TGI I- Fernanda Moura

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espaços de viver e morar: a flexibilização como experiência alternativa fernanda silva moura


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Fernanda Silva Moura _ TGI I


trabalho de graduação integrado I

espaços de viver e de morar: a flexibilização como experiência alternativa Membros CAP Prof. Dr. David Moreno Sperling Prof. Dr. Joubert Jose Lancha Profa Dra. Lucia Zanin Shimbo a Prof . Dra. Luciana Bongiovanni M. Schenk Coordenador de grupo temático: Prof. Dr. Paulo Yassuhide Fujioka Aluna: Fernanda Silva Moura 7592286 Universidade de são paulo instituto de arquitetura e urbanismo


“The best buildings are note those that are cut, like a tailored suit, to fit only one set of funcions, but rather those that are Strong enough to retain their character as they accomodate diferente functions over time. (Campbell e Vanderwarker, 1994, apud Brand, 1997, apud Almeida, 2014)


Sumário

01 contexto atual 02 questão

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o que é flexibilidade e como alcançá-la flexibilidade na habitação

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flexibilidade no espaço público

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03 referências projetuais

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04 local de inserção

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05 projeto

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DIAGRAMAS: CONCEITO E DESENVOLVIMENTO INICIAL IMPLANTAÇÃO GERAL E ZOOMS CORTES A UNIDADE : CASA PERSPECTIVAS

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06 referências bibliográficas

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07 Lista de gráficos e imagens

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Vivemos em uma época em que mudanças se tornaram cada vez mais frequentes e mais fáceis de serem incluídas na vida das indivíduos; sejam elas de hábitos, gostos ou rotinas. A época de intensa atuação da globalização e da virtualização das mídias, comunicações e informações nos permite esse desdobramento. O convívio coletivo aumentou exponencialmente, de maneira virtual e portanto o contato com culturas, pessoas, notícias, lugares e informações que antes estavam distantes, aumentou.

A crescente inserção da tecnologia nas residências, a internet bem como a flexibilização do trabalho possibilitam o chamado home-office, ou seja, trabalhar em casa, à distância de uma empresa e no conforto de não necessitar do deslocamento até o local de trabalho.

1 Tramontano, M. Habitações, metrópolis e modos de vida: por uma reflexão sobre a habitação contemporânea.

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O núcleo familiar brasileiro nos últimos anos está se modificando, bem como a forma de trabalhar e o papel da mulher na sociedade. Invenções como a pílula anticoncepcional, leis como a legalização do divórcio em 1977, minorias como as comunidades LBGT ganham espaço na sociedade e o aumento do sentimento individual em relação aos valores familiares vêm se intensificando. A redução da taxa de fecundidade, a dissociação do sexo com a premissa católica de reprodução, o aumento da expectativa de vida graças aos avanços médicos, e o consequente envelhecimento da população são dados que podem ser visualizados nos censos realizados no país. (NASCIMENTO, 2006).

contexto atual

Esse maior contato com o mundo trouxe transformações na maneira de viver de sociedades espalhadas pelas principais metrópoles. Os hábitos estão se alterando, influenciando também as culturas locais em favor de uma comunicação de massa. (TRAMONTANO, 1993). 1


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Gráfico 1: Pir:âmide Etária do Brasil, dados de 1980, 2015 e projeção para 2050.

Gráfico 2: Distribuição percentual das famílias únicas e conviventes principais em domicílios particulares, segundo o tipo de composição familiar - Brasil - 2000/2010. Fonte: IBGE Censos 2000-2010

Gráfico 3: Taxa de fecundidade total - Brasil de 2000 a 2015 - Fonte: IBGE Projeção da População 2013


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O que antes era tido como um núcleo tradicional, pai, mãe e filhos, onde o pai representava a fonte de renda mensal consequentemente era tido como chefe da casa é transformado em configurações familiares distintas: mãe solteira e filhos, pai solteiro e filhos, pessoas sem laços consanguíneos vivendo sob o mesmo teto, casais do mesmo sexo, casais com filhos adotivos, famílias com mais de uma geração habitando no mesmo espaço, solteiros morando sozinhos, casais onde cada um habita em uma casa diferente. Essas diferenças podem ser percebidas no gráfico 2 fornecido pelo IBGE, do Censo Demográfico 2010 – Famílias e Domicílio. Além disso, é visto que os espaços coletivos estão se tornando escassos nas cidades brasileiras, sendo substituídos por espaços particulares pautados no pagamento versus utilização de seus estabelecimentos. Os espaços públicos existentes não são bem conservados e a vida se torna cada vez mais individualizada, sem contatos externos e sem interações sociais substanciais na cidade. Ao mesmo tempo em que a coletividade virtual aumenta (como dito anteriormente) a coletividade física diminui. De acordo com Tramontano, o habitante da metrópole atual é “um indivíduo que vive, principalmente, sozinho, que se agrupa eventualmente em formatos familiares diversos, que se comunica à distância com as redes às quais pertences que trabalha em casa, mas exige equipamentos públicos para o encontro com o outro, que busca sua identidade através do contato com a informação.” 2 Assim sendo, a consideração do espaço público é também de vital importância ao analisar as mudanças demográficas atuais e deve ser pensado com a mesma importância que o espaço do morar.

2 Trecho retirado do texto Habitações, metrópoles e modos de vida: por uma reflexão sobre a habitação contemporânea, 1998. p. 8.


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a questão

O ensaio realizado em Bucareste pelo fotógrafo romeno Bogdan Gîrbovan, intitulado 10/1 em um conjunto habitacional projetado para ser idêntico tanto em planta quanto na fachada externa de seus prédios, traz questões contemporâneas sobre a forma em que se lida com a habitação e a qualidade de vida dos indivíduos. As fotografias mostram como é possível habitar espaços iguais de maneiras tão distintas. Esse ensaio permite trabalhar com a problemática de como gerar espaços que atendam às constantes mudanças sociais e também aos diferentes indivíduos que os habitam. Apesar de todas as mudanças sociais

e demográficas, vistas na maneira de viver dos indivíduos de diferentes cidades e também nas suas composições familiares, o processo de mudança vinculado à habitação ainda caminha devagar. De acordo com Tramontano, habitantes de diferentes metrópoles, e consequentemente, habitantes de toda e qualquer sociedade que busca suas referências nas sociedades metropolitanas estão se agrupando e agindo de maneira semelhante, em função de uma cultura virtual e da comunicação de massa. ³ Desse modo, se o costume de ainda se viver em modelos tradicionais de habitação é presente nessas sociedades influentes, como o modelo

3 Presente em Habitações, metrópoles e modos de vida: por uma reflexão sobre a habitação contemporânea, 1998, p.5.


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burguês do século XIX, o tal será replicado em outros locais. Esse modelo consiste na setorização da habitação em espaços íntimos, sociais e de serviço. Este último, marginalizado, se encontra muitas vezes escondido nos fundos do espaço residencial. Essa maneira de habitar garante espaços divididos, setorizados e dá a cada pequeno cômodo, uma função restrita, como o exemplo da sala de jantar, separada da sala de estar, e também da sala de televisão. No Brasil, esse modelo ainda é bem visto pela sociedade, que considera a proporcionalidade direta entre a quantidade de repartições e funções determinadas a cada espaço de uma casa com o status-quo e luxo. Por esse motivo, e também pela maneira tradicional de se construir (pautada em mão-de-obra não especializada, em que o

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trabalhador recebe os conhecimentos de canteiro de obra como uma herança familiar) e no pensamento simplista de que o mais adequado à habitação são as divisórias maciças, como o tijolo cerâmico, amplamente conhecido pela mão-de-obra disponível, novas tecnologias e tipos de divisórias são logo descartados. Tal associação se deve ao fato de que uma parcela da sociedade brasileira provavelmente ainda associa de maneira pejorativa as vedações leves (pré-fabricadas) às divisórias de madeira e tapumes usados em habitação de classes sociais baixas como ocorria nos cortiços e aglomerados familiares operariados do século passado. Ademais, o alto custo dos materiais industrializados e consequentemente dos pré-fabricados na construção civil logo no começo de sua disponibilização ao mercado, consolidou uma maneira de pensamento contra esse tipo de material na pro-

4 Presente em Espaços domésticos flexíveis. Notas sobre a produção da primeira geração de modernistas brasileiros.


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dução habitacional. (TRAMONTANO, 1993)4 Assim, a pauta da flexibilização é extremamente importante no contexto brasileiro. O método atual de produção habitacional, além de não atender às demandas de uma população em mudança constante e acelerada, gera muito desperdício de material em obra, além de não permitir mudanças e alterações sem envolver custos adicionais com reformas, novos materiais, mão-de-obra, etc. Dessa maneira, as edificações habitacionais estão se tornando obsoletas de forma rápida, o que de certa forma, mantém o mercado imobiliário aquecido, pois em curtos períodos de tempo, as famílias necessitam se mudar para satisfazer suas necessidades voláteis. A solução é pensar de maneira flexível o que hoje é realizado de forma rígida e sem possibilidade de alterações. De acordo com Schneider e

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Presente no livro Flexible Housing, p. 39.

Till, o desafio não é somente responder a essas pressões imediatas (as constantes mudanças demográficas e sociais), mas sim, aceitar a incerteza do que pode ocorrer no futuro nesses aspectos e planejar edifícios, e consequentemente uma cidade que consiga se adaptar à essas mudanças. 5 Para esses autores, a casa deve ser flexível para o indivíduo, que consequentemente envelhece e se torna menos hábil, e também responder às mudanças nas constituições familiares, que demandam mais ou menos espaço. Ao se pensar uma habitação que atenda esses dois aspectos, e que portanto, tenha uma vida útil prolongada em relação à casa tradicional, o custo benefício em se investir em elementos que permitam essa flexibilidade não virá de maneira imediata, mas sim, futuramente, quando esses usuários não necessitarem se mudar para resolver seus problemas.


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O que é flexibilidade e como alcançá-la? A flexibilização é garantida por duas maneiras: flexibilidade e adaptabilidade. A primeira é alcançada pela possibilidade de alteração do espaço físico e garantir diferentes configurações espaciais, e portanto é pautada na forma e na técnica; enquanto a segunda é assegurar a capacidade do espaço de abrigar diferentes usos sociais e é atingida pela neutralidade deles, que devem ser pensados cautelosamente em função da circulação, acesos e organização. (SCHNEIDER e TILL, 2007). A flexibilidade pode ser classificada em inicial e contínua. A inicial é a possibilidade de fornecer ao usuário diferentes configurações tipológicas no momento da concepção (pré-ocupação) do projeto. Então ele poderá escolher a variação que melhor se encaixa em seu perfil. Já a contínua é a garantia de alteração após a ocupação ao permitir que o usuário faça adaptações no espaço durante a vida útil da habitação. (GALFERTTI, 1997 apud BRANDÃO e HEINECK, 2007) Esta pode também ser dividida em: 1- Mobilidade: alteração dos espaços de maneira rápida de modo a atender às diferentes atividades ao longo do dia. 2- Evolução: implica na modificação ao longo prazo, pautadas na mudança da estrutura familiar, e 3- Elasticidade: possiblidade de aumentar ou diminuir a área habitacional, adicionando/retirando ou aumentando/diminuindo cômodos. (BRANDÃO e HEINECK, 2007)


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flexibilidade na habitação A flexibilidade foi considerada na escala da habitação para responder às necessidades individuais, às mudanças presente na composição familiar, como dito anteriormente e também para garantir uma apropriação que se estenda pelos diferentes ciclos de vida de cada usuário. Tanto a flexibilidade quanto a adaptabilidade podem ser pensadas através de alguns princípios construtivos como projetar considerando diferentes camadas (layers). Dessa forma, ocorre a dissociação entre estrutura, vedação, núcleo de serviços (circulação vertical, núcleos hidráulicos e elétricos), espaço interno, mobília, e assim, garante a separação dos elementos de acordo com o seu ciclo de vida (ver diagrama a seguir). Dessa maneira, o projeto alcança uma maior vida útil, pois suas camadas podem ser substituídas de acordo com o tempo necessário para que alcancem seu

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limite de utilização, sem transtornos ou alterações macivas no projeto. Para Brand (1997 apud Almeida , 2014) 6 um bom edifício deve possuir um espaço amplo, de estrutura simples e reticulada, com boa orientação solar, de modo a garantir qualidade e apropriação, além da modificação de seus usos. A unicidade do edifício não é imediata, tornando-se mais expressiva ao longo do tempo, juntamente com as mudanças funcionais que ele abriga. Ela é garantida pela multifuncionalidade do mesmo, sugerindo a adaptabilidade e/ou mudança do uso que a priori, já são garantidas pelo desenho. A permanência e a adaptabilidade funcional são garantidas frequentemente pelo caráter público do edifício, pela ideia de uma cidade compacta que abrange os usos habitacionail e público como equipamentos culturais, comércios e serviços. Outras maneiras de garantir a

Presente em How Buildings Learn - What happens after they are built, p 104.


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flexibilidade, já na escala da unidade, são divisórias leves internas, paredes móveis, vedações de fácil montagem/ desmontagem, que além de garantir uma boa circulação, acessos, posicionamento de janelas e portas, permitem diferentes apropriações do espaço. Apesar dessas possibilidades, Schneider e Till acreditam no princípio da indederminação e da ambiguidade, em que o arquiteto aceita que não deve fornecer um espaço completamente determinado ao usuário, decidindo apenas a localização dos elementos que não podem ser alterados, como núcleo de circulação e de serviços, e deixando assim, o restante do espaço à livre interpretação do morador. Como Koolhaas (1997, apud ALMEIDA, 2014) ponderou, “não é a antecipação exaustiva de todas as modificações possíveis. Muitas alterações são imprevisíveis (...) A flexibilidade é a criação de uma capacidade de

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ampla margem que permite diferentes e mesmo opostas interpretações e usos”. 7 É pois dedutível que a flexibilidade deve ser garantida pela diversidade de usos e apropriações possíveis, induzidas pelas características que o espaço fornece e também pelo desejo individual dos usuários. “A componente cultural é com frequência associada à multifuncionalidade (...). O edifício configura-se como um prolongamento da própria rua que se torna cultural á medida que penetra o interior; constitui-se um percurso pelos consecutivos espaços culturais, tais como biblioteca, salas de leitura, salas de música, ateliers, áreas de estudo, espaços expositivos, auditório, cafeteria e livraria.” (Almeida, 2014, p. 45)

Ainda de acordo com Almeida, o uso do térreo como serviço, espaços de trabalho ou comércio e os andares restantes como habitação garante uma gradação entre o público e o privado na escala do edifício. Ou seja, a associação de atividades ne-

7 Em ALMEIDA, 2014. Espaço público: flexibilidade e apropriação. Intervenção no convento de Santo Antônio dos Capuchos. p. 19


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cessárias aos moradores e algumas necessárias aos integrantes da cidade, além da oferta de diferentes tipologias habitacionais que garantem o abrigo de gerações asseguram que o espaço seja ativado de maneira posi-

tiva, esteja constantemente movimentado e também gera a transição entre a esfera do privado (habitação) e do público (os espaços de convívio coletivo).

Diagrama dos seis S’s de Stewart Brand, 1995 (retirado de SCHNEIDER e TILL,2007, p. 170)


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flexibilidade no espaço público “A vida e experiência do homem relacionam-se de forma intrínseca com a variável tempo. No decorrer da sua existência são-lhe permitidas escolhas, acompanhadas de uma duração, que lhe conferem liberdade e flexibilidade no espaço, ou seja, na cidade. A cidade é palco da mudança constante do indivíduo e, no entanto, não apresenta essa mesma liberdade e flexibilidade pela velocidade menor a que ocorrem suas transformações ao longo do tempo.” (ALMEIDA, 2014) 8

O espaço público representa a condição para a realização de vida urbana, dá a capacidade de criação da identidade individual, sendo assim local de encontro, manifestações sociais, culturais, políticas, onde ocorrem as trocas, conhecimentos, desenvolvimento pessoal e aprendizado. Apresenta o

caráter integrador no contexto da cidade e deve acolher funções variadas de modo a atender à diversidade social. Deve então se configurar como elemento qualificador da coletividade, através de elementos materiais e imateriais. (Francisco, 2005 apud Almeida, 2014) 9 A sociedade se encontra em um período caracterizado pelas formas temporárias da maneira de habitar e pela complexidade, diversidade e transitoriedade das mesmas. A falta de interação e coexistência diversa na cidade, pautada pela preferência e surgimento dos espaços particulares e protegidos (condomínios fechados e shoppings centers) trouxe o esvaziamento do espaço público propriamente dito, diminuindo o encontro e a sociabilidade. Tal esvaziamento gera inseguran-

8 Presente em Espaço público: flexibilidade e apropriação. Intervenção no convento de Santo Antônio dos Capuchos. Tese, 2014. p. 11 9 Presente em Espaço público: flexibilidade e apropriação. Intervenção no convento de Santo Antônio dos Capuchos. Tese, 2014. p. 2


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ça, que consequentemente traz mais abandono do espaço público, configurando um ciclo vicioso. Para impedir que esse ciclo continue, deve-se pensar em metodologias que tragam a vida e o movimento a esses espaços. Para Almeida, a presença diversa de pessoas e grupos na sociedade gera a necessidade de coexistência dos mesmos em um espaço destinado a todos, ou seja, o espaço público (2014). Para a autora, a coexistência dos usos comerciais, residenciais e também os espaços que abriguem equipamentos públicos amarram consigo o potencial da coexistência e interação “sobretudo se essas funções forem destinadas a clientes distintos, com tempos diferentes de frequência, de forma que seja possível uma continuidade presencial.” (Almeida, 2014, p. 16). Para garantir o uso desses espaços, a flexibilidade desses usos é essencial: o mesmo lugar deve ser capaz de abrigar atividades lúdicas, comerciais, eventos, situações temporárias, esporte, passagem, etc. Ou seja, o espaço público deve funcionar como um núcleo de distribui-

ção na cidade assegurando disponibilidade de espaços e liberdade de escolha. Dessa forma, a proposição é de sugestão de atividades em espaços que abriguem tal diversidade, de forma ambígua, indeterminada (referência retirada do texto de Schneider e Till, como dito anteriormente). Ou seja, configurem um sistema que ao ser integrado entre si, garante essas formas de apropriação individual, sem privá-lo da qualidade do espaço público que os usuários tanto necessitam. A flexibilidade possibilita a alteração física do espaço, garantindo a sua vivacidade. Políticas de apropriação, como o Placemaking podem ser de grande atuação nesse cenário. Tal política pauta suas ações na promoção do espaço público através da comunidade, acreditando que um bom lugar de encontro deve atender à quatro características principais: ser acessível (tanto no sentido de idade e público, quanto no de mobilidade física), ativo, confortável e sociável. Através da definição da função e triangulação de elementos chaves, a forma vem para coroar um Diagrama das quatro características de um espaço dinâmico. bom espaço público.


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referências projetuais

Andrade e Morettin, Projeto para o 20 Concurso Internacional Living Steel para Hab. Sustentável em recife, PE, 2007 De acordo com os arquitetos, além de responder às questões ambientais, foi pensado para ser inteiramente pré-fabricado e montado em um canteiro seco. Responde a questão da arquitetura “essencial”, prevendo uma construção mínima e que comporte o uso flexível das tipologias, baseados nos pisos abertos para serem apropriados, além das circulações horizontais que servem também como espaços de encontro e convívio.

Steven Holl , Apartamento em Fukuoka, Japão Apartamentos pensados para se modificarem de acordo com as necessidades de cada indivíduo com o decorrer do dia. Suas articulações se rotacionam de modo a fechar ou abrir espaços, que podem ser utilizados de maneiras diversas. De acordo com o arquiteto, o projeto considera as mudanças das famílias ao longo do tempo, como filhos, envelhecimento, necessidade de mais espaço, etc.


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Sanaa , Kitagata Apartment Building em Gifur O arquiteto utiliza o quarto como unidade modular do edifício, assim, apresenta a capacidade de abrigar diferentes grupos familiares em suas unidades. O design escolhido minimiza os desperdícios em obra. Além disso, através da standartização e do design bem pensado, o arquiteto evita a monotonia e também gera espaços ricos e possíveis de se configurarem internamente de diversas maneiras, mantendo pequenas áreas abertas por onde se mantem a ventilação cruzada.

Low2no, Concurso em Helsinky, Vencedor Arup, Sauerbruch Hutton and Experientia Projeto multiusos (habitação, comercial, serviço, lazer e sede institucional da Sintra, promotora do concurso. Através dos espaços de convívio externos e internos, cria uma gradação do público privado muito tênue e de qualidade indiscutível. Todos os seus aspectos foram pensados para garantir uma produção flexível e sustentável além de agradar os habitantes e usuários do espaço a cada esquina.


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Lundgaard & Tranberg, Tietgen Dormtory em COPENHAGEN Os dormitórios propostos para a Escola de Negócios de Copenhagen são pensados modularmente e seus volumes, criteriosamente extrudados, criam terraços e espaços de convívio externo/ interno para os moradores.

Bjarke ingels group, superkilen park em COPENHAGEN O parque traduz bem o conceito de flexibilidade ao propor zoneamentos de característica completamente diferentes e ao deixar a maioria de seus usos à interpretação do usuário. As cores e linhas pensadas de maneira clara ajudam a dar ao local o clima desejado


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Paul rudolph, the colonnade condominium em singapura Da mesma maneira que o Dormitório estudantil em Copenhagen, esse projeto de maneira limpa e consisa alia a modulação e flexibilidade da unidade com a leveza e o jogo de luz e sombras gerados pelos volumes extrudados fixos apenas pelas colunas.


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local de inserção

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O projeto se enquadra no contexto urbano de São Carlos, município brasileiro no estado de São Paulo e distante 230km de sua capital. A cidade que surgiu em 1857 devido aos grandes fluxos migratórios ao interior gerados pela expansão da cultura cafeeira é hoje também embasada na produção tecnológica (também conhecida como Capital da Tecnologia e sede de diversas empresas, dentre elas, importantes multinacionais, como a Faber Castell) e também na agropecuária. Por esse motivo, apresenta várias instituições de ensino superior e técnico, como a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), dois campi da Universidade de São Paulo (USP), Instituto Federal de São Paulo (IFSP), FATEC, o Centro Universitário Central Paulista (UNICEP) e contando por consequência com uma considerável

população flutuante composta principalmente por estudantes, mas também por professores e pesquisadores destas instituições (mais de vinte e nove mil pessoas ). A sua população total de acordo com o Censo gira em torno de 240.000 habitantes. 10 Apesar de ter evoluído tecnologicamente (pólo industrial e também a implantação de diversas instituições de ensino superior), essa evolução não é vista no setor imobiliário, apresentando um modelo tradicional de construções habitacionais que celebram a homogeneização de tipologias, principalmente as fornecidas à população flutuante vinculada às Universidades. Além disso, os condomínios fechados, tanto os de alto padrão como os de interesse social (como os do Programa Minha Casa, Minha Vida) se tornam um mo-

10 Informação retirada da página https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Carlos_(S%C3%A3o_Paulo) acessada em 28/04/2016


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delo consolidado de produção. Para a escolha do terreno, foram avaliados diversas cartografias. A primeira delas (Mapa 1), retirada da revisão do Plano Diretor de 2011 (não aprovada), apresenta a expansão da cidade ao considerar a quantidade de habitantes por metro quadrado em duas décadas.

Através desse mapa, percebemos que o atual eixo de expansão da cidade é no sentido Noroeste, acompanhando a Avenida Miguel Petroni. Através desse eixo e dessa mesma avenida, ocorre a interligação dos dois campi da Universidade de São Paulo, além do aceso à UNICEP e também dá o principal acesso dos habitantes sancarlenses à Rodovia Washington Luíz. Essa área,

mapa 2: zoneamento da macrozona urbana de são carlos. Dados retirados do plano diretor de 2005

mapa 1: Expansão de habitantes por hectare em 20 anos. Dados retirados da revisão do plano diretor de 2011

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2000

2010

Zona 1 - Ocupação induzida Zona 2 - Ocupação condicionada Zona 3 - Recuperação e Ocupação Controlada 1991e 200 2010

até 50 hab/ha até 45 hab/ha

de 50 a 100 hab/ha de 45 a 96 hab/ha

de 100 a 200 hab/ha de 96 a 410 hab/ha

Zona 5 - Proteção e Ocupação Restrita Campi Universitários


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mapa 3: fluxos e centralidades

mapa 4: equipamentos e escolas da cidade de são carlos. Dados retirados da revisão do plano di� retor de 2011

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desde o Plano Diretor de 2005 já era considera como Zona de Ocupação Induzida, como é possível observar no mapa a seguir (Mapa 2) retirado do site da Prefeitura de São Carlos. Através de leituras da cidade vista no Mapa 3, foi possível inferir que a região é também uma área de intenso fluxo de veículos, ônibus e pedestres, apesar de não possuir uma centralidade própria, sendo assim, uma região de passagem e interligação.

Equipamentos de saúde Centralidades Fluxos diários de carros, ônibus e pedestres

CEMEIS Escolas Estaduais Equipamentos culturais Equipamentos esportivos Campi Universitário

Já o Mapa 4 apresenta os equipamentos públicos presentes no município, e mostra a falta destes na proximidade do eixo de expansão. Tais equipamentos, concentrados na região do centro histórico e no eixo Norte-Sul através da Avenida São Carlos, estão distantes da região. Pela análise, percebe-se que os equipamentos presentes no local estão vinculados à educação (creche e escola estadual) e ao esporte, podendo concluir que a principal falta é de equipamentos culturais e de lazer não-esportivo.


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Fernanda Fernanda Silva Silva Moura Moura __ TGI TGI II

mapa 5 REGIÃO EQUIPAMENTOS DE SAÚDE CEMEIS ESCOLAS ESTADUAIS EQUIPAMENTOS ESPORTIVOS CAMPus UNIVERSITÁRIO FLUXOS RAIO DE 500M DO TERRENO ESCOLHIDO TERRENO ESCOLHIDO

Através de um zoom nos dois mapas ateriores, podemos entender melhor como a presença de um dos principais fluxos da cidade determinado pelas avenidas Miguel João e Miguel Petroni não necessariamente acompanha a presença de equipamentos culturais na região.

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Já na escala do bairro, a conclusão que o entorno é composto em sua maioria por edificações térreas e residenciais, com exceção do eixo definido pelas avenidas Miguel Petroni e Miguel João, onde a predominância dos usos comercial e serviço é marcada por gabarito térreo mais um pavimento.

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mapa 6 usos Residencial serviços comércio misto com habitação misto sem habitação institucional privado institucional público Área escolhida

mapa 7 gabaritos térreo térreo mais 1 pavimento térreo mais 3 ou 4 pavimentos térreo mais 10 ou mais pavimentos Área escolhida


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Fotos da área de intervenção em sua conformação original.

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projeto


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A multifuncionalidade dessa proposta projetual se encontra, além das tipologias habitacionais, também no térreo, que propõe múltiplas atividades, como comércios e serviços, além dos equipamentos esportivos e institucionais. Essas atividades possuem espaços fechados e abertos para funcionarem e garantirem que constantemente o movimento e o público se façam presentes. A dinâmica do desenho se apresenta hora na planta hora na volumetria das edificações, criando um jogo de volumes e reentrâncias na intenção da dar leveza e fluidez visual. “We must give the street a living-room quality not only for day-to-day interaction but also for more special occasions, so that both communal activities and activities of importance to the local community can take place there” (Hertzberger, 2005, p.59) apud almeida p. 88

Além disso, a indeterminação também toma seu lugar no desenho do espaço público. A intenção é garantir que um mesmo espaço possa abrigar usos distintos e assim também garantir a vivacidade e a utilização de cada área de maneira plena. Dessa maneira, a proposta da flexibilidade é possível e assegurada em cada área.


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diagramas: conceito e desenvolvimento inicial

1 Através do diagrama de cheios e va- 2 Em vermelho se encontram os imó- 3 Após a demolição, a segunda prozios da conformação original do terreno, podemos perceber que é uma inserção espaçada, cheia de interstícios e de construções de área não muito grande. Em cinza, o terreno originalmente escolhido.

veis propostos na demolição para o projeto.

posta é a abertura de uma via atravessando um dos quarteirões de forma mais alongada, interligando a parte do bairro à Avenida Miguel Petroni.


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Em contraposição ao eixo de movimento presente nas avenidas Miguel Petroni e Miguel João, a intenção do projeto é de inserir um eixo na direção contrária (bairro-bairro) tanto em gabarito quanto na implementação dos equipamentos insitucionais culturais.

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O diagrama acima portanto, exemplifica a intenção projetual de manter o centro da intervenção tanto com o gabarito mais alto, como também mais adensado, em contraposição às extremidades, ocupadas por casas e de caráter mais espaçado.

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Portanto, podemos setorizar a área de interesse em 3 regiões importantes. As casas mantém a característica do bairro e realizam a gradação entre o existente e o proposto. O institucional vem para ancorar o eixo de expansão da cidade, e o esportivo e áreas de estares para realizar a conexão da proposta com os habitantes da região e da cidade.


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Através dessa implantação e das imagens acima é possível compreender as intenções iniciais e as referências usadas para cada área do projeto a serem desenvolvidas futuramente.

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IMPLANTAÇÃO E ZOOMS

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CORTES Estacionemento subterrâneo que aproveita o desnível existente entre a rua e o esportivo. Atende à necessidade do espaço público e dos equipamentos.

corte a

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Para a praça, a densidade arbórea alta cria uma ambiência mais calma para estar e contemplação e ainda cria uma barreira sonora e visual entre a Avenida Miguel Petroni e o restante da intervenção. A continuação desse trajeto é garantida por redutores de velocidade na Avenida Miguel João.


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corte b A marquise acima do estacionamento funciona como um prolongamento da rua avançando em direção ao equipamento esportivo. A proposta é que ela abrigue diferentes eventos e encontros entre a comunidade local e os diversos habitantes do municipio,

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a b c b

c a

Os espaços ao lado de cada unidade residencial se caracteriza como terreno particular de cada morador e também como área de possível expansão da unidade. Já o passeio público entre os renques das casas é de caráter coletivo.

corte c

A modulação de 3,60m e garantindo que os blocos de 3,60 por 7,20m ou 9,0m (essa diferença de comprimento gera o jogo volumétrico na fachada principal). A existência ou não de sacada nesses volumes permitem a existencia de 4 tipos volume modular padrão que combinados formam as unidades habitacionais nos edificios.


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Os vazios criados no edifício conformam espaços de encontro entre os moradores, convívio coletivo e também contenplação da vida no térreo. Além de garantir a ventilação cruzada e uma certa continuidade visual.

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O térreo apresenta avanços em relação ao vulume do edificio que podem ser usados como terraços dos moradores e como um espaço gramado de lazer.

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5

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50 m


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Para essa etapa, o desenvolvimento das tipologias se restringiu à habitação térrea. Para esta, a escolha do módulo de 3,60m e respectivamente suas derivações (0,90m e 1,20m) foi acertada pelo fato da marioria das empresas de peças pré-fabricadas as entregarem em tamanhos compatíveis com essas medidas. Para atender aos conceitos de flexibilidade inicial e contínua, foi proposto três tipos de casa base, que futuramente podem ser expandidas respeitando o terreno e o módulo.

A UNIDADE: CASA

Para a tipologia do edificio, inicialmente foi desenvolvido apenas o estudo vulumétrico, respeitando a mesma modulação de 3,60m e garantindo que os blocos de 3,60 por 7,20m ou 9,0m (essa diferença de comprimento gera o jogo volumétrico na fachada principal). A circulação horizontal faceia as fachas oeste ou sul e os módulos de habitação e espaço de convívio são voltados para norte ou leste. A proposta de passarelas que interliguem os volumes dos edificios garante o contato visual entre os moradores em diferentes níveis e a população transeunte no térreo devido à implementação de comércios, serviços e equipamentos culturais e esportivos além de criar também um cenário característico para o miolo da intervenção e consolidando a intenção de jogar com a volumetria

unidade mínima


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unidade expandida 1

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unidade expandida 2


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unidade mínima

unidade expandida 1 casas: setores Área útil - utilizada da melhor maneira a cada usuário Núcleo de serviço e circulação vertical. Incluindo o núcleo hidráulico

unidade expandida 2

Área de expansão ou terraços


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Ensaio fotográfico 10/1: girbovan.ro/10pe1-2008/

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Diagrama dos 6 S: SCHNEIDER e TILL,2007, p. 170)

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Acessado


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