UNIMEP
Universidade Metodista de Piracicaba
FEAU - Faculdade de Engenharia e Arquitetura e Urbanismo Arquitetura e Urbanismo
REABILITAÇÃO DO EDIFÍCIO DA ANTIGA
HOSPEDARIA DOS I M I G R A N T E S
DE SANTOS
Fernanda Armelin de Freitas Trabalho Final de Graduação I - II Orientadora: Profª. Drªa. Mirandulina M. Moreira Azevedo Santa Bárbara d’Oeste - SP 2017
DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais, Maria e Claudio, por confiarem, apoiarem e acima de tudo acreditarem no meu potêncial, sempre me incentivando à fazer o melhor em, simplesmente, tudo. O resultado deste trabalho é parte desta educação.
AGRADECIMENTOS Agradeço à minha família, pela confiança e apoio nessa reta final. Ao Leo Rait, pela ajuda com o trabalho, pelo companheirismo, incentivo, apoio e paciência no dia a dia, ainda mais nesse período. E principalmente por ser um exemplo e espelho para mim. Aos meus amigos do grupo DRVO, pela grande amizade e companheirismo, tornando esse período da graduação mais fácil e agradável. Ao Sergio William, diretor da Fundação Arquivo e Memória de Santos, e à Tania Pratos, do Instituto Histórico e Geográfico de Santos, pela bondade de repassarem seus conhecimentos sobre a Hospedaria dos Imigrantes de Santos, me ajudando na realização desta pesquisa. À todos os meus professores, que contribuiram diretamente e indiretamente na formação de meu caráter profissional e pessoal, em especial a minha orientadora, Mirandulina, que aumentou ainda mais minha sede de conhecimento pela história da Arquitetura e preservação desta. Ao Tim (em memória), por sempre ter recebido e acolhido de peito aberto todos os alunos que passaram por essa faculdade, incentivando-nos à nos tornarmos grandes profisionais.
INTRODUÇÃO..................................... I METODOLOGIA.................................. I
O PROJETO DE NICOLAU SPAGNUOLO.21 IMPLANTAÇÃO....................... 21
PARTE I
PROGRAMA............................ 21
IMPORTÂNCIA DA PRESERVAÇÃO... 4 CONTEXTO HISTÓRICO.................... 6
ESTILO....................................... 26 CONSTRUÇÃO REALIZADA....................... 32
INCENTIVO À IMIGRAÇÃO.............................6
CONTEXTO ATUAL..........................42
INCENTIVO EM SANTOS................................7
A CIDADE DE SANTOS................................. 42
HOSPEDARIAS DE IMIGRANTES................9
VILA MATIAS.................................................... 45
UMA HOSPEDARIA EM SANTOS............. 10
ÁREA DE ESTUDO.......................................... 46
ATIVIDADES E PROJETOS POSTERIORES NO EDIFÍCIO DA HOSPEDARIA................ .13 O PROJETO PARA A HOSPEDARIA........ .17 PROGRAMA ARQUITETÔNICO DE HOSPEDARIAS.............................................................. 17 ESTILO PREDOMINANTE NA ÉPOCA..... 18 NEOCLÁSSICO....................... 19
SUMÁRIO
ART-NOUVEAU....................... 20
NEOCOLONIAL....................... 19 NEOGÓTICO............................ 20
PROPOSTA......................................51 PREMISSAS PROJETUAIS......................... 51 PROGAMAS HOSPEDARIA......................... 54 PROGAMAS EDIFÍCIO ANEXO................... 55
REFERÊNCIAS PROJETUAIS........... 56 ACROPOLIS MUSEUM................................. 56 MUSEU PELÉ................................................... 56 SESC POMPÉIA............................................... 56
INTENÇÕES PARA O TFG II............. 57
PARTE II REABILITAÇÃO DA HOSPEDARIA... 59 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA... 59 DEMANDA DO PORTO................................. 63 PERFIL DO PROGRAMA PARA A HOSPEDARIA....................................................................... 65
AVALIAÇÃO VISUAL - EDIFÍCIO HOSPEDARIA DOS IMIGRANTES............... 67
IMPLANTAÇÃO............................................... 99 ESTUDO SOLAR...........................................105 MATERIAIS.....................................................106 ESQUEMA ESTRUTURAL.........................107
LISTA DE IMAGENS.......................108 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.111 ANEXOS.........................................112 NOVA FATEC - HOSPEDARIA
LEVANTAMENTO DE MATERIAIS............ 67
I - Planta de Demolição
LEVANTAMENTO DE PATOLOGIAS......... 71
II - Plantas Baixas
PROJETO PARA O EDIFÍCIO HOSPEDARIA DOS IMIGRANTES....................75 POSTURAS PROJETUAIS........................... 75 MÉTODOS DE TRATAMENTOS PARA AS PATOLOGIAS ENCONTRADAS....................... 75 PROGRAMA..................................................... 86 IMPLANTAÇÃO............................................... 87 ADEQUAÇÃO DO PROGRAMA.................. 90
SUMÁRIO
PROGRAMA..................................................... 98
REESTRUTURAÇÃO DO EDIFÍCIO........... 96
III - Planta de Cobertura IV - Cortes V - Materiais EDIFÍCIO ANEXO VI - Plantas Baixas VII - Planta de Cobertura VIII - Cortes IX - Elevações
PROJETO PARA O EDIFÍCIO ANEXO.97 4
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Nota-se a importância da preservação de um patrimônio histórico, como meio de rememoração viva da herança de uma sociedade, para que tal seja transmitida da melhor maneira para o futuro e que possa cumprir seu papel de bem cultural (Kühl, 2011). Portanto, esta pesquisa consiste num estudo para a reabilitação do edifício da antiga Hospedaria dos Imigrantes de Santos, e seu entorno, que encontram-se em estado precário. Para isto a pesquisa foi divida em duas partes, Na Parte I, o trabalho volta-se para o estudo do patrimônio histórico em questão, para a compreensão de sua história e sua função memorial para com a sociedade. Além de analisar a condição atual da obra e as causas do processo contínuo de degradação presentes, que passam a depravar o patrimônio e interferir de maneira negativa na dinâmica socioeconômica da área em se insere. Enquanto na Parte II, busca-se propor um projeto para a recuperação da edificação e a implantação de programas com atividades que propiciem sua conservação constante, para que então seja possível reverter a situação precária e ociosa em que se encontra, e por fim reviver o patrimônio histórico.
A pesquisa se estrutura nos fundamentos e preceitos de teóricos de restauro e cartas patrimoniais, para que se compreenda a dimensão da responsabilidade de preservação de bens de uma sociedade, que registram sua memória através de vertentes históricas e estéticas. A partir disso, busca-se compreender o patrimônio estudado como um todo, através de pesquisas realizadas sobre o contexto da cidade na época da idealização da Hospedaria dos Imigrantes, a dinâmica da composição do projeto e da construção, o estilo da obra, suas condições atuais e suas patologias, por meio de análises em documentos essenciais de seu acervo e visitas regulares ao local. Além disso, foi estipulado uma área envoltória ao patrimônio para a realização de estudos aprofundados sobre o perfil desta, assim como a questão do uso e ocupação do solo, da densidade demográfica, da vulnerabilidade social e da presença de equipamentos públicos. Para que então, além do projeto de preservação da estrutura original, fosse possível nortear um uso adequado para o equipamento histórico, condizente com a necessidade dessa área de estudo.
I
PARTE I
IMPORTÂNCIA DA PRESERVAÇÃO Segundo Françoise Choay, um monumento transmite a herança de um conjunto social e rememora características únicas do passado deste, se tornando então, uma memória viva, que precisa ser conservada a fim de preservar a identidade própria desta sociedade, como defesa contra o traumatismo da existência, que constitui a garantia da origem e dissipa a inquietação gerada pela incerteza dos começos. A preservação de monumentos visa desacelerar a degradação, prolongar e salvaguardar um patrimônio, que transmite valores históricos e culturais, para que este possa contribuir para a compreensão da identidade e desenvolver uma dinâmica de usos de uma sociedade. A Carta de Veneza de 1964 relata que a conservação e a restauração consistem em salvaguardar a obra de arte e o testemunho histórico presentes em um monumento que pode ser definido em seu 1º artigo como:
ou de um acontecimento histórico. Entende-se não só as grandes criações, mas também às obras modestas, que tenham adquirido, com o tempo, uma significação cultural. (Carta de Veneza, 1964)
Beatriz Kühl trata o monumento como elemento de rememoração, e a preservação deste consiste na aquisição de uma consciência histórica que tem o intuito de transmitir os elementos para as gerações futuras, sem desnaturá-los ou falseá-los, já que são bens únicos e suporte do conhecimento e da memória coletiva, para que possam cumprir sua função social. Preserva-se, hoje, por razões de cunho cultural – pelos aspectos formais, documentais, simbólicos e memoriais –, científico – pelo fato de bens culturais serem portadores de conhecimento em vários campos do saber –, e ético – por não se ter o direito de apagar os traços
Artigo 1º - A noção de monumento histó-
de gerações passadas e privar as gera-
rico compreende a criação arquitetônica
ções presentes e futuras da possibilida-
isolada, bem como o sítio urbano ou rural
de de conhecimento de que esses bens
que dá testemunho de uma civilização
são portadores. (Kühl, 2011)
particular, de uma evolução significativa
Além disso, Dvorák insiste que estes monumentos, também são obras de arte e que estes são produtos preciosos pois constituem o patrimônio do desenvolvimento da humanidade, cuja preservação deveria ser de interesse e obrigação geral da sociedade. Sendo de suma importância, portanto, o resgate dessas memórias que enfatizam a herança de uma nação que “não é apenas lembrança do passado, mas garante às sociedades atuais o sentimento de pertencimento, tão fundamental para a existência social” (Lima V. A., 2013). Estes monumentos possuem um valor histórico e cultural que representam tradições de uma sociedade, e na maioria das vezes, são tombados por órgãos públicos municipais, estaduais e/ou federais, que tem como propósito, através de leis, preservar os patrimônios, impedir a sua degradação e destruição e propiciar sua plena utilização. O patrimônio histórico em estudo, a Hospedaria dos Imigrantes da cidade de Santos, faz parte de uma fase importante da cidade, marcada por uma onda de incentivos no século XX, que tinham como objetivo, a melhoria das condições urbanas a fim de reverter à situação de que a 4
cidade não era agradável para se viver, devido seu perfil portuário e comercial. Além disso, consistia em um projeto diretamente ligado com o movimento de imigração – por conta do Porto de Santos –, que foi responsável por grande parte da colonização de cidades brasileiras no auge da cultura do café, culminando na formação da diversidade populacional deste país. Considerando também que, este edifício foi projetado no estilo eclético, que marcou as obras realizadas no início do século XIX, e que, segundo Carlos Lemos, foi sinônimo
de progresso e linguagem do poder econômico que estava presente em São Paulo – devido à cultura do café e a instalação das linhas férreas – e consequentemente em Santos, por conta perfil de “cidades casadas” que representavam as duas cidades na época, segundo Ana Lanna. Contudo, dentre tantos motivos, alguns destes patrimônios acabam sendo abandonados à contínua degradação, como é o caso da Hospedaria. Onde claramente, pode-se perceber que por conta da falta de uso e do descaso de órgãos
responsáveis no decorrer do tempo, este edifício foi perdendo suas características – devido ao vandalismo e aos fenômenos naturais –, e acabou se tornando uma área ociosa, de maneira que passa a interferir de forma negativa na conjuntura socioeconômica do espaço em que está inserido. Tornando então necessária, a reabilitação deste patrimônio, a fim de restaurar seus elementos e inserir um programa que propicie seu uso de maneira que possa reverter essa realidade atual do edifício em questão e sua área envoltória.
Figura 1 - Hospedaria dos Imigrantes em 2017.
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HISTÓRICO
CONTEXTO HISTÓRICO INCENTIVO À IMIGRAÇÃO Diante da importância da cultura do café, principalmente no Estado de São Paulo, no século XIX, quando o produto tornou-se a principal fonte de exportação do país, tem-se por consequência um estímulo de atividades de serviço e comércio no Porto de Santos, que viria a monopolizar as atividades cafeeiras do planalto. A partir dessa viabilidade de crescimento econômico do estado, via-se a necessidade de obras que impulsionassem isto, como: a linha férrea – São Paulo Railway (que foi construída entre 1860-1867) – que ligava a cidade portuária à capital (pela Serra do Mar), e mais tarde às lavouras do interior do Estado; e a obra realizada no Porto de Santos (1892) que segundo Ana Lanna no livro “Uma cidade na transição. Santos: 1870 – 1913” trouxe novos empregos na cidade, novos lugares de conveniência, novos pontos de encontro, habitações de trabalhadores, armazéns e depósitos, pois tornou-se um elemento que passaria a atrair uma quantidade significativa mão-de-obra e receber um grande número de imigrantes. Mas só o café do Estado de São Paulo e
a exportação cafeeira fariam de Santos
A grande imigração para São Paulo é
uma cidade de imigrantes, graças às ati-
praticamente contemporânea ao fim da
vidades profissionais que oferecia. (Fru-
monarquia, quando em consequência do
tuoso, 1995)
movimento da abolição da escravidão, se
Além disso, percebe-se que após a Abolição do Tráfico de Negros da África em 1850, surge uma preocupação com a necessidade de um processo de troca do trabalho escravo pela mão-de-obra livre, junto com a criação do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas em 1861 e a Agência Oficial da Imigração em 1863, que viriam a incentivar a vinda dos imigrantes. Após a Lei do Ventre Livre em 1871, o fluxo migratório aumentou e a “perspectiva do fim da escravidão conduziu o governo imperial a fomentar a busca do braço estrangeiro” (Segawa, 1989). Para isso foram criados mais programas de incentivo a imigração, principalmente no Estado de São Paulo, onde se concentrava a riqueza do café, como a Sociedade Promotora de Imigração, criada por um grupo de fazendeiros de São Paulo – liderados pelo Conde de Parnaíba, então Presidente da Província – em 1886, qual foi responsável por cerca de 120.000 imigrantes entre 1886 e 1896.
desenvolve uma política para atrair imigrantes, a fim de suprir as fazendas de café com mão-de-obra. A grande imigração que se organiza principalmente no segundo lustro da década de 1880 permitiu a expansão dos cafezais que perdurou praticamente até a crise de 1929. (Petrone, 1985)
Entre 1897 e 1907, devido a inserção da República Velha, tais incentivos foram desacelerados diante da redução de investimentos nestes programas, mas foram retomados em 1907 para o ingresso da mão-de-obra de imigrantes nas lavouras e para a ocupação territorial, conforme é possível ver na Figura 2, a relação de entrada e saída do movimento migratório, entre 1902 e 1911 no relatório da Inspectoria da Imigração (setor da Secretaria de Estado dos Negócios de Agricultura, Commercio e Obras Publicas do Estado de São Paulo) dos anos 1910/11 para o então presidente do Estado Dr. M. J. de Albuquerque Lins.
a necessidade de aparelhar o porto para
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INCENTIVO EM SANTOS A cidade de Santos se origina de um vilarejo instalado entre o mar e a serra que dava acesso ao planalto, em condições estratégicas que fincaria uma ligação com a cidade de São Paulo, onde uma tomaria a função de porto e a outra de centro distribuidor, que segundo Ana Lanna, constituiu um fenômeno único na malha urbana brasileira. Tal relação influenciaria no crescimento urbano da cidade de Santos.
HISTÓRICO
Outro incentivo em relação aos imigrantes foi o decreto n. 1458 de 1907, assinado pelo Dr. Pádua Salles (secretário da Agricultura), que garantia, para os imigrantes vinculados a uma colônia do governo, o direito de hospedagem e alimentação em uma hospedaria de imigrantes, até que sejam destinados ao seu local de destino – principalmente em lavouras de café.
Nos primeiros anos a cidade cresce em volta do cais do porto – perto da atual estação do Valongo – devido a proximidade da Serra do Mar. Mais a seguir, com a afirmação da função portuária e comercial que Santos tinha para São Paulo, a cidade acabou-se por se definir em uma população eminente urbana – em sua maioria caracterizada pela população trabalhadora – sem desenvolvimentos agrícolas, que se expandiria junto ao mar e mais tarde em direção à praia, conforme evolução
Figura 2 – Relação de Entrada e Saída do Movimento Migratório entre 1902 e 19011.
Figura 3 -Evolução da Mancha Urbana segundo arquivos do Arquivo Permanente de Santos.
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A construção dessa rede ferroviária, que fez aparecer e desaparecer cidades e vilas, consolidou a crise dos demais por-
Com o crescimento da população da cidade, impulsionada pelo perfil comercial, o número alto de imigrantes (Figura 4), que muitas vezes traziam doenças consigo, e a falta de ordem sanitária na cidade, acarretou em um surto de epidemias de febre amarela, febre tifóide, malária, varíola e peste bubônica, no período entre 1890 e 1904, que chegou a matar 22 mil habitantes da população entre 1890 e 1899. A partir desse modelo de emergência do urbanismo, o Estado passa a perceber a relevância da “questão urbana” e dá importância a obras sanitárias, segundo Anna Lanna. Foi realizado então obras e planejamentos como as legislações do final do século XIX, que impõe o “plano xadrez” (Lei 94 de 1897) e tende a priorizar a substitui-
HISTÓRICO
da mancha urbana relatada na Figura 3. A partir desse perfil portuário, a cidade é vista como “suja” e “pobre” e desagradável para se ficar, segundo Cida Franco em uma entrevista em 2012 ao Jornal Tribuna, sobre a Hospedaria dos Imigrantes. Porém, a importância do Porto de Santos para o país, culmina na construção da rede ferroviária que “são estradas do café, orientadas pela localização das lavouras e pelos roteiros que levam ao porto de embarque” (Lanna, 1996) que impulsionaria o crescimento da própria cidade de Santos, das cidades da região de São Paulo e do interior.
ção da cidade colonial pela cidade moderna com o discurso de que representava uma “arquitetura mais adequada aos princípios de moralidade e higiene, sendo necessário padronizar as edificações, controlar seu uso, intervir no desenho da cidade, criando ambientes propícios ao desenvolvimento de uma sociedade sadia, livre das epidemias e que nada se lembrasse do (colonial) passado recente” (Carriço, 2002). A obra de Saneamento Básico de Saturnino de Brito, realizado entre 1905 e 1912, que tinha o princípio de separar as águas de rios e córregos das águas de esgoto, criando 9 canais – o poder público cria mais 6 canais baseados neste projeto – distribuídos pela cidade, que resolveriam os problemas de alagamento presentes até então.
tos da província de São Paulo, já que o de Santos se tinha, de fato, transformado em monopolizador de toda a atividade do planalto e, a partir de meados do século XIX, principalmente da atividade cafeeira. A vitalidade santista estava intimamente associada à ferrovia e ao porto que permitiram a consolidação e transformação de suas funções portuária e comercial. (Lanna, 1996)
Figura 4 - Tabela da População de Santos de 1872 e 1913.
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... Santos estava em jogo, sua posição estratégica na relação com o planalto seja para escoar a produção cafeeira, que significava a maior riqueza nacional, seja para importar trabalhadores. Tratava-se da condição santista de porta de entrada do mar e do sertão... (Lanna, 1996) ... o porto era símbolo de modernidade,
O Hospital do Isolamento – projeto para cuidar dos doentes das epidemias – e a própria Hospedaria dos Imigrantes (1912) a ser estudada, fizeram parte desse conjunto de obras que tinham como objeto a melhoria e o desenvolvimento socioeconômico da cidade de Santos. A cidade foi se constituindo a partir de múltiplas mudanças vivenciadas como
HISTÓRICO
A obra do Porto de Santos em 1892 foi outro incentivo de desenvolvimento para a cidade. Uma vez que com o crescimento da cultura cafeeira, a instalação do porto tornou-se pequena e frágil, a ponto de ser considerada um grave obstáculo para o movimento do café, além de colocar a situação da cidade, enfatizando a importância dos incentivos em obras sanitárias:
porto, reformado e ampliado, passou a marcar de forma definitiva a vida da cidade. Consolidara-se a tradição portuária e comercial da cidade. A imagem que se procurara concretizar era a de uma cidade livre, aberta para o progresso. (Lanna, 1996)
HOSPEDARIAS DE IMIGRANTES
novas experiências pelos seus moradores. A sua ficou mais agitada, o seu comércio mais intenso. Para ela afluíram milhares de novos moradores. As epidemias, que proporcionaram cenas de horror, estavam sob controle desde o inicio do século. Novos bairros foram se formando, novos lazeres aparecendo. O
Perante esse grande número de imigrantes, via-se a necessidade de construções que abrigassem as funções de inspeção e alojamento para tais. Segundo Hugo Segawa em “Arquitetura de Hospedarias de Imigrantes”, as Hospedarias de Imigrantes foram edificações que se relacionaram
necessidade do desenvolvimento e forma de garantir a expansão econômica do estado. (Lanna, 1996)
O edifício da Inspectoria da Imigração do Estado de São Paulo (Figura 5), construído em Santos em 1906, foi outra obra voltada para o desenvolvimento da cidade, onde abrigaria o órgão responsável pela inspeção de todas as embarcações do porto, e de todos os imigrantes e suas bagagens.
Figura 5 - Inspectoria da Immigração de Santos nos anos de 1911 e 2015.
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tivas, surgindo então, a necessidade dos estrangeiros pernoitarem na cidade. Como Santos não possuía nenhuma edificação à nível de hospedaria para a inspeção e alojamento dos indivíduos, o antigo Teatro Rink (Figura 6) – atual Palácio Saturnino de Brito, sede da Sabesp – abrigava tais funções, e se mostrava de infraestrutura precária conforme ocorria o aumento da imigração. Através disso, Santos via a oportunidade de uma construção de uma Hospedaria de Imigrantes para a cidade, a fim de
HISTÓRICO
com o contexto econômico vinculado com o movimento migratório, construídas entre o final do século XIX e metade do século XX no Brasil, destinados à recepção inicial e hospedagem de estrangeiros, chegados como imigrantes, oferecendo-lhes assistência médica e social e encaminhando-os para o trabalho como mão-de-obra para a lavoura ou para a colonização. Sendo assim, foram-se construídas algumas Hospedarias no Brasil, segundo Hugo Segawa. Na época do Império, foram construídas a Hospedaria da Ilha das Flores (1879 – Rio de Janeiro) e a Hospedaria de São Paulo (1887), e na época da Republica, foram criadas a Hospedaria de Campinas (1891) – que não teve a construção totalmente finalizada e nunca foi utilizada como hospedaria – e a Hospedaria de Santos (1912), objeto de estudo deste trabalho.
impulsionar a dinâmica econômica desta. Para isso o Estado, em 1891, tomou a iniciativa de levantar uma Hospedaria, no Guarujá, perto do Forte de Itapema. Tal projeto, foi formulado por “uma comissão de distintos cidadãos de Santos”, e que “as obras da nova hospedaria foram de tal modo executadas que antes de terminado, já se podia considerar o edifício em ruínas e em condições de não poder ser utilizado” (Dupré, 1893). Logo após isso, houve uma nova tentativa de projeto que não resultou em edificação, proposto pelo engenheiro
UMA HOSPEDARIA EM SANTOS Os imigrantes que desciam no Porto de Santos eram direcionados para o embarque no trem que os levavam para a Hospedaria de São Paulo, porém, muitas vezes, os navios chegavam em horários desconexos com as saídas das locomo-
Figura 6 – Teatro Rink (Atual Palácio Saturnino de Brito) que serviu como abrigo para os imigrantes.
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HISTÓRICO
Jorge Krichbaum (Figura 7 e 8) da Inspetoria de Terras, Colonização e Imigração, porém tal projeto não passava de uma “restauração das ruínas de Itapema” segundo relatos de Segawa. Em 1910 surgiu então, mais um projeto para a Hospedaria dos Imigrantes de Santos, desenhada por Nicolau Spagnuolo – arquiteto italiano formado em Nápoles, residente no Brasil desde 1897 e membro da Comissão de Saneamento de Santos desde 1902. Tal projeto está inscrito num
Figura 7 - Implantação da Hospedaria de Itapema.
Figura 8 - Cópia datada de 1937 da planta original da Hospedaria dos Imigrantes em Itapema.
11
serviços são... como toda a gente. (Silva,
grupos, sophisma-se á custa do destino
1912)
do paiz, sophisma-se á custa da civiliza-
HISTÓRICO
retângulo de 110mx87m, na quadra entre a Rua Dr. Crochane (atual Rua Silva Jardim), e a Avenida das Docas (atual Avenida Cidade de Santos) conforme Figura 9. A construção ficou a cargo da Companhia da Doca de Santos – empresa que realizou as obras de reforma do Porto de Santos e tinha o monopólio de quase todos os armazéns e os embarques e desembarques desde 1888, segundo Ana Lanna – e se iniciou no mesmo ano, porém não foi reproduzida fielmente conforme o projeto. Em 1912, quando a construção se encontra parcialmente pronta, as obras são paralisadas, devido à uma crise na mão de obra, segundo Clodomiro Pereira da Silva em seu artigo “A crise da mão de obra” da Revista de Engenharia de 1912, referente a relação entre a mão de obra inserida e os recursos que se tem em meio ao progresso do Estado de São Paulo – principalmente das ferrovias.
ção, sophisma-se á custa de tudo que
Além disso, o poder público, desde anos antes, vem se voltado para a colonização do solo pátrio, acabando que por gastar muito nesse aspecto e deixar a desejar em outros. Em vez de se procurar obstar aos inconvenientes, concertar o malfeito, evitar outros, faz-se justamente o contrario: gasta-se dinheiro sem consciência do resultado, e para mascarar o móvel especulativo de interesse individual ou de
possa fornecer um bello rotulo; e vai-se... andando. (Silva, 1912)
As obras retomam em 1913, mas são interrompidas de vez em 1914, devido a escassez de mão de obra e ainda mais pela diminuição do fluxo de imigrantes no Brasil ocasionado pelo início da primeira guerra mundial. A obra finalizada é significativamente distinta do projeto inicial, e não chegou a receber nenhum imigrante.
(...) adstrictos a contractos por quantias fixas e determinadas, os constructores vêm, em prazos curtos, os orçamentos alterador, os seus lucros diminuídos ou eliminados porque os preços dos materiais sobem aos saltos, além das exigências dos operários que em questões de
Figura 9 - Projeto da Hospedaria
reinvidicações de direitos e retribuição de dos Imigrantes de Nicolau Spagnuolo.
12
Com a construção finalizada, o imóvel é entregue para a Secretaria da Fazenda, que transformou tal em depósito de café, até em 1968, quando é reformado internamente para receber o Entreposto da Banana.
deu o edifício para o Sindicato Varejista da Baixada Santista, que tinha o objetivo de transformar tal ambiente em um pavilhão de exposições voltadas ao Porto e suas atividades.
Santos teve uma época em que a Bana-
Pelo termo de cessão, a entidade se
na foi o principal produto de exportação.
comprometeu a recuperar o prédio em
As bananas eram únicas e plantadas em
44 meses, prazo que terminaria em ju-
Cubatão, colhidas e abrigadas no edifício
nho de 2002. Pelo projeto, seria construí-
da Hospedaria dos Imigrantes até serem
do um pavilhão de exposições com cerca
exportadas para a Argentina e os Esta-
de três mil metros quadrados, salas de
dos Unidos. Os moradores locais apeli-
convenções para 700 lugares, auditório
daram o edifício de Palácio da Banana na
para 350 pessoas e um teatro para mil
época. (Teresinha, 2016)
lugares. Em agosto de 2002, o sindicato
Na década de 80, o local funcionou como garagem da Secretaria da Segurança Pública, e ao longo das décadas seguintes chegou a ser academia de boxe, funilaria, oficina de mecânica das empresas vinculadas aos serviços da estiva do porto. Em 1998, o Edifício da Hospedaria dos Imigrantes, foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Cultural de Santos (Condepasa), pelo Processo 70214/97-21, Resolução SC 03/98 de 02/12/98 (Livro Tombo 01, inscrição 29, folha 6). No mesmo ano, o Estado ce-
HISTÓRICO
ATIVIDADES E PROJETOS POSTERIORES NO EDIFÍCIO DA HOSPEDARIA
abandona o projeto alegando, entre outros fatores, uma crise no setor de arrecadação na entidade. (Uma hospedaria sem imigrantes, 2004)
O edifício já se encontra em estado de degradação, devido à falta de conservação das entidades responsáveis por tal, que torna a situação do edifício cada vez mais precária. Alguns elementos da construção, como o telhado, foram arrancados pela força da natureza, há mato encobrindo as paredes e algumas janelas onde pode-se observar na Figura 10, além de contar com pontos de umidade e infiltração que comprometem a estrutura, podendo chegar a desabar.
Figura 10 - Hospedaria dos Imigrantes em 2004.
13
um grande número de curiosos, em sua maioria, descendentes de povos estrangeiros, interessados na preservação da memória de seus antepassados. (Uma hospedaria sem imigrantes, 2004)
Em 2004, o governador Geraldo Alckmin repassa o edifício para a prefeitura de Santos, onde o então prefeito Beto Mansur, planejava realizar um projeto de realocação da Biblioteca Municipal para o local, junto com um Museu do Imigrante, que contaria com “equipamentos modernos, com o uso de computadores, onde os visitantes possam buscar informações sobre seus antepassados e até da árvore genealógica da família” (Uma hospedaria sem imigrantes, 2004). Para conseguir realizar o Museu, era necessário apresentar um projeto de restauro do edifício para o Condepasa aprovar, porém o órgão não chegou a aprovar tal. Ainda em 2004, a prefeitura limpou o terreno, e responsabilizou a Guarda Municipal para a vigilância do local – a qual já realizava a vigilância na unidade de saúde localizada em frente ao equipamento –, que passara a abrigar moradores de rua e usuários de droga, mas como o projeto em questão não obteve sucesso, o edifício logo foi tomado novamente, pela degrada-
ção e abandono que já vinha sofrendo ao decorrer dos anos. Hoje em dia, o local pertence ao Centro Paulo Souza – uma instituição do Governo do Estado de São Paulo, que administra cursos técnicos de nível médio e superior em Etecs e Fatecs do estado – desde 2012, quando anunciou um projeto de restauro do edifício da antiga Hospedaria dos Imigrantes, para receber a nova sede da Fatec Rubens Lara – inserida atualmente no prédio da Santa Casa na Av. Bartolomeu de Gusmão, ao lado da Dona Escolástica Rosa, em frente à praia. Em 2012 a Fatec assinou um contrato de R$ 2 milhões com a FUPAM (Fundação para Pesquisa Ambiental), órgão que reali-
Figura 11 - Hospedaria dos Imigrantes em 2012
HISTÓRICO
Apesar desse quadro, o prédio ainda atrai
zaria um projeto de restauro que foi orçado no valor de R$ 30 milhões. No mesmo ano, foi publicado o edital de licitação da primeira etapa da obra – que serão destinados inicialmente R$ 3,1 milhões – que se resume à escoramento de alvenarias, instalações elétricas e hidráulicas, limpeza da área e colocação de tapumes, segundo a reportagem “Secretário anuncia ações para as novas instalações da Fatec Rubens Lara” publicada em janeiro de 2012, no jornal Costa Norte da Baixada Santista. Tal etapa foi iniciada, conforme as Figuras 11-15, obtidas através da reportagem “Antiga Hospedaria dos Imigrantes, em Santos, será recuperada” do Jornal Tribuna, de dezembro de 2012:
IMAGEM 1 14
HISTÓRICO Figura 12 - Indicação do ponto de vista das Figuras 11, 13, 14 e 15. Figura 13 - Hospedaria dos Imigrantes em 2012.
Figura 14 - Hospedaria dos Imigrantes em 2012.
IMAGEM 2
Figura 15 - Hospedaria dos Imigrantes em 2012.
IMAGEM 3
IMAGEM 4 15
... a sensação é que o imóvel não passa de um monte de escombros. Há destroços; entulho e restos de edificações espalhados por todos os lados. Quase não dá para caminhar pelo entorno do imóvel
vez mais degradado. Desde que o local pertence à Fatec, já foram gastos R$ 4,9 milhões para obras de escoramento e limpeza, conforme a reportagem “Abandonada, Hospedaria dos Imigrantes leva quase R$ 5 milhões dos paulistas” de fevereiro de 2016 do Diário do Litoral, onde o Centro Paula Souza ainda declara que: O edital para realização do restauro da Hospedaria dos Imigrantes visando à construção da nova sede da Fatec Baixada Santista está sendo refeito devido à complexidade do imóvel histórico. Após o início das obras, a previsão é que os
HISTÓRICO
Tal reportagem ainda cita que esta etapa seria finalizada até o final do ano de 2012, para que já fossem iniciadas as obras da FUPAM. Porém conforme a reportagem “Após quase dois anos, obras na Hospedaria dos Imigrantes não avançam” do jornal Diário do Litoral de fevereiro de 2014, a primeira etapa anunciada em 2012 não havia sido finalizada e o imóvel encontra-se em meio a escombros.
trabalhos tenham duração de cerca de três anos e o orçamento ainda será definido. (Diário do Litoral, 2016).
Nos dias atuais, a Fatec relata que ainda não recebeu os investimentos para realizar a obra de restauro e não há previsões para tal acontecimento. Contudo o edifício ainda encontra-se em uma constante degradação e abandono, apesar de contar com um segurança na área. Tal descaso com o patrimônio acaba atraindo moradores de rua e usuários de droga, que torna a área ao redor ociosa, conforme se pode ver em análises feitas do entorno.
– entre os tapumes e as paredes – por causa da quantidade de lixo jogada, além de fezes de moradores de rua. Portanto, limpeza não existe faz muito tempo... (Após quase dois anos, obras na Hospedaria dos Imigrantes não avançam, 2014).
Em janeiro de 2015, foi anunciado um novo edital de licitação para restauro do imóvel – que terá um investimento de R$70 milhões do governo estadual – e que as obras se iniciariam em junho desse mesmo ano e levariam cerca de 3 anos para a finalização. Mas tal obra ainda não saiu do papel, e o edifício se encontra cada
Figura 16 - Hospedaria dos Imigrantes em 2017
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O PROJETO PARA A HOSPEDARIA As Hospedarias de Imigrantes surgiram no contexto da necessidade de abrigar e tratar dos estrangeiros que chegavam na América do Norte. Entre 1820 e 1930 os Estados Unidos, chegou a receber 37.620.000 imigrantes, e junto deles vieram as epidemias que colocaram em risco as cidades. A partir de então surge uma necessidade de criação das Hospedarias, que marcariam um programa arquitetônico novo e característico do Novo Mundo. ...tentativas de criação de estabelecimen-
com suspeita de doenças contagiosas. Os primeiros projetos de hospedarias, foram em Nova York, caracterizados pelo programa arquitetônico da Hospedaria de Ellis Island, situado em 3 ilhas, onde: a primeira era destinada à administração, inspeção, alojamento e assistência social para migrantes; a segunda era destinada para abrigar um hospital; e a terceira se adequaria à um hospital para doenças contagiosas. A primeira Hospedaria do Brasil foi a Ilha das Flores construída no Rio de Ja-
neiro, em 1879, seguindo os preceitos do programa arquitetônico da Ellis Island, situava-se e separava seus programas em 3 ilhas do governo imperial, a fim de receber os imigrantes que chegavam no Porto do Rio de Janeiro. Entretanto a Hospedaria de São Paulo (Figura 17), construída em 1886, não segue o mesmo conceito das duas anteriores, mas, segundo Hugo Segawa, o autor do projeto, Matheus Häussler, incorporou soluções arquitetônicas de hospitais e casernas – alojamento para moradia de soldados – dentro de repertórios de conhecimentos arquitetônicos do período em
HOSPEDARIA
PROGRAMA ARQUITETÔNICO DE HOSPEDARIAS
tos de isolamento sanitário permitiram, ao longo do tempo, consolidar soluções arquitetônicas adequadas ao problema, simultaneamente ao desenvolvimento de um conhecimento de natureza profilática compatível com a frágil ordem sanitária do processo migratório. (Segawa, 1989)
As primeiras hospedarias foram projetadas a partir de variação de lazaretos – hospital de leprosos – e hospitais marítimos, configurando um espaço que recebe estações de quarentena, para abrigar e cuidar de passageiros e seus pertences,
Figura 17 - Hospedaria dos Imigrantes de São Paulo
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ESTILO PREDOMINANTE NA ÉPOCA A Hospedaria dos Imigrantes de Santos, foi desenhada em 1910, no estilo eclético, que predominou a cidade de Santos na época da Primeira República no Brasil. Entre 1889 e 1930, segundo Arnaldo Ferreira Marques Júnior em “Inventário de Estilos Arquitetônicos da Cidade de Santos”, o controle da comercialização, transfor-
mou Santos na “capital nacional do café”, que passou a concentrar investimentos, pessoas e artes, mandando as novidades do mundo para São Paulo – que assumiu a liderança do país como centro político e econômico com a evolução da cultura cafeeira. Segundo Carlos Lemos, esse é o quadro ideal para receber o ecletismo, que era sinônimo de progresso e linguagem do poder econômico. O Ecletismo representava uma arquitetura moderna e racionalista que surgiu por volta de 1830 na Europa, e vinculava-se ao movimento neoclássico que se formou em reação ao barroco, na tentativa de retorno à pureza e à nobreza da arquitetura. A arquitetura eclética passa a misturar os estilos do passado, como o clássico, o renascentista, o gótico e o barroco, a fim de criar uma nova expressão arquitetônica, através da busca da grandiosidade e hierarquização dos espaços. ... liberdade ou licença de criar, de recriar, ou combinar formas, de misturar ornamentações próprias de estilos definidos regionalmente pela Europa a fora. (Lemos, 1987)
O estilo se aproveitou dos avanços tecnológicos da revolução industrial e pas-
sou a reproduzir de maneira rápida e barata, as formas e ornatos que originalmente demandavam de muito dinheiro e tempo. Criando-se então novos programas, novos partidos, e misturando-os com as novas técnicas construtivas. O Brasil, que sofria grande influencia da moda europeia, logo se adaptou ao novo estilo e deixou de lado suas construções antigas, marcadas pelo uso da taipa. Segundo Carlos Lemos, São Paulo foi praticamente reconstruída em alvenaria, e passou a ser marcada pelos palacetes da elite paulista, que empregavam arquitetos renomados para a construção de suas casas – que consistiam em uma cópia dos modelos europeus – e influenciavam a classe média. As obras ecléticas formam um estilo monumental, constituindo-se com porões altos a fim de elevar o piso térreo para se distanciar do movimento da rua, com esquinas chanfradas, platibandas, arcos, com amplas aberturas compostas em proporções e simétricas em cores claras e tons pastéis, expressando certo luxo. Estas obras no estado de São Paulo, segundo Carlos Lemos, em sua maioria apresentam características neoclássicas, neorrenascentistas, neocoloniais, neogóticas e art-nouveau, que com a industrialização pre-
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questão, além de adquirir as soluções dos programas das hospedarias, inexistentes a qualquer outro programa arquitetônico. Esta Hospedaria tinha capacidade para receber 5 mil imigrantes, que segundo Hugo Segawa, foi um programa pequeno – pois chegou a receber 8 mil imigrantes por vez – que consistia em um edifício simétrico, de dois pavimentos, construído com tijolos, em uma planta em forma de E invertido, inserido próxima a linha férrea. O planejamento da disposição dos ambientes deste projeto, como a Enfermaria longe de todo o edifício, e o Desinfectório localizado próximo a plataforma da linha do trem – para que fosse o primeiro ambiente que os imigrantes entrassem – foram características deste projeto, que influenciou a Hospedaria de Imigrantes de Santos.
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NEOCLÁSSICO As obras neoclássicas em sua maioria foram marcadas pelas construções vinculadas à igreja e ao governo, que buscavam uma monumentalidade arquitetônica, e exigia uma implantação em terrenos grandes e vazios para que houvesse a apreciação dos volumes em todas as fachadas. Constituem-se de composições eruditas
de regras e elementos de fontes classicizantes, como as colunatas, os capitéis os frontões triangulares, os arcos plenos, as loggias, inseridos em uma composição simétrica. A Casa da Frontaria Azulejada (Figura 18) em Santos é um exemplo desse estilo. NEOCOLONIAL O Neocolonial busca uma arte genuinamente nacional a fim de exaltar e resgatar a sua cultura de origem, preocupando-se com uma harmonia entre a arquitetura
e as condições locais. Tal estilo foi adotado, em edifícios públicos e residências no estado de São Paulo, que resgatavam o beiral largo, o telhado aparente com telhas capa canal, e adornos nas pontas dos telhados, além de acrescentar outros elementos decorativos em estuque, como volutas barrocas, frontões curvos e colunas torsas – que eram usados na ornamentação de igrejas na colônia. Um exemplo de construção deste estilo em Santos é a Escolástica Rosa.
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sente na época, apresentam um panorama de um novo “saber fazer” que não necessitaria de materiais estrangeiros.
Figura 19 - Escolástica Rosa em Santos
Figura 18 - Casa da Frontaria Azulejada em Santos.
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Figura 20 - Basílica Menor de Santo Antonio do Embaré em Santos.
Embaré (Figura 20) em Santos é composta no estilo Neogótico. ART-NOUVEAU O Art-Nouveau surgiu a partir do desejo de buscar um estilo que refletisse as inovações industriais da época. É marcado pelo uso do ferro fundido e pela exuberância da decoração com motivos florais e formas ondulantes e assimétricas, influenciados pelo barroco e rococó francês. Este
estilo conectava-se com o design de seus elementos, como as maçanetas, os vidros lapidados, os guarda-corpos, as grades e as balaustradas. O antigo Casarão Branco da Praia em Santos, foi reformado no estilo Art-Nouveau em 1922 e desde então é a sede da Pinacoteca Benedicto Calixto (Figura 21).
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NEOGÓTICO Este estilo buscava inspirações nas obras da Idade Medieval, e se constitui praticamente em dois segmentos arquitetônicos, o neogótico laico ou civil que se inspirava nos castelos medievais com muralhas, ameias e torreões e o neogótico religioso que era caracterizado pelos arcos em ogiva, abóbadas, contrafortes, torres altas, rosáceas no alto das fachadas, e vitrais. A Basílica Menor de Santo Antonio do
Figura 21 - Pinacoteca Benedicto Calixto em Santos.
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O PROJETO DE NICOLAU SPAGNUOLO
Figura 22 - Localização da Hospedaria dos Imigrantes de Santos.
cidade que ia do bairro do Valongo em direção aos bairros Paquetá e Vila Nova, desde 1872. PROGRAMA O projeto da Hospedaria dos Imigrantes constitui-se em dois pavimentos, numa escala que ocupa a quadra inteira, e tem o intuito de receber até 1000 imigrantes de uma vez – projeto pequeno quando relacionado com as outras hospedarias. A edificação está inscrita em um retângulo de 110m x 87m, praticamente divido em duas alas. A ala norte, que se dá para a rua Antenor da Rocha Leite seria destinada aos
imigrantes e a ala sul denominada de ala nobre, na rua Dona Luisa Macuco, que seria destinada à diretoria e administração como pode-se ver no esquema da Figura 23, ligadas por ambientes destinados à cozinha e seus anexos. No pavimento térreo (Figura 25) haveria 3 entradas distintas: a entrada dos imigrantes que seria feito pelos portões voltados ao porto, na atual Avenida Cidade de
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IMPLANTAÇÃO A construção da Hospedaria de Nicolau Spagnuolo, esta inserida (Figura 22) estrategicamente perto do mar e do porto, para que os imigrantes não adentrassem diretamente na cidade sem inspeção de higienização a fim de criar um controle maior sobre as doenças que estes traziam. A área esta localizada na Rua Silva Jardim, 95, num terreno trapezoidal entre as ruas Dona Luisa Macuco, Antenor da Rocha Leite e a Avenida Cidade de Santos, no bairro de Vila Mathias, que se encontrava como cenário de expansão da malha urbana da
Santos, que viriam de trem direto do cais do porto e desembarcariam na plataforma dentro do projeto; a entrada para a cozinha e seus anexos, na atual rua Silva Jardim; e
Figura 23 - Esquema das alas do projeto, baseada na planta de Nicolau Spagnuolo publicada na Revista de Engenharia de 1912
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que abrange os ambientes voltados ao processo de limpeza (ambientes 6 ao 27) e a “zona limpa” que abrigaria os ambientes das diversas atividades destinadas para os imigrantes assim que passassem pela desinfecção, conforme o esquema da Figura 24. Esta divisão ainda foi desenhada de maneira que o próprio ambiente encaminha o usuário às atividades, conforme a descrição do projeto na matéria publicada
na Revista de Engenharia de 2012. Descem os imigrantes, na plataforma n.5 e entregam suas bagagens que passam para dependências de n.6 a 14... e entram aquelles, pelo corredor ao salão de banhos, onde estão 16 banheiras
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a entrada para os funcionários da diretoria, e possíveis visitas de representantes do governo, situada na fachada principal, na atual rua Dona Luiza Macuco. O projeto foi elaborado de maneira que a inspeção necessária dos imigrantes e suas bagagens fossem realizadas logo que estes adentrassem no edifício, por isso, o arquiteto dividiu a “Ala dos Imigrantes” em setores como a “zona suja”
dentro de compartimentos divididos em 3 partes das quaes a central é occupada pela banheira. Na anterior despe-se o
Figura 24 - Disposição dos ambientes no térreo no projeto de Nicolau Spagnuolo.
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em numero de 2 com 500 lugares cada.
as suas roupas e indo encontra-las per-
(M.C, 1912)
feitamente desinfectadas na parte posterior. Para isso os empregados levam á sala de conferencia (22) e as estufas do compartimento (23) donde passam á nova conferencia e entrega... No salão de matricula (28) recebe o immigrante a sua matricula, e passando aos refeitórios
No primeiro pavimento (Figura 27), os ambientes foram divididos por funções nas duas alas, ligadas por terraços que seriam destinados para coradouros e observatórios meteorológicos. A ala norte (“Ala dos Imigrantes”) abriga os espaços dedicados
à uma ampla infraestrutura de enfermaria, subdivididos por usos de gênero, como Enfermaria (14 e 15), Convalescentes (18 e 19), Consultório e Farmácia. A ala sul (“Ala Nobre”) abrange os dormitórios, que chegariam a comportar 1000 imigrantes ao mesmo tempo, como denota o esquema da Figura 24.
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immigrante deixando sobre uma mesa
Figura 24 - Disposição dos ambientes no primeiro pavimento no projeto de Nicolau Spagnuolo.
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HOSPEDARIA Figura 26 - Planta Baixa (sem data) do tĂŠrreo do projeto de Nicolau Spagnuolo arquivada no Arquivo Permanente de Santos.
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HOSPEDARIA Figura 27 - Planta Baixa (sem data) do primeiro pavimento do projeto de Nicolau Spagnuolo arquivada no Arquivo Permanente de Santos.
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jeto, marca uma característica do ecletismo, que possibilita a ventilação e aeração dos pisos de assoalho do pavimento térreo e cria uma privacidade ao elevarem as janelas do nível da rua. O conjunto se destaca por ter certa monumentalidade, criada pela sua implantação na escala da quadra inteira – compondo uma área de 9.570m² -, pelos seus elementos e pela proporção de altura dos pavimentos – que marcam o pavimento térreo com um pé-direito de 6,20m e o pavimento superior com 7,00m (Figura 28). As paredes seriam construídas com tijolos e as lajes e as colunas empregariam o concreto armado Em todas as suas fachadas (Figura 29, 30 e 31), percebe-se que o projeto apresenta uma regularidade na disposição das aberturas. As janelas do pavimento térreo
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ESTILO A Hospedaria dos Imigrantes de Santos é caracterizada pelo estilo eclético, e adota principalmente características neorrenascentistas, devido às influencias da formação do arquiteto em Nápoles na Itália, segundo Spagnuolo na matéria “Hospedaria para Imigrantes” na Revista de Engenharia de 1912. O projeto foi elaborado a partir de uma planta de tipo em U - tipo presente na época que buscava transmitir funcionalidade - simétrica, que contém uma disposição geométrica regular dos ambientes, tendo as entradas para o edifício, localizadas na parte central da fachada da Rua Silva Jardim e da Rua Dona Luiza Macuco, como um eixo de simetria em todo o conjunto. O uso do porão alto de 1,20m no pro-
Figura 28 - Detalhe do corte (sem escala) do projeto de Nicolau Spagnuolo.
Figura 29 - Fachada (sem escala) da Rua Luisa Macuco (atual Dona Luisa Macuco) do projeto de Nicolau Spagnuolo.
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HOSPEDARIA Figura 30 - Fachada (sem escala) Docas (atual Avenida Cidade de Santos) do projeto de Nicolau Spagnuolo.
Figura 31 - Fachada (sem escala) da Rua Dr. Cochrane (atual Silva Jardim) do projeto de Nicolau Spagnuolo.
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leva para frente, e ter uma altura maior relacionada ao restante do edifício que passa a denotar a diferença de seus elementos. A janela do primeiro pavimento passa a receber um pequeno frontão triangular, disposto de maneira que as divisões da esquadria remetam às colunas da ordem clássica. Junto a isso há uma faixa de moldura larga horizontal que marca a divisão entre os dois pavimentos. No segundo pavimento possui uma janela maior com bandeiras de vidro e verga em arco pleno, desalinhada com o restante das esquadrias no eixo horizontal, com frisos verticais nas suas laterais e com um frontão quebrado com uma escultura em seu centro – característica barroca – dispostos sobre duas mísulas no alto da fachada.
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(Figura 33) são alocadas com um peitoril de 1,70m e marcam um perfil retangular que se divide em 3 partes de vão estreito e alto, para enfatizar sua altura, com caixilhos fixos de madeira e bandeiras móveis, e estuques em sua volta na área externa. As janelas do pavimento superior (Figura 34) estão alinhadas no eixo vertical com as do piso inferior, e apresentam um perfil similar estreito e alto, porém sem divisão e com uma cornija que apresenta uma leve curvatura como elemento decorativo acima da janela – muito utilizado em edifícios coloniais e ecléticos, tinham como objetivo principal desviar as águas pluviais que escoavam do telhado. Nas extremidades (Figura 35) das paredes há um pequeno trecho que se destaca por possuir um movimento leve que o
Figura 34 - Detalhe 2: janela do primeiro pavimento do projeto de Nicolau Spagnuolo.
Figura 33 - Detalhe 1: janela do pavimento térreo do projeto de Nicolau Spagnuolo.
Figura 32 - Indicação dos detalhes dos elementos (fachada Rua Dona Luisa Macuco).
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HOSPEDARIA Figura 35 - Detalhe 3: Trecho na extremidade das fachadas, onde possui elemento de destaques.
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da se diferencia na entrada principal, onde possui mísulas sob a cornija, e um elemento em relevo na parte central entre duas volutas barrocas, que se alinha em eixos verticais com a porta principal (Figura 38). Na parte interior (como pode ser vista nas Figuras 40 e 41), voltada para a linha do trem, a plataforma da linha do trem possui uma arcada de arcos plenos – com exceção dos arcos centrais que são arcos abaulados – sustentados por colunas retangulares com molduras que marcam a divisão da base e o começo do arco. Ainda há em cada arco, um guarda-corpo característico do art-nouveau, com linhas curvas em ferro. Em alguns pontos há pilastras neoclássicas – ora única ora dupla – com capitéis, como se percebe em ambos os cortes apresentados. Acima desta arcada encontra-se o terraço com o parapeito similar à platibanda com elementos verticais que se estendem das pilastras. As esqua-
drias no pavimento superior, repetem a sequência apresentada nas fachadas, sendo constituídas por um vão estreito e alto – exceto as portas que possuem 3 divisões – interligadas por uma faixa de moldura horizontal na altura do caixilho fixo do alto da janela.
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Na fachada da Rua Dona Luiza Macuco, a entrada principal é recuada do alinhamento da rua, criando um movimento. A porta (Figura 36) repete a divisão das janelas do pavimento térreo – tendo a parte central mais larga – e possui sobre ela, um frontão quebrado com volutas barrocas nas extremidades. Seguindo o eixo vertical desta entrada, há uma ampla abertura de esquadria de vidro em arco pleno, envolvido por uma faixa de moldura que se encontra inscrito “Hospedaria dos Immigrantes” – transmitindo certa monumentalidade. Ao longo de todo o edifício, há uma platibanda cheia (Figura 37) - característica neoclássica - que esconde parte do telhado de 4 águas, composto por cornija na parte inferior, e aba corrida na parte superior, possuindo em alguns pontos – como na Rua Dona Luiza Macuco e na Rua Silva Jardim – elementos verticais que quebram a linearidade do muro do ático. A platiban-
Figura 36 - Detalhe 4: Porta da fachada principal (Dona Luisa Macuco) do projeto de Nicolau Spagnuolo.
Figura 37 - Detalhe da platibanda ao longo de todo o edifício.
Figura 38 - Detalhe do elemento da platibanda na entrada principal.
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Figura 39 - Indicação dos cortes.
Figura 40 - Corte A (sem escala) do projeto de Nicolau Spagnuolo.
Figura 41 - Corte B (sem escala) do projeto de Nicolau Spagnuolo.
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CONSTRUÇÃO REALIZADA quência perdeu algumas características do projeto inicial, e ganhou algumas que são representadas pelas características do construtor como o uso da pedra na parede de tijolo entre o porão alto e o térreo e o uso de uma verga em arco em cima das aberturas como pode-se ver na Figura 43. As plantas desenhadas na década de 1950, representada nas Figuras 44 e 45, mostra como os ambientes internos foram adaptados para o depósito de café e banana, num retângulo de 102m x 87,97m, mantendo a característica geral da construção de duas alas em U, com eixos de
simetria ainda marcados pelas entradas. A entrada principal passa a ser a da Rua Silva Jardim, onde ainda cria-se um afastamento do alinhamento com a rua, porém com uma única escada na parte central. Além das entradas do projeto inicial, são inseridas novas entradas.
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A construção do projeto ficou sob a responsabilidade da Companhia das Docas - empresa inglesa responsável pelas docas do Porto de Santos. No terreno destinado à Hospedaria dos Imigrantes, situava-se um barracão improvisado que abrigava o Hospital do Isolamento – outra obra de incentivo à cidade de Santos, a ser realizada na época – que definiu a ordem de construção da obra, que começou pela “Ala dos Imigrantes” (Figura 42). Devido às crises de recursos e mão de obra, a construção resultou-se em uma adaptação de projeto, que por conse-
Vergas em arco acima das aberturas
Pedras na estrutura das paredes
Figura 42 - Implantação da “ala dos imigrantes” e do Hospital de Isolamento no terreno do projeto.
Figura 43 - Detalhes de características da construção
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HOSPEDARIA Figura 44 - Planta baixa (sem escala) do pavimento térreo desenhada em 1951 para documentação da Hospedaria dos Imigrantes de Santos.
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HOSPEDARIA Figura 45 - Planta baixa (sem escala) do primeiro pavimento desenhada em 1951 para documentação da Hospedaria dos Imigrantes de Santos.
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vimento superior há poucas divisões internas, criando assim, ambientes espaçosos, em um pé direito de 6,30m – assim como a altura do pavimento térreo – vinculados a dois terraços. As paredes foram construídas com tijolos, as lajes foram estruturadas com vigas de ferro duplo T e com
concreto armado, e o telhado era composto por uma estrutura de ferro com telhas cerâmicas e forro de estuque – apenas em alguns ambientes – assim como planejado por Spagnuolo, como pode se ver nos cortes apresentados nas Figuras 46 à 53.
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O pavimento térreo da “Ala dos Imigrantes” tem a disposição dos ambientes internos similares com as do projeto inicial, onde a escadaria principal construída em L encontra-se na mesma posição, marcando o eixo central do edifício e tornando esta ala, a única com dois pavimentos. No pa-
Figura 46 - Esquema de indicação de linhas de cortes do pavimento térreo da construção da Hospedaria dos Imigrantes. Figura 47 - Corte F (sem escala) desenhado em 1951 da Hospedaria dos Imigrantes.
Figura 48 - Corte D ( sem escala) desenhado em 1951 da Hospedaria dos Imigrantes.
Figura 49 - Corte E (sem escala) desenhado em 1951 da Hospedaria dos Imigrantes.
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Figura 52 - Corte C (sem escala) desenhado em 1951 da Hospedaria dos Imigrantes.
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Figura 50 - Esquema de indicação de linhas de cortes do primeiro pavimento da construção da Hospedaria dos Imigrantes.
Figura 51 - Corte A (sem escala) desenhado em 1951 da Hospedaria dos Imigrantes.
Figura 53 - Corte B (sem escala) desenhado em 1951 da Hospedaria dos Imigrantes.
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Figura 54 - Detalhe da construção atual com aberturas fechadas com blocos de concreto (foto Figura 55 - Detalhe de uma janela transde 2017). formada em porta (foto de 2017).
Figura 56 - Detalhe das janelas com 2 divisões (foto de 2017).
Legendas:
Parte da parede desabou e perdeu o elemento de frontão quebrado.
Tijolos Pedras
Figura 57 - Detalhe de uma janela que foi adaptada para porta (foto de 2017).
Figura 58 - Detalhe da esquina da fachada, que ainda possui o frontão quebrado, que foi construído sem o tímpano, conforme previsto no projeto (foto de 2017).
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As aberturas das fachadas da “Ala dos Imigrantes” (Rua Antenor da Rocha Leite - Figura 59 - e Rua Silva Jardim - Figura X) foram construídas com eixos de alinhamento, similares ao projeto original. Percebe-se que no pavimento térreo há janelas com 2 (Figura 56) – alocadas na parte central da fachada onde possui um leve recuo do alinhamento – e 3 divisões estreitas e altas, igual as do projeto, mas algumas foram alteradas posteriormente, sendo fechadas com tijolos ou bloco de concreto (Figura 54), ou transformadas em portas (Figura 55) criando, algumas vezes, arcos abaulados na parte superior (Figura 57).
Cornija feita com tijolos
Frisos na vertical para escoamento da água pluvial
Bloco de concreto Verga em arco nas aberturas
Figura 59 - Fachada atual da Rua Antenor da Rocha Leite. Escala: 1:200
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Figura 61 - Detalhe da entrada principal onde era pra ser os ambientes de refeição no projeto inicial (foto de 2017).
Figura 60 - Detalhe dos elementos de destaque na fachada da Rua Silva Jardim (foto de 2017).
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No pavimento superior as aberturas são estreitas e altas com um sútil arco abaulado no alto, com janelas camarão de madeira. Percebe-se também que, nas extremidades onde haveria elementos de destaque (Figura 58 e 60) conforme o projeto, foram inseridos: os frontões triangulares no térreo; a faixa de moldura que separa os pavimentos, porém posicionada em um ponto mais alto; as aberturas do pavimento superior foram feitas, mas não chegaram a receber a esquadria de vidro e portanto foram fechadas com tijolos; e os frontões fracionados alocados no alto do edifício, marcando a parte mais alta, sem a escultura no tímpano.
Figura 62 - Detalhe da “ala nobre” totalmente diferente do projeto inicial (foto de 2015).
As janelas, feitas posteriomente, seguem a linha de composição da parte central da fachada da Rua Antenor da Rocha Leite, porém em uma proporção maior.
Há janelas de arco pleno em partes que a fachada cria um movimento para frente (para receber elementos de destaque conforme projeto inicial).
A porta possui 3 divisões como as demais janelas do primeiro pavimento da “Ala dos imigrantes” e cria um arco abaulado em sua parte superior.
Janelas basculantes de vidro e metal são inseridas em um perfil retangular fora do alinhamento das demais aberturas. Em cima das aberturas do porão foi construído com pedras ao invés de vergas em arco de tijolo.
A escada passa a ter apenas um lance e tem sua entrada na parte central.
Legendas:
Cornija no topo da fachada
Tijolos
Desabamento de parte da fachada
Pedras Bloco de concreto
Figura 63 - Fachada atual da Rua Silva Jardim. Escala 1:200
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maras ao lado esquerdos da ala –, sendo destinada para os depósitos no decorrer dos anos. Pode-se concluir que esta ala tenha sido totalmente alterada devido à crise de materiais e mão-de-obra presente na época, ou até por mudança de equipe de trabalho desta obra, pois pode-se notar também que houve alteração na maneira em que a construção foi realizada, em relação a outra ala, conforme análises feitas
por comparação de plantas e fachadas do projeto e da construção. As aberturas são compostas por dois tipos: janelas altas de arco pleno (Figura 67) com esquadria fixa de vidro inserida nas extremidades que eram destinadas para receber os elementos de destaque; janelas basculantes retangulares dispostas sem nenhuma linearidade ou padrão (Figura 64).
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A “Ala Nobre” (fachada da Rua Silva Jardim - Figura 63 - e fachada da Rua Dona Luisa Macuco - FIgura 68), a última a ser construída, no entanto, é completamente alterada da obra de Spagnuolo, e não conversa harmonicamente com a outra ala. Foi constituída apenas em um pavimento, sem nenhum elemento decorativo na fachada e praticamente não há divisões internas – apenas uma pequena implantação de câ-
Figura 66 - Detalhe do edifício da Hospedaria dos Imigrantes em 2015.
Janelas basculantes sem tamanho padrão ou alinhamento com as demais.
Legendas:
Figura 64 - Esquina chanfrada similar à da fachada da Rua Antenor da Rocha Leite, porém com elementos distintos desta (foto de 2015).
Tijolos Pedras Bloco de concreto
Percebe-se que as janelas basculantes foram inseridas após a década de 50, pois não consta nas plantas da construção.
Figura 68 - Fachada atual da Rua Dona Luisa Macuco. Escala 1:200.
Construção com pedras acima das aberturas do porão.
Figura 65 - Detalhe da entrada atualmente onde estava projetado para receber a entrada principal do projeto (foto de 2015). Figura 67 - Vergas acima das janelas de arco pleno (foto de 2015). Vergas em arco acima da faixa no primeiro pavimento
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formas cobertas. Na “Ala dos Imigrantes”, as arcadas do pavimento térreo do projeto de Nicolau Spagnuolo foram realizadas na construção (Figura 70 e 73), mas algumas destas foram fechadas com tijolos e/ ou bloco de concreto para se adaptar aos
programas posteriores. As janelas retangulares (do projeto) do primeiro pavimento, foram construídas da mesma maneira que as janelas dispostas na fachada da Rua Antenor da Rocha Leite - com arcos abaulados.
Figura 70 -Detalhe do espaço interno da Hospedaria dos Imigrantes em 2017.
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A parte interna central que seria destinada a linha do trem para a chegada dos imigrantes, foi construída e utilizada para o transporte das mercadorias que ali foram armazenadas, porém de forma distinta do projeto inicial, onde a linha férrea agora, se divide em duas e cria três plata-
Arcada de arco pleno no pavimento térreo e arcos abaulados no primeiro pavimento. Figura 69 - Indicação do ponto de vista das Figuras 70 à 73.
Parte da esquadria existente em algumas aberturas
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Figura 71 - Esquadria existente em 2017.
Reforço metálico nas estruturas presente desde 2012 A vegetação presente devido à falta de limpeza do local
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Figura 72 - Vegetação marcante nas fachadas da Hospedaria em 2017.
Algumas aberturas foram fechadas com tijolos ou bloco de concretos
Figura 73 - Espaço interno da Hospedaria dos Imigrantes em 2017.
IMAGEM 1
IMAGEM 4 40
CONSTRUÇÃO DO EDIFÍCIO
EDIFÍCIO ATUALMENTE
HOSPEDARIA
PAVIMENTO TÉRREO
PROJETO DE NICOLAU SPAGNUOLO
PRIMEIRO PAVIMENTO
Hoje em dia, devido ao processo de degradação e de adaptação que o edifício sofreu ao decorrer dos anos, a maioria das esquadrias foram arrancadas e/ou derrubadas (Figura 71), devido fenômenos naturais e vandalismo, as lajes foram retiradas parcialmente e as paredes receberam reforço metálico quando apresentaram risco de desabamento – o qual ainda possui. Também não existe mais a plataforma do trem, deixando a área interna tomada pelo mato alto (Figura 73) – pois não há limpeza regular no terreno – e propicia para invasão de moradores de rua e usuários de droga que usam o equipamento como abrigo. Nas fachadas não há mais reboco – que foi posto apenas em algumas paredes –, tendo o tijolo aparente em meio a folhagem que cresceu sobre o edifício (Figura 72), se tornando um marco do equipamento.
Figura 74 - Comparação das plantas do projeto inicial, da construção e de como a Hospedaria se encontra hoje em dia.
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CONTEXTO ATUAL A cidade de Santos se localiza no litoral de São Paulo a cerca de 72km da capital, integrando a Região Metropolitana da Baixada Santista, a qual faz parte do Complexo Metropolitano Expandido, abrangendo 1,8 milhão de moradores fixos. A cidade tem uma área de 283,35km², dividida em duas macrozonas (Figura 76): a continental
– se estendendo por 231,60km², formada em sua maior parte por Áreas de Proteção Ambiental, definidas pela Mata Atlântica e pelo Parque da Serra do Mar – e a insular – Planície Litorânea densamente urbanizada. Em todo o seu território, possui uma população de 434.359 habitantes, segundo a estimativa do IBGE de 2016, sendo 99,93% urbana, com uma densidade demográfica de 1.491,94 hab/km². Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano Brasileiro, Santos é a 6ª cidade no Ranking de Qualidade de Vida dos Municípios Brasileiros da ONU, com o IDHM de 0,840 (2010). A área insular rege suas atividades de acordo com o parcelamento do uso e ocu-
pação do solo, representado pelo mapa de zoneamento de 2011 na Figura 77, a fim de obter o melhor aproveitamento para a cidade, através de indíces urbanísticos que preconizam a adequação de usos e densidades do assentamento urbano à disponibilidade da infra-estrutura e equipamentos públicos, de acordo com o Plano Diretor vigente desde 2013, e a Lei Complementar n.730 de 2011 - Lei de Uso e Ocupação do Solo que recebeu aprimoramentos em 2016, através da Lei Complementar n.853. A dinâmica da economia na cidade é configurada pelo Porto, pelo Turismo, pelo Serviço de Pesca e pelo Comércio. O Porto de Santos fica estrategicamente locali-
ATUALIDADE
A CIDADE DE SANTOS
Figura 75 - Localização e dados populacionais (obtidos na es- Figura 76 - Macrozonas de Santos. timativa do IBGE de 2016) da Baixada Santista.
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de influencia abrange cerca de 75 milhões de pessoas e chega a representar em conjunto 67% do PIB nacional. O turismo é a segunda fonte de economia mais rentável na cidade, por conta de suas atrações, como as praias e os patrimônios históricos, criando novas oportunidades para a revitalização da cidade. Santos possui um conjunto de edifícios em sua região central que remontam da época do café e da fundação da cidade, que geram um turismo cultural que, segundo Mario Carlos Beni, em “Analise Estrutural do
Turismo”, se mostra eficiente em: promover a difusão de informação sobre determinada região ou localidade, seus valores naturais, culturais e sociais; abrir novas perspectivas sociais como resultado do desenvolvimento econômico e cultural da região; integrar socialmente, incrementar a consciência nacional; desenvolver criatividade em vários campos; promover o sentimento de liberdade mediante a abertura ao mundo, estabelecendo ou estendendo os contatos culturais, estimulando o interesse pelas viagens turísticas.
ATUALIDADE
zado ao norte da zona insular, próximo a serra de Cubatão que facilitou o comércio devido o caminho para as vilas de São Paulo no passado. Abrange uma área de 7.765.100m² situados na margem esquerda do Estuário de Santos, no município de Santos e na margem direita nos municípios de Guarujá e Cubatão. O Porto chega a ter em média 25% de participação da Balança Comercial Brasileira (US$ 116,3 bilhões em 2014), influenciando principalmente os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, tal área
Figura 77 - Mapa de zoneamento da cidade de Santos formulado em 2011.
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tônico santista e proporcionar a melhoria da paisagem urbana, através de incentivos fiscais a companhias privadas, visando a retomada do desenvolvimento socioeconômico do Centro – que começou a se perder quando a elite abandona este centro e passa a morar próximo a praia. O projeto Alegra Centro (Figura 78) abrange parte da área central que possui
um grande número de equipamentos históricos, como o objeto de estudo em questão, a antiga Hospedaria dos Imigrantes, projetado por Nicolau Spagnuolo em 1910, e tombado em 1998 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Cultural de Santos (Condepasa). O edifício se localiza na Rua Silva Jardim, nº93/95, na Vila Matias, na Zona Central II de Santos.
ATUALIDADE
Tal é essa preocupação com essa dinâmica, que a cidade de Santos, acaba por criar programas de incentivos à preservação de sua história a fim de revitalizar seu território. Como pode se ver no projeto Alegra Centro (Programa de Revitalização e Desenvolvimento da Região Histórica de Santos), criado em 2003, para promover a recuperação do patrimônio arquite-
Figura 78 - Mapa do projeto Alegra Centro, com indicações dos equipamentos tombados da cidade de Santos.
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A Vila Matias (Figura 80) fica na Zona Central II, entre a Zona Portuária e Zona Central I e abrange uma área de 1.428km², sendo o maior bairro da cidade, com 9.719 moradores, segundo o Censo IBGE 2010, possuindo uma diversidade de atividades como comércio intenso, serviços e alguns institutos públicos e privados, como o complexo esportivo, Arena Santos, e o hospital da Beneficência Portuguesa, que geram um grande fluxo diário. O bairro se originou a partir da implantação de bondes na cidade que propiciou a expansão do bairro Valongo em direção ao Paquetá e Vila Nova, segundo Leda Mondin no artigo sobre este bairro no site Novo Milênio. Essa área se consolidou
com a riqueza da cultura cafeeira, destacando as construções do início do século XX (Figura 79) – principalmente residências da elite na época – que hoje se encontram em, sua grande maioria, abandonados, servindo de abrigo para a população de rua. Esse abandono do centro, ocorrido em várias metrópoles brasileiras, somada com a falta de planejamento estratégico para o desenvolvimento socioeconômico dos bairros, acabaram por transformar vazios em zonas decadentes e ociosas, como é o caso da área da Hospedaria dos Imigrantes, conforme Lima e Hirao citam em sua pesquisa da “Requalificação da antiga
Hospedaria dos Imigrantes para o Porto de Santos”. Essas áreas centrais passaram a ter poucos frequentadores, quando não conseguiram obter um desenvolvimento comercial, gerando uma grande quantidade de terrenos vazios, abandonados e subutilizados, além do grande tráfego de caminhões, devido ao eixo portuário, proporcionando ruídos indesejados e bastante poluição para o local. Começava então um processo de deterioração das áreas adjacentes à Avenida Perimetral e ao porto. (Lima & Hirao, 2012)
Figura 80 - Vila Matias.
ATUALIDADE
VILA MATIAS
Figura 79 - Exemplo de onstrução característica na VIla Matias.
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ÁREA DE ESTUDO
se pretende incentivar a renovação urbana e o uso residencial - e possui alguns espaços vinculados à Zona Portuária II, à ZEIS III - que consiste em fixar os moradores de edificações de uso residencial plurihabitacional, através da revitalização, recuperação ou renovação do conjunto arquitetônico existente (alguns já degradados) nesta zona - e à Área de Proteção Cultural - bens imóveis protegidos, a fim de ampliar os incentivos à recuperação e preservação do conjunto existente do local -, conforme pode se ver na Figura 82.
ATUALIDADE
O edifício da antiga Hospedaria dos Imigrantes se encontra na fronteira da Vila Matias com a Zona Portuária - no bairro Outeirinhos -, em uma situação decadente por décadas, devido ao processo de abandono do bairro. A área também está relativamente perto do bairro Vila Nova – que abriga 4.476 habitantes –, que tem um perfil similar à Vila Matias, com palacetes da elite formada pela cultura do café, que por conta do crescimento do porto e do
comércio na cidade, a população abastada se deslocou para próximo da orla da praia e suas antigas casas foram ocupadas por moradias multifamiliares, segundo Leda Mondim. A partir de análises de fluxo e atividades, foi estipulado um contorno de uma área para aprofundamento de estudo, conforme a Figura 81, abrangendo aproximadamente 850 mil m². Esta área se enquadra na Zona Central II – caracterizada por ocupação de baixa densidade e comércio especializado em determinadas vias, onde
Figura 81 - Indicação da área de estudo.
Figura 82 - Zoneamento na área de estudo.
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sua maioria dispostas em edifícios datados da primeira metade do século XX, que abrigam mais de uma família (Figura 86). Essas construções representam um perfil que em grande parte, possui de 2 a 3 pavimentos, e poucos edifícios possuem mais de 4 pavimentos (Figura 84), respeitando o coeficiente de aproveitamento de 5 vezes o terreno, estipulado para a Zona Central II, conforme a Lei de Uso e Ocupação do
Solo. A Zona Central II é destinada à áreas de baixa densidade, portanto o perímetro da área estudada apresenta esse perfil, devido ao número de residências presentes, abrangendo uma massa de até 25.847 habitantes/km², conforme o mapa de densidade demográfica segundo o Censo 2010 do IBGE, representado na Figura 87.
ATUALIDADE
Através de análises sobre esta área, percebe-se que esta configura-se em uma grande diversidade de usos (Figura 83), marcado principalmente pelos comércios locais - em sua maioria representada por pequenos estabelecimentos que muitas vezes se encontram em edificações mistas, configuradas pelo comércio no térreo e pela residência no primeiro pavimento (Figura 85) -, serviços e residências - em
Figura 85 - Exemplo de edifício de uso misto.
Figura 84 - Mapa de gabarito de pavimentos.
Figura 86 - Exemplo de residência plurihabitacional.
Figura 83 - Mapa de uso e ocupação do solo.
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gráficas. Os equipamentos públicos (Figura 89) situados na área, são em sua maioria voltados para a saúde - como a Unidade Básica de Saúde Martins Fontes, situada em frente à Hospedaria dos Imigrantes - ou de caráter religioso - diversos espaços relativamente pequenos de religião variáveis. Há dois equipamentos públicos de educação nesta área. Percebe-se também, uma
carência de equipamentos de lazer e áreas verdes nessa área, onde apenas o “Centro Turístico, Cultural e Esportivo da Vila Nova”, apresenta este perfil em um espaço pequeno, que consequentemente o torna insuficiente para a demanda da população local, que necessita deslocar-se para outras áreas da cidade para usufruir de programas voltados para o lazer.
ATUALIDADE
Percebe-se também que parte das áreas mais densas e seus arredores, apresentam um perfil populacional precário, que são classificados em espaços de vulnerabilidade média e alta, conforme representado no mapa do Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (Figura 88), que estuda a condição de fragilidade material ou moral de tais espaços a partir de análises com variáveis socioeconômicas e demo-
Figura 88 - Mapa de vulnerabilidade social. Figura 87 - Mapa de densidade demográfica segundo o censo de 2010 do IBGE.
Figura 89 - Mapa de equipamentos institucionais.
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ao porto, e geram um fluxo de veículos pesados, que consequentemente, junto com a falta de usos que proporcionam atividades que despertam o interesse da população local, tornam este espaço em uma área carente e ociosa (Figura 91). A Hospedaria dos Imigrantes se encontra na extremidade leste desta área, ao lado da via de trânsito rápido (Avenida Cidade de Santos) que separa à área de estudo da Zona Portuária, e acaba por se
tornar uma barreira física que acarreta na vitalidade deste espaço. Em sua área envoltória mais próxima, encontra-se institutos voltados para a área da saúde, empresas e comércios locais que não atraem um fluxo dinâmico, residências que se encontram em estado precário, e alguns espaços abandonados, que atraem moradores de rua e usuários de droga, aumentando a ociosidade do lugar, principalmente durante a noite.
ATUALIDADE
O vetor comercial se intensifica à oeste da área, conforme a proximidade das vias arteriais (Figura 90) – que conectam o centro à praia – que possuem um fluxo maior e geram um estado de permanência maior da população, deixando a área com mais vitalidade. Enquanto à leste da área de estudo, concentram-se as empresas locais, que têm suas atividades vinculadas
Figura 90 - Mapa de hierarquia viária.
Figura 91 - Esquema representativo da vitalidade na área de estudo.
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Figura 92 - Indicação do ponto de vistas das Figuras 93 - 96.
Figura 93 - Exemplo de empresa e comércio locais na Rua Dona Luisa Macuco.
Figura 95 - Unidade Básica de Saúde Martins Fontes na Rua Silva Jardim.
IMAGEM 3
Figura 94 - Exemplo de empresas locais na Rua Antenor da Rocha Leite.
IMAGEM 2
ATUALIDADE
IMAGEM 1
Figura 96 - Edicídios abandanados na Rua Silva Jardim.
IMAGEM 4 50
PROPOSTA PREMISSAS PROJETUAIS A partir dos estudos realizados até então, percebe-se a importância da reabilitação do equipamento tombado, para que tal possa ser trasmitido de melhor maneira, para o futuro, sem sofrer desnaturalização ou falsificação, para que possa cumprir seu papel de bem cultural (Kühl, 2011). Considerando também, que este equipamento é ícone da formação de uma sociedade, portanto, carrega uma função memorial que ao se preservar, torna-se uma defesa contra o traumatismo da existência e “garante às sociedades atuais o sentimento de pertencimento, tão fundamental para a existência social” (Lima, 2008).
contra-se ociosa, devido o processo contínuo de degradação que a Hospedaria dos Imigrantes vem sofrendo com o tempo. Portanto, a proposta de reabilitação para esta área, constitui-se no restauro da edificação com uma intervenção contemporânea, que abrangerá um programa com atividades necessárias para a população envoltória, a fim de combater a clara ocio-
de seus elementos existentes e recompondo apenas o necessário e indispensável - como a reposição das esquadrias -, através de intervenções que transpareçam como tal, integrando harmonicamente com o conjunto e distinguindo-se dos elementos originais, de maneira que seja possível reconhecer o tempo em que foi realizada, para que não crie um falso histórico. Para
sidade presente no local e restaurar a dinâmica socioeconômica da área. O restauro da edificação, será realizado de maneira que respeite o equipamento, e suas alterações sofridas no decorrer do tempo, a partir de preceitos estabelecidos pela Carta de Veneza de 1964 e por Cesare Brandi. Será restaurado apenas as matérias do patrimônio, conservando o máximo
isso, será realizado um levantamento de patologias em todas as fachadas para que se possa adotar uma solução lógica de reparação a fim de conservar sua identidade, além de utilizar reforços metálicos como apoio estrutural para que não haja mais o risco de desabamento da estrutura original e ainda estender sua vida útil.
Deve-se atuar com a consciência de que é necessário articular os saberes oferecidos pelos vários campos – humanidades
PROPOSTA
e ciências naturais – e com plena ciência da responsabilidade social envolvida, pois são sempre bens únicos, não repetíveis e que são suporte do conhecimento e da memória coletiva. (Kühl, 2011)
Além disso, nota-se a necessidade de revigorar sua área envoltória, que hoje, enFigura 97 - Eboço do esquema de reforço estrutural para a estrutura antiga.
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tomados como partido para a distribuição de atividades na Hospedaria, tranformando a “Ala dos Imigrantes” na “Ala de Ensino” e a “Ala Nobre” na “Ala de Lazer”. Também será utilizado, o espaço interno da planta em U - onde encontrava-se a linha do trem - como elemento de permanência e passagem, que será estipulado através de um tratamento paisagístico. Além disso, abrange-se o conceito de “desbastamento” de Gustavo Giovannoni, que ao vincular o restauro na escala urbana, permiti-se pensar as necessárias medidas para transformar o meio, respeitando seus valores históricos e artísticos, como intervenções de “liberação” de volumetrias, que como obstáculos, impedem a percepção do monumento e a total funcionalidade do patrimônio para com o restante da contexto urbano atual. Sendo assim, fica estabelecido o desbastamento em edificações existentes na Rua Dona Luiza Macuco, que se encontram em estado de precariedade e degradação, e acabam por acarretar de maneira negativa na desenvoltura da área em que estão inseridas, para que tal espaço desocupado, consiga ocupar um anexo do projeto, que abrigará programas voltados ao esporte e se ligara com o equipamento tombado através do eixo secundário de simetria de Spagnuolo - que é composto por
espaços amplos e abertos. Tais edificaçações à serem desbastadas, consistem em 3 residências, 1 empresa de transportes, 1 oficina mecânica, e 2 edifícios mistos compostos por comércios no térreo e residências no primeiro pavimento, e serão realocados em terrenos vazios e edifícios abandonados próximos da área estudada.
PROPOSTA
Através das análises feitas na área de estudo, percebeu-se a necessidade de um equipamento público, que gere uma atividade de extenso horário de funcionamento, que desperte interesse de permanência da população, a fim de gerar um fluxo dinâmico (diário e noturno) neste espaço que reverta a situação degradadora em que se encontra atualmente. Para isso, a proposta de uso para o edifício da antiga Hospedaria dos Imigrantes, consiste num programa de Escola Técnica, que oferecerá aulas profissionalizantes voltados para as atividades empregatícias presentes no Porto de Santos, abrangendo cursos de Administração, Logística, Eletrônica, Mecânica, Gestão Portuária, Segurança do Trabalho e Informática. Vinculados ainda, com um sistema de lazer que abrigará espaços destinados ao esporte e a cultura. Tal programa será instalado no interior do edifício - demolindo algumas paredes internas que se encontram comprometidas - através de uma intervenção contemporânea de maneira à reverenciar e destacar o monumento histórico, usufruindo de materiais como o ferro e o vidro, para distinguir-se dos elementos originais. Partindo dos preceitos iniciais do projeto de Nicolau Spagnuolo, os eixos de simetria do edifício e a divisão em alas, serão
Figura 98 - Proposta de “desbastamento” e indicação de edifícios abandonados e terrenos vazios.
52
PROPOSTA
Figura 99 - Implantação da proposta de programa para a Hospedaria dos Imigrantes.
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PROGAMAS HOSPEDARIA
HOSPEDARIA - SEGUNDO PAVIMENTO
PROPOSTA
HOSPEDARIA - PRIMEIRO PAVIMENTO
HOSPEDARIA - TÉRREO Figura 100 - Esquema de proposta de programas para a Hospedaria.
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PROPOSTA
PROGAMAS EDIFÍCIO ANEXO
Figura 101 - Esquema de proposta de programas para o edifício anexo.
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REFERÊNCIAS PROJETUAIS ACROPOLIS MUSEUM Bernard Tschumi Atenas/Grécia 2001 - 2009 Edifício contemporâneo, composto por espaços com elementos leves e translúcidos que acabam por criar um ponto de contemplação para a Acrópole.
MUSEU PELÉ Ney Caldatto Santos/SP 2010 - 2014 Sistema estrutural interno leve, implantado distante da estrutura externa, criando uma disposição lógica dos ambientes.
SESC POMPÉIA Lina Bo Bardi São Paulo 1986 Reabilitição dos galpões de uma antiga fábrica, que criam um espaço de convivência para a população através de um centro de lazer público.
Figura 104 - Vista interna do Museu Pelé.
Figura 106 - Vista interna do Sesc Pompéia.
Figura 103 - Vista externa do Acropolis Museum.
Figura 105 - Vista externa do Museu Pelé.
Figura 107 - Vista externa do Sesc Pompéia.
PROPOSTA
Figura 102 - Vista interna do Acropolis Museum.
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INTENÇÕES PARA O TFG II
PROPOSTA
• Mapeamento de danos na estrutura antiga - como já feito na fachada da Rua Antenor da Rocha Leite (Figura 108). • Definição do projeto de preservação da estrutura antiga. • Desenvolvimento do novo programa. • Desenvolvimento da estrutura de intervenção contemporânea de maneira que respeite o equipamento tombado. • Desenvolvimento do edifício anexo.
Figura 108 - Mapeamento de danos na fachada da Rua Antenor da Rocha Leite.
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LISTA DE IMAGENS Figura 1 - Foto da autora (2017). Figura 2 – SALLES, D. A. D. P. Relatório da Inspetoria da Imigração de 1910 e 1911 para o Estado de São Paulo. Secretaria de Estado dos Negocios da Agricultura, Commercio e Obras Publicas. São Paulo, p. 121. 1912. Figura 3 – Mapa elaborado pela autora (2017). Figura 4 – LANNA, A. L. D. Uma cidade na transição Santos: 1870 - 1913. Santos: Editora HUCITEC, 1996. p. 51. Figura 5 – Esquerda: SALLES, D. A. D. P. Relatório da Inspetoria da Imigração de 1910 e 1911 para o Estado de São Paulo. Secretaria de Estado dos Negocios da Agricultura, Commercio e Obras Publicas. São Paulo, p. 125. 1912. Direita: GOOGLE STREET VIEW. [Edifício da Inspectoria da Immigração]. [2015]. Figura 6 - PANORAMIO. Disponível em: < http://www.panoramio.com/photo/26337619>. Figura 7 – HOSPEDARIA de Imigrantes no Itapema, 1892. Novo Milênio, 5 janeiro 2013. Disponivel em: <http://www.novomilenio.inf.br/santos/mapa254.htm>. Acesso em: Março 2016. Figura 8 – HOSPEDARIA de Imigrantes no Itapema, 1892. Novo Milênio, 5 janeiro 2013. Disponivel em: <http://www.novomilenio.inf.br/santos/mapa254.htm>. Acesso em: Março 2016. Figura 9 – Imagem elaborada pela autora, a partir da planta baixa do projeto da Hospedaria dos Imigrantes de Santos: M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 222, janeiro 1912. Figura 10 – UMA hospedaria sem imigrantes. Novo Milênio, 20 Dezembro 2004. Disponivel em: <http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0223c.htm>. Acesso em: Março 2016. Figura 11 – ANTIGA Hospedaria dos Imigrantes, em Santos, será recuperada. TV Tribuna, 12 dezembro 2012. Disponivel em: <http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/jornal-tribuna-1edicao/videos/v/antiga-hospedaria-dos-imigrantes-em-santos-sera-recuperada/2308695/>. Acesso em: Março 2017. Figura 12 – Mapa elaborado pela autora (2017). Figura 13 – ANTIGA Hospedaria dos Imigrantes, em Santos, será recuperada. TV Tribuna, 12 dezembro 2012. Disponivel em: <http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/jornal-tribuna-1edicao/videos/v/antiga-hospedaria-dos-imigrantes-em-santos-sera-recuperada/2308695/>. Acesso em: Março 2017. Figura 14 - ANTIGA Hospedaria dos Imigrantes, em Santos, será recuperada. TV Tribuna, 12 dezembro 2012. Disponivel em: <http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/jornal-tribuna-1edicao/videos/v/antiga-hospedaria-dos-imigrantes-em-santos-sera-recuperada/2308695/>. Acesso em: Março 2017. Figura 15 - ANTIGA Hospedaria dos Imigrantes, em Santos, será recuperada. TV Tribuna, 12 dezembro 2012. Disponivel em: <http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/jornal-tribuna-1edicao/videos/v/antiga-hospedaria-dos-imigrantes-em-santos-sera-recuperada/2308695/>. Acesso em: Março 2017. Figura 16 – Foto da autora (2017). Figura 17 - LABORATÓRIO DE ENSINO E MATERIAL DIDÁTICO. Disponível em < http://lemad.fflch.usp.br/node/351>. Figura 18 – INFOPATRIMÔNIO. Disponível em < http://www.infopatrimonio.org/?p=241#!/map=1460&loc=-23.932145999999985,-46.33232099999999,17>. Acesso em: Abril 2017.
Figura 19 – GOOGLE STREET VIEW. [Edifício da Escolástica Rosa em Santos]. [2015]. Figura 20 – Foto da autora (2015). Figura 21 – SP ESTADO DA CULTURA. Disponível em < http://estadodacultura.sp. gov.br/espaco/210/> Figura 22 – Mapa elaborado pela autora (2017). Figura 23 – Imagem elaborada pela autora, a partir da planta baixa do projeto da Hospedaria dos Imigrantes de Santos: M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 222, janeiro 1912. Figura 24 - Imagem elaborada pela autora, a partir da planta baixa do projeto da Hospedaria dos Imigrantes de Santos: M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 222, janeiro 1912. Figura 25 - Imagem elaborada pela autora, a partir da planta baixa do projeto da Hospedaria dos Imigrantes de Santos: M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 223, janeiro 1912. Figura 26 – Acervo do Arquivo Permanente de Santos. Figura 27 – Acervo do Arquivo Permanente de Santos. Figura 28 – M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 221, janeiro 1912. Figura 29 - M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 225, janeiro 1912. Figura 30 - M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 226, janeiro 1912. Figura 31 - M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 224, janeiro 1912. Figura 32 – Imagem elaborada pela autora, a partir da fachada da Rua Dona Luisa Macuco, do projeto da Hospedaria dos Imigrantes de Santos: M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 226, janeiro 1912. Figura 33 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 34 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 35 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 36 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 37 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 38 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 39 – Imagem elaborada pela autora, a partir da planta baixa do projeto da Hospedaria dos Imigrantes de Santos: M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 222, janeiro 1912. Figura 40 - M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 225, janeiro 1912. Figura 41 - M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 224, janeiro 1912. Figura 42 - M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 221, janeiro 1912. Figura 43 – Foto da autora (2017). Figura 44 – Acervo do Museu da Imigração do Estado de São Paulo.
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Figura 45 – Acervo do Museu da Imigração do Estado de São Paulo. Figura 46 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 47 – Acervo do Museu da Imigração do Estado de São Paulo. Figura 48 – Acervo do Museu da Imigração do Estado de São Paulo. Figura 49 – Acervo do Museu da Imigração do Estado de São Paulo. Figura 50 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 51 – Acervo do Museu da Imigração do Estado de São Paulo. Figura 52 – Acervo do Museu da Imigração do Estado de São Paulo. Figura 53 – Acervo do Museu da Imigração do Estado de São Paulo. Figura 54 – Foto da autora (2017). Figura 55 – Foto da autora (2017). Figura 56 – Foto da autora (2017). Figura 57 – Foto da autora (2017). Figura 58 – Foto da autora (2017). Figura 59 – Elevação elaborada pela autora (2017). Figura 60 – Foto da autora (2017). Figura 61 – Foto da autora (2017). Figura 62 – GOOGLE STREET VIEW. [Edifício da Hospedaria dos Imigrantes de Santos]. [2015]. Figura 63 – Elevação elaborada pela autora (2017). Figura 64 - GOOGLE STREET VIEW. [Edifício da Hospedaria dos Imigrantes de Santos]. [2015]. Figura 65 - GOOGLE STREET VIEW. [Edifício da Hospedaria dos Imigrantes de Santos]. [2015]. Figura 66 - GOOGLE STREET VIEW. [Edifício da Hospedaria dos Imigrantes de Santos]. [2015]. Figura 67 - GOOGLE STREET VIEW. [Edifício da Hospedaria dos Imigrantes de Santos]. [2015]. Figura 68 - Elevação elaborada pela autora (2017). Figura 69 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 70 – Foto da autora (2017). Figura 71 – Foto da autora (2017). Figura 72 – Foto da autora (2017). Figura 73 – Foto da autora (2017). Figura 74 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 75 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 76 – MELHOR DE SANTOS. Disponível em < http://www.melhordesantos. com/2010/04/mapas-e-limites-de-santos.html> Figura 77 – Mapa elaborado pela autora, a partir do mapa de zoneamento da Prefeitura de Santos. Figura 78 – Mapa elaborado pela autora a partir do mapa de abrangência do programa Alegra Centro: Alegra Centro. Disponivel em: < http://www.portal.santos.sp.gov.br/alegra/abrange.htm>. Acesso em: 2017. Figura 79 – GOOGLE STREET VIEW. [Construção caracteristica na Vila Matias]. [2016]. Figura 80 – Imagem elaborada pela autora a partir da vista aérea da cidade de Santos. Figura 81 - Imagem elaborada pela autora a partir da vista aérea da cidade de Santos. Figura 82 – Mapa elaborado pela autora, a partir do mapa de Zoneamento da Prefeitura de Santos.
Figura 83 - Mapa elaborado pela autora (2017). Figura 84 - Mapa elaborado pela autora (2017). Figura 85 – GOOGLE STREET VIEW. [Exemplo de edifício de uso misto]. [2016]. Figura 86 – GOOGLE STREET VIEW. [Exemplo de moradia plurihabitacional]. [2015]. Figura 87 – Mapa elaborado pela autora, a partir dos dados de densidade demográfica da cidade de Santos, do Censo IBGE de 2010. Figura 88 – Mapa elaborado pela autora, a partir do índice de vulnerabilidade social de Santos. Figura 89 – Mapa elaborado pela autora (2017). Figura 90 - Mapa elaborado pela autora, a partir do mapa de hierarquia viária da Prefeitura de Santos. Figura 91 – Mapa elaborado pela autora (2017). Figura 92 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 93 – GOOGLE STREET VIEW. [Indústrias próximas à Hospedaria]. [2015] Figura 94 – Foto da autora (2017). Figura 95 – Foto da autora (2017). Figura 96 – Foto da autora (2017). Figura 97 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 98 – Mapa elaborado pela autora (2017). Figura 99 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 100 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 101 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 102 – ACROPOLIS Museum. Tschumi. Disponível em <http://www.tschumi. com/projects/2/>. Figura 103 – ACROPOLIS Museum. Tschumi. Disponível em <http://www.tschumi. com/projects/2/>. Figura 104 – MUSEU Pelé. Ney Caldatto. Disponível em <http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/ney-caldatto_/museu-pele/1287>. Figura 105 – MUSEU Pelé. Ney Caldatto. Disponível em <http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/ney-caldatto_/museu-pele/1287>. Figura 106 – LINA Bo Bardi 100, El camino alternativo de Brasil a la Modernidad. Metalocus. Disponível em <http://www.metalocus.es/es/noticias/lina-bo-bardi-100-el-camino-alternativo-de-brasil-a-la-modernidad>. Figura 107 – LINA Bo Bardi 100, El camino alternativo de Brasil a la Modernidad. Metalocus. Disponível em <http://www.metalocus.es/es/noticias/lina-bo-bardi-100-el-camino-alternativo-de-brasil-a-la-modernidad>. Figura 108 – Imagem elaborada pela autora (2017).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Alegra Centro. Disponivel em: <http://www.portal.santos.sp.gov.br/alegra/ alegra.htm>. Acesso em: 2017. ANTIGA Hospedaria dos Imigrantes, em Santos, será recuperada. TV Tribuna, 12 dezembro 2012. Disponivel em: <http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/ jornal-tribuna-1edicao/videos/v/antiga-hospedaria-dos-imigrantes-em-santos-sera-recuperada/2308695/>. Acesso em: Março 2017. APÓS quase dois anos, obras na Hospedaria dos Imigrantes não avançam. Diário do Litoral, 14 fevereiro 2014. Disponivel em: <http://www.diariodolitoral.com.br/cotidiano/apos-quase-dois-anos-obras-na-hospedaria-dos-imigrantes-nao-avancam/28716/>. Acesso em: março 2017. BENI, M. C. Análise Estrutural do Turismo. São Paulo: Senac, 2001. BOITO, C. Os Restauradores. Tradução de Paulo Mugayar Kühl e Beatriz Mugayar Kühl. 3ª. ed. Cotia: Ateliê Editorial, 2014. BRANDI, C. Teoria da Restauração. Tradução de Beatriz Mugayar Kühl. Cotia: Ateliê Educacional, 2004. CARRIÇO, J. M. Legislação urbanística e segregação espacial nos municípios centrais da Região Metropolitana da Baixada Santista. [S.l.]: [s.n.], 2002. CHOAY, F. A alegoria do Patrimônio. 4ª. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2006. DIÁRIO do Litoral. Abandonada, Hospedaria dos Imigrantes leva quase R$ 5 milhões dos paulistas, 21 fevereiro 2016. Disponivel em: <http://www.diariodolitoral.com.br/cotidiano/abandonada-hospedaria-dos-imigrantes-leva-quase-r-5-milhoes-dos/79992/>. Acesso em: março 2017. DVORAK, M. Catecismo da Preservação de Monumentos. [S.l.]: Atêlie Educacional. FRUTUOSO, M. S. G. O Café e a Imigração. In: ______ Café - Santos e História. Santos: Editora Leopoldianum, 1995. GUSTAVO Giovannoni, Textos Escolhidos. Tradução de Beatriz Kühl. Cotia: Ateliê Educacional, 2006. HOSPEDARIA de Imigrantes de Santos, 1951/54. Novo Milênio, 2013. Disponivel em: <http://www.novomilenio.inf.br/santos/mapa255.htm>. Acesso em: maio janeiro. HOSPEDARIA de Imigrantes no Itapema, 1892. Novo Milênio, 5 janeiro 2013. Disponivel em: <http://www.novomilenio.inf.br/santos/mapa254.htm>. Acesso em: Março 2016. KÜHL, B. M. Ética e responsabilidade social na preservação do patrimônio cultural. [S.l.]. LANNA, A. L. D. Uma cidade na transição Santos: 1870 - 1913. Santos: Editora HUCITEC, 1996. LEMOS, C. Ecletismo em São Paulo. In: FABRIS, A. Ecletismo na Arquitetura Brasileira. São Paulo: Nobel, 1987. LIMA, L. H. A.; HIRAO, H. Requalificação da antiga Hospedaria dos Imigrantes para o porto de Santos. Salvador. 2012.
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PARTE II
REABILITAÇÃO DA HOSPEDARIA DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA Através das análises levantadas na Parte I desta pesquisa, entende-se que o edifício da antiga Hospedaria dos Imigrantes de Santos, é um patrimônio que possui um amplo valor histórico - que para Alois Riegl, representa uma das três categorias do valor da memória (valor da antiguidade, valor histórico e valor volitivo da memória), relacionada com o culto dos monumentos -, pois representa a vinda dos imigrantes ao Brasil na época da cultura cafeeira, e a influência que esse movimento - e todos os investimentos para a realização deste teve na formação das cidades do estado de São Paulo. O edifício, também, rememora um marco do desenvolvimento da cidade de Santos, quando se deu início ao conjunto de obras e planejamentos - como as obras dos canais de Saturnino de Brito - e começou a desfazer a dependência que se tinha para com a cidade de São Paulo - Ana Lanna relata essa ligação entre as duas cidades, como “cidades casadas”. Além disso, o patrimônio representa um símbolo artístico do estilo eclético - predominante
no estado de São Paulo no final do século XIX e início do século XX - com características neorrenascentistas, que transmite imponência e monumentabilidade.
Na perspectiva do valor histórico, o monumento é testemunho de uma época, de um estágio da evolução humana que pertence ao passado. (FABRIS, 2014).
Figura 109 - Edifício da antiga Hospedaria dos Imigrantes de Santos - Rua Antenor da Rocha Leite
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Hoje em dia, o patrimônio estudado encontra-se em estado constante de degradação e abandono, atraindo moradores de rua e usuários de droga no local, e consequentemente impactando diretamente, de maneira negativa, com a dinâmica da área envoltória. Portanto, ressalta-se a necessidade da reabilitação deste patrimônio histórico, para que este seja transmitido da melhor maneira para o futuro, para que tal possa ser transmitido de melhor maneira, para o futuro, seguindo os ideais proposto por Beatriz Kühl, sem sofrer desnaturalização ou falsificação, para que possa cumprir seu papel de bem cultural. Através de um nova proposta de uso, que venha a melhorar não só o estado atual do edifício em questão, mas a dinâmica de toda a sua área envoltória. Sendo assim, a Parte II deste trabalho, consiste no desenvolvimento da proposta do projeto para a reabilitação do edifício da antiga Hospedaria dos Imigrantes de Santos, já citada no capítulo “Proposta” da Parte I, de maneira a manter-se tais premissas projetuais, respeitando o máximo da matéria original, realizando a mínima intervenção, através de materiais que distinguam o tempo da construção e da intervenção, e possam ter uma postu-
ra de reversibilidade, para que no futuro, não afetem o patrimônio, visando sempre o máximo respeito para com o patrimônio histórico, para que tal, possa recuperar seu papel de bem cultural e enaltecer seu valor histórico. Foram realizados então, levantamentos dos materiais da estrutura do edifício e levantamentos das patologias em todas as
fachadas, para então chegar à um conjunto de tratamentos para a manutenção de tais patologias. Todo o projeto, além da manutenção e conservação do edifício em si, tem como o objetivo, reverter a situação degradatória em que o abandono do patrimônio, proporcionou para sua área envoltória. Portanto, a partir das análises levantadas do entor-
Figura 110 - Edifício da antiga Hospedaria dos Imigrantes de Santos - Rua Silva Jardim
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no próximo, na Parte I, conclui-se que esta área necessita de um equipamento público, que gere um programa atrativo para a população dos bairros adjacentes, e de toda a cidade, através de um horário extenso de funcionamento, atraindo um fluxo considerável para o local, dissipando, assim, a ociosidade que existe atualmente. Sendo assim, a proposta final desta pesquisa, compõe-se no desenvolvimento do projeto para o edifício da antiga Hospedaria dos Imigrantes de Santos, que consiste em um programa Educacional com cursos profissionalizantes, interligados as atividades empregatícias do Porto, possuindo um caráter aberto, para que, além dos próprios alunos, a sociedade também possa usufruir das infraestruturas oferecidas neste. Para gerar essa dinâmica no uso misto proposto, as atividades dentro do edifício da Hospedaria serão dividias em “Alas”, assim como a divisão do projeto inicial de Nicolau Spagnuolo. Tais espaços, são planejados a partir de uma intervenção contemporânea leve, que deixe o edifício antigo em evidência.
Para complementar esse programa, houve o desenvolvimento do projeto de um edifício novo, anexo ao primeiro, situado na área do “desbastamento”, que será interligado através do eixo secundário do projeto original do patrimônio em questão. Este anexo, abrigará um programa com áreas voltadas para a prática esportivas, e
áreas de permanência e pontos de encontro que incitam a contemplação do edifício tombado. Sua forma é desenhada a partir de figuras simples e materiais leves para que este não se torne mais atrativo que o primeiro edifício.
Figura 111 - Edifícios projetados.
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Figura 112 - Implantação por alas. Esc: 1:750
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DEMANDA DO PORTO O Porto de Santos, configura a principal economia da cidade, em um espaço de 7,8 milhões m², com cerca de 55 terminais marítimos e retroportuários e 65 berços portuários, segundo o Anuário dos Operadores do Estado de São Paulo de 2017, realizado pela SOBESP - Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo -, influenciando para que este complexo portuário tenha uma área de influência de 67% no PIB nacional. As atividades portuárias que ocorrem no estado de São Paulo, estão localizadas no complexo portuário de Santos e no complexo portuário de São Sebastião, e estão subdividas em 251 pessoas jurídicas ativas classificadas na “Atividade Econômica de Operador Portuário no Estado de São Paulo”, porém apenas 62 empresas são reconhecidas como Operadores Portuários - toda pessoa jurídica pré-qualificada para exercer as atividades de movimentação de passageiros ou movimentação e armazenagem de mercadorias destinadas ou provenientes de transporte aquaviário, dentro da área do porto organizado.
...conforme a Lei 12.815/2013 é considerada Operador Portuário apenas a pessoa jurídica préqualificada por Autoridade Portuária. Desse modo, são pré-qualificadas pela Companhia Docas de São Paulo (CODESP) e de São Sebastião (CDSS) 107 pessoas jurídicas que são
Dessas 62 empresas, 57 estão no complexo portuário de Santos, e abrangem segmentos voltados à atividades com granel sólido, contêiner, carga geral, granel líquido, carga de projeto, veículos e passageiros, quantificadas conforme o gráfico a seguir.
administradas (controladas) por 62 empresas. (Anuário dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo, 2017)
SEGMENTOS DOS OPERADORES PORTUÁRIOS
Figura 113 - Gráfico dos segmentos dos Operadores Portuários.
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Em todas as Atividades Econômica s de Operadores Portuários no Estado de São Paulo, são gerados por ano cerca de 10 mil postos de trabalho, com uma massa salarial de mais de R$ 577 milhões. Esses empregos gerados estão distribuídos em 5 municípios: Santos, São Paulo, Guarujá, Cubatão e São Sebastião. Só no Porto de Santos, estão interligados cerca de 9 mil trabalhadores diretos aos cais. Esses trabalhadores são classificados como “Trabalhadores Portuários” (TP) e “Trabalhadores Portuários Avulsos” (TPA) - estes classificados como uma mão-de-obra terceirizada. A demanda dos setores de serviços, estão classificadas nos gráficos a seguir (Figura 114 e 115), de acordo com o Anuário dos Operadores do Estado de São Paulo de 2017.
TRABALHADORES PORTUÁRIOS AVULSOS
Figura 114 - Estimativa dos TPA, conforme o Anuário dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo de 2017.
TRABALHADORES PORTUÁRIOS
Figura 115- Estimativa dos TP, conforme a aprovação do concurso realizado pela SOBESP em 2016.
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PERFIL DO PROGRAMA PARA A HOSPEDARIA A partir desses dados levantados, percebe-se que a demanda para a atividade de ensino a ser implantada no edifício da antiga Hospedaria dos Imigrantes, resulta em cursos de Gestão Empresarial e Portuária, Logística, Segurança do Trabalho, Elétrica e Tecnologia de Gás e Petróleo. Esse perfil de cursos, assimila-se com os oferecidos pelas FATEC’s, que apresentam um caráter mais profissionalizante em seu currículo - 30% básico, 10% humanístico e 60% profissionalizante, segundo a própria instituição. Em especial, assimila-se com a Fatec Rubens Lara de Santos, que encontra-se instalada no edifício da Santa Casa (Figura 118), ao fundo do edifício da ETEC Dona Escolástica Rosa (Figura 119), desde 1987, na Avenida Bartolomeu de Gusmão, em frente à praia. Hoje tal edifício encontra-se em condições precárias, apresentando problemas como infiltração e mofo. Sendo assim, como já existe a ideia do Centro Paula Souza, de realocação da Fatec citada para o edifício da antiga Hospedaria dos Imigrantes de Santos, desde 2012, o projeto final, resume-se no apri-
Figura 116 - Localização da atual Fatec Rubens Lara e do edifício da antiga Hospedaria dos Imigrantes.
Figura 117 - Localização da atual Fatec Rubens Lara
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moramento desta proposta, abrigando os cursos já existentes na Fatec citada, e os cursos novos de acordo a demanda do porto, interligados com o sistema de lazer do edifício anexo, adotando um perfil aberto para a sociedade para que se possa gerar um fluxo dinâmico maior, diminuindo a clara ociosidade presente na área. Figura 118 - Edifício atual da Fatec Rubens Lara
Figura 119 - Edifício ETEC Dona Escolástica Rosa.
RELAÇÃO DE CURSOS: FATEC RUBENS LARA (EDIFÍCIO ATUAL):
• • • • •
Análise e Desenvolvimento do Sistema Gestão Empresarial Gestão Portuária Logística Sistemas para Internet
PROPOSTA CENTRO PAULA SOUZA:
• Análise e Desenvolvimento de Sistemas • Gestão Empresarial • Gestão Portuária • Logística • Sistemas para Internet • Tecnologia de Gás e Petróleo
PROPOSTA DESENVOLVIDA NA PESQUISA:
• • • • • • •
Análise e Desenvolvimento de Sistemas Gestão Empresarial Gestão Portuária Logística Sistemas para Internet Elétrica Segurança do Trabalho • Tecnologia de Gás e Petróleo
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AVALIAÇÃO VISUAL - EDIFÍCIO HOSPEDARIA DOS IMIGRANTES Hoje em dia, o edifício da antiga Hospedaria dos Imigrantes de Santos, encontra-se em um estado depreciativo e ocioso, praticamente em ruínas, o que descaracteriza seu valor histórico e artístico. Portanto, para reverter esta situação, foram realizados levantamentos de materiais e levantamentos de patologias mais detalhados nas fachadas, para que fosse possível propor a melhor solução para a conservação do patrimônio. Estes levantamentos foram baseados nos estudos de Giovanni Carbonara, no livro “Restauro dei Monumenti: Guida Agli Elaborati Grafici”.
LEVANTAMENTO DE MATERIAIS • Alvenarias: A construção do edifício do estilo eclético, teve início em 1912, e tem como principal material, a alvenaria de tijolos maciços de 0,25m(L) x 0,12m(A). • Revestimentos: Percebe-se que com à analise de fotos antigas, com as condições atuais, que apenas alguns trechos das paredes chegaram a ser cobertos por reboco.
• Estrutura: Os pilares e vigas eram de metal. Em todo o conjunto existe um porão de 0,90m, e em certos espaços, entre este porão e as janelas do térreo, existem reforços com pedras na estrutura, caracterizando o método de construção do construtor. • Lajes e Pisos: As lajes e pisos foram feitas com concreto armado.
Figura 120 - Levantamento de Materiais da fachada da Rua Antenor da Rocha Leite. ESC: 1:200.
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• Aberturas: As esquadrias da ala da Rua Antenor da Rocha Leite, eram compostas com madeira e caixilhos de vidro, enquanto na outra ala - que foi construída posteriormente - eram esquadrias basculantes, de metal e vidro. Algumas aberturas da edificação foram feitas de maneira improvisada com blocos de concreto para os demais usos que abrigou no decorrer do tempo.
A ala localizada na Rua Antenor da Rocha Leite (atual Ala Educacional) possui dois pavimentos com 6,30m de altura cada. Enquanto a ala localizada na Rua Dona Luisa Macuco possui apenas o pavimento térreo.
Figura 121 - Levantamento de Materiais da fachada da Rua Silva Jardim. ESC: 1:200.
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Figura 122- Levantamento de Materiais da fachada da Avenida Cidade de Santos. ESC: 1:200.
Figura 123 - Levantamento de Materiais da fachada da Rua Dona Luisa Macuco. ESC: 1:200
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Figura 124- Levantamento de Materiais - Corte A. ESC: 1:200.
Figura 125- Levantamento de Materiais - Corte B. ESC: 1:200.
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LEVANTAMENTO DE PATOLOGIAS • Alvenarias: Em todo o conjunto, existe a falta de pedaços da alvenaria, fissuras leves e fissuras avançadas. Em alguns trechos, a parede de tijolos, encontra-se manchada, devido tanto pela exposição ao ar livre no decorrer dos anos, quanto pela corrosão da matéria ao entrar em contato com o fogo (Figura 126) - localizado pela hachura de corrosão, nas representações de patologias, a seguir. Devido ao abandono do patrimônio, existe vegetação alta em toda a área in-
terna, e em trechos da fachada. Em alguns casos, onde existe tal vegetação, ainda há a patologia de infiltração na parede e nota-se o crescimento de musgos e líquens no local, conforme o levantamento de patologias da fachada da rua Dona Luisa Macuco (Figura 132). • Estrutura: A estrutura que ainda existe, encontra-se danificada, com risco de desabamento, segundo a FATEC, contendo escoramentos na ala da Rua Antenor da Rocha Leite - a maioria das “presilhas” dessa estrutura do escoramento não encosta no Figura 126- Exemplo de corrosão na fachada.
Figura 127- Levantamento de Patologias da fachada da Rua Antenor da Rocha Leite. ESC: 1:200.
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edifício - conforme o exemplo das Figuras 128, 129 e 130. As colunas e vigas de metais, estão enferrujadas, impossibilitando o reúso destas. • Revestimentos: O reboco, existe apenas em alguns trechos nas paredes da construção. • Lajes e Pisos: Ainda existe todo o piso do térreo, situado na altura do porão, porém, se encontra coberto pela vegetação. Não existe mais a laje do primeiro pavimento.
Figura 130 - Escoramento na fachada na Rua Silva Jardim.
Figura 128- Escoramento na fachada na Rua Silva Jardim.
Figura 129 - Escoramento na fachada na Rua Silva Jardim.
Figura 131 - Levantamento de Patologias da fachada da Rua Silva Jardim. ESC: 1:200.
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• Aberturas: Ainda existem algumas esquadrias originais da época da construção, porém todas estão danificadas pela ação do tempo ou pelo vandalismo, conforme localizadas pelo símbolo A . As demais aberturas, não possuem mais tais esquadrias (Figura 134) Nos espaços em que foram realizadas vedações improvisadas, também existem patologias, como a ausência de trechos da matéria utilizada. • Instalações Hidráulicas: Compõe-se das instalações de abastecimento e distribuição de água e esgoto. Segundo a reportagem “Secretário anun-
cia ações para as novas instalações da Fatec Rubens Lara” publicada em janeiro de 2012, no jornal Costa Norte da Baixada Santista, a Fatec, realizaria as instalações hidráulicas no local, mas o mesmo não foi realizado até os dias atuais. • Instalações Elétricas: Compõe-se das instalações para a entrada de energia e telefone. Segundo a reportagem “Secretário anuncia ações para as novas instalações da Fatec Rubens Lara” publicada em janeiro de 2012, no jornal Costa Norte da Baixada Santista, a Fatec, realizaria as instalações elétricas no local, mas o mesmo não foi realizado até os dias atuais.
Figura 132 - Infiltração, musgos e líquens, na fachada da rua Dona Luisa Macuco.
Figura 133 - Levantamento de Patologias da fachada da Rua Dona Luisa Macuco. ESC: 1:200.
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Cobertura: NĂŁo existe mais a cobertura de todo o edifĂcio.
Figura 134- Exemplo de esquadrias danificadas e ausĂŞncia destas.
Figura 135- Levantamento de Patologias da fachada da Avenida Cidade de Santos. ESC: 1:200.
74
PROJETO PARA O EDIFÍCIO HOSPEDARIA DOS IMIGRANTES POSTURAS PROJETUAIS O projeto, em todo momento tem a postura de respeitar o máximo patrimônio histórico, para que possa recuperar seu papel de bem cultural e enaltecer seu valor histórico, sem que reduza a restauração a uma recomposição estética ou que se produza um falso histórico a partir dela. Por isso, as decisões projetuais, se desenvolvem a partir de princípios bases do restauro, que Beatriz Kühl relata em: • Preservar o máximo da matéria original
devendo-se inserir com propriedade e de modo respeitoso em relação ao preexistente. • Mínima intervenção: Não se pode desnaturar o documento histórico nem a obra como imagem figurada. Se baseando nisso então, adota-se métodos de tratamentos para as patologias encontradas, nas fachadas, conforme os estudos de levantamento já citados.
MÉTODOS DE TRATAMENTOS PARA AS PATOLOGIAS ENCONTRADAS • Alvenarias: Será proposto a erradicação de toda a vegetação, musgos e líquens das fachadas (como as presentes na entrada principal da Rua Silva Jardim na Figura 136), da área interna, através de tratamento químicos. A realização de um tratamento contra a infiltração, com a impermeabilização cristalizante, para que tais problemas não voltem a acontecer.
• Distinguibilidade: Pois a restauração não propõe o tempo como reversível e não pode induzir o observador ao engano de confundir a intervenção ou eventuais acréscimos com o que existia anteriormente, além de dever documentar a si própria. • Reversibilidade: Não se deve impedir, e precisa facilitar qualquer intervenção futura; portanto, não pode alterar a obra em sua substância,
Figura 136- Vegetação no edifício.
75
É indicado a realização de uma limpeza superficial nas fachadas com jatos de água, e posteriormente, uma limpeza mais profunda, com produtos químicos adequados e testados na matéria. Para que as pichações, manchas de corrosão e de sujeira sejam eliminadas e a parede de tijolos tenha uma aparência homogênea. Nas fissuras e trechos ausentes da alvenaria, será proposto o rejuntamento e embrechamento com argamassa de cimento pozolânico, pois segundo o estudo “São Miguel das Missões - Estudo de estabilização e conservação das ruínas da
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igreja” de Fernando Machado Leal, publicado na Revista nº 19 do IPHAN, em 1984, o cimento pozolânico - pedras com origem vulcânica - é mais inerte que o cimento portland, portanto, é mais adequado na utilização em edifícios tombados. • Estrutura: Como a construção existente encontra-se em estado precário, com risco de desabamento, segundo a avaliação da Fatec, em 2012, será proposto uma reestruturação, que segundo Izabela Teobaldo, na sua pesquisa sobre o “Estudo do aço como
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Figura 137- Tratamento de Patologias da fachada da Rua Antenor da Rocha Leite. ESC: 1:200.
76
objeto de reforço estrutural em edificações antigas”:
Esta reestruturação, pode ser feita de através de tipologias de inserção, esvaziamento, extensão e leveza. De acordo com a análise do edifício da antiga Hospedaria dos Imigrantes, conclui-se que a melhor tipologia, seria a de Esvaziamento, pois resume-se no acréscimo de uma nova estrutura, no espaço interno do edifício existente, autônoma da estrutura antiga, tirando todo o esforço desta, repeitando-a e deixando-a apenas como função de vedação.
... consiste na modificação parcial ou total do esquema distributivo e/ou da volumetria, compreendida pela radical alteração do esquema estático original. Esta se efetua quando é prevista uma nova destinação de uso, modificação do organismo resistente da estrutura ou completa revisão do sistema estático. (TEOBALDO, 2004)
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Figura 138- Tratamento de Patologias da fachada da Rua Silva Jardim. ESC: 1:200.
77
A reestruturação será de metal, com pintura com tintas epóxidicas - feitas à base de resina epóxi e à base de polímero, que podem ser utilizadas em ambientes de média e alta agressividade, como um ambiente com maresia - substituirá por completo as colunas e vigas ainda existentes na construção, por colunas de perfil H e I e vigas de perfil I - o esquema estrutural do novo projeto é tratado no capítulo “Reestruturação do Edifício”. Prevê-se então, o uso de escoramentos da edificação enquanto tal procedimento é feito.
... O esvaziamento está relacionado à substituição parcial ou total da estrutura interna de um edifício. Este tipo de intervenção é realizado quando há necessidade da modificação da distribuição interna da edificação devido a adaptações estáticas e/ou funcionais exigidas pelo novo projeto ou uso da mesma. A nova estrutura interna pode ser autônoma, ligada a fundações independentes do restante da edificação, possibilitando a sustentação da fachada e das alvenarias internas. (TEOBALDO, 2004)
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23
Figura 139- Tratamento de Patologias da fachada da Rua Dona Luisa Macuco. ESC: 1:200.
78
• Revestimentos: O pouco reboco existente, será removido, e não será refeito em nenhum trecho da edificação, pois a parede de tijolos à vista, é um dos marcos do patrimônio histórico.
• Instalações Hidráulicas: Compõe-se das instalações de abastecimento e distribuição de água e esgoto. As tubulações deste sistema serão distribuídas nas novas paredes internas.
• Lajes e Pisos: Os pavimentos serão distribuídos de maneira distinta ao do original, somando-se, no novo projeto para o edifício da Hospedaria, um total de 4 pavimentos. As lajes serão maciças de concreto armado.
• Instalações Elétricas: Compõe-se das instalações para a entrada de energia, telefone e internet. As instalações serão feitas nas novas paredes internas, de maneira em que as tubulações de conduítes de aço galvanizado, pintado na cor preta, fiquem aparente.
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Figura 140- Tratamento de Patologias da fachada da Av. Cidade de Santos. ESC: 1:200.
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Figura 141- Tratamento de Patologias - Corte A. ESC: 1:200.
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Figura 142- Tratamento de Patologias - Corte B. ESC: 1:200.
80
• Cobertura: A cobertura será feita com laje maciça de concreto armado, como nos demais pavimentos, tendo uma inclinação mínima de 2%, para aproveitamento do espaço como um terraço, no novo projeto. • Águas Pluviais: Haverá um sistema de coleta de água da chuva, com calhas e pontos de caída, distribuídos pela cobertura, que guiará a água, por uma tubulação nas colunas de perfil I, até um sistema de reservatório subterrâneo.
Figura 143- Aberturas na Rua Dona Luisa Macuco.
• Aberturas: As esquadrias existentes, pontuadas nos desenhos das fachadas como a legenda 1, serão retiradas, para o possível tratamento das madeiras e inserção dos caixilhos de vidro, para prolongar a sua vida útil e para que estas, exerçam o papel de rememoração dos elementos originais da construção. Onde há a ausência destas esquadrias serão elaboradas, novos elementos, de maneira que o novo desenho, siga a linha geral do original. Como uma das premissas projetuais é a intervenção mínima
no patrimônio, toma-se a posturas de manter as aberturas existentes - por mais que destoem do conjunto da edificação, como no caso da “ala de lazer”, são um marco do edifício (Figura 143 e 144) - e por isso serão feitas 24 propostas de novas tipologias de esquadrias, dessas 17 (2 - 18) são janelas e 5 são portas (19 - 24) - conforme as figuras 145 a 167 - constituídas de aço galvanizado pintado na cor preta, e caixilhos de vidro, para que haja a distinção dos elementos da época da intervenção e da época da construção original.
Figura 144- Aberturas na Rua Antenor da Rocha Leite.
81
0.05
0.05
0.11
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0.05
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4.00
4.00
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0.92
0.32
0.79 1.57
0.32
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2.34
Figura 147- Detalhe esquadria tipo 4. ESC: 1:50.
0.88
0.11 0.62
2.34
Figura 146- Detalhe esquadria tipo 3. ESC: 1:50.
0.65
0.65 1.30
Figura 148- Detalhe esquadria tipo 5. ESC: 1:50.
0.05
0.78
0.05
0.88
Figura 149- Detalhe esquadria tipo 6. ESC: 1:50.
0.05
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6
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Figura 150 - Detalhe esquadria tipo 7. ESC: 1:50.
0.05
0.05
Figura 145- Detalhe esquadria tipo 2. ESC: 1:50.
0.05
0.70
3.00
0.51
0.11
3.90
0.11
0.05
0.11
3.78
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3.90
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Figura 151 - Detalhe esquadria tipo 8. ESC: 1:50.
Figura 152- Detalhe esquadria tipo 9. ESC: 1:50.
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0.05
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0.05 2.00
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0.79 0.32
1.57
0.87 0.32
4.05
1.81
0.10
Figura 155- Detalhe esquadria tipo 12. ESC: 1:50.
13
Figura 158- Detalhe esquadria tipo 15. ESC: 1:50.
Figura 157- Detalhe esquadria tipo 14. ESC: 1:50.
16
17
4.08
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0.05
0.75
0.75 1.50
Figura 154- Detalhe esquadria tipo 11. ESC: 1:50.
0.05
0.05
1.00
2.60
Figura 156 - Detalhe esquadria tipo 13. ESC: 1:50.
0.80
1.60
0.05
2.00
0.05
4.00
0.05
0.80
1.25
0.87
3.75
0.63
0.05
Figura 153- Detalhe esquadria tipo 10. ESC: 1:50.
11
0.10
0.92
0.05
0.05
0.92
0.79
0.05
1.50
0.05
4.00
0.05
0.05
0.05
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0.75
0.75 1.50
Figura 159- Detalhe esquadria tipo 16. ESC: 1:50.
Figura 160 - Detalhe esquadria tipo 17. ESC: 1:50.
83
18 20
0.05
0.98
0.05
2.50
0.05
1.55
1.55
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3.10
4.20
0.17
5.60
6.62
Figura 161- Detalhe esquadria tipo 18. ESC: 1:50.
4.69
4.52
19
1.00
1.00 2.30
Figura 163 - Detalhe esquadria tipo 20. ESC: 1:50.
1.88
1.88 3.75
Figura 164- Detalhe esquadria tipo 21. ESC: 1:50.
1.30
Figura 162- Detalhe esquadria tipo 19. ESC: 1:50.
84
1.50
22
2.00
2.00
24
0.10
2.30
2.30 4.80
Figura 165- Detalhe esquadria tipo 22. ESC: 1:50.
0.10
2.00
2.00 4.00
Figura 166- Detalhe esquadria tipo 23. ESC: 1:50.
2.70
2.70
4.40
5.50
0.80
5.90
0.80
23
1.10
1.10 2.20
Figura 167- Detalhe esquadria tipo 24. ESC: 1:50.
85
PROGRAMA A FATEC oferece cursos no período diurno e noturno, com duração de 3 anos e vagas para 40 alunos cada.
Como serão 8 cursos oferecidos no edifício da antiga Hospedaria dos Imigrantes, a estrutura precisará comportar 960 alunos mais uma média de 50 funcionários - número baseado nos funcionários
do edifício atual e das diretrizes da “Congregação”, órgão de supervisão de ensino do Centro Paula Souza -, subdividido então no nos ambientes a seguir.
86
IMPLANTAÇÃO O edifício da antiga Hospedaria dos Imigrantes possui 5.322,16m² no pavimento térreo (14.325,26m² de área total construída) e está inserido em uma área de 8.792, 94m², que ocupa a quadra inteira. O programa definido para a realocação da Fatec Rubens Lara, foi distribuído a partir da divisão de duas alas no edifício tombado (Figura 169), assim como no projeto inicial de Nicolau Spagnuolo. Na ala principal, projetada inicialmente para ser a “Ala dos Imigrantes” será destinada às atividades educacionais, como as salas de aula e os laboratórios específicos dos cursos de Elétrica, Segurança do Trabalho e Tecnologia de Gás e Petróleo. Enquanto a “Ala Nobre”, terá um caráter mais social, abrigando atividades de apoio, como o auditório e o “espaço social”, tornando o edifício convidativo para com a sociedade envoltória. A área central, entre as duas alas, onde havia a linha do trem, abrigará o pátio interno, configurado em uma praça seca, com espaços de permanência, que possibilitam pontos de encontros, uma vez que os ambientes internos incitam o olhar dos usuários para este lugar. Os elementos
desta área, transmitem uma linha simples e leve, - para que toda a atenção esteja voltada para o patrimônio histórico, em específico para a arcada da ala educacional expressa através, apenas da passarela de metal, e dos bancos que estão em um espaço delimitado pela diferenciação de piso - concreto permeável pigmentado com um cinza chumbo - incitando, visualmente, uma área de permanência. A iluminação desta praça interna, está, em sua maioria, no chão - que se voltam para as paredes do edifício - e as demais estão em pequenos holofotes de LED fixados nas vigas da passarela e em trechos do alto das fachadas voltadas para os caminhos dos usuários. Na entrada para o pátio interno na
Avenida Cidade de Santos, alinhado com as rampas, foi criado dois espelhos d’água para criar um barreira permeável à poeira transmitida pelo porto. A entrada principal do edifício continua na Rua Silva Jardim, no trecho de ligação das duas alas, e outras duas entradas secundárias estão situadas, estrategicamente no eixo secundário da Hospedaria. Em todos esses espaços, foram projetados saguões, com área livre considerável, para transmitir um perfil de passagem e pequenos pontos de encontro, além de deixar esses eixos visivelmente perceptíveis pelos usuários, dando um tratamento especial para o saguão da Rua Silva Jardim, que possui esquadrias de vidro para a visuali-
Figura 168 - Perspectiva 1 da Nova Fatec.
87
Figura 169 - Implantação FATEC no edifício da Hospedaria dos Imigrantes. ESC: 1:500.
88
zação completa do pátio interno e do porto (Figura 168). Além desses 3 pontos, na fachada da Avenida da Cidade, cria-se um caminho para a entrada direto pelo pátio interno, que se forma a partir de uma das diretrizes de fluxo dos usuários, que se dá a partir do ponto de ônibus que se encontra nessa extremidade. O projeto também, abdica de vagas de estacionamento para carro, tomando a postura de incentivo, ao transporte coletivo, uma vez que existem 2 pontos de ônibus próximo à quadra - um deles está na área de projeto -, e terminais do VLT (veículo leve sobre trilhos) que liga São Vicente à Santos, próximo à Hospedaria - o trecho deste transporte está sendo ampliado, passará pela Avenida da Cidade de Santos, implantando terminais ainda mais próximos ao edifício tombado (conforme Figura 170). Além disso, como Santos é um cidade plana, o uso da bicicleta é muito comum entre os cidadãos, e existe um ampla quantidade de ciclovias interligadas pela cidade (Figura 171), adota-se este como um dos meios principais de transporte dos usuários da Hospedaria, e reserva-se certos espaços do pátio interno para a implantação de bicicletário.
Figura 170 - Trecho do VLT que liga São Vicente à Santos
Figura 171 - Mapa com as ciclovias de Santos.
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ADEQUAÇÃO DO PROGRAMA O novo programa para a realocação da Fatec, foi pensado de maneira que os ambientes se adequassem ao edifício tombado, partindo da redivisão dos pavimentos (Figura 172) do projeto original - já que os originais não existem mais - e da setorização de atividades. Os ambientes foram setorizados em tipos de uso de Salas técnicas, Salas gerais, Administração, Apoio e Uso Comum,
conforme exemplificado na Figura 173. Para que fosse possível abrigar todos os ambientes necessários, os pavimentos atuais, estão dispostos a cada 3,50m de altura, - com exceção do 4º pavimento que está a uma diferença de 4,50m de altura do pavimento inferior - sendo, praticamente a metade da altura dos pavimentos originais. No pavimento térreo, os ambientes, setorizados como salas técnicas - laboratórios específicos dos cursos de Segurança do Trabalho, Elétrica e Tecnologia de
Gás e Petróleo - possuem um pé-direito de 6,65m (0,35m de laje), devido à maior segurança das atividades que ocorrerão nestes espaços. A passarela que liga as duas alas, esta no 3º pavimento, e conecta as salas de aula da ala educacional com o café do terraço da ala de lazer. Foi criado “caixas” na cobertura da Hospedaria, aumentando a altura original do edifício, com 4 sala s de aula na Ala Educacional e o Café da Ala de Lazer. A partir dessa ampliação, transfor-
Figura 172 - Esquema de divisão de pavimentos.
90
ma-se a cobertura em terraços no 3º e 4º pavimento, com o intuito de criar espaços convidativos, com vista para o porto e para a cidade, com um caráter de convivência e permanência dos usuários em tempos li-
vres, e possibilidades de realização de aulas ao ar livre, para que se ocupasse todo o espaço do patrimônio de maneiras dinâmicas. Alguns espaços possuem mais de um
pavimento integrado, como no caso do auditório - acessível pelo pavimento térreo, e 1º pavimento - e da biblioteca - inserida no pavimento térreo e em mezaninos nos pavimentos do 1 ao 3, criando um espa-
Figura 173 - Esquema de setores.
91
ço de contemplação, chamando a atenção para a matéria original existente do edifício tombado. As salas gerais foram criadas no centro da Ala Educacional, de maneira que os corredores ficassem adjacentes as fachadas, liberando as janelas e criando um caminho visualmente mais atrativo. As plantas, cortes e o esquema isométrico de materiais do projeto, encontram-se nos anexos de I a VII, conforme a
lista abaixo: I - Planta de demolição II - Plantas Baixas - Térreo III - Planta de Cobertura IV - Cortes V - Materiais
Figura 174 - Elevação - Rua Antenor da Rocha Leite. ESC: 1:200
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Figura 175 - Elevação - Rua Silva Jardim. ESC: 1:200
Figura 176 - Elevação - Rua Dona Luisa Macuco. ESC: 1:200
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Figura 178 - Elevação - Avenida Cidade de Santos. ESC: 1:200
94
Figura 179 - Perspectiva 02 da Nova Fatec.
Figura 180 - Perspectiva 02 da Nova Fatec.
Figura 181 - Perspectiva 02 da Nova Fatec.
95
REESTRUTURAÇÃO DO EDIFÍCIO Toda essa adequação, consiste numa intervenção que preze o máximo de respeito para com o patrimônio histórico, de acordo com as posturas projetuais já citadas. Sendo assim para que seja possível preservar o máximo da estrutura original, que, segundo o Centro Paula Souza, encontra-se com risco de desabamento, foi elaborado um sistema de colunas e vigas de metal - com pintura acrílica, para maior proteção em uma cidade praiana - que cumprem a função de reforço estrutural nas fachadas e criam um padrão na disposição dos ambientes internos. Tal reforço a ser utilizado nas fachadas, baseia-se no método de “esvaziamento” citado por Federico Mazzolani em L’Acciaio nel Consolidamento, que consiste na substituição total da estrutura interna, e modificação a distribuição de esforços da estrutura original, mantendo as paredes externas apenas como vedação. As colunas estão dispostas a cada 10 - 12m, de acordo com as paredes internas ainda existentes na edificação. O pré-dimensionamento das colunas e vigas, foi realizado conforme os cálculos de esforços, vãos e altura, do livro de Yopa-
nan Rebello, e optou-se por colunas de perfil H de 0,40m x 0,40m nos elementos que faceiam a parede externa no eixo central das alas, colunas de perfil I de 0,40m x 0,20, nas paredes não estruturais internas, e vigas de perfis I de 0,40m x 0,20m, que sustentarão as lajes nervuradas de concreto armado
Figura 182- Esquema de reestruturação do edifício tombado. ESC: 1:200
96
PROJETO PARA O EDIFÍCIO ANEXO Na área ao lado da Hospedaria dos Imigrantes, na Rua Dona Luisa Macuco, as edificações existentes (Figuras 184 e 185) encontram-se em estado precário e degradado, que contribuem para a ociosidade, e geram um fluxo de moradores de rua e usuários de droga, devido principalmente, por pontos de droga no local. Portanto, adotou-se o conceito de “desbastamento”, de Gustavo Giovannoni, nesta área, que consistem em 3 residências, 1 empresa de transportes, 1 oficina mecânica, e 2 edifícios mistos compostos por comércios no térreo e residências no primeiro pavimento conforme a Figura 183, - essas atividades serão realocadas em terrenos vazios e edifícios abandonados existentes na área estudada -, como uma intervenção de “liberação” de volumetrias, para a total percepção e respeito do valor histórico e artístico do monumento, além da melhoria da dinâmica urbana atual. Portanto, o edifício anexo à Hospedaria, será implantado nesta área de desbastamento, e abrigará um programa com atividades esportivas, ligando-se como apoio para a Fatec, e para a sociedade envoltória, tornando-se ponto de encontro, com áreas
de permanência destinadas a contemplação do edifício tombado. Este novo edifício, foi planejado a partir do eixo de simetria secundário do projeto original de Spagnuolo, através da entrada da Rua Dona Luisa Macuco. Sua
volumetria consiste numa forma retangular simples com materiais leves, para que este não seja mais chamativo que o próprio patrimônio estudado.
Figura 184 - Edifícios a serem desbastasdos - RUa Dona Luisa Macuco.
Figura 183 - Área de desbastamento.
Figura 185- Edifícios a serem desbastasdos - RUa Dona Luisa Macuco.
97
PROGRAMA O edifício tende a voltar-se para um programa atrativo para toda a população da cidade de Santos, a fim de melhorar o fluxo da área envoltória do patrimônio. E, através das análises, tem-se a necessidade da implantação de atividades esportivas na área, conforme a demanda estudada na Parte I desta pesquisa. Busca-se então, propor um espaço de lazer, como apoio para a Fatec, com amplas e confortáveis áreas de permanência, tornando-o ponto de encontro dos alunos, e da sociedade envoltória. Este espaço possui infraestrutura para esportes como o Basquete, Volei, Futebol - comum entre os interclasses da faculdade -, que atendem o gosto da maioria da população, e tende a criar interações sociais mais facilmente entre os usuários. Além de atividades recreativas, geralmente, de partidas rápidas, para descontração e passatempo.
98
IMPLANTAÇÃO O edifício possui uma forma retangular simples com 3.841,30m² de área construída (térreo 2.790m²), em um terreno de 4.900m², com recuo de 5m na Rua Dona Luisa Macuco, 19,25m na Rua Silva Jardim, 12,75m na Rua Doutor Manuel Tourinho (paralela à Avenida Cidade de Santos), e 4m com as edificações vizinhas. A nova construção possui dois pavimentos de 3,50m (Figura 190), somando uma altura total de 8,00m (devido a platibanda), propositalmente menor do que a Ala de Lazer do edifício tombado, que possui 9,66m de altura .
Figura 186- Perspectiva 1 do edifício anexo.
Figura 187- Isométrico do Edifício Anexo.
99
03
02 01
Figura 188- Implantação do Edifício Anexo.
100
As plantas, cortes e elevação do projeto do edifício anexo, encontram-se nos anexos listados abaixo: VI - Plantas Baixas VII - Planta de Cobertura VIII - Cortes IX - Elevações
Neste terreno, criam-se duas praças externas, para apoio ao edifício tombado e ao anexo, desenhadas de maneira similar ao espaço do pátio interno da Fatec. Nesses espaços foram criados setores a partir
O desenho parte-se do alinhamento da entrada da Rua Dona Luisa Macuco, com o eixo secundário de simetria do projeto da Hospedaria dos Imigrantes de Nicolau Spagnuolo, determinando a divisão de dois setores principais em “Atividades Principais” e “Atividades Secundárias”, conforme a figura 192.
de eixos de fluxo e limites de construção, que guiam o desenho dos pisos, diferenciados em placas de concreto de 2,00m x 2,00m, e concreto permeável pigmentado com cinza chumbo - que delimita visual-
Figura 189 - Setorização das praças externas.
Figura 190- Identificação dos pavimentos do Edifício Anexo.
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mente o espaço para os assentos, criando áreas de “sentar” e permanência -, além de canteiros em nível com os demais pisos, com vegetação rasteira e árvores porte médio, da espécie “Dama-da-noite”, que pode alcançar no máximo 7m de altura, com flores de coloração branca na copa. A iluminação destes espaços, será através de faixas de LED branco no chão, com refletor fosco - para não ofuscar -, voltadas
Figura 191 - Perspectiva 02 do Edifício Anexo.
Figura 192 - Setorização das atividades do Edifício Anexo.
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para o edifício e para o alto. No interior do edifício as “Atividades Principais”, abrigam duas quadras poliesportivas, uma ao lado da outra, voltadas para o basquete, vôlei e futebol, com um pé direito duplo de 6,60m, com uma arquibancada lateral de 6 degraus e 20m de largura, para abrigar um público médio que possa assistir aos jogos, que sobe até o mezanino, em ambientes livres, possibilitando uma ampla visão, do pavimento térreo. No setor “Atividades Secundárias”, o edifício é dividido em dois pavimentos, reservando, no térreo os vestiários - que possui armários em toda a largura da parede em que estão localizadas as portas -, e as quadras multiusos, voltada para esportes como o badminton, que são mais individuais, e/ou para recreações infantis, que não precisem, necessariamente, de elementos fixos na quadra (como tabelas e gols). Ao lado dessas quadras, existe uma pequena arquibancada de 32m, para descanso dos usuários, e, para abrigar um pequeno público, na ocasião de houver jogos competitivos nas quadras adjacentes. Como o terreno tem um limite com as construções vizinhas, cria-se um muro com jardim vertical, em toda sua largura que liga os dois jardim das praças exter-
nas, e aproveita-se do recuo de 4m, destas edificações, para criar um jardim com espaço de descanso, e acesso direto pelo interior do edifício, por esquadrias de vidro, que dão a sensação de que este ambiente irá adentrar no edifício, quebrando o padrão pesado da alvenaria. Este jardim vertical, é composto por módulos de plástico reciclado, que formam um quadro de 3,12mx3,08mx,020m, com capacidade para suportar 196 plantas ornamentais as plantas a serem usadas nesse jardim, serão intercaladas entre as espécies: Samambaia Americana, Lambari Verde, e Columéia Peixinho, por suportarem mais
neste tipo de estrutura -, com sistema de irrigação automática de baixa pressão embutido, que utilizará a água pluvial coletada, através do sistema de calhas na cobertura e tubulação nos pilares, do edifício adaptado para o reuso da água no projeto. Este sistema é baseado na linha Semíranis da empresa Wall Garden, conforme exemplificado na figura 193. No segundo pavimento, cria-se ambientes mais descontraídos, com a área de jogos, que possui um espaço para atividades mais tranquilas, como o tênis de mesa e o pebolim, e com a lanchonete e a praça de alimentação, que se tornam atrati-
Figura 193- Módulos da estrutura do Jardim Vertical, conforme a especificação da Empresa Wall Garden.
Figura 194 - Sistema de irrigação utilizando a água de coleta de chuva.
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vos pois incitam a longa permanência dos usuários neste local. Além desses espaços, quebra-se a linearidade do retângulo do edifício, e cria-se um “dente” aberto, para um área externa à lanchonete e área de jogos, com mobiliário, para tornar convidativo a permanência dos usuários, voltando-se para a contemplação e respeito do patrimônio histórico à frente. No segundo pavimento, as vedações são compostas por brises de aço corten na vertical, angulado conforme a incidência solar analisada na área - nos horários críticos do solstício de verão a fachada que
recebe mais insolação é a voltada para as construções vizinhas, sendo assim, o jardim vertical, ajuda a amenizar o calor no edifício. Não é utilizado nenhuma barreira no brise - como esquadria de vidro - para aproveitar a ventilação e deixar o edifício
mais arejado para a prática de esportes, além de criar um elemento permeável onde seja possível ter uma visão, através dos espaçamentos, para a hospedaria, de qualquer lugar do edifício novo.
Figura 195 - Perspectiva 03 do Edifício Anexo
Figura 196 - Isométrico do Edifício Anexo
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ESTUDO SOLAR Foi realizado um estudo solar nas massas da volumetria preliminar para escolher o melhor posicionamento do brise.
Figura 197 - Estudo Solar.
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MATERIAIS
Figura 198 - Esquema de materiais.
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ESQUEMA ESTRUTURAL O edifício tem um sistema de estrutura pré-dimensionado, com pilares metálicos de perfis H (0,40m x 0,40m) posicionados a cada 9,60m, estabilizados com vigas de metal de perfil I com altura de 0,50m. Nas lajes emprega-se a laje de concreto armado, do tipo grelha, para economizar na altura desta e manter um pé direito alto em certos ambientes.
Figura 199 - Esquema de sistema estrutural.
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LISTA DE IMAGENS Figura 1 - Foto da autora (2017). Figura 2 – SALLES, D. A. D. P. Relatório da Inspetoria da Imigração de 1910 e 1911 para o Estado de São Paulo. Secretaria de Estado dos Negocios da Agricultura, Commercio e Obras Publicas. São Paulo, p. 121. 1912. Figura 3 – Mapa elaborado pela autora (2017). Figura 4 – LANNA, A. L. D. Uma cidade na transição Santos: 1870 - 1913. Santos: Editora HUCITEC, 1996. p. 51. Figura 5 – Esquerda: SALLES, D. A. D. P. Relatório da Inspetoria da Imigração de 1910 e 1911 para o Estado de São Paulo. Secretaria de Estado dos Negocios da Agricultura, Commercio e Obras Publicas. São Paulo, p. 125. 1912. Direita: GOOGLE STREET VIEW. [Edifício da Inspectoria da Immigração]. [2015]. Figura 6 - PANORAMIO. Disponível em: < http://www.panoramio.com/photo/26337619>. Figura 7 – HOSPEDARIA de Imigrantes no Itapema, 1892. Novo Milênio, 5 janeiro 2013. Disponivel em: <http://www.novomilenio.inf.br/santos/mapa254.htm>. Acesso em: Março 2016. Figura 8 – HOSPEDARIA de Imigrantes no Itapema, 1892. Novo Milênio, 5 janeiro 2013. Disponivel em: <http://www.novomilenio.inf.br/santos/mapa254.htm>. Acesso em: Março 2016. Figura 9 – Imagem elaborada pela autora, a partir da planta baixa do projeto da Hospedaria dos Imigrantes de Santos: M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 222, janeiro 1912. Figura 10 – UMA hospedaria sem imigrantes. Novo Milênio, 20 Dezembro 2004. Disponivel em: <http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0223c.htm>. Acesso em: Março 2016. Figura 11 – ANTIGA Hospedaria dos Imigrantes, em Santos, será recuperada. TV Tribuna, 12 dezembro 2012. Disponivel em: <http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/jornal-tribuna-1edicao/videos/v/antiga-hospedaria-dos-imigrantes-em-santos-sera-recuperada/2308695/>. Acesso em: Março 2017. Figura 12 – Mapa elaborado pela autora (2017). Figura 13 – ANTIGA Hospedaria dos Imigrantes, em Santos, será recuperada. TV Tribuna, 12 dezembro 2012. Disponivel em: <http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/jornal-tribuna-1edicao/videos/v/antiga-hospedaria-dos-imigrantes-em-santos-sera-recuperada/2308695/>. Acesso em: Março 2017. Figura 14 - ANTIGA Hospedaria dos Imigrantes, em Santos, será recuperada. TV Tribuna, 12 dezembro 2012. Disponivel em: <http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/jornal-tribuna-1edicao/videos/v/antiga-hospedaria-dos-imigrantes-em-santos-sera-recuperada/2308695/>. Acesso em: Março 2017. Figura 15 - ANTIGA Hospedaria dos Imigrantes, em Santos, será recuperada. TV Tribuna, 12 dezembro 2012. Disponivel em: <http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/jornal-tribuna-1edicao/videos/v/antiga-hospedaria-dos-imigrantes-em-santos-sera-recuperada/2308695/>. Acesso em: Março 2017. Figura 16 – Foto da autora (2017). Figura 17 - LABORATÓRIO DE ENSINO E MATERIAL DIDÁTICO. Disponível em < http://lemad.fflch.usp.br/node/351>. Figura 18 – INFOPATRIMÔNIO. Disponível em < http://www.infopatrimonio.org/?p=241#!/map=1460&loc=-23.932145999999985,-46.33232099999999,17>. Acesso em: Abril 2017.
Figura 19 – GOOGLE STREET VIEW. [Edifício da Escolástica Rosa em Santos]. [2015]. Figura 20 – Foto da autora (2015). Figura 21 – SP ESTADO DA CULTURA. Disponível em < http://estadodacultura.sp. gov.br/espaco/210/> Figura 22 – Mapa elaborado pela autora (2017). Figura 23 – Imagem elaborada pela autora, a partir da planta baixa do projeto da Hospedaria dos Imigrantes de Santos: M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 222, janeiro 1912. Figura 24 - Imagem elaborada pela autora, a partir da planta baixa do projeto da Hospedaria dos Imigrantes de Santos: M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 222, janeiro 1912. Figura 25 - Imagem elaborada pela autora, a partir da planta baixa do projeto da Hospedaria dos Imigrantes de Santos: M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 223, janeiro 1912. Figura 26 – Acervo do Arquivo Permanente de Santos. Figura 27 – Acervo do Arquivo Permanente de Santos. Figura 28 – M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 221, janeiro 1912. Figura 29 - M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 225, janeiro 1912. Figura 30 - M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 226, janeiro 1912. Figura 31 - M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 224, janeiro 1912. Figura 32 – Imagem elaborada pela autora, a partir da fachada da Rua Dona Luisa Macuco, do projeto da Hospedaria dos Imigrantes de Santos: M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 226, janeiro 1912. Figura 33 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 34 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 35 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 36 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 37 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 38 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 39 – Imagem elaborada pela autora, a partir da planta baixa do projeto da Hospedaria dos Imigrantes de Santos: M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 222, janeiro 1912. Figura 40 - M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 225, janeiro 1912. Figura 41 - M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 224, janeiro 1912. Figura 42 - M.C. Hospedaria para immigrantes em Santos. Revista de Engenharia, São Paulo, v. 1, n. 8, p. 221, janeiro 1912. Figura 43 – Foto da autora (2017). Figura 44 – Acervo do Museu da Imigração do Estado de São Paulo.
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Figura 45 – Acervo do Museu da Imigração do Estado de São Paulo. Figura 46 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 47 – Acervo do Museu da Imigração do Estado de São Paulo. Figura 48 – Acervo do Museu da Imigração do Estado de São Paulo. Figura 49 – Acervo do Museu da Imigração do Estado de São Paulo. Figura 50 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 51 – Acervo do Museu da Imigração do Estado de São Paulo. Figura 52 – Acervo do Museu da Imigração do Estado de São Paulo. Figura 53 – Acervo do Museu da Imigração do Estado de São Paulo. Figura 54 – Foto da autora (2017). Figura 55 – Foto da autora (2017). Figura 56 – Foto da autora (2017). Figura 57 – Foto da autora (2017). Figura 58 – Foto da autora (2017). Figura 59 – Elevação elaborada pela autora (2017). Figura 60 – Foto da autora (2017). Figura 61 – Foto da autora (2017). Figura 62 – GOOGLE STREET VIEW. [Edifício da Hospedaria dos Imigrantes de Santos]. [2015]. Figura 63 – Elevação elaborada pela autora (2017). Figura 64 - GOOGLE STREET VIEW. [Edifício da Hospedaria dos Imigrantes de Santos]. [2015]. Figura 65 - GOOGLE STREET VIEW. [Edifício da Hospedaria dos Imigrantes de Santos]. [2015]. Figura 66 - GOOGLE STREET VIEW. [Edifício da Hospedaria dos Imigrantes de Santos]. [2015]. Figura 67 - GOOGLE STREET VIEW. [Edifício da Hospedaria dos Imigrantes de Santos]. [2015]. Figura 68 - Elevação elaborada pela autora (2017). Figura 69 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 70 – Foto da autora (2017). Figura 71 – Foto da autora (2017). Figura 72 – Foto da autora (2017). Figura 73 – Foto da autora (2017). Figura 74 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 75 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 76 – MELHOR DE SANTOS. Disponível em < http://www.melhordesantos. com/2010/04/mapas-e-limites-de-santos.html> Figura 77 – Mapa elaborado pela autora, a partir do mapa de zoneamento da Prefeitura de Santos. Figura 78 – Mapa elaborado pela autora a partir do mapa de abrangência do programa Alegra Centro: Alegra Centro. Disponivel em: < http://www.portal.santos.sp.gov.br/alegra/abrange.htm>. Acesso em: 2017. Figura 79 – GOOGLE STREET VIEW. [Construção caracteristica na Vila Matias]. [2016]. Figura 80 – Imagem elaborada pela autora a partir da vista aérea da cidade de Santos. Figura 81 - Imagem elaborada pela autora a partir da vista aérea da cidade de Santos. Figura 82 – Mapa elaborado pela autora, a partir do mapa de Zoneamento da Prefeitura de Santos. Figura 83 - Mapa elaborado pela autora (2017). Figura 84 - Mapa elaborado pela autora (2017). Figura 85 – GOOGLE STREET VIEW. [Exemplo de edifício de uso misto]. [2016].
Figura 86 – GOOGLE STREET VIEW. [Exemplo de moradia plurihabitacional]. [2015]. Figura 87 – Mapa elaborado pela autora, a partir dos dados de densidade demográfica da cidade de Santos, do Censo IBGE de 2010. Figura 88 – Mapa elaborado pela autora, a partir do índice de vulnerabilidade social de Santos. Figura 89 – Mapa elaborado pela autora (2017). Figura 90 - Mapa elaborado pela autora, a partir do mapa de hierarquia viária da Prefeitura de Santos. Figura 91 – Mapa elaborado pela autora (2017). Figura 92 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 93 – GOOGLE STREET VIEW. [Indústrias próximas à Hospedaria]. [2015] Figura 94 – Foto da autora (2017). Figura 95 – Foto da autora (2017). Figura 96 – Foto da autora (2017). Figura 97 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 98 – Mapa elaborado pela autora (2017). Figura 99 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 100 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 101 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 102 – ACROPOLIS Museum. Tschumi. Disponível em <http://www.tschumi. com/projects/2/>. Figura 103 – ACROPOLIS Museum. Tschumi. Disponível em <http://www.tschumi. com/projects/2/>. Figura 104 – MUSEU Pelé. Ney Caldatto. Disponível em <http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/ney-caldatto_/museu-pele/1287>. Figura 105 – MUSEU Pelé. Ney Caldatto. Disponível em <http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/ney-caldatto_/museu-pele/1287>. Figura 106 – LINA Bo Bardi 100, El camino alternativo de Brasil a la Modernidad. Metalocus. Disponível em <http://www.metalocus.es/es/noticias/lina-bo-bardi-100-el-camino-alternativo-de-brasil-a-la-modernidad>. Figura 107 – LINA Bo Bardi 100, El camino alternativo de Brasil a la Modernidad. Metalocus. Disponível em <http://www.metalocus.es/es/noticias/lina-bo-bardi-100-el-camino-alternativo-de-brasil-a-la-modernidad>. Figura 108 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 109 – Foto da autora (2017). Figura 110 – Foto da autora (2017). Figura 111 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 112 – Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 113 – Gráfico elaborado pela autora, a partir do Anuário dos Operadores Portuários do estado de São Paulo de 2017. Figura 114 – Gráfico elaborado pela autora, a partir do Anuário dos Operadores Portuários do estado de São Paulo de 2017. Figura 115 – Gráfico elaborado pela autora, a partir do Concurso para trabalhadores portuários realizados pela Sobesp em 2016. Figura 116 – Imagem elaborada pela autora a partir da vista aérea da cidade de Santos. Figura 117 – Imagem elaborada pela autora a partir da vista aérea da cidade de Santos. Figura 118 – Acervo da galeria FATEC Rubens Lara. Figura 119 - GOOGLE STREET VIEW. [Edifício da Etec Dona Escolástica Rosa]. [2017]. Figura 120 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 121 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 122 - Imagem elaborada pela autora (2017).
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Figura 123 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 124 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 125 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 126 – Foto da autora (2017). Figura 127 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 128 – Foto da autora (2017). Figura 129 – Foto da autora (2017). Figura 130 – Foto da autora (2017). Figura 131 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 132 – Foto da autora (2017). Figura 133 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 134 – Foto da autora (2017). Figura 135 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 136 – Foto da autora (2017). Figura 137 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 138 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 139 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 140 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 141 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 142 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 143 – Foto da autora (2017). Figura 144 – Foto da autora (2017). Figura 145 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 146 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 147 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 148 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 149 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 150 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 151 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 152 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 153 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 154 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 155 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 156 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 157 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 158 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 159 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 160 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 161 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 162 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 163 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 164 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 165 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 166 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 167 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 168 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 169 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 170 - VLT da Baixada Santista - Veículo Leve sobre Trilhos. EMTU, 2017. Disponivel em: <http://www.emtu.sp.gov.br/emtu/empreendimentos/empreendimentos/vlt-da-baixada-santista-veiculo-leve-sobre-trilhos.fss>. Acesso em: 2017. Figura 171 - CICLOVIAS. Prefeitura de Santos. Disponivel em: <http://www.santos. sp.gov.br/?q=conheca-santos/ciclovias-da-cidade>. Acesso em: 2017. Figura 172 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 173 - Imagem elaborada pela autora (2017).
Figura 174 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 175 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 176 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 177 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 178 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 179 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 180 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 181 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 182 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 183 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 184 - GOOGLE STREET VIEW. [Edifícios a serem desbastados]. [2015]. Figura 185 - GOOGLE STREET VIEW. [Edifícios a serem desbastados]. [2015]. Figura 181 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 182 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 183 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 184 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 185 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 186 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 187 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 188 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 189 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 190 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 191 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 192 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 193 – Imagem do produto da linha Semínaris da Empresa Wall Garden. Figura 194 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 195 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 196 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 197 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 198 - Imagem elaborada pela autora (2017). Figura 199 - Imagem elaborada pela autora (2017).
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ANEXOS NOVA FATEC - HOSPEDARIA I - Planta de Demolição II - Plantas Baixas III - Planta de Cobertura IV - Cortes V - Materiais
EDIFÍCIO ANEXO VI - Plantas Baixas VII - Planta de Cobertura VIII - Cortes IX - Elevações
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