TGI II - Fernanda Moura

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espaços de viver e morar: a flexibilização como experiência alternativa fernanda silva moura



Universidade de São Paulo Instituto de Arquitetura e Urbanismo

espaços de viver e de morar: a flexibilização como experiência alternativa Comissão de Acompanhamento Permanente: Prof. Dr. David Moreno Sperling Prof. Dr. Joubert Jose Lancha Profa Dra. Lucia Zanin Shimbo Profa. Dra. Luciana Bongiovanni M. Schenk Coordenador de grupo temático: Prof. Dr. Paulo Yassuhide Fujioka Autora: Fernanda Silva Moura Trabalho de Graduação Integrado II São Carlos, 2016



Folha de Aprovação

Prof. Dra. Lúcia Zanin Shimbo IAU - USP

Avaliação

Prof. Dra. Paulo Yassuhide Fujioka IAU - USP

Avaliação

Avaliação

Conceito Final: Data:



Agradeço... Aos meus pais e irmão, que sempre apoiaram minhas decisões e me ajudaram a cada dia a ser uma pessoa melhor, À minha família que me acolhe a cada encontro e me faz lembrar valores por vezes esquecidos, Aos meus companheiros de turma, que trilharam este percurso ao meu lado, compartilhando momentos de aflição e alegria, Aos meus amigos próximos, por estarem sempre presentes, mesmo que a alguns quilômetros de distância. Sem vocês não teria sido da mesma maneira. Aos meus professores, em especial à Lucia e Fujioka por me guiarem por este trabalho e darem a atenção necessária para que essa jornada fosse de aprendizado pleno, Aos funcionários do Instituto por todo o auxílio e dedicação, E à todas as experiências que pude ter, lugares que tive o privilégio de conhecer, que fizeram de mim uma pessoa e futura Arquiteta melhor.



SUMÁRIO

Resumo

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A QUESTÃO

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INQUIETAÇÕES

Flexibilidade na Habitação

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A Proposta

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Flexibilidade no Espaço Público

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

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O LUGAR

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O PROJETO

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Considerações finais

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Outras referênicias Lista de imagens

78 81 84 85



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inquietações


RESUMO O presente projeto discute a atual produção habitacional que visa como público alvo uma família que vem se tornando ultrapassada. Hoje, vemos uma grande mudança na composição familiar e também na maneira do indivíduo se relacionar com o próximo tanto na habitação quanto na cidade. Enquanto a sociedade se altera, a produção habitacional permanece congelada, produzindo carimbos espalhados pela cidade, sem se importar com o futuro de seus moradores. A proposta deste projeto visa a produção habitacional que seja flexível, ou seja, possa se adaptar às demandas de seus moradores devido á neutralidade de seus espaços e de um pensamento racional de como posicionar a estrutura e espaços de serviço em

prol de liberar maior área possível às reorganizações dos espaços internos de cada unidade habitacional. A flexibilidade aqui proposta se estende também à esfera do espaço público, trazendo consigo o habitacional juntamente com comércio e serviços no térreo e um equipamento cultural que visa fazer a integração entre esse uso misto e os equipamentos já existentes no terreno escolhido. Dessa forma, o projeto pretende criar um espaço que seja movimentado e que integre indivíduos de diferentes grupos e realidades, trazendo riqueza ao espaço e consequentemente gerando um sentimento de pertencimento aos seus usuários para que possa se manter ao longo do tempo.

palavras-chave: habitação flexível, espaço urbano, flexibilidade, uso misto, multifuncionalidade


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“Por décadas, a dimensão humana tem sido um tópico do planejamento urbano esquecido e tratado a esmo, enquanto várias outras questões ganham mais força, como a acomodação do vertiginoso aumento do tráfego de automóveis. Além disso, as ideologias dominantes de planejamento – (...)- deram baixa prioridade ao espaço público, às áreas de pedestres e ao papel do espaço urbano como local de encontro dos moradores da cidade.” GEHL, Jan. (2010) A consolidação das cidades brasileiras ao longo dos anos tem transformado cada vez mais seus espaços em anti-cidades. À partir do grande desenvolvimento industrial, e a consequente expansão das cidades, começou a se configurar espaços de segregação pelo crescimento de bairros afastados dos centros urbanos e ausentes de infraestrutura urbana e sanitária; ou pela implantação de diversos condomínios habitacionais de alto padrão garantidos através das iniciativas privadas e da promoção de espaços fechados (au-

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tosegregados) como significância de status quo, segurança e luxo, que distanciam os moradores de espaços coletivos que garantam a vida urbana, a sociabilidade e a troca de experiência. Dessa forma, as desigualdades sociais e urbanas são cada vez mais claras, impedindo que a cidade possa se desenvolver sem impasses. A própria conformação da cidade, como foi estabelecida no Brasil, de priorização do automóvel e de iniciativas privadas, gerou a consolidação de espaços que fossem rígidos, sem fluidez visual ou de mobilidade, valendo tanto para a malha urbana e viária quanto para os edifícios em si. A maneira que as habitações e os espaços urbanos são implantados mostra como as políticas urbanas estão alheias às dinâmicas da cidade e às necessidades dos indivíduos que utilizarão estes espaços. Além disso, as formas de organização dos indivíduos que ocupam esses espaços vêm mudando. A unidade familiar, antes tida como um


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núcleo determinado de elementos como pai, mãe e filhos, viu seu “estilhaçamento” à partir do surgimento de novas formas de organização doméstica, como “famílias monoparentais, casais DINKS – Double Income, No Kids -, uniões livres – incluindo casais homossexuais-, grupos coabitando sem laços conjugais ou de parentesco entre seus membros, e uma família nuclear renovada, ainda dominante nas estatísticas, mas com um enfraquecimento da autoridade dos pais”¹ em busca de um maior espaço na sociedade e o aumento do sentimento individual em relação aos valores familiares vêm se intensificando. A redução da taxa de fecundidade , a dissociação do sexo com a premissa católica de reprodução, o aumento da expectativa de vida graças aos avanços médicos, e o consequente envelhecimento da população são dados que podem ser visualizados nos censos realizados no país. (NASCIMENTO, 2006). As configuraçõesdo morar e trabalhar foram

alteradas. O trabalho se tornou mais flexível através da inserção da tecnologia nas residências, permitindo o chamado home-office, e o “morar” é volátil, não necessariamente dependendo de uma “casa própria e uma família” para ocorrer. Através de todas essas mudanças na maneira de se organizar socialmente, o indivíduo tem se distanciado cada vez mais do coletivo, se fechando em trocas virtuais de experiência, tanto pela crença indevida de maior segurança quanto pela falta de espaços públicos que abriguem esse tipo de interação social. Tem surgido então um novo padrão: as pessoas estão vivendo cada vez mais sós. Tais espaços, geridos por órgãos administrativos que são indiferentes ao cidadão, estão esquecidos, deixados ao descaso, sub-utilizados e portanto, deixam de dar a sensação de pertencimento ao usuário, que cada vez mais se distancia e não se apropria do que é seu por direito. Além disso,

1 Presente em TRAMONTANO, M. Habitação, Metrópoles e modos de vida. Por uma reflexão sobre o espaço doméstico contemporâneo. 1997. P. 2


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a falta de sentimento de pertencimento tem ocorrido também no âmbito da unidade individual de moradia. Novas conformações familiares são esquecidas e ignoradas na maioria dos empreendimentos habitacionais, sejam eles públicos ou privados. A produção, pautada em um conjunto familiar padrão e utópico de quatro integrantes (pai, mãe e dois filhos), deixa a desejar quando precisa abrigar também as novas conformações familiares e os novos grupos que coexistem dentro de um mesmo espaço. O indivíduo contemporâneo anseia por espaços que entendam seu novo perfil: um ser mais independente em relação aos espaços que utiliza, mas ainda carente de aceitação e de um coletivo social e urbano que o faça se sentir pertencente.



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a questão


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Como disparador de um interesse na questão anterior, o ensaio realizado em Bucareste pelo fotógrafo romeno Bogdan Gîrbovan, intitulado 10/1 em um conjunto habitacional projetado para ser idêntico em planta de seus edifícios, traz questões contemporâneas sobre a forma em que se lida com a habitação e a qualidade de vida dos indivíduos. As fotografias mostram como é possível habitar espaços iguais de maneiras tão distintas. Mas também mostra como são fornecidos espaços padronizados a indivíduos tão díspares. Esse ensaio permite trabalhar com a problemática de como gerar lugares que atendam às constantes mudanças sociais e também aos diferentes indivíduos que os habitam e/ou utilizam. O espaço público representa a condição para a realização de vida urbana, dá a capacidade de criação da identidade individual, sendo assim local de encontro, manifestações sociais, culturais, políticas, onde

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ocorrem as trocas, conhecimentos, desenvolvimento pessoal e aprendizado. Apresenta o caráter integrador no contexto da cidade e deve acolher funções variadas de modo a atender à diversidade social. Deve então se configurar como elemento qualificador da coletividade, através de elementos materiais e imateriais. (Francisco apud Almeida, 2014) Além disso, é visto que os espaços coletivos estão se tornando escassos nas cidades brasileiras, sendo substituídos por espaços particulares pautados no pagamento versus utilização de seus estabelecimentos. Os espaços públicos existentes não são bem conservados e a vida se torna cada vez mais individualizada, sem contatos externos e sem interações sociais substanciais na cidade. Ao mesmo tempo em que a coletividade virtual aumenta (como dito anteriormente) a coletividade física diminui. De acordo com Tramontano (1998), o habitante da metrópole atual é “um indivíduo

que vive, principalmente, sozinho, que se agrupa eventualmente em formatos familiares diversos, que se comunica à distância com as redes às quais pertences que trabalha em casa, mas exige equipamentos públicos para o encontro com o outro, que busca sua identidade através do contato com a informação.” ² A sociedade se encontra em um período caracterizado pelas formas temporárias da maneira de habitar e pela complexidade, diversidade e transitoriedade das mesmas. A falta de interação e coexistência diversa na cidade, pautada pela preferência e surgimento dos espaços particulares e protegidos (condomínios fechados e shoppings centers) trouxe o esvaziamento do espaço público propriamente dito, diminuindo o encontro e a sociabilidade. Tal esvaziamento gera insegurança, que consequentemente traz mais abandono do espaço público, configurando um ciclo-vicioso. Para impedir que esse ciclo continue,

Trecho retirado do texto Habitações, metrópoles e modos de vida: por uma reflexão sobre a habitação contemporânea, 1998. p. 8.


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deve-se pensar em metodologias que tragam a vida e o movimento a esses lugares. A presença diversa de pessoas e grupos na sociedade gera a necessidade de coexistência dos mesmos em um espaço destinado a todos, ou seja, o espaço público. Para a autora, a coexistência dos usos comerciais, residenciais e também os espaços que abriguem equipamentos públicos amarram consigo o potencial da coexistência e interação “sobretudo se essas funções forem destinadas a clientes distintos, com tempos diferentes de frequência, de forma que seja possível uma continuidade presencial.” (Almeida, 2014, p.16) Enquanto vemos a crescente segregação espacial dos territórios urbanos, e o aumento de condomínios fechados que fogem do que é a cidade e todas as suas trocas referentes aos encontros de diferentes públicos, classes e usos, vemos também o inverso ocorrendo: tais condomínios, conhecidos por unir pessoas de um mesmo grupo para viver em espaços seguros e que garantam todos os ti-

pos de lazer e serviços necessários ao desenvolvimento diário de cada usuário (os chamados condomínios-clube), estão inserindo aos poucos elementos da cidade de que antes fugiam, como é o caso dos condomínios em São Paulo que realizam feiras livres entre seus muros, com feirantes de todos os tipos de serviços. O que é cidade aos poucos consegue penetrar em espaços antes fechados, murados. A necessidade das trocas interpessoais, da coletividade e das interações como ocorrem na cidade propriamente dita estão falando mais alto para os moradores desses espaços. Para garantir que a cidade possa oferecer tais espaços que compreendam as novas formas de morar e de conformações domésticas, é preciso pensar de maneira a abranger os diferentes grupos que coexistem dentro do mesmo território urbano. São grupos distintos de ideologias, atividades, integrantes, necessidades. E a interação entre eles deve ocorrer para que a utilização da cidade seja plena.


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Neste caso, um termo é muito importante: a Flexibilidade, que nada mais é uma característica do que é flexível. De acordo com o Dicionário Houaiss, um dos significados de flexível é “capaz de adaptar-se”. Inserido à questão, esse termo nada mais é do que pensar espaços que sejam capazes de atender diferentes demandas a diferentes horas do dia. São espaços que se adaptam às diversas situações e usuários que uma cidade pode oferecer. O mesmo lugar deve ser capaz de abrigar atividades lúdicas, comerciais, eventos, atividades temporárias, esporte, passagem, etc. No caso da habitação, cada unidade deve atender às diferentes conformações domésticas e atender às mudanças que ocorrem ao longo dos anos dentro de cada grupo através de ambientes neutros que possam ser apropriados de acordo com necessidades diferentes. A flexibilidade é garantida por duas maneiras: flexibilidade e adaptabilidade. A primeira é alcançada pela possibilidade de alteração do espaço físico e garantir diferentes configura-

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ções espaciais, e portanto é pautada na forma e na técnica; enquanto a segunda é assegurar a capacidade do espaço de abrigar diferentes usos sociais e é atingida pela neutralidade deles, que devem ser pensados cautelosamente em função da circulação, acessos e organização. (SCHNEIDER e TILL, 2007). Pode ser classificada em inicial e contínua. A inicial é a possibilidade de fornecer ao usuário diferentes configurações tipológicas no momento da concepção (pré-ocupação) do projeto. Então ele poderá escolher a variação que melhor se encaixa em seu perfil. Já a contínua é a garantia de alteração após a ocupação ao permitir que o usuário faça adaptações no espaço durante a vida útil da habitação. (GALFERTTI, 1997 apud BRANDÃO e HEINECK, 2007).


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FLEXIBILIDADE NO ESPAÇO PÚBLICO A flexibilidade do espaço público, como dito anteriormente, consiste em planejar um espaço que seja capaz de abrigar diferentes usos ao longo do dia e assim, abrigar os grupos urbanos distintos e gerar a movimentação que o espaço precisa. Quanto mais pessoas utilizando e coexistindo ao longo dos dias, mais seguro este espaço se mostrará e portanto, atrairá ainda mais pessoas. Como Jacobs (1961) disse em seu livro Morte e Vida de Grandes Cidades, a diversidade gera mais diversidade. O espaço público deve funcionar como um núcleo de distribuição na cidade assegurando disponibilidade de espaços e liberdade de escolha. Dessa forma, a proposição é de sugestão de atividades em espaços que abriguem tal diversidade, de forma ambígua, indeterminada (SCHINEIDER e TILL). Ou seja, configurem um sistema que ao ser integrado entre si, garante essas formas de apropriação individual, sem privá-lo da qualidade do espaço público que os usuários tanto necessitam. A flexibili-

dade possibilita a alteração física do espaço, garantindo a sua vivacidade. Políticas de apropriação, como o Placemaking podem ser de grande atuação nesse cenário. Tal política pauta suas ações na promoção do espaço público através da comunidade, acreditando que um bom lugar de encontro deve atender a quatro características principais: ser acessível (tanto no sentido de idade e público, quanto no de mobilidade física), ativo, confortável e sociável. Através da definição da função e triangulação de elementos chaves, a forma vem para coroar um espaço dinâmico. Outro exemplo é o Projeto Centro Aberto, no centro da cidade de São Paulo. O projeto articula diferentes políticas públicas com o intuito de, através do contato com a população local e usuários dos espaços escolhidos, promover a ativação do espaço público pela renovação de seus usos, garantindo espaços que abriguem diversas atividades e convirjam diferentes públicos. Assim, através de

Diagrama das quatro características de um bom espaço público.


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uma cartilha simples de usos e prioridades, e de mobiliários fixos flexíveis ou móveis (como cadeiras de praia), conseguem trazer um maior movimento e utilização dos locais escolhidos para serem projetos pilotos. ³ Quando as pessoas que utilizam tal espaço se sentem responsáveis pelo mesmo, a chance do desenvolvimento do ambiente é muito maior, pois a comunidade tratará de contribuir positivamente para a manutenção do espaço para que as trocas e os encontros possam ocorrer (Hertzberger, 1999). Além disso, esse sentimento de responsabilidade gera o espírito de vigilância, os chamados “olhos na rua”, termo cunhado por Jacobs em 1961, o que torna o espaço também mais seguro, e consequentemente, mais frequentado e mais vivo.

Projeto Centro Aberto - Intervenção no Largo São Francisco

De acordo com Almeida (2014), a vivacidade urbana ao se implantar um projeto pode ser garantida através do

3 A cartilha do Centro Aberto está disponível em http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/rede-de-espacos-publicos/centro-aberto/, acessado em 21/09/2016


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uso do térreo como serviço, espaços de trabalho ou comércio e os andares restantes como habitação, garantindo uma gradação suave entre o público e o privado na escala do edifício. Ou seja, a associação de atividades necessárias aos moradores e algumas necessárias aos integrantes da cidade, além da oferta de diferentes tipologias habitacionais que garantem o abrigo de gerações asseguram que o espaço seja ativado de maneira positiva, esteja constantemente movimentado e também gera a transição entre a esfera do privado (habitação) e do público (os espaços de convívio coletivo). O uso misto dos edifícios já foi realizado com sucesso em vários casos brasileiros e internacionais. No Brasil, exemplos como o Edifício Copan, projetado por Niemeyer em 1966, o Conjunto Nacional na Avenida Paulista, projeto de David Liberskind em 1956, ou até mesmo os edifícios-galerias, como é o caso da Galeria Califórnia (projeto de Niemeyer e Carlos Lemos em 1951). Ainda, alguns empreendimentos habitacionais como

as CoHabs utilizam-se do uso misto para suprir as demandas dos moradores, como é o caso das unidades no Alto da Lapa e Vila Mariana, em São Paulo. Os exemplos internacionais são vários, mas cito a grande maioria dos projetos do escritório holandês MVRDV, em especial o projeto Silodam (1995 – 2003), projeto localizado em Amsterdam que abriga usos diversos como espaços de convívio, equipamentos de atividades para os moradores e até mesmo uma marina para uso pessoal e abastecimento dos comércios e serviços em seu interior.

Projeto Silodam - MVRDV

Conjunto Nacional - Libeskind. Edifício Copan - Niemeyer


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Já exemplos de oferta de diferentes tipologias, podemos citar edifícios como o Gallaratese de Aldo Rossi de 1969, ou o conjunto Barbican em Londres, projeto de Chamberlin, Powell e Bon em 1982 onde para cada torre de habitação existe mais de uma variação e tipologia disponível ou até mesmo a construção das New Towns inglesas, construídas no pós 2ª Guerra Mundial para suprir a demanda de moradias, construindo cidades inteiras que ofereciam diferentes tipologias tanto no âmbito da unidade como também como na forma das edificações (possuía torres, lâminas, casas térreas, etc.). Os exemplos do holandês Van Tijen são ainda mais caros a esse projeto, pois além de dispor diferentes tipologias, utiliza-se da construção em layers (veja no item flexibilidade na habitação) através da utilização da estrutura metálica e de painéis de vedação pré-fabricados para realizar a separação dos ambientes internos. Todos esses exemplos mostram que é possível uma habitação coletiva possuir tipologias distintas para abrigar públicos diferentes.

“A componente cultural é com frequência associada à multifuncionalidade (...). O edifício configura-se como um prolongamento da própria rua que se torna cultural à medida que penetra o interior; constitui-se um percurso pelos consecutivos espaços culturais, tais como biblioteca, salas de leitura, salas de música, ateliers, áreas de estudo, espaços expositivos, auditório, cafeteria e livraria.” (Almeida, 2014)

Conjunto Gallaratese - Aldo Rossi Conjunto Barbican - Chamberlin, Powell e Bon Bergpolderflat - Williem van Tijen

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FLEXIBILIDADE NA HABITAÇÃO Vivemos em uma época em que mudanças se tornaram cada vez mais frequentes e mais fáceis de serem incluídas na vida dos indivíduos; sejam elas de hábitos, gostos ou rotinas. A época de intensa atuação da globalização e da virtualização das mídias, comunicações e informações nos permite esse desdobramento. O convívio coletivo aumentou exponencialmente de maneira virtual e, portanto, o contato com culturas, pessoas, notícias, lugares e informações que antes estavam distantes, aumentou. Esse maior contato com o mundo trouxe transformações na maneira de viver de sociedades espalhadas pelas principais metrópoles. Os hábitos estão se alterando, influenciando também as culturas locais em favor de uma comunicação de massa (TRAMONTANO, 1998). Desse modo, se o costume de ainda se viver em modelos tradicionais de habitação é presente nessas sociedades influentes, como o modelo burguês do século XIX, o tal será re-

plicado em outros locais. O modelo burguês de habitação do século XIX consiste na setorização da habitação em espaços íntimos, sociais e de serviço. Este último, marginalizado, se encontra muitas vezes escondido nos fundos do espaço residencial. Essa maneira de habitar garante espaços divididos, setorizados e dá a cada pequeno cômodo, uma função restrita, como o exemplo da sala de jantar, separada da sala de estar, e também da sala de televisão. No Brasil, esse modelo ainda é bem visto pela sociedade, que considera a proporcionalidade direta entre a quantidade de repartições e funções determinadas a cada espaço de uma casa com o status e luxo. Por esse motivo, e também pela maneira tradicional de se construir (pautada em mão-de-obra não especializada, em que o trabalhador recebe os conhecimentos de canteiro de obra como uma herança familiar) e no pensamento simplista de que o mais adequado à

habitação são as divisórias maciças, como o tijolo cerâmico, amplamente conhecido pela mão-de-obra disponível, novas tecnologias e tipos de divisórias são logo descartados. Tal associação se deve ao fato de que uma parcela da sociedade brasileira provavelmente ainda associa de maneira pejorativa as vedações leves (pré-fabricadas) às divisórias de madeira e tapumes usados em habitação de classes sociais baixas como ocorria nos cortiços e aglomerados familiares operariados do século passado. Ademais, o alto custo dos materiais industrializados e consequentemente dos pré-fabricados na construção civil logo no começo de sua disponibilização ao mercado, consolidou uma maneira de pensamento contra esse tipo de material na produção habitacional (TRAMONTANO, 1993) Assim, a pauta da flexibilização é extremamente importante no contexto brasileiro. O método atual de produção habitacional, além de não atender às demandas de uma população em mudança constante e acelerada,


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gera muito desperdício de material em obra, além de não permitir mudanças e alterações sem envolver custos adicionais com reformas, novos materiais, mão-de-obra, etc. Além disso, os sistemas construtivos atuais fornecem pouca ou nenhuma possibilidade de reorganização do espaço habitado. Dessa maneira, as edificações habitacionais estão se tornando obsoletas de forma rápida mantendo o mercado imobiliário aquecido, pois em curtos períodos de tempo, as famílias necessitam se mudar para satisfazer suas necessidades voláteis de espaço.

Diagrama dos seis S’s de Stewart Brand, 1995 (retirado de SCHNEIDER e TILL,2007, p. 170)

A solução é pensar de maneira flexível o que hoje é realizado de forma rígida e sem possibilidade de alterações. De acordo com Schneider e Till (2007), o desafio não é somente responder a essas pressões imediatas (as constantes mudanças demográficas e sociais), mas, aceitar a incerteza do que pode ocorrer no futuro nesses aspectos e planejar edifícios e espaços públicos, e consequentemente uma cidade, que consiga se adaptar à essas mudan-


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ças. Para esses autores, a casa deve ser flexível para o indivíduo, que consequentemente envelhece e se torna menos hábil, e também responder às mudanças nas constituições familiares, que demandam mais ou menos espaço. Ao se pensar uma habitação que atenda esses dois aspectos, e que portanto tenha uma vida útil prolongada em relação à casa tradicional, o custo benefício em se investir em elementos que permitam essa flexibilidade não virá de maneira imediata, mas sim, futuramente, quando esses usuários não necessitarem se mudar para resolver seus problemas. Tanto a flexibilidade quanto a adaptabilidade podem ser pensadas através de alguns princípios construtivos como projetar considerando diferentes camadas (layers). Dessa forma, ocorre a dissociação entre estrutura, vedação, núcleo de serviços (circulação vertical, núcleos hidráulicos e elétricos), espaço interno, mobília, e 4

assim, garante a separação dos elementos de acordo com o seu ciclo de vida (ver diagrama a seguir). Dessa maneira, o projeto alcança uma maior vida útil, pois suas camadas podem ser substituídas de acordo com o tempo necessário para que alcancem seu limite de utilização, sem transtornos ou alterações massivas no projeto. Para Brand (apud Almeida , 2014) um bom edifício deve possuir um espaço amplo, de estrutura simples e reticulada, com boa orientação solar, de modo a garantir qualidade e apropriação, além da modificação de seus usos. A permanência e a adaptabilidade funcional são garantidas frequentemente pelo caráter público do edifício, pela ideia de uma cidade compacta que abrange os usos habitacional e público como equipamentos culturais, comércios e serviços. Outra maneira de garantir a flexibilidade, já na escala da unidade, é projetar pensando em espaços neutros, e também em certa medida, pen-

sando em uma planta livre que pode ser posteriormente compartimentada e de acordo com a necessidade do usuário através de divisórias leves internas, portas amplas, vedações de fácil montagem/desmontagem, que além de garantir uma boa circulação, acessos, posicionamento de janelas e portas, permitem diferentes apropriações do espaço. A interpretação final da unidade é deixada ao usuário. Como Koolhaas (apud ALMEIDA, 2014) ponderou, “não é a antecipação exaustiva de todas as modificações possíveis. Muitas alterações são imprevisíveis (...). A flexibilidade é a criação de uma capacidade de ampla margem que permite diferentes e mesmo opostas interpretações e usos”. É então dedutível que a flexibilidade deve ser garantida pela diversidade de usos e apropriações possíveis, induzidas pelas características que o espaço fornece e também pelo desejo individual dos usuários. 4

Em ALMEIDA, 2014. Espaço público: flexibilidade e apropriação. Intervenção no convento de Santo Antônio dos Capuchos. p. 19


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PROPOSTA Após o entendimento da conformação atual brasileira dos espaços públicos e das habitações e a compreensão de como esses espaços são gerados através da busca de lucros pelos órgãos gestores responsáveis, a proposta deste projeto é a de fornecer espaços que reforcem dinâmicas urbanas, através da diversidade, do encontro, da utilização do espaço público e da sensação de pertencimento por parte dos usuários. Esses espaços devem ser dignos de seus moradores, oferecendo acesso a equipamentos e serviços que são essenciais ao desenvolvimento pessoal, social, econômico e cultural de cada indivíduo. Além disso, devem garantir uma infraestrutura urbana consolidada, tanto para questões de saneamento quanto transporte, acesso aos meios de sobrevivência, equipamentos básicos (saúde, cultura, educação) e lazer. O projeto visa nortear as questões de flexibilidade e diversidade nas três camadas vigentes na cidade: no espaço público, no conjunto edificado e na unidade habitacional. Através

destas questões, busca reforçar e intensificar a vivacidade urbana no local. Para este fim, o projeto de edifícios de uso misto (que abriguem habitação, comércio e serviço, além de espaços de convívio e encontro dos moradores) e espaços que sirvam de apoio para os equipamentos urbanos existentes e também para os que serão propostos, garantirá a atração de diferentes públicos de diversas camadas sociais. Para a questão da unidade habitacional, o projeto visa garantir o conceito de flexibilidade inicial através do fornecimento de diferentes tipologias e também agregar o caráter de indeterminação na planta baixa, ou seja, apenas os núcleos de serviço serão fixos por questões estruturais e de manutenção, mantendo a planta o mais livre possível e assim garantindo ao usuário se apropriar do espaço da maneira que melhor lhe convém, dando a cada espaço neutro, uma função. A inserção de um equipamento cultural coroa a proposta de multifuncionalidade do projeto trazendo espaços de interação e aprendizado para pú-

blicos diversos, através de espaços para aprendizado e até mesmo apresentações.



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ReferĂŞncias projetuais


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Andrade e Morettin, Projeto para o 20 Concurso Internacional Living Steel para Habitação Sustentável em Recife, PE, 2007

De acordo com os arquitetos, além de responder às questões ambientais, foi pensado para ser inteiramente pré-fabricado e montado em um canteiro seco. Responde a questão da arquitetura “essencial”, prevendo uma construção mínima e que comporte o uso flexível das tipologias, baseados nos pisos abertos para serem apropriados, além das circulações horizontais que servem também como espaços de encontro e convívio.

Steven Holl , Apartamento em Fukuoka, Japão Apartamentos pensados para se modificarem de acordo com as necessidades de cada indivíduo com o decorrer do dia. Suas articulações se rotacionam de modo a fechar ou abrir espaços, que podem ser utilizados de maneiras diversas. De acordo com o arquiteto, o projeto considera as mudanças das famílias ao longo do tempo, como filhos, envelhecimento, necessidade de mais espaço, etc.


Espaços de viver e morar: a Flexibilidade como experiência alternativa Sanaa , Kitagata Apartment Building em Gifur, Japão.

O arquiteto utiliza o quarto como unidade modular do edifício, assim, apresenta a capacidade de abrigar diferentes grupos familiares em suas unidades. O design escolhido minimiza os desperdícios em obra. Além disso, através da standartização e do design bem pensado, o arquiteto evita a monotonia e também gera espaços ricos e possíveis de se configurarem internamente de diversas maneiras, mantendo pequenas áreas abertas por onde se mantem a ventilação cruzada.

Low2no, Concurso em Helsinky, Vencedor Arup, Sauerbruch Hutton and Experientia. Helsinki, Finlândia Projeto multiusos (habitação, comercial, serviço, lazer e sede institucional da Sintra, promotora do concurso. Através dos espaços de convívio externos e internos, cria uma gradação do público privado muito tênue e de qualidade indiscutível. Todos os seus aspectos foram pensados para garantir uma produção flexível e sustentável além de agradar os habitantes e usuários do espaço a cada esquina.

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Lundgaard & Tranberg, Tietgen Dormtory em Copenhagen

Bjarke Ingels Group, Superkilen Park em Copenhage

Paul Rudolph, The Colonnade Condominium em Singapura

Os dormitórios propostos para a Escola de Negócios de Copenhagen são pensados modularmente e seus volumes, criteriosamente extrudados, criam terraços e espaços de convívio externo/ interno para os moradores.

O parque traduz bem o conceito de flexibilidade ao propor zoneamentos de característica completamente diferentes e ao deixar a maioria de seus usos à interpretação do usuário. As cores e linhas pensadas de maneira clara ajudam a dar ao local o clima desejado

Da mesma maneira que o Dormitório estudantil em Copenhagen, esse projeto de maneira limpa e consisa alia a modulação e flexibilidade da unidade com a leveza e o jogo de luz e sombras gerados pelos volumes extrudados fixos apenas pelas colunas.


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Andrade e Morettin, Edifício Box 298, São Paulo

Estúdio MRGB, Apartamento GL, 2012, Brasília Referência para intefração dos espaços através de portas ou de vedações leves.

Esse projeto foi usado como referência de materialidade, pelo uso da chapa metálica perfurada na fachada como elemento de ventilação permanente e também de permeabilidade visual parcial.

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o Lugar


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O projeto se enquadra no contexto urbano de São Carlos, município brasileiro no Estado de São Paulo e distante 230km de sua capital. A cidade que surgiu em 1857 devido aos grandes fluxos migratórios ao interior gerados pela expansão da cultura cafeeira é hoje também embasada na produção tecnológica (também conhecida como Capital da Tecnologia e sede de diversas empresas, dentre elas, importantes multinacionais, como a Faber Castell) e também na agropecuária. Por esse motivo, apresenta várias instituições de ensino superior e técnico, como a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), dois campi da Universidade de São Paulo (USP), Instituto Federal de São Paulo (IFSP), FATEC, o Centro Universitário Central Paulista (UNICEP) e contando por consequência com uma considerável população flutuante composta principalmente por estudantes, mas também por professores e pesquisadores destas instituições (mais de vinte e nove mil pessoas ).

5

A sua população total de acordo com o Censo gira em torno de 240.000 habitantes. 5 Apesar de ter evoluído tecnologicamente (pólo industrial e devido à implantação de diversas instituições de ensino superior), essa evolução não é vista no setor imobiliário, apresentando um modelo tradicional de construções habitacionais que celebram a homogeneização de tipologias, principalmente as fornecidas à população flutuante vinculada às Universidades. Além disso, os condomínios fechados, tanto os de alto padrão como os de interesse social (como os do Programa Minha Casa, Minha Vida) se tornam um modelo consolidado de produção. Para a escolha do terreno, foram avaliadas diversas cartografias. A primeira delas (Mapa 1), retirada da revisão do Plano Diretor de 2011 (não aprovada), apresenta a expansão da cidade ao considerar a quantidade

Informação retirada da página https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Carlos_(S%C3%A3o_Paulo) acessada em 28/04/2016


Espaços de viver e morar: a Flexibilidade como experiência alternativa

de habitantes por metro quadrado em duas décadas. Através desse mapa, percebemos que o atual eixo de expansão da cidade é no sentido Noroeste, acompanhando a Avenida Miguel Petroni. Através desse eixo e

dessa mesma avenida, ocorre a interligação dos dois campi da Universidade de São Paulo, além do acesso à UNICEP e também dá o principal acesso dos habitantes sancarlenses à Rodovia Washington Luíz. Essa

39

área, desde o Plano Diretor de 2005 já era considerada como Zona de Ocupação Induzida, como é possível observar no mapa a seguir (Mapa 2) retirado do site da Prefeitura de São Carlos. MAPA 2: ZONEAMENTO DA MACROZONA URBANA DE SÃO CARLOS. Dados retirados do plano diretor de 2005

MAPA 1: EXPANSÃO DE HABITANTES POR HECTARE. Dados retirados da revisão do plano diretor de 2011

1991

2000

2010

Zona 1 - Ocupação induzida Zona 2 - Ocupação condicionada Zona 3 - Recuperação e Ocupação Controlada 1991e 2000 2010

até 50 hab/ha até 45 hab/ha

de 50 a 100 hab/ha de 45 a 96 hab/ha

de 100 a 200 hab/ha de 96 a 410 hab/ha

Zona 5 - Proteção e Ocupação Restrita Campi Universitários


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Fernanda Silva Moura _ Trabalho de Graduação Integrado II

Através de leituras da cidade vista no Mapa 3, foi possível inferir que a região é também uma área de intenso fluxo de veículos, ônibus e pedestres, apesar de não possuir uma centralidade própria, sendo assim, uma região de passagem e interligação.

MAPA 3 - FLUXOS E CENTRALIDADES

Já o Mapa 4 apresenta os equipamentos públicos presentes no município, e mostra a falta destes na proximidade do eixo de expansão. Tais equipamentos, concentrados na região do centro histórico e no eixo Norte-Sul através da Avenida São Carlos, estão distantes da região. Pela análise, percebe-se que os equipamentos presentes no local estão vinculados à educação (creche e escola estadual) e ao esporte, podendo concluir que a principal falta é de equipamentos culturais e de lazer não-esportivo.

MAPA 4: EQUIPAMENTOS. Dados retirados da revisão do plano diretor de 2011

Equipamentos de saúde Centralidades Fluxos diários de carros, ônibus e pedestres

CEMEIS Escolas Estaduais Equipamentos culturais Equipamentos esportivos Campi Universitário


Espaços de viver e morar: a Flexibilidade como experiência alternativa

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MAPA 5: REGIÃO Equipamentos de Saúde CEMEIS Escolas estaduais Equipamentos esportivos CAMPus Universitário Principais fluxos Raio de 500 m Terreno escolhido

Através de um zoom nos dois mapas ateriores, podemos entender melhor como a presença de um dos principais fluxos da cidade determinado pelas avenidas Miguel João e Miguel Petroni não necessariamente acompanha a presença de equipamentos culturais na região.

100

200

500

1000m


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Fernanda Silva Moura _ Trabalho de Graduação Integrado II

Já na escala do bairro, a conclusão que o entorno é composto em sua maioria por edificações térreas e residenciais, com exceção do eixo definido pelas avenidas Miguel Petroni e Miguel João, onde a predominância dos usos comercial e serviço é marcada por gabarito térreo mais um pavimento.

Mapa 6


MAPA 6 : USOS Residencial Serviços Comércio Misto com habitação Misto sem habitação Institucional privado Institucional público Área escolhida

MAPA 7: GABARITOS Térreo Térreo mais 1 pavimento Térreo mais 3 ou 4 pavimentos Térreo mais 10 ou mais pavimentos Área escolhida

Mapa 7


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Fernanda Silva Moura _ Trabalho de Graduação Integrado II

Concluindo, a escolha do local garante que o projeto seja inserido em um contexto já existente da cidade, aproveitando toda a infra estrutura já realizada no local. Dessa maneira o projeto pode fornecer plena possiblidade de desenvolvimento social, cultural e econômico de seus usuários,

Fotos da área de intervenção em sua conformação original.

1

6

garantindo fácil acesso a espaços de interesse dos mesmos, como trabalho, escolha, lazer, unidades de saúde, etc. A existência de equipamentos no local, como um ginásio, creche, uma pista de skate, quadra de futebol e

2

7


Espaços de viver e morar: a Flexibilidade como experiência alternativa

também uma praça, mostram que apesar de todo o potencial, o local é mal utilizado, se encontrando constantemente vazio.

45

densa e diversa através da dinâmica urbana já consolidada, através da oferta de diversas tipologias habitacionais e usos.

A intenção do projeto é, aproveitando esses equipamentos existentes, assegurando uma inserção urbana

3

8

4

9

5

10



05

o projeto


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Fernanda Silva Moura _ Trabalho de Graduação Integrado II


Espaços de viver e morar: a Flexibilidade como experiência alternativa

Após a análise urbana da região permitiu entender melhor o contexto do funcionamento da área de inserção do projeto. O principal fluxo de pessoas ocorre durante o período comercial, devido ao fato da concentração de comércios voltados para a Avenida Miguel Petroni. Assim que os comércios fecham, a região se acalma e se torna desabitada. Pela avaliação da questão, a inserção de um projeto de uso misto vem resolver esse aspecto da urbanidade local de maneira simples: o movimento dos espaços de comércio e serviço traz consigo a maneira já existente de interação com o espaço naquela região e a inserção de espaços de lazer e equipamentos culturais traz de volta o movimento às ruas e a sensação de pertencimento, ou seja, o desejo de zelar pelos novos espaços. Além disso, a proposta do projeto é criar uma conexão adequada com os equipamentos já existentes através de novos edifícios e usos dados ao local, e assim, costurar o novo com o antigo e engrenar um sistema de funcionamento que possa garantir o uso mais

49

intenso ao local em diferentes horas do dia. Através da setorização da área escolhida, é possível identificar duas abordagens principais: uma quadra em que reforço uma situação já existente ao longo da Avenida Miguel Petroni, cheia de comércios e serviços de todos os tipos e, portanto especifico térreos preenchidos por fachadas ativas, e em contraponto a esta quadra, áreas onde o térreo permanece livre para que ocorra o encontro dos moradores com a cidade e também intermediam o bairro, claramente residencial, ao eixo de movimento presente na Avenida. Para criar edifícios que se adequem ao contexto local, o gabarito não ultrapassa térreo mais quatro andares habitados e uma cobertura que funciona também como espaços de encontro aos moradores em altura. Aproveitando a disposição dos lotes escolhidos, a forma alongada, em lâmina se mostrou a mais eficiente para abrigar as habitações e também permitir percursos agradáveis no nível


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1

Fernanda Silva Moura _ Trabalho de Graduação Integrado II

Através do diagrama de cheios e vazios da conformação original do terreno, podemos perceber que é uma inserção espaçada, cheia de interstícios e de construções de área não muito grande. Em cinza, o terreno escolhido para a implantação do projeto.

2

Em vermelho se encontram os imóveis propostos na demolição para o projeto, que podem ser reabsorvidos pelas fachadas ativas no térreo propostas para este trabalho.

3

Após a demolição, a segunda proposta é a abertura de uma via atravessando um dos quarteirões, que possui forma mais alongada, interligando a parte do bairro à Avenida Miguel Petroni.


Espaços de viver e morar: a Flexibilidade como experiência alternativa

6 4

Em contraposição ao eixo de mo- vimento presente nas avenidas Miguel Petroni e Miguel João, a intenção do projeto é de inserir um eixo na direção contrária (bairro-bairro) na implementação dos equipamentos insitucionais culturais.

5

O diagrama acima portanto, exemplifica a intenção projetual de manter o centro da intervenção mais movimentado, devido à implementação de um equipamento cultural.

51

Portanto, a proposta de ocupação da área se setoriza da seguinte maneira. A região mais adentro do bairro é ocupada por edificios habitacionais com térreo livre, usado como espaços de lazer e encontro para os moradores.O institucional vem para ancorar o eixo de expansão da cidade e trazer mais atividades para a região, e o esportivo e áreas de estares para realizar a conexão da proposta com os habitantes da região e da cidade. A quadra que se encontra entre as avenidas de principal fluxo é caracterizada pelo uso misto, com térreo preenchido de comércios e serviços e habitação nos andares. E por fim, a praça arborizada, que contrapõe a realidade atual de uma praça árida e sem muita utilização.


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A B

B

A

Implantação

10

50

100m


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A cobertura do edifício é também um espaço de lazer e estar.

Espaço de lazer descoberto, integrado aos térreos sob pilotis

Os volumes de serviço ganham destaque em altura e estruturam a cobertura em grelha metálica do equipamento cultural

Os avanços do térreo nesta quadra criam um percurso agradável ao usuário.

Este largo criado bem no centro da área de principal movimento do projeto conecta os dois volumes do equipamento cultural.

5

10

30m

Corte A


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A B

B

A

Planta do térreo

10

50

100m


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Calçada pública no interior da quadra, garantindo o fluxo dos usuários das fachadas ativas e também dos moradores. Cerca de 1 vaga e meia por unidade habitacional em cada quadra.

5

10

30m

Corte B


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5

4

3

1

TIPOLOGIAS 2

T1 T2 - A e B T3 - A, B e C T4 T5 Comércio e serviço Cultural ESPORTIVO


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1

2

3

4

5

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do térreo para os usuários e também em níveis mais altos para os moradores, servindo como verdadeiros espaços de encontro suspensos. Ao nível das tipologias, como já foi dito, a intenção do projeto é fornecer uma gama de unidades habitacionais para suprir a demanda existente de diferentes públicos-alvo. Para tanto, a escolha de um projeto pautado em estrutura metálica permite que as vedações sejam leves e não estruturais. Além disso, esse tipo de construção garante um canteiro de obras seco, sem desperdícios de material por ser pré-fabricado e somente montado em obra. Dessa forma, o período de construção encurta exponencialmente. A estrutura metálica está posicionada em um eixo de 7,2m por 7,2m, o que garante que os painéis de vedação possam ser encomendados em um tamanho padrão de mercado, reduzindo custos. Os painéis principais são de 120 cm e os das extremidades das plantas são compostos de meio módulo, ou seja, 60 cm. Tais painéis


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T1 = 26,2 m² T5 = 113 m² + 6.3 m²

T2 A = 46.3 m² + 6.3 m² T2 B = 39.9 m² + 6.3 m²

1.2

3.6

7.2m

T1 -13 unidades - 13 - 26 pessoas T2 - 33 unidades - 33 a 66 pessoas T3 - 15 unidades- 30 a 60 pessoas T4- 11 unidades - 33 a 66 pessoas T5 - 3 unidades - 12 a 24 pessoas T3 A = 72 m² + 6.3 m²

T4 A = 80.5 m² + 12.6 m²

T3 B = 66 m² + 6.3 m²

T3 B = 93.5 m² + 6.3 m²

T3 C = 66.5 m² + 6.3 m²

T3 C = 93.5 m²

Total: 75 unidades - 121 a 242 pessoas Densidade de 232 a 292 hab/ha


Espaços de viver e morar: a Flexibilidade como experiência alternativa

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são compostos de montantes metálicos em que são fixadas placas de gesso acartonado com acabamento e pintura nas faces internas e placas cimentícias com manta impermeabilizante e pintura para as fachadas externas.

Esquema de painéis utilizados e portas camarão para o fechamento dos ambientes. Todos com h=270. As portas camarão tem ou 3,60 ou 1,8m de largura. E os painéis, 1,20m com exceção dos que estão nas extremidades da planta, que possuem 60 cm

Banheiro e cozinha tal como aparecem em planta.

Na intenção de criar uma unidade ao projeto, a escolha da utilização de chapas metálicas perfuradas tanto nos brises móveis das fachadas externas, guarda-corpos, e em toda a extensão da circulação vertical garante a permeabilidade visual dos espaços coletivos sem interferir na privacidade dos moradores das ha-


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T3 B - Exemplo de repartição dos ambientes

1.2

3.6

7.2m

Exemplo de diferentes ocupações da unidade T3 B


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bitações. A volumetria dos edifícios é dinâmica por tirar proveito dos avanços em planta nas unidades habitacionais e fornece cheios (habitação) e vazios em altura. Estes vazios são um prolongamento da circulação horizontal, funcionando como largos de uma rua, criando espaços de convívio coletivo e garantindo mirantes visuais para o entorno e, portanto, dando oportunidade para que os “olhos na rua” de Jacobs (1961) funcionem perfeitamente.

Esquema de geração da planta das lâminas. Em vermelho, a circulação vertical e cinza, a horizontal.

Além disso, a circulação horizontal, sempre voltada a Sul ou a Oeste, dependendo da orientação do edifício, se descola do volume das habitações em 1.8m. Assim cria-se um átrio de acesso de iluminação e ventilação e também permite que as unidades tenham aberturas nas duas fachas, garantindo circulação permanente e iluminação de duas fachadas. Apesar de algumas habitações terem aberturas para a circulação coletiva, esse distanciamento preserva a intimidade de dentro de cada unidade.

As unidades são pensadas de maneira neutra. Cada ambiente pode ter uma ou mais funções, variando de acordo com a necessidade de cada usuário e cada situação ao longo do dia. A proposta de ambientes fechados por portas camarão permitem integrá-los uns aos outros e assim, ampliar o que antes era fragmentado ou fragmentar o que antes era amplo. Dessa maneira, convém definir fixamente em um eixo apenas cozinha e banheiro, garantindo um núcleo hidráulico para abrigar as instalações hidro sanitárias e permitir um acesso facilitado para manutenção ou pequenas mudanças. W Essa neutralidade também está presente nas áreas livres do térreo. Através de elementos que podem funcionar hora como bancos, hora como apoios, palco para pequenas apresentações ou pequenos canteiros elevados do solo, o uso diverso e misto do espaço público é garantido e assim, diversas atividades podem ocorres sem que mudanças de layout ou composição precisem ser realiza-


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Fernanda Silva Moura _ Trabalho de Graduação Integrado II

das. Na única quadra em que os térreos reforçam a realidade local e para tanto possuem fachadas ativas com comércio e serviço (situada entre as Avenidas Miguel Petroni e Miguel João), a intenção foi de criar meandros que dessem ao usuário um certo percurso por entre a quadra. Tal percurso cria surpresas a cada “esquina” interna de quadra, pois através de um jogo de avança e recua, a continuidade visual é alterada. Assim, a experiência de se percorrer esse espaço se torna uma surpresa a cada curva. Tais avanços do térreo conversam com os próprios avanços que existem na fachada e sua cobertura se transforma em espaços coletivos no nível 1. Por fim, a inserção do equipamento cultural completa a proposta de um projeto de uso misto e bastante movimentado. A intenção é a de um espaço de escala local e municipal, apresentando espaços que complementem as atividades já oferecidas na cidade por outros equipamentos

culturais como o SESC por exemplo. Assim sendo, a proposta é a de um volume principal onde a própria conformação espacial permita que seja usado para aulas práticas, como dança, circo, lutas, etc. e que também possa abrigar pequenas apresentações para o público. Pois seu palco rebaixado dá uma boa visibilidade ao público que se instala no espaço que circunda este palco, mas no nível da rua. O outro edifício cultural se impõe como um dos avanços do térreo da quadra entre as avenidas e abriga um pequeno setor administrativo e espaço de estudo, pesquisa e tanto de mídias físicas (livros e revistas) como de mídias digitais. A conexão visual entre os dois volumes de equipamento cultural é direta, separados pela Avenida Miguel João e por um considerado espaço impermeável, onde podem ser instaladas pequenas instalações externas, apresentações de artistas de rua e também ser usada como local para a exibição de filmes e vídeos, pois o espaço apresenta uma parede cega, gerada através do avanço do térreo

do edifício alinhado à Avenida Miguel João. Assim, o próprio piso diferenciado desse local, feito em deck de madeira pode ser usado como assento pelo público ou abrigar uma delimitação de espaço para o posicionamento de cadeiras e bancos. Os equipamentos culturais também são realizados em estrutura metálica no volume principal, a chapa metálica perfurada é presente ao uniformizar os volumes que abrigam os serviços, como vestiários e banheiros, e que portanto precisam de aberturas de ventilação. A chapa metálica perfurada circunda estes volumes e camuflam as aberturas.


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3

63

1

2

Corte - edifício

1

5

10m


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Skygarden sobre estrutura de piso moldada in loco e manta de impermeabilização Platibanda em painel pré fabricado

Viga principal parafusada ao pilar h= 36 cm Forro modurar em gesso. Removível para acesso às instalações

Esquadria pré-fabricada em alumínio e vidro. H =2,70m

Guarda-corpo metálico solidarizado ao piso. H = 1,20m Chapa metálica galvanizada perfurada. Soldada ao guarda-corpo

Piso: Painel de madeira maciço revestido de compensado com colagem fenólica à base de àgua. Lona de proteção ao painel de madeira. Concreto armado (armadura a 10cm x 10cm) moldado in loco. Manta de impermeabilização Piso cerâmico (para interior, liso. Para exterior, não polido) Total: 10 cm. (variaçãod e 2 cm a menos para áreas molhadas e externas)

Detalhe 1

1.2

2.4

1.8m


Espaços de viver e morar: a Flexibilidade como experiência alternativa

Laje impermeabilizada com inclinação mínima. Vigas secundárias para apoio da estrutura de piso. H = 20 cm Viga principal parafusada ao pilar h= 36 cm Forro modurar em gesso. Removível para acesso às instalações

Esquadria pré-fabricada em alumínio e vidro. H =2,70m

Pilar metálico quadrangular. 20x20cm: dois perfis em C soldados. Brise externo em chapa metálica perfurada. Quadro metálico. Em trilhos

Placa metálica galvanizada com a função de cobrir o recuo da vida (diferença de largura entre alma e mesas), uniformizando a fachada e finalizando em pingadeira.

Detalhe 2

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Fernanda Silva Moura _ Trabalho de Graduação Integrado II

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Telha sanduíche parafusada na estrutura metálica. H = 5cm Calha metálica que também tem a função de unificar a fachada cobrindo a viga

Estrutura de viga metálica em Cobertura da passarelas.

vista. Atravessa o átrio de 1.8m

Estrutura de cobertura com in-

para se integrar à estruttura da

clinação de 2%, Vigas já parafu-

passarela

sadas para garantir a inclinação.

Pilar

metálico

quadrangular.

20x20cm: dois perfis em C soldados. Recuo de 1.8, para garantir que a habitação possa se abrir em duas direções. Assim, garante a circulação curzada permanete, sem interferir na privacidade de dentro da unidade.

Detalhe 3

1.2

2.4

1.8m


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5 Planta do Térreo

10

30m Planta do Subsolo


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Pavimento 1 - Exemplo de ocupação

Legenda: 1- Térreo sob pilotis 2 -Acesso ao subsolo 3- Canteiro-banco elevado 4 - Espaço de reunião dos moradores

Pavimentos 2 - 3 e 4

5

10

30m


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Recorte Planta Subsolo

C

Planta do Térreo

C

5 10

30m


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Legenda:

C

Planta do Subsolo

1- Quadra de futebol - existente 2 -Pista de skate - existente 3- Ginásio Esportivo - Existente 4 - Calçada alargada 5 - Quiosque modular 6 - Sanitários 7 - Área coberta para os quiosques 8 - Piso elevado - palco 9 - Áreas mais arborizadas 10 - Vestiários 11 - Almoxarifado 12 - Copa

C

5 10

30m

1 Corte C

5 10m


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Planta do Térreo

5

10

30m

Planta do Subsolo


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Pavimento 1 - Exemplo de ocupação

Legenda:

Pavimentos 2 - 3 e 4

5

10

30m

1- Circulação - espaço para platéia 2 -Palco rebaixado 3- Sanitários 4 - Almoxarifado 5 - Camarim 6 - Vestiários 7 - Térreo sob pilotis 8 - Canteiro - banco elevado 9 - Acesso ao subsolo 10 -Jardim alinhado ao muro


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5

Planta do Térreo

Planta do Subsolo

5 10

30m

10

30m

Legenda: 1- Espaço de pesquisa 2 -Espaço multimídea 3- Administrativo 4 - Almoxarifado 5 - Sanitários 6 - Pequena empena cega para projeção de vídeos 7 - Área coberta para apropriação dos comércios 8 - Cafeteria 9 - Comércio/Serviço 10 - Acesso vertical às habitações 11 - Acesso ao subsolo 12 - Galeria de passagem coberta


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Pavimento 1 - Exemplo de ocupação

Pavimentos 2 - 3 e 4

5

10

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30m


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Vista do bloco cultural que abriga a área de estudos e pesquisa, e também a administração


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Vista da calcaça alargada e como ela pode ser apropriada pelo público.

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Vista interna do Equipamento cultural principal. Página ao lado: vita do espaço que conecta os dois volumes do equipamento cultural com a empena cega funcionando para projeção de filmes; e vista dos espaços de lazer e encontro dos moradores nos térreos mais adentro do bairro


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CONSIDERAÇÕES FINAIS Esse projeto foi pensado à partir da conclusão de que hoje, a produção habitacional não supre mais a demanda por unidades residenciais. As pessoas mudaram assim como sua maneira de se organizar. Mas infelizmente o processo de produção habitacional ainda insiste em reproduzir tipologias criadas a muitos anos atrás. Portanto, o projeto visou a criação de um programa habitacional que seja apropriável de diferentes maneira vinculado ao espaço público ativo e também multifuncional. O projeto pretendeu garantir frutos por muito tempo, primeiro pela materialidade estrutural escolhida, firme e resistente, mas também pela sua implantação: o eixo atual de expansão da cidade de São Carlos. Ou seja, as pessoas estão buscando essa região para suas atividades e moradia. Assim sendo, a proposta reveberou não somente a habitação, mas também espaços livres de diferentes características, aliados ao núcleo esportivo já existente e também apresentou o uso misto, considerando principalmente a habitação e o equipamento cultural. Dessa forma, a flexibilidade que antes estava prevista apenas para a habitação, se viu ganhando espaço neste projeto no que diz respeito ao espaço urbano e assim garantiu um diálogo sutil, mas bem posicionado, entre cada elemento da intervenção, reforçando a dinâmica urbana já existente na região.



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referĂŞncias bibliogrĂĄficas


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PÁGS. 44 e 45

Acervo Pessoal

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