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E você, como chega
Funcionários da Fundação relatam as diferentes f por
Fernanda Patrocínio e Lídia Zuim
da Paulista. Segundo a Prefeitura da cidade, esta é uma tentativa de diminuir o congestionamento local, o que conseqüentemente ocasiona um crescimento no número de usuários de transportes público. O recorde de congestionamentos foram os 175 quilômetros do dia 26 de janeiro, conforme dados da mesma SPTrans. Esses marcos são atingidos nos horários de pico entre 4 e 9 horas e das 16 às 20 horas.
Pessoas espremidas
O fluxo de carros, ônibus e motos em frente ao prédio é intenso durante o dia todo
Durante os meses de janeiro e fevereiro, a cidade de São Paulo sofreu com mais de quarenta dias seguidos de chuva. Além dos alagamentos registrados, o já costumeiro caos do trânsito paulistano se agravou enormemente. Quem ficou horas parado, tentando chegar em casa ou no trabalho, sabe na prática o que significam dezenas e dezenas de quilômetros de congestionamentos e alagamentos por toda parte. Sair de casa é uma epopéia que milhões de paulistanos enfrentam com paciência infindável. Funcionários e alunos da Fundação Cásper Líbero vivem este problema como todos os habitantes da capital e das cidades próximas. A avenida Paulista, onde se localiza a empresa, liga o
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MARÇO 2010
centro financeiro e cultural paulistano às principais vias da cidade, como a rua da Consolação e as avenidas Brigadeiro Luis Antônio, 9 de Julho, 23 de Maio e Dr. Arnaldo. Segundo dados da São Paulo Transporte (SPTrans), existem 28 linhas de ônibus que passam pelo número 900 da avenida Paulista, seis paradas de ônibus no sentido Consolação/Paraíso e sete no sentido oposto. Utilizar as linhas de ônibus ou a linha Verde ou Azul do Metrô pode contribuir para a diminuição do trânsito na região. Ainda de acordo com a assessoria da SPTrans, “quanto mais distante for o trabalho da moradia, mais cedo começa o horário de pico” . Já os fretados, desde agosto de 2009, estão proibidos de transitar pela região
A auxiliar de promoções da Rádio Gazeta, Daniela Oliveira Silva, de 28 anos, mora no Jabaquara e utiliza um ônibus e um metrô para chegar ao prédio. São quarenta minutos de viagem que podem ser mais ou menos confortáveis. “Apesar de o ônibus fretado ser confortável, prefiro o metrô pela eficiência. O ruim é que nos horários de pico, as pessoas ficam espremidas”. Daniela, que usa o bilhete único, comenta que, por causa do grande número de passageiros, os trens ficam lotados e as pessoas muito próximas. “De vez em quando, acontecem desentendimentos”, diz. A Fundação Cásper Líbero gasta R$115 mil em vales transportes para os 580 usuários do bilhete único. Mesmo com este benefício, nem todos estão cadastrados e os transportes públicos continuam dando dor de cabeça. “Apesar de termos 1,1 mil funcionários, somente metade deles está cadastrado no setor de Recursos Humanos para retirar o benefício, sendo que 150 destes são professores que usam um bilhete específico, pois pagam meia tarifa”, observa o analista de pessoal, Fábio Guilherme, de 27
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a à Cásper?
formas de se chegar ao prédio
anos. Morador da Vila Guilhermina, ele vai ao trabalho de metrô e, por também ser um beneficiado pelo bilhete único, afirma que este é um direito de todos os funcionários: “Assim que a pessoa é contratada, ela já recebe o benefício. Caso não tenha emitido o bilhete ainda, ela entra em contato conosco e em sete dias, no máximo, o cartão já chega”, explica. Tatiane Ferreira, de 27 anos, é atendente da secretaria da Faculdade, mora na Brasilândia e gasta duas horas para chegar à Fundação. Utiliza o vale do transporte desde quando foi contratada, há um ano e três meses. Apesar de ser portadora da mielomeningocele, uma
Tatiane Torres pronta para mais uma condução no ponto de ônibus em frente à Cásper
deficiência congênita que compromete o fechamento da coluna vertebral, Tatiane afirma que não usa o bilhete especial, que dá passagem livre aos portadores de necessidades especiais. “É muita burocracia e ia demorar muito para ficar pronto, então optei pelo bilhete comum mesmo”, desabafa.
Deslocamento a pé
O professor universitário Luis Mauro Sá Martino, de 32 anos, mesmo morando na Aclimação, bairro próximo à Cásper, afirma não ser possível ir ao trabalho a pé. “Em dois dias da semana, uso ônibus e nos outros três, prefiro ir de carro, devido aos compromissos profissionais”, relata. A ressalva é que quando sai da Faculdade no período da tarde, Martino volta a pé e leva “só trinta minutos” para chegar em casa. Ele confirma a vantagem de pagar metade do valor da passagem de ônibus por ser professor e que, se pudesse optar, usaria o transporte público sempre. “Já presenciei brigas verbais dentro do ônibus, mas também já fui surpreendido por um metaleiro que tocou sua guitarra e cantou no meio do coletivo. E não é que a música dele era muito boa!?”, comenta, divertindo-se. Moradora de Cotia, Tatiane Torres, de 28 anos, conta que todos os dias pega um ônibus e um metrô para chegar ao prédio. A assistente administrativa do Contact Center sai de casa às 5h40 para chegar às 7 horas na Avenida Paulista. “Para voltar, costumo levar duas horas, mas se chover, são três”, relata. Ela sublinha que o problema é o trânsito da rodovia Raposo Tavares: “Com o congestionamento, não vale a pena ir de carro.
Tatiane acredita na melhoria do trajeto após a implantação da estação Pinheiros de metrô. Como a viagem é demorada, ela aproveita para se distrair com uma boa leitura: “Costumo pegar livros da biblioteca da Fundação ou, então, estudo para as matérias da Faculdade”, comenta a aluna do segundo ano de Publicidade, da UniRadial.
Chuva e trânsito
Há funcionários, no entanto, que não abrem mão de ir trabalhar com seus veículos: “Todo dia gasto 40 minutos de carro, menos quando chove. Com chuva, São Paulo pára”, diz o assistente de pessoal Ruy Aguedo, 20 anos, morador de Pirituba. Há oito meses, Ruy vai trabalhar de carro ou de moto. Mesmo gastando R$120 mensais com estacionamento, ele não cogita voltar a usar ônibus: “De moto, faço o percurso em 20 minutos”, conta. Em épocas de alagamentos ou em caso de acidente, em que alguns pontos importantes se tornam intransitáveis, a SPTrans realiza operações especiais para reorganizar o trânsito e evitar riscos aos usuários: “Para isto, itinerários são modificados, frotas redimensionadas e, em casos extremos, passageiros são orientados a seguir a pé até locais mais seguros para dar continuidade à viagem. Quando há algum problema com a rede de trólebus e a circulação desses veículos é impossibilitada, o consórcio responsável substitui a frota por ônibus a diesel”, afirma a assessoria da SPTrans. Independentemente da maneira como cada funcionário chega ao prédio da Fundação, os meandros e o tempo da viagem são sempre surpresas cotidianas. MARÇO 2010
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