Revista Mochilão Pocket

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EDITORIAL

O início da nossa aventura

A Mochilão chega para facilitar a vida dos mochileiros e inspirar aqueles que tem vontade de viajar e explorar o mundo, mas não sabem nem por onde começar. Ao longo da revista você encontrará dicas econômicas, práticas e diversificadas de programas, hospedagens, transportes, atividades e restaurantes. Além de sugestões de lugares e roteiros que talvez você não soubesse que são tão bacanas e oferecem tantas coisas para fazer e conhecer. Como todo bom mochileiro, a revista compartilha histórias e depoimentos de viagens feitas pela nossa equipe e amigos viajantes, até os perrengues e aprendizados. Já que no meio de uma viagem nem sempre é possível usar a internet, Mochilão pode ser um bom companheiro na sua caminhada e um conselheiro nas horas incertas. E o melhor: cabe em qualquer mochila. É só virar as páginas e entrar em uma nova aventura!


EXPEDIENTE

Junho 2012 Edição e Redação João Luis Chagas Redação Bruno Garces Fernanda Carvalho Jade Vieira João Luis Chagas Créditos das Imagens Reprodução Internet. Atendimento Comercial: Centro Universitário de Belo Horizonte Rua Diamantina, 567, bairro Lagoinha, Belo Horizonte/MG 31.110.-320 Telefone: 31 3224-3009 Cartas: contato@mochilao.com.br Projeto Gráfico: Ricardo Passos Jade Vieira João Luís Chagas Impressão: Futura Express Tiragem: 5 Exemplares

Bússola Depoimento Líbano em 2 dias ...............4 Conheça a FBAJ .................7 Albergue do Mês Conheça o mais novo Hostel de Tiradentes ....................8 Norte da Inglaterra Fuja da rotina em York, Durham e Newcastle .......11 Test Drive Canon x Nikon .................18 Belo Horizonte Conheça os Encantos da capital mineira ................20 Copa2014 Conheça Curtitiva, uma das 12 sedes da copa .............28


Depoimento

Líbano em 2 dias

por Klaus Stehling

V

isitamos rapidamente o Líbano em junho de 2008. Entrei no país pela fronteira com a Síria. Fomos de carro, com um motorista sírio que deveria apanhar o guia libanês na fronteira, para dali seguirmos para Baalbeck. Como nosso motorista não falava uma palavra sequer em inglês (e estava com má vontade), ocorreu um desencontro na fronteira -

não encontramos nosso guia que estava lá esperando. Somente ao chegarmos em Baalbeck pudemos ligar para a agência de viagem para tentar localizá-lo. Enquanto procurávamos um caixa eletrônico, encontramos uma pequena praça, a um quarteirão da entrada das ruínas, onde comemos a legítima esfirra baalbekina. Nunca comi uma esfirra tão boa 4


e tão marcante como aquela. Segundo o dono do restaurante, na verdade, um pequeno bar com algumas mesinhas, é uma receita típica daquela cidade. É imperdível. O mais engraçado é que o dono do restaurante falava muito mal o inglês, e sugeriu esse pedido para nós. O nome que usam lá não é nada parecido com “esfirra”, então fizemos esse pedido às cegas, sem saber o que viria. A surpresa foi ótima. Quando nosso guia chegou, fomos conhecer as ruínas. Muito interessante, gostei muito do templo de Baccos, e também de um grande muro de pedras maciças e inteiras, que possuem mais de 20 metros de comprimento. Descomunal. Terminada nossa visita, deixamos o guia na cidade de Zahle, e seguimos com o motorista para Beirute, num hotel que fica na parte muçulmana da cidade, na orla, na altura da baia das rochas, um dos cartões postais de Beirute. Depois de fazermos check-in no hotel, fomos andar pela orla. Não são praias como as nossas, é uma região de rochas. Não existem muitas praias públicas, as mais bonitas e atraentes, parecidas com as nossas, são privadas e exploradas - as pessoas têm que pagar para usufruir. Vimos

rapidamente uma praia pública que ficava mais adiante, mas não era bonita, a faixa de areia era estreita e escura. No dia seguinte, seguimos para Byblos, onde vimos ruínas de 8.000 anos, em meio a ruínas fenícias e também resquícios das cruzadas, tudo no mesmo local. Vimos o porto fenício. No comércio, quase todos os vendedores que conhecemos falavam português, bem ou mal. Era comum começarmos a conversa em português, passarmos para o inglês, voltarmos para o português. No caminho para Byblos, passamos por Harissa, onde conhecemos a igreja de Nossa Senhora do Líbano. Fica no alto de uma colina, de onde descortina-se uma vista maravilhosa da orla e também das montanhas, com outras igrejas e conventos. Dá para entender porque o Líbano já foi conhecido como a Suíça do Oriente Médio. À tarde voltamos para Beirute, e depois de visitarmos o museu, fomos para o hotel, ocasião em que teríamos o final da tarde livre. Saímos andar pelo bairro, explorando o lugar e tirando fotos. Depois de andarmos bastante, sempre nas imediações da orla, avistamos um farol muito 5


bonito, que tinha o por do sol no Mediterrâneo como pano de fundo. Como estávamos numa rua alta, que descia para a avenida beira-mar, foi instintivo: sacamos a máquina e tiramos uma foto desse cenário.

hotel, caminhando pela orla. Vimos dali um inesquecível pôr-do-sol. No dia seguinte fomos embora pelo aeroporto de Beirute, encerrando nossa viagem de 2 semanas por Jordânia, Síria e Líbano.

Imediatamente surgiu um militar, que nos abordou para saber o que havíamos fotografado. Foi quando percebemos que estávamos ao lado de uma área militar, cheia de câmeras de vigilância. O policial foi muito educado, mas explicou que teria que confiscar nossa máquina porque, por questões de segurança, não eram permitidas fotos no local. Explicamos a ele que éramos apenas turistas encantados com a belíssima vista do farol. Ele compreendeu, mas checou todas as nossas últimas fotos antes de devolver-nos a máquina, para certificar-se que não havia fotos da área militar ao lado. No dia de nossa visita, um santo libanês foi canonizado. As ruas estavam enfeitadas com faixas, o lado cristão de Beirute estava em festa. O senhor à direita é Tanios, nosso guia. Depois do incidente da foto do farol, voltamos lentamente para o 6


Conheça a FBAJ Os efervescentes anos 60 e 70 são marcos da história da humanidade devido às diversas mudanças, culturais, tecnológicas e comportamentais que tomaram conta do mundo. Mas nenhum movimento desse período é mais emblemático do que o Hippie. E quando pensamos em Hippies logo vem à cabeça o rock, o amor livre, a integração com a natureza, a liberdade. Foi nesse contexto que a Federação Brasileira de Albergues da Juventude (FBAJ) foi criada, em 1971. Nessa época o alberguismo já era uma forma comum de hospedagem em países da Europa, principalmente na Alemanha, país onde foi criado o primeiro Hostel. No principio os hostels eram uma forma de acomodação simples e confortável com preços baixos, mas essa concepção tem sido alterada com o passar dos anos. As modestas acomodações tem dado lugar a ambientes bem decorados e a oferta de serviços variados: desde lavanderia até aulas de pilates, passando por traslados e até mesmo serviços de agência de turismo. Apesar da grande variedade de hostels que a rede Hostelling International tem à disposição de seus clientes (são mais de 4.000 espalhados por 90 países), os albergues devem seguir

um padrão de qualidade. Segundo o diretor desse quesito da FBAJ, Ramis Bedran, “um hostel ideal deve ter áreas de convivência, recepção bilíngüe, armários individuais, quartos separados por sexo ou para casal e família, bom café da manha e boas informações sobre os atrativos turísticos da região, além de ser um ambiente limpo e seguro”, explica. O preço é um fator decisivo para os que escolhem se hospedar, mas a interação entre os hóspedes é uma característica que atrai muito, principalmente para quem esta viajando sozinho. Conhecer pessoas novas e de diferentes lugares é uma unanimidade entre mochileiros, e o ambiente encontrado nos hostels proporciona essa troca cultural. Quase todos os eles possuem uma área de convivência (geralmente um bar ou pub), nesses locais as pessoas se conhecem e trocam informações sobre suas viagens e sobre suas origens. Hoje a FBAJ conta com 94 albergues nos principais destinos do Brasil e o número de associados já ultrapassou os 100.000. Para o ano de 2012 é esperado um crescimento acima dos 10%, ultrapassando cem hostels. Cerca de 10 HI Hostels já estão em fase de credenciamento. Até a copa de 2014 deverão ser mais de 140 albergues espalhados pelo país.

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HI Vila Libertas

Albergue do Mês

Os Albergues da Juventude da Hostelling International no Brasil estão cada vez mais modernos e charmosos. O HI Vila Libertas, o novo Hostel em Tiradentes é um ótimo exemplo disso. Localizado junto a um centro cultural, oferece uma variedade de espaços de lazer para os alberguistas. Suas áreas de convivência são espaços diferenciados, muito aconchegantes, para que você se sinta em casa. Além disso, a maravilhosa vista para a Serra de São José e a ótima localização, a 300 metros da estação da Maria Fumaça, dá um charme especial para o Tiradentes Hostel Vila Libertas. Hostel.

Endereço: Av. Governador Israel Pinheiro, 72. Tiradentes/MG. Fone:(32) 3355-2256 Site: www.villalibertas.com.br E-mail: contato@villalibertas.com.br

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HI Vila Libertas

O Hostel Tiradentes oferece dormitórios coletivos e quartos duplos. Além de um típico e farto café da manhã mineiro. Tudo em ambientes amplos e muito confortáveis. Aproveite o albergue Hostelling International para desfrutar o melhor das cidades históricas de Minas Gerais no Tiradentes

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Estrada dos Mendes, 1601 São Sebastião das Águas Claras Macacos, Nova Lima/MG (31) 3547-7222

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NORTE

DA

INGLATERRA Keep Calm: Esta não é mais uma matéria sobre Londres Arrisco-me a dizer que 90% dos Brasileiros que viajam à Inglaterra visitam apenas Londres, quase sempre em 3 ou 4 dias. Na verdade todos sabem o que ver em Londres: Big Ben, London Eye, Palácio de Buckingham e todos os outros manjados pontos turísticos. Não estou desmerecendo a capital britânica, na verdade, é uma das minhas cidades preferidas, mas que tal fugir desse marasmo? Vamos seguir rumo ao norte desse país que gosto tanto. Sugiro um roteiro curto de 3 ou 4 dias por uma região cheia de castelos medievais, cidades com mais de 2000 anos de idade e muita festa! No roteiro estão presentes 3 cidades: York, Durham e Newcastle upon Tyne.

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NEWCAST O roteiro é uma ótima sugestão para aqueles que não querem ir apenas a Londres. Usando Newcastle como base, é possível conhecer as outras duas cidades com curtas viagens de ônibus ou trem. Se quiser ir a Escócia, embarque na estação central e pouco mais de uma hora depois estará em Edimburgo. Amsterdam, Bruxelas, Barcelona, Paris, Roma , Praga, Dubai e vários outros destinos estão disponíveis desde o Aeroporto Internacional de Newcastle.

Como chegar:

De Londres o trem é a melhor opção, custa em média £22 e a viagem dura aproximadamente 3 horas e meia. De outras cidades da Europa a melhor opção é o avião. 12


TLE

Onde ficar:

The Albatross (www. albatrossnewcastle.co.uk), hostel localizado bem no centro da cidade. As diárias começam em £16.50 (quarto com 12 camas sem café da manhã) e vão até £22.50 (quarto com duas camas sem café da manhã). Foi redecorado recentemente.

O que conhecer:

As margens do rio Tyne e as pontes que passam sobre ele são o cartão postal da cidade. O museu de arte contemporânea, Baltic (entrada gratuita) e a modernosa casa de espetáculos Sage completam a paisagem. Caminhe pela Grey Street, Dean Street e Northumberland Street. Assista a um jogo do Newcastle United no St. James Park ou visite o estádio (As visitas são feitas com um guia e custam £10).

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O que fazer:

Se perca na vida noturna dessa cidade universitária.

DURHAM

Conheça o castelo (Castle Keeps) e vá até Tynemouth para comer Fish and Chips e caminhar na orla da praia. Aprenda mais sobre ciência no Centre for Life (entrada custa £10).

São dezenas de opções para todos os gostos e bolsos. Recomendo os pubs The Forth (fica na Pink Lane, próximo à estação central), The Centurion (dentro da estação central), The Newcastle Arms, Crown Posada e The Bacchus.

Lugares mais agitados são:

Digital (pra quem gosta de música eletrônica, sempre tem atrações de peso), Tiger Tiger, Floritas e O2 Academy, são casas de show cujo rock é o carro chefe. Durham

Como chegar:

Saindo de Newcastle a viagem de trem dura entre 12 e 20 minutos e custa em média £7.

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Onde ficar:

Caso opte por se hospedar nesta bela cidade medieval o local ideal é o YHA Durham City (www.yha.org.uk/ hostel/durham) localizado no coração da cidade. Os preços variam de acordo com a época do ano.

O que conhecer:

Castelo de Durham (entrada custa £5), Catedral de Durham (entrada gratuita, visitas guiadas disponíveis por £5), Universidade e biblioteca de Durham. A cidade preserva muito de sua arquitetura medieval, caminhe sem rumo pelas ruelas da cidade. Os amantes dos filmes de Harry Potter tem um motivo a mais para visitar o Castelo e a Catedral: ambos os prédios foram usados nas filmagens e serviram de inspiração para a criação do castelo de Hogwarts. 15


Como chegar:

De trem à partir de Newcastle a viagem dura aproximadamente uma hora e vinte minutos e o bilhete custa aproximadamente £15.

Onde Ficar:

Se decidir esticar a estada em York recomendo fortemente o The Fort Boutique Hostel, que fica bem no centro da cidade e 10 min a pé da estação central.

YORK 16


O que conhecer:

York Minster é o nome da catedral. A beleza e o tamanho da igreja impressionam. A entrada para o cartão postal da cidade custa £9, se quiser subir na torre acrescente mais £5 no preço. Outro lugar indispensável em York é o National Railway Museum (entrada gratuita), o museu conta a história do transporte ferroviário e tem várias locomotivas e vagões em exposição.

O que fazer:

Caminhe sobre as muralhas medievais que rodeiam a cidade e descubra a charmosa região de “The Chambles” com suas lojas, cafés e pubs.

Informações úteis Passagens de trem podem ser compradas pelo site www.nationalrail.co.uk. Passagens de ônibus podem ser compradas nos sites www.uk.megabus.com www.nationalexpress.com

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TESTDRIVE Canon G12

X

Nikon Coolpix P7100

Canon G12 x Nikon COOLPIX P7100

Todo fotógrafo amador ou profissional quando vai viajar entra num dilema: qual equipamento levar? Entre câmeras, flashes, lentes, filtros e uma infinidade de outros acessórios fica difícil levar apenas o essencial. Sem falar do tamanho e do peso dos equipamentos, que podem atrapalhar e incomodar muito em uma viagem. Mas existe uma categoria de câmeras que pode solucionar esses problemas, as compactas profissionais. Duas representantes desse segmento de câmeras são a Canon G12 e a Nikon COOLPIX P7100. Ambas produzem imagens de alta qualidade e atendem exigências de profissionais e amadores.

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Canon G12

Nikon COOLPIX P7100

O modelo da Canon tem um sensor de 10 Megapixels, faz filmes em HD 720p, fotografa em .jpg e.raw (formato profissional), zoom ótico de 5x (28-140mm), lente com estabilizador (que evita pequenas tremidas), ISO até 3200, LCD articulado de 2.8”, flash embutido e conexões USB, HDMI e AV.

O modelo da Nikon tem um sensor de 10 Megapixels, filma em HD 720p, fotografa em .jpg e .raw, zoom ótico de 7x (28-200mm), lente com estabilizador, iso até 6400, LCD articulado de 3”, flash embutido e conexões hdmi, usb e av.

Ambas as câmeras são muito boas e adequadas para o que se propõem a fazer: disponibilizar funcionalidades e controles avançados em um corpo compacto. E isso fica evidente com os controles de ambas, que são muito parecidos com os das câmeras DSLR. Para mexer na exposição, no diafragma e no obturador, não é necessário acessar menus e apertar diversos botões, todos os comandos ficam ao alcance dos dedos. Outro ponto que evidencia esse parentesco com as DSLR é a presença de um modo 100% manual. Não existem grandes diferenças nas fotos geradas pelos modelos. Principalmente por que usam sensores semelhantes. Além disso, o fato de ambas fotografarem em .raw, permite que correções sejam feitas nas fotos, sem que haja perda na qualidade. Apesar das semelhanças existem algumas pequenas diferenças entre elas que podem interferir na sua decisão de compra. A P7100 tem um ponto de ISO a mais que a G12, além de comandos mais precisos e um zoom um pouco maior. A Canon em contrapartida gera fotos com menos ruído, tem um acabamento um pouco mais refinado e oferece tem um atendimento pós-venda melhor do que o da principal concorrente. Com dois equipamentos tão bons em mãos, fica difícil chegar a um veredito de qual é a melhor opção de compra. Bom mesmo é experimentar essas câmeras e aí sim decidir qual modelo comprar e levar dentro da sua mochila.

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POR SUAS MINAS, ÉS

BELO HORIZONTE

Como o próprio nome sugere, Belo Horizonte guarda recantos bucólicos, praças e jardins conservados no meio do caos urbano. Capital de Minas Gerais, terceira maior região metropolitana do Brasil, se localiza na região Sudeste, em ponto geográfico estratégico do país e das Américas, BH, como dizem os locais é cercada pelas montanhas da Serra do Curral, que servem de moldura natural e referência histórica.

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Além das vantagens naturais e da facilidade de acesso aéreo e rodoviário, a capital mineira destaca-se pela beleza de seus conjuntos arquitetônicos, pela forte vocação do comércio e da prestação de serviços e ainda por uma rica produção artística e cultural. Por isso escolhemos a cidade modelo da área ambiental, a capital dos botecos, a primeira cidade planejada do país como destino do nosso mochilão nacional. A proposta é fazer um roteiro que possa ser feito em até 10 dias por BH e redondezas, explorando ao máximo o que a região pode oferecer, pontos turísticos, locais pouco visitados, a cultura local, diversão noturna, restaurantes, comida típica, tudo isso, gastando pouco. Escolhemos o albergue Belo Horizonte Hostel que tem quartos coletivos e privados. As diárias custam à partir de R$35,00 com café-da-manhã. O albergue fica localizado no bairro Bonfim, bem no centro da cidade, próximo à rodoviária, metrô e pontos de ônibus, o que facilitou muito nossa locomoção.

São Francisco, foi projetada por Niemeyer, construída com azulejos pintados por Portinari e jardins de Burle Marx, é encantadora. A Casa do Baile, foi concebida para ser um restaurante com pista de dança (o que está muito na moda atualmente com o conceito de “dinning club”), servia principalmente às pessoas que estavam indo ou voltando do Cassino da Pampulha. Com a proibição do jogo no Brasil, o cassino se transformou no MAP (Museu de Arte da Pampulha) e a Casa do Baile fechou suas portas. Em 2002 o espaço foi totalmente reformado pelo próprio Niemeyer e agora funciona como o Centro de referência de Urbanismo, Arquitetura e Design. Passeando pelos 18 quilômetros de extensão da Lagoa foi possível ver garças e capivaras. Ao fim da caminhada, bebemos uma água de coco na barraquinha ao lado da Igreja São Francisco de Assis para repor as energias e partimos para o

De cara fomos conhecer um dos postais mais famosos da capital, a Lagoa da Pampulha e seu complexo arquitetônico. A Igrejinha de

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Mineirão que fica ali do lado, infelizmente não pudemos entrar por causa das obras para a Copa 2014, mas com certeza é um lugar que não deve ficar de fora do roteiro. Voltamos à lagoa e procuramos um restaurante para almoçar, na orla há diversas opções interessantes, a nossa escolha foi o Churrasquinho do Manoel, onde comemos uma carne deliciosa e uma farofa feita na manteiga de garrafa que não se acha em qualquer lugar e, claro, uma cerveja estupidamente gelada. Voltando ao centro, fomos conhecer o Parque Municipal Américo Renné Giannetti, mais conhecido como Parque Municipal. Dentro de uma área de 182 mil m², ficam o Teatro Francisco Nunes, o Palácio das Artes (um dos mais importantes espaços culturais da cidade), o Mercado das Flores, um pequeno parque de diversões, além de 280 espécies de árvores centenárias e 50 espécies de pássaros. É um oásis bem no centro de Belo Horizonte! Logo depois fomos a pé até à Praça da Liberdade, local que abrigava a sede do Governo Estadual e as suas secretarias. Os belíssimos casarões erguidos no século 19, passaram por recente reforma, e hoje abrigam museus e centros culturais. Recomendamos o Memorial Minas Gerais e o

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Museu de Mineralogia. O belíssimo Palácio da Liberdade também merece uma visita, mas o seu interior só pode ser visto aos domingos das 9h às 13h, quando acontecem as visitas guiadas. De volta à pousada, tomamos um banho e nos preparamos para botecar, afinal, segundo o jornal The New York Times, estamos na capital mundial dos bares e botecos. São mais de 12 mil estabelecimentos espalhados pela cidade, com opções para todos os gostos e bolsos. Esses “butecos” são tão importantes que existe até um dia dedicado a eles. Um concurso anual, o “Comida di Buteco” elege os bares que tem o melhor petisco, a cerveja mais gelada, o melhor atendimento e o bar mais limpo.

O melhor torresmo também já foi usado como critério de avaliação. Por recomendação de funcionários do hostel, fomos para o Bar do Zezé. Fica em uma região mais afastada do centro, por isso o melhor jeito de se chegar é de taxi, ou carro.O bar simples, que funcionava também como mercearia, já ganhou 3 vezes o concurso, e ficou entre os 5 primeiros em outras edições. A cerveja estava gelada e os petiscos deliciosos, mas o atendimento é o diferencial. É o próprio Zezé e sua família que atendem e comandam o lugar. Uma outra vantagem interessante é a possibilidade de pedir meias-porções, que são mais baratas, mas bem generosas. Além disso permite que você coma “tira-gostos” diferentes, ao invés de se satisfazer com uma opção apenas.

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No sábado pela manhã, resolvemos conhecer uma cidade vizinha de nome Sabará. Linhas de ônibus intermunicipais que passam pelo centro levam até a histórica cidade em 40 min (se o trânsito estiver bom). As passagens custam entre R$2,95 e R$3,50. Lá conhecemos o Museu do Ouro, a inacabada Igreja Nossa Senhora do Rosário, conhecida como Igreja de Pedra, a Prefeitura Municipal, a Casa Azul, o Teatro Municipal e outros casarões do centro de Sabará. Almoçamos no Restaurante do Jaceré, na Rua das Laranjeiras, onde são servidos pratos feitos com uma comida caseira típica, deliciosa, de R$6,50 ou R$8,00. Eu resolvi experimentar o mineiríssimo frango com orapronobis, um vegetal verde, amargo e tradicional, muito gostoso. Dizem que o nome surgiu porque as pessoas colhiam essa planta no quintal de um padre que tinha o hábito de rezar “ora pro nobis”, que significa “rogai por nós” em latim. João optou por pedir a boa e velha feijoada com couve. Ali mesmo nos informamos sobre como chegar à Igreja do Ó. Chegando na igrejinha nos surpreendemos por ela ser tão pequena e de aparencia simples, mas esconder tamanha riqueza em seu interior. Ela é considerada uma das criações mais requintadas da arte barroca, em seu interior é possível encontrar até


mesmo traços chineses. A forma como a luz chega dentro da igrejinha acaba por valorizar as pinturas, desenhos e paineis únicos que lá se encontram. Voltamos ao centro de Sabará a pé, e sentamos na praça para tomar sorvete de jabuticaba, fruta tradicional da cidade, fomos conferir o artesanato local e comprar algumas lembrancinhas. Depois embarcamos de volta à capital, cansados, mas satisfeitos depois tanto subir e descer os morros da cidade histórica. De volta à pousada constatamos que o passeio foi bem econômico, portanto decidimos sair para uma noitada e fomos em busca de uma boate legal onde pudéssemos nos divertir. Nosso destino foi a Avenida do Contorno, número 2026, onde agitamos ao som eletrônico dos DJ’s da boate Deputamadre. A casa é pequena, mas bem dividida, possui guarda-volumes e é frequentada por uma galera bem alternativa. Gastamos cerca de R$50,00 cada um, incluindo o táxi da volta para casa.

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ESPECIAL COPA A B I T CURI 28


Curitiba é uma das 12 cidade-sede escolhidas pela FIFA para receber jogos da Copa do Mundo de Futebol de 2014. A metrópole é considerada, entre as capitais brasileiras, um modelo em matéria de mobilidade urbana e organização. O estádio que receberá os jogos da copa será a Arena da Baixada, um dos mais modernos do país, terá sua capacidade ampliada de 28 mil para 42 mil lugares. O estádio receberá apenas quatro jogos, todos pela primeira fase da copa do mundo. Se o mochileiro quiser estender sua estadia pela cidade, opções não irão faltar. A capital do Paraná é tida como exemplo em transporte público de qualidade no Brasil e na America Latina. O sistema de BRT (Bus Rapid System), em que os ônibus circulam por corredores, já opera na cidade desde o fim da década de 70, e já é copiado pelas outras cidades sedes. Ou seja, andar por Curitiba, não é difícil. Com mais de vinte opções de pontos turísticos, o cartão postal de Curitiba, é o Jardim Botânico. Criado à imagem dos jardins franceses estende seu tapete de flores logo na sua entrada. Um dos pontos mais visitados é o museu botânico,uma estufa de estrutura metálica, que abriga diversos tipos de espécies

botânicas, oferecendo espaços para exposições, uma biblioteca e um auditório. Ela fica aberta de terça a domingo, das 6h às 19h. A Ópera de Arame é outro lugar que você não pode deixar de visitar. Um projeto arrojado construído todo em estrutura tubular e vidro se mistura entre lagos, vegetação típica e cascatas. Criando um lugar singular para shows e espetáculos. Durante a copa, shows não vão faltar, e o lugar vai oferecer uma bela imagem da arquitetura e vegetação do Brasil e de Curitiba. O museu Oscar Niemayer é outra parada obrigatória. Sempre com exposições internacionais, o museu se tornou referência no Brasil. A arquitetura do museu já impressiona de cara. Com um olho gigante na entrada e mais 17 mil metros quadrados, o museu foi arquitetado pelo famoso Oscar Niemayer. Toda a programação do MON pode ser vista no site http://www.museuoscarniemeyer. org.br. Todos esse lugares famosos de Curitiba, podem ser vistos, mesmo que pequenos, no mirante da Torre Telefônica, com 110 metros de altura. É possível avistar toda capital paranaense lá do alto e fazer ótimas fotos.

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Na gastronomia, Curitiba, tem diversas opções. O Recanto Gaúcho, tem uma grande variedade de carnes com um ótimo custo-benefício. Quem não quiser carne vermelha, pode optar pela La casa di Frango, o preço é muito bom. Os dois ficam na Avenida Presidente Kennedy. Mas se falarmos de Curitiba, e não falarmos do Batel, é como falar do Rio de Janeiro sem falar de Copacabana. Um dos bairros mais movimentados e comentados de Curitiba, o Batel possui um leque de opções de restaurantes, hotéis, shoppings e boates. Nesse meio se destacam Casa di Bell e o Babilônia Gastronomia & Cia (funciona 24 horas, todos dias), bons lugares para tomar um chopp e conhecer gente nova. Os albergues mais acessíveis e confortáveis são o Roma Hostel e o Curitiba Eco Hostel. Os dois ficam no centro, e fazem parte da Hostelling International. Linhas de ônibus passam na porta dos albergues.

Alguns lugares para visitar em Curitiba Rua das Flores Parque Barigui Museu do Automóvel Bairro Santa Felicidade Setor Histórico

A B I T I CUR 30


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Botas Macboot Calรงando bem a sua aventura

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