PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE ARTES E ARQUITETURA CURSO DE DESIGN FERNANDA TOSTA MARTINS
O MOBILIÁRIO URBANO COMO ELEMENTO DE IDENTIDADE E COMPOSIÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS
Goiânia 2011
FERNANDA TOSTA MARTINS
O MOBILIÁRIO URBANO COMO ELEMENTO DE IDENTIDADE E COMPOSIÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS
Monografia e Projeto apresentados ao Curso de Design do Departamento de Artes e Arquitetura da Universidade Católica de Goiás, para a obtenção do grau de Bacharel em Design. Orientador: Profa. Marília Teixeira
Goiânia 2011 2
FERNANDA TOSTA MARTINS
O MOBILIÁRIO URBANO COMO ELEMENTO DE IDENTIDADE E COMPOSIÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS
Monografia e Projeto apresentados ao Curso de Design do Departamento de Artes e Arquitetura da Universidade Católica de Goiás, para a obtenção do grau de Bacharel em Design, aprovada em _________ / ___________ / _________ , pela Banca Examinadora constituída pelos seguintes professores:
___________________________________________________________ Profa. Marília Alves Teixeira - orientadora Pontifícia Universidade Católica de Goiás ___________________________________________________________ Profa. Fabíola Morais Pontifícia Universidade Católica de Goiás
___________________________________________________________ Prof. Maurício Azeredo Pontifícia Universidade Católica de Goiás
3
RESUMO Este trabalho teve como objetivo a pesquisa e análise do mobiliário urbano para espaços públicos e seu caráter agregador de identidade estabelecendo relações entre a paisagem urbana dos espaços públicos. Pesquisou-se ainda o processo de intervenção do design na configuração do mobiliário implantado nos espaços observados e suas prováveis conseqüências advindas do processo de urbanização em um contexto social que altera os usos, funções, as imagens culturais e os valores sociais atribuídos a cada lugar específico. A análise dessas percepções ambientais direcionou o desenvolvimento de um projeto que proporcionasse a interação usuário-produto-espaço, à legibilidade dos referenciais culturais nos lugares e sua representação nos elementos do mobiliário urbano carregando identidade ao local e definindo novos usos e atribuições para esses espaços.
4
LISTA DE ILUSTRAÇÕES Ilustração 01: Entradas do Metropolitan, o metro de Paris Ilustração 02: Tradicional cabine telefônica de Londres – Inglaterra Ilustração 03: Prioridade aos pedestres Ilustração 04: A praça popular Ilustrações 05 e 06: Estação de Trem Ilustrações 07 e 08: Ilustração 09: Região metropolitano de Goiânia. Ilustração 10: Da Praça Cívica a Praça Universitária. Ilustração 11: Praça Universitária. Ilustrações 12,13 e 14: Praça Tiradentes revitalizada na Av.85 Ilustração 15: Vasos da Praça Tiradentes Ilustração 16 e 17: Equipamentos públicos da Praça Tiradentes, Poste de iluminação e Ponto de ônibus. Ilustração 18: Ponto de ônibus do novo padrão da CMTC localizado na Praça Cívica. Ilustração 19: Ponto de ônibus antigo localizado na Praça Cívica. Ilustrações 20, 21, 22, 23, 24 e 25: Diversos bancos públicos localizadas em praças, da esquerda pra direita: Praça Tiradentes, Praça Cívica, Parque Vaca Brava, Praça da T-25 e Praça do Ginásio de Ginástica Olímpica da T-9. Ilustrações 26, 27, 28 e 29: Diversas lixeiras públicas localizadas em praças, da esquerda pra direita: Praça Tiradentes, Praça da T-25, Praça Cívica e Parque Vaca Brava. Ilustrações 30 e 31: Dois estilos de luminárias públicas encontradas na Praça Cívica.
5
SUMÁRIO
RESUMO...................................................................................................................1 LISTA DE ILUSTRAÇÕES........................................................................................2 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................3 2 O AMBIENTE URBANO.........................................................................................4 2.1 PAISAGEM URBANA...........................................................................................5 2.2 IDENTIDADE URBANA........................................................................................6 2.3 ESPAÇO PÚBLICO..............................................................................................7 2.4 IMAGEM URBANA E PERCEPÇÃO AMBIENTAL...............................................8 2.5 OS PRINCÍPIOS DO URBANISMO......................................................................9 2.6 ESCALAS INTERATIVAS DE ANALISE DO ESPAÇO URBANO.......................10 3 MOBILIÁRIO URBANO..........................................................................................11 3.1 A EVOLUÇÃO DO MOBILIÁRIO URBANO NO BRASIL.....................................12 3.2 MOBILIÁRIO URBANO: TIPOLOGIAS SEGUNDO AS NECESSIDADES.......................................................................................................13 3.3 MATERIAIS E TECNOLOGIAS CONSTRUTIVAS..............................................14 4 ESTUDOS DE CASO..............................................................................................15 5 ANÁLISE E RESULTADOS....................................................................................16 5.1 INDICATIVOS DE PROJETO...............................................................................17 6 PROJETO..............................................................................................................18 6.1 MEMÓRIA TÉCNICA............................................................................................19 6.2 PEÇAS GRÁFICAS..............................................................................................20 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................21 REFERÊNCIAS..........................................................................................................21 APÊNDICES...............................................................................................................22 ANEXOS....................................................................................................................23
6
1 INTRODUÇÃO
A partir da necessidade de analisar e compreender o processo de concepção do mobiliário urbano implantado atualmente nos centros urbanos percebe-se que para torná-lo adequado às suas funções e especificidades com características que se embasassem em aspectos culturais melhorando a relação dos usuários, seria imprescindível passar por várias etapas de pesquisa e princípios que pautam um bom design social, sendo assim mais bem explorados na cidade e criando uma identidade local. Desta análise e observação da nossa cidade e de outros centros urbanos, sob critérios escolhidos de acordo com a leitura do papel do mobiliário urbano como parte integrante na identidade do espaço urbano, feita a partir dos autores, Lynch, Cullen, Ascher, Romero e Mascaró, chegou-se ao título - O Mobiliário Urbano Como Elemento de Composição e Identidade dos Espaços Públicos. Cada um à sua maneira, todos estes autores apontam para um caminho que reforce a aplicação dos elementos urbanos na construção de uma identidade local. Estas definições tornam possíveis a compreensão do objeto estudado e seu contexto para que se possa, a partir dos conceitos abordados pelos autores, desenvolver uma proposta de mobiliário urbano que caracterize a identidade cultural nos centros urbanos e promova a valorização de seus espaços públicos. Nos diversos contextos existentes (culturais, sociais, econômicos, climáticos, históricos, etc.) de cada comunidade quando não considerados pela gestão pública na implantação do mobiliário nos bairros, terminam por gerar mais conflitos visuais na composição do ambiente urbano e uma identidade incapaz de ser decifrada por completo. Outro ponto importante são as causas da deterioração, ausência ou ineficiência do mobiliário implantado nas cidades que levam à substituição ou complementação com um novo mobiliário que fica mal compreendido entre a necessidade do usuário de determinada área, o processo de licitação e o resultado de uma adequação equivocada. O que se percebe nos espaços públicos das cidades brasileiras é uma visão imediatista ao implantar estes equipamentos com o
7
intuito de sanar as necessidades do coletivo e suprir a demanda com um mobiliário que prioriza apenas a funcionalidade. De acordo com a tecnologia que um governo vigente detém da produção ou a aquisição de materiais, processos de fabricação, consumo de energia e questões relacionadas à sustentabilidade geram uma variedade na produção destes equipamentos urbanos em larga escala que pode exercer influência na identidade da paisagem das cidades. Por falta de uma continuidade de seu mobiliário, não contribuindo com a percepção e pertencimento no espaço urbano, a diversidade na paisagem acaba gerando um desinteresse da população que sem o sentimento de identificação, termina por desprezar ou não utilizar, na plenitude os elementos que compõem o seu entorno. Em considerar o mobiliário urbano, como elemento de composição e identidade
dos
espaços
públicos,
alia-se
aspectos
como:
funcionalidade,
racionalidade e identidade nestes equipamentos utilizados na rotina de usuários diversos. Entende-se, então, que a ausência do mobiliário no contexto urbano pode causar uma grande lacuna no local onde se vive a experiência de perceber, identificar e apreender a paisagem; o espaço além da sua aparência. Na cidade de Goiânia foi notado o desenvolvimento de um desenho urbano que prioriza o automóvel e o capital imobiliário prejudicando espaço público e das práticas cotidianas da população, resultado da concentração de renda mais a urbanização dispersa que acaba gerando uma paisagem difusa e uma ausência de identidade nos novos bairros. A transformação urbana precisa ser um processo constante que atue em questões ambientais, de mobilidade e inclusão social; pensando no futuro e não só em suprir deficiências e necessidades atuais. A cidade projetada e construída deve levar em conta as características ambientais que a fazem única e que valorizam o espaço por seu reconhecimento natural, da paisagem que cresce vertical e horizontalmente ao seu redor. Esta percepção ambiental da falta de legibilidade dos referenciais culturais nos espaços e na sua representação nos elementos do mobiliário urbano influencia positiva ou negativamente na formação do conhecimento dos habitantes de um determinado espaço revitalizado que pode definir novos usos e atribuições para esses locais. 8
Assim os objetivos de conhecer, analisar e identificar são imprescindíveis para a contribuição do design, que possa acrescentar identidade na composição do mobiliário urbano dos espaços públicos, para subsidiar a elaboração do projeto desenvolvido. O esclarecimento dos assuntos relacionados ao tema foi em busca de facilitar o desenvolvimento de um projeto de mobiliário urbano utilizando os conceitos e critérios concernentes ao design para aproximar mais objeto e usuário definindo traços da identidade local, características referentes ao clima, aos comportamentos e à paisagem urbana. O trabalho foi então traçado nos seguintes critérios: a) Análise do mobiliário urbano das áreas delimitadas de estudo, bairros em crescimento, que não participaram do traçado planejado de Goiânia e que possuam características comuns em seu desenvolvimento (Jardim Goiás, Jardim América e Parque Amazônia). b) Análise dos aspectos envolvidos ao planejamento urbano de determinação da gestão pública relacionado ao desenvolvimento de mobiliário urbano e implantação destes. c) Reconhecimento de conceitos através de informações visuais – fotografia, leitura urbana – e de entrevistas que auxiliaram na caracterização e identificação de símbolos dos elementos urbanos que fazem parte do contexto da cultura local. d) Desenvolvimento de estudo gráficos e aplicação dos conceitos e definições dos estudos realizados. A identidade local (goiana e brasileira) não tem um conceito definido, mas existem alguns elementos que fazem parte desta identidade – que não será discutido neste trabalho. Procurou-se um mobiliário urbano com linhas simplificadas que respeitem a cultura local, que será apresentado no texto a seguir.
9
2. O AMBIENTE URBANO
Teóricos do urbanismo consideram que a qualidade de vida dos habitantes de uma cidade depende da proporção de espaço compartilhado disponível e de como é usada. O mobiliário coletivo pode demonstrar “como a reunião de pessoas cria um excedente de atrações para toda a coletividade” possibilitando uma melhoria na vida das pessoas. O autor de Paisagem Urbana reafirma: (...) o seu objetivo é a reunião dos elementos que concorrem para a criação de um ambiente, desde os edifícios aos anúncios e ao trafego, passando pelas árvores, pela água, por toda a natureza, enfim, e entretecendo esses elementos de maneira a despertarem emoção ou interesse. Uma cidade é antes do mais uma ocorrência emocionante do meio ambiente. (CULLEN, Gordon. Paisagem Urbana, p.10)
Ilustração 01: O Bosque dos Buritis é um dos mais antigos e tradicionais parques de Goiânia (Setores Central e Oeste, Região Central). <http://vejacomoquiser.blogspot.com/2011/04/goiania-para-turistas.html> Acesso em 16 abr. 2006.
O ambiente urbano será abordado a partir da leitura de diferentes autores, visando contribuir para a formação de um conceito de identidade, de leitura das cidades e suas composições de elementos paisagísticos.
10
2.1. PAISAGEM URBANA:
Dentro do entendimento sobre a paisagem e o paisagismo, a paisagem urbana se encontra na união destes dois conceitos. Cullen afirma que se fosse pedido a ele que definisse o conceito de paisagem urbana diria que: “um edifício é arquitetura, mas dois edifícios seriam já paisagem urbana”. (CULLEN, G. 1971, p.135). Esta composição de elementos urbanos e sua relação com o espaço entre eles seriam suficientes para compor uma paisagem urbana, e que seu conteúdo pode ser percebido pelas suas dimensões físicas de acordo com o recorte que fazemos do espaço onde elas preenchem no nosso campo de visão. Cullen diz ainda que se multiplicarmos isto à escala de uma cidade obteria assim o ambiente urbano, as possibilidades de relacionamento aumentam juntamente com as hipóteses de explorar. E dentro da escala da qual a construção da paisagem urbana intervém é que podemos definir a construção do lugar.
Ilustração 04: A praça popular (CULLEN,Gordon. Paisagem Urbana, p.102) Ilustração 03: Prioridade aos pedestres (CULLEN,Gordon. Paisagem Urbana, p.124)
11
A qualificação da paisagem urbana se encontra na composição de seus espaços que estão divididos em duas abordagens segundo Mascaró (2008): a) Da paisagem: o espaço além de sua aparência que abrange dimensões físicas e em seu conteúdo conceitual envolve as dimensões do vivido e do imaginário, assim como aspectos ambientais, morfológicos, históricos e até socioeconômicos. b) Do paisagismo: construção de ambiências e a qualificação dos espaços livres, sua ênfase recai sobre o espaço do usuário, através da inserção de elementos naturais, sobretudo a vegetação e elementos urbanos. Dentro destes elementos urbanos se encontra o mobiliário urbano, como objetos que equipam as cidades, dedicado às necessidades do usuário coletivo e que devem estar em harmonia com a diversidade de pessoas que o utilizam dentro do contexto de atividades exercidas nos espaços de uso comum. O mobiliário urbano funciona como indicador de uma identidade, ele se torna uma referencia confiável quando contribui esteticamente com a funcionalidade dos espaços, promovendo segurança e conforto, definindo e qualificando o ambiente público, vias, praças e parques.
12
2.2. IDENTIDADE URBANA:
A definição a cerca da identidade urbana de um lugar envolve muitas abordagens possíveis, mas um posicionamento seguro que encontramos no livro A imagem da Cidade (Lynch, KEVIN 1997) é a de que: “sua imagem, a forma visual como ela é entendida na escala urbana, deve ser vista e lembrada pelo seu conjunto de elementos que constituam nela uma singularidade.” Sua identificação deve ser implícita pela sua diferenciação de outros centros urbanos e ser assim reconhecida pela sua individualidade ou unicidade. A formação de uma identidade está ligada a outros componentes que ajudam nesse reconhecimento da imagem ambiental. A sua relação espacial e o significado que existe do objeto para o observador, numa relação seja ela prática ou emocional qualificam ou não o ambiente urbano. Assim a identidade de um banco útil deve ser atribuída ao reconhecido como elemento distinto de sua relação espacial com o observador e seu significado enquanto assento para descanso. O caráter e a identidade estariam compreendidos nos tipos genéricos de idéias de paisagem. O valor e a identidade do lugar relacionam-se com a vivência do homem, com a relação que um experimenta com o outro. (Arantes, apud ROMERO, 1993, p.243).
Ilustração
01:
Entradas
do
Metropolitan,
o
metro
de
Paris.
Fonte:
Inglaterra.
Fonte
<http://www.ipreferparis.net/2009/11/metro-station-of-the-month-abbesses.html> Acesso em 16 abr. 2006. Ilustração
02:
Tradicional
cabine
telefônica
de
Londres
–
<http://theurbanearth.wordpress.com/category/mobiliario-urbano/> Acesso em 16 abr. 2006.
13
Ilustração 03, 04 e 05: Esculturas telecomunicativas do Brasil. Orelhão-berimbau de Salvador, BA; orelhão-tucano de Bonito (MS) e orelhão-concha Vila Velha, no Espírito Santo. Fonte: < http://umamallapelomundo.blogspot.com/2005/09/orelhes-do-brasil_26.html> Acesso em 16 abr. 2006.
14
2.3. ESPAÇO PÚBLICO:
A introdução do livro Mobiliario Urbano, Arquitectetura Del Paisaje, define os espaços públicos como sendo “as ruas, praças, jardins como em infra-estruturas públicas e propriedades privadas. O design destes espaços públicos é importante para o desenvolvimento em longo prazo e para o bem-estar da povoação. Espaços públicos compõem-se de mobiliário urbano que varia de forma, dimensão e função abrangendo uma grande diversidade de elementos que vão desde os tradicionais bancos de parques e jardins até os inovadores designs de iluminação. No espaço público figura o palco onde a população de um local convive, associando as necessidades coletivas, tanto funcionais quanto contemplativas, aos elementos urbanos que contribuem para a qualificação do espaço urbano e para o conforto das pessoas.
Ilustração 01,02 e 03: Praza de La Hisponitat em Barcelona, possui formas modeladas pelos desníveis topográficos, conseguindo criar um espaço interior que acolhe para a passagem e descanso; rodeado pelos taludes verdes.
15
2.4. IMAGEM URBANA E PERCEPÇÃO AMBIENTAL
A percepção do usuário em um panorama urbano interpreta a vivencia de sua relação em seus arredores, atem-se atem a algo que lhe chame a atenção e dê sensação de bem estar. Cada cidadão faz associações com alguma parte de sua cidade e a imagem que cada um faz de seu espaço está impregnada de lembranças lembr e significados.
Ilustração 01: Composição imagética de características urbanas que se reúnem quando fazemos a leitura de um bairro, neste caso o Setor Marista composto pelo conjunto de blocos habitacionais, o conjunto residencial militar, Shopping Bouganville, Colégio Marista e outras construções relevantes.
Usamos vários indicadores sensoriais para estruturar e identificar o ambiente como cores, formas, movimentos, polarização da luz, olfato, audição, tato, cinestesia e sentido de gravidade, são definidos pelo autor para que possamos nos organizar mentalmente em um ambiente que demonstre qualidade visual de clareza na leitura de sua imagem. Esta clareza, o autor define como ‘legibilidade’ que é um dos pontos cruciais para a identificação do cenário io urbano facilitando seu reconhecimento. Outro conceito principal que envolve nossas percepções é a ‘imageabilidade’ que atribuímos às qualidades físicas que que estruturamos na imagem mental. É a
16
possibilidade de criar um vínculo forte com qualquer observador, podendo ser causada por uma forma, cor ou disposição que facilite a criação dessa memória.
Ilustrações 02, 03 e 04: As fotografias montam um quadro do relacionamento do espaço urbano, o mobiliário e o usuário. Primeiro a identificação do mobiliário pela sua diferenciação, depois a estrutura permite a relação espacial entre o objeto e o observador, e por último o mobiliário estabelece seu significado prático, emocional e cultural com seu usuário.
Estes dois conceitos são tão importantes para nossa orientação no espaço, que sem a clareza do lugar que percorremos e a memória que ele nos proporciona ficaríamos, desorientados e perderíamos a sensação de equilíbrio e bem estar, prejudicando a percepção do indivíduo. Enquanto ‘um ambiente ordenado pode servir como um vasto sistema de referencias, um organizador da atividade, da crença e do conhecimento.’ (Lynch, KEVIN. 1997, p.)
17
2.5. OS PRINCÍPIOS DO URBANISMO As transformações provocadas nos espaços urbanos resultadas pela cultura que muda e que é modelada pela globalização levantam apontamentos relacionados à identidade culturais distintas e a valorização daquilo que representa e distingue cada grupo social. O planejamento de uma cidade quase sempre está baseado em planos, leis e licitações que são elaboradas para se ter uma construção ordenada e um crescimento controlado.
Ilustração 01: Serie de três reportagens veiculadas nos dias 22,23 e 24 de abril de 2011 pelo jornal O POPULAR, denunciando a situação alarmante de abandono e descaracterização dos edifícios históricos e a ameaça que os parques urbanos de Goiânia sofrem pelo excesso de construções em seus arredores.
Porém este processo de transformação do quadro construído de uma cidade às vezes se apresenta muito lento em comparação à mutação da sociedade urbana, um processo de modernização que muito se vê em confronto com os ditames do mercado e questões políticas. Os princípios do urbanismo que regulam, controlam e planejam as cidades estão apresentados no livro Os Novos Princípios do Urbanismo (ASCHER, 18
François, 2001) que mostra o potencial de interação das cidades ligado diretamente a dinâmica da urbanização que atinge gerações futuras. A concentração de renda mais a urbanização dispersa das cidades ajudam a criar fronteiras entre classes sociais, e cada vez mais que o desenvolvimento econômico gera o aumento de produtividade, a mobilidade nas cidades cresce priorizando o transporte individual em detrimento do coletivo.
Ilustração 01: Ciclista sem espaço na via de trafego de veículos utiliza área para travessia de pedestres. Enquanto a frota de veículos aumenta e os transportes alternativos parecem cada vez mais difíceis de Av. anhanguera com a republica do Líbano, acervo pessoal.
A cidade aumenta sua extensão territorial e questões ambientais e sociais como a redução da desigualdade e a inclusão social se tornam cada vez mais difíceis de serem solucionadas. No Brasil temos o Estatuto da Cidade, Lei Federal n 10257, aprovada dia 10 de julho de 2001 que garante o direito a cidades sustentáveis, gestão democrática com participação popular e justa distribuição de ônus e benefícios do processo de urbanização, à proteção e preservação do patrimônio e do ambiente, à regularização fundiária e urbanização das áreas ocupadas pela população de baixa renda. Lei apresentada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Urbano – CNDU duas décadas antes, quando teve seu anteprojeto de lei preparado e que até hoje parece difícil a regulamentarização destas novas regras nas cidades brasileiras. A exemplo, o Estatuto prevê que os Planos Diretores Municipais, presentes nos artigos. 182 e 183 da Constituição Federal de 1988 delimitem as 19
áreas onde poderão ser aplicados a urbanização, o parcelamento e a edificação compulsórios, principalmente no sentido de limitar o direito de propriedade, tornando a cidade mais voltada para o cumprimento de sua função social. Porém, o que podemos perceber é que o tempo previsto para revisão das áreas de expansão do Plano Diretor de Goiânia tem sido bem mais curto do que o estabelecido pelo Estatuto, que é de dez anos, considerando a capacidade de se projetar pensando no crescimento deste período, enquanto nossa cidade tem seu desenho refeito a cada dois anos. Um motivo referente para estas ‘adequações’ pode ser encontrado na especulação imobiliária que define o crescimento da cidade em direções aleatórias fazendo loteamentos periféricos, oferecendo preços baixos e nenhuma infraestrutura garantida a estes novos bairros; afastando cada vez mais as pessoas dos serviços e investimentos públicos. Outra razão seria o aumento exponencial da frota de veículos da cidade que chega a estimativa de um milhão de veículos no dia 13 do mês de junho deste ano de acordo com o Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN. Duplicação de pistas, avenidas que cortam praças e viadutos ganham mais espaço enquanto a cidade perde características naturais de seu ambiente deixando num plano secundário questões que ameaçam o planeta geradas pelos efeitos adversos da degradação ambiental no contexto urbano. As transformações sociais e urbanas estão envoltas em questões como: o crescimento desgovernado de invasões e a marginalização das classes mais baixas que ficam aquém do serviço de infra-estrutura básica, gerando mais desigualdade social. São problemas que esbarram na elaboração de leis e planos que passam por aprovação, mas nem sempre saem do papel em razão do conflito técnico/ político e do processo lento de execução. De fato, estamos preocupados com as formas que as cidades estão assumindo e com os riscos de toda ordem que elas parecem gerar para a sociedade e para o ambiente. Todavia, muitos indícios e analises nos levam a pensar que as transformações da nossa sociedade, e especialmente das cidades, estão apenas começando. (ASCHER, François. Os Novos Princípios do Urbanismo. 2001 p.17)
Nesse processo constante de transformação da sociedade, o mobiliário urbano deve procurar ainda mais a superação das necessidades básicas do homem pensando no futuro. 20
Assim, por conta das novas configurações que uma cidade toma, um quadro de novos desafios se forma somados as demandas anteriores não resolvidas. Esse processo de adequação do espaço pode comprometer gerações futuras, a dinâmica da urbanização e o potencial econômico da cidade. Peculiaridades culturais e socioeconômicas, observadas demonstram mutações que implicam em um processo de modernização necessário na concepção, produção e gestão das cidades.
Ilustração 01:
Infelizmente as modificações físicas dos espaços públicos levam à substituição ou complementação do mobiliário atual sem considerar o contexto existente, principalmente quando não existe mobiliário de reposição ou capacidade de produzir parte idêntica ao existente se assim for necessário. Essa renovação/ ampliação dos equipamentos sem a preocupação com os valores culturais, sociais, aspectos históricos, tecnológicos, ambientais – pode ser observada muitas vezes, demonstrando a falta de inter-relação entre o mobiliário, o entorno, a identidade cultural e seus referenciais de desenho urbano.
21
2.6. ESCALAS INTERATIVAS DE ANÁLISE DO ESPAÇO URBANO Em uma relação entre as escalas apresentadas por Romero e o mobiliário urbano na composição da identidade do lugar, apresenta-se quatro escalas de interação para delimitação do espaço a ser abordado, são estas: 1- Macroescala das grandes estruturas ou cidades – permite a análise de grandes dimensões, por exemplo, uma área metropolitana. 2- Escala intermediária da área e do sítio – analisa um bairro ou subúrbio. 3- Microescala especifica do lugar – análise de áreas de concentração. 4- Microescala especifica dos edifícios – onde encontramos a escala do mobiliário urbano. Nestas duas últimas escalas que o mobiliário urbano como elemento de composição e identidade se aplica estabelecendo uma relação com o lugar onde está inserido formando uma caracterização estética de valor no espaço coletivo, uma identidade voltada à otimização das relações pessoais, tanto na compreensão da funcionalidade do mobiliário quanto no apelo as emoções e na segurança psicológica (escala específica do lugar). Quando entramos na unidade do mobiliário, ele como banco, poste ou parte integrante de um sistema formando como peça única seu espaço social e individual atribuindo a este proteção, de controle dentro da .. microclimática estabelecendo vínculos de afeto e identificação pelo usuário seja coletivo ou um indivíduo (microescala específica dos edifícios).
Ilustração 01 e 02:
22
A análise realizada na microescala determina aspectos da disposição ambiental desse conjunto, tais como o controle dos efeitos ambientais pela ação dos usuários do espaço, a posição dos elementos que auxiliam a ambientação, o grau de concentração ou expansão que permite o conforto do ambiente, a existência de barreiras ou de elementos que facilitem os fluxos das pessoas e não os dos veículos e a compartimentalização ou unificação do espaço a partir da ação dos efeitos ambientais.
Ilustração 09: Região metropolitano de Goiânia.
Região metropolitana da cidade de Goiânia e seus principais trechos. Área que abrange os setores históricos, centrais, residenciais e comerciais e periféricos estão na Macroescala.
23
Ilustração 10: Setor Bueno.
Oss setores da cidade, as zonas de visitação e transição, parques, shoppings, praças, feiras, museus, pontos turísticos estão na Escala Intermediária. Intermedi
Ilustração 11: Lago Vaca Brava. Brava
A Microescala do lugar específico é o espaço para analise da identidade, otimização das relações pessoais, especificidade das funções, caracterização estética, apelo às emoções e segurança. segurança
24
Ilustração 12: àrea de descanso do lago, apropriada pelos vendedores de coco.
Microescala especifica dos edifícios delimita a área de atuação do mobiliário, compreendendo sua unidade, ou um conjunto mas nunca de maneira isolada,
sua
composição com outros elementos paisagísticos devem estar
inseridos em um contexto, compreendendo o espaço social e individual de utilidade construídos e instalados sob condicionantes de proteção, otimização dos espaços e o controle microclimático do local criando uma zona de afeto e segurança nos espaços públicos.
25
3. MOBILIÁRIO URBANO
Vários conceitos são utilizados para definir o mobiliário urbano, como os descritos a seguir: Pelo Glossário de termos das Resoluções do Contresp, Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo, 1988 – 2007: É o conjunto de elementos que podem ocupar o espaço público, implantado, direta ou indiretamente, pela Administração municipal, com as seguintes funções urbanísticas. a) circulação de transportes; b) ornamento da paisagem e ambientação urbana; c) descanso e lazer, d) serviços de utilidade publica; e) comunicação e publicidade; f) atividade comercial; g) acessórios à infra-estrutura. (Lei n 14.223/06)
Outra definição encontrada no Dicionário de Urbanismo, Ferrari (2004:240), levanta os seguintes aspectos: Mobiliário urbano (urban furniture, mobilier urbain, mobilaje urbana). Conjunto de elemento materiais localizados em logradouros públicos ou em locais visíveis desses logradouros e que complementam as funções urbanas de habitar, trabalhar, recrear e circular: cabinas telefônicas, anúncios, idealizações horizontal, vertical e aérea: postes, torres, hidrantes, abrigos e pontos de parada de ônibus, bebedouros, sanitários públicos, monumentos, chafarizes, fontes luminosas etc.
Funcionando assim “como aglutinador de atividades sociais, o mobiliário urbano facilita a convivência social e o intercambio de experiências individuais e coletivas através de suas funções básicas – uso, estética e simbólica -, porém não é o fator determinante no uso de um espaço público: as condições de manutenção do mobiliário, a segurança do local, os usos definidos no programa de atividades para uma determinada área são também alguns fatores que, em conjunto ao mobiliário urbano, podem revitalizar ou não um espaço urbano público.” Neste presente trabalho focado na construção de ambiências e qualificação dos espaços públicos na formação de sua identidade local, a versão adotada para classificação do mobiliário urbano segundo as necessidades básicas que atendem estão definidas por: descanso, lazer, proteção, comunicação, limpeza, infra-estrutura e decorativos entre outros que se integram à paisagem urbana. (MASCARÓ, 2008) No livro Mobiliario Urbano, Arquitetura Del Paisaje (2007) Mireia Casanovas diz que o desenho do mobiliário urbano tem a capacidade de impregnar o ambiente urbano de identidade o que pode brindar as povoações e cidades com 26
uma identidade única, cujo resultado contribui para estimular a economia e a realçar a história ou a cultura local. A autora considera um banco mais que um simples assento: “é um lugar para admirar as vistas e para observar os movimentos à nossa volta”, o que irá exigir de sua construção algo mais que as habituais premissas ergonômicas. O mobiliário urbano é um elemento paisagístico bastante relevante no entendimento da paisagem de uma cidade e para os espaços comuns sua importância está em contemplar funcionalmente várias necessidades e agregar valor estético e emocional, criando uma segurança psicológica para muitos usuários que se sentem ‘particularmente vinculados’ (ASCHER, F. 2001, p.17). O design do mobiliário urbano pode ser como uma ponte que faz a ligação entre o problema e a solução da tendo em vista as transformações sociais e urbanas da cidade ao longo do tempo como, por exemplo, as freqüentes revisões dos planos diretores, muitas vezes devido aos interesses da especulação imobiliária; o grande e crescente número de bairros e conjuntos habitacionais; as diferenças existentes entre as densas e heterogêneas estruturas urbanas; o surgimento de bairros com novos equipamentos não planejados, as reformas e manutenções urbanas que não consideram o mobiliário urbano como elemento de composição da paisagem.
27
3.1. A EVOLUÇÃO DO MOBILIÁRIO URBANO NO BRASIL
Esta breve introdução sobre a evolução do mobiliário urbano no Brasil, durante o período colonial nas suas maiores aglomerações onde se pode notar a formação de praças possuíam como elementos públicos pelourinhos, oratórios, cruzeiros em frente às igrejas, fontes, e chafarizes e “outros elementos de mobiliário urbano foram utilizados após a chegada da Família Real no Brasil, em 1808, a partir de quando a cidade recebeu melhoramentos importantes de infra-estrutura urbana, e também elementos decorativos e monumentos”. (ARAÚJO, Roberto Gonçalves). O Rio de Janeiro, na categoria de capital do Vice-Reino, recebeu um melhor tratamento do seu espaço público urbano entre 1779 e 1783 com a construção do Passeio Público, um caso raro de investimento aplicado no desenvolvimento urbano. Essa obra representou um “primeiro sinal de um novo modo de utilização e caracterização do logradouro público. Pela primeira vez, o governo colonial preocupa-se oficialmente com a construção de um espaço livre moderno, edificado à semelhança dos da metrópole e destinado especificamente ao lazer urbano. (ARAÚJO, Roberto Gonçalves, p.9) (fotografia)
Com a Revolução Industrial de que teve início na Inglaterra em 1960, novos elementos foram introduzidos na paisagem urbana, como os postes de iluminação a gás, que passam a ser elementos obrigatórios nas ruas e avenidas das capitais européias. A eclosão da revolução industrial na Inglaterra no inicio do século XVIII e as inovações tecnológicas que atingiram sua indústria metalúrgica, facilitaram a produção de artefatos em ferro fundido como chapas, escadas e fachadas de lojas e residências, e também de elementos urbanos tais como coretos, estatuaria, fontes e postes de iluminação. Alguns desses elementos passaram a ser importados para mobiliar algumas cidades no Brasil, em seus processos de urbanização, importando-se, posteriormente, as técnicas e as tecnologias para a produção local de ferro fundido, em meados do século XIX. (MONTENEGRO, p.34) (fotografia)
As reformas urbanas de Paris, na segunda metade do século XIX, tornaram-se referência para as outras cidades européias que se esforçavam para melhorar a qualidade do espaço público urbano.
28
O mobiliário urbano passa a ser visto quase como um conjunto obrigatório de acessórios instalados no espaço público, destinados não apenas a cumprir um serviço público, mas também a ornamentar os novos e amplos espaços livres que surgem na cidade, nas largas avenidas, praças e parques. (ARAÚJO, Roberto Gonçalves, p.12)
Os elementos urbanos apareciam nas cidades por motivos que estavam envolvidos em questões econômicas, sociais e estéticas determinadas por um conceito histórico-filosófico da sociedade. A partir das mudanças sociais, dos costumes e dos processos de modernização das cidades, outras peças do mobiliário urbano passaram a ser introduzidas devido às emergentes necessidades sociais urbanas e técnicas, destacando-se a criação das praças públicas que vieram representar um papel de destaque para socialização urbana. O desenvolvimento do mobiliário urbano encontra-se atrelado ao desenvolvimento das cidades, incorporando além da sua função prática primordial, o caráter estético, através dos planos urbanos de embelezamento de cidades como Paris, Londres, Buenos Aires e Rio de Janeiro. (MONTENEGRO, p.34)
29
3.2 MOBILIÁRIO URBANO: TIPOLOGIAS SEGUNDO AS NECESSIDADES:
Mascaró (2008, p.154) adota uma classificação para o mobiliário urbano segundo as necessidades básicas que eles atendem e que será relacionada a seguir:
a)
Descanso – Bancos e mesas
Ilustrações 01 e 02: The Swiss Benches são bancos alongados onde se pode comer, escrever em uma mesa de apoio integrada.
b)
Lazer - Brinquedos e aparelhos de ginástica
Ilustrações 01 e 02: Snug Kit, é formado por vários elementos que proporcionam um jogo inovador que transforma qualquer pátio da escola em um ambiente de jogo criativo e sociável. <http://www.snugandoutdoor.co.uk/kit/index.html>
c)
Proteção – •
Barreiras: Septos, cercas, grades e defensas
30
Ilustrações 01 e 02: NOGO - Paisagens urbanas
•
Abrigos: Coberturas e cabines
Ilustrações 01 e 02: Estações de ônibus da Linha D,
d)
Comunicação – semáforos, painéis e totens
e)
Limpeza – lixeira e containers
31
Ilustrações 01 e 02:
f)
Infra-estrutura e paisagismo – fontes, bebedouros, jarros, pergolados,
luminárias e elementos escultórios.
Ilustrações 01 e 02:
32
3.3 MATERIAIS E TECNOLOGIAS CONSTRUTIVAS
Existe hoje no mercado uma diversidade de materiais e estruturas para a confecção de mobiliário urbano, desde os mais tradicionais como aço, concreto, madeira, como materiais polímeros, sintéticos e ainda os reciclados, fruto da preocupação ambiental que ganhou importância a partir do final do séc. XX. A escolha dos materiais foi direcionada a conferir o caráter de comunicação entre o mobiliário urbano já inserido no contexto atual na maioria das cidades brasileiras. A madeira tropical, o metal e o concreto comumente usados na fabricação destes elementos urbanos, atribuem suas características físicas ao mobiliário que se modifica no design, mudando as feições de um banco, luminária ou lixeira adequada em seu desenho às características culturais de uma região. Na preocupação com o meio-ambiente e ao incentivo de práticas sustentáveis foi escolhida uma opção alternativa a estas, mas que dialoga bem com o mobiliário presente, mesmo nos bairros mais consolidados. No projeto foram utilizados os materiais: concreto reciclado, o metal e a madeira plástica. a) Metais Utilizados na confecção de
b) Materiais reciclados: Madeira plástica
Ilustrações 01 e 02: As caixas na foto são produzidas com plástico sujo, sem valor comercial, que iria se tornar lixo não fosse por uma parceria da cidade de Estância Velha, no Rio Grande Do Sul. <http://www.deaimprensa.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/05/madeira-fake.jpg> Produção de madeira plástica em mini-usina de reciclagem montada pela indústria Braskem em São Paulo. <http://exame.abril.com.br/economia/meio-ambiente-e-energia/noticias/sp-ganha-mobiliario-demadeira-plastica-reciclada >
33
A separação do plástico para posterior coleta e tratamento, o material é então moído, lavado e seco. Depois de derretido, moldado e resfriado, está pronto para uso. É possível fabricar diferentes madeiras plásticas, inclusive com tonalidades próximas às de madeira natural, dependendo da utilização que se dará ao produto. Outra característica da madeira plástica é a sua durabilidade, de até cinco décadas e de poder ser novamente reciclada.
•
Resistente à corrosão, ao vandalismo, não apodrece e é inalterável.
•
Resistente à degradação natural (calor, frio, UV).
•
Mais leve que o aço, aproximadamente 1/3 do seu peso, isolante à água e à umidade assim como aos agentes químicos.
•
Sem manutenção, fácil de lavar e desinfetar.
•
Duração ilimitada, inatacável por parasitas e fungos.
•
Antiderrapante.
•
Pode ser serrada, aplainada, pregada, aparafusada e pintada.
•
Remoção fácil de grafites.
Já existe uma produção relevante deste material no Brasil e no exterior. Empresas e universidades no Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba desenvolveram tecnologia para fabricação de pranchas, blocos e tábuas que poderiam ser adquiridas e também desenvolvidas pelo órgão que fabrica e implanta o mobiliário nas cidades. Propor uma parceria entre empresas, para aquisição de tecnologia e incentivar a população para arrecadação de garrafas pet, sacos plásticos, embalagens de xampu e de óleo lubrificante, material com potencial para se transformar em madeira sintética evitando a incineração e aterro dos resíduos plásticos. Incentivando a preservação dos recursos naturais, evitando a destruição maciça das florestas.
c) Concreto Reciclado O concreto reciclado nada mais é do que o concreto feito com o entulho gerado proveniente de calçadas e construções. Então o que se faz é triturar o entulho que irá ser transformado em agregados miúdos e graúdos (areia, brita 0 e brita 1) e posteriormente se faz um novo concreto com este entulho. O concreto 34
reciclado é tão resistente quanto o concreto convencional, pois o entulho é selecionado para garantir as características físicas do produto final. O material passa pelas seguintes etapas: a)
Recolhimento do entulho.
b)
Processo de britagem do entulho.
c)
O material resultante do processo é feito um teste de dosagem para
verificação de resistência. d)
Definição de qualidade do material que poderá atingir o concreto e
utilização a que irá atender.
No caso de calçadas utiliza-se uma resistência de 20 MPa (pressão máxima 1000 kg, por cm²). Neste ensaio achamos uma resistência máxima de 7 dias de 28MPA. Resistência do concreto – MPa = kg\cm², no caso Se for para a utilização em mobiliário 10MPa é suficiente. Portanto, o material proveniente do entulho da calçada ou da construção civil é totalmente viável para se fazer mobiliário urbano.
Ilustração 01: Entulho recolhido para a reciclagem.
35
Ilustração 01: Britador da prefeitura localizado no antigo DERMU/COMPAV atual AMOB.
Ilustração 01: Teste de resistência do concreto obtido pelo processo realizado no Campus I na Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás.
36
4 ESTUDOS DE CASO
Foram estudadas as seguintes áreas: Parque Amazônia, Jardim América, Setor Bueno, Setor Marista, Setor Pedro Ludovico, Setor Oeste, Setor Central, Setor Coimbra, Campinas, Setor Aeroporto, Jardim Goiás, Setor Universitário, e os Parques Vaca Brava, Areião e Park Flamboyant. Depois de verificado o entorno dos presentes bairros, o traçado urbano e alguns aspectos culturais destes, foi observado que o Setor Central e o Setor Campinas que compreendem o traçado viário dos núcleos pioneiros tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) pela portaria de número 507 em 18 novembro de 2003, existe uma certa identidade que permanece presente no acervo arquitetônico e urbanístico Art Déco que se encontra em má conservação, quase sempre perdido entre a publicidade que sobrepõe as fachadas e marquises, e o emaranhado de fios da rede elétrica.
Ilustração 01: Localizado na Praça Cívica, o Coreto foi inaugurado 1942, passou por modificações ao longo dos anos que acabaram por destruir o projeto inicial, em 1978 a obra passou por restaurações e voltou ao modelo arquitetônico original. (acervo pessoal)
O mobiliário urbano que se concentra entre a Praça Cívica e a Av. Goiás, característico dos anos 30 e 40 sustentam esta identidade que perdura pelo Centro que é objeto de vários planos estratégias, concursos públicos e demandas de associações junto a prefeitura. As ações produzidas por tais demandas têm gerado
37
conflitos e divisões de opiniões públicas sobre as intervenções da prefeitura no Centro Histórico.
Ilustração 01:
E atualmente faz parte do acordo de Preservação do Patrimônio Cultural celebrado no dia 20 de dezembro de 2010 entre o IPHAN, o governo estadual goiano e a prefeitura de Goiânia. A realização de obras do PAC Cidades Históricas prevê o beneficiamento do traçado tombado incluindo adequações para mobilidade urbana, revitalização do patrimônio arquitetônico, sinalização turística, calçamento de ruas, requalificação de espaços públicos, o embutimento de fiação elétrica e instalação de rede de coleta de águas pluviais. Desta forma a proposta presente neste projeto não se adequaria ao perímetro histórico da cidade, sendo uma intervenção bastante cuidadosa e que não se apresenta tão necessária quanto os bairros novos que estão em expansão. Após definir a área de intervenção do mobiliário, nos setores de pesquisa então se destinou à procura de mobiliário, elementos arquitetônicos ou de ordem simbólica que imprimissem alguma identidade, ou continuidade de algum estilo, ou expressão cultural. 38
Ilustrações 19: Ponto de ônibus antigo localizado na Praça Cívica.
FIGURAS 30 e 31: Dois estilos de luminárias públicas encontradas na Praça Cívica.
39
40
41
42
43
44
PONTOS NODAIS – esquinas, praças, bairros
MARCOS – torres, edifícios, esculturas..
45
FIGURAS 20, 21, 22, 23, 24 e 25: Diversos bancos públicos localizadas em praças, da esquerda pra direita: Praça Tiradentes, Praça Cívica, Parque Vaca Brava, Praça da T-25 e Praça do Ginásio de Ginástica Olímpica da T-9.
46
FIGURAS 26, 27, 28 e 29: Diversas lixeiras públicas localizadas em praças, da esquerda pra direita: Praça Tiradentes, Praça da T-25, Praça Cívica e Parque Vaca Brava.
Ilustração 01: 12,13 e 14: Praça Tiradentes revitalizada na Av.85.
FIGURA 15: Vasos da Praça Tiradentes.
FIGURA 16 e 17: Equipamentos públicos da Praça Tiradentes, Poste de iluminação e Ponto de ônibus. FIGURA 18: Ponto de ônibus do novo padrão da CMTC localizado na Praça Cívica.
47
5 ANÁLISE E RESULTADOS
Neste
trabalho
realizado
compreendem-se
questões
relativas
ao
mobiliário urbano quanto seus aspectos complementares a paisagem urbana e fatores ligados a identidade, interatividade e necessidades de seus usuários muitas vezes ignoradas quando implantadas nos espaços públicos. Existe uma necessidade em considerar aspectos culturais, históricos, climáticos e sociais para encontrar uma qualidade de vida melhor para a cidade e seus habitantes, e um cuidado em adequar e instalar o mobiliário com coerência no espaço público para não prejudicar a circulação dos pedestres e na paisagem local. O design do mobiliário urbano pensando neste como um elemento de composição e identidade pode diferenciar e valorizar os espaços públicos urbanos, se estabelecer relações de complementaridade, atratividade e usabilidade nos espaços, entre os usuários, o ambiente construído e o contexto onde estão instalados. O urbanista Kevin Lynch aborda a importância da fisionomia das cidades e que dar esta forma visual ao ambiente urbano é um tipo especial de problema de design em escala urbana. Seu método aponta que poderíamos começar a identificar estes problemas utilizando alguns princípios como a legibilidade e imageabilidade para encontrar possibilidades de modificá-la e torná-la mais aprazível. Gordon Cullen a partir de um levantamento feitas pelos métodos de observação, diagnóstico e prognóstico, ilustra a paisagem urbana em diferentes temas para demonstrar uma série de vantagens na reunião das pessoas, o que forma a cidade. Este agrupamento de pessoas e edifícios gera um impacto visual da cidade sobre seus habitantes ou visitantes, e isto permite a criação de equipamentos coletivos para possibilitar o bem-estar e facilitar o percurso das pessoas.
48
Ilustrações 01, 02, 03, 04 e 05: Exemplo do processo de observação dentro da abordagem descrita por Cullen, utilizando a visão serial percepção seqüencial para estruturar o conceito de paisagem urbana.
François Ascher afirma a importância que é o processo de transformação constante da sociedade, como um princípio essencial e que no contexto brasileiro apresenta uma urbanização fragmentada e preocupante. Dentro do texto A Sustentabilidade do Ambiente Urbano da Capital da arquiteta Marta Romero encontrou-se o estudo sobre as escalas interativas de análise da sustentabilidade do ambiente urbano de Brasília que classificam os espaços de intervenção no ambiente para facilitar no reconhecimento das relações de elementos recorrentes, sua correspondência e hierarquização. São quatro 49
escalas integradas: a grande escala das estruturas urbanas e da cidade (macroescala), a escala intermediaria da área – setor e as duas escalas trabalhadas neste projeto - a escala específica do lugar; o espaço coletivo, a paisagem urbana e a escala específica do edifício; o mobiliário urbano. Luis Juan Mascaró em sua introdução ao mobiliário urbano fala sobre a preocupação dos estudos paisagísticos que consideram a construção de ambiências para a qualificação dos espaços públicos e o mobiliário urbano como elementos que equipam as cidades assim como o mobiliário doméstico, que inserido no espaço urbano serão utilizados por um número de pessoas maior.
Principais problemas • Falta de Identidade • Falta de continuidade (novos materiais e tecnologias) • Gestão: cada governo quer implantar o seu estilo, uso do mobiliário urbano como instrumento de reforço dessa marca • Cultural • Dificuldade de retratar a identidade que não é clara • Crescimento acelerado das regiões urbanas • Visão apenas funcional do mobiliário, padronizado.
RELACIONAR A QUESTÃO DA IDENTIDADE COM O MOBILIÁRIO URBANO
50
5.1. INDICATIVOS DE PROJETO A partir dos resultados obtidos da observação e analise dos espaços delimitados chegamos aos presentes indicativos de projeto:
a) Permitir que o mobiliário seja um elemento de comunicação do espaço publico, para que cumpra sua função de compor uma identidade. b) Desenvolver elementos componíveis que criem envolvimento, orientabilidade e continuidade na disposição do mobiliário. c) Permitir a permeabilidade visual/ física do mobiliário. d) Mobiliário que permita a modificação de suas partes ou de sua complementação nos espaços públicos. e) Criar um mobiliário que mesmo em contextos diferentes ele possa abrir uma possibilidade para implantação de uma identidade local. f) Elaborar uma unidade que proporcione versatilidade e conexidade. g) Complementaridade funcional com o mobiliário já existente.
51
6. PROJETO
A definição do elemento de identidade relevante encontrado no desenho urbano da cidade de Goiânia para o desenvolvimento de um sistema de mobiliário que levasse um caráter único aos espaços implantados, além de possibilitar várias maneiras de disposição. De acordo com a observação feita do plano diretor dos setores levantados pelo recorte da Macroescala encontramos inúmeras rótulas, que se interligava em seus recortes ou em seu desenho circular totalitário. A rótula é um elemento democrático no transito do leito carroçável, permitindo a passagem O projeto que atende ao estudo e aplicação de layouts de implantação nas praças e vias de Goiânia, aplicadas no traçado existente dos espaços delimitados e o mobiliário urbano escolhido nas categorias - necessidades.
Descanso – Bancos para vias de circulação rápida, proporcionando pausa para o deslocamento por tempo reduzido. Bancos para contemplação diante de um lago e para área de parques proporcionando um momento de descanso, lazer e leitura em uso em tempo prolongado. Comunicação – Poste com área para comunicação pública em caráter permanente ou itinerante que proporciona visualização para motoristas. Situação de aplicação: permanente - sinalização de parques, centros administrativos e áreas turísticas. Itinerante – Copa do mundo em 2014 e as Olimpíadas mundiais em 2016. Limpeza – Lixeira, elemento fundamental para a funcionalidade e manutenção da limpeza dos espaços públicos. Infra-estrutura – Jarros ou cachepots decorativos que possam ser utilizados tanto nas áreas construídas (espaços concretados) quanto nas áreas verdes de parques e praças.
52
6.1. MEMÓRIA TÉCNICA (CONCEITO E DESCRIÇÃO)
NATURAL – CULTURAL – DESENHO URBANO ÓTICA O LOCAL - posicionamento no espaço, localização CONTEÚDO - elementos de construção da informação
A implantação e instalação deste mobiliário devem ser adequadas aos seguintes critérios:
Os bancos: •
Locais de grande fluxo (evitar aglomerações).
•
Criar áreas de refúgio, promovendo uma marcação e delimitação dos espaços.
•
Em espaços abertos devem ser instalados preferencialmente à sombra.
•
Sua disposição deve ser agrupada conferindo um ambiente de estar, mas com atenção para não evitar repetição e monotonia.
•
Próximos a quiosques, escolas e brinquedos.
Os postes de comunicação: •
Paralelamente aos caminhos, acessos, identificando praças, parques, monumentos, pontos turísticos.
•
Pode ser utilizado para anúncio de eventos em seu caráter itinerário.
•
Não concorrer com elementos arquitetônicos, arvores, postes, varandas.
As lixeiras: •
Dispostas por todo o espaço urbano
•
Locais de maio movimento, paralela ao fluxo de pedestres
•
Ao longo de calçadas, orlas, paradas de ônibus (concentração de atividades)
•
Integrar ao mobiliário.
Os cachepots: •
Na composição de recintos urbanos, praças, canteiros e parques como elemento escultório. 53
â&#x20AC;˘
Locais pavimentados.
54
6.2. PEÇAS GRÁFICAS (DESENHO TECNICO 3D, MODELOS E PERSPECTIVAS).
55
CONSIDERAÇÕES DERAÇÕES FINAIS
apresenta os conceitos da proposta falar sobre o potencial que ainda há para ser desenvolvido (sugestão para desdobramentos futuros....
(fechamento citar os dois primeiros capítulos que envolvem a pesquisa teórica com os estudos de caso, mais o desenvolvimento do projeto com os indicativos e os objetivos do meu projeto, - não aplicaç~]ao do centro e áreas de tombamento) Necessidades primordiais Mobiliário do futuro (contextualidade)
56
REFERÊNCIAS
MASCARÓ, Luis Juan. Infra-Estrutura da Paisagem. Ed. Masquatro. 2008 CULLEN, Gordon. Paisagem Urbana. Lisboa: Edições 70. 1983 LYNCH, Kevin. A imagem da Cidade. Tradução Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes , 1997 ___________.Mobiliário urbano, Arquitectura Del Paisaje, Monsa KRAUEL , Jacobo. Street Furniture. Barcelona: Links, 2007 ASCHER, François. Os Novos Princípios do Urbanismo. RG bolso 4 MONTENEGRO, Glielson Nepomuceno. A Produção do Mobiliário Urbano em Espaços Públicos. PPGAU. 2005 Diário do Comercio, Cidades, Mobiliário Urbano: uma confusão, Kelly Ferreira, 21 de junho de 2006 ROMERO, Marta A. B. A sustentabilidade do ambiente urbano na capital. 2003 ARAÚJO, Roberto Gonçalves. O Mobiliário Urbano ao Longo dos Tempos, Glossário de Termos – Resoluções do Conpresp 1988-2007.
http://www.dji.com.br/constituicao_federal/cf182a183.htm
57
APÊNDICES
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
ANEXOS
Pelo Manual de implantação de mobiliário urbano na cidade do Rio de Janeiro (1996:19) apresenta uma classificação do mobiliário urbano de acordo com sua definição de funcionalidade, em seis categorias diferentes: 1. Estruturas: são conjuntos de dois ou mais elementos, independentes, que se complementam para o desempenho de uma só função. As estruturas são compostas de um ou mais elementos de fixação – que não tem significado próprio, mas são fundamentais à prestação do serviço que se propõem a cumprir – e o equipamento em si, seja ele suporte para a rede de distribuição de infra-estrutura e sinalização, acessório de apoio a esta infra-estrutura ou elemento utilitário à prestação de serviços de limpeza e comunicação. a) Suportes: são estruturas fixas dispostas em rede ou cadeia, que sustentam elementos repetidos dos sistemas de energia elétrica, telecomunicações, iluminação e placas de orientação vertical de trânsito. São prioritários na organização dos espaços públicos, sendo também predominantes em escala, função e quantidade. (op. cit., 1996: 24) • poste de distribuição de rede elétrica • poste de distribuição de rede telefônica • poste de iluminação pública • sinalização vertical de trânsito (op.cit. 1996: 19) b) Acessórios: são equipamentos implantados em espaços públicos por órgãos
e/ou
concessionárias
prestadoras
de
serviços
(telecomunicações,
engenharia de tráfego, bombeiros, gás encanado). • armário de distribuição de telefone • armário de controle de semáforos • hidrantes • respirador • caçamba de lixo (op. cit., 1996: 43) c) Utilitários: este grupo contém elementos importantes que equipam o espaço público garantindo conforto e facilidade de acesso aos serviços de limpeza e comunicação. Sua localização é flexível, podendo sofrer deslocamentos para 88
atender a necessidades de circulação, respeitando, ainda, a arborização, sem prejudicar seu desempenho. (op. cit., 1996: 32) • telefone público • caixa coletora de correios • caixa coletora de lixo • suporte de lixo domiciliar • parquímetro (op. cit, 1996.: 19) 2. Engenhos
publicitários:
elementos
usados
como
objetos
independentes um do outro, com a função de anunciar produtos, serviços, estabelecimentos e, eventualmente, utilizados para campanhas educacionais e eleitorais. a) Informações funcionais: bandeiras informativas de eventos culturais; identificador de logradouros; jornal eletrônico; painel informativo (mapas, percursos); pontos de parada de transporte coletivo; sinalização horizontal; sinalizador de acesso veicular b) Informativos publicitários: outdoor; painel luminoso; publicidade em fachadas; relógio digital; totem publicitário. c) Informativos temporários e/ou moveis: elementos informacionais; faixas; tabuletas 3. Cabines e quiosques: são elementos do mobiliário urbano que guardam semelhanças com a arquitetura. Sua função é proporcionar proteção dos meios naturais e conforto às pessoas, constituindo-se em pequenos módulos facilmente identificáveis pela sua finalidade. Foram subdivididos em dois grupos: Fixo e Móvel. (op. cit., 1996: 20) a) Fixos: abrigo de ponto de ônibus; abrigo de ponto de táxi; acesso a Metrô ou estacionamento subterrâneo; banca de jornal; cabine de informação turística; cabina de telefone; cabina de polícia; cabina de terminal de ônibus; cabina de banco 24h; coreto; guarita; quiosques com funções variadas; sanitário público. b) Moveis: barraca de camelô/tabuleiro; barraca de feira; carro de ambulante/trailer; stand móvel em eventos públicos. 4. Separação de meios: são elementos usados para a ordenação do espaço público. Sua função é proporcionar segurança, conforto e proteção ao
89
pedestre e ao sistema viário. Foram subdivididos em dois grupos: Permanente e Temporário. (op. cit., 1996: 21). a) Permanente: frades; grampos; rampa; escada; guarda-corpo; peitoril; cerca; grade; defensa; cancela. b) Temporário: cavalete; tapume; cone. 5. Elementos paisagísticos: são os elementos do mobiliário urbano que incluem os artefatos artísticos com um significado simbólico para a cultura da cidade, função de orientação cívica ou de composição da paisagem urbana. Fazem também parte desta categoria os artefatos de proteção e delimitação do espaço de plantio do elemento vegetal das calçadas, praças e jardins. (op. cit. 1996: 21). a) Funcionais: adornos comemorativos (natal, carnaval); bebedouro; gola de árvore; jardineira/floreira; protetor de árvore; protetor de canteiro; relógio de sol; mastro b) Marcos: monumentos; escultura; estatuária; pedestal; obelisco; arco; pórtico; fonte; chafariz; bica 6. Equipamentos de lazer: são elementos do mobiliário urbano destinados a funções esportivas e recreativas. • banco e mesa em praças • banco de jardim • mesa e cadeira de uso comercial em calçadas • bicicletário • equipamento esportivo • equipamento infantil (op. cit., 1996: 22)
90