Grupara Magazine

Page 1

GRUPARA MAGAZINE

grupara magazine

1


2 grupara magazine


GRUPARmaA gaZine

grupara magazine

3


O PRIMEIRO ANO DE NOSSAS VIDAS...

4 grupara magazine


Comemoramos 365 dias de mudanças. De uma ideia sem muitas pretensões surgida há um ano, que hoje toma corpo e tem personalidade própria. Que não foi formada de uma hora pra outra, passou por duras penas até chegar aqui. Foi nosso primeiro passo. Mas todo e cada aprendizado valeu a pena. Sabemos que é uma história que acaba de começar, que finda seu primeiro capítulo, mas que será longeva e forte. E que pretendemos escrever em conjunto. Com muitas mãos, cruzando nossas histórias, vidas que constituem a vida desta cidade e verdades de nosso povo. Estamos aqui para isto, esta é nossa missão: pôr no papel todas as letras que compõem esse universo tão vasto de caminhos que se atravessam em um ou mais momentos e que marcam cada um de uma forma idiossincrática. Neste novo parágrafo, queremos especialmente agradecer. A todos. A cada um. Especialmente a você, leitor(a). Chegar até aqui é motivo de agradecimento, é dádiva. E terminamos convidando-o(a) a trilharmos juntos nesta caminhada. Ser nota de nossa melodia. É uma honra tê-lo(a) conosco!

GRUPARA MAGAZINE

grupara magazine

5


Editorial

A

vida começa todos os dias... Fazer aniversário sempre nos faz pensar... Pensamos no tempo que passou, no que virá, nos caminhos a seguir e, ao mesmo tempo, nos dá a certeza de que vamos continuar e que mais uma etapa foi concluída, das muitas que virão! É assim que nos sentimos aqui na redação: felizes por completar um ano que nos trouxe muitas experiências e aprendizados. Ansiosos pelo novo ano que começa e, confiantes no novo projeto, com a maturidade que agora temos. E queremos compartilhar nossa alegria e esperanças com vocês! Esta nossa edição é especial por isso: comemoramos muitas coisas! E como presente teremos matérias interessantíssimas sobre o que é ser mulher hoje em dia, sob diversos prismas. Também vamos falar sobre ser bonita em qualquer tamanho, uma vez que a moda Plus Size toma cada vez mais espaço no cenário fashion mundial, com modelos lindas, cujos quilinhos extras são de puro charme! E nos mostra que dá para se vestir na moda, não importa a numeração. Inclusive Araraquara conta com lojas bem bacanas para comprar essas peças, o que é uma ótima notícia! Mas nem só sobre mulheres é nossa edição de aniversário! Estivemos na Campus Party (o maior evento de tecnologia do país) e trouxemos uma matéria sobre case modding, arduino e inovação, e conversamos com um pessoal aqui do interior que manda muito bem e nos representa no evento. Na seção de games, trazemos os jogos mais esperados do mês e para terminar, contamos sobre nosso aniversário e te propomos a viver por inteiro! Seja bem-vindo(a) a nossa festa! É com prazer que te recebemos! :)

revista@grupara.com.br

Carta do Leitor Parabéns ao pessoal do GRUPARA pela magnífica revista lançada em fevereiro. Sou cliente do site, mas adorei ter em mãos uma revista tão requintada e com matérias incríveis! Abraços Silvia M G Santos

É com grande prazer dei uma entrevista a revista Grupara Magazine, na edição de fevereiro. Fiquei muito feliz com o profissionalismo e a retidão da jornalista Regina Oliveira, que me recebeu nas dependências da revista e foi extremamente séria na condução da entrevista. São profissionais como ela que nos fazem ter esperança nos profissionais de imprensa de nosso município. Ela prova que é possível, sim, fazer grandes trabalhos, sem distorções ou invenções... somente a verdade. PARABÉNS a todos os profissionais da Grupara Magazine. Jeff Ceni

6 grupara magazine

MAGAZINE

Ano II - N° 10 Março de 2014 Distribuição gratuita Diretor Executivo Felipe Locatelli felipe@grupara.com.br Diretora Administrativa Fernanda Silvestre fernanda@grupara.com.br Jornalista Regina Oliveira editorial@grupara.com.br Design, Diagramação e Arte Thaís de Campos criacao@grupara.com.br Articulista Rodrigo Silvestre Fotógrafo Octavio Gorla Colaboração Laís Françoso (Mtb 61.143) Daiany Maia Daniel Vicola Breno R. de Paula Márcia Ceschini

Fernanda Silvestre

/gruparamagazine

GRUPARA

Quero parabenizá-los pela excelente revista, cheia de surpresas e curiosidades. Assuntos das mais diversas áreas foram abordados. Fiquei extasiada com a qualidade das matérias nela apresentadas. Araraquara merece esse tipo de leitura. Sua abrangência foi total, me diverti, distrai e também fiquei bem informada. Minhas filhas adoraram a matéria sobre gamers e fitness. Continuem nessa linha. Parabéns para toda equipe. Roseli Grecco

Show de bola o projeto editorial. Vida longa aí para vocês. Abraços. Marcelo Correa Silva

Seu comentário pode aparecer na próxima edição da revista! Mande um e-mail, poste na nossa fanpage ou use a hashtag #gruparamagazine.

Departamento Comercial Marcos Ferrari Ian Airon Mateus Fernandes Anuncie Conosco anuncios@grupara.com.br Sugestões, elogios e críticas faleconosco@grupara.com.br (16) 3397-4885


20

44

NESTA EDIÇÃO

14 cultura

Clarice, a mais perturbadora voz feminina da nossa literatura

16 em cartaz: mulheres

Filmes que retratam histórias de mulheres incríveis, ou incríveis histórias de mulheres

20 que mulherão! Veste GG ou acima? Saiba mais sobre a moda plus size

26 capa

O Cefad - Centro de Formação Profissional há mais de 20 anos

28 política

8 entrevista 18 comportamento 24 look 46 tecnologia 51 dicas de livros 53 social 52 programação cultural 54 onde encontrar

Conheça um pouco mais sobre as mulheres que atuam na política de Araraquara

34 especial Mulheres fazem um balanço sobre o que é ser mulher. Qual será o saldo?

42 gastronomia

As novas tendências culinárias destacam produtos orgânicos e pratos feitos em casa

44 INS(PIRA)

É hora de mudar as velas e navegar na direção da felicidade!

49 decoração Pequenas mudanças para transformar seu lar no que sempre sonhou ter

8 grupara magazine

7


Entrevista

todos os cantos de magda Regina Oliveira

N

ão há em Magda Dourado Pucci nenhum espaço onde a música não esteja presente, compondo a mulher, a profissional e a artista. A sedução pelo som e, especialmente, pelos vocais, a persegue – no melhor dos sentidos – desde a infância. O piano foi o instrumento de iniciação e a porta formal de entrada em um mundo, acima de tudo pessoal, que forjou uma mulher completamente musical e definiu sua escolha sobre a maneira como queria se expressar na vida. Formada em Composição e Regência pela USP e em Música Popular pela Manhattan School of Music, de Nova Iorque, Magda tem um currículo que complica a vida dos jornalistas ao apresentá-la. A moça é Mestre em Antropologia pela PUC-SP, doutora em Musicologia Cultural pela

8 grupara magazine

Universidade de Amsterdã, na Alemanha; desenvolveu projetos musicais para a Fundação Japão, Casa de Portugal e Casa de Cultura Israel, compôs trilhas sonoras para o teatro, regeu o grupo de refugiados africanos no Sesc Carmo/ SP e a Banda Sinfônica de Barcelona, implantou curso de canto no projeto social Meninos do Morumbi, em São Paulo; produziu CDs da Ação Comunitária de São Paulo, é autora de três livros, foi produtora e apresentadora de programa de rádio transmitido pela Rádio USP e pela alemã Multikulti (para Alemanha e Suécia), foi comentarista da tenda Raízes, no Rock in Rio 3, para a DirecTV e é diretora musical e produtora de todos os discos do grupo vocal feminino Mawaca, do qual é fundadora. Ufa! O aperitivo te instigou? Desfrute mais acompanhando a conversa que tivemos com a ela.


GRUPARA MAGAZINE - Como e quando nasceu a Magda musical? MAGDA PUCCI - Desde menina, gostava de cantar. Mas quando comecei a estudar piano, aos oito anos, soube que iria ‘mexer com música’ de uma forma mais profunda. Participar de corais me fez perceber que o caminho com vozes seria infinito e que poderia expandir isso. Foi o que me fez fundar o Mawaca. GM - Como é sua percepção da relação mulheres e música? MP - As mulheres têm uma percepção diferenciada sobre a música. Tanto no ouvir, como no fazer música. Têm mais sutileza, menos pressa de resultados e são mais sensíveis. GM - Com respeito aos grandes compositores e musicistas homens, o que a música, de maneira geral, tem de mais feminino? MP – A música é uma mistura das energias ying e yang, ou seja, tem os dois lados, o feminino e o masculino. Sem um deles, fica uma arte desequilibrada. GM - Há no Mawaca algum diferencial de sensibilidade, de forma de construção do trabalho ou de olhar para a música, que você atribua à energia feminina que gravita no grupo? MP – Há, sim, um diferencial. As mulheres são mais persistentes e a isso devo a longa vida do grupo. Com os homens, tudo parece ser mais volátil. Com exceções, é claro. As mulheres do Mawaca são mais fiéis ao trabalho e costumam se dedicar mais. Porém, a presença masculina é fundamental. Embora minoria, os homens têm um papel importante, que contraba-

lança o excesso de hormônios femininos. (risos) GM - Qual o encantamento da palavra cantada do Mawaca? MP - A palavra encantada do Mawaca é respeito pelas músicas que pesquisamos.

As mulheres têm uma percepção diferenciada sobre a música. Tanto no ouvir, como no fazer música. Têm mais sutileza, menos pressa de resultados e são mais sensíveis.

ginava que ficaríamos tanto tempo juntos, fazendo esse tipo de música que é extremamente alternativo e sem muito espaço na mídia. Por outro lado, há muitos projetos que não foram realizados, ficaram engavetados porque foram recusados por editais ou por falta de fôlego, enfim. Há muitas coisas que ainda queremos conquistar. Uma delas é atingir um público mais diversificado, mais amplo. Outra é abrir ainda mais o leque de lugares por onde passamos. O fato de o grupo ser grande dificulta muito nossas viagens. Deixamos de nos apresentar em lugares legais por conta dessa logística complicada. É uma pena, mas tento não abrir mão da qualidade do trabalho e levar o grupo completo sempre que possível.

GM - Como você define a música do Mawaca? Será que isso já virou marca ou estilo? MP – Sim. A maneira como interpretamos nosso repertório - e a escolha dele - pode ser considerada uma marca registrada, que se manifesta nos arranjos, nas fusões que fazemos entre músicas de diferentes culturas. Nossas interconexões poéticas e culturais definem um jeito de fazer música que é muito característico.

GM - Por lidar com músicas de todos os cantos do mundo, imagino que o processo criativo do Mawaca seja uma diversão. É assim mesmo? MP - É muito prazeroso pesquisar a música de várias partes do mundo. São sempre descobertas que nos fazem vibrar muito, mas dá MUITO trabalho também. Às vezes ficamos um bom tempo tentando decifrar uma música ou descobrir como fazê-la bem, como criar um arranjo etc. Há algumas músicas que são verdadeiros desafios, outras são bem simples. Depende muito do repertório escolhido.

GM - Às vésperas de completar 20 anos com o Mawaca, o que está além e o que está aquém do que você sonhou quando criou o grupo? Era isso mesmo que você tinha em mente quando começou? MP - Acho que o Mawaca ultrapassou o que eu gostaria de fazer. Não ima-

GM – Como foi a realização do projeto de tocar com os indígenas, na Amazônia? MP – Era um desejo grande realizar esse encontro entre cantores indígenas e os músicos do Mawaca. Foi muito emocionante e uma baita responsabilidade ir para as aldeias. >>

grupara magazine

9


Foto: arquivo pessoal

Música é uma forma de expressão, uma forma de ver o mundo, de conectar ideias, de conceber conceitos, de criar diálogos

10 grupara magazine


É sempre um risco encontrar pessoas que não conhecemos e que têm uma música bem diferente, além das expectativas de cada grupo (nós e eles). Tínhamos apenas dois dias para aprontar uma apresentação conjunta sem muito tempo de elaboração. Isso nos deu grande flexibilidade e frescor. Tinha que dar certo. E deu! GM - Nesse intercâmbio de sonoridades que revelam distintas culturas, você tem carinho especial por alguma? MP – Realmente, fiquei impressionada com a música e a cultura visual dos índios Kaxinawa. É a cultura indígena brasileira que está mais bem preservada, felizmente. Como figura central há o Ibã Salles, que além de um excelente cantor, é um xamã que sabe muito bem o significado de cada palavra cantada. Um conhecimento milenar que aprendeu com o avô e com o pai. Ele gravou tudo e foi aprendendo. Os Kaxinawa têm uma música vibrante, uma pintura corporal linda e usam cocares e adereços super coloridos maravilhosos. É impressionante como, ao mesmo tempo, eles estão conectados com a vida moderna, mas preservam sua cultura com cuidado. Filmam o tempo todo, se ligam na Internet, fazem exposições, apresentações fora do Brasil. Estão super articulados e com uma tradição forte e bonita. GM - Acredito que o Mawaca tenha uma coleção de momentos emocionantes. Você consegue pontuar algum em especial? MP - Tocar no Rock in Rio foi de grande emoção, mas de muita tensão também, já que o público era bem

diferente do que frequenta os shows do Mawaca. Imagina uma multidão vestida de preto e que curte rock apenas? Mas conseguimos impressionar e foi legal. Outro grande momento foi fazer 24 shows na Expo Shanghai, na China, para chineses que não nos conheciam. Quando cantávamos “Molihua”, uma canção chinesa muito famosa, a plateia ia abaixo. Todos cantando junto conosco, emocionadíssimos. Nunca podiam imaginar uma banda brasileira cantando uma música deles. Foi incrível e muito emocionante! Também foi inesquecível tocar com a Comunidade Bayaroá, no Teatro Amazonas, em Manaus. Acho que foi a primeira vez que índios pisaram no palco e o teatro estava lotado. O público urrava de alegria! Grande momento na carreira! E, claro, cada lançamento de CD ou DVD é uma grande emoção. Sempre fico com vontade de chorar. A voz embarga nos agradecimentos porque a finalização de um novo trabalho é como um filho que nasce. Dá um super trabalho, demora meses e meses, mas quando fica pronto é uma grande emoção. GM - Tirando a direção musical, o que mais te empolga no trabalho com o Mawaca? MP - Gosto muito de pensar os figurinos, que são parte da nossa personalidade artística. Mas penso muito em como o show vai acontecer como um todo, as cores que serão usadas, os focos de luzes, o tipo de cenário, se vamos usar projeções e o que será projetado, como será a performance do grupo. Os shows do Mawaca são resultado de uma soma de elementos. >>

grupara magazine

11


GM - De todos os cantos do mundo que foram fonte de inspiração para o Mawaca, onde você gostaria de levar o grupo e ainda não foi possível? MP - Gostaria de fazer show na Itália, país que tenho ligação por conta das conexões familiares, de nos apresentar em alguns países do Leste Europeu, onde há uma música muito especial e que eu adoro, e em outros países da Ásia, como Índia e Japão. GM - Como você situa a sonoridade musical brasileira no universo da sonoridade musical mundial? MP - A música brasileira é uma grande mistura de influências e isso é muito rico, não? Há vários gêneros e muita coisa legal mesmo. Felizmente, nossa música é muito respeitada lá fora, mas os espaços para ela acontecer de forma plena ainda são poucos porque há muitos estereótipos que se sobrepõem à grande diversidade que temos por aqui. GM - Qual foi o trabalho mais desafiador nesses 20 anos? Por quê? MP - Foi o CD ‘Rupestres Sonoros’ porque ele foi uma quebra de paradigma. Nunca tínhamos trabalhado com repertório indígena, nem com um produtor estrangeiro, que vinha com uma linguagem mais popular. Foi uma junção arrojada de elementos que podiam não dar certo. Mas deu. Acho o resultado deste CD muito bom e tenho orgulho de tê-lo feito. GM - O lançamento de “Inquilinos do Mundo” teve apoio de um site de arrecadação coletiva. Como foi a experiência? O Brasil está pronto para essas iniciativas, especialmente na área cultural?

12 grupara magazine

MP – Tivemos apoio do site Catarse e foi excelente. A resposta foi muito rápida e tudo funcionou muito bem. Acho que estamos, sim, prontos para pensar de forma independente, Até porque, depender apenas de editais de cultura é muito complicado. Emperra muito os projetos. E assim, com fãs e amigos ajudando, tudo fica mais fácil e flui melhor. GM – Que artistas brasileiros você gostaria de ter como parceiras/os num projeto do Mawaca? MP - Adoraria ter alguma parceria com Lenine, que eu admiro muito. GM - Como está a agenda do Mawaca para 2014? Há trabalhos novos em preparação? MP - Estamos preparando um novo show, a capella, só com percussão e um repertório especial de canções femininas coletivas sefaradis, portuguesas, espanholas, árabes, africanas, italianas, etc. Explorar esse universo das mulheres em seus cantos, com nós mesmas cantando e tocando, sem a banda inteira por trás, será uma experiência muito boa. Começamos o Mawaca assim e queremos voltar a experimentar esse formato. GM - O que é a música é para você, não somente como artista, mas como mulher, cidadã, etc? MP - Música é uma forma de expressão, uma forma de ver o mundo, de conectar ideias, de conceber conceitos, de criar diálogos.

Magda nasceu em: Franca Quando: setembro de 1964 UNIVERSO FEMININO Magda mulher: sutileza na sensualidade Família: certa distância para não estressar Vaidades: pintar o cabelo de vermelho! OUTRAS ARTES Literatura: José Eduardo Agualusa, Milton Hatoum, Bernardo Carvalho, etc Cinema: Irmãos Cohen Teatro: Peter Brook Dança: contemporânea, como o Grupo Corpo MÚSICA Quem está em seu ouvido hoje: Pekka Lehti Quem nunca sai do seu ouvido: Bob McFerrin com Yoyo Ma Profissionalmente, se não fosse a música, o que teria chance de seduzi-la: Jornalismo INTERFERÊNCIAS SOCIAIS Papel do artista nessa questão: Importante. Estar consciente do social é obrigação de qualquer cidadão, seja ele músico ou não. Algum projeto nessa área: Pretendo manter projetos com os indígenas, continuar o que começamos em ‘Cantos da Floresta’ para dar mais e mais visibilidade à uma cultura que é desprezada e desconhecida pela maioria da população brasileira. UM POUCO DE TUDO Brasil: potencial desperdiçado Política: falta de direcionamento Políticos: corrupção e ineficiência sem fim Esporte: natação Para relaxar: entrar no mar, tomar sol na praia Melhor viagem que não inclua trabalho: Cadaqués, na Espanha


Linha Mundo Verde Seleção.

A seleção natural de quem quer uma vida mais saudável. Linha Ative Mundo Verde Seleção.

Suplementos Mundo Verde Seleção.

• SolarAtive: suplemento com vitamina C, A e cobre, que protege

• Whey Protein: suplemento de proteína que auxilia

a pele contra o sol e permite um bronzeado mais duradouro.

no ganho de massa muscular.

• VitAtive: suplemento com 24 vitaminas e minerais e nutrientes importantes para manutenção do equilíbrio do organismo.

• BCAA: suplemento de aminoácidos que estimulam o ganho

• DrenAtive: atua na queima de gordura, na saciedade e na eliminação de líquidos, para um corpo mais leve, tonificado e delineado.

de massa muscular e evitam dores pós-treino. • LA: reduz o apetite e ajuda o organismo a queimar gordura localizada.

• Thermo: auxilia na perda de peso e ajuda a melhorar a performance no treino

• GlicoAtive: suplemento de minerais que ajudam no metabolismo e auxiliam no controle da glicemia.

Granolas e Barras de Cereais Mundo Verde Seleção. • Barrinhas de Cereais: auxiliam no controle de colesterol e melhoram o metabolismo energético, evitando o cansaço e a fadiga. • Granola: rico em fibras e em sais minerais, é ótima opção para o café da manhã ou lanche da tarde.

Mundo Verde Araraquara Rua Nove de Julho, 1354 – Centro Tel: 16 3331-6787

Spirulina e Detox Mundo Verde Seleção. • Spirulina Havaiana: auxilia no emagrecimento, na detoxificação do organismo e no retardo do envelhecimento.

• Detox: auxilia na detoxificação do organismo e melhora o metabolismo corpora conservando a saúde e a beleza da pele.

grupara magazine

13


Fotos: divulgação

Cultura

A mais perturbadora voz feminina da nossa literatura por Daniel Vícola Professor no Instituto Getusp e Federal Concursos

N

ão, não há exagero: Clarice Lispector é, mesmo, de longe, a nossa escritora mais perturbadora – na melhor e mais alta acepção que a palavra possa, aqui, assumir. Não se passa incólume por seus contos, crônicas e romances, sempre voltados para os dilemas e as dificuldades que povoam o nosso universo interior, esse amálgama confuso de explosões e aleluias, para sermos fiéis ao estilo e ao vocabulário da mestra. Clarice olha para dentro de si mesma e tenta impor, discursivamente, alguma ordem ao caos dos sentimentos que nos são tão familiares, tão velhos conhecidos, que é praticamente impossível não nos identificarmos, em algum momento, com a matéria de que ela, incansavelmente, trata em seus li-

14 grupara magazine

vros: as entrelinhas de existir e resistir em meio às (im)possibilidades todas que, juntas, formam aquilo a que chamamos vida. Por paradoxal que possa parecer, a popularidade da autora se faz sentir nas redes sociais, onde a encontramos, não raro, através de citações, menções, ou mesmo declarações apaixonadas de leitores e fãs que a defendem e a espalham (entre os quais, obviamente, eu me incluo!) por acreditarem no poder transformador da sua arte. Clarice nos coloca em contato com o mais secreto de nós mesmos e, desse encontro, perplexos, jamais saímos como chegamos. Há a troca. Há o espelho. Há a (con)fusão das vozes que se somam e que se contrapõem na mesma medida, porque a

autora nos coloca às voltas com um campo minado de emoções explosivas, capazes tanto de nos iluminar arrebatadoramente pelo viés da catarse, quanto nos aniquilar pela exposição direta e contundente àquilo que temos de mais frágil, incômodo e certo: somos, todos, afinal, humanos. Finitos. Limitados. Circunscritos a um cotidiano, aos amores, às dores, às alegrias, aos mistérios e às agruras de nos sermos e nos reconhecermos em seus vertiginosos diálogos interiores, guiados pelo fluxo de consciência – a sua marca registrada, como atestam muitos de seus críticos. Para além da indiscutível qualidade técnica de seus escritos, vale lembrar aos leigos que um determinado autor ou uma insuspeita obra nos


“fisgam” e nos “cativam” pelas mais diferentes razões possíveis. Clarice mesma resume a questão ao dizer, em famosa entrevista concedida ao jornalista Júlio Lerner, na TV Cultura, que sua linguagem “toca ou não toca” o seu leitor, atribuindo ao sentir e ao estabelecer contato uma importância primordial aos que quiserem lhe desvendar os segredos e as confissões que tão abundantemente compõem a sua obra. Os mistérios perturbadores de Clarice Lispector, certamente, terão muito a acrescentar àqueles que, saindo da zona de conforto das leituras mais fáceis e rápidas do dia a dia, dispuseremse a lançar – com bravura! – à aventura de universos fictícios mais densos e complexos, porém mais reveladores e saborosos para os gostos literários mais exigentes e, digamos assim, mais afeitos e predispostos às sutilezas e nuances da alma humana. Aos que sempre me perguntam: “Mas por que você fala tanto dessa mulher, dessa Clarice Lispector, e publica tantas coisas sobre ela?”, minha resposta sempre será: Imaginem o mundo em total escuridão. Nenhuma luz que nos oriente ou nos acalente qualquer esperança. Espalhar Clarice por onde passo é uma maneira de acender pequenas flamas que talvez iluminem, ainda que por instantes fugazes, o breu total em que vivemos. A você, então, que acha que Clarice Lispector é apenas aquela autora a quem costumam atribuir várias citações no Facebook (a maioria delas equivocada, diga-se de passagem!), fica registrado o meu perturbador convite: aqui está um “coração selvagem”, uma irresistível voz feminina, que merece ser lida, ouvida e sempre redescoberta em nossas Letras.

Enigmática, Clarice Lispector era mestra em investigar questões humanas

grupara magazine

15


Cultura

Em cartaz

Mulheręs

O cinema possui várias produções que têm a mulher como tema central. Seja destacando sua beleza, ou enfocando suas lutas, a figura feminina sempre inspira roteiristas e diretores. Listamos aqui alguns filmes que merecem ser assistidos.

Fotos: divulgação

Por Breno Rodrigues breno9d@yahoo.com.br Membro da Sessão Zoom de Araraquara www.travessacinematografica.com.br

E DEUS CRIOU A MULHER

OLGA

Brigitte Bardot foi o marco de uma época em que a mulher passou a ser um símbolo de beleza. Este filme mostra a libertação sexual das mulheres, sendo condenado pela Liga da Decência Católica e censurado em vários países. O corpo e a beleza são colocados como algo livre e plausível de contemplação.

A alemã Olga foi uma das figuras femininas mais importantes do Brasil, assim como Anita Garibaldi sendo conhecida como “heroína dos dois mundos” pela sua força e convicções políticas. Olga foi morta em um campo de concentração nazista ao ser entregue por Getúlio Vargas à Hitler.

Diretor: Roger Vadim França | 1956 | 95 min Gênero: drama

Diretor: Jayme Monjardim Brasil | 2004 | 135 min Gênero: drama

TUDO SOBRE MINHA MÃE

A MÃE

O cineasta espanhol Pedro Almodóvar retrata a figura feminina de forma forte e livre nos seus filmes. Em ‘Tudo sobre minha Mãe’, tem-se a história de uma mãe que perde o seu filho e resolve contar ao pai do garoto o ocorrido. O universo sentimental feminino é sempre o elemento mais importante, seja para o filme quanto para o dretor.

Baseado no romance do mesmo nome do escritor russo Máximo Gorki, e é dirigido pelo cineasta Vsevolod Pudovkin. Apresenta a consciência social e o engajamento político de uma mãe que ajuda seu filho na luta da classe trabalhadora, há a passagem da sua alienação social para a consciência de classe.

Diretor: Pedro Almodóvar Espanha | 1999 | 105 min Gênero: drama

Diretor: Vsevolod Pudovkin U.R.S.S. | 1926 | 89 min Gênero: drama

16 grupara magazine

THELMA & LOUISE Louise Sawyer (Susan Sarandon) é uma garçonete quarentona. Thelma (Geena Davis) é uma jovem dona-decasa. Cansadas da vida monótona que levam, elas resolvem deixar tudo para trás e pegar a estrada. Durante a viagem, as duas se envolvem em um crime e decidem fugir para o México, mas são perseguidas pela polícia norte-americana. Diretor: Ridley Scott EUA | 1991 | 129 min Gênero: comédia dramática

TOMATES VERDES FRITOS Evelyn Couch (Kathy Bates) é uma dona de casa emocionalmente reprimida, que habitualmente afoga suas mágoas comendo doces. Ed (Gailard Sartain), o marido dela, quase não nota sua existência. Durante uma vi-


sita a uma tia, em um hospital, Evelyn conhece Ninny, uma senhora que gosta de contar histórias, especialmente de uma parente que tem uma vida meio desencontrada. Dirigido por Jon Avnet, o filme foi sucesso de bilheteria no começo dos anos 1990. Diretor: Jon Avnet EUA | 1991 | 105 min Gênero: drama

Consegue descobrir quais filmes são estes?

AS HORAS Em três períodos diferentes vivem três mulheres ligadas ao livro “Mrs. Dalloway”. Em 1923, vive Virginia Woolf, autora do livro, que enfrenta uma crise de depressão e ideias de suicídio.

criança que após perder a mãe, precisa encontrar o pai, que nunca conheceu, no interior do Nordeste. Diretor: Walter Salles Brasil | 1998 | 113 min Gênero: Drama

O FABULOSO DESTINO DE AMÉLIE POULAIN A doce jovem Amélie Poulain (Audrey Tautou) mora no bairro parisiense de Montmartre e trabalha no Café Deux Moulins. Ela passa a fazer pequenas ações para ajudar os que estão a sua volta, dando um novo sentido para a vida de todos. Amélie é uma moça adorável, com um enorme senso de autruísmo.

rio de Sica. O roteiro aborda a dificuldade de ser mulher em uma sociedade machista e num contexto de guerra. No papel da mãe está a musa do cinema italiano, Sophia Loren. Diretor: Vittorio De Sica França | 1960 | 100 min Gênero: drama

PERSONA Um dos filmes mais experimentais do cineasta sueco Ingmar Bergman, ‘Persona’ (que no Brasil ganhou o equivo-

Diretor: Vicente Aranda França | 2002 | 118min Gênero: cómedia

Em 1949, vive Laura Brown, uma dona de casa grávida, que mora em Los Angeles, planeja uma festa de aniversário para o marido e não consegue parar de ler o livro. Nos dias atuais, vive Clarissa Vaughn, uma editora de livros que mora em Nova York e dá uma festa para Richard, escritor que foi seu amante e está morrendo. Diretor: Stephen Daldry EUA | 2003 | 114 min Gênero: drama

CENTRAL DO BRASIL Dora, interpretada por Fernanda Montenegro, trabalha escrevendo cartas para analfabetos na estação da Central do Brasil, no Rio de Janeiro. A história fica centrada na ajuda de Dora a uma

NOITES DE CABÍRIA A atriz Giulietta Masina interpreta a prostituta Cabíria, que vive nos subúrbios de Roma e trabalha na região rica da Via Venetto. Ela é uma mulher sonhadora e devota que quer apenas viver a vida sem desilusões. A atriz Giulietta Masina é esposa e grande musa do cineasta Federico Fellini. Diretor: Federico Fellini Itália | 1956 | 115 min Gênero: drama

DUAS MULHERES As dificuldades enfrentadas por uma mãe e uma filha no interior da Itália durante a Segunda Guerra Mundial é o tema desta produção dirigida por Vitó-

cado título de ‘Quando as mulheres pecam’), apresenta a profunda e delicada relação entre uma paciente e uma enfermeira. Elizabeth Vogler é a paciente. Ela é atriz e deixou de falar durante uma peça. Apesar de não estar doente – apenas optou pelo silêncio – foi internada em uma clínica onde será cuidada pela jovem enfermeira Alma. Quando são isoladas numa ilha, as duas desenvolvem intimidade, cumplicidade e troca de identidade. O elenco tem Bibi Andersson e Liv Ullmann, duas das maiores atrizes do cinema sueco. Diretor: Ingmar Bergman Suécia | 1966 | 85 min Gênero: drama

grupara magazine

17


Comportamento Fotos: divulgação

Mídias sociais e a geração do ‘vamos marcar’ Daiany Maia Supervisora de Marketing do INEPAD (Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração) www.bauzinhodamaya.blogspot.com.br www.meninasimprovaveis.com.br

A

s pessoas nunca estiveram tão conectadas: facebook, sms, whatsapp, instagram... a lista é quase infinita. Constantemente nós somos atualizados sobre a vida de nossos amigos. Recebemos notificações tanto de momentos importantes, como a notícia do nascimento do primeiro filho, até de eventos menos relevantes, como a ida à academia. No entanto, essa conexão nunca foi tão frágil. Já existem estudos relacionando o uso intensivo das mídias sociais com a depressão. A conta é simples. Nas redes sociais todos postam seus melhores momentos, viagens retratadas com os pés na areia da praia, a mudança para um emprego dos sonhos, o camarote da balada mais “top”, a super compra do mês e relacionamentos tão apaixonados que deixariam Romeu e Julieta com inveja. Quem vê todas essas conquistas tem a percepção de que a vida dos outros é incrível, perfeita e, ao comparar com a sua própria, surge a angústia e o vazio. No entanto, não é apenas achar a ‘grama do vizinho mais verde’ que causa essa angústia, mas, também, a falta de contato físico e real. Não sabemos, de fato, como as pessoas se sentem e como elas estão. Mas como as acompanhamos via redes sociais, temos a impressão de saber e mantemos, assim, a superficialidade das relações. O que temos hoje é essa geração do “vamos marcar”. Você já deve ter passado por isso. Você está trocando mensagens com aquele amigo e ambos dizem o quanto estão com saudade e terminam a conversa com “temos que marcar alguma coisa!”. E nunca marcam. Por que encontrar os amigos tem sido um desafio para muitas pessoas? O contato físico ficou em segundo plano e um encontro simples para tomar um café é mais difícil que qualquer um dos 12 trabalhos de Hércules! Quando alguém te disser “vamos marcar?”, ouse responder com “que tal quinta, às 20h?”. Prometo a você que não haverá um eclipse apocalíptico, nem tsunamis gigantes varrerão a Terra. O mínimo que poderá acontecer é você notar que aquele seu ‘amigo’ tem que ir para a lista de ‘conhecidos’ e o máximo é você dar boas risadas e terminar o encontro pensando no porquê de não terem marcado antes. Experimente sem moderação!

18 grupara magazine


grupara magazine

19


Moda

QUE

Mulherão! Mercado descobre o filão que a moda tamanho grande representa e mulheres de manequins acima do GG comemoram a possibilidade de se vestir como quiserem Texto: Regina Oliveira

N

Ilustração: Thaís de Campos

o final de fevereiro, a passarela montada no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo, foi palco de um evento grandioso. Doze marcas de moda feminina – uma delas também masculina – apresentaram as tendências da coleção outono-inverno 2014 no Fashion Weekend Plus Size (FWPS), onde a cartela de manequins se estende até o número 64. Um público de cerca de mil pessoas prestigiou o evento que, a cada ano, torna-se cada vez mais concorrido. Entre as novidades, estampas digitais em combinações inusitadas, composições com tops, calças flare, jaquetas de couro ecológico, peças de alfaiataria, jeans com modelagens retas, rendas, transparências e muita... muita cor! Para consumidoras que até há pouco tempo eram condenadas a vitrines recheadas de peças e modelos antiquados, que não as agradavam e precisavam perambular de loja em loja escarafunchando araras e prateleiras para encontrar roupas mais modernas e descoladas, a mudança de comportamento de fabricantes e lojistas é motivo de muita festa. Padronagens, texturas e cores, sensualidade e elegância que a vida inteira foram privilégio da modinha –

20 grupara magazine

aquela para vestir mulheres que não passam do manequim 44 agora estão nas mãos (e corpo) de todas! A moda é democrática! Em Araraquara, as lojas Daicy Bertolo e Oficina da Moda são duas que têm investido na clientela feminina que veste acima de 50. A lojista Daicy Vitali de Marqui, dona da Daicy Bertolo, conta que percebeu rápido a lacuna que a moda plus size anotava na cidade. “Vi a necessidade por números acima do GG crescer entre minhas clientes e percebi que investir em mulheres de tamanhos grandes seria uma ótima aposta”, afirma a empresária, que está no mercado há oito anos. Na Oficina da Moda, as prateleiras e araras oferecem opções de roupa em tamanho grande desde 2008 e de acordo com Liciane Louise Mendes, proprietária da loja, esse direcionamento tem sido bastante acertado. “É um nicho de mercado ainda pouco explorado e muito carente”, pontua, ressaltando que a moda plus size representa 50% do faturamento da loja. Da mesma forma que Daicy, A Oficina da Moda entrou nesse mercado a partir do apelo da clientela. “Como nossas peças são de fabricação própria, as clientes começaram a pedir essas peças. E a satisfação delas é nossa

maior motivação nesse caminho”, enfatiza Liciane.

Outros pesos Quando começou seu negócio, ainda em casa, a principal dificuldade de Daicy de Marqui para compor sua grade de tamanho grande era o preço das roupas. “Sempre priorizei uma moda bonita e diferenciada para todos os tamanhos. E com a numeração grande era sempre tudo muito mais caro. Durante um tempo, isso inviabilizou minha entrada nesse mercado”, conta a lojista. Hoje, sua clientela é formada por mulheres de todas as idades. “Visto desde adolescentes de 17 anos até senhoras de 60”, conta a lojista. Porém, mesmo com todas as mudanças observadas nesse mercado, o preconceito ainda dá as caras. “Apesar do forte investimento dos atacadistas, as vendedoras ainda têm postura preconceituosa. Quando faço compras, é comum eu ouvir um ‘acho que suas gordas vão gostar dessa peça’. Isso é triste”, pontua Daicy Marqui, ressaltando que a moda plus size é responsável por 60% do movimento e das vendas de sua loja. Sua experiência a deixa segura para


Confira o que algumas marcas levaram para o FWPS! MARRI GATTÔ A coleção assinada por Renata Poskus Vaz, jornalista e idealizadora do FWPS, conta com peças como saias, vestidos, macacões e camisas. Entre os tecidos há viscose, malhas-tricô e veludo de malha. MELINDE A marca apresentou uma linha mais leve, com acabamentos suaves e formas simples, e outra com peças estruturadas, texturas pesadas e rústicas. A alfaiataria é o ponto alto da coleção, vista em blazers, casacos, spencers e trench-coats, coordenados com camisas de seda, camisetas ou sobrepostos aos vestidos. XICA VAIDOSA Valorizar a brasilidade é o ponto alto da marca, que buscou modelagens especiais e recortes estratégicos para destacar as curvas femininas, cintura e colo. As estrelas são blusas e vestidos com transparências, saias longas e godês e peças em couro falso. A estamparia, alegre e com cores quentes, tem motivos animais, cashmere, vitrais, craquelados, étnicos e barrocos. Jacquard, denim, sarja, voil, tule, renda, seda e malhas são os tecidos selecionados e a cartela de cores contempla o vermelho, coral, azul, amarelo, dourado, verde e o eterno branco-e-preto.

KORUKRU O corpete de couro trançado é a peça-chave da coleção, que tem ainda cintos largos de couro, com correntes, apliques de metal, fivelas com pedras em tons de terra – do gelo ao café – e metalizados. A estampa animal aparece em algumas peças e outras são produzidas com patchwork de diferentes cores de couro, que formam desenhos nos cintos. ALINE ZATTAR Uma mulher segura e exuberante define o conceito desta marca, que leva o nome da Miss Brasil Plus Size 2013. As peças transmitem a ideia de força interior e autoestima elevada, com pitadas de sensualidade nas peças repletas de transparências e texturas. As estampas com motivos de bicho aparece em diversos estilos e cores. Para completar, estampas geométricas em tons florais e branco e preto. Cetim, neoprene e couro sintético são os tecidos escolhidos.

Fotos: divulgação

afirmar que mulheres plus size também gostam de moda jovem, de peças coloridas e de estampas. “O máximo que se tinha em estampa para esse público eram as blusas de bolinhas. E moda vai muito além disso e de um pretinho básico”, destaca. Um exemplo disso é a dona de casa Rosane Rodrigues Belinelli, 54 anos, 134 quilos, cliente da loja desde o início. “Sou alegre e extrovertida e gosto de roupas que traduzam isso e que não me deixem velha. Bermuda de gorgurão, com elástico na cintura e sem cor alguma, nem pensar!”, diz Rosane, em meio a saborosas gargalhadas. Modelo plus size oficial da Daicy Bertolo, Rosane adora aparecer em programa de televisão e vibra com seu guarda-roupa descolado. “Adoro macacão e tenho seis modelos, todos com renda e tule. E também sou fã das leggings de couro estampado”, confessa. Na Oficina da Moda, a diversidade dos produtos incluem tecidos em malha, jeans e alfaiataria, modelagens diferenciadas e extensa paleta de cores. A cartela de numeração, no entanto, não é revelada. “Isso é um segredinho que só contamos para as clientes na loja”, diz Liciane. Como atua com fabricação própria, Liciane reclama da falta de tecidos completamente adaptados para o plus size e afirma que a marca sempre opta por aqueles que mais se adequam às modelagens da fábrica. “No geral, os pedidos que mais recebemos das clientes são peças joviais, tecidos leves, estampas que seguem a tendência e modelagens que valorizam seu corpo”. >>

Rosane, modelo plus size ofi-

cial da Daicy Bertolo grupara magazine

21


Moda

Sim, nós vestimos acima de 50! A jornalista e blogueira Juliana Romano é referência quando o assunto é moda plus size. Não só por entender profissionalmente do riscado, mas por adotar em sua vida pessoal um estilo próprio, que prioriza, acima de tudo, seu bem estar, seu conforto e sua felicidade. Criadora do blog Entre Topetes e Vinis, ela é dona de uma autoestima invejável e inspira suas leitoras com dicas de composições de moda que vão da mais casual e descolada às mais elegantes e sofisticadas. Sempre ressaltando a beleza, o charme e a sensualidade da mulher gordinha. Vale a pena conhecê-la! GRUPARA MAGAZINE - Primeiro a pergunta clássica: como surgiu a ideia do blog e há quanto tempo ele foi criado? JULIANA ROMANO - Criei o Entre Topetes e Vinis em 2009 para falar sobre coisas que eu gostava e que faziam parte da minha realidade, e dar dicas para meninas que, como eu, não tinham tempo, nem dinheiro para viajar e gastar horrores com roupas no exterior. Eu queria compartilhar dicas que me ajudavam como, por exemplo, garimpar peças baratas no Bom Retiro e na rua 25 de Março. Como sempre foi parte da minha realidade ser gorda e gostar de moda, o blog acabou virando plus size. GM - Qual sua intenção com esse trabalho? JR - Quando percebi que, de verdade, eu poderia ajudar outras mulheres com minhas dicas, tive vontade de, cada vez mais, ajudar meninas que passam hoje por dramas que eu já passei, como a pressão psicológica para emagrecer, o ódio ao próprio corpo e a falta de autoestima. Meu objetivo é sempre contribuir com essas mulheres a crescerem e terem uma visão maior e melhor de si mesmas. GM - Como você percebe as mudanças no mercado da moda em relação às mulheres tamanho grande, desde a produção até o atendimento nas lojas? JR - Mudou muito de uns tempos para

22 grupara magazine

cá e tecidos e estampas melhores fazem parte dessa mudança. No entanto, sinto que até a confecção e os varejistas plus size têm preconceito com a mulher gorda. Isso porque muitos deles só pensam em números, só querem vender. A mentalidade é: se a blusa com manga, de cor escura e com um corte reto e largo vende, não vamos mexer em time que está ganhando. Sinto que muitos lojistas têm medo de blusas estampadas, mangas curtas, decotões. Por outro lado, vejo muito mais lojas que tratam a gorda do jeito que ela deveria ser tratada, ou seja, como qualquer outra mulher. Tenho uma lista de 15 ou 20 lojas que vendem peças incrivelmente lindas, que se ninguém disser, você não adivinha que são plus size. Essa deveria ser a mentalidade: produzir peças grandes sem ter cara diferente (no mau sentido). GM – Você foi alvo de preconceito em lojas de roupas por conta do seu manequim? Se sim, como foi isso? JR – Não. Comigo não acontece porque eu

sempre chego de nariz empinado e muito segura. Entro na loja e pergunto: ‘Oi, você tem até qual número?’. Se a vendedora falar qualquer coisa abaixo de 46, sou direta: ‘Poxa, que pena! Mas eu visto 50. Obrigada’. Viro as costas e vou embora. Comigo acontece mais de as pessoas tentarem me empurrar peças menores que o meu tamanho do que o contrário.


GM - Você sempre foi descolada em relação ao seu corpo e às roupas que queria usar ou essa postura foi um aprendizado? JR - Ninguém é seguro de si durante a adolescência. A gente tem que aprender esse tipo de postura e acabei aprendendo sozinha, de tanta porrada que tomei da vida (e porque na minha época não tinham blogueiras como eu...hahaha). Mas acho normal você ter uma insegurança ou outra, só não pode deixar isso tomar conta da sua vida. GM - As gordinhas podem, realmente, vestir o que quiserem ou apesar dessa democracia crescente da moda ainda há regrinhas do tipo ‘essa peça, padronagem, textura, cor não fica bem para alguém do seu tamanho’? JR - Eu odeio regras e acho que cada pessoa pode se vestir do jeito que quiser. O que é ridículo para mim, pode não ser para você. Então, por que minha opinião importaria mais do que a sua? Eu gosto e adapto todas as tendências à minha personalidade e acredito que todas as pessoas podem seguir as tendências fashion, sem importar se é gorda ou magra. Sempre digo que o problema não é a estampa ou a cor, mas o corte e o tamanho. Se a mulher encontra uma peça do seu tamanho, seja 34 ou 64, deve usar, sim. Saias godê, bolso faca, drapeados, bandagens, calças mais justas, minissaia, frente-única, enfim. Tudo isso tá liberado para quem é gorda. Até por que, se a mulher é gorda, não será um formato de bolso que vai deixá-la magra. E quando a mulher é estilosa, a última coisa que as pessoas reparam é que ela é gorda! GM - O que você mais gosta na moda plus size que tem se apresentado no Brasil? JR – É uma opinião super pessoal, mas

o que mais gosto são as peças em imitação de couro. GM - O que você acha que definitivamente não combina para mulheres gordas? JR – Nada! Acho que tudo pode combinar e que nada é definitivo na vida. GM - Você comenta que tops e franjas aparecem com força para as gordinhas. São itens que há algum tempo eram impensáveis para esse público. Além disso, o que mais te chamou a atenção no FWPS? JR – Com certeza tops e franjas também são para gordinhas. Aliás, meu blog inteiro é uma quebra de estigmas da moda. Na verdade, tudo é proibido até que se prove o contrário. Não ligo muito para o que falam de mim, então sempre usei coisas diferentes. O que mais chamou minha atenção no FWPS foram as estampas coloridas, as saias e as imitações de couro. GM - Que conquistas pessoais ter um blog como o seu tem te oferecido? JR - Muitas! Não sou uma pessoa que chora muito, mas toda vez que recebo um recado de uma leitora dizendo que eu consegui mudar a vida dela, me emociono de tal forma que meus olhos se enchem de lágrimas. É muito lindo o ‘poder’ que você tem de tocar a vida de algumas pessoas e mudá-las para melhor.

GM - O que mais te irrita ou incomoda no que chamam de relação gordas e magras? JR – As pessoas acreditarem que existe uma relação gorda x magra. Isso não existe. Todas somos mulheres, únicas e lindas. Cada uma à sua maneira. GM - Em termos de postura, o que você considera totalmente dispensável para as gordinhas? JR – A gorda que se acha melhor que a magra é tão dispensável quanto a magra que se acha melhor que a gorda. Ninguém é melhor que ninguém e cada pessoa tem um gosto diferente. Tem gente que gosta de gorda, tem gente que gosta de magra, tem gente que gosta de bolada...e ninguém tem nada a ver com isso. GM - E em relação aos homens gordinhos, Ju? Ainda falta a moda plus size olhar mais para eles? JR – Percebo que homem liga muito menos para moda e sofre muito menos preconceito por ser gordo, justamente por sofrer muito menos pressão para ser magro. Mas não conheço o suficiente sobre a demanda masculina para opinar sobre isso.

JULIANA ROMANO é jornalista e trabalha como repórter de beleza do portal feminino MdeMulher. Antes, ela teve passagens profissionais pela revista Gloss, pela Play TV e pelo portal Vírgula, da Jovem Pan. Ela mede 1.57m e diz que não faz a menor ideia do quanto pesa. Sabe apenas que veste manequim 50. Juliana gosta de ler, bloggar, namorar, ir ao cinema, fazer compras, assistir séries e viajar pra praia.

grupara magazine

23


Fotos: divulgação e Octavio Gorla

Looks

#curvy COLAR R$ 24,90 FIVEBLU

CASACO LEGÍTIMA DEFESA

R$ 196,00 Daicy Bertolo

BLUSA R$ 44,99 Marguerite

REGATA ESTELA FURQUIM

R$ 69,90 Daicy Bertolo

CALÇA R$ 59,99 Quintess SHORTS LEGÍTIMA DEFESA

R$ 159,90 Daicy Bertolo

BOLSA R$ 59,99 FIVEBLU

SAPATO R$ 198,00 -50% À vista La Poupée

Tendência fortíssima nesta temporada, as estampas tropicais multicoloridas viraram as queridinhas do verão. Aposte em looks casuais e cheios de charme, adicionando acessórios descolados e com muita personalidade! #arrase

24 grupara magazine

Red is the new black!

SAPATO R$ 119,90 Bebecê

Estampas tropicais

BOLSA R$ 55,00 Aik Bijoux

Sensual, icônico e feminino: o vermelho sempre faz a cabeça das mulheres, ainda mais nesse tom Grimson, que foi destaque nas passarelas em Nova Iorque. Ele fica divino em qualquer peça e, para compor um look ainda mais moderno, combine com animal print, que tal?


Looks

grupara magazine

25


Capa

CEFAD Sucesso na Europa e agora também no Brasil! O Cefad é uma empresa com 20 anos de know how na realização de cursos de formação técnico-profissional. Com sede em Lisboa e com várias unidades nos países da União Europeia, o Cefad agora chega ao Brasil como franquia e já comprovou sua eficácia na unidade brasileira.

Cursos Todos os cursos são ministrados por profissionais de nível superior, cuidadosamente selecionados com especialização e atuação comprovada nos cursos que irá ministrar. As aulas são divididas em teóricas e práticas, para que o aluno tenha uma formação completa e eficaz. Os cursos são apostilados e os professores têm recursos multimídia para apoiá-los em sala de aula.

Garantia de retorno Após concluir um curso do Cefad, grande parte dos alunos retornam para se especializarem em outras áreas. Isso se deve à qualidade da metodologia aplicada à procura crescente do mercado por profissionais de estética.

Rua 1, nº 1080, Centro, 14800-000 16 3114-1659 atendimento@cefad.com.br www.cefad.com.br

26 grupara magazine

informe publicitário

Realize já seu sonho! Destaque-se no mercado de trabalho!


grupara magazine

27


Política

Nossas Mulheres Infelizmente, ainda é parte da cultura brasileira o desinteresse ostensivo pelo funcionamento político que administra cidades, estados e o país. Em Araraquara, por exemplo, pouca gente sabe que O Partido dos Trabalhadores (PT) é presidido por uma mulher, Márcia Lia, e que a Câmara de Vereadores está composta por 18 parlamentares, entre os quais há apenas três mulheres: Edna Martins (PV), Gabriela Palombo (PT) e Juliana Damus (PP). Quem são essas nossas representantes femininas? Como elas pensam, sentem e se posicionam? Estas e outras questões foram respondidas pelas três nessa entrevista especial. Confira. Texto: Regina Oliveira

28 grupara magazine

Fotos: arquivo pessoal


GRUPARA MAGAZINE – Você é uma mulher vereadora ou uma vereadora mulher? EDNA MARTINS – Sou uma mulher e estou vereadora. GABRIELA PALOMBO – Ambos. Essa é uma falsa dicotomia. JULIANA DAMUS - Certamente sou uma mulher que está vereadora, que é um cargo eletivo para um determinado mandato. Procuro exercê-lo de maneira ética, responsável e de acordo com os meus valores pessoais como mulher. MÁRCIA LIA - Sou uma mulher que trabalha na política. GM - Qual é seu lado mais “mulherzinha”? EM - Sou supermãe, gosto de ouvir meus filhos, sou protetora. Cozinhar e fazer doces para meus filhos é um prazer para mim. GP – A capacidade de lidar com problemas, buscando compreender os vários aspectos que o envolvem, questionando a causa e não apenas o efeito. Lidar com as subjetividades e sutilezas de questões complexas que muitas vezes parecem simples, é uma característica feminina que valorizo na minha personalidade. JD - Meu lado mulher evidencia-se nos meus contatos familiares e de proteção e carinho que tenho para com os mais próximos, para com a sociedade e com os animais. ML - O que é ser “mulherzinha”? Penso que em momento algum uma tarefa ou trabalho me dissocie da condição feminina. GM - E qual é seu lado menos “mulherzinha”? EM - Meu lado profissional. Sou exi-

gente e não gosto de negligência no trabalho. GP - Não abro mão da minha independência, nem da minha liberdade. Considerando os estereótipos que padronizam o papel do homem e da mulher na sociedade, esse comportamento talvez se identifique mais com o universo masculino. JD - Mesmo não transparecendo, muitas vezes fico indignada quando os interesses da coletividade são deixados em segundo plano em favor dos pessoais e dos acordos políticos pouco democráticos. Coisas como essas me ‘tiram do sério’ e me deixam bastante irritada. ML – Não penso que haja um lado mais, ou menos, ‘mulherzinha’, porque a política nunca foi barreira para a realização dos meus sonhos e projetos pessoais. GM - Como você leva e/ou administra esse lado para o trabalho, seja na Câmara, em reuniões, etc? EM - Acho que esse lado permite que eu ouça muito as pessoas, que eu tenha equilíbrio e capacidade de negociação. GP – Com muito orgulho. A visão que nós, mulheres, temos da Saúde, da Educação, da Segurança, da Economia, das relações de trabalho, enfim, em muitos aspectos difere da visão dos homens. Acho que essa é a grande vantagem da presença das mulheres na política: pensar sobre nossa comunidade, cidade e País a partir das nossas experiências e da nossa visão de mundo. JD - Tento não me apegar a pessoas ou situações particulares em questões políticas, pois dessa forma fica mais fácil realizar um trabalho isen-

to e transparente. ML - Na política, como em qualquer outro trabalho ou atividade, cultivo a sensibilidade e o olhar contra as injustiças. GM - Você acredita que exista uma “essência feminina imutável” e – se existe – ela fica vulnerável num ambiente de energia tão masculina como ainda é a área da política? EM - Acredito que as pessoas e seu meio não são imutáveis e tudo está em movimento. Sobretudo porque realizamos muitas mudanças no que acreditava-se ser a essência feminina. Mas creio que há uma diferença entre o comportamento de homens e mulheres. Até porque isso foi construído socialmente. Nesse contexto, o espaço da política ainda é muito masculino e afasta muitas mulheres. GP – Acredito que sim, que há aspectos inerentes à essência feminina assim como à masculina. E a feminina fica e ainda é vulnerável em decorrência da nossa cultura machista, que transforma nossas diferenças em desigualdade. A super valorização dos aspectos masculinos em contraponto com a desvalorização

>>

Juliana Damus

grupara magazine

29


Política

do feminino se reflete em todas as esferas da vida, incluindo a política. JD - A mulher tende a ser mais emotiva, protetora e conciliadora. Na política, essas são qualidades indispensáveis e que muito bem representam essa ‘essência feminina’. ML - Nossa essência feminina não é limitante. GM - Costuma-se dizer que a energia masculina é a do ataque, da realização, da funcionalidade, enquanto a energia feminina é a do acolhimento, do cuidado, da recepção, do intuitivo e do instintivo. Como você lida com essas duas forças vitais em seu dia a dia como vereadora? EM - Vou para o ataque quando acredito que um trabalho ou uma ideia são importantes. Adoro concluir meus trabalhos, aceito desafios, sou objetiva. No entanto, sou capaz de ponderar, acolher as críticas e a opinião dos outros, gosto de promover o diálogo e isso sempre me enriquece. GP – Acredito que sejamos dotadas de ambas energias, mas o processo cultural nos estimula a valorizar uma e desvalorizar a outra. Meu desafio cotidiano é a busca por esse equilíbrio. Ao me tornar uma pessoa mais equilibrada, torno meu trabalho na vereança cada vez melhor. JD - Tento equilibrar porque as duas são necessárias, apesar de uma se destacar de modo mais característico nas mulheres. No meio político é imperioso mostrar força e fazer as coisas importantes acontecerem. ML - Homens e mulheres são diferentes e têm suas peculiaridades. Mas são seres humanos. Na área po-

lítica, saber buscar o equilíbrio e o respeito faz toda a diferença, como são nas coisas do dia a dia. GM - Você acredita que a humanidade está carente de mais energia feminina para equilibrar e equalizar as relações humanas? EM - Acredito que precisamos de mais amor no mundo. Não do amor romântico, mas do amor pela humanidade. Historicamente, as mulheres introduziram na pauta pública questões referentes ao cuidado com os idosos e crianças e respeito às diferenças. Portanto, a energia feminina está, também, na forma e no conteúdo da luta por direitos. A luta e a energia femininas não são contraditórias. É preciso que o mundo assuma esses valores femininos, que também podem ser - e em muitos casos já são - masculinos. GP – Acredito que o mundo sinta cada vez mais a necessidade de resgatar a energia feminina de reequilibrar as coisas, mas não pelas razões apontadas na pergunta. A ‘perda’ dessa referência para as mulheres se deu no processo cultural da nossa evolução. O que era identificado como feminino foi inferiorizado em detrimento à superiorização do que é identificado como masculino. Essa inversão de valores é fundamental para sustentar uma sociedade machista patriarcal como a nossa. É um erro culpar as próprias mulheres que lutam e lutaram por direitos. O movimento de mulheres busca, ao longo da história, valorizar nosso lugar no mundo. Essa luta é necessária, pois ainda sofremos com a desigualdade e a vio-

lência. JD - Sim! O amor, a empatia e a delicadeza deveriam estar mais presentes nas relações entre todos os seres humanos. ML - Não penso que a luta das mulheres possa causar algum desequilíbrio ou carência de qualquer espécie. Penso que quanto mais justo for o mundo, mais equilibradas forem as relações, melhor será o mundo. GM - Você tem algum tipo de atividade que vise resgatar, estimular ou preservar sua feminilidade e energia feminina? EM - Promovo muitos trabalhos com mulheres e esses encontros são muito bons para um mergulho no universo feminino. GP – Participo de um grupo de estudos sobre o livro “Mulheres que Correm com os Lobos”, da Clarissa Pinkola Estes. A atividade é exclusiva para mulheres e procura trabalhar, por meio de fábulas e arquétipos, o resgate da ‘natureza selvagem’ em cada uma de nós. Tem sido maravilhoso e indico para todas as mulheres.

Marcia Lia


JD – Pratico atividades físicas de maneira regular e sempre me disponho a cuidar do meu corpo e da minha estética e beleza. ML - Confio em Deus acima de todas as coisas. GM - Há em sua escolha pela vida política, algum ônus do ponto de vista feminino (adiar a maternidade, reduzir o tempo com a família, disfarçar ou passar por cima de emoções próprias das mulheres)? Como lida com isso? EM - Sem dúvida nenhuma a vida pública reduz demais o tempo com a família. Hoje, meus filhos estão adultos e têm suas atividades, mas quando eles eram pequenos eu tinha que ‘esticar’ o tempo para dar conta de todas as atribuições e passar um tempo com eles. GP – Sinto que sim. De forma geral, a sociedade ainda está pouco preparada para lidar com as pessoas e situações fora do ‘lugar comum’. Para lidar com isso, procuro exercitar a paciência, tolerância e discernimento para não desistir dos meus sonhos, não perder minhas referências e não ceder ao sentimento de culpa, tão comum a nós, mulheres. JD - Todos os aspectos mencionados estão presentes e vinculados à minha atuação política. Isso faz parte das opções e escolhas que a mulher que atua na política é obrigada a fazer. ML - Qualquer trabalho feito com empenho e dedicação gera um ônus pessoal. E falo de presença em casa mesmo. Mas tudo é muito conversado com minha família, com meu marido e com meus pais, que moram comigo. E investimos na qualidade

do tempo que desfrutamos juntos, que não é pouco. GM - O que te seduziu a escolher a política? O que pode seduzir as mulheres a apaixonarem-se pela vida política, independentemente do perfil de cada uma? EM - Sonho com uma sociedade justa, onde as pessoas tenham uma vida digna sem nenhuma discriminação. Não é discurso. Se eu não tivesse esse sonho, acredito que dificilmente teria energia para enfrentar tantas adversidades. Acho que as mulheres serão seduzidas se perceberem que podem mudar as coisas por meio da política e que podem fazer política e continuar sendo elas mesmas. GP – As mulheres exercem a política no dia a dia. Ouso dizer que boa parte das conquistas que obtivemos ao longo da história são frutos das lutas das mulheres. Quando trabalhei no Orçamento Participativo, via nas reuniões a presença esmagadora de mulheres, mães e filhas, lutando pela melhoria de vida em seus bairros e comunidades. A maioria dos movimentos sociais é levada por mulheres. É essa indignação diante das injustiças e a convicção de que podemos melhorar bastante o meio em que vivemos que me move e me apaixona. Mas no âmbito do poder somos minoria e precisamos de condições mais iguais nessa esfera. A luta é mais feminina, o poder é mais masculino. Precisamos equilibrar isso. JD - A possibilidade de fazer algo de bom para a sociedade; contribuir com sua melhoria e fazer diferença

por meio de uma atuação ética e voltada para o bem comum. ML - A política nos permite interferir nos processos de mudança. Incluindo o exercício político fora dos partidos, dos parlamentos e do poder porque são inumeráveis as conquistas iniciadas nas ruas e nas manifestações. Penso que o número de mulheres na política só tende a aumentar porque nós fazemos parte do processo de construção coletiva. Quando nós, mulheres, pensamos em um dia termos uma mulher, perseguida pela Ditadura, no posto mais alto da Nação? Pois temos. E a presença da Dilma nesse

Gabriela Palombo

cenário é fruto da nossa luta. Um espaço conquistado por cada uma das mulheres que lutaram e lutam por igualdade. GM - Na Câmara de Araraquara são apenas três mulheres para 15 homens. Para aquelas questões que ‘só mulheres entendem’, há entre vocês algum tipo de “elo feminino” que ultrapassa suas diferen-

>>

grupara magazine

31


Política

ças políticas? EM - Temos diferenças, o que é muito bom. Mas no essencial, temos nos unido no que importa para todas as mulheres. GP – Nós tentamos, sim. A vereadora Edna e eu chegamos a conversar sobre isso no começo dessa legislatura, no sentido de nos unir acima das divergências políticas e partidárias nas questões referentes aos direitos das mulheres. Mas do ponto de vista da atuação das três vereadoras, ainda estamos longe de superar as divergências para nos unir enquanto bancada feminina. Porém, acho o esforço bastante positivo. JD - Cada uma de nós tem formas de agir e características próprias, mas sempre que necessário e possível é preciso estabelecer entendimentos, principalmente no que se refere às causas pelos direitos das mulheres. ML – Durante o período em que fui vereadora, havia um respeito, sim. Mas nossas posições políticas foram bastante distintas na maioria das vezes. GM - Como vocês gostariam que as mulheres e os homens de Araraquara as vissem? EM - Como uma servidora municipal séria, coerente e dedicada. GP – Como uma mulher empenhada em fazer o seu melhor, cheia de defeitos e qualidades como todos. JD – Como uma pessoa correta, honesta e que sempre busca fazer o seu melhor no desempenho do cargo para o bem da cidade. Gostaria muito que as pessoas entendessem que, muitas vezes, nos limitamos por questões de

contingenciamento e particularidades do sistema político. ML - Como uma pessoa que está ao lado deles na busca por justiça social, por um mundo e por uma cidade melhores. GM- Já é possível encontrar mulheres, especialmente entre as maiores de 30 anos, defendendo o direito à liberdade de ‘ser mulher de novo’, que traduzido significa não ter a necessidade de desdobrar-se em várias, com todas as sobrecargas que isso implica. Será que existe algum momento em que vocês sintam-se tentadas a engrossar esse coro? EM - Ficar em casa e cuidar do marido, da mãe e dos filhos é uma coisa muito boa e é muito trabalho também. Mas acredito que todas nós que trabalhamos fora de casa já pensamos nisso em algum momento de sufoco. Esse pensamento, no meu caso, não dura mais que cinco minutos. Trabalho desde os 16 anos e seria impossível viver sem meu trabalho, sem essa dinâmica de vida. Penso que as mulheres que

Edna Martins

32 grupara magazine

escolhem ficar em casa fazem uma escolha legítima. Não somos todas iguais, portanto temos direito à diferença. GP - E desde quando cuidar de uma casa, dos filhos e da família não exige bastante da mulher? Exige muito e desvalorizar esse trabalho, importantíssimo, é um perigo para todas nós. Minha luta é por nossa liberdade, por nosso respeito e dignidade. Minha luta é para que nós, mulheres, possamos ter o direito de escolher fazer aquilo que nos faz feliz e não sermos reféns de uma vida pré-determinada por padrões e estereótipos. Que a mulher seja feliz no lar ou na vida profissional, por suas escolhas e por suas decisões. Para essa luta, podem contar comigo. JD - Vivemos em outro momento. As mulheres sempre buscaram independência e igualdade. Viver com responsabilidades diversas, dividirse entre família, trabalho e estudo faz parte do meu ser e isso não é um peso. Pelo contrário! Considero isso como algo fundamental para o meu desenvolvimento pessoal. ML - Não vejo demérito algum em optar pela vida de dona de casa porque fazer essa escolha não significa ter ‘menor valor social’. E não é pouco cuidar de uma casa e da família. Se for uma escolha e não uma imposição, não há problema algum. Mas discordo de que isso signifique resgatar ‘o direito de ser mulher de novo’. Não deixamos de ser mulher por nossas escolhas.


EDNA SANDRA MARTINS tem 45 anos, é casada e mãe de dois filhos. Socióloga e doutora em linguística, é fundadora da ONG Cedro Mulher, instituição pioneira em Araraquara e Região no acolhimento, assessoria jurídica, tratamento psicológico e encaminhamento para as mulheres vítimas de violência. Está em seu terceiro mando como vereadora (2001, 2004 e 2012) e nesse período atuou como presidente da Comissão de Obras, primeira mulher presidente da Câmara, presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher e desde 2009 é secretária estadual da mulher do Partido Verde e integrante da executiva estadual do PV estadual. GABRIELA PALOMBO tem 32 anos, é solteira e está em seu primeiro mandato como vereadora. Cursou História na Unesp de Assis e Ciências Sociais na Unesp de Araraquara. Seu ingresso na política foi no movimento estudantil e tem experiências de atuação na Assessoria da juventude e na Participação Popular. É membro da Executiva Municipal do PT de Araraquara e milita em movimentos ligados às mulheres, juventude e cultura. Políticas Públicas de Cultura, Sustentabilidade, Participação Popular e Direitos Humanos são focos do seu trabalho na Câmara. JULIANA DAMUS tem 42 anos, é solteira, formada em Técnica em Contabilidade e Administração de Empresas, pela Uniara. Desde criança acompanhou a vida política do pai – Elias Damus – e após sua morte ela decidiu dar continuidade ao seu trabalho. Foi eleita pela primeira vez em 2000. Em 2004 obteve a segunda maior votação da cidade e foi mantida no cargo nas eleições de 2008 e 2012. Projetos como o Programa Momento Mulher e a reserva de vagas para idosos em estacionamento de utilização pública são de sua autoria, além de participar da elaboração do Protocolo de Atendimento aos Animais, temática que integra suas prioridades, junto com meio ambiente, saúde, idosos, segurança e educação. MÁRCIA LIA tem 56 anos, é casada e não tem filhos. Formada em Direito pela Uniara, petista, marcou sua trajetória política com muitos projetos importantes, inclusive nas áreas de mobilidade urbana, desenvolvimento tecnológico, juventude e claro, mulheres. É a nova presidente do PT em Araraquara, sucedendo de André Agatti. Foi vereadora, já lançou candidatura à Prefeitura e, neste ano disputa uma das cadeiras na Assembleia Legislativa como deputada estadual.

grupara magazine

33


Especial

Ser mulher:

um balanço sobre perdas e ganhos Especialmente no mundo ocidental, onde ainda que com ressalvas, as conquistas e a valorização dos espaços e dos direitos femininos em todas as áreas são bastante festejados, que balanço as mulheres fazem dessa caminhada? A resposta pode, ao mesmo tempo, ser óbvia ou surpreender Texto: Regina Oliveira

34 grupara magazine

Ilustração: Thaís de Campos


D

iz o ditado popular que para tudo que se ganha há que se perder algo. Será? Investigamos junto a três mulheres que lidam diariamente com questões femininas - em diferentes graus e abordagens – qual a percepção de cada uma em relação aos ganhos e perdas das mulheres ao longo da história. Será que essa conta fecha? Será que ônus e bônus estão equilibrados? A pergunta que fizemos às três entrevistadas foi a mesma: o quê as mulheres têm perdido enquanto ganham? E o bate-papo com cada uma delas rendeu boas reflexões. Veja só. Liberdade de escolha Marli Múcio, 55 anos, divorciada, psicóloga e corretora de imóveis, mãe e avó “A mulher tem perdido, especialmente, a liberdade de escolha. Esse é o maior preço que ela tem pago. Incluindo a escolha de ser mãe e esposa. Desempenhar vários papéis – mulher, mãe, profissional - é muito bacana, Porém, a pergunta central a ser feita por nós é: ‘como me sinto desempenhando vários papéis?’. E ser honesta na resposta. Hoje, o que vemos é uma mulher que não assume fragilidades porque isso é virou sinônimo de incapacidade e vergonha. E aí, outra perda: a mulher coloca em risco todas as suas relações interpessoais direcionando a ‘culpa’ no parceiro (estou super cansada porque você não me ajuda), no chefe (não posso ficar com meu filho doente porque você não me dá folga), nos filhos (estou atrasada para o trabalho porque você não acordou na hora certa), na mãe e na sogra que

nem sempre podem ajudar e nem têm essa responsabilidade. O preço disso aparece em perda da saúde física e emocional. Nunca se vendeu tanto ansiolítico para mulheres como agora. É preciso ter coragem para responder a si mesma: o que eu gostaria de ser e fazer de verdade? Hoje, uma mulher assumir que tem talento e habilidade para ser dona de casa e quer ser feliz assim, é quase uma ofensa! Mas cadê o direito de a mulher poder querer

O que queremos ser de verdade? Apesar das perdas todas, tem valido a penas todas as conquistas da mulheres até aqui? Se entre perdas e ganhos se está verdadeiramente feliz, então valeu a pena. Do contrário é preciso repensar

e escolher essa opção, por exemplo? Perdemos esse direito. Vivemos tempos onde faltam mães para as crianças e faltam mulheres para os homens. Uma perda lamentável. Também foi perdido o direito a recusas. Recusar-se a esvair-se numa academia só e tão só para ser valorizada externamente é um absurdo. Mas podemos escolher ter cuidados apenas com a saúde e ficar com nossas dobrinhas e gordurinhas sem a paranóia de ser apontada por estar fora de forma? Recusar

>>

grupara magazine

35


Especial

um ótimo emprego para cuidar dos filhos é praticamente um absurdo, é ser louca. A mulher perdeu também a delícia do jogo de sedução, do flerte, da paquera. No afã de conquistar igualdade em tudo, conseguimos homens acuados, com medo de se aproximar. A postura masculinizada na conquista amorosa é deprimente. Com isso, a mulher tem perdido a oportunidade de viver experiências saborosas. O que queremos ser de verdade? Apesar das perdas todas, tem valido a penas todas as conquistas da mulheres até aqui? Se entre perdas e ganhos se está verdadeiramente feliz, então valeu a pena. Do contrário é preciso repensar. A conquista que se faz necessária hoje é a do direito da mulher ser livre para escolher ser o que ela quiser. Profissional, mãe, amiga, amante, cuidadora da sua casa. Quantas mulheres existem dentro de uma? Qual ou quais delas queremos ser? Estamos pagando o preço que queríamos pagar para ser o que queríamos ser? Que tal simplificar a vida novamente?”. Feminino é a multiplicidade Andréa Túbero da Silva, 45 anos, socióloga, casada, mãe e dona do espaço Mandali – Nutriz da Alma Há uma multiplicidade de experiências de mulheres suprimidas pelo binarismo de gênero, num contexto e ordem de mundo patriarcal. É a singularidade dessas experiências que procuramos resgatar e valorizar, em contraponto a um suposto destino de gênero. Dentro das condições de possi-

36 grupara magazine

bilidade que nos foram impostas, nós, mulheres, fizemos o possível, e apontamos que discurso de igualdade de direitos que não considera as diferenças e as singularidades, torna-se inócuo. Comemora-se, por exemplo, o aumento da presença da mulher no mercado de trabalho, mas, em contrapartida, não se discute se houve uma maior participação dos homens no trabalho doméstico e no cuidado com os filhos, tradicional e historicamente atribuídos às mulheres. Esse aumento do/no número de mulheres no mercado, especialmente em cargos de chefia, tem transformado as relações de trabalho em relações alteritárias, ou perpetuado relações de mando e de poder? Basta ser mulher para que essas relações se transformem? Isso não é um “essencialismo de gênero”? Dizer que a mulher tem perdido ou se distanciado de sua essência feminina é a meu ver mais um efeito desse “essencialismo de gênero” que na realidade é opressor. Mas o que é o feminino? Feminino não é uma coisa só. Feminino é a multiplicidade de experiências, arquétipos, que não cabem na caixinha. Não dá para enquadrar, nem delimitar. Há uma beleza e uma riqueza nas diferentes expressões do feminino, que tanto pode estar na bailarina em cena, com gestos de pura plasticidade, como na ativista na rua, segurando cartazes e bradando reivindicações justas. Porém, ainda convivemos com estereótipos de gênero que qualificam, classificam essas expressões como mais ou menos “adequadas” ou “corretas”, ou agradam mais aos

homens. E com isso, perdemos a oportunidade de compartilhar experiências diversificadas. Heleieth Saffioti sempre dizia que nós desconhecemos as histórias de nossas heroínas. E dizia também que as mulheres podem ser terríveis! A agressividade também faz parte do que chamamos de feminilidade. Perguntas que carecem ser feitas: como a mulher ocupar os espaços sociais sem repetir padrões masculinos, sem recorrer aos subterfúgios de uma ordem patriarcal? Como nós, mulheres, podemos (re)criar re-

Mas o que é o feminino? Feminino não é uma coisa só. Feminino é a multiplicidade de experiências, arquétipos, que não cabem na caixinha

lações de alteridade, de cooperação, no qual as hierarquias e competição estejam a serviço da superação de si mesmo? Qual o lugar da responsabilidade individual, da expressão de nossas singularidades? No trabalho que realizo com mulheres, em grupo, o foco é justamente na valorização dessas experiências e no reconhecimento de uma dimensão mais instintiva do feminino, que no processo civilizatório foi sendo “domesticada” e por nós esquecida. Para vislumbrá-la, captá-la e utilizar o que ela nos oferece, precisamos nos interessar mais pelos


nossos pensamentos, sentimentos e esforços. Precisamos nos dedicar a reconhecer o que nos fortalece e nos debilita em nossa cultura se quisermos nos tornar ainda mais inteiras e autênticas”. Força e poder em outra dimensão Juliana Marconato, 31 anos, bailarina e professora de dança do ventre, casada, mãe, dona do Núcleo Ju Marconato de Dança “Acredito que a busca por independência é valiosa. Mas a busca por igualdade total com os homens é cansativa e inatingível. Da anatomia aos hormônios e emoções, mulher e homem são totalmente diferentes. E podemos celebrar essas diferenças. Mas essa é uma das perdas ao longo da caminhada. Precisamos resgatar o verdadeiro poder feminino, onde uma mulher pode ser forte, independente e bela sem ter que se masculinizar. A mulher perdeu o prazer de fazer das coisas simples da vida um espetáculo aos seus olhos. Temos a tendência de fazer tudo por todos e sentir culpa em fazer algo por nós. A mulher precisa reabastecer a própria energia com auto-cuidado, para poder cuidar de seus queridos com integridade. Uma grande perda que percebo por parte das mulheres é na competição entre si. Isso é um grande tiro no pé. Perdemos a capacidade de nos admirar, de sermos mais amigas, de nos defender mutuamente. E isso reflete outra perda: a desconexão com nossa verdade, porque a mulher é intimamente movida mais pela cooperação do que pela competição. Competir, lutar e brigar por algo que queremos é uma visão mascu-

linizada, de ir à caça e vivenciar o duelo. Precisamos reaprender a elogiar, a sorrir mais, a encorajar, cuidar, abraçar e dançar. São posturas que nos levam de volta para a casa da nossa alma. Ao longo da história, as mulheres foram podadas, mutiladas. Retiraram a capacidade da mulher de pensar por si, fazer suas próprias escolhas, perdendo seu poder de cura, seus dons maternos e, também, a sensualidade feminina, que é uma força. Somos naturalmente lindas e sensuais. Mas ao nos ensinarem que isso é pecado e feio, passamos a negar essa parte de nós. Sem essa força, ficamos frágeis e fúteis. Vejo que a mulher tem optado por dois caminhos opostos. Ou o do excesso, onde se fica extremamente sexy e vulgar por não saber lidar com sua sexualidade e doçura, ou o da castração e da negação, onde a mulher fica seca e sem brilho. Todas nós temos um imenso potencial inato de transformar, de levar amor, reconhecimento, desenvolvimento material e espiritual para os seus ambientes todos. Negar o feminino e a sensualidade gera uma masculinização da mulher. Ser mulher é diferente de ser

A mulher perdeu o prazer de fazer das coisas simples da vida um espetáculo aos seus olhos

mãe, esposa, amiga, profissional. Ser mulher é poder escolher ao in-

vés de ser escolhida. E essa oportunidade nós temos perdido. É preciso resgatar a sensualidade feminina com elegância. Assim é permitido e seguro. Somos poderosas, sim, e podemos ser muito femininas. Uma mulher pode trabalhar, ser próspera, independente e absolutamente feminina. Sinto ser desnecessário medir força com os homens em mesmo pé de igualdade porque são duas energias diferentes, mas que se complementam. A dança do ventre, com a qual trabalho há mais de dez anos, carrega uma sabedoria esquecida entre as mulheres, que é a de reunir para dançar, para curar seus males e suas feridas. Hoje há uma ideia estereotipada – também masculina – de que a dança é somente para seduzir o homem. A dança do ventre é um encontro com o lado feminino essencial, muitas vezes esquecido, cuja falta vai refletir em todos os âmbitos de presença e atuação da mulher. Mas nessa corrida toda de lutas e conquistas de todas as ordens, acabamos por perder essa dimensão. O que me move e me emociona nesse trabalho inteiramente voltado ao feminino, é saber que toda mulher, quando se conecta com si mesmo, equilibra sua energia feminina e vive de acordo com sua verdade, ela se transforma e acumula um potencial enorme de promover transformações positivas em todos os locais onde estiver: em casa, na escola, no trabalho, enfim. E se conquistar todos esses espaços é uma ganho imensurável, não podemos, à reboque, perder a chance de fazer disso algo positivamente transformador para todos: mulheres e homens.” >>

grupara magazine

37


Especial

Se pudesse investir meu tempo somente nos meus filhos, faria isso sem peso algum

– Amanda Cechinato

Ele & Ela

Administrar uma casa é um trabalho e tanto e isso não diminuiria em nada a inteligência, os potenciais e as capacidades de realização da minha mulher”

– Reinaldo Oliveira

38 grupara magazine

O casal Reinaldo de Oliveira, 46 anos, professor de Educação Física, e Amanda Cechinato, 35, anos, enfermeira, pais de três filhos, se desdobram para dar conta das necessidades da família. Enquanto ele se equilibra entre uma academia e 11 alunos particulares, ela encara a rotina pesada de um hospital público, onde a escala semanal é sempre imprecisa. Em casa, eles dividem as tarefas domésticas e o cuidado com as crianças. O professor – que além da esposa e duas filhas, tem mãe e duas irmãs gosta, comemora e aplaude todas as conquistas femininas. Porém, torce o nariz para o que chama de “certa descambação” que observa no comportamento feminino. “Parece que as mulheres fizeram uma grande confusão entre conquistar direitos e perder a autovalorização. É um paradoxo”, diz. Reinaldo, se diz desprovido de preconceito em relação a ser o único provedor financeiro da casa. “Se eu tivesse condições para isso, faria sem problema algum. Administrar uma casa é um trabalho e tanto e isso não diminuiria em nada a inteligência, os potenciais e as capacidades da minha mulher. Amanda pontua “Para mim, a principal perda que temos tido é a de não termos mais os homens nos olhando

com a mesma atenção e o mesmo desejo de conquista de antes. Isso porque nos igualamos a eles em tudo, sem preservar algumas coisas que não precisariam se mudadas, como a feminilidade e o respeito”, ponta a enfermeira. “Recentemente, meu marido colocou rosas e um bilhete carinhoso no meu carro sem haver data especial para isso. E foi engraçado, impressionante e triste o impacto que isso causou junto às minhas amigas do trabalho porque esse jogo de sedução se perdeu. Quisemos tanto nos igualar aos homens que conseguimos. Ela ainda diz que sua experiência de mulher profissional e independente, perde muito com meus filhos “Não há como participar de tudo e a quantidade de tempo em que ficamos com as crianças importa muito, sim.”, categoriza a enfermeira. “Se eu tivesse a opção de investir meu tempo nos meus filhos, com certeza faria isso. Sem peso nenhum”, completa. Amanda enfermeira diz ainda que “A mulher precisa se reassumir como mulher, com tudo o que isso implica: sentimentos, emoções, fragilidades e sensibilidade, sem se achar fraca por isso. Não há problema algum em demonstrar que somos diferentes dos homens em algumas questões”, finaliza.


grupara magazine

39


40 grupara magazine


Informe Pubilicitário

Chileno Tattoo & Piercing D

esde que alcançou o status de maquiagem e enfeite de corpo, a tatuagem ganhou, também, menos narizes torcidos para os desenhos na pele e cada vez mais adeptos de todos os perfis. E para quem está pensando em fazer a primeira tatuagem ou aumentar a coleção, o estúdio CHILENO TATOO oferece diferenciais que vão desde os materiais e equipamentos a produção de desenhos personalizados, de acordo com o desejo do cliente. Sob o comando do tatuador Chileno e sua mulher, Dany Piercer – a primeira body piercing de Araraquara – o estúdio tem quatro anos de atuação na cidade e conta com equipe de profissionais qualificados e premiados em convenções nacionais e internacionais. A diversidade de desenhos e as diversas especializações compõem outro destaque da loja. Além do estilo comercial, que atende clientes que buscam enfeites mais populares e comuns, o estúdio CHILENO TATOO realiza tatuagens tribais e pontilhismo e é especializado em caligrafia - com diversos prêmios nessa área - em new school (desenhos distorcidos, mais puxados para o grafite, com bastante cor) e o old school (traços mais tradicionais). A qualidade do trabalho se estende ao piercing. Dany Piercer é certificada pelo Sindicato das empresas de tatuagem do Estado de São Paulo (Setap-SP), além de ter cursos com renomados profissionais do Brasil, reconhecidos internacionalmente. E por falar em preparo técnico, o estúdio CHILENO TATTO promove, bimestralmente, workshops com tatuadores de todo o Brasil da América Latina, oferecendo aos profissionais da cidade e de toda a região a oportunidade de intercâmbio com outros artistas do setor, facilitando o aprendizado de diversos estilos. O próximo será sobre realismo preto e cinza, no dia 23 de março, com Alex Leitone, de São Paulo. O ambiente familiar do estúdio garante segurança e tranquilidade para clientes de todos os perfis, incluindo pais e mães que buscam orientação profissional antes de permitir que filhos menores imprimam um desenho no corpo. E esse reconhecimento público é o principal certificado de excelência da CHILENO TATOO.

CHILENO TATOO Rua São Bento, 1088, loja 4, galeria Bagé (em frente ao banco Santander) Telefones: (16) 3214-5396 - 99704-7544 facebook.com - chilenotatoo7

grupara magazine

41


Gastronomia

Beleza que se põe à mesa! Regina Oliveira

D

epois de modas gastronômicas como cupcakes, brigadeiros gourmet, temakerias, bistrôs e afins, as novas tendências culinárias destacam a valorização de produtos orgânicos e pratos feitos em casa. Em virtude disto, separaramos algumas dicas valiosas para ajudar na hora de receber visitas, que conferem um ar charmoso, simpático e saboroso à mesa. A primeira dica da Karina Motta, sócia do grupo Chez, proprietária do restaurante Chez Lorena, em São Paulo, é sobre a escolha dos utensílios. Ela aponta que os feitos na própria cidade, devem ser os preferidos. Podem ser de barro, antigos, peças usadas para cozinhar e servir, e louças pintadas com motivos brasileiros. A valorização de ingredientes locais também passa por questões econômicas e ambientais, uma vez que, não precisando ‘viajar’, os produtos têm menor emissão de carbono e ficam mais baratos, por exemplo. Servir alimentos inteiros para que o ato de fatiar faça parte do ritual da refeição é outra dica de Karina Motta. “Aposte em tomates ainda com galhos e acompanhados de diferentes mo-

42 grupara magazine

lhos, e convide cada um a cortar o seu”, sugere. Antônia Mendes, designer de interiores da Caza Narciso, ensina que a forma de receber está cada vez mais informal e preocupações com jogos de jantar incompletos foram descartadas. “Mistura-se elementos, incluindo pratos diferentes, texturas, sobreposições de toalhas, brilhos e novas maneiras de apresentação dos pratos”, afirma. Vinhos orgânicos são também uma boa pedida, segundo a sommelier Rosana Ferreira, da enoteca O Melhor Vinho do Mundo. Os vinhos de consumo rápido são tendência, a ponto de sua produção estar em plena ascensão, enquanto a de vinhos mais encorpados diminui. Para finalizar, sobremesas de vegetais garantem um belo arremate. Cenoura e abóbora, por exemplo, são bastante usadas em bolos e tortas, mas novos ingredientes têm sido misturados a receitas tradicionais, resultando em pratos como o cheesecake de couve-flor, o brownie de feijão preto ou a crostata de berinjela com cobertura de chocolate. Agora é com você! Bon appétit!


grupara magazine

43


Ins(pira)

Fotos: divulgação

VIVA por inteiro Fernanda Silvestre

44 grupara magazine


N

ão importa sua idade: em algum momento da vida você parou por um momento e fez um balanço. Pensou se era exatamente isso que deveria estar fazendo da vida, se é essa a contribuição que quer deixar para o mundo, se este deve ser seu legado e se é assim que vai ser feliz. E nestes momentos - porque isto acontece mais de uma vez na vida -, ou você se apascentou, sabendo que estava exatamente onde deveria, ou se inquietou, pensando o quanto está longe dos seus sonhos. Se o seu caso é o segundo, segue uma dica de ouro: não viva pela metade! Sempre há tempo para mudar o curso e viver plenamente. Não importa o que seja, se é uma mudança de emprego, de país, ou ainda uma mudança de comportamento para ser quem você gostaria que você fosse. Mude! E não ligue para opiniões de quem acredita que é loucura. A felicidade contém boas doses de insânia, desvarios e desatinos, e é com eles que pessoas decidem se casar, ou têm filhos, abrem empresas, largam empregos, saltam de paraquedas, viajam longas distâncias para encontrar o amor, fazem grandes descobertas, salvam vidas e se encontram consigo mesmas, felizes. Porém, nada acontece sem erros. Aceite-os também! Assim como a abertura a mudança, eles são necessários para o aprendizado e comuns a todos. Perdoe-se, perdoe sua história, perdoe aos outros. Cresça, amplie horizontes, enxergue além! E vá em busca do que te faz feliz! Comece aquela aula que sempre disse que faria, esqueça a vergonha! Planeje a tão sonhada viagem e faça as malas! Puxe conversa com aquele alguém que nunca teve coragem e chame pra sair! Imponha-se para a vida e seja feliz por inteiro! Lembre-se: a vida começa todos os dias...

grupara magazine

45


Tecnologia

E aí pessoal, beleza? Nesta edição vou falar sobre os lançamentos do mês, mas não poderia deixar de prestar uma homenagem, como cavalheiro que sou, às mulheres, que mandam bem, inclusive na indústria de games. Confere aí: por Rodrigo Silvestre jogadorestv@gmail.com www.jogadores.tv

Dia 11 - Dark Souls II Prepare-se para morrer! Esse é o grande lema da série Dark Souls, nesse novo game os japoneses da From Software prometem complicar mais a vida dos jogadores, com inimigos e missões ainda mais difíceis do que seu antecessor.

Dia 11 - Titanfall Um dos jogos mais aguardados do ano, foi desenvolvido pela Respawn Entertainment, os mesmos criadores da série Call of Duty. Nesse novo jogo, focado no tiroteio online, o jogador poderá se locomover pelos mapas com a ajuda de um jet pack, além de poder controlar robôs gigantes conheci-dos como Titans, inovações bem vindas para jogos de tiro.

Dia 18 - Metal Gear Solid V: Ground Zeroes Nessa quinta versão de seu jogo de ação furtiva, a Kojima Productions promete criar uma experiência de mundo aberto para ser explorada pelo protagonista Snake. Ground Zeroes deve ser mais um bom título na longa história de sucessos da série Metal Gear.

Dia 25 - Diablo III: Reaper of Souls Reaper of Souls é a primeira expansão para Diablo III e incluirá um novo personagem jogável: o Crusader. Além disso, o level cap do jogo subirá de 60 para 70 e o sistema de itens e loot será completamente revisto e melhorado para essa nova versão do jogo. Espero receber comentários e temas para as próximas edições!

Dia 21 - Infamous: Second Son Infamous: Second Son promete ser o primeiro grande game exclusivo do PS 4. O jogo de ação da Sucker Punch permitirá que o jogador controle Delsin Rowe, um jovem com super poderes, que pode escolher utilizá-los para a ordem ou para o caos. O game possui um grande mapa aberto para ser explorado e possui vários elementos ambientais, que podem ser destruídos de acordo com a vontade do jogador.

Dê o play!

LEGENDA

XBOX360

Playstation3

XBOX ONE

Playstation4

3DS

Wii U

PC

Mulheres e games Não é somente por meio de personagens que as mulheres estão representadas no mundos dos games. Por trás de personagens femininos como Lara Croft (Tomb Raider), Aveline (Assassin’s Creed), Nilin (Remember Me), Clementine (The Walking Dead) e Lightning (Final Fantasy) existem milhares de mulheres que trabalham no desenvolvimento de jogos. Grandes exemplos são Carol Shaw criadora do épico River Raid para o Atari, Kellee Santiago que trabalhou em Journey e Gone Home e Heather Kelley que ajudou a desenvolver jogos como Splinter Cell e Thief. Além disso, segundo a Entertainment Software Association, as mulheres representam 47% de todas as pessoas que jogam algum tipo de videogame. O poder e o charme das mulheres estão nos personagens, nas equipes de desenvolvimento e também no manusear do controle, estão de parabéns, viu! ;)

46 grupara magazine


Tecnologia

Mulheres e aplicativos: tão essenciais quanto um batom na bolsa Nem todo mundo entende de aplicativos de celular, independente do sexo. Mas vamos combinar que o número de mulheres aficionadas por tecnologia só tem aumentado. Por isso, criei uma lista com 12 aplicativos que todas as mulheres precisam ter no celular. E o melhor, são grátis! por Marcia Ceschini Coordenadora de Projetos na WSI Consultores @marciaceschini

1

Facebook – Por motivos óbvios, a mulherada não vive sem a versão para celular e tablets da principal rede social. O inbox (caixa de mensagens privada) do Facebook substituiu a troca de olhar com a amiga enquanto ela não está do seu lado, confessa!

calorias) – Regime? Com este app você conta calorias para manter o foco do #projetoverão. Uma mão na roda!

2

10 Yupee – Anda muito gastona?

9 Calourie Counter (contador de

Instagr.am – Quem não adora mostrar para as amigas a unha ‘filha única’ que acabou de fazer ou, ainda, a blusa ‘deusa’ que acabou de comprar? Com este aplicativo você mostra na hora fotos todas e ainda compartilha em outras redes (como o facebook e twitter), caso elas não tenham Instagr.am.

você teste as mais variadas cores e adesivos para unhas. Você pode escolher o esmalte na mão virtual ou tirar foto da sua própria unha.

3 WhatsApp – Outro aplicativo que

6 Stylish Girl - Este app* dá dicas

facilita - e muito - a troca rápida de mensagens com quem precisamos. Você pode mandar textos, sons e imagens (fotos e vídeos) e criar um grupo só para contar aquele “bapho” que ninguém mais pode saber.

4 Flipboard – É um agregador de re-

vistas online. Você escolhe o assunto e o marca como favorito no seu Flipboard. O cadastro para criar uma conta é simples. E dá pra folhear o exemplar todo!

5 Virtual Nail Salon - Permite que

de looks para você montar, usando inclusive peças que você possui. Tem como não amar?

7 Hello Baby - Este aplicativo, criado pela Pampers, permite o acompanhamento do crescimento do bebê desde sua fecundação. Importante tanto para mamães de primeira viagem, quanto para as mais experientes! *app: abreviação de application, aplicativo em inglês

Este aplicativo te ajuda a controlar a sua finança ou os gastos da casa, organizando tudinho.

11 Onde fui roubado – Um app que

mapeia as áreas de maior índice de assalto por cidade. Você não só se informa, como colabora e compartilha informações. Genial, não?

12 Prey: um aplicativo que lhe aju-

da a achar o seu celular caso ele seja roubado. Ele mostra onde o aparelho está e permite bloquear o seu dispositivo para que o ladrão não tenha acesso aos seus dados, além de enviar uma comando para o celular emitir um som de sirene ou até mesmo mandar mensagens para o meliante. #pegaladrão! #ficadica grupara magazine

47


Tecnologia

Interior tecnológico Daniel Soares, de Araraquara, e Hugo Demiglio, de Ribeirão Preto, foram destaque na Campus Party Regina Oliveira

P

erambulando pela Campus Party Brasil 2014, maior evento nacional de tecnologia, a equipe da Grupara Magazine encontrou dois geeks (pessoas aficionadas por tecnologia) representantes do interior do estado de São Paulo que se tornaram destaque na feira. Um deles é Hugo Demiglio, de Ribeirão Preto, que montou uma estação de transmissão ao vivo do evento, em tempo real, usando arduíno. O outro é o assessor de tecnologia Daniel Augusto Duarte Soares, um carioca de 32 anos que há 14 vive em Araraquara. Além de ser responsável por duas palestras na feira, Soares obteve o primeiro lugar no campeonato de modificação de computadores, conhecido nessa cena como case modding. Batendo ponto na Campus há sete edições, Daniel conversou com o pú-

blico sobre reaproveitamento de computadores. “É um tema interessante e bastante diferente do que geralmente é abordado na feira”, explica. No bate-papo, o assessor tecnológico utilizou como exemplo a confecção de um suporte para tablets feito a partir do reaproveitamento de CDs velhos. Além da conversa, ele ministrou oficina prática sobre o tema. No concurso de case modding, Daniel apresentou um modelo confeccionado com canos de PVC, garrafa PET, acrílico, tampa de impressora e madeira. Tudo feito com material reutilizado. “A única parte que foi comprada foram as corrediças para a gaveta do computador”, conta Soares, que participou do concurso na categoria scratch building, que basicamente consiste na construção de um computador a

partir do zero, uma das três que compõem a competição, junto com outros sete participantes. Ele explica que o case modding é um exercício diretamente ligado à estética e á funcionalidade do computador. Criatividade, execução, acabamento, qualidade e desempenho são os quesitos avaliados. No modelo vencedor, a preocupação do participante foi com a refrigeração. Como prêmi ganhou várias peças de computador.

Scratch baseado no jogo Portal

Laboratório No cenário mundial, o case modding é um importante direcionador para os fabricantes de computadores. “Os fabricantes sempre estão antenados e atrás do pessoal que modifica computadores para identificar novas possibilidades de produtos”, esclarece Daniel, pontuando que no Brasil, apesar de crescente, esse mercado ainda caminha mais lentamente. Enquanto num canto da Campus Party Daniel falava sobre case modding, num outro espaço, Hugo Demiglio, de 22 anos, chamava a atenção dos participantes com sua mesa toda ilumina-

48 grupara magazine

da com LEDs. Ele conta que a ideia foi aleatória e que não levou nada pronto. “Montei tudo lá, na hora. Meu objetivo era mostrar alguns projetos feitos com o uso de arduíno”, explica. No total, ele levou quatro projetos. Um deles era uma tela de LED onde que mostrava informações como data, hora, ano, previsão do tempo e temperatura local, tudo atualizado automaticamente pela internet. Outro era um tripé com uma câmera acoplada, que girava 180 graus de forma aleatória e transmitia a imagem captada pela internet, via streaming. Hugo levou também sua geladeira caseira, que chegava a 11 graus, funcionando com efeito Peltier. O último projeto foi uma fita com 300 lâmpadas de LEDs coloridos, com cinco metros, esticada por toda a

mesa da caravana de Ribeirão Preto, que o tempo todo produzia diferentes efeitos de luz. Esta foi a terceira participação de Hugo na Campus Party. Em sua avaliação, apesar de todo o aparato tecnológico que costuma deslumbrar os participantes, a parte mais interessante do evento é a interação pessoal com uma galera que compartilha afinidades. Além do interesse que sua mesa despertou, ele afirma que o mais legal e tudo foi a diversão de montar todo o sistema que criou e dar explicações didáticas aos interessados. Hugo Demiglio é sócio de uma empresa de desenvolvimento de sites e aplicações web.

+

Daniel Duarte @danielduarte bit.ly/danielduarte

Hugo Demiglio @hugodemiglio bit.ly/hugodemiglio


Decoração

O seu canto! Com o objetivo de oferecer alternativas para uma casa mais prática, funcional e confortável, os setores da arquitetura e construção civil apostam em ideias simples, mas inovadoras, confira pequenas mudanças que pode fazer para transformar sua casa no espaço que sempre sonhou ter. Laís Françoso

Otimizar o espaço doméstico tem se tornado uma preocupação cada vez mais necessária na vida moderna. E isso pede salas, quartos, cozinhas e áreas externas com organizações práticas e funcionais, sem abrir mão do conforto e da sua identidade. Para quem está planejando construir ou reformar, algumas ideias inovadoras podem tornar o seu cantinho ainda mais agradável e organizado. Com ajuda da arquiteta Iara Munaretti, que também é urbanista e paisagista, listamos algumas dicas que podem tornar sua casa, na “casa dos seus sonhos”, com orçamentos que vão caber no seu bolso. Veja a seguir o que fazer:

Os armários ocultos e as estantes -escada geralmente ocupam espaços inutilizáveis da casa. São ótimos para organizar livros, guardar brinquedos e objetos de pouco uso. Com eles, os ambientes ficam mais arrumados e se elimina a necessidade de comprar um móvel específico para essa finalidade. Iara comenta que armários ocultos e escadas-estante são excelentes opções para sobrados. “Outras boas opções para aquele espaço perdido embaixo da escada são decoração com vasos e iluminação de led, ou ainda fazer uma despensa ou adega”, indica a arquiteta.

com projetor, poltronas e tudo o que se tem direito. Em apartamentos, a ideia ainda vale, mas para quem tem a oportunidade de ter um quintal, o bacana é reunir família e amigos na área externa para curtir um filme ou os jogos da Copa do Mundo. “O cinema em casa proporciona muito conforto. A pipoca está sempre quentinha e é possível pra dar um toque ainda mais divertido, decorando o espaço de acordo com a ocasião”, ensina Iara Munaretti. Mais que lâmpadas Iluminar a casa de forma diferenciada virou moda. Para tanto, as luminárias precisam acompanhar as novas exigências do consumidor. “Algumas luminárias projetam seu formato de cristal na parede ou no teto”, exemplifica a arquiteta. Ela lembra que essa tendência oferece, além de embelezamento do ambiente, um toque especial sem precisar de uma decoração mais rebuscada. “Uma simples luminária pode se transformar na graça do ambiente”, completa.

Cinema no quintal Temperos à mão

Tudo escondido

Há algum tempo, todo mundo queria ter uma sala de cinema em casa,

Cozinhar com temperos cultivados em casa é muito mais gostoso e saudável. A proposta de um jardim vertical facilita a vida de quem está na cozinha diariamente, sem a necessidade de ir toda hora ao quintal buscar as plantinhas. Mas atenção: essa facilidade requer muita luminosidade e, portanto, é melhor colocá-la próxima à janela e ficar atento aos cuidados que este jardim exige. “Cada hortaliça tem sua particularidade, mas o essencial é que o solo esteja úmido e adubado”, avisa Iara. >>

Fotos: divulgação

grupara magazine

49


com outras coisas”, pontua a arquiteta. O O

O trabalho logo ali Trabalhar em casa tem se tornado uma prática cada vez mais comum e instalar o escritório no quintal torna a rotina mais cômoda. Primeiro porque tudo está ao seu alcance. Segundo porque cria uma separação entre a casa e o ambiente de trabalho. “Unir o morar, o trabalhar e o lazer num mesmo lugar pode ser muito bom, porém, é importante ter disciplina para não se distrair anuncio trivitt 21 x 14.pdf 1 27/02/2014 17:17:33

50 grupara magazine

Mesa lareira Destaque e sucesso em eventos de arquitetura pelo Brasil, a mesa lareira aparece como grande tendência, mesmo para cidades mais quentes, como Araraquara. “Apesar de Araraquara ser uma cidade quente, a mesa lareira não precisa ser descartada. Até porque fica super bonita no meio da sala”, assegura Iara. Para refrescar Que tal uma piscina com ‘efeitos especiais’? Dois modelos que estão em alta no mercado são a de borda infinita e a em declive. A primeira dá a sensação de que a água vai cair. “Essa pode se adaptar em casas e

apartamentos, nas varandas”, adianta a arquiteta. A segunda funciona como se fosse uma praia, onde a água vai e vem. “Se não dá para ir para o mar, você tem em casa uma reprodução. É só colocar a cadeira de praia e tomar sol com a água nos pés. Excelente”, completa.


Dicas de livros

Como Ter Uma Vida Normal Sendo Louca (Camila Fremder e Jana

A Estrela Que Nunca Vai Se Apagar (Esther Earl, Lori Earl, Wayne Earl,

Eu sou Malala (Christina Lamb, Ma-

Rosa, 2013, Agir)

2014, Intrisica)

Letras)

No livro, as autoras presenteiam as leitoras com dicas sobre as mais diversas situações do dia a dia, desde como se livrar de pessoas chatas em aviões, parecer intelectual, mesmo sem ser, até como dizer a um amigo que ele fede. O livro, que conta com o prefácio de Gloria Kalil, é interessante da primeira à última página e apresenta uma visão muito bem humorada de situações que poderiam constranger qualquer pessoa, e fornece dicas para lidar com as diversidades e situações do universo feminino.

Diagnosticada com câncer da tireoide aos doze anos, Esther Grace Earl era uma adolescente talentosa e cheia de vida. Ela marcou todos em seu caminho com sua generosidade, esperança e altruísmo enquanto enfrentava com graciosidade o desgaste físico e mental causado pela doença. Esther faleceu em 2010, com dezesseis anos, mas não sem antes servir de inspiração para milhares de pessoas, assim como o aclamado autor John Green a dedicar a ela seu best-seller A culpa é das estrelas (Intrinsica, 2012).

É a história de uma família exilada pelo terrorismo, da luta pelo direito à educação e dos obstáculos à valorização da mulher na sociedade. O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos escolares, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social. Malala é uma menina cheia de brio e talento, e nos transporta para um universo religioso e cultural muitas vezes incompreendido pelo Ocidente. A história renova a crença na capacidade de uma pessoa de inspirar e modificar o mundo.

OS MAIS VENDIDOS 1 2 A culpa é das Estrelas (J.Green, Intrinsica)

Quem é Você, Alasca? (J. Green, WMF Martins Fontes)

3 Destrua Este Diário (Keri Smith, Intrinsica)

4

5

6

O Silêncio Das Montanhas (K. Hosseini, Intrinsica)

A Menina Que Roubava Livros (Markus Zusak, Intrinsica)

Jogos Vorazes (Suzanne Collins, Rocco)

7 Diário de Um Banaba - Casa dos Horrores (J. Kinney, Vergara & Riba)

lala Yousafzai, 2013, Companhia das

8 O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint Exupery, Agir)

9

10

Em Chamas - Col. Jogos Vorazes (Suzanne Collins, Rocco)

A Esperança - Col. Jogos Vorazes (Suzanne Collins, Rocco)

grupara magazine

51


Programação Cultural

� 10/03 �

� 17/03 �

� 24/03 �

� 31/03 �

A Fita Branca

Daquele instante em diante

O Gato do Rabino

A Separação

Dir.: Michael Haneke Alemanha | 2010 | 144 min Gênero: Drama Classificação indicativa: 16 anos

Dir.: Rogério Veloso Brasil | 2011 | 110 min Gênero: Documentário Classificação indicativa: 14 anos

Dir.: Joann Sfar França | 2012 | 100 min Gênero: Drama Classificação indicativa: 09 anos

Dir.: Asghar Farhadi Irã | 2012 | 123 min Gênero: Drama Classificação indicativa: 16 anos

Em maio tem João Rock! Será dia 31 de maio a 13ª edição do festival João Rock, no Parque Permanente de Exposições, em Ribeirão Preto (90km de Araraquara). O evento, que cresceu e apareceu, promete, mais uma vez, movimentar os roqueiros da região. Pelo terceiro ano consecutivo, o festival terá transmissão ao vivo pelo canal Multishow para todo o país. Treze artistas se revezarão em três palcos: os cantores Nando Reis, Jorge Ben Jor e Zé Ramalho e as bandas Os Paralamas do Sucesso, CPM 22, Nação Zumbi, O Rappa, Nem Liminha Ouviu, Ponto de Equilíbrio, Vanguart, Raimundos e Vespas Mandarinas. A organização confirmou uma grande estrutura para garantir conforto aos turistas e amantes do rock, seus subgêneros e ritmos parceiros. Na área de esportes radicais, destaque paralelo do evento, o público vai curtir apresentações de bungee jump, motocross e skate. Camarotes, área de alimentação e pista premium completam os serviços oferecidos. Os ingressos estão à venda online, no site www.joaorock.com.br, e é bom não perder tempo! No ano passado, três dias antes do festival eles estavam esgotados. Os valores variam de R$ 50 a R$ 280. A classificação etária para acesso é 18 anos. festivaljoaorock

52 grupara magazine

joaorock


Social

Kahue Sampaio e Guber Cavagnolli na ZAP

Renato Barbieri em sessão de autógrafos na livraria Nobel

Marcelo Barbieri, Graziela Ferretti e Alexandre Ferretti Para desfilar No Dia Internacional da Mulher, a jovem empresária Cíntia Dias desembrulhou um presente especial para as mulheres de Araraquara: a loja de calçados Le Poupèe. Com marca própria, Cíntia prioriza sapatos e sandálias de primeiríssima qualidade, com desenho moderno e refinado, elegantes e confortáveis, para calçar clientes de todas as idades. Bem-vinda!

Thalita Zanin e Renata Amorim na Colcci

Renato Barbieri, Helaine Staufackar e Humberto Perez

Andrea e Cintia Dias na La Poupée Conquista O artista plástico araraquarense Lauro Monteiro foi um dos 11 ganhadores de uma bolsa de estudos para o 5th International Urban Sketching Symposium (5º Simpósio Internacional de Desenho Urbano), que será realizado entre os dias 27 e 30 de agosto, em Paraty/ RJ. Lauro conseguiu a bolsa com a tela “Arredores do Engenho do Ouro-Paraty”. Orgulho!

No céu Araraquara receberá, em junho, uma das etapas do 1º Campeonato Paulista de Paramotor, realizado pela Federação Paulista de Paramotor (FePP). O evento, que vai colorir o céu da cidade, integrará a programação oficial do tradicional festival Delícias do Milho, em Bueno de Andrada. Coloque na agenda! grupara magazine

53


onde

encontrar AIK BIJOUX www.aikbijoux.com.br BEBECÊ bebece.com.br CARNAFACUL Fones: 3397-0747 e 3333-7880 CASA DO LITRÃO Rua Maurício Galli, 2046 Fone: 3561-6264 Bit.ly/casadolitrao CEFAD Rua Gonçalves Dias (Rua 1), 1080 Fone: 3114-1659 www.cefad.com.br DAICY BERTOLO Rua Voluntários da Pátria (Rua 5), 2428 Fone: 3397-8566 EIROS DO BRASIL contato@eiros.com.br ESTYLO NOBRE Fones: 3472-2771 e 99767-7249 FIVEBLU www.fiveblu.com

54 grupara magazine

ITALLIAN HAIR TECH Fone:2095-8883 www.itallianhairtech.com LA POUPÉE Av. José Parisi, 202 Fone: 3461-1469 MARGUERITE www.posthaus.com.br/loja/marguerite.html MUNDO VERDE ARARAQUARA Rua Nove de Julho, 1354 Fone: 3331-6787 NOVO TERRAÇO Terminal Rodoviário Fones: 3322-7918 e 3322-8003 POSTO DE MOLAS AMÉRICA Av. Engenheiro Camilo Dinucci, 1841 Fone: 3301-7799 atendimento@postodemolasamerica.com.br www.postodemolasamerica.com.br

QUINTESS quintess.posthaus.com.br RED BANANA Av. Marcello Braguini, 372 Fones: 3397-6018 e 3397-6019 facebook.com/redbananaararaquara


grupara magazine

55


56 grupara magazine


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.