelo protagonista e que muitos leitores esperam que Solano publique futuramente. O livro possui muitas cenas de ação e as descrições de locais, pessoas e eventos não são extensas. Na verdade, são na medida certa para imprimir ritmo à narrativa. Ao final da leitura, ficamos com o desejo de conhecer mais sobre os personagens e descobrir outros aspectos do mundo criado pelo autor. Ponto positivo pois o autor já avisou que haverá sequências. Solano criou uma linguagem específica para o universo, como os anos que são na verdade contados em ciclos (14 meses terrestres), um casco corresponde a um palmo de sua mão, e as raças, seres e toda
mitologia deixou leitores desejosos de um glossário. Pessoalmente não vi necessidade disso, pois vamos compreendendo cada aspecto conforme avançamos com a leitura, ao mesmo tempo em que Adapak também faz suas descobertas. Enfim, é possível perceber que este livro foi feito com esmero. Esta é uma obra consistente, nova, diferente e rica, cujas páginas proporcionam bons momentos de entretenimento.sejam escritos por aqui. mas no geral, gostei bastante da leitura.
Foto: lerparaescrever.blogspot.com.br
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Leitura melhora escrita, estimula a imaginação e aprimora argumentação
Além de auxiliar na escrita, leitura também resulta em maior conhecimento.
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eus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, eles serão incapazes de escrever – inclusive sua própria história. A declaração de Bill Gates expressa com lealdade a importância da leitura, principalmente na fase do vestibular. Além de melhorar a escrita e estimular a imaginação, ela também proporciona diferentes tipos de conhecimentos em variadas áreas e para toda vida. E é justamente nesse sentido que muitos professores indicam a leitura diária de jornais e revistas aos vestibulandos. Nessa etapa importante dos estudos, acompanhar os noticiários e manter-se informado sobre o que acontece no mundo é quase uma
regra. Isso porque, cada vez mais, as universidades têm abordado temas da atualidade nas redações e nas questões objetivas. Mais do que contribuir para o enriquecimento do debate e o aprimoramento da argumentação, a leitura exercita as capacidades de observação, interpretação, síntese e comparação do estudante. Quem lê mais, sabe mais. Quanto maior o conhecimento, maior será a chance de obter aprovação no vestibular. Dessa forma, o aconselhável é reservar um tempo, durante os estudos, para a leitura de jornais e revistas. Além de contribuir para o aprendizado, a leitura também é vista como uma oportunidade para descanso, já que, com o tempo, o vestibulando pode adquirir paixão
pelo hábito. Por outro lado, vale ressaltar que ler as notícias não é suficiente. Para otimizar esse recurso pedagógico, o ideal é associar os temas abordados pelos veículos com os conteúdos ministrados durante as aulas. Além disso, é preciso dar atenção à repetição dos temas. Na maioria das vezes, a universidade utiliza um assunto que foi veiculado na mídia para introduzir um tema cobrado no conteúdo programático do processo seletivo ou, ainda, como tema da redação. O estudante que não se restringe ao factual e associa as temáticas com outras áreas de conhecimentos tem mais facilidade de discorrer sobre o assunto de forma crítica e contextualizada. Revista TABU 67
GAMES
Uncharted 4: A Thief’s End lançado em maio de 2016
Análise: Uncharted 4
Jogo do PS4 combina magia da aventura, dramas familiares e ação incrível.
A
o começar a jogar “Uncharted 4: A Thief’s End”, principal lançamento do PlayStation 4 neste primeiro semestre, a sensação de familiaridade é inevitável. Apesar do visual absolutamente fabuloso e de fases muito mais amplas, o jogo muda pouco em sua essência em relação ao terceiro capítulo da série, de 2011. Mas bastam algumas horas com a provável última aventura do caçador de tesouros Nathan Drake para entender porque o herói é tão idolatrado – e porque “Uncharted 4” é o game exclusivo do PS4 mais importante até agora. Assista no vídeo acima a um trecho do capítulo de “Uncharted 4” em Madagascar, um dos vários cenários do jogo. A produtora Naughty Dog conta 68 Revista TABU
uma história digna de um Steven Spielberg dos anos 1980 e 1990. E como o velho Indiana Jones, “Uncharted 4” laça a atenção e o coração do jogador com uma trama habilidosa e equilibrada, que combina a magia da aventura, dramas pessoais e familiares e sequências incríveis de ação. “Uncharted 4” começa com um “flashforward” e um “flashback”, mas logo manda a real: o corajoso Nathan Drake está aposentado e trocou a rotina em alta voltagem para viver em tranquilidade com a esposa Elena Fisher, personagem recorrente dos outros jogos da série. O plano acaba indo para o buraco com o reaparecimento de Sam, o irmão que Nathan achava que havia morrido. Drake gosta da sua vida atual e se mostra dividido,
mas logo deixa o tédio e a nostalgia falarem mais alto e embarca na caça ao tesouro que os dois interromperam anos atrás. A aparição de Sam e sua relação com Nathan são o pilar da trama de “Uncharted 4”. Muito mais do que “Sully” nos outros jogos, Sam é a grande figura paterna de Drake. O cara legal que ensinou tudo para o caçador de tesouros, e que faz Nathan se dedicar em dobro só para impressionar e arrancar um elogio. Os novos cenários também ajudam a garantir o alto nível de ação e adrenalina que a série “Uncharted” é conhecida. Os tiroteios são maiores e mais intensos. A grama alta e a quantidade de obstáculos fazem com que os movimentos mais sorrateiros, de “também tenham mais importância.
Novo Zelda deve chegar em 2017 para NX Seguindo a notícia de que o novo console da Nintendo, de codinome NX, será lançado em março de 2017, a empresa também anunciou que o novo The Legend of Zelda para Wii U foi adiado para o ano que vem. A notícia foi divulgada por meio do Twitter oficial da Nintendo, junto com um punhado de informações sobre o último ano fiscal da empresa. De acordo com a publicação, o atraso do novo Zelda servirá para "melhorar a qualidade" do jogo. "Embora com lançamento originalmente marcado para 2016, a chegada do novo "The Legend of Zelda” foi adiado para 2017" lêse no tweet. "Obrigado pela sua compreensão." Entre boas notícias, a empresa confirmou o rumor de que alguns
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jogadores já esperavam: o novo Zelda será lançado não só para Wii U, como também contará com uma versão para NX que está atualmente em desenvolvimento. Segundo a Nintendo, seu novo console não será apresentado durante a E3 2016, mas The Legend of Zelda estará no evento com uma demonstração jogável. “Em junho, vamos focar nossa atenção no próximo Zelda. Mais informações sobre os planos da Nintendo para a E3 serão anunciados no futuro.” Como a Nintendo deixou de operar no Brasil em janeiro de 2015, não há
previsão de um lançamento oficial do NX no país ou para a América Latina como um todo.
Pokémon GO inicia fase de testes O estágio beta do Pokémon GO está chegando a mais usuários nos países pré-selecionados. Niantic Labs é a desenvolvedora por trás do jogo que promete revolucionar o modo de jogatina em dispositivos portáteis, estando também em cargo de liberar os convites necessários para testar o jogo antes de seu lançamento público. Como o período experimental começou no Japão, país natal da Nintendo, dona da franquia, os interessados ainda precisam
aguardar mais um pouco se quiserem convites por lá, mas, a partir desta semana, novos passes estão chegando a jogadores da Nova Zelândia e Austrália, as duas regiões que completam a lista de compatibilidade com o Pokémon GO beta. Nestes dois locais, os habitantes podem ser selecionados para participarem do programa da Niantic Labs, precisando preencher alguns requisitos básicos antes de serem chamados para o beta deste tão esperado game. Revista TABU 69
CINEMA
A guerra entre os gigantes da Marvel
O blockbuster da Marvel entrega tudo o que promete em uma das melhores representaçõs de heróis na história das telonas
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m dos momentos que mais revelam a essência de Capitão América: Guerra Civil (Captain America: Civil War, 2016), que estreia nesta quinta-
70 Revista TABU
feira (28), é entregue ao espectador logo no início do filme. O jovem Tony Stark (Robert Downey Jr.), na década de 1990, tem um delicado último encontro com seus pais, sem saber que em breve eles morreriam. Em seguida, nós o vemos já adulto nos dias de hoje - em que ele já é o Homem de Ferro, dos Vingadores - em um discurso para graduandos do MIT. No palco, ele apresenta uma tecnologia desenvolvida pela Stark Industries que, basicamente, “reescreve” más memórias, para torná-las menos desconfortáveis. “Eu te amo, pai”, diz o jovem Tony para Howard, na nova versão da lembrança apresentada ao público. Sentir-se compelido a reagir diante de uma situação que mexe diretamente com seu íntimo, seja um drama pessoal ou político, é o que define os comportamentos de Steve Rogers, o Capitão América (Chris Evans), e Homem de Ferro neste que é o 13º filme e um dos melhores - do Universo Cinematográfico Marvel. Em Guerra Civil, os Vingadores se dividem em dois grupos quando um tratado com as Nações Unidas lhes é oferecido, após mais danos colaterais causados por uma missão dos heróis. Eles chegaram a um ponto incontornável: o de encarar que eles são tão letais quanto os vilões que combatem e de prestar esclarecimentos
à comunidade internacional por meio de um comitê da ONU. O tratado estabelece que seres com superpoderes, como os Vingadores, devem ter suas atividades reguladas e ser monitorados. Homem de Ferro aceita assinar o documento, assim como Viúva Negra (Scarlett Johansson), Máquina de Guerra (Don Cheadle), Visão (Paul Bettany), Pantera Negra (Chadwick Boseman) e Homem-Aranha (Tom Holland). Do outro lado, juntam-se ao Capitão América, contra o documento, Soldado Invernal (Sebastian Stan), Falcão (Anthony Mackie), Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), Homem-Formiga (Paul Rudd) e Gavião Arqueiro (Jeremy Renner). O confronto entre as duas facções torna-se inevitável. E o misterioso passado do Soldado Invernal é, mais uma vez, o elemento que interliga muitos conflitos. A trama se inspira na série dos quadrinhos Guerra Civil, de Mark Millar e Steve McNiven. Não é de se esperar algo diferente de um filme protagonizado por um dos personagens mais políticos da Marvel. O Capitão América, logo quando estreou nos quadrinhos em 1941, foi desenhado na capa da revista dando um soco certeiro no rosto de Adolf Hitler. Naquele momento, seus criadores Joe Simon e Jack Kirby se manifestaram contra o avanço do nazismo mundo afora e, de quebra, conseguiram criar um herói mais próximo da realidade.
TABU Entretenimento Para honrar essa a tarefa, e melhor ainda, ir além disso e realizar ótimas obras de cinema, o Marvel Studios recorreu ao diretor Joe Johnston para comandar Capitão América: O Primeiro Vingador (2011). O primeiro longa-metragem sobre o “Sentinela da Liberdade” faz a façanha de conseguir ser uma ótima ficção científica, um bom representante do gênero filme de guerra e resgatar um clima irresistível de matinê dos anos 1940. Responsável pelo roteiro, ali já estava a dupla superpoderosa Christopher Markus e Stephen McFeely. Saído Johnston, entra em seu lugar outra dupla, os irmãos Anthony e Joe Russo, para dirigir a sequência O Soldado Invernal (2014). Ambos estabelecem que, ao contrário da época em que acontecia a Segunda Guerra Mundial, o Capitão já vivia no presente, onde o inimigo não está tão nítido. As nuances do comportamento humano e os múltiplos interesses políticos deram contornos de thrillers políticos e paranoicos dos
anos 1970, como o clássico Três Dias do Condor. Assuntos atuais, como vigilância com tecnologia e vazamento de informações sigilosas, foram usados no enredo. Em Guerra Civil, é a vez de temas como vigilantismo, liberdades individuais e violência serem abordados. Nisso, ambas as duplas se superam em suas respectivas posições. As cenas de ação - do tipo “na raça” - têm impressionante fisicalidade; a precisa função que cada um dos vários personagens tem; os diálogos, que chegam a ser estupendos, como quando Tony diz a Steve que já teve vontade de lhe dar um soco nos dentes; a habilidade de encontrar nos personagens, mesmo naqueles já conhecidos pelo público há anos, uma nova particularidade; as atuações, que variam entre boas e ótimas, como as de Chris Evans, que parece ter nascido para dar vida ao personagem-título, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson, em sua melhor atuação como Viúva Negra até hoje, e Sebastian Stan. Depois de mais de dez filmes lançados, a Marvel consegue elevar, mais uma
Guerra Civil é a maior bilheteria de 2016
O longa arrecadou US$ 14,8 milhões nos mercados internacionais nesta terça (17), chegando ao valor total de US$ 971,7 milhões, contra os US$ 971 da animação. Nos EUA, o final de semana será marcado pelas estreias de Angry Birds e Vizinhos 2, portanto não há como saber se a produção da Marvel continuará em primeiro lugar no país. Além disso, projeções mostram que a marca de US$ 1 bilhão deve ser alcançada em breve.
Detalhes da participação do novo Homem-Aranha! Em entrevista ao Comic Book Movie, o diretor Joe Russo revelou detalhes da participação HomemAranha (Tom Holland) em ‘Capitão América: Guerra Civil‘.“Tony tem um certo narcisismo e não quer perder essa batalha. Ao mesmo tempo, ele enxerga o Homem-Aranha como uma arma viva não-letal grandiosa. E você não poderia pedir por um personagem melhor do que o Homem-Aranha para fazer isso”, afirmou. Antes de recrutar o cabeça de teia, Tony Stark (Robert Downey Jr) já está ciente de suas habilidades.“Ele já viu o Homem-Aranha em ação e sabe como ele é poderoso. No vídeo que vaza no YouTube dentro do filme, vemos o Homem-Aranha parando um
carro que está correndo a mais de 60 km/h. Tony acredita que está levando para a batalha um dos heróis mais poderosos da Marvel, mas também um jovem que está protegido sobre sua tutela”, concluiu.Recentemente, o Presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, revelou alguns detalhes interessantes sobre a parceria com a Sony para realizar o novo filme. O controle criativo do filme s e r á todo da Revista TABU 71
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TABU Social
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PASSATEMPO
Divirta-se!
As melhores tirinhas e jogos para vocĂŞ
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TABU Social
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ABUSO
Libertem a cantora!
A cantora acusou seu produtor de estupro e espancamento. Ela pedia que seu contrato fosse rompido, para seguir sua carreira longe do abusador. Foto: AGP
A cantora havia acusado seu produtor, Dr. Luke, que diz ter investido 60 milhões de dólares nela, de estupro e espancamento.
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uitos de vocês que são usuários do Twitter perceberam que a hashtag #FreeKesha foi um dos tópicos mais comentados no microblog nessa sexta-feira. No entanto, esse assunto é algo que vem se arrastando durante anos! Para quem não sabe: Kesha é uma cantora e compositora que conseguiu sucesso mainstream através de seu hit Tik Tok, lá no longínquo ano de 2010. Seu primeiro CD, Animal, foi um 76 Revista TABU
sucesso. Desde então, ela vem colecionando uma legião de haters; afinal, como se atreve uma mulher a cantar sobre sexo casual, bebidas e diversão? Nada de novo sob o sol do machismo. Em 2014, Kesha se internou em uma clínica de reabilitação para tratar de distúrbios alimentares. Na época, a cantora declarou: “Eu sou uma militante do ‘seja você mesmo’ e ‘ame a si mesmo’, mas encontrei dificuldades para praticar isso. Estarei indisponível nos próximos
30 dias procurando tratar do meu distúrbio alimentar... Aprendendo a me amar novamente, exatamente como sou”. Nessa ocasião, a cantora enviou cartas aos seus fãs confessando os abusos que sofria de seu produtor, Dr. Luke: “Ele torturou a mim e a minha família… Ele fez o que todo mundo já sabe e mais um monte de coisas terríveis”, confidenciou Kesha a um de seus fãs. “Alguém que trabalha comigo me levou a essa doença”. E há quem duvide que ela foi abusada.
TABU Entretenimento Finalmente, a cantora abriu um processo contra a gravadora, que reconhecia o comportamento abusivo de Dr. Luke, mas fazia vista grossa. Amarrada por um contrato absurdo do qual só ficaria livre para seguir com a sua vida após lançar dez CDs (a cantora só lançou dois até agora), Kesha ficou impedida de trabalhar na área que tanto ama. O processo já dura dois anos. Em um vídeo publicado em janeiro, é possível observar o cansaço e desgaste da artista, aquela que fora outrora uma pessoa animada e irreverente, teve o seu brilho apagado por todo o stress que vem sofrendo devido ao abuso sofrido e ao processo. A cantora desabafou depois de uma audiência ser adiada: “Eu não posso lançar novas músicas, mas eu posso cantar uma música de alguém que já existe”, e logo em seguida cantou “Amazing Grace”. Em um post do instagram no dia anterior à decisão judicial, a cantora escreveu: “Não tenho nada a esconder. Eu fiz isso porque a verdade estava comendo a minha alma e me matando por dentro. Isto não é só por mim. Isto é por cada mulher, cada ser humano que já tenha sido abusado. Sexualmente. Emocionalmente. Mentalmente. Eu tive que dizer a verdade. O resultado disso será o que tiver de ser. Não há mais nada que eu possa fazer. Isso é tão assustador, não ter nenhum controle sobre o seu destino, mas este é o meu caminho nesta vida por algum motivo. #Sexta”. E então ao fatídico dia em que Kesha não conseguiu uma decisão favorável do juiz por “falta de provas”, e foi obrigada a continuar presa ao seu estuprador e à gravadora que não fez nada para protegê-la. O que mais me deixa indignada foi o fato de como não só a mídia, como também a indústria virou as costas para ela. Algumas artistas (Lily Allen, Halsey, Lorde, e Lady Gaga,
que inclusive está concorrendo ao Oscar com uma música sobre estupro) mostraram o seu apoio à cantora. Entretanto, é possível observar o silêncio (ou a demora) de artistas que, ironicamente, levantam a bandeira do feminismo, como Taylor Swift. Todas as artistas devem ser solidárias numa hora dessas. Kesha já disse que, se perder o processo, irá encerrar a sua carreira. É possível ver o quão abatida ela ficou ao se ver impedida de fazer o que tanto ama. Me parte o coração não poder fazer mais por ela, então, dentro das minhas limitações, tento disseminar o que está acontecendo, para que a realidade -- que não é exclusividade dela -- não seja esquecida. #FreeKesha
Isto é por cada mulher, cada ser humano que já tenha sido abusado. Sexualmente. Emocionalmente. Mentalmente.
A cantora Demi Lovato usou o Twitter para demonstrar o seu apoio a Kesha, que está envolvida em uma batalha judicial contra o produtor Dr. Luke, a quem alega tê-la drogado e estuprado há uma década. “#FreeKesha isso apenas vai te deixar mais forte, sua garota linda e corajosa. Minhas preces estão com você @ KeshaRose”, escreveu a diva do pop no dia 20/02. Mas,no dia seguinte, Demi decidiu expor ainda mais o que pensa sobre a situação.
“É frustrante ver mulheres falarem sobre o seu passado apenas para serem colocadas pra baixo, desacreditadas e desrespeitadas pela sua bravura em tomar uma ação”, escreveu no primeiro de uma série de tuítes. “Acontece com muita frequência. Eu estou pronta para as mulheres serem levadas tão a sério quanto os homens… Alguém me diz por que uma pessoa seria corajosa o suficiente para se pronunciar se elas provavelmente serão ignoradas ou chamadas de mentirosas?”, continuou. “Eu também estou pronta para várias outras feministas autoproclamadas começarem a falar ou agir pelos direitos das mulheres. O empoderamento das mulheres é defender outras mulheres, mesmo quando é sobre um assunto desconfortável de ser abordado”, escreveu. Houve quem encarasse a frase como uma alfinetada em Taylor Swift, a artista mais popular do mundo e feminista declarada, que ainda não havia se pronunciado sobre o caso até o início da noite do dia 21/02. “Empoderamento das mulheres é usar a sua voz para ajudar as mulheres sem voz a serem ouvidas. Empoderamento das mulheres é tomar medidas agora, não quando for conveniente. Empoderamento das mulheres é liderar outras mulheres a fazerem mudanças reais na nossa sociedade. Empoderamento das mulheres é tuitar às 2h30 sabendo das consequências desses tuítes e não ligar nem um pouco”, finalizou.
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Foto: Jefferson Siegel / NY Daily News
ABUSO
Cantora chora ao receber a notícia de que deverá manter o contrato com Dr. Luke
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esha foi derrotada na primeira audiência do processo, que foi realizada no dia 19 de fevereiro de 2016, em Nova Iorque. De acordo com o veículo The Hollywood Reporter, a defesa de Luke teria argumentado que foram investidos mais de US$ 60 milhões na carreira da artista. Por isso, apesar de já ter concordado em deixá-la gravar novos trabalhos sem a sua participação, Luke ainda lucraria por ser empresário e dono do selo fonográfico. Shirley Werner Kornreich, a juíza da Suprema Corte do estado de Nova Iorque responsável pelo caso, teria considerado que a quebra de contrato com a empresa de Luke era “infundada e sem embasamento”. Ainda de acordo com a publicação, ela teria justificado o seu veredito ao advogado de Kesha: “Você está pedindo que a corte invalide um contrato que foi amplamente negociado e é típico da indústria. Meu instinto é fazer o 78 Revista TABU
comercialmente razoável”. No dia 6 de abril de 2016, a juíza Kornreich decidiu inocentar o produtor das acusações de abusos sexuais e psicológicos. Segundo ela, “O estupro não é um crime de ódio motivado pelo sexo” e Kesha só teria especificado duas datas dos crimes, apesar de acusar Luke de abusá-la por anos. Sobre o quadro depressivo e emocional da cantora, a juíza definiu que “Insultos sobre seu valor como artista, aparência e peso são insuficientes, ultrajante e intolerável para constituir extrema conduta na sociedade civilizada”. Em outras palavras, Shirley não acredita que existam provas consistentes o bastante para as reivindicações da artista. Dessa forma, foi descartada qualquer possibilidade de reabertura do processo e Kesha continua presa ao restritivo contrato firmado com a empresa de Luke. Poucos dias antes, a cantora usou sua conta
no Instagram para comentar a proposta indecente que teria recebido da gravadora. O fato é que o caso precisa chamar nossa atenção para o universo abusivo e controlador da fama. Jovens artistas precisam assinar contratos absurdos e abrir mão de sua criatividade, liberdade e, às vezes, até da própria voz para conseguir um espaço no mundo. E também estão sujeitas a se calarem quando precisam enfrentar um nome poderoso, bem como aconteceu no caso Bill Cosby. Quem sabe o que uma jovem de 18 anos que queria cantar suas músicas pode ter passado nesses 10 anos? E quem somos nós para julgar? “Não há evidência de danos irreparáveis. Foi-lhe dada a oportunidade de gravar”, respondeu a magistrada do caso. Ela terá de gravar mais seis álbuns sob a alçada de Dr. Luke, até poder avançar com a sua carreira. Nova audiência está ainda por ser agendada.
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