Dandara

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winnie harlow

conheça a história da modelo

entenda sexualidade e gênero assume seus cachos!

edição 1, julho de 2015

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ÍNDICE

Índice 5............Palavrinha da editora 7..www.revistadandara.com.br 9..........................Arte das Mina 10..............................bo-ni-ta! 14........................................Sexo 16 .................história das mina 19 ................ROda de Conversa 22...........................tá na capa! 28...........................FIca a dica! 30............alguem me explica? 32 ..........BOLINHAS ALEATORIAS 33 ......................................................DIY 34.............................HOROSCOPO 36 ...............................PRA PENSAR 38 ............................bibliografia 44

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palavrinha da editora

Expediente Direção de arte

Dandara Olá! Meu nome é Dandara! Cheguei para conhecer você. Para ser sua amiga, companheira, confidente. Para ouvir você. Saber o que você pensa, de verdade. Quero conhecer a garota que você é. Seja você cis, trans, LGBTTQIA+, gorda, magra, negra, branca, parda, indígena, deficiente ou não. Você é importante. Todas as meninas são especiais e quero que vocês saibam que serão mulheres incríveis e este espaço é para todas vocês. Um espaço de desconstrução, discussões, aprendizado e empoderamento. Eu sou uma revista feminista. E não há vergonha nenhuma em admitir isso. Acredito na força e no poder das mulheres. Defendo a igualdade de gêneros e a liberdade feminina. Sou Dandara em homenagem à Dandara dos Palmares. Mulher, negra, guerreira. Nas escolas só ouvimos falar de Zumbi, seu marido, líder do Quilombo dos Palmares. Típico de uma história racista e machista apagar o nome de uma mulher. Dandara, que lutava capoeira, que liderava um exército, que batalhava por justiça e liberdade. Dandara lutou por suas irmãs negras, vítimas de um sistema colonial racista. Lutou e resistiu até o fim. Como Dandara, quero lutar por minhas irmãs. Em meio a uma mídia que faz todas nós, garotas, pensar que este mundo não pode ser nosso. De mãos dadas, ele será. Eu sou Dandara. E é muito bom conhecer você.

Fernanda sousa, estudante do quarto ano de design gráfico na UNESP Bauru. Sagitariana e misândrica, adoradora de cachorrinhos, de rock clássico e Zelda. Responsável pelas diagramações, ilustrações e parte das fotografias.

Giuliano barani, estudante do quarto ano de design gráfico na UNESP Bauru. Virginiano bagunceiro com um zoológico enorme em casa. Adora um rodízio. Qualquer um mesmo. Responsável pelas diagramações e letterings.

Revista desenvolvida para a disciplina de Projeto III, ministrada pela Prof. Dra. Cássia Domiciano, durante o sétimo termo do curso de Design Gráfico. Projeto desenvolvido na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Câmpus de Bauru, em 2015. Todas as matérias que constam nessa revista foram retiradas da internet e os devidos créditos encontram-se no início de cada matéria, assim como na página 50, na sessão Bibliografia

com amor, edição 1, julho de 2015

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Qual a maior lição que uma mulher deve aprender? Que desde seu primeiro dia, ela já tem tudo que ela precisa dentro dela mesma. Foi o mundo que a convenceu que não. visite o site www.rupikaur.com ou siga a poeta @rupikaur no instagram

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a revista dandara também está online! É só entrar no www.revistadandara.com.br e acessar conteúdos exclusivos preparados com muito amor e carinho! A revista digital pode ser comprada online ou acessada pela área de assinantes. Desta forma, você tem acesso direto a muitos links, vídeos, gifs e músicas que preparamos com muito amor e carinho pra todas nossas leitoras. Mas se você não quiser a revista digital, você também pode dar uma olhada nos nossos fóruns de discussão! É só fazer seu cadastro gratuito pra participar! E quem sabe você não pode acabar sendo convidada para ser uma de nossas colunistas online? Queremos que nossas leitoras façam cada vez mais parte da revista. Todo dia, colunas e notícias são postadas no site, editadas pelas nossas próprias leitoras. É só entrar no site e ficar sabendo do processo de seleção! Então entra no computador, no celular e comece a navegar! Estamos esperando vocês <3

Um site feito pra você! Escolha a sua cor preferida!

Pra quem tem face, insta, twitter, estamos em todas!

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arte das mina

Texto: Fernanda Sousa Ilustrações: Kaol Porfírio

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uem nunca ouviu dizer fazer algo “como uma garota” de forma ofensiva? Por muito tempo, ser uma garota era sinônimo de ser vulnerável, fraca, sensível. E por mais que ainda existam aqueles que ainda insistem nesse estereótipo sem qualquer fundamento, sabemos que ser uma garota é algo bem diferente. Foi pensando nessa expressão depreciativa que a ilustradora e desenvolvedora de jogos Kaol Porfírio deu início à série de ilustrações “Fight Like a Girl” ou “Lute como uma garota”. Nelas, estão mulheres que mostram que lutar como uma garota é sinônimo de força e inspiração.

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Meu desejo é homenagear essas mulheres que, mesmo fictícias, inspiram a vida de muitas pessoas!


Iniciei a “Fight Like a Girl” com o propósito de desabafo, e acredito que muitas mulheres se identificaram com a série pelo mesmo motivo. É certo que nós, mulheres, somos pouco, e muitas vezes, mal representadas em jogos, filmes e séries. São poucas mulheres que podemos nos orgulhar, que não são hiper sexualizadas, que são protagonista ou possuem um papel forte na trama. Meu desejo é homenagear essas mulheres que, mesmo fictícias, inspiram a vida de muitas pessoas!

curtiu o trabalho da Kaol? A lojinha online Toda Frida (www.todafrida.com.br) tem vestidos, camisetas e regatas com as estampas Fight Like a Girl à venda! É só entrar e escolher sua ilustração preferida. Tem heroína para todos os gostos <3. E não esquece de curtir a página da Kaol Porfírio no facebook também! Quer sair no próximo Arte das Mina? Mande seu trabalho para redacao@revistadandara.com! Estamos esperando você <3

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BO-NI-TA!

Texto: cintia moraes Foto: reprodução e izabela ambiel

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cho que dá pra dizer que dos 27 anos em que perambulo por esse mundão, pelo menos vinte deles eu passei procurando por soluções para o meu cabelo ~ruim~. Sim, não existe cabelo ruim. Sim, a gente sabe que ruim é o preconceito. Sim, a gente sabe que ruim é a ideia de que só um tipo de cabelo é que é bonito. Mas naquela época (a vida toda quase), bem, eu só queria me sentir confortável e segura sobre ter um cabelo bonito e isso não incluía aceitar os cachos, era tudo sobre escova, escova, ESCOVA, E.S.C.O.V.A!

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E, no meu caso, um agravante: tenho quilos de cabelo, cada escovinha demorava de hora e meia pra mais, juntando isso à minha obsessão por estar com as madeixas sempre lindas, vocês podem imaginar quantas vezes eu deixei de sair e me divertir ou simplesmente viver diboinha porque não teria como fazer escova e chegar a tempo nos lugares. Eu cresci numa família e num ambiente no qual quem não tinha o almejado cabelo liso fazia todas as peripécias do mundo para alisá-lo. Daí fica fácil entender porque, pra mim, ter cabelo liso parecia condição para existir. Era o único jeito de estar em público, era o único jeito de me sentir bonita. E, escrava de tantos cuidados que era, não raro ficava indignada com meninas que eu considerava desleixadas por terem cabelos com frizz ou que não se submetessem a uma modelagem digna de salão. Triste. Veio o tempo, ah, o tempo… E com ele uma necessidade de liberdade que não cabia no liso comportado. O cabelo liso, pra

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mim, era isso: parecer comportada, domada e obediente. E eu adorava parecer obediente, mas chegou uma hora que isso não me pertencia mais.de de E como foi bom perceber o quanto de mim ficava aprisionada no meu cabelo liso e tomar a decisão de me libertar mesmo: da cara de comportada, das horas de escova, da privação que eu me impunha de piscina e de banhos de chuva. Não foi fácil, viu, aprender a lidar com os novos velhos cachos. Deu trabalho me adaptar e respeitar o tempo para ele “vir a ser”… Porque por mais que eu não fizesse progressiva e já não tivesse nenhuma outra química nele, secador e escova mudam MUITO a textura do fio, não foi do dia pra noite que os cachos se definiram e apareceram incríveis. Muitos produtos testados, blogs de cacheadas, tutoriais e só um ano depois ele se tornou o que eu queria e esperava de um cabelo enrolado. A verdade é que cuidar de e aceitar meu cabelo como ele era, teve muito a ver com cuidar de mim e me aceitar também, nem com todo mundo é dessa forma e tem gente que prefere alisar mesmo e se sente bem assim, mas pra mim foi um processo de dentro pra fora, que hoje pode estar até parcialmente refletido no espelho, mas é só a ponta do iceberg. Dito isto, vamos às dicas do que mais ou menos aprendi nesses três anos enquanto cacheada assumida:


Cada cacho é um cacho

Parece óbvio, né, mas ter isso em mente faz toda diferença na hora de procurar produtos e profissionais que funcionem pra você! Eu mesma tenho uns três tipos de cacho brotando só aqui da minha cabecinha e cada um tem um formato e enrola de um jeito. Por isso é tão importante cortar o cabelo seco, pra não ter surpresa depois. Entre o ondulado e o crespo cabem tantas texturas, formatos etc que não há uma fórmula mágica, o ideal é procurar um especialista em cachos (indico a Galeria dos Cachos, em SP, mas têm muitos outros salões especializados também, só procurar o mais perto de você e que caiba no seu orçamento).

Adeus pra escova

Não dá pra achar que uma escovinha de vez em quando não vai foder todo o trabalho que você tem no cotidiano pra modelar os fios. Bem importante também combater essa ideia de que cabelo arrumado é cabelo liso, escovado e só. Dá pra fazer um milhão de penteados incríveis pra festão sem precisar se submeter ao combo escova + secador e o profissional especializado que você escolher também vai te ajudar nisso. O ideal é que nem na hora de desembaraçar você use escova ou pente, certo? “MAS CINTCHA MEU CABELO EMBARAÇA, MAS CINTCHA, OLHA ESSE NINHO!!!!!”

Produtos

. A ~hidratação natural~ que o couro cabeludo produz não percorre os fios cacheados como percorre os cabelos sem ondulações. Produtos que não contenham sulfato, parabeno, lauril, silicone[principalmente silicone). Tudo isso aí maltrata muito o cabelo. O shampoo correto pra cabelo cacheado nem espuma faz, pois ele não vai conter esses detergentes todos que arrancam do fio toda hidratação natural pra depois você substituir por um monte de componentes não naturais que apenas vão blindar o cabelo, mas não vão hidrata-lo. Então, se você usar produtos mais naturais, não vai precisar lavar seu cabelo como quem lava chão de cimento e vai perceber que já na hora do shampoo ele vai desembaraçando e você não vai precisar usar mais do que os próprios dedos para se livrar dos nós que a essa altura já serão bem menos frequentes.

Do it yourself

A aplicação de condicionador, máscara ou finalizantes rende um resultado melhor se for feita dividindo o cabelo por camadas, sempre passando o dedo entre elas, como pra criar fitinhas que quando apertadas pela mão em movimento ascendente, vão dar o formato do cacho. Outra coisa legal é escolher uma camisetinha ou tecido não felpudo pra tirar o excesso de umidade (sempre lembrando que o movimento vai ser aquele de apertar ~gentilmente~o cacho de baixo pra cima, nunca esfregando o tecido nele). Agora é hora de deixar secar ao natural ou com a ajuda de um difusor, sempre evitando colocar a mão durante esse processo de secagem, pra não desmanchar o formato do seu cacho. Quando secar de tudo, ele provavelmente vai estar meio durinho, e aí vem o truque, você joga a cabeça pra baixo e amassa bem os cachos com as mãos, joga pra lá e pra cá e faz um movimento com o dedo afastando o cacho da raiz.

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sexo

Texto: mari Ilustração: lovelove6

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Ao longo do tempo a masturbação foi se tornando algo normal e aceitável até mesmo entre grupos religiosos. Quer dizer, a masturbação masculina. Uma mulher não deve se masturbar. Na verdade, que tipo de mulher se masturba? Que tipo de mulher sequer pensa nisso? É claro que as mulheres, diferente dos homens, não sentem desejo sexual puro e simples. Talvez sintam desejo por seus homens, mas de um jeito mais delicado e discreto. Balela. O choque causado pela masturbação feminina vai além da sexualidade, ele é o choque que causamos quando existimos individualmente. Uma mulher que não vincula sua existência (e sua sexualidade), que fica diboinha mesmo, ainda é um abalo. E talvez por isso tenha tanta gente dizendo que a masturbação é o último tabu feminino. Achou um exagero? Então me acompanha: quando pensamos em masturbação masculina, logo imaginamos um cara com tesão curtindo o Youporn. Normal, ué. O problema é que quando pensamos em masturbação feminina ou relembramos os sonhos masculinos com isso, que rolam na pornografia mainstream (tipo uma mulher sensualizando para o espelho, por exemplo) ou pensamos na indústria da masturbação, com seus pênis de real skin. Não que eles não tenham sua utilidade, mas vamos admitir que são quase um totem. (desculpa, gente, também curto, mas tem mundo além disso. tanto que masturbação masculina não é diretamente

O choque causado pela masturbação feminina vai além da sexualidade, ele é o choque que causamos quando existimos individualmente. Uma mulher que não vincula sua existência (e sua sexualidade), que fica diboinha mesmo, ainda é um abalo. associada com totens de buceta) E além disso tem a vergonha. Tem um estudo da Universidade de Ohio que disse que a probabilidade de uma mulher admitir que se masturba aumenta incrivelmente quando ela descobre que vai rolar confidencialidade. É feio, é pornográfico, é coisa de pervertido. Mas não é, não. A ideia de que a mulher pode tomar posse do próprio prazer é algo apavorante e um bom exemplo disso é que a maior parte das meninas é ensinada a ser sensual antes mesmo de ter interesses sexuais. E o pior: a maioria desenvolve sensualidade e não consegue sentir prazer sexual. Por isso eu amo

tanto masturbação<333. Pois coisas como sensualidade se relacionam diretamente com o outro (é o se tocar no espelho ali de cima). Mas a masturbação é só sobre nós mesmas. E quando a sexualidade e independência feminina surgem na roda: não pode. Não pode, deve. E deve, já que quando uma garota se masturba ela não tá só fazendo bem pro seu corpo, ainda que esteja muito. Masturbação, minha gente, diminui o stress, o risco de diabetes, depressão, melhora o sistemaimunológico, diminui as cólicas, ajuda a fortalecer a musculatura vaginal (o que aumenta o prazer e diminui a incontinência urinária). E tem quem garanta que é o grande elixir da juventude. Mas quando nos masturbamos também estamos fazendo um tipo de ritual (laico) onde só cabemos nós, ninguém mais. E esse tipo de solistência é uma fonte sem fim de empoderamento por uma série de motivos. Primeiro porque nos ensina que não tem nada de errado em existir individualmente, que é possível estar feliz e sozinha, sim. E quando nos aceitamos como existências individuais, nos conhecemos melhor internamente. E quando nos conhecemos melhor internamente, o exterior vem logo em seguida. E então aprendemos a conhecer e amar nosso corpo e nossas maneiras de sentir prazer. E, ah, quando o prazer fica livre para deixar de se colocar como um serviço, algo que está no mundo para o outro, tudo fica mais florido. E quem não gostou, que se adapte!

GOSTOU DA ARTE? Então entra no site da lovelove6! Ela é criadora dos qudrinhos incríveis da Garota Siririca, que está estampando esta matéria! Publica quadrinhos independentemente desde 2013, em formato virtual e impresso. Aborda especialmente temas relacionados à sexualidade e relações de poder, em narrativas autobiográficas e sob perspectiva feminista. O site é http://www.lovelove6.com/ e lá tem todas as redes sociais pra você ficar de olho <3

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história das mina

Texto: Giuliano Barani e Keytyane Medeiros

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o final do século XX, apenas 10% de todas as patentes do mundo foram destinadas a mulheres inventoras, ainda que as mais famosas invenções sejam de criação feminina. Não se trata de falta de inventividade ou criatividade, mas de uma dificuldade de gênero. Veja o caso de Sybilla Masters, mulher que viveu nas colônias norte-americanas: depois de observar as mulheres nativas, ela aprendeu uma nova maneira de transformar milho em farinha. Após a descoberta, Sybilla foi até a Inglaterra a fim de obter uma patente para seu trabalho, no entanto, naquela época não era permitido que as mulheres obtivessem propriedades privadas,

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fosse física ou intelectual. A elas, era permitido apenas registrar a patente no nome do pai ou marido, já que eles é quem poderiam registrar alguma propriedade intelectual nos cartórios ingleses no século XVIII. A saga de Sybilla só teve fim quando esta conseguiu patentear sua descoberta no nome de seu marido, Thomas Masters. Além disso, por muito tempo as mulheres tinham acesso restrito a educação técnica e científica, o que dificultava as descobertas e por conseqüência, a obtenção de patentes. Esse silenciamento se acentuava em especial quando se tratavam de invenções de uso funcional e doméstico, sendo relegadas à inferioridade por

se tratarem de produtos domésticos. A história muda na virada do século XIX, quando Mary Kies obteve a primeira patente de propriedade feminina. Em 1809, Mary desenvolveu uma maneira particular de trançar palha em chapéus, e o sucesso foi grande que os chapéus de Mary Kies foram um boom econômico na Nova Inglaterra. A propriedade intelectual das mulheres passa então a ser constantemente reivindicada e ao longo da história, muitas outras mulheres ainda teriam de lutar para ter suas ideias e invenções devidamente reconhecidas pela sociedade. Neste artigo, iremos apresentar 10 produtos inventados por mulheres ao longo da história.


Em 1944 na Universidade de Harvard, Grace Hoppe e Howard Aiken desenvolveram o primeiro computador eletromecânico, o Mark I. Para que o dispositivo funcionasse, era preciso traduzir a linguagem escrita para códigos de programação, e foi exatamente o que Grace fez. Algum tempo depois, ela também fez parte da equipe responsável por criar as primeiras linguagens de programação para computadores.

O primeiro aquecedor solar foi criado pela húngara, Dra. Maria Telkes, ela projetou a primeira casa com esse tipo de aquecimento. Ela se mudou para os Estados Unidos em 1925 para trabalhar no Massachussetts Institute of Technology (MIT), na área de pesquisa em energia solar.

Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy” (1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy Lamarr foi a inventora de uma tecnologia que permitia controlar torpedos à distância, durante a Segunda Guerra Mundial, alterando rapidamente os canais de frequência de rádio para que não fossem interceptados pelo inimigo. Esse conceito de transmissão acabou, mais tarde, permitindo o desenvolvimento de tecnologias como o Wi-Fi. bluetooth e GPS.

Filha do poeta Lord Byron, Ada Lovelace foi uma matemática brilhante nascida em 1815 que escreveu o primeiro algoritmo para ser processado pela máquina analítica de Charles Babbage – reconhecida em 1953 como o primeiro modelo de computador da História. Além de desenvolver os algoritmos que permitiriam à maquina computar os valores de funções matemáticas, ela ainda publicou uma série de notas, que seriam reconhecidas como a descrição de um computador e software um século mais tarde.

Em 2 de abril de 1899, a americana Letitia Geer registrou a patente da primeira seringa para aplicação de substâncias por meio de um pistão, e que podia ser utilizada com apenas uma mão pelo médico. O conceito inventado por Geer facilitou bastante a vida dos profissionais de saúde, e as seringas modernas são inspiradas pelo modelo apresentado pela inventora

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shirley Ann Jackson foi a primeira mulher negra a conseguir um doutorado em Física pela prestigiada MIT – Instituto de Tecnologia de Massachussets – em 1973. Hoje em dia ela é reconhecida como uma das mais famosas cientistas negras, tendo suas pesquisas contribuído para o avanço tecnológico que possibilitou a invenção do fax portátil, do clássico telefone de cordinha, de células solares, cabos de fibra ótica e da tecnologia por trás do identificador de chamadas.

Marie Curie foi uma física e química conhecida pelo seu trabalho em radioatividade; além disso ela também descobriu os elementos polônio e rádio. Ela ganhou dois prêmios Nobel – um em física, o qual ela ganhou junto com seu marido e Henri Becquerel, e outro em química – e foi a primeira pessoa a conseguir essa façanha. Curie foi responsável por descobrir a teoria da radioatividade, mas infelizmente também descobriu os efeitos fatais da radioatividades sobre sua saúde.

O banco imobiliário, originalmnte conhecido como “Monopoly”, foi criado por elizabeth Magie em 1906.A princípio, o jogo não foi criado como passa-tempo, mas sim para ilustrar uma teoria econômica que rebatia a desigualdade da distribuição de terras. Com o jogo, Magie conseguia demonstrar como uma pessoa conseguia ter muitas posses e outras tinham que se esforçar muito para conseguir alguma coisa.Elizabeth batizou o jogo de “The Landlord’s Game”, porém foi copiado por Charles Darrow 30 anos depois e vendido para a Parker Brothers. A empresa eventualmente procurou Magie e a pagou 500 dólares por todos os problemas, porém ela nunca ganhou nenhum royaltie pelo jogo.

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Natural do bairro do Queens, em Nova York, a inventora afroamericana Marie van Brittan Brown obteve junto com o marido, em 1969, a patente para o primeiro sistema de vigilância por vídeo para uso doméstico. O sistema funcionava com uma câmera que podia ser remotamente controlada e movida por quatro buracos diferentes, transmitindo as imagens para um monitor dentro de casa. A invenção foi a “mãe” dos sistemas modernos de vigilância doméstica.

O kevlar é uma levíssima fibra sintética de aramida cinco vezes mais forte que o aço. Inventado pela química stephanie Kwolek em 1966, enquanto ela trabalhava na DuPont, o kevlar é utilizado hoje em coletes à prova de balas, cintos de segurança, construções aeronáuticas, cordas, velas, linhas de pesca, na composição de alguns pneus, raquetes de tênis e até nos tanques de combustível de carros da Fórmula 1.


roda de conversa

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vs ENTENDA PORQUE ESSA TRETA IMPORTA Texto: polly Foto: reprodução

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Se eu fosse um “tipo” de artista diferente, Anaconda teria sido indicado para melhor coreografia e vídeo do ano também :)

Quando “outras” meninas lançam um vídeo que quebra recordes e impacta a cultura elas são nomeadas :)

Se o seu vídeo celebra mulheres com corpos bem magros, você será indicada a vídeo do ano :)

2020

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Se você não viu a treta da Nicki Minaj com a Taylor Swift, vem comigo que te explico o que aconteceu e o que podemos aprender com isso. Começou com as indicações do VMA e Nicki incomodada que o vídeo de Anaconda não foi indicado a vídeo do ano (apesar de indicado em outras categorias). Daí ela continuou dizendo que Anaconda quebrou recordes no VEVO, virou um fenômeno cultural e mesmo assim não ganhou nem uma indicação a Vídeo do Ano. Agora muita gente deve estar pensando “nossa, cadê a sororidade?”, qual a necessidade de ficar colocando as mulheres umas contra as outras? O inimigo é outro, etc. Taylor Swift pensou o mesmo:

Não fiz nada além de te amar e apoiar. Não é do seu feitio jogar mulheres umas contra as outras. Talvez um dos caras pegou o seu lugar… E qual o problema dessa reação da Taylor Swift? Ela não está certa? não, não está. Nicki não estava criticando Taylor (ou artistas como ela). Ela estava criticando uma industria racista que favorece mulheres brancas. O papo era sobre racismo, não sobre machismo. Se metendo num papo que não era sobre ela, Taylor mudou o foco da conversa. Nicki estava tentando iniciar um debate sobre raça mas agora virou uma conversa sobre AI MEU DEUS VIU A TRETA DA TAYLOR COM A NICKI?? E é isso que podemos aprender com essa história. Se uma mulher negra está criticando um sistema que exclui mulheres que não sejam brancas e magras, não é esse o momento para uma mulher branca e magra tentar se inserir na conversa. Não é o momento da mulher branca e magra dizer “mas eu sou oprimida também” ou “mas a culpa não é minha”. É o momento para a mulher branca e magra calar a boquinha e ouvir o que as outras mulheres têm a dizer. Gostando ou não, sendo feminista ou não, amando Nicki Minaj ou não, Taylor Swift se beneficia do sistema racista porque é branca. Apontar isso não é jogar uma mulher contra outra, é discutir desigualdade e preconceito. Fazer qualquer coisa além de apoiar, escutar e tentar aprender com mulheres falando sobre as injustiças que elas sofrem é perpetua-las.

Mas as duas já se acertaram! Taylor assumiu seu erro e ligou para Nicki pedindo desculpas. As duas se apresentaram juntas no VMA 2015! Nunca é tarde para desconstruir!

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tรก na capa!

Winnie Harlow O MUNDO DA MODA E A MISS DIVERSIDADE, CHANTELLE WINNIE, CONHECIDA COMO WINNIE HARLOW Autora: eve barlow Foto: desigual

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a manhã em que devo me encontrar com Chantelle Winnie, tenho uma consulta médica e menciono que vou entrevistar alguém com vitiligo, um problema de pele. O médico me aconselha a manter o contato visual o tempo todo, que não deixe meu olhar desviar para suas “anomalias” físicas. Eu estava preparada para perguntar a Chantelle o que ela achava disso, mas, um minuto depois de observar a modelo em plena ação, sob uma iluminação intensa destinada a realçar os tons de mármore preto e branco de seu corpo, fica óbvio não ser necessário. Seria rude não olhar para sua pele. Chantelle é uma rainha das passarelas influenciada pelo andar de Naomi Campbell e a iconoclastia de Marilyn Monroe. Ela também é uma ex-participante do reality show America’s Next Top Model, a nova face da grife Desigual e musa do famoso fotógrafo Nick Knight e do estilista londrino Ashish. Seu problema de pele fez sua carreira e tornou-se um símbolo de diversificação e progresso. Como diz a anfitriã do America’s Next Top Model, Tyra Banks, “no momento em que vi Chantelle, eu quis que ela entrasse no programa. Sua beleza é

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MInHA peLe não é uMA vIsão norMAL.

inegável e sua pele rompe as barreiras do que é considerado belo”. Também é uma preocupação constante. Você pode admirá-la o quanto quiser, mas, quanto mais você lembra Chantelle de sua presença, mais isso a incomoda. “A pele aqui é um bloco branco”, diz o fotógrafo, enquanto aponta para o abdome da modelo. “Não se vê diferença na cor.” O modo como sua saia pregueada está pousada acima do quadril enaltece a palidez de seu estômago. Há necessidade de mais pele para demonstrar as variações.

Chantelle colabora. Arruma a saia, olha para seu braço elegante pousado sobre o abdome, gira a mão de um lado para o outro, branco/preto, combinação/contraste. Ela dialoga com a câmera mais que uma modelo comum. “Minha pele não é uma visão normal”, explica mais tarde, enquanto separa um pouco de homus de um sanduíche integral. “Quando um fotógrafo diz: ‘Não sei o que é, mas não está certo’, eu sei. Eles gostam das cores diferentes de minha pele. Mas não conseguem combiná-las com

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A modelo já foi comparada a uma pantera, o que não a incomoda. Ela é leonina. As panteras são sensuais. Mas não gosta tanto de elogios na linha “vaca maravilhosa”. Lembra-se de quando tinha 13 anos e entrou no auditório da escola, onde um valentão liderou um coro de “Muu! Muuuuuu!” Muito desagradável, mas apenas um pouco mais que a frase no America’s Next Top Model, quando um juiz balbuciou: “Nossa, você parece um X-man! Mas consegue trabalhar como modelo?” Ela não consegue identificar de

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modo tão astuto em qual altura o vitiligo torna-se obstáculo. Sem a sua página no Instagram, jamais teria chamado a atenção de Tyra Banks. Sua comunidade de 400 mil fãs está aí para admirar sua característica mais destacada. Goste ou não, é em primeiro lugar uma publicidade ambulante da diferença, e depois uma modelo para outras coisas. Sua pele é mais notável do que qualquer produto que possa vender. Por isso, toda vez que mergulho mais fundo no assunto do vitiligo suas respostas tornam-se mais opacas e suas maneiras, defensivas. “Eu aban-

donei a escola quando tinha 16 ou 17 anos, não me lembro.” Chantelle tem 20. Há feridas ali, uma raiva reprimida. Chantelle Brown Young é filha de uma cabeleireira solteira de Toronto, Canadá. Tinha experimentado de tudo: balé, piano, jornalismo. Mas não modelo. Mudou de escola diversas vezes devido à agressividade dos colegas e a “altercações”. Conforme diminuía sua frequência escolar, surgiam oportunidades como modelo. Seu momento chegou quando a personalidade local do YouTube Shannon Boodram viu suas fotos no Facebook e pediu para


@winnieharlow fotografá-la para um clipe musical. Pela primeira vez ela foi celebrada por sua aparência. Pedidos para trabalhos editoriais vieram, apesar da rejeição de todas as agências de Toronto (ela continua sem representante). Quando Tyra Banks ligou, Chantelle deixou a escola para valer e voou para Los Angeles mais depressa do que se pode dizer: “Parabéns, você está na disputa para a próxima top model americana”. “Sempre me perguntam: ‘Você faria isso de novo?’ Não. Quero ser uma modelo, não uma estrela de reality show.” Chantelle foi a segunda concorrente eliminada. Na época, ela se sentiu “apunhalada pelas costas”. Tyra Banks promove a diversidade explodindo-a nos lares de milhões de telespectadores, mas também há uma dura exploração baseada na mistura tóxica de narcisismo e vulnerabilidade das concorrentes. O fator particular de aberração de Chantelle na tevê foi o vitiligo. Ela desenvolveu a doença autoimune quando tinha 4 anos. O vitiligo afeta 1% da população. Não discrimina tipo de pele ou idade, e pode atacar qualquer parte do corpo, inclusive os olhos, os cabelos e a boca. A história de Chantelle é de esperança em uma indústria superficial, prova de que nossas diferenças são motivo de comemoração nas capas das revistas, mas também de frustração. Seu maior desafio é superar o que a torna diferente, celebrar o que a faz igual. Antes de nos despedirmos, a última pergunta: qual é a sua característica física preferida? “Minha boca. Gosto da minha boca.”

siGa a Winnie no instaGram!

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FICA DICA

Texto: Raquel Moritz Ilustrações e quadrinhos: Julie Ma-

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NÃO SE ESCOLHE QUEM A GENTE VAI AMAR...

Como o azul se tornou uma cor quente para Clémentine Azul é a Cor Mais Quente é uma novela gráfica escrita pela francesa Julie Maroh, que aborda o relacionamento de Emma e Clémentine. Preciso dizer que já comecei o quadrinho de coração partido e sentindo a distância entre o original e o filme que se inspirou na obra. Infinitamente melhor que o filme de Abdellatif Kechiche, essa graphic novel é uma história doce, sincera e apaixonante sobre um relacionamento entre duas garotas – uma delas com um medo infinito de assumir o que sente, a outra firme e orgulhosa de sua escolha. A forma como a narrativa segue, primeiro com as palavras de Clémentine, depois com as palavras de Emma e então com os diários da adolescência de Clém formam uma história tão singela e doce, e constroem personagens tão apaixonantes, que é difícil você largar a

história e entender as razões que levam alguém a discriminar duas pessoas do mesmo sexo que se amam. É um amor tão puro. Quando Clém conhece Emma, ela está no ensino médio e precisa entender o que está acontecendo com ela. Os desejos da sua idade, tão naturais, são encarados com repulsa pela própria Clém que ainda não sabe como aceitar isso. O preconceito, o medo de estar errada, a insegurança de uma relação que lhe pede para arriscar a própria família para poder ficar com alguém. Tudo em nome do amor. A evolução da personagem talvez não seja tão grande assim. Emma mudou mais do que Clémentine, talvez pela segurança e confiança que ela tem em si mesma, diferente da companheira. Ainda assim, essa não é a história de Clémentine, é a história de como duas estranhas se conheceram e serviram de peça no complicado quebra-cabeça que é o amor. <3 Adorei essa graphic novel. O traço delicado,

os diálogos intensos, os detalhes da mudança de tons quando Clémentine está feliz ou triste, a forma como o azul se torna uma cor quente na vida da nossa personagem... tudo contribui na experiência de leitura. E o leitor fica com o coração na mão e aquela sensação de que todo o tempo do mundo ainda não é suficiente para estar com quem a gente ama e, mais do que isso, para se amar do jeito que se é. Livre de preconceitos.

Azul-escuro, azul-celeste, azul-marinho, azul Klein, azul ciano, azul ultramarino… O azul se tornou uma cor quente. Eu te amo, Emma, você é a razão da minha vida.

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alguém me explica?

Sexualidade e ^ Genero? identidade de gênero

expressão

sexo biológico 3030

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Texto e infográfico: Fernanda Sousa Foto: Fernanda Sousa e Júlia Sousa

orientação sexual


identidade de gênero a maneira como você se enxerga, o gênero com o qual se identifica

homem mulher

sem gênero genderqueer

sexo biológico

a genitália e os cromossomos com os quais você veio ao mundo

masculino feminino

assexuado intersex

expressão de gênero como você demonstra seu gênero, baseando-se nos papéis de gênero tradicionais

masculino feminino

sem gênero andrógino

orientação sexual indica por quem você se sente atraído sexualmente

heterossexual homossexual sente atração por um gênero diferente

sente atração pelo mesmo gênero

bissexual

pansexual

assexual

sente atração por dois gêneros diferentes

sente atração por todos os gêneros

não sente atração por nenhum gênero

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bolinhas aleatórias Que atire a primeira pedra quem nunca se sentiu intimidada e interrompida por um homem em uma conversa. Lembre-se dessas palavras na próxima vez que alguém te deixar desconfortável. Você não é obrigada!

sua piada é ofensiva.

você não precisa falar alto.

não terminei de falar.

não me interrompa. você está sendo grosseiro.

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você está me incomodando

posso fazer isso sozinha.

eu acabei de dizer isso. Texto: Fernanda Sousa

não achei graça.


diy

r a c o r t a a aprend a d a m o t a m u

Que marido de aluguel que nada! você é completamente capaz de resolver qualquer problema que apareça na sua frente! toda edição um guia rapidinho pra você cuidar da sua casa e do seu dia-a-dia!

1 Antes de tudo, não se esqueça de desligar a energia! Retire o espelho e desparafuse o suporte da tomada com uma chave de fenda ou Phillips.

2 Com uma chave de fenda ou Phillips, desparafuse os fios, soltando-os da tomada.

Texto e foto: Fernanda Sousa e Júlia Sousa Foto de fundo: Reprodução

3 Com um alicate para fios, desencape os fios, deixando cerca de 1 cm do fio de cobre exposto.

4 Encaixe-os nos devidos espaços novamente, parafusando na nova tomada. Recoloque o espelho e pronto! Pode ligar a energia!

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horóscopo

áries É um bom momento para seu trabalho, ariana. Mas é preciso ser organizado, esforçado e se dedicar ao máximo se deseja crescer. As oportunidades vêm de onde você menos espera espera ee apesar apesar do docéu céuprometer prometerbastante bastantetrabtrabalho,promete alho, prometetambém tambémdiversão diversãoe emomentos momentosdedeprazer prazere e felicidade,especialmente felicidade, especialmenteno noamor. amor.Boas Boas conversas conversas nos relacionamentos e parcerias.

TOURO É importante fazer mais coisas que você gosta, taurina. Inclusive o céu favorece a retomada de atividades e contatos que você tinha abandonado. Em casa, as coisas passam a fluir melhor, mas é importante cuidado com brigas. Bons ventos em sua vida amorosa, com a possibilidade de conhecer gente nova ou melhorar sua relação atual.

pEIXES Momento de mais profundidade em sua vida emocional, pisciana. E novidades em termos de parcerias, clientes ou público. Alias, é um ótimo mês para as relações e com grande aceitação aceitaçãodo doque que você você pensa pensa pelas pelas outras outras pessoas. pesMas éMas soas. importante é importante também também se colocar se colocar no lugar no do lugar outro do e se permitir outro e se permitir mudarmudar de ideia deseideia issose forisso o melhor for o melhor para a relação. para a relação.

aQUáRIO Mês de mudanças, aquariana! Sabe tudo aquilo que você vem planejando há muito tempo? Então chegou a hora de colocar tudo em prática ou pelo menos se organizar melhor para que isso aconteça logo. Ótimo momento para sua vida afetiva e sexual, com mais intimidade, união e cumplicidade, ou uma nova relação que pode surgir.

cAPRICÓRNIO Sonhe alto, pense no seu futuro, capricorniana. E invista em suas ideias. Vale fazer um curso, comprar algo que quer já faz algum tempo e fazer as mudanças que tem vontade. É um ótimo momento para tirar férias e viajar e se isso não for possível, você pode planejar e se organizar para que isso seja possível o quanto antes. No trabalho, não discuta!

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SAGITáRIO É um momento especial em sua carreira, sagitariana. Aproveite para criar e aproveitar oportunidades. É uma fase de crescimento profissional, de sucesso e reconhecimento. Mas cuidado com o excesso de confiança e o que conta para seus amigos. É um ótimo momento para viajar e também começar algum curso que tenha a ver com seu trabalho.


GÊMEOS Cuidado com as conversas desnecessárias, geminiano, especialmente as que podem prejudicar sua vida afetiva. É melhor respirar fundo e falar só sobre aquilo que vale a pena. Em casa, as coisas precisam estar mais organizadas e novidades podem surgir. É um bom momento para lidar com imóveis e comprar coisas novas para sua casa.

CÂNCER É um ótimo momento para divulgações, cursos e atividades intelectuais, canceriana. Fale mais, se solte, deixe que os outros saibam o que você quer e o que você pensa. É importante deixar claro o que sente, especialmente em sua casa, com sua família e pessoas mais próximas. É um ótimo mês para viagens, mesmo que rápidas, nos fins de semana.

LEÃO É um ótimo momento para organizar sua vida financeira, leonina. Cuide melhor do seu dinheiro, organize suas contas. Você pode até fazer algum investimento, mas deve ser cauteloso e pensar sempre no seu futuro. Cuidado com a comunicação, pois apesar da sua vontade de falar estar aumentada, há risco de brigas, por acharem que você quer se impor.

VIRGEM Aproveite esse novo ciclo, virginiana, já que Júpiter promete um novo ano cheio de sorte, alegria, crescimento e oportunidades. Comemore, celebre, acredite mais em seu potencial. Cuidado com os gastos desnecessários e com a ansiedade interna, por conta da vontade de ter tudo que quer rápido demais. Não esqueça de cuidar bem da sua saúde.

ESCORPIÃO É um ótimo momento para atividades em grupo, escorpiana. Encontre seus amigos, participe de projetos sociais, aproxime-se mais das pessoas que gosta e que possam acrescentar em sua vida, e sem medo de confiar e compartilhar. Permita-se mudar de ideia e estar aberto ao que os amigos te apresentam. Mudar de ideia pode ser saudável. Texto: titi vidal Ilustrações: Fernanda sousa

LIBRA É um ótimo momento para resolver pendencias pessoais e cuidar das suas emoções, libriana. Está mais fácil enxergar o que você sente, quais seus medos e inseguranças que ainda existem, e assim conseguir cuidar melhor delas. É um bom período para estar com amigos e aprofundar algumas dessas relações. Fale sempre com tranquilidade.

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PRA PENSAR

Texto: Aline Valek Box: Graziele Rodrigues Foto: Reprodução

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A

inda me lembro quem me ensinou que eu não poderia confiar em outras mulheres. Ele me disse, cochichando no ouvido, que mulher é tudo falsa. Que minhas amigas eram invejosas, interesseiras, que a qualquer momento iriam me trair. Ele me ensinou que outras mulheres deveriam ser vistas sempre como uma ameaça. Que elas iriam roubar meu namorado. Que iriam chamar mais atenção do que eu. Então ele me deu um tapinha de aprovação quando eu chamei aquela garota de vagabunda. “Boa menina”, ele disse. Ele me ensinou que todas as coisas ruins pelas quais eu passava por ser mulher eram culpa dessas mulheres que não se dão valor. Que por culpa delas, as mulheres – inclusive eu, tão boa e comportada – seriam para sempre vistas como objetos sexuais. Ele sorriu pra mim quando eu me impedi de ter amigas, por achar que não seriam verdadeiras comigo. Ele sorriu pra mim quando eu disse que não gostava de conversa de mulher porque eram todas fúteis. Ele quase gozou de felicidade quando odiei aquela garota sem motivo algum. Ele, o patriarcado, me ensinou tudo isso, e eu aprendi bem. Então algo aconteceu. E o patriarcado arrancou os cabelos de desespero quando eu percebi que eu não precisava sentir raiva de outras mulheres. Ele esperneou quando eu parei de tratar outras mulheres como minhas inimigas. Ele gritou de ódio e até babou, porque se eu parasse de brigar com as outras mulheres, ia poder lutar CONTRA ELE. O patriarcado é um velho autoritário que não gosta de mulheres. Quer dizer, até gosta, porque o patriarcado faz questão de ser macho e extremamente hétero. Mas só gosta de mulher em posições que ele consegue dominar facilmente: cuidando da casa, dos filhos, em empregos mal remunerados, em papéis sexualizados e estereotipados na televisão, fora da política.

O patriarcado, como o bom exemplo de velho amargurado que é, só pensa em sabotar as mulheres, deixá-las sempre na pior. Sua existência gira em torno desse único e mesquinho propósito de vida. Fazer mulheres acreditarem que são todas inimigas é uma de suas táticas. Fazer elas se sentirem sempre insatisfeitas com seus corpos é outra. Mas ele tem outros mil e um truques na manga para garantir que mulheres continuem sendo desprezadas. O patriarcado até se acha poderoso e inabalável, mas se uma mulher começa a questioná-lo, ele só falta mijar nas calças. Ele se treme todo. Por isso, ele precisa de pessoas que o defendam, porque nem isso ele é capaz de fazer sozinho. Se alguma mulher ousa levantar a voz para questioná-lo, logo aparece um de seus defensores para dizer que ela devia estar lavando a louça em vez de estar falando qualquer coisa. O patriarcado é um velho parasita que grudou no nosso mundo e se alimenta da tragédia das mulheres. Ele se alimenta de canudinho de cada agressão, de cada mulher sofrendo calada, de cada mulher que morre pelas mãos do ex, de cada lei que tenta negar às mulheres autonomia e o direito ao próprio corpo. Ele lambe os beiços. Tente tirar isso dele e você vai ver como o velhote fica furioso. Porque se o patriarcado não puder nos explorar, ele definha. Seca até os ossos. O patriarcado é um velho que só tem uma coisa maior do que seu ódio às mulheres: medo de acabar. Mas ele vai. Ele já começou a acabar. E acaba um pouquinho mais toda vez que uma mulher percebe que suas “inimigas” não existem. Que é só uma cortina de fumaça. É aí que o patriarcado começa a se quebrar, pedacinho por pedacinho: quando mandamos um recado para as nossas “inimigas” e não é ódio; mas um “estamos juntas”. Porque só juntas podemos combatê-lo. Só juntas sobreviveremos.

Definição: união de mulheres contra o patriarcado, tática de luta contra a rivalidade feminina. Sororidade não é ignorar os erros da outra. Não é ter que aceitar ataques. Não é fechar os olhos para as reproduções feitas por feministas. Muitas meninas não querem desconstruir preconceitos, querem continuar no feminismo, mas reproduzindo preconceitos. Quando são chamadas a atenção, falam que temos que ter sororidade com elas. Infelizmente, sororidade dentro do feminismo é usada de maneira hipócrita, quando na verdade é estar disposta a acolher sua irmã feminista. É estender a mão e erguer a outra. É segurar a mão da outra e não soltar, mesmo que caia junto com ela. Sobretudo, é respeito de irmã para irmã.

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fontes quentes

BIBLIOGRAFIA olá! somos alunos de design Gráfico, cursando o quarto ano na unesp bauru! durante nossa disciplina de projeto iii, ministrada pela prof. cássia, recebemos a proposta de criar uma revista e diagramá-la. como o tempo da matéria é curto, e a proposta da disciplina era justamente aprender a diagramar matérias como aconteceria em uma redação, retiramos algumas matérias da internet. abaixo, seguem suas devidas fontes e links para visualização na íntegra! página da Kaol porfírio: https://www.facebook.com/kaolcaradeboi pazes Com os Cachos, por Cíntia Moraes: http://lugardemulher.com.br/dicas-para-fazer-as-pazes-com-os-cachos/ escolhi Masturbar, por Mari: http://lugardemulher.com.br/escolhi-masturbar/ Ilustrações por lovelove6: http://www.lovelove6.com/ nicki Minaj x Taylor swift (e por que isso importa), por polly: http://lugardemulher.com.br/nicki-minaj-x-taylor-swift-e-por-que-isso-importa/ Chantelle Winnie, Miss Diversidade, por eve Barlow e traduzido pela CarcaCapital: http://www.cartacapital.com.br/revista/838/miss-diversidade-2679.html Como o Azul se Tornou uma Cor Mais quente para Clémentine, por raquel Moritz: http://pipocamusical.com.br/2014/05/29/resenha-azul-e-a-cor-mais-quente-quadrinhos/ Horóscopo por Titi vidal: http://titividal.com.br/ recado para As Inimigas, por Aline valek: http://www.alinevalek.com.br/blog/2013/06/recado-para-as-inimigas/ Muheres Inventoras: texto por Keytyane medeiros http://www.geledes.org.br/10-coisas-que-foram-inventadas-por-mulheres-e-voce-nao-sabia/ http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/03/veja-10-mulheres-inventoras-que-revolucionaram-o-mundo.html http://www.mnn.com/green-tech/research-innovations/photos/7-inventors-killed-by-their-inventions/marie-curie

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