Revista RAD

EDIÇÃO

01 MADE IN BRAZIL

DEZEMBRO 2018

ANO 01

R$ 15,00

Os retratos femininos de Janice Sung

Off-White e a Revolução na Moda

As ilustrações do brasileiro Butcher Billy

As fotografias poéticas de Ticiana Porto

P 08

P 10

P 22

P 26

Esta revista é uma produção interdisciplinar de alunos do 2º semestre do curso Design Gráfico da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).

Distribuição Gratuita.

Avenida Dr. Cândido Xavier de A. Souza, 200 Centro Cívico - 08780-911 Mogi das Cruzes - SP Tel: 011 4798-7000

Edição No 01 - Ano 01 Dezembro de 2018

PRODUÇÃO Orientação: Profa. Elis Souza Projeto Editorial Gráfico Prof. Fábio Aguiar Editoração Gráfica / Foto Design Prof. Wilmar Gomes Projeto Integrado: Design Multimeios

Alexandre Santos Paiva da Silva Fernando Henrique Moura Salgado Paulo Lucas de Moura Silva João Vitor Siqueira Paula

NESTA EDIÇÃO ARTIGO O Design veste Prada?

pág. 05

INSPIRAÇÃO - TATTOO O Estilo Pastel Gore de Brandon Chiesa

pág. 06

INSPIRAÇÃO - ILUSTRAÇÃO Os Retratos Femininos de Janice Sung

pág. 08

TENDÊNCIA Virgil Abloh: Como o estilista de Kanye West está mudando o mundo da moda ?

pág. 10

CAPA

pág. 16

DESTAQUE NACIONAL

pág. 21

EDITORIAL

pág. 26

ARTIGO

pág. 28

Viva o Beco!

Butcher Billy: Conheça o artista brasileiro que ganhou o mundo A Fotografia é a poesia no olhar

Sede de Ver INSTAS PARA SEGUIR Designers nas redes sociais

pág. 29

CRÔNICA

pág. 30

O Curioso Caso da Tipografia e do Design

ARTIGO

O DESIGN VESTE PRADA? Acompanhar o mercado, se atualizar, ter um estilo, basear-se em uma escola/tendência artística são coisas que acredito que todo design deve, ou pode, seguir. Mas acompanhar modismos, traços, cores que foram estabelecidos por alguma empresa, algo ou alguém, foge do que é uma boa criação em design.

Mais do que acompanhar a moda o design deve estar de acordo com seu público e mercado. Imagine se cada grande empresa resolvesse alterar o seu logotipo a cada nova tendência de moda: em um momento, o visual “moderno” é o uso de grafismos psicodélicos; em outro, o uso de bolas ou de elementos e sombras tridimensionais? A cada nova moda, um novo logotipo, layout?

Um bom design — gráfico ou de produto — perdura e está acima de qualquer modismo.

Abordo este assunto porque já recebi algumas perguntas do tipo: “Márcia, qual você acha que será a tendência do design gráfico para 2019? Que tipos de logotipos devem ser criados?”

Tendências que surgem a cada ano podem ser aplicadas — no meu modo de ver — em criações de design que não têm como objetivo serem usadas por toda a eternidade — ou quase toda — como revistas, jornais, design têxtil,

cartazes etc. Sim, um jornal ou revista dura anos, séculos até se bem guardados, mas a sua imagem gráfica, sua composição, deve estar de acordo com aquele momento em que foi criado, devem representar visualmente uma sociedade, servindo assim como memória de uma época.

Mas não vejo como aplicar um modismo, tendência, na criação de um logotipo, já que este deve superar as barreiras do tempo. Deve ser fixado na memória, comentado e, quando necessário, poderá sofrer atualizações, mudanças, adaptações por causa do avanço tecnológico e/ ou de mudanças no mercado.

Um logotipo que precisa ser alterado a cada nova ideia, moda ou novidade que a tecnologia ou da internet divulguem como “a nova tendência visual do ano” não é um bom logotipo.

O que seria de grandes marcas, se tivessem que se adaptar a cada novidade que aparecesse. Lógico que houve mudanças desde que estas marcas foram criadas, mas foram mudanças feitas de um modo tão leve que quase não nos damos conta disso.

Existem muitos sites por aí que indicam tendência de logotipos, e tantas outras coisas atuais para que se criem tudo dentro da “moda gráfica”. No entanto, esquecem de abordar questões sobre quando ou como podemos usar ou o que fazer quando isso tudo sair de moda.

Márcia Okida Designer gráfica e professora nos cursos de Produção Multimídia, Jornalismo e Publicidade & Propaganda

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INSPIRAÇÃO

TATOO DESIGN

O tatuador italiano Brando Chiesa chama seu trabalho de “pastel gore”, uma mistura de fofo com o macabro, e a descrição é tão apropriada. Seu estilo neo-tradicional ousado está se infiltrando com rosas de algodão doce, hortelã e lilás. Apesar dessa paleta moderada, o conteúdo de seu trabalho é grotesco. Suas imagens são muitas vezes inspiradas pela cultura pop japonesa - incluindo filmes de animação de

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Hayao Miyazaki e Pokemon - e recebem um toque visceral. As coisas escorrem e explodem da pele dos personagens e do membro cortado e sangrando.

Para os fracos de coração, o trabalho de Chiesa pode ser difícil de suportar mas eles são tão bem trabalhados que é quase impossível desviar o olhar. /@brandonchiesa

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TENDÊNCIA INSPIRAÇÃO

Ela diz que ama moda, natureza e beleza, e Janice Sung, de Toronto, encontrou uma maneira de reunir suas paixões em um estilo altamente original.

Se a maquiagem dos últimos desfiles de moda, a revista de moda e as roupas usadas por essas garotas cosmopolitas falam de luxo e elegância sofisticada, os cenários abstratos parecem roubados das vanguardas artísticas do início do século XX. A singularidade de

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Janice está contida nesse contraste singular, no qual as formas sabiamente elaboradas se alternam com elementos sugeridos, numa síntese de beleza harmoniosa que parece transcender o tempo. Inegavelmente atual, mas capaz de resumir todas as eras, escapando da banalidade. /@janicesung

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TENDÊNCIA

Dê uma olhada em qualquer um dos produtos que a Abloh está projetando nos dias de hoje, e você notará o uso pesado de aspas, que registram palavras e frases aparentemente inócuas. Cadarços são declarados “Cadarços”. As bolsas de couro da Off-White, que podem custar até R$ 2.500, são intituladas “Escultura”. Seus calçados dizem ao mundo que são “For Walking”, para andar.

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TENDÊNCIA

Virgil adora marcas de citação; é uma leitura obrigatória para qualquer pessoa curiosa sobre as camadas de pensamento em seu trabalho. É claro que todas essas marcas de citação não são apenas alguns truques de design descartáveis, eles são uma janela para o modus operandi do Abloh: Aspas são uma das muitas ferramentas que o Abloh usa para operar em um modo de desapego irônico. Abloh rejeita a mentalidade de quem fez a primeira das gerações anteriores em favor da lógica de copiar e colar da Internet e de seus habitantes. Sua nova ordem é protegida por uma fortaleza de ironia.

Fatos empíricos não são colocados em marcas de citação; quando as palavras são cercadas por marcas de fala, sua validade está em questão.

Ao apresentar palavras como

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citações, Abloh as tira do contexto e questiona sua seriedade. Quando ele coloca “Escultura” ao lado de uma bolsa, ele está provocando o espectador. Qual é a diferença entre uma bolsa de mão e uma obra de arte?

“Você pode usar tipografia e texto para mudar completamente a percepção de uma coisa sem mudar nada”, explicou Abloh. “Se eu pegar um moletom masculino e escrever” mulher “em suas costas, isso é arte.”

A escolha do tipo de letra por Virgil também é significativa.

Desenvolvida em 1957, a Helvetica tornou-se tão onipresente que é quase invisível - a fonte é usada nos logotipos da American Apparel, da General Motors, da Panasonic e da BMW, assim como nas formas de imposto de renda federal e no interior dos ônibus espaciais da NASA.

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TENDÊNCIA É uma obra-prima da era do meio século que o Abloh adorava quando estudava arquitetura.

Ele compara o tipo de letra com as faixas de risco que unem os diferentes motivos que percorrem as coleções do Off-White.

“As linhas diagonais me ajudam a resolver um grande problema, como pegar um monte de coisas aleatórias e deixá-las ser uma.

Essa é a mentalidade da Helvetica. Essa é a mentalidade da arquitetura ”.

O tom irônico do Off-White, junto com sua sensibilidade de rua e o exército de fãs de celebridades, é o que faz dele um dos rótulos mais relevantes da atualidade.

“Estamos no começo do que acredito ser a era da moda “ streetwear ”- que é sobre fazer você mesmo, logotipos, ironia e sátira”, resume Virgil. “Mas também pode ser chique, refinado e elevado. Isso é branco-sujo.

Virgil entende que a ironia é a maneira mais eficaz de se comunicar nos dias de hoje. Engajar o espectador, incentivando-os a compartilhar seu trabalho até que se torne viral. Seu tom não tão sério coloca o branco fora do resto da conversa, porque, para os observadores casuais, parece que ele nem leva isso a sério.

Esses tênis de US $ 2.000? Eles são apenas para andar.

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CAPA

/@enivo

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O Beco do Batman, tradicional endereço do graffiti em São Paulo, fica escondido entre as vielas da Vila Madalena, e é o paraíso para os amantes de arte de rua. Quer saber por quê?!

Fotos: Fernando Salgado

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CAPA

/@speto

ocalizado na Rua Gonçalo Afonso e Rua Medeiros de Albuquerque, na Vila Madalena, bairro boêmio da zona oeste de São Paulo, o Beco do Batman é referência para o graffiti paulistano há mais de 30 anos. Reza a lenda que nos anos 80 um desenho do Batman apareceu da noite pro dia em uma das paredes do beco. A partir daí, o nome pegou e o Beco do Batman, como passou a ser conhecido, se tornou tela para artistas pioneiros na arte urbana em São Paulo, como Speto e BoletaBike.

O lugar, que antigamente era abandonado, passou por uma imensa transformação com a presença dos artistas e as paredes cheias de arte 18

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e hoje em dia tem status de atração turística, com direito a placa e tudo!

SÃO PAULO E O GRAFITTI O graffiti é um patrimônio da cidade de São Paulo. Não é à toa que a cidade é considerada uma das capitais do mundo de arte de rua.

No Beco, as paredes são disputadíssimas e os artistas têm um código de honra entre si: quando alguém quer pintar por cima de um graffiti antigo, tem que conversar com o dono do trabalho e mesmo sem existir uma curadoria oficial, as coisas estão funcionando.

/@boletabike

A arte de rua é umas das mais importantes do mundo, começou a tomar impulso por volta da década de 80, não parando mais de se espalhar pela cidade. O Beco do Batman é um marco de ocupação do espaço público e da arte urbana em São Paulo, conhecer os 170 metros do espaço é uma experiência de cores e arte sem igual.

Cada visita é única, sempre existe um graffiti novo ou algum que passou despercebido, até mesmo aquele que você adora e vai conferir se ainda está no muro. Sempre vale a pena voltar e aproveitar esse que é uns dos pontos turístico mais vibrante da cidade.

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/@milotchais

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/@ostupys

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DESTAQUE NACIONAL

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Bily Mariano da Luz, 39 anos com o pseudônimo de Butcher Billy (algo como “Açougueiro Billy”), impressionou e viralizou nas redes sociais do mundo todo com uma série de artes nas quais músicos icônicos do século 20 aparecem usando camisetas com estampas de bandas atuais e outras onde vocalistas de grupos dos anos 80, como The Smiths, Joy Division e The Cure são “cruzados” com super-heróis, como Mulher-Maravilha, Superman e Batman. Uma mistura de elementos clássicos, games, cinema e quadrinhos.

“A única coisa que eu sabia fazer, razoavelmente bem, sempre foi desenhar,

então, mais do que uma escolha natural, foi talvez algo meio que imperativo”, diz Billy Butcher, que começou a carreira em agências de publicidade.

O desenvolvimento de seu estilo, que hoje lhe rende vários convites para novos projetos, surgiu em uma situação de “pura frustração profissional”.

“Eu trabalhava em um emprego que só me prometia e não cumpria”, disse. “Eu estava lá mais pelo dinheiro mesmo, que também não era muito, então, nas horas vagas, fui desenvolvendo esse estilo, conceitos e ideias singulares de forma totalmente independente.”

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DESTAQUE NACIONAL

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O artista conta que o cruzamento de universos distintos é o elemento que torna projetos interessantes.Não só visualmente, mas conceitualmente.

Ficção e realidade, clássico e contemporâneo, diferentes mídias como cinema, games, quadrinhos, música, política, arte, religião, etc.

Isso pode surpreender, mas o designer não adere à novidades facilmente. Ele disse que, de tudo que tem sido feito atualmente, ele gosta do que tem relação com o passado. Isso inclui os filmes da Marvel e os de Star Wars.

“Gostei de Stranger Things pelo clima oitentista e, obviamente, de Black Mirror, que para mim tem tudo a ver estruturalmente com séries como Contos da Cripta e Além da Imaginação). Estou dolorosamente ansioso por Trainspotting 2.”

“Musicalmente, acredito que eu não escute nada que foi lançado depois de 1998.”

Você pode encontrar a arte de Butcher Billy nas redes Facebook, Twitter, Behance e Tumblr.

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EDITORIAL

Grandes fotógrafos famosos abrem as “portas” e “janelas” com suas postagens para o público. Isso acontece com essa abertura que temos da rede mundial de computadores que abrange novas aplicabilidades fazendo tornar o relacionamento entre os famosos e seus públicos muito mais ajustado, entre eles estão facebook, twiter, e o mais utilizado para as fotos: O instagram.

Entre inúmeros artistas está a fotógrafa Ticiana Porto, ela é uma amante da fotografia. Ticiana nasceu em Recife e desde os quinze anos vive no Rio de Janeiro. Filha de artista plástica e economista cresceu em contato com influências da arte moderna e com o desejo de fotografar o mundo. Já foi eleita pelo instagram como referência de fotos do Rio de Janeiro. Têm quase 300 mil seguidores que a acompanham a cada postagem.

Ticiana se preocupa em capturar fotos maravilhosas que mais parece um colírio para nossos olhos, a cada imagem possibilita que seus seguidores viajem por entre todos os panoramas construídos em suas postagens.

/@ticianaporto

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ARTIGO

Foi de uma conversa de corredor na universidade que me veio a ideia desse novo artigo. O tema pode parecer batido, mas entre nós, professores universitários, que estamos ajudando a formar os novos olhares de designers, publicitários, arquitetos e afins, percebemos que por mais que se fale sobre isso, ainda temos muito de percorrer para que este problema não persista.

Como fazer com que as pessoas aprendam a ter bom gosto? E não estou falando de gosto adaptado ao tipo de cliente ou público. Ou seja, não estou dizendo que o problema é entender que o que é bom para um tipo de público pode ser ruim para outro. É sobre senso estético. É sobre como fazer que as pessoas de modo geral — principalmente alunos, como no caso da conversa citada no início deste artigo — possam perceber que, por mais que se defina público, objetivo, necessidades, perfil gráfico e visual, em tudo deve existir bom gosto.

Em design, publicidade, arquitetura e afins, o cafona deve ser cafona com bom gosto; o brega deve ser um brega 28

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esteticamente bonito; aquilo que é contra todas as correntes atuais de estética, se tiver que ser feito, deve ter bom gosto. Ou seja, em criação, o senso estético é fundamental mesmo que o objetivo seja causar a sensação de feiúra: só conseguiremos isso se essa feiúra estiver esteticamente bela.

E aí vem a questão que estávamos discutindo: como ensinar bom gosto?

A resposta de praxe da maioria: mostrando coisas bonitas, elementos que transmitam beleza, ou seja, dando cada vez mais repertório visual.

Então esbarramos em um outro tipo de problema: algumas pessoas só veem, ouvem e leem aquilo de que gostam — e como já dizia a minha avó: “Gosto não se discute, se lamenta” e por isso todos têm direito de ter suas preferências, mesmo que esteticamente questionáveis — e por isso se negam a ver — e aprender a ver — outras coisas que fogem ao seu costume.

Pensando nisso repito aqui a frase que digo: “Devemos aprender a separar o nosso gosto — que se é nosso temos o direito de que ele possa ser ruim ou bom — do senso estético que nosso trabalho deve possuir”; esse, sim, sempre deve ter bom gosto e beleza, mesmo na feiúra.

Márcia Okida Designer gráfica e professora nos cursos de Produção Multimídia, Jornalismo e Publicidade & Propaganda

INSTAS PARA SEGUIR

/@_picolo

/@marcelonava

Marcelo Nava deu início a um projeto no Instagram chamado #roundseries, em que busca encontrar círculos em todo lugar que vai, que já conta com mais de 160 fotos.

/@rick_fernandes_studio

Rick Fernandes está no mercado há 14 anos trabalhando para colecionadores e empresas. Especializado na criação de personagens e desde de 2011 ministra aulas de criação.

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CRÔNICA

A sala escurece e elas surgem com movimentos e entradas, envolvidas por imagens, grafismos ou efeitos especiais.

Muitos continuam conversando. Poucos prestam atenção ou entendem como podem contar uma história e preparar um ambiente para a magia do cinema. Às vezes, elas aparecem ao final do filme e o mesmo se repete, com a grande maioria do público saindo logo após a última fala.

Raros são os que ficam para ver os créditos finais que, por vezes, continuam contando a história.

Sou apaixonada por aberturas, créditos de filmes, pela tipografia e por como ela é uma parte importante da história que será contada. A preocupação com a tipografia deveria ser comum entre designers, mas conheço gente que não dá a mínima para o seu uso no cinema.

Não devem ser escolhidas apenas pelo conceito de legibilidade, leiturabilidade ou por serem “parecidinhas” com o estilo do

filme. Devem possuir em seu corpo hastes, serifas, um pouco da alma, da personalidade do filme, criando unidade. É o que chamo de sinestesia tipográfica.

Algumas aberturas, ou encerramentos, são inesquecíveis. Poderia citar aqui a abertura de “Prenda-me se for capaz” e o encerramento de “Wall-E”, que tem toda a minha torcida para vencer os prêmios do Oscar aos quais concorre. Nesse caso, mais específico do encerramento de “Wall -E”, quem saiu antes dos créditos finais não viu a continuação da história. Simplesmente uma obra de arte dentro de outra.

Em tempo de Oscar, quero falar aqui dessa delicada e criativa relação entre o design, a tipografia e o cinema nos créditos dos cinco filmes que concorrem a melhor filme este ano. Gostaria de falar de seus cartazes também, alguns deles maravilhosos, mas fica para uma próxima oportunidade.

Márcia Okida Designer gráfica e professora nos cursos de Produção Multimídia, Jornalismo e Publicidade & Propaganda

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