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Figura 6 – Zona de Conforto

Figura 6 – Zona de Conforto de acordo com carta bioclimática adotada para o Brasil.

Fonte: (LAMBERTS, 2014).

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4.2 AS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS E O PROJETO ARQUITETÔNICO

Em resumo as principais características climáticas que devem ser consideradas para o projeto arquitetônico em regiões tropicais úmidas são a radiação solar, a temperatura, a umidade e os ventos.

A radiação solar tem aspectos positivos e negativos, apesar de representar grandes ganhos térmicos proporciona uma boa iluminação natural durante todo o ano, uma vez que a luminosidade proveniente da incidência direta e indireta são bastante elevadas.

A temperatura se apresenta de maneira alta com baixa variação. Devido a estes fatores para fins projetuais duas precauções devem ser tomadas, primeiramente devem-se considerar as máximas temperaturas atingidas no tempo tomado como referência, e especificar elementos construtivos com baixa inercia térmica com a finalidade de evitar a transmissão de calor no período noturno quando as temperaturas tendem a amenizar. Devido ao desconforto térmico causado pela união entre a alta radiação solar e alta temperatura as edificações sempre devem sempre apresentar temperatura interna mais baixa que a externa.

A umidade relativa2 deve ser considerada de maneira integrada aos índices pluviométricos e os ventos. Seu percentual varia de acordo com a temperatura, que combinada com a ausência de ventilação torna a sensação térmica muito desagradável.

A umidade possui relação direta com os índices de precipitação que geralmente se comportam de maneira irregular de acordo com a localidade e estação. Os ventos por sua vez sofrem variações constantes, e apesar do predomínio de determinada direção é importante atentar para a associação com as precipitações, responsável pela promoção de chuvas com orientação vertical, o que deve ser considerado principalmente para o combate a penetração de água na edificação.

2 É uma característica que expressa a quantidade de vapor existente no ar proveniente da evaporação da agua e transpiração das plantas.

5 ESTRATÉGIAS DE PROJETO

A partir da compreensão da importância do papel desempenhado pela envoltória é possível por em prática um projeto eficiente que venha a contribuir para a performance da edificação. É necessário integrar os objetivos arquitetônicos, comerciais, culturais e imobiliários as condicionantes da localidade a partir de uma análise minuciosa do lote que receberá o edifício. Esta fase de análise compreende os diversos diagnósticos que deverão ser realizados para definir os objetivos da envoltória de acordo com a identificação das condicionantes e exigências pré-estabelecidas no programa de necessidades. Para desenvolver um projeto de acordo com o contexto bioclimático visando à conservação de energia esta fase é imprescindível. Através dela e seguindo o processo projetual também poderão ser assinaladas potencialidades, a partir da exploração da forma, materiais, tecnologias e estratégias ativas.

5.1 CONDICIONANTES, ANÁLISES E DIAGNÓSTICOS

As condicionantes podem ser definidas como o grupo de fatores externos que influenciarão a performance do edifício e o conforto dos usuários. Identificá-las é extremamente importante para a concepção da envoltória, afinal ela é o elemento responsável por separar o e meio ambiente externo do interno da edificação. Apesar da necessidade de integração do projeto de envoltória com os demais, alguns elementos devem ser priorizados na fase de diagnósticos objetivando atingir melhores níveis de desempenho, deste modo nesta fase deve-se considerar o contexto térmico, acústico e lumínico de maneira detalhada.

Os objetivos do projeto de envoltória devem ser estabelecidos considerando os princípios da arquitetura bioclimática e da conservação de energia, deve-se tomar como base o escopo principal da arquitetura bioclimática que é proporcionar conforto e a partir deste buscar estratégias que proporcionem a eficiência energética. Nas regiões tropicais úmidas alguns requisitos podem ser apontados como forma de proporcionar conforto, estes são controlar os ganhos de calor, dissipar a energia térmica do interior do edifício, remover a umidade em excesso e promover a movimentação de ar, favorecer o uso da iluminação natural, e controlar o ruído (CORBELLA, 2003).

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