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DE ÁGUA SANTA A ZUMBI o subúrbio como protagonista



Nossa imaginação individual deriva de outra imaginação mais vasta e mais antiga do que nós mesmos. (Jean-Claude Carrière - A liguagem Secreta do Cinema)



apresentação: breve histórico e objetivo geral


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apresentação: breve histórico e objetivo geral Durante a pesquisa para o documentário O Mistério do Samba nos deparamos com uma frase da pesquisadora Beth Formagini “o subúrbio só é mostrado quando tem algum crime, pouco se retrata do seu cotidiano”. Esta frase é o ponto de partida para este projeto, uma série de documentários que vai apresentar para o mundo o que há de mais interessante nos subúrbios. Beth trabalha com pesquisa de imagens há mais de vinte anos, ela tem total conhecimento de causa para falar sobre o assunto. O subúrbio só é tema quando tem alguma tragédia. Não existem imagens do cotidiano de Bairros como Bonsucesso, Madureira, Penha ou Realengo. Porque o subúrbio, berço de

nascimento de tantos movimentos artísticos e sociais, quase não tem registros do seu dia a dia? Essa pergunta precisa de uma resposta. Começamos então a visitar alguns bairros e a perceber as sutis diferenças em cada um. Nossa proposta é registrar estas peculiaridades criando um arquivo de imagens e de sonoridades único. Em cada bairro encontramos novas linguagens e regras de conduta, pequenos monumentos da história carioca. O patrimônio imaterial distribuído ao longo dessas ruas, pelos saberes ancestrais de cada morador constituem a herança de uma comunidade que vem sendo midiaticamente ignorada e que serve


de exemplo apenas para os dados de violência. Mostrar um outro lado destas regiões, busca também o fortalecimento da identidade cultural, um resgate da cidadania através dos vínculos de afeto que cada um de nós tem com o lugar onde nasceu, além da compreensão da necessidade da preservação do patrimônio imaterial que não tem como ser preservado como um espaço físico, mas suas histórias podem ser contadas e suas esquinas podem ser mostradas por ângulos muito diferentes, em busca de imagens poéticas que revelem o passado e apontem um futuro melhor. Através de uma edição refinada deixaremos que as imagens registradas contem a sua própria história, encantan-

do o espectador com um novo velho conhecido. Cada um destes bairros possui histórias incríveis a começar por seus nomes: Água Santa, Bancário, Pechincha, Vila Kosmos, Gardênia Azul entre tantos. Eles são versos do Poema que é a cidade do Rio de Janeiro.


objetivo geral De Água Santa a Zumbi é uma série de documentários com cerca de 25 minutos, para televisão. Composta inicialmente por 26 programas, feitos em formato de documentário, captados em formato digital. Finalizados com computação gráfica e som stereo. Utilizando as técnicas de documentário observacional faremos um flaneur por estes bairros que servem de inspiração para poetas. A câmera serve como instrumento para mostrar o interior das moradias, as festas de 15 anos, os bailes de final de semana. São os moradores, ilustres ou não os narradores desta história. Através de pesquisa junto à comunidade, resgatando antigas fotografias,

vídeos de família e em entrevistas com novos e antigos moradores vamos traçar o perfil do suburbio de dentro para fora. Essas fotos de família, serão um ponto forte na narrativa, onde os próprios moradores contam a sua história. São cerca de 180 bairros, dentre eles 3 ilhas, são milhares de pessoas, bares, escolas, centros culturais, Igrejas, Terreiros e Templos. Vamos preservar a memória e resgatar possíveis imagens de uma cidade que está em constante redescoberta. Como pensar em futuro se não registramos o nosso presente?


Para tanto propomos a utilização de diversas mídias visuais como imagens de arquivo, fotografias e apoio de design gráfico (textos projetados na tela, mapas e outras intervenções) que auxiliam na ampliação de informação e referências de cada assunto tratado. Buscar junto aos moradores de cada bairro seus arquivos pessoais, fotos de família, imagens em VHS ou super8 que ajudem a compor esse mosaico particular. Vale marcar que todo material produzido será disponibilizado na rede para futuras pesquisas e uso sem fins lucrativos.



justificativa: 
 por que tomou a iniciativa de realizar o projeto?



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justificativa: 
 por que tomou a iniciativa de realizar o projeto? O Rio de Janeiro como a maioria das grandes cidades parece a cada dia se desumanizar. Através desta série de documentários para TV vamos resgatar esse sentimento de companheirismo, essa simplicidade que existe nas casas de vila. Não acreditamos que haja um subúrbio idealizado, onde todos são bons e a vida é simples e boa. Achamos sim que a vida é complicada alí também. São horas para se chegar no trabalho, são hospitais que faltam, escola que não chega, ruas sem asfalto. Mas também são famílias unidas, respeito dentro de casa. Trabalhadores honestos, samba no final de semana. Achamos que esses exemplos de vida precisam ser mostrados.

O projeto irá investigar as histórias que por esses bairros passam e se entremeiam. Os costumes, as relações, o locais de encontro outros “Baixos” que não são demarcados por paparazzi. Mais do que fatos buscamos as relações que determinam a cultura originária de um lugar em que a história caminha junto com a da cidade, fios de vidas que se entrelaçam. A busca das origens como instrumento de construção da identidade, os aspectos culturais transmitidos oral e gestualmente, através de tradições, cultos, festas, espaços físicos, das relações e da própria linguagem consiste na herança cultural de um povo. Este patrimônio cultural imaterial se encontra disperso, diluído nas memórias de uma comunidade.


Este projeto visa através do audiovisual e suas diversas mídias (arquivo de imagens, fotografias, músicas, intervenções gráficas) alcançar um pouco do saberes, da história oral, da tradição e dos personagens locais . Entender esse universo particular que constitui cada comunidade e como a história foi sendo construída por pessoas de cada época, só é possível através dos relatos dos que vivenciaram estes momentos, relatos ricos em detalhes, lendas e ancestralidade. Nossa série acompanha o final de semana em cada lugar até a saída para o trabalho na segunda de manhã. Como vive e se diverte o morador do subúrbio carioca essa é a linha que seguiremos em cada episódio.



sinopse; contrapartida social


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sinopse

O dia a dia de vários bairros do Rio de Janeiro é o tema deste projeto. Procuraremos tratar as relações existentes entre a vida cultural dos bairros e da cidade através de moradores que mesmo conhecidos apenas na sua comunidade, têm grande influência. Também conversaremos com personalidades conhecidas da mídia que nasceram nos subúrbios. A partir das histórias de vida, contaremos também as história dos bairros e da cidade como um todo. Pretendemos montar um painel da vida que se dá em um lado da cidade que poucos prestam atenção. O Nosso piloto será sobre Oswaldo Cruz. Antigos sambistas serão os anfitriões deste passeio pelo bairro

que deu origem a uma das mais tradicionais escolas de Samba do Rio de Janeiro, a Portela. Como surgiu a Portela e porque tem esse nome. As famosas cozinheiras de Oswaldo Cruz contam como era o Bairro antigamente. As passistas da Portela falam das festas e eventos que ainda acontecem no bairro. As velhas senhoras do samba, falam sobre a mudança de costumes.


contrapartida social

Entendemos que o projeto pode e deve atingir diversas áreas sociais, devolver para a sociedade uma parte do investimento feito.

pode representar esta nova opção de lazer. Temos as cachoeiras, rodas de samba e até uma diversificada e saborosa gastronomia.

O primeiro retorno está na preservação do patrimônio imaterial contido nas comunidades retradadas. Todo o acervo produzido para o projeto será disponibilizado nas redes sociais para pesquisa e produção de outros conteúdos que não tenham fins lucrativos.

Outro ponto fundamental que vamos trabalhar é a capacitação de profissionais. Para isso criaremos oficinas de formação em todas as áreas do processo cinematográfico. Elétrica, máquinaria, cattering, maquiagem, produção, direção, fotografia, montagem e trilha sonora. Estes estudantes serão integrados ao projeto como estagiários sendo remunerados por isso. Ainda dentro desta proposta social, todos os documentarios serão traduzidos em libras e audiodescrição. O audiovisual não pode ser exclusive, ele precisa ser inclusivo.

Logo em seguida vem o turismo, gerador de rendas nos diversos setores da economia. Em 2014 a Copa do Mundo trouxe para o Rio de Janeiro cerca de 880mil turistas. Estes visitantes não querem apenas conhecer os postais da cidade eles querem conhecer a cidade mais íntimamente e o suburbio



estratégias de ação (memorial descritivo)


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estratégias de ação (memorial descritivo) pesquisa Numa primeira fase, realizaremos uma pesquisa de conteúdo. Junto com uma equipe de pesquisadores e históriadores e em parceria com ONGs e escolas – Vamos buscar dentro da própria comunidade as histórias que serão contadas. Recorreremos também aos moradores em busca dos acervos pessoais. Esta busca acaba sendo, para os participantes, a descoberta da própria história, da própria identidade e do tesouro maior que é a cidadania. Enquanto as pesquisas para o roteiro acontecem, daremos inicio as oficinas de captação.

pré-produção Escolhidos os personagens e temas, a partir das informações levantadas, durante a fase de pré-produção,

faremos um mapeamento do bairro demarcando os pontos mais relevantes para o programa/documentário, focando assim nossa área de trabalho. Iremos em cada lugar para checar informações, definir as locações, identificar os entrevistados e ajustar um pré-roteiro para filmagem. Levantaremos os custos de produção levando em conta os deslocamentos e despesas gerais de filmagem.

filmagens O roteiro de gravação é definido, a partir do cruzamento dos dados de pré-produção com o roteiro sugerido anteriormente. Levando-se em consideração datas, acesso, contatos de apoio é traçado um cronograma de gravação. Estamos prevendo um período mínimo de duas semanas e um máximo de 3 semanas


por programa. Em algums Bairros as datas de filmagens serão fixadas de acordo com eventos importantes daquela comunidade. A equipe de filmagem será composta por: Diretor Natara Ney Assitente de Direção Hsu Shien Montador Karen Akerman/Pedro Bronz Diretor de Fotografia Gustavo Hadba Direção de Arte/Projeto Gráfico Chica Caldas/Fernanda Guizan Computação Gráfica Rico Vilarouca Pesquisador/Jornalista Beth Formagine E estagiários de cada área selecionados durante a fase de pré-produção

pós-produção Fase 01 Decupagem do Material e tranposição para ilha de Edição Fase 02 A partir do material captado e digitalizado teremos 2 semanas para a edição de cada programa. Como acontece em caso de documentário um novo roteiro é criado a partir do material que de fato existe. definindo temas e referências que serão utilizadas, cruzando as informações da pesquisa e as informações e imagens captadas. Fase 03 Artes gráficas e correção de cor Fase 04 Trilha sonora e mixagem Cópias para aprovação



plano de distribuição de produtos culturais


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plano de distribuição de produtos culturais “De Água Santa até Zumbi”

plano de divulgação, comunicação e contrapartidas Além do próprio produto – Série de documentários para Tv – propomos criar um site com os dados levantados durante nossa pesquisa que ficarão a disposição e sob responsabilidade da comunidade, para que eles mesmo possam atualizar com fotos, vídeos, dados, posts e eventos. Neste site conterá também os depoimentos na íntegra e clips de cerca de 01 minuto sobre cada bairro e disponibilização de conteúdo para celular. Durante a produção será produzido pelos estagiários do projeto um

Making Of de todas as etapas do processo com conteúdo exclusivo para telefonia celular. O projeto pretende também ser uma oficina de profissionalização para estudantes de cinema e tv das comunidades que se interessem em participar do processo tendo para isso uma verba destinada para estágio. Além das contrapartidas sociais prevemos divulgação através de Assessoria de Imprensa. Pretendemos também criar um ciclo de debates nas comunidades visitadas.

público estimado/ faixa etária todas as classes sociais e idades.


roteiro


plano de distribuição de produtos culturais “De Água Santa até Zumbi”

plano de divulgação, comunicação e contrapartidas Além do próprio produto – Série de documentários para Tv – propomos criar um site com os dados levantados durante nossa pesquisa que ficarão a disposição e sob responsabilidade da comunidade, para que eles mesmo possam atualizar com fotos, vídeos, dados, posts e eventos. Neste site conterá também os depoimentos na íntegra e clips de cerca de 01 minuto sobre cada bairro e disponibilização de conteúdo para celular. Durante a produção será produzido pelos estagiários do projeto um

orietor

Making Of de todas as etapas do processo com conteúdo exclusivo para telefonia celular. O projeto pretende também ser uma oficina de profissionalização para estudantes de cinema e tv das comunidades que se interessem em participar do processo tendo para isso uma verba destinada para estágio. Além das contrapartidas sociais prevemos divulgação através de Assessoria de Imprensa. Pretendemos também criar um ciclo de debates nas comunidades visitadas.

público estimado/ faixa etária todas as classes sociais e idades.



roteiro

Seq 01 Janelas das casas abrindo Pessoas saem para o trabalho Comércio abre as portas. Pessoas chegam na estação Trem parte de Oswaldo Cruz. Em BG música de Casquinha – Todos contam maravilhas dos seus bairros. Créditos iniciais. Seq 02 Crianças a caminho da Escola Mulheres colocando roupa no varal. Bares servindo almoço. Em OFF a Voz de Monarco e outros moradores começam a descrever como era Oswaldo Cruz antes. / No final do texto Monarco diz que a Escola de Samba Portela, foi importante para que o Bairro se tornasse conhecido.

Moradores contam como foi a fundação da Portela, onde foi a primeira sede e falam da tradicional feijoada aos sábados. Seq 03 Tia Surica fala da Feijoada da Portela e da tradição do Bairro de ter muitas rodas de samba em torno da comida. Roda de samba na casa da Surica com depoimentos sobre a comida e o samba. No final Tia Doca fala sobre o Domingo das Iabás. Seq 04 Imagens do Domingo das Iabás, muita comida e porque Iabás. A pastora da Portela Neide explica e fala de religião. Depoimento de morado-


res falando sobre os terreiros e os templos religiosos de Oswaldo Cruz. Mãe de santo explica sobre samba e Candomblé. Seq 05 Corte para o trem do Samba. Casquinha fala que o trem era um local de encontro dos sambistas e como demorava muito para eles chegarem sempre dava tempo de compor alguma coisa. Marquinhos de Oswaldo Cruz fala do Trem do Samba. Seq 06 - Lazer e trabalho Nem só de samba vive Oswaldo Cruz, o famoso baile do Viaduto, Bailes Funk, gafieiras. Imagens do comércio, pessoas trabalhando.

Comércio informal. Depoimentos de Moradores sobre morar e trabalhar no bairro. Depoimento de moradores sobre a distância entre o trabalho e Oswaldo Cruz. Seq 07 Imagens do trem ao anoitecer com pessoas chegando, ruas no fim da noite. Ao fundo ouvimos acordes de música. A câmera passeia pelas ruas até encontrar uma roda de samba Marquinhos de Oswaldo Cruz canta “Se tu fores na Portela”. Créditos Finais.


As imagens contidas nesta peรงa foram retiradas do livro Geografia Carioca do Samba, de Luiz Fernando Vianna; e do รกlbum virtual do projeto Caminhos de Cascadura (www.flickr.com/photos/caminhosdecascadura).


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