Faça poema

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Textos apresentados no âmbito do concurso Faça lá um Poema 2012-2013


HIPNOSE

Olhei-me do monte mais alto e revi o meu sobressalto, em hipnose ou sono profundo, eu hoje tomo parte do mundo e planto, em pranto errante (nómada hesitante), o elevar vagueante do norte, fazendo da sorte o sim da estrada.

Prémio Nacional A rimar, a rimar Luís Bernardo Damasceno Fernandes, do 10º A alcança o 2º prémio do Concurso do PNL "Faça lá um Poema". Prémio entregue dia 24 de março de 2013, no Centro Cultural de Belém.

Sabei que eu recomecei a jornada! Sabei que usei de novo a enxada para encher de tudo esta terra de nadas. Sim, plantei crianças e fiz mares azuis, levantei marés e toquei as estrelas, roubando centelhas ao fogo dos céus. Depois libertei a dor dos infernos e amainei os ventos desertos de cor. Por fim, vi o amor na raiva da dor e a terra engravidar de esperança...

Assim vi nascer a lembrança!

Luís Bernardo Damasceno Fernandes n.º 16, 10.º A


(PO) E (MAS)!

Cria a palavra, Renasce do pó, Evita o nada Da vida que não é! Hoje, Como ontem, O ausente presente, Que se dá sem mas... Meras palavras! Evidências dadas, Que o vento levou E o poema juntou.

Luís Bernardo Damasceno Fernandes n.º 16, 10.º A


MARTE, O SONHO VERMELHO

Avermelhada é a tua cor E ela me traz lembranças sem fim, Não de dor! Não de pudor! Não de rancor! Traz-me lembranças de amor, Vulcanizadas de esplendor…

Desde vulcões a crateras, Planícies, vales e gargantas, Calotas polares e canais sinuosos… És guerreiro forte e vencedor, Planeta robusto e ameaçador… És interessante, memorável e fascinante, És arrebatador e deslumbrante!

Luís Bernardo Damasceno Fernandes n.º 16, 10.º A


PORTAL DE LEMBRANÇAS

Sinos de luz Fizeram truz… truz… E à porta bati.

Um pouco a sussurrar Ouvi teu murmurar E estremeci.

Antevi teu olhar Estrela polar Em forma de luz.

Segui em frente Pensamento único Na minha mente.

Por fim entrei… e te encontrei.

Meus olhos pousei, Retalhos de vida, Numa folha amarelecida, Pedaços de lua, Minha mão na tua.

Luís Bernardo Damasceno Fernandes n.º 16, 10.º A


DOCE AMARGA SOLIDÃO

Oh querida amiga solidão, Que te encontras tatuada a fogo no meu ser, A ti te dedico estes versos de viver, Afinal quem seria eu sem a tua compaixão?

Recordo o tempo em que ignorava a tua existência E vivia numa ilusão quase real de felicidade, Que foi ultrajada pela barbárie humana Passando a minha vida a ter pouca ciência.

Perdido! Desesperado! Vens ao meu encontro! Cantas as minhas mágoas Bebes das minhas lágrimas salgadas E curas as minhas feridas interiores Com palavras doces e sentidas.

Oh minha solidão! Sentirei falta do teu gélido entusiasmo Quando cair no esquecimento (servindo de mantimento). Terás, permanentemente, um lugar cativo na minha alma Que em vez de perturbada, se sente calma…

Luís Bernardo Damasceno Fernandes n.º 16, 10.º A


Para se ser poeta

Para se ser poeta É preciso imaginação: Às vezes tenho, outras não. Todos os poetas têm um ponto de inspiração, Uns são as musas, outros o coração. Se tens imaginação, Pega num papel e numa caneta E escreve sobre a tua paixoneta. Então, o que esperas? O que estás a fazer? Pega numa caneta e vai escrever! Vitor Santos, nº21 2º TRRB


Sonho!

Sonho que guia sem saber Sonho que nos faz sorrir sem querer Sonho que acorda a luz de um turbilhão Sonho que conquista o sorriso já há muito na prisão E se o sonho for verdade E se o sorrir voltasse a ser sincero E se esse se tornasse realidade E se for imaginação? E se voltar ao desespero? E se voltar ao turbilhão? Mas não! Sonho é vida E pesadelo é traição Mas é o sonho que me aviva E conquista o meu coração!

Jéssica Domingues Tº: 1ºTRRB Nº: 9


Sem Sentido

Os ponteiros rodam num sentido Sentido esse que é concreto e direto Eu rodo todo o dia em busca de harmonia Arrependam-se por este mundo terem ferido.

Tal beleza como a tua na Terra é impossível Era difícil esconder esse teu brilho inconfundível.

À tua volta a fome mataste, Com um sorriso erradicaste o contraste. Acabou o preto, branco e amarelo Já não havia violência neste mundo paralelo.

Ajudavas com as palavras os que podias Aos surdos simplesmente sorrias. O teu destino não era certo Sabias apenas que o que fazias era o correto.

Renato Neves Turma: 12ºF nº 28


Hostilidade Sentada na escuridão, Observo o Mundo com aflição. As pessoas correm… E fogem… Mas nunca se escondem. Assustam-se umas às outras, Ridicularizam-se umas às outras. Não têm pena de ninguém, Só se importam com o que o outro tem. Acabou-se a solidariedade e a felicidade, Estamos numa era de falsidade e crueldade. Por mais que me esconda, não consigo fugir, Tenho medo do que possa ouvir. As pessoas criticam, Elas vomitam ódio e rancor. Não suporto a sua inimizade, Antipatizo com a sua maldade. Quero sair daqui, encontrar um lugar livre de dor. Desejo um sítio cheio de amor. O reluzir das estrelas dá-me alegria, O miar de um gato faz-me companhia… O materialismo invadiu-lhes a mente, Elas já não conseguem olhar o Mundo claramente. Deixaram de apreciar o cheiro das flores, Deixaram de ver o arco-íris cheio de cores. Só se preocupam com a aparência, Esqueceram-se da verdadeira essência. Neste momento, o gato mia, Produzindo a mais bela sinfonia… Mas ninguém quer saber, Elas não conseguem entender. Cortam-me aos bocados, Os humanos andam de olhos vendados. Com uma nota colada à testa, Todas as noites fazem uma grande festa. O dinheiro é tudo o que interessa. Eu já não consigo aguentar, Tenho medo de isto nunca mais acabar. Choro todas as noites, Sonho contigo todas as noites… Mas para outro reino tu voaste E sozinha me deixaste. Estou repleta de enormes víboras E todas elas são carnívoras, Todas elas me tentam apanhar, Todas elas me querem devorar. Não vês que estou aterrorizada? Apavorada, mentalmente danificada! Eu sei que não estou a enlouquecer, Estou só a tentar a sobreviver. O gato continua a miar, Pede-me para o acompanhar. Espero que ele me leve para junto de ti, Não posso continuar aqui, Nem que a morte seja o fim. Carina Morgado, nº2, 11ºE


Ser Criança Ser criança É ser feliz, é ser livre É acreditar na fantasia É imaginar o impossível Ser Criança é brincar É uma sensação e é fantástico Ser Criança é a felicidade É um pequeno paraíso Onde não há lugar para tristezas ou desolação. É ter amigos, é partilhar É rir, sorrir e retribuir É voar numa nuvem azul sem fim É um sonho acordado Por todos desejado E é um sentimento De alegria, paz e amor. Ser criança É amar e é sentir pelos outros O que sentem por nós É chamar o espírito de alegria Ser Criança é tudo o que eu sinto Ser Criança é sonhar!

Helena da Sousa, 7ºB


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