OLD BROTHERS
Old Brothers Photography Book Fotografia Fernando Arata Martins Diagramação Fernando Arata Martins Introdução Daniel Sotangi Revisão de texto Silvia Arata Martins
“O skate é assim, te transporta para a adolescência. Parece que as pernas não vão aguentar, mas a sensação é que voltamos a ser crianças. Percebe-se a alegria estampada no rosto, e nesses momentos todas as preocupações do mundo adulto parecem não existir”. (Fernando Arata Martins)
fernando_arata@yahoo.com.br www.fernandoarata.blogspot.com www.flickr.com/photos/arata_skate_frames @fernandoarata
Congelar a imagem através da objetiva no momento exato do ápice da manobra, escolher o ângulo e a composição que valorizem ainda mais a cena, focar o skatista, enfim, transmitir a sensação de movimento em um único frame, estático, criando no inconsciente de quem visualiza a fotografia toda a trajetória que o skatista percorreu desde o início até finalizar a manobra: esse é o objetivo da fotografia de skate. Uma outra forma é a fotografia em seqüência, onde durante a manobra são tiradas várias fotos acompanhando o movimento do skatista. Com isso consegue-se mostrar todos os movimentos realizados durante a manobra, do skatista e do skate. Uma forma de arte que é para poucos fotógrafos, não àqueles que se aventuram tendo no currículo todo um conhecimento teórico e técnico sobre fotografia, mas, sobretudo, aos profundos conhecedores de outra arte: a da prática do esporte, ou a quem tem conhecimento de causa. No Brasil, na maioria dos casos, e acredito que mundialmente, quem produz fotografia de skate ou é skatista, ou de alguma forma está intimamente ligado a sua prática, pois, para captar as manobras de maneira a evidenciá-las, é necessário estar familiarizado com suas peculiaridades. Fernando Arata Martins (jan/2008)
“Amizade, Respeito e Diversão”.
Faça uma viagem no tempo e por um instante retorne para o final dos anos 80, passando pelas ruas de São Paulo você veria skatistas varando uma rampa construída por eles mesmos com madeiras surrupiadas de uma construção próxima no bairro. Aquela juventude tinha intrínseca uma atitude punk do “faça você mesmo”. Nessa época, as poucas referências que se tinha vinham da revista Overall Skate e do programa de TV Grito da Rua. Os sonhos de consumo eram rodinhas Bullet e shape Lifestyle. Símbolos como o DK (Dead Kennedys) e o “A” de Anarquismo ilustravam as roupas, os próprios skates e muros ao redor. Toda essa cultura e atitude ficaram enraizadas no DNA dos skatistas ainda nos dias de hoje. Independente da geração, o que os skatistas acabam tendo em comum é o que o skate pode oferecer a eles. Amizades, diversão, adrenalina e desafios. E não importa quem você seja, se você anda de skate você vai aproveitar tudo que ele pode lhe proporcionar e também as lições que ele te ensina, e a mais certa delas é a de aprender a cair e se levantar. E nesse ponto o skate é totalmente democrático, pois ninguém está livre dos tombos, não importa classe social, idade, cor, religião ou sexo. Cair e levantar faz parte e é uma lição de humildade e perseverança que se aprende com o skate. Mas o que é o skate na verdade, um esporte, uma brincadeira? Para grande maioria o skate é um estilo de vida! Ser skatista é ter uma perspectiva própria sobre a cidade, é andar pelas ruas e enxergar obstáculos dos quais poderia mandar uma manobra, uma transição, uma escada, um corrimão ou mesmo uma ladeira. Também é explorar lugares que talvez você nunca conhecesse se não fosse pelo skate. Para quem não anda de skate é estranho entender essa conexão que o skatista tem com o carrinho. Já dizia o Chorão (R.I.P) “Coração de skatista bate na sola do pé”. Além do amor pelo skate o skatista também compartilha um sentimento de solidariedade mútuo. É fácil observar que nas pistas de skate todos se cumprimentam conhecendo-se ou não, vibram quando alguém acerta uma boa manobra, dão dicas pra outro skatista que está tentando uma manobra, incentivam, ajudam, filmam, bate foto, emprestam chave, vela, trocam informações de outras pistas entre outras coisas. De forma geral as pistas de skate passam a ser o ponto de encontro de várias gerações de skatistas. Particularmente, após a construção da pista da Tiquatira, dos vários skatistas que passaram a frequentar o local, um grupo em específico com bastantes afinidades em comum se uniu e criou uma identidade própria. Assim nasceu em 2012 o Old Brothers. Um bando de caras que viveu o movimento do skate no final dos anos 80, alguns retornando aos poucos ao skate, outros que nunca deixaram de andar, mas todos conectados pelo espírito do skate. Um grupo eclético que se enriquece com a experiência de conviver com diversas personalidades diferentes, muitas vezes polêmicos entre si, com opiniões divergentes, mas que os tornam únicos. Os Old Brothers que tem como lema “skate, amizade e diversão” aumenta a cada ano que passa, e adquire com essas experiências tão únicas de seus indivíduos a maturidade de um grupo que terá muitos anos pela frente. Daniel Sotangi (jan/2016)
Christian Neves Pereira - “Chris”
Claudemir - “Maskot Rocker”
Cristina Sá - “Sininho”
Daniel Morais - “Danikas”
Daniel Sotangi - "AlemĂŁo"
Eliseu Pereira de Lima - “Monstro”
Fernando - “Nando Aloha”
Klaus Silva - “Sirigueijo”
Marcel Cicchetti - “Hosoi”
Marcos Jin Non - “Lobão”
Ricardo Brito - “Lerê”
Robson Baldin - “BIG Z”
Rodrigo Carlos Mesa Campos - “Vovô”
Sandro Gonçalves - “Sandrão”
Sergio Marques - “Sergião”
Valmer Santos - “Minho”
2013 - 2014 - 2015