PAĂ?S DAS
Maravilhas
nunca TERRA DO
PAĂ?S DAS
Maravilhas
nunca TERRA DO
· ESTE DIÁRIO PERTENCE A ·
Alice
.............................................. POR FERNANDA ALMEIDA
Quarto da Alice, Hora de dormir Quando eu lia contos de fadas, imaginava que aquelas coisas nunca aconteciam, e no entanto, lá estava eu, vivendo inúmeras aventuras no País das Maravilhas e no Mundo do espelho. Penso que deveria haver um livro escrito sobre mim já que eu estava no meio de um conto de fadas. Pensando bem eu mesma poderia escrever um quando eu crescer… mas eu tive tantos tamanhos enquanto estava no País das Maravilhas que não sei bem qual é o meu tamanho agora. Talvez eu não seja tão velha, pois ainda tenho que estudar lições. Mas tenho certeza que já fui menor antes por que tenho um par de sapatos que está apertado. Neste caso, não vejo problema nenhum em começar a escrever agora. Eu levei um caderno para o Mundo do espelho, mas o único momento em que usei foi para mostrar ao Humpty Dumpty a conta de quantos dias se tem para ganhar presentes de desaniversário. Ele não acreditou em mim quando eu disse que se diminuir um de trezentos e sessenta e cinco restam trezentos e sessenta e quatro, claro. Só se deu por convencido quando armei a subtração no papel, mesmo que estivesse segurando de cabeça para baixo enquanto analisava a conta, tive que me conter para segurar o riso. Mas voltando ao caderno, seria mais inteligente usar-lo para minhas aventuras.
Estou cansada de ir sempre nos mesmos lugares e ver sempre os mesmos seres estranhos, eu gostaria de ir para um lugar diferente dessa vez mas não sabia onde procurar, por que normalmente os lugares estranhos que me encontram ou eu tropeço neles. Hoje depois que terminei minhas lições estava cansada de não ter nada pra fazer. Resolvi ir até a casa do espelho, quando passei pela biblioteca do espelho avistei um livro com figuras em cima da mesa e fiquei curiosa para ver do que se tratava e não pude acreditar quando encontrei um mapa. Era exatamente o que eu procurava, um mapa com vários mundos fantásticos para explorar, de todos os contos de fadas, puxa, como fiquei animada com isso! Não pensei duas vezes e já ia arrancando a página do livro para levar comigo. Mas não importava quantas vezes eu rasgasse, a página se juntava novamente ao livro e eu não fazia ideia de como tirar-la dali. Foi então que me lembrei de certa vez em que o Leão e o Unicórnio disputavam a coroa e eu precisava servir um bolo de passas, sempre que eu tentava partir um pedaço e ele se juntava de novo, exatamente como o livro, e o unicórnio disse: “Você não sabe lidar com bolos do Espelho. Primeiro sirva-o e depois corte-o.” É claro! Como não havia pensado nisso antes? Tudo no mundo do espelho acontece exatamente ao contrário, então no caso do livro eu deveria guarda-lo e depois rasgá-lo. E foi exatamente assim, coloquei de volta na estante e quando peguei de volta para abrir a folha já caiu nos meus pés.
Minha irmã já leu todos os contos de fadas para mim, então ei conheço todos esses lugares. Mas em nenhuma história, não que eu me lembre, ensina como chegar até eles. O que eu sei, sei por que é uma coisa que toda criança deve saber, é que nos dois minutos antes de dormir esses mundos ficam quase, quase reais. E é preciso saber apertar na medida certa e ai.. Oh puxa, já pegou fogo de novo e eu continuo aqui no meu quarto. É preciso ter muita sorte mesmo para conseguir ver alguma coisa. Hoje não tive tanta sorte assim, mas quem sabe…Opa! O sopro das estrelinhas fez a janela abrir com toda a força e… O que é isso que caiu… Oh puxa! Um menino!?
Quarto da Alice, Era mesmo um menino, oh puxa! E não era um menino qualquer, era Peter Pan e estava acompanhado de uma fada, eu não tinha muita certeza que fadas existiam naquele momento… mas agora que eu vi uma posso acreditar nela. Foi assim que eu fiz quando vi um unicórnio e nós combinamos de acreditar um no outro. Tentei dizer isso para ela e ver se ela também ia acreditar em mim, mas eu não sei por que ela só ficava me dando beliscões. Ele disse que entrou aqui por que viu ninhos de andorinhas nos beirais do telhado e que elas fazem ninhos nos telhados das casas para poder ouvir as histórias. Ele perguntou se eu conhecia alguma história, eu até conheço várias histórias, mas eu gosto mesmo de poemas. Peter não sabia o que era um poema, mas que ia servir e que eu podia ir com ele para a Terra do Nunca recitar poemas para os meninos perdidos. Peter soprou poeira de fada em mim, por que ninguém consegue voar a não ser que tenha um pouco de poeira de fada e me ensinou como se faz. É deliciosamente fácil, você só precisa pensar em coisas boas e lindas. Saímos voando pela janela e nos lançamos na noite. Segunda à direita e direto até amanhã de manhã, esse era o endereço. No início confiei em Peter sem fazer perguntas, mas a viagem era mais longa do que eu imaginei, ás vezes ficava escuro e ás vezes claro, e de vez em quando eu morria de frio e, depois morria de
calor.. e então, vimos a ilha! Não sei dizer ao certo quando tempo fiquei lá, mas posso dizer com toda a certeza que foram muitas aventuras com Peter e os meninos perdidos. É estranho, mas quando vi a ilha pela primeira vez, a reconheci no mesmo segundo, foi como se estivesse reencontrando um amigo querido que não vejo a muito tempo. Talvez eu já tenha estado lá antes. Ou talvez foi um sonho, mas acho que um sonho seria diferente. Piratas, sereias, índios, fadas, tesouros, refeições de faz de conta, meninos perdidos, animais que não falam… Pensando bem, essa parte dos animais era mesmo estranha, no País das Maravilhas eles todos falavam, era muito mais fácil para pedir uma informação. Certa vez tentei recitar um poema mas as palavras não vieram como costumavam, tenho certeza de que aquelas não eram as palavras certas, se eu ficasse lá por muito mais tempo eu talvez esquecesse mais coisas. E se eu esquecesse todas as lições que aprendi? Eu seria como Mabel que sabe tão pouquinho! E oh! muitíssimas lições para aprender! Eu precisava voltar para casa logo, mas Peter não ficou muito contente com isso. Foram dias muito alegres na Terra do Nunca, muitas coisas para descobrir e explorar. Mas o curioso é que eu sempre me lembrava do País das Maravilhas, algumas coisas são parecidas, mas outras são… puxa! Tão diferentes!
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queda enorme, João foi o primeiro a avistar o coelho, andando ligeiro por um corredor e fomos atrás dele. Tenho certeza que ouvi ele dizer algo como “Por minhas orelhas e bigodes, como está ficando tarde!” Será que essa era uma daquelas histórias fantasiosas onde pessoas conseguem conversar facilmente com animais? Assim que dobramos a esquina, me vi em um salão comprido e baixo, com portas ao redor do salão inteiro e uma fileira de lâmpadas penduradas no teto que iluminavam. Tentamos todas as portas e todas estavam trancadas FINAL Foram dias muito alegres na Terra do Nunca, muitas coisas para descobrir e explorar. Mas o curioso é que eu sempre me lembrava do País das Maravilhas, algumas coisas são parecidas, mas outras são… puxa! Tão diferentes!u
Wendy 02 X Foi como se eu estivesse acordando de um sono comprido, enquanto Naná latia muito no meu ouvido. Tive um sonho tão curioso.. a relva crescida farfalhou aos meus pés quando o Coelho Branco passou e…. Ei! Espere! Era mesmo um coelho branco que passou correndo e Miguel passou como um furacão correndo atrás dele. Eu me assustei e João acabou acordando, nos olhamos e decidimos entrar na brincadeira saindo em disparado atrás de Miguel. Não sei bem como tudo aconteceu mas no momento seguinte estávamos os três se enfiando na toca atrás dele, sem nem pensar de que jeito conseguiríamos sair depois. Por um trecho a toca de coelho seguia na horizontal como um túnel, depois se afundava de repente, tão de repente que não tivemos sequer um segundo para pensar e nos vimos despencando num poço muito fundo. Ou o poço era muito fundo, ou a gente caía muito devagar por que eu tivemos tempo de sobra para olhar em volta e imaginar o que ia acontecer em seguida. As paredes do poço estavam forradas de guarda-louças e estantes de livros, aqui e ali vi mapas e figuras penduradas com pregos. Depois disso comecei a ficar com sono e quando senti que estava cochilando… bum! bum! caímos sobre um monte de gravetos e folhas secas. Não ficamos nem um pouco machucados, mesmo depois dessa queda enorme, João foi o primeiro a avistar o coelho, andando
Agora estamos aqui embaixo no quintal, Naná insiste que fiquemos descansando meia hora depois do almoço nos dias de verão. João está deitado na grama dormindo tão profundamente que nem se mexe, já Miguel é o único que não consegue ficar quieto por aqui e está correndo atrás da sua pipa e… Opa! Minha nossa! O que é isso? Um coelho branco?
canto das sereias. O engraçado disso tudo, é que nesses dois minutos antes de dormir não é sempre a ilha que aparece, aparecem também outros lugares diferentes. É por isso que a gente sempre deixa uma luzinha acesa no quarto durante a noite, pra não correr o risco da gente se perder durante o sono e não lembrar como voltar pra cama. Mas eu fico pensando como seria conhecer outros mundos tão maravilhosos como a Terra do Nunca, mas não tenho ideia de como chegar até eles. Depois de toda aquela história com os piratas, estava finalmente na hora de voltar pra casa. Fiquei contente que, depois de exterminar os piratas, Peter não tenha voltado para a ilha e deixado que Sininho nos levasse para casa. Ele estava indo com a gente no navio, por um segundo cheguei a acreditar que ele também estava indo pra casa. Mas Peter não é daqueles que gosta de crescer, sabe? Enquanto o Capitão Pan consultava as cartas náuticas deixou cair um dos mapas que rolou até os meus pés. Quando peguei e abri, mal pude conter a surpresa, um mapa que mostrava os mundos fantásticos de todos os contos de fadas e também a terra do nunca. Não pensei duas vezes e guardei o mapa comigo, com certeza eu e meus irmão íamos precisar dele nas nossas próximas aventuras. Então agora eu tenho o mapa, mas continuo sem saber como podemos chegar até esses lugares novos, não encontro nada nos livros de contos de fadas que possa nos ajudar.
Quintal da casa número 14, depois do almoço. Minha mãe sempre ficava me perguntando que era Peter Pan, disse que em suas andanças pelas nossas mentes sempre encontrava aqui e alí a palavra Peter. Não sei por que ela ficava perguntando se no fundo eu sei que ela sabia quem ele era, todos sabem. Ela acreditava nele quando era criança, mas agora que é casada e cheia de bom senso fica duvidando que ele exista. Existem muitas histórias estranhas sobre ele, é verdade, mas eu e meus irmãos sabemos o que é verdade por que a gente morou uns tempos com ele e os meninos perdidos lá na terra do nunca. Ah.. como foram felizes aqueles dias na casa em baixo da árvore, e todas as aventuras que vivemos juntos. Mas nós éramos crianças desalmadas e precisamos voltar antes que mamãe se cansasse de nos esperar e decidisse fechar a janela. Hoje em dia, o mais perto que consigo chegar da Terra do nunca, são naqueles dois minutos antes de ir dormir, ás vezes ela fica quase, quase real. Se eu tiver sorte, quando eu fechar os olhos, vou ver uma poça suspensa na escuridão, sem forma e de lindas águas pálidas; aí, se apertar mais os olhos, a poça começa a tomar forma e as cores ficam tão vivas que, se apertar mais um pouco, vão pegar fogo. Mas, logo antes disso consigo ver a Lagoa das Sereias, e só dura um maravilhoso segundo. Se pudessem ser dois segundos, talvez desse pra ver a espuma das ondas e ouvir o
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