Duas vidas... Um destino

Page 1

Duas vidas... Um destino Autor: Luciane Galhardo Estavam todos reunidos para a festa de apresentação da nova diretoria da famosa emissora de tv americana CTW. Jornalistas, revistas, empresários, elenco das programações, funcionários, todos querendo saber tudo de primeira mão da nova diretoria. Será que haveria algum corte de pessoal? E o novo presidente da companhia, como será que ele era? Ninguém sabia nada sobre ele, a única coisa que sabiam era que a transação tinha sido foi feita de forma sigilosa. Não se sabe quanto que o novo presidente havia pagado, muito menos porque foi vendido, afinal o índice de audiência das programações estavam indo bem, sempre atingindo o esperado ou seja, não havia motivo para a venda. Mas como no mundo do dinheiro é tudo mascarado não seria surpresa se a empresa estivesse ruim das pernas. Era o que pensava um dos gerentes que ali estava como todos os outros acompanhando a movimentação. Nick como era chamado, estava se sentindo um peixe fora da água, pois fazia muito tempo que ele não se sentia bem em festas. Recebia convites dos colegas para tomar algo depois do trabalho, às vezes ia para não ficar chato, costumava tomar uns dois drinks, conversava um pouco e ia embora. Estava doido para que o pessoal chegasse logo, conheceria seu novo patrão, escutaria os bla bla bla e ia embora de fininho......... Andando no meio daquela gente toda, Meg mais queria era estar longe dali. Sua cabeça estava começando a doer, não tinha dormido bem à noite. Aliás, não se lembrava de ter dormido na outra noite também, pois estava com sintomas de um pequeno esquecimento, tipo, não lembrar o que tomou no café da manha ou às vezes só lembrava que não tinha almoçado ou jantado porque o estômago reclamava pedindo comida.

No outro dia sem falta iria ver seu médico para fazer novos exames e ver se trocava os remédios para a dor de cabeça, pois parecia que não estava fazendo efeito. Com o barulho a dor latejava as suas temporas, sendo assim, resolveu sair um pouco na sacada para ver se o ar fresco lhe ajudava a melhorar um pouco a dor. - Que maravilha. Falou ao sentir o ventinho frio batendo em seu corpo fazendo ela se arrepiar levemente. De repente, sentiu uma vontade enorme de ir embora. - Será que se eu for embora de mansinho, alguém vai sentir a minha falta? Falou dando um risinho inocente. - Então somos dois. Disse uma voz na escuridão. Meg se virou para ver de onde vinha a voz rouca e meio que cansada. Lentamente o dono da voz saiu da escuridão e Meg pode ver que realmente ela não era a única a querer ir embora dali. - Pelo jeito você não é muito fã de festa não é? - Gostar eu não gosto muito, mas de vez em quando tem que sair um pouco não é mesmo? - Tomara que o pessoal chegue logo para que eu possa ir embora descansar um pouco. Disse ele. - Dia duro no trabalho? - Um pouco, nada do que eu possa reclamar. É que eu não me sinto bem no meio de tanta gente sabe. Nada contra você, eu sou mais do tipo quieto. Aliás você é a primeira pessoa que eu converso mais de dez minutos nessa festa. - Pois para falar a verdade, você é o primeiro com quem eu converso um assunto trivial hoje. Eu também não gosto de muito tumulto, me sinto melhor sozinha. Nada contra você. - O que vocês estão fazendo aqui fora? Perguntou Marcus, o porta voz da empresa. - Já estão começando a fazer o pronunciamento. Continuou ele fazendo um gesto para que os dois entrassem. Os dois se olharam e Meg disse sorrindo. - Parece que a nossa tentativa de ir embora já não dará certo. - Creio que agora teremos que entrar de qualquer jeito. Respondeu ele sorrindo de volta. Meg entrou no salão abarrotado de gente e pode sentir que a cabeça em nada melhorava. Rezou para que tudo terminasse


logo para poder ir embora descansar um pouco. Nick estava sentado no fundo do salão, pois queria evitar o burburinho. Na mesma mesa estava um de seus colegas de trabalho chamado Jeff, sempre simpático e de bom humor, ele que sempre queria levar Nick para as baladas, mas o máximo que conseguia era fazer com que ele tomasse um drinque depois do trabalho. Perdido em seus pensamentos estava lembrando da conversa que teve com aquela moça na sacada, só agora se lembrava de que não tinha perguntado o seu nome. Será que ela trabalhava na empresa? Ou era de alguma revista? Olhando para os lados, tentava achá-la e quem sabe pudesse conversar mais um pouco, apesar dela apresentar que também estava cansada e louca para ir embora dali. Logo sua atenção foi focada no palco, pois já estavam se preparando para as apresentações que aconteceriam no decorrer da noite, assim os burburinhos foram diminuindo. O primeiro a falar foi um dos diretores da rede, Robert era o que tinha mais intimidade para falar com os funcionários, pois era dono de um carisma que todos gostavam, sempre prestativo com a empresa e com os empregados, todos gostavam dele. - Boa noite senhoras e senhores, estamos aqui reunidos hoje para apresentar a todos as novidades que teremos no decorrer desse ano e também apresentar a nova diretoria. - E para deixar todo mundo sossegado eu já digo que não haverá corte de pessoal em nenhuma área, pelo contrário, teremos mais profissionais que trabalharão conosco, teremos mais espaço em mais países, assim a nossa programação se estenderá bastante... Nick olhava para seu amigo Robert que estava discursando no palco. Sim! Esse ele podia chamar de amigo, pois quando mais precisou ele lhe estendeu a mão, lhe ajudando a passar pelo pior tormento que ele já havia vivido, sempre sereno e calmo parecia saber falar exatamente o que você precisava ouvir. Será que ele tinha feito algum curso de psicologia? Quando tivesse um tempo Nich iria perguntar-lhe. Voltou seu olhar para o palco no instante em que Robert terminava seu discurso...

- Agora eu vou chamar aqui no palco nosso porta voz, para que ele possa apresentar a vocês as novidades dessa nova direção, com vocês Marcus. - Boa noite a todos. Vou começar mostrando a vocês as novas aberturas de algumas programações que serão mudadas, novas séries, os novos programas... Do outro lado do salão, Meg não agüentava mais de dor, realmente se demorasse mais um pouco ela iria embora sem falar nada para ninguém, já não se lembrava nem das palavras que iria falar no discurso. - Agora sem mais demora, vou chamar até o palco à pessoa que esta tornando tudo isso possível, a nossa mais nova Presidente senhora Meg Sullivan... - Nova presidente? Eu achava que era um homem. Perguntava Jeff para Nick, como se ele soubesse que era uma mulher. - Não olha para mim com essa cara, pois estou tão surpreso quanto você. Respondeu Nick. Todos se levantaram para aplaudir a nova presidente, Nick também, mas só para poder ver quem era. Qual foi sua surpresa quando viu que a moça que ele estivera conversando seria nada mais que a sua nova patroa. Sorte que ele não havia falado mal da empresa. Não que tivesse alguma reclamação. “Será que ela ainda queria fugir da festa”? Pensou sorrindo. Aliás, era a segunda vez que ele sorria naquela noite. Meg subiu ao palco incomodada pelo barulho. O cheiro dos perfumes misturados no ar, tudo estava lhe dando náuseas. Mas conseguiu reunir forças para falar algumas palavras... - Boa noite á todos. - Quero dizer que me sinto muito feliz de poder fazer parte dessa grande empresa, espero que continuemos no caminho certo e que com a ajuda de todos possamos crescer cada dia mais... - E sem mais demora quero pedir a todos para irem para o outro salão onde será servido um jantar em comemoração ao nosso grande empreendimento..... Obrigada. Dizendo isso, desceu do palco e os jornalistas que ali estavam foram para cima dela para entrevistá-la. Muitos flashes foram disparados, ela deu uma desculpa e mostrando Marcus para os jornalistas falou a todos que ele iria


marcar uma coletiva para todos em um outro dia, pois essa noite era para comemorar. Conseguiu sair do meio daquela multidão, deixando Marcus se virar com os repórteres. Saiu para tomar um pouco de ar, pois agora iria embora, não iria nem ao jantar, pois, seu estômago não estava bom. Respirou fundo algumas vezes como se o ar pudesse lhe tirar um pouco daquela dor, nisso pela segunda vez naquela noite ouviu uma voz no escuro dizendo. - Parece-me que agora realmente você vai embora, não é? Meg não precisou nem se virar para saber de quem era aquela voz. Respondeu... - Sim! Agora eu acho que é uma boa hora sim, e você? - Eu estou indeciso pois ainda não jantei, e você? - Ai! Não me fale de comida porque o meu estomago não está muito legal sabe? Se aproximando mais um pouco, Nick pode notar que sua nova patroa não estava bem, estava muito pálida, parecendo que ia desmaiar. Olhando direito para seu rosto pode notar o que parecia ser um pouco de sangue que lhe escorria pelo nariz, pegando um lenço Nick lhe deu para que ela pudesse se limpar e lhe perguntou com um olhar preocupado? - Você não quer que eu chame alguém? Parece que você está mesmo mal. - Não. Respondeu ela. Não precisa chamar ninguém. Eu só estou com dor de cabeça, deve ser alguma insolação. - Será que você poderia pegar o meu carro? Ele está logo ali. Pediu ela lhe dando as chaves... - Mas você vai dirigir nessas condições? Eu vou chamar o Robert, ele saberá o que fazer. - Eu já disse que eu estou bem. Deixe que eu pego o carro está bem? Disse ela arrancando as chaves de suas mãos. - Hei! Não precisa ficar nervosa. Só estou tentando te ajudar sabia? Disse Nick pegando as chaves que estava nas mãos dela. Suas mãos se tocaram e Nick pode sentir como as mãos dela estavam frias, realmente ela não estava bem... - Porque você não se senta um pouco? Parece que vai desmaiar a qualquer instante. E saiu em busca do seu carro. - Mas que droga! Isso tinha que acontecer justo hoje? E ainda mais na frente de um estranho, que bela noite eu estou tendo. Pensou Meg...

Nick estava manobrando o carro e pensava no que ia fazer com a sua patroa, pois parecia que ela não gostava de ser ajudada, não queria demonstrar fraqueza na sua frente. Parecia uma garota assustada, desamparada, que geralmente tinha que tomar conta de si mesma. Engraçado como ela se parecia com ele mesmo na maneira de agir não aceitando ajuda de ninguém. Chegando com o carro, Nick lhe entregou as chaves, abriu a porta para que ela pudesse entrar e ficou esperando ela dar a partida. Meg tentava em vão colocar a chave no contato, mas não conseguia, a sua visão estava toda embaçada. Mal conseguia pensar, imagina dirigir. Olhando pela janela viu que o rapaz a olhava com um olhar de curiosidade, como se tivesse esperando que ela lhe pedisse ajuda. Não teve outra alternativa senão pedir a ele: - Será que você não pode ir dirigindo para mim? Eu lhe pago um táxi para você voltar. - É claro que sim! Achei que você teria coragem de dirigir do jeito que você está. Falando isso tomou a direção dela que passou para o banco de passageiros, ligou o carro e perguntou? - Para onde vamos? - Eu estou no hotel Glamour, você conhece? - Sim. Saindo do estacionamento Nick olhou para o lado e notou que ela estava com os olhos fechados, parecia que estava dormindo, mas dava para ver que estava com dor por causa do seu semblante contraído. Ela era uma moça muito bonita, devia ter uns trinta anos e já era dona de uma rede de tv? Devia ser muito bem de vida, ou será que era alguma herança que havia herdado? Nick voltou sua atenção para o trânsito e ficou pensando porque esse interesse repentino nela, afinal ela era sua nova patroa, ele não sabia nada dela, só que tinha uma dor de cabeça infernal. Meg estava com os olhos fechados, mas podia sentir que o rapaz a observava. De repente sentiu um medo enorme, pois não sabia quem ele era. E se ele quisesse fazer alguma coisa com ela? E se ele fosse da imprensa? Logo de manhã sua foto estaria no jornal com as fofocas de sempre, todos dando uma opinião


na vida dos outros sem respeitar suas privacidades. Sim. Ela gostava de sua privacidade, fazia de tudo para não deixar ninguém entrar na sua vida para bisbilhotar. Talvez fosse melhor pedir para ele parar o carro e chamar um táxi para ir embora. Então abriu os olhos e disse? - Eu sei que é tarde para lhe perguntar isso, mas quem é você? Digo, porque eu nem te conheço e o deixei me levar embora sem saber quem você é. Geralmente eu não faço isso, acho que é porque eu não estou raciocinando direito e só agora caiu a ficha sabe? Nick deu uma risadinha e disse: - Realmente eu estava achando que você estava com muita dor mesmo para pedir para um estranho te levar embora sem ao menos conhecê-lo. Mas não se preocupe eu trabalho na sua empresa. - Então como pode ver, sou um de seus empregados. - Empregado não colaborador. - Hoje não existe mais a palavra empregado. Eu preciso de você e você precisa de mim, não é assim que funciona? Pela maneira que ele a olhou, viu que suas palavras tinham saído com um duplo sentido. - Quero dizer como empresa e colaborador. - É! Acho que sim...Respondeu se sentindo meio tocado ao ouvir aquelas palavras. - Apesar de que você aparenta ser uma pessoa confiável...Graças a Deus disse ela ... Agora vou ficar quieta antes que minha cabeça exploda. Fizeram o resto do caminho em silêncio, cada um perdido em seus pensamentos. Nick se lembrou que não conseguia se lembrar do nome dela. Será que ela ficaria chateada se ele perguntasse? Afinal ela foi apresentada no palco, mas realmente ele não conseguiu ouvir o seu nome devido o pequeno choque ao saber que ela era sua nova chefe. Do outro lado Meg tentava processar essa nova informação. Quem diria que esse rapaz seria na verdade seu mais novo colaborador? Mas ela queria o que? Quem estivesse ali naquela noite era de uma ou duas. Ou era da imprensa ou algum funcionário da empresa.

Graças a Deus que foi a segunda opção e realmente ele parecia ser uma pessoa em quem se podia confiar. Engraçado como ele apareceu duas vezes naquela noite no momento em que ela estava mais frágil. Chegando ao hotel, desceram do carro e foram até a recepção pegar a chave. Nick viu que ela estava um pouco zonza, tomando a chave de sua mão lhe perguntou o número do quarto e foi seguindo ela em direção ao elevador. Entrando no elevador Nick notou que ela parecia estar pior que antes. - Você não que ir a um hospital? - Não, eu já estou ficando melhor, obrigada. - Você vai me desculpar, mas não parece... Chegando ao apartamento, Nick abriu a porta, ela entrou tentando achar o interruptor para acender as luzes, mas não conseguia. Mais uma vez Nick foi ajudá-la. Acendendo as luzes notou que ela já estava deitada no sofá, parecia que estava desmaiada. Preocupado perguntou mais uma vez: - Escuta, você não que mesmo ir a um médico? Ela respondeu balançando que não a cabeça, abriu a bolsa e lhe entregou o celular lhe pedindo: - Por favor. Tem um número aí na discagem rápida, o nome é Michel, Dr. Michel. Ligue para ele e diga que sou eu que estou precisando de uma consulta que ele vem aqui me consultar. Pegando o telefone, Nick começou a fazer a ligação quando se lembrou que não sabia o nome dela, meio encabulado perguntou: - Como é mesmo seu nome? - Meg. Ela notou que ele ficou meio constrangido por não saber seu nome. - Muito bem Meg deixa eu fazer sua ligação. Ela voltou a deitar. Ao longe ouvia ele falar ao telefone e se lembrou que também não sabia o seu nome...Quando olhou para ele de novo para lhe perguntar ele disse: - Nick. O meu nome é Nick. Me desculpe não lembrar o seu, mas é que estava tão barulhento naquela sala que eu não escutei direito.


- Tudo bem, eu também devia ter perguntado o seu nome, mas na confusão me esqueci completamente...pois bem... - É que sabe! Parece que quando estou com você não preciso usar palavras, como se você já me conhecesse...Meu Deus, deixa eu ficar quieta porque parece que cada vez que eu abro a boca eu só falo bobagens. Me desculpe deve ser reação dos remédios. - Tudo bem. Mas sabe. Eu também me sinto um pouco à vontade na sua presença, como se eu já te conhecesse. Por exemplo, você é a pessoa que eu falo ou fico perto a mais tempo do que eu tenha me lembrado nessa noite. Eu geralmente gosto de ficar sozinho. - Parece que temos mais em comum do que a gente acha...Ela disse falando consigo mesma. E aí o que o médico disse? - Ah é! Ele disse que já está vindo, mas pediu para você ficar deitada e que eu ficasse aqui até que ele chegue... - Mas não precisa...Além do mais, você sabe como é médico. Eles falam que é rápido, mas podem demorar uma eternidade. - Se você quiser pode ir. E em falar em ir embora, eu estou te devendo um táxi. Deixa eu pegar o dinheiro. Quando foi se levantar, sentiu uma tontura e se não fosse por ele com certeza estaria estatelada no chão. Ele a pegou nos braços e a deitou no sofá de novo... - Esse é um dos motivos para eu não ir embora, aliás, se o médico demorar mesmo quem vai tomar conta de você? - Para sua informação eu posso tomar conta de mim mesma. - Eu tenho certeza que sim, mas não hoje. E não custa nada eu esperar o médico, o preço do táxi será o mesmo. - Mas você não tem que voltar para o jantar? - Não. Eu não tenho que voltar para lá, aliás, eu nem teria ido, se não fosse para conhecer o novo chefe. Disse ele com um pequeno sorriso. Nossa! Mas como era fácil sorrir quando estava com ela. - Me desculpe. Eu ainda não te agradeci pelo o que você fez, sinceramente eu quero dizer obrigada. E te agradecer por você ter estado lá. - Você não tem nada que me agradecer, pois você estava passando mal e por coincidência eu estava lá para te ajudar. - Sim, nas duas vezes. - Duas vezes? Perguntou ele curioso. - Sim, na primeira quando eu queria fugir da festa e agora.

- Sim, mas eu não te ajudei em nada na primeira vez, pois eu também estava querendo fugir lembra? - É verdade. Mas naquela hora eu estava com muita dor e se eu não tivesse conversado com você provavelmente eu teria ido embora. - Bom é melhor você descansar um pouco. O que você quer que eu faça? Está precisando de alguma coisa? - Você pode pegar água para mim? - Claro que sim. Nick foi até a cozinha, trouxe a água e notou que ela havia tirado os sapatos e conforme o jeito que estava deitada, dava para ver um pouco de suas pernas, bonitas por sinal... “Mas o que estava acontecendo com ele”? “Ela era a sua patroa e ainda por cima estava passando mal, mas que diabos”. Pensou ele. Meg levantou para pegar a água que Nick lhe servia ficando bem perto dele. Pode notar como ele era bonito, não saberia dizer a cor de seus olhos, mas pareciam azuis ou verdes escuros e os cabelos negros já aparecendo alguns pequenos fios dourados, ou seja, logo eles estariam brancos, mas dava um charme todo especial nele...Quando notou o estava encarando, ele sentado perto dela com o copo estendido e ela nada de pegar, ele perguntou: - Eu pensei que você estava com sede. - Me desculpe, meu cérebro hoje não esta funcionando muito bem. Disse pegando o copo e bebendo a água, ficou toda encabulada por estar tendo aqueles pensamentos em relação a ele, será que ela tinha pensado em voz alta? Ficou vermelha só de imaginar. Nick olhava para ela meio ressabiado, pois ela ficou encarando ele e nem tentou disfarçar, parecia que estava dopada. Ele achava que estava na hora dela trocar de remédio mesmo, pois ela não estava nada bem. Ela nunca tinha feito nada igual com ninguém assim antes, estava super envergonhada de ter encarado ele daquela maneira, iria pedir para seu médico trocar esse remédio urgente, pois estava a afetando muito. Estava tendo pensamentos que fazia muito tempo que não tinha. Será que era o remédio ou era Nick que estava mexendo com ela? Divagando em pensamentos nem ouviu a campainha, Nick levantou e abriu a porta, dando passagem para o Dr. Michel que


entrou com uma cara de preocupação no rosto. - Me diga exatamente o que você está sentindo Meg. - Boa noite para você também Dr. - Agora não é hora para graça Meg, afinal se você me chamou é porque está bem mal, não é?Disse olhando para Meg com o semblante sério. - Muito bem. A minha cabeça vai explodir a qualquer instante, então eu preciso de um remédio mais forte. Aliás, um não. Uns quatro pelo menos. Nick ficou observando aquela situação enquanto o médico lhe aplicava uma injeção. Não sabia se ia embora ou ficava ali para ver se ela iria ficar bem. Mas parecia que eles se conheciam bem, pois o médico tinha uma certa liberdade com ela na maneira de falar, nada que pudesse dizer que eles eram íntimos, mais parecia uma relação de pai e filha. Mas quantos anos será que ele tinha? Nisso seus pensamentos foram cortados pelo médico que lhe perguntava: - Você que me telefonou, não foi? - Sim. Respondeu Nick. - Você pode me dizer se ela teve algum desmaio, se chegou a vomitar alguma vez? - Olha! A única coisa que eu sei é que ela estava com muita dor de cabeça, às mãos frias e agora a pouco quase caiu. Pelo jeito está com tonturas. Mas me desculpe, porque o senhor não pergunta a ela? - É que ela às vezes tem alguns picos de esquecimento, e no momento ela já está dormindo. - Dormindo? Mas como ela conseguiu dormir com uma dor tão forte que ela dizia estar sentindo? Ela mal conseguia abrir os olhos. Esse remédio que você lhe deu deve ser mesmo bom em? - Acredite em mim. Se ela mandou me chamar é porque ela chegou no seu limite, e se ela está dormindo agora é sinal de que ela estava exausta. Perdão, mas eu não sei seu nome. - Nick. Respondeu. - Prazer, eu sou o médico dela Dr. Michel e obrigado por ter ficado aqui com ela até eu chegar, nessa hora é bom ela não ficar sozinha sabe. - Mas qual é problema dela afinal? Ah, eu me esqueci, antes de sairmos do jantar deu uma pequena hemorragia no nariz dela, não foi muito, mas afinal é um sintoma não é? - É sim e com base no que você acabou de me dizer eu terei que fazer alguns

exames nela, porque aí o negócio já ficou mais complicado. Disse o Dr para Nick. Mas ele tinha a impressão que o médico falou mais para ele mesmo do que para o Nick. - Me desculpe eu não poder te da uma resposta, mas você sabe como é, sigilo de médico e paciente. Mas de qualquer modo eu lhe agradeço pela sua preocupação para com ela. - Bom se não tem mais nada que eu possa fazer eu acho que vou indo, ainda tenho que buscar o meu carro que está lá no salão de festa da empresa. - Até logo. Disse olhando para Meg como se tivesse se despedindo dela. “Mais um que ela tocou o coração”. Pensou Michel observando o jeito que Nick a olhava. Meg tinha esse poder de atrair as pessoas sem ao menos as pessoas a conhecerem, se ao menos um deles pudessem fazer com que ela retribuísse, quem sabe ela seria mais feliz? Nick queria ir embora mas não conseguia se mexer do lugar, era como se o que aconteceu com ela aquela hora em que ela ficou encarando ele, tivesse passado para ele. Ao longe escutou uma voz que parecia que falava com ele. - Espere que eu vou chamar um carro para levá-lo onde você precisar, é só um minuto. Assim dizendo o Dr. pegou o telefone para fazer a ligação. Enquanto isso Nick olhava para Meg. Ela parecia tão bem agora dormindo, o seu semblante que antes estava fechado devido à dor que estava sentindo já estava mais suave, só agora ele notara de como ela era bonita, parecia até que ela estava fazendo pose para dormir. Toda sensual, os lábios vermelhos nem parecia que estava de baton, seus olhos foram percorrendo todo seu corpo ate chegar nos pés, pequenos como de uma garotinha. Ela devia calçar que número, talvez uns trinta e cinco ou menos, “meu Deus como ela é linda”. Seus pensamentos só mudaram quando o médico lhe disse que já estava um carro esperando por ele lá fora e o levaria em qualquer lugar que ele quisesse e que não se preocupasse em pagar que já estava tudo certo. Assim ele se despediu do médico e se dirigiu até a recepção para pegar o táxi, mas para a sua surpresa quem o estava aguardando era um motorista que abriu a porta do carro assim que ele se aproximou,


convidando-o a entrar no carro e fechando a porta. Já dentro do carro Nick disse o endereço para o motorista e se afundou no assento, só ai é que ele percebeu de como estava cansado. Olhando no relógio não acreditou que já passava das duas da manhã, será que ainda teria alguém no jantar? Interessante era que enquanto ele estava com Meg não se sentia tão cansado assim. Como ele disse a ela, era como se eles já fossem conhecidos, pois ele gostou da sua companhia e pelo jeito ela também gostou da dele, ou será que era só porque ele há havia ajudado? Mas não, ele sentiu que ela também havia gostado. Chegando ao local indicado, o motorista perguntou a Nick se ele iria precisar ir a mais algum lugar, pois ele estava a sua disposição. Agradeceu, mas o dispensou pois pelo jeito ainda tinha muita gente no jantar, pois o estacionamento ainda tinha muitos carros. Quando entrou no salão a primeira pessoa que ele viu foi seu colega Jeff todo animado ao lado de uma morena, quando ele viu Nick, foi ao seu encontro com um sorriso zombeteiro nos lábios. - Aha... Só agora que você está chegando? O negócio pelo jeito foi bom em? Afinal você saiu daqui não era nem dez horas e só esta voltando agora? Me conta quem foi à heroína que conseguiu fazer você sair da sua concha. - Mas do que você está falando? - Não da uma de quem não sabe de nada, porque eu vi você saindo com um carro que não era o seu, e eu sei que não era o seu porque ele ainda esta no estacionamento. - Então como eu ia dizendo. Você saiu em um carro que não era seu, com uma mulher que infelizmente não deu para ver direito, me conta vai. Nick olhou para a cara do colega e quase relatou toda a história, mas voltou atrás e simplesmente falou: - Esquece isso cara. Não é o que você está pensando, era só alguém passando mal e me ofereci para levar embora, só isso. - Ela devia estar precisando muito da sua ajuda mesmo para você demorar desse jeito. - Mas agora falando sério. Isso é sinal que você esta voltando à ativa, “salvando mocinhas inocentes” é assim que começa cara. Disse ele dando uma risada.

“Ah se você soubesse” Pensou Nick. Ele queria contar ao colega, mas alguma coisa lhe dizia que era melhor não fazer alarde, pois isso era uma coisa muito pessoal para sair falando assim, e mais, o médico parecia mais preocupado do que deixou transparecer para Nick, se ele comentasse isso era bem capaz de dizerem que ela bebeu todas e por isso teve que ser levada embora mais cedo. Então decidiu que não falaria nada para ninguém. Depois tentaria falar com ela mais tarde para saber como estava... Quando Meg acordou, deu uma bela espreguiçada, se sentia com muita energia. Mas aos poucos foi se lembrando do ocorrido da noite anterior. Parecia que tinha sido um sonho, mas o pequeno esparadrapo no seu braço lhe lembrava que tinha acontecido mesmo, colocou as mãos na cabeça e tentou se lembrar de tudo. Lembrou do jantar, da dor horrível de cabeça, de querer ir embora e também de Nick. Suspirou ao se lembrar de como ele era bonito, se lembrou também que ele a tinha visto toda frágil precisando de ajuda. Deus como detestava quando alguém a via assim. Primeiro tinham pena, depois achavam que ela era alguma inválida querendo fazer tudo para ela. Chegou a ir a alguns psicólogos, mas chegou a conclusão que viveria para o trabalho, pois trabalhando não teria tempo para pensar muito no problema. Quando olhou no relógio, quase teve um ataque, já era mais de dez da manhã. “Como pode dormir tanto”? Michel deve ter dado uma dose alta de remédio para dessa vez, pois tinha dormido demais. Não que não precisasse, mas tinha muita coisa para fazer. Pegou o telefone e ligou para sua secretaria particular Wanda. “Ah Wanda”. Pensou. O que seria de mim sem você? Alô, Meg você está bem? Perguntou Wanda do outro lado da linha. Demorou um tempo para que Meg conseguisse que Wanda a chamasse pelo nome, se sentia muito nova para passar um dia inteiro com uma pessoa que só a chamava de senhora. - Fica tranqüila Wanda, eu já estou bem. Porque você não me acordou? Você sabe que horas são agora? - São dez e meia, porque?


- Engraçadinha. Eu tinha uma reunião agora de manhã aí no escritório e eu aqui dormindo. - Calma que eu já remarquei a reunião, aliás, eu mexi na sua agenda toda de hoje e surpresa, você está de folga. - Como assim de folga? - Assim! Você não vem trabalhar hoje, ou melhor, você não vai fazer nada o dia inteiro, só vai descansar e recuperar as energias ok? - Foi o Michel que mandou você fazer isso não foi? Eu mato ele, ah se mato... - E por falar nele, você tem uma consulta às duas horas, fará alguns testes e mais nada, aproveita e repõe as energias. - Eu já estou com energia de um cavalo, pois a dose que ele me deu parece que foi bem alta, apesar de que eu acho que eu que pedi, pois estava com muita dor. - Meg, hoje é sábado, vai pegar um cinema, vai a praia, encontre um homem bem bonito para namorar, aproveite o dia... - Vamos fazer o seguinte? Você está de folga, você vai a praia, cinema o que for e eu vou trabalhar no seu lugar, o que você acha? - Nem morta! Se eu fizer isso o Dr. me interna em um hospício... É sério Meg em se tratando da sua saúde ele é muito persuasivo. - Você sabia que eu posso te demitir né? - Você seria a primeira patroa que demitiria uma secretária para poder trabalhar no lugar dela não acha? Você fala do Michel mas está igualzinha a ele sabia? Faz o seguinte, só me mande então o relatório da tv, só para eu dar uma olhada ok? - Só isso em e nada de ficar lendo umas dez vezes viu? Daqui cinco minutos eles estarão aí, vê se descansa tá. Meg ficou olhando para o telefone rindo. Michel deve ter ameaçado mesmo internar Wanda, pois realmente ele não gostava de ser contrariado. Mas se ele fez isso é sinal de que ele suspeita que alguma coisa mais séria esteja acontecendo com ela. Bom! Só ia saber mais tarde mesmo quando fosse encontrá-lo. E o Nick? Ela teria que dar um jeito de falar com ele e lhe agradecer por tudo o que ele fez, será que ele tinha comentado com alguém? Mas ele não parecia esse tipo de homem que sai por ai falando da vida dos

outros, ainda mais sabendo que ela era sua patroa. Mas não era esse o motivo, podia ser sua imaginação, mas alguma coisa lhe falava que realmente ele parecia se preocupar com ela de verdade. Nick acordou cedo como sempre, fez a barba e foi trabalhar. No caminho foi lembrando dos episódios da noite anterior. “Como será que ela estava”? Lembrava que tinha sonhado com ela à noite, mas não conseguia se lembrar como foi o sonho, assim que chegasse iria dar um jeito de falar com ela, só para ver se estaria bem. Quando chegou no escritório, foi até cozinha para tomar um café, como fazia todas as manhãs, mal contendo a vontade de ir ver se Meg já havia chegado. Tomou seu café e foi para sua sala. Nick era gerente da parte de estatísticas da empresa. Sua equipe é que fazia todo o trabalho de medir os pontos de ibope das programações. Se algum programa estava em horário errado, ia para as ruas para saber a opinião dos telespectadores, o que eles achavam que deveria melhorar na programação, etc., Depois eles faziam um resumo de tudo aquilo e mandavam para os diretores para que eles determinassem se haveria mudanças ou não. Nick gostava do que fazia, às vezes tinha algum contratempo como todo trabalho normal, porque de mês a mês tinha que fazer tudo de novo, pois os diretores faziam uma reunião mensal para discutir as informações que ali eles apresentavam. Na maioria das reuniões Nick era convocado a ir, por isso ele achou estranho que a empresa havia sido vendida, pois ele estava por dentro de tudo o que se referia às estatísticas de programação. Com esses pensamentos se dirigiu até a sala de Robert para ver como poderia falar com sua nova patroa. Chegando na sala, deu uma pequena batida na porta e entrou assim que ouviu um “pode entrar” do outro lado. Robert estava ao telefone, assim que viu Nick fez sinal para ele se sentar na cadeira a sua frente e continuou ao telefone. Nick ficou alguns minutos pensando no que iria dizer para Robert, quando este lhe perguntou:


- Você não ficou muito tempo na festa ontem não é? Pois eu só te vi no começo da festa e depois você desapareceu. - Me desculpe Robert, mas como você sabe não sou muito de festa. Só vim porque teria que conhecer o novo patrão, ou melhor, “patroa” então não tive escapatória. Mas o importante e que eu vim não é? - É claro que sim! Mas você tem que concordar comigo que você precisa começar a sair mais, já está na hora de você começar a viver de novo meu rapaz. - O trabalho faz bem ao corpo porque ele te deixa cansado, mas não faz bem a alma. Você tem que se divertir um pouco também. - Ok. Vou tentar me lembrar disso na próxima festa e falando em festa, a nossa nova chefa já chegou? Pois eu tenho algumas coisas para lhe perguntar. - Ah não se preocupe, ela não virá hoje. O certo era ela ter vindo sabe, mas a sua secretária me ligou logo de manhã avisando que ela teria um outro compromisso hoje pela manhã, então agora ela vira só na segunda feira. Era algo importante? - Não, não era não. Você sabe se ela vai ficar aqui, ou só virá de vez em quando? - Pelo o que eu sei, já arrumaram uma sala para ela lá no ultimo andar. Ela vai montar um escritório central aqui, mas nós não vamos vê-la muito por aqui sabe, ela disse que viaja muito, então quase não ficará conosco. - Você sabe mais alguma coisa sobre ela? Perguntou Nick já se arrependendo de ter aberto a boca ao ver o sorriso de Robert. - Só estou perguntando porque eu achei estranho a empresa ser vendida assim tão rápida sem ninguém saber nada. - Ela é linda não é? Disse o amigo sorrindo para ele. - Mas não se preocupe. No mundo dos negócios tudo é feito à surdina por causa da concorrência. Além disso, parece que Meg é uma grande empresária, tendo vários tipos de negócios espalhados por aí. - É que ela parece muito nova ainda para ter conquistado tanto, não acha? - Tem gente que é assim mesmo, parece que tudo o que eles tocam vira ouro. Mas deixa eu te perguntar uma coisa. Você viu isso tudo lá do fundo de onde você estava? Nick olhou para o amigo sem saber o que responder. Robert perguntou sorrindo: - Será que você não que me dizer o que realmente você que falar com Meg, Nick?

Sem muita escapatória, sorriu para o amigo como se fosse um garotinho que foi pego em uma mentira. Mas para Robert ele podia contar porque ele era uma das pessoas que ele mais confiava ali dentro e afinal algum tempo atrás havia confiado toda a sua vida para ele e ele nunca falou nada pra ninguém. - Está bem, começou Nick...Ontem eu estava na sacada respirando um pouco de ar puro e doido para ir embora antes de vocês começarem os discursos, quando a nossa chefa apareceu para tomar um ar também e por incrível que pareça ela estava doida para ir embora dali. - Ela me disse que estava com muita dor de cabeça, até nessa hora eu não sabia quem ela era. Conversamos por alguns minutos e aí Marcus nos chamou porque iria começar a festa. - Até aí tudo bem, mas depois ela subiu até o palco para se apresentar como a mais nova dona da companhia e quando foi para irmos para o outro salão, eu aproveitei e sai um pouco para me refrescar, quando ela apareceu de novo, só que dessa vez ela não estava nada bem, ela estava pálida. - A dor pelo jeito tinha aumentado e eu fui lhe ajudar, eu até falei em chamar alguém, mas ela disse que não, ela estava bem e me pediu para buscar o carro dela que ela iria embora. - Quando eu cheguei com o carro ela tentou, mas não conseguia sair dirigindo, ou melhor, ela não conseguia nem colocar a chave no contato, então me pediu para levá-la embora...Nick foi relatando toda à noite e nem notou o brilho nos olhos do amigo que pensava “Interessante, eu nunca vi Nick falar com tanto entusiasmo de uma mulher, realmente parece que Meg tinha mesmo um toque de ouro...”. Pensava sorrindo. - Aí então o médico chegou, aí eu voltei para cá para pegar o meu carro e ir embora...Continuou Nick, nem imaginando que seu amigo não havia ouvido o resto da história. - E aí o que você acha? Será que eu devo ir ao apartamento dela para ver como ela está? - Mas você sabe onde ela mora? Perguntou Robert. - Eu não acabei de lhe dizer que eu a levei embora? Você não estava prestando atenção na minha história não é? - È lógico que sim, mas é que foram tantas coisas que aconteceram que eu me perdi, disfarçou.


- E respondendo a sua pergunta. “É claro que você deve ir, afinal ela não veio hoje, será que não foi alguma desculpa que deram devido a seu estado de saúde”? Mas Nick não parecia muito convencido, então Robert disse: - Olha Nick! Se fosse eu que tivesse ajudado ela eu iria sim, ou se você quiser pode também telefonar, mas fica uma coisa meio chata, nada como ver com os próprios olhos não é? Nick ficou alguns instantes absorvendo aquelas palavras, mas no fundo ele já havia tomado uma decisão, ele iria até o apartamento, se ela não gostar o problema era dela, só estaria fazendo a sua parte. - Eu vou ver o que eu faço, mas desde já agradeço os seus conselhos, qualquer coisa eu te conto depois ok? E saiu. Robert ficou olhando para a porta que se fechava, “até que enfim alguém conseguiu despertar o meu amigo para a vida”. Pensou com alegria. Meg já estava impaciente. O relatório que sua secretária mandou tinha lido umas cinco vezes, no momento estava assistindo ao canal de finanças, olhava para o telefone como que pedindo para que ele tocasse e nada, e ainda nem era a hora do almoço. O que ela faria no restante do dia? Podia aproveitar que estava de “folga” e dar um jeito de ir falar com Nick. Tirar a má impressão que ela deixou devido à dor que estava sentindo e também para lhe agradecer porque não se lembrava de ter tido tempo de se despedir dele e nem de ter lhe agradecido, ou será que teria? Não conseguia se lembrar de quase nada que havia acontecido na noite anterior, seus pensamentos foram cortados quando o telefone tocou. - Alô. Disse. - Alô. Senhora Meg, aqui quem fala é o Rodolfo da portaria. - Tem um rapaz aqui que está querendo falar com a senhora, a senhora vai descer para atendê-lo? - Rapaz? Mas que rapaz? Eu não estou esperando ninguém. - Ele disse que seu nome é Nick, mas se a senhora estiver ocupada, ele liga depois. “Nick? Será que era o mesmo Nick que a ajudou ontem”? - Nick? Como ele é Rodolfo?

- Senhora ele é o mesmo que estava acompanhando à senhora ontem, a senhora se lembra? - É claro que eu me lembro. - Então a senhora vai descer para falar com ele? - Não. Pode pedir para ele vir até aqui, sim? - Ok, senhora. “Nossa, esse não morre tão cedo”. Pensou. Será que ele tinha lido o meu pensamento? Quando Nick entrou no elevador sentiu um friozinho no estomago. E agora o que iria falar para ela? “Oi, tudo bem? Eu só passei aqui para ver como você está”. Não que eu fiquei pensando muito nisso, mas é que você não foi trabalhar hoje e eu achei meio estranho então... “Você é louco”? Você não pode deixar ela saber que você sabe que ela não foi trabalhar, isso era sinal de que perguntou por ela. De jeito nenhum... Nisso a porta do elevador abriu... “É agora”. Meg andava de um lado para outro esperando que ele chegasse logo, o que iria falar para ele? “Desculpe-me por estragar a sua noite ontem, mas é que quando minha enxaqueca me ataca fico muito mal”. Não deu tempo de pensar muito, pois a campainha tocou e ela teve que atender. Meg abriu a porta e encontrou Nick encostado no batente olhando para baixo como se estivesse pensando em alguma coisa. Quando ele levantou os olhos, ela pode ver agora com clareza que seus olhos eram azuis, os cabelos negros meio encaracolados, a barba feita, mas não dava para ver o restante, já que ele estava usando paletó e gravata e ele era mais alto do que ela imaginava...Lindo... Muito lindo. Quando Nick levantou os olhos, seu olhar foi direto para boca dela. Realmente ela não estava usando baton na noite anterior, pois sua boca era bem vermelha. Lábios cheios, os olhos de uma cor de verde escuro com castanhos, que não soube definir. Os cabelos castanhos estavam presos, mas teimavam em cair pelos seus ombros. Sentiu uma vontade enorme de ajeitar seu cabelo, mas se conteve.


Seu olhar foi descendo até chegar aos seios que apesar da blusa meio larga dava para notar o contorno que eles faziam. As pernas não deu para ver porque ela estava de calça jeans, mas pelo que lembrava da noite anterior ela tinha belas pernas. E finalmente chegou até os pés, que ele notou sorrindo estava descalços. Quem olhava para ela agora jamais imaginaria que ela era uma grande empresária. Meg balançou a cabeça para sair daquele topor e notou que ele também a estava analisando, deu um pequeno sorriso e disse: - Oi, você não que entrar? Foi quando Nick percebeu que ela estava olhando para ele sorrindo. De leve, mas sorrindo. - Sim. Sorriu ele de volta. Mas que coisa! Todas as vezes que ele estava com ela, pegou essa mania de sorrir á toa. O que será que estava acontecendo com ele? Nick entrou no apartamento e ela pediu para que ele se sentasse no sofá, foi quando ele notou a sala em que eles estavam. Tinha uma porta toda de vidro que dava de frente para a praia, entrava um vento tão refrescante que ele teve vontade de tirar o paletó. Logo á sua frente uma pequena estante com uma tv grande, um aparelho de som e no canto alguns objetos de decoração. Olhando á sua esquerda ele pode ver a cozinha, só agora reparou que ela não tinha porta, era só um balcão com dois banquinhos e alguns armários nas paredes... - Você que tomar alguma coisa? Uma água, um suco ou o que você quiser. - Só água mesmo...Respondeu - Só um minuto que eu vou pegar. - Aqui está. Disse ela lhe estendendo um copo. Nick tomou em uma golada só. - Você quer mais? - Não, obrigado. Disse lhe entregando o copo. - Ainda bem que você veio até aqui, eu iria procurá-lo mais tarde para lhe agradecer o que você fez. Aliás, eu gostaria também de pedir desculpas por ter estragado a sua noite, porque pelo o que eu consigo lembrar eu não me despedi e nem te agradeci não é?

Nick se sentiu aliviado por ela ter começado o assunto e então disse: - Não se preocupe com isso, ontem mesmo você me agradeceu, não se lembra? - Eu só me lembro de algumas coisas, o resto é como se fosse um sonho. - Bom, mas como eu disse, não precisa se preocupar. - Aliás, o motivo deu ter vindo aqui hoje foi para ver se você está bem, eu sei que devia ter telefonado, mas... - Não. Foi bom você ter vindo, pelo menos eu pude agradecer. - Não que pelo telefone não daria, mas é que pessoalmente é melhor. Disse interrompendo ele... - É, foi o que eu também achei...E então? - Então o que? - Como você está? - Ah, eu estou ótima. Me desculpe, mas é que eu estou ainda meio lenta por causa do remédio. - Você devia estar mesmo cansada, porque mal o medicamento fez efeito e você já estava dormindo. - Sim! Acho que a dose foi alta. Mas também na noite anterior, minha cabeça já doía um pouco e em vez de eu dar uma relaxada, fui viajar para uma reunião que demorou mais do que eu previ. - Aí cheguei em cima da hora e fui lá para o jantar. Então como pode ver, não descansei nada. - Mas o que o médico disse? Sei lá, ele parecia meio preocupado com você. - Não precisa se preocupar, hoje eu vou ter uma consulta com ele, mas tenho certeza que não é nada sério. - Bom é melhor eu ir andando, você provavelmente tem que descansar e eu aqui te atrapalhando... Disse levantando. - Você não me atrapalha em nada e hoje eu estou de folga sabe...Um sábado de folga que eu não tenho há muito tempo. E não sei o que fazer com ele... - Por isso que é bom em ser o patrão, pode tirar um dia de folga quando quiser. - Mas não foi eu quem me deu folga, foi a minha secretária...Deixou escapar. - Como? Eu não entendi. Ela por acaso te deixou na mão? - Não, não é nada disso. É uma longa história...Disse balançando a cabeça... - Ok, então eu vou indo, espero que tudo de certo no médico. Meg foi abrir a porta e se apoiou nela para se despedir.


- Até mais. Se precisar de alguma coisa, pode contar comigo ok? - Ok. Tchau. - Tchau.... Meg fechou a porta e ficou alguns minutos parada olhando como se ele fosse voltar. Foi quando olhou no relógio e viu que já eram uma e meia. “Nossa como o tempo passou voando”. Correu para o banheiro para tomar um banho e se trocar para ir ao médico. Nick foi para sua casa, pois não precisava mais voltar ao escritório. Geralmente trabalhava no sábado inteiro, mas como as coisas estavam adiantadas naquela semana não teria o que fazer ali. Devia ter convidado Meg para passar o sábado com ele. Ele também não tinha a mínima idéia do que fazer naquele resto de dia. Será que ela aceitaria? Mas o que estava acontecendo com ele? Ele não podia esquecer que ela era sua patroa. Mas é que quando ele estava com ela à conversa saia tão natural! Ele não precisava fingir que estava gostando do papo como algumas vezes acontecia. Resolveu passar em um supermercado para comprar alguma comida e por na geladeira que já estava sem nada. Quando Meg chegou no consultório do Dr Michel, a secretária já a levou até a sala em que o médico a estava esperando e saiu. - Obrigado Patrícia. Agradeceu Dr. Michel. - Como você está se sentido hoje Meg? Perguntou o Dr. - Estou ótima e você Michel? - Melhor do que você, mocinha. Disse se levantando para lhe dar um abraço. Meg abraçou o grande amigo que ele era. - Agora é sério Meg, como você está? Disse se sentando na beirada da mesa e olhando direto em seus olhos. Estou bem mesmo! Verdade...Nossa a dose que você me deu de remédio foi alta em?Porque eu quase não me lembro de nada ontem e pelo o que eu sei você mal me deu o remédio e eu já peguei no sono. - Meg, a dose do remédio que eu te dei foi à mesma de quando você teve as outras crises, isso é sinal que você estava era cansada e seu cérebro queria relaxar.

- Mas não, você não pode ficar quieta por algumas horas não é? E eu não tinha te avisado para não ir naquele jantar? - Você lembra que antes de você viajar me ligou para saber se podia aumentar a dose do seu remédio porque sua cabeça já estava doendo fazia alguns dias? - O que você está tentando fazer Meg? Você não vai ficar pobre se ficar alguns dias sem ir trabalhar, sabia? - Eu sei disso Michel, mas eu não vou deixar de trabalhar só por causa da minha cabeça. - Basta! Não agüento mais não poder fazer um monte de coisa que eu adorava e agora não posso mais. Michel respirou fundo, fitou Meg por uns instantes e disse: - Olha! Eu sei que para você é duro. Sei que só você pode saber o que é passar por isso. Mas se você não se controlar, isso vai ficar cada dia pior e aí não vai ter remédio que de jeito, estou te dizendo isso como amigo Meg e não como seu médico. - E por falar em médico, você apavorou mesmo dessa vez a coitada da Wanda em? Pois ela cancelou toda a minha agenda do final de semana e ainda me mandou ir namorar dando a entender que meu problema é falta de um homem. - Pode isso? Quando uma secretária fala isso para sua chefa? - É, realmente eu ameacei de internar ela em um hospício, mas você tem que concordar que ela gosta muito de você. - Ou mais de você, pois ultimamente ela te obedece mais que eu... Michel caiu na risada, sendo seguido por Meg que também riu... - Agora é sério Michel. Antes de você chantagiar a minha secretária para cancelar minha agenda, vê com ela se não tem algo de muito importante que eu possa deixar de fazer. - Algo importante como? - Algo assim, um contrato que precisa ser fechado, algum documento que precisa da minha assinatura... - Algo como a sua vida em jogo? Ah tá, agora quem vai falar é seu médico. - Quando você tiver outra emergência dessa, se tiver é claro, mas se você tiver, pode ser o que for que estiver na sua agenda, entendeu? O que for que tiver eu não vou pensar duas vezes em mandar a Wanda cancelar, ou isso ou eu mando internar vocês duas.


- Eu estou falando sério Meg, eu mando te internar até que você possa ficar boa, entendeu? Michel olhava para ela com aquele olhar que dava até medo, “se a Wanda estivesse aqui com certeza já estaria fazendo as malas para se mudar para o hospício ou estaria pedindo as contas e procurando outro emprego.” Pensou sorrindo. - Ta bom Michel, eu entendi. Agora pode guardar essa sua cara de bravo para Wanda ou para seus outros pacientes porque eu não tenho medo tá? Vamos logo fazer esses testes que eu tenho um monte de coisa para fazer... E deu risada ao ver o médico virando os olhos e balançando a cabeça. - O que eu tenho que fazer para você tomar juízo Meg? - Faz logo esses testes para eu poder ir para casa e ficar o dia inteiro sem fazer nada. Falou ela indo em direção da porta que o Dr. lhe abria. - Porque você não segue o conselho da Wanda e vai pegar um sol na praia? Aproveita e vê se arruma um namorado e quem sabe você fica boa logo e eu paro de pegar no seu pé? - Bom! Primeiro. O sol me da dor de cabeça, lembra? E eu já fiz um teste não é o sol é o mormaço, mesmo eu estando de chapéu minha cabeça dói. - Segundo. Eu não quero arranjar ninguém para ficar me paparicando com dó ou querer casar comigo e ficar rezando para eu morrer logo e ficar com a minha herança e terceiro e melhor ainda eu prefiro que você fique pegando no meu pé. - Sabe até que às vezes é divertido? Se algum dia eu sarar, essa é uma das coisas que eu sentirei falta, sabia? Disse sorrindo para o médico. Balançando a cabeça Michel lhe respondeu. - Não é por causa de um que fez isso, que você vai desistir de namorar ou de se casar algum dia sabia disso? - Eu sei, mas não eu não quero passar por aquilo de novo está bem? Eu prefiro as dores de cabeça. Sem mais o que dizer, Michel foi ajustar os aparelhos para o teste enquanto Meg se sentava na cadeira para ser examinada. - Muito bem vamos começar, me avise se sentir alguma coisa, a mínima coisa que sentir ok? - Hum, hum... Michel colocou um tipo de óculos de 3d, eles piscavam umas luzes brilhantes, preto

e branco, varias figuras de todas as cores, e o que ela mais gostava era as dos carros, era como se ela estivesse dentro de um, andando a mais de 150KM, era demais aquilo fazia seu cérebro ficar mais ligado. - “Eu estou com uma sensação de como se meus olhos ficassem maiores “, - Não precisa se preocupar com isso que esse teste é para isso mesmo. Depois de fazer mais alguns testes, ela disse que estava se sentindo meio enjoada, mas Michel disse que era assim mesmo. Ela estava assim porque ele deu tipo uma chacoalhada no seu cérebro, mas já ia passar o efeito. De volta ao consultório, Meg esperou que o médico fizesse algumas anotações, e olhasse exames. Ao acabar, o Dr. falou que pelos exames de hoje estava tudo normal, ele não saberia explicar o porque da pequena hemorragia que ela teve na noite anterior. - Hemorragia? Que hemorragia? - O rapaz que estava com você ontem que me disse que você teve um pequeno sangramento pelo nariz, não se lembra disso? - Para falar a verdade não. Como eu disse, parece que tudo não passou de um sonho, sabe? O que mais ele lhe disse em? - Hei! Não precisa fazer essa cara está bem? Eu ia perguntar para você, mas como você já estava dormindo eu tive que perguntar a ele. Mas sei lá, ele me pareceu que realmente estava preocupado com você. - Tudo bem, eu também achei ele um bom sujeito. Aliás ele foi lá em casa hoje para saber como eu estava, aí aproveitei e pedi desculpas a ele por eu ter estragado a sua noite. - Quando cheguei para te medicar ele não parecia que estava chateado, pelo contrário, parecia estar gostando de tomar conta de você sabia? - Ah não! Mais um eu não agüento. - E sério Meg. Eu não estou falando que ele estava torcendo para você piorar, ele parecia realmente que estava preocupado... - Às vezes pode ser pelo motivo de eu ser sua patroa, por isso ele se sentiu na obrigação de me ajudar. - Me explica que essa eu não entendi. - Ah! Eu esqueci de te dizer, ele trabalha lá na tv, foi assim que eu o encontrei. Eu fui no jantar que você não queria que eu fosse, como lá dentro estava muito quente, eu saí para pegar um pouco de ar e como ele


também estava lá fora, começamos a conversar. - Então até esse momento ele não sabia que você era sua patroa? - É isso mesmo. - E qual foi o assunto da conversa? - Eu saí para respirar ar puro um pouco porque minha cabeça já estava doendo muito. Disse ela não ligando para cara de bravo que o médico fazia. - Então, acho que pensei um pouco alto sabe, em sair de fininho e ir embora sem que ninguém soubesse, ele escutou e me disse que então éramos dois, pois ele também não se sentia muito bem em festas e daí eu fui para dentro e só voltamos a nos ver quando eu já ia embora e o encontrei lá fora de novo. Foi quando eu passei mais mal ainda e ele me ajudou, o resto você já sabe. Quando ela olhou para o médico viu que este estava sorrindo. - Posso saber o motivo da risadinha? - Claro que sim. - Eu estava aqui pensando, que coisa em? Vocês se encontraram duas vezes na mesma noite, em uma festa que nenhum dois queria ir porque não gostam de festa e mesmo assim foram. - Ele porque tinha que conhecer o novo chefe e você por que infelizmente não houve o que seu médico diz, diga-se de passagem. Porque tinha que se apresentar como a nova chefa.... Você não acha isso demais? - Não, eu acho normal. - Vai por mim, isso é coisa do destino. - Se você continuar com isso quem vai ser internado é você, pois eu não acredito em destino, a vida é você quem faz. - Sim, mas o destino coloca oportunidades no caminho, agora o que você faz com elas já é um problema seu, concorda? - Olha o papo está bom, mas deixa eu ir embora antes que eu deixo você me convencer e saia atrás do Nick e forço ele a casar comigo. - Ah, se fosse assim tão fácil te convencer, eu já teria menos cabelos brancos. Ela deu risada abrindo os braços para abraçar o amigo. - Hei! Você não que ir jantar em casa hoje? Denise iria adorar tê-la conosco. - Vou sim, lá pelas oito horas, está bem para vocês? - Claro, eu vou ligar para ela agora... - Mas diz para ela que não precisa fazer nada especial. Eu como qualquer coisa.

- Em falar nisso, isso é outra coisa que eu preciso discutir com você. Uma refeição decente vai te ajudar a ter uma vida melhor sabia? - Ta bom. Eu vou fingir que te ouvi, está bem? - Eu não sei porque ainda tento te aconselhar a fazer alguma coisa sabia? - É porque você também gosta de pegar no meu pé...Tchau até mais. Meg saiu do consultório dando risadas ao se lembrar da cara de Michel, ela gostava de provocá-lo, mas sabia que ele se preocupava muito com ela. Ele e sua esposa eram as únicas pessoas que sabiam de toda a sua vida, desde quando eles começaram a fazer o tratamento para a sua dor, eles foram ficando cada vez mais amigos. Hoje basicamente eles eram os únicos amigos que tinha, não era por falta de opção, afinal ela conhecia muita gente, sempre recebia convites de festas, jantares, exposições, etc... Mas não se sentia mais há vontade nesses lugares. Ás vezes encontrava algumas pessoas legais, mas na maioria das vezes eram tudo puxa sacos querendo a sua atenção para alguma coisa. Meg foi cansando dessa vida e acabou optando por mandar sua fiel secretária Wanda quando o assunto era relacionado às empresas e lógico ela adorava. Ela costumava dizer que gostava de se sentir importante, mas que também uma vez ou outra era super estafante. Meg riu ao se lembrar dela, era mais uma amiga que havia ganhado sua confiança. No caminho se lembrou de passar em algum lugar para comprar uma garrafa de vinho para o jantar na casa de Michel, pois conhecendo Denise, uma hora dessa, ela já estava preparando um belo peixe na brasa que Meg tanto gostava... Nick fez algumas compras no mercado e resolveu passar em uma casa de vinhos que tinha ali perto, o vinho de lá era uma delícia e gostava de tomar pelo menos uma taça todas as noites no jantar. Quando ele fazia, porque a maioria das vezes jantava fora, pois não tinha muita graça em fazer um jantar só para uma pessoa. Mas mesmo assim gostava de tomar o vinho quando chegava em casa. Meg percorria as prateleiras em busca de um vinho que combinasse tanto com peixe ou outro tipo de comida, pois ela não


tinha certeza o que Denise iria preparar. Enquanto olhava os vinhos com atenção, sentiu que alguém parou ao seu lado para ver vinhos e resolveu pedir uma ajuda na escolha. Virando-se com o vinho na mão, ela perguntou: - Será que você pode me dizer se esse vinho acompanha todo o tipo de comida? E olhou para a pessoa a fim de obter uma resposta, qual foi a sua surpresa quando viu Nick olhando para ela sorrindo. - Vejamos. Disse ele tomando o vinho de suas mãos. - Esse é bom, mas tem um que é melhor ainda. Disse pegando ela pelo cotovelo e levando-a mais para frente da prateleira. - Ah! Esse aqui sim é muito bom, suave na medida certa. Ele cai bem em qualquer tipo de comida. Disse colocando a garrafa em suas mãos. - Como foi no médico, tudo bem? Foi quando ela saiu de seu topor... - Foi tudo bem, eu falei que você não precisava se preocupar...Mas o que você esta fazendo aqui? - Comprando vinho, o que mais eu estaria fazendo aqui? - É verdade, aqui pelo jeito só vende vinhos. - Porque? Você acha que eu estou te seguindo? Disse ele com um sorriso sarcástico. - Não, eu nem pensei nisso. É que eu achei estranho termos nos encontrado aqui em uma casa de vinhos, afinal eu não gosto muito de vinho sabe, eu gosto mais de uma cervejinha gelada. - Então porque você esta comprando vinho? Ah, é que eu vou jantar na casa do Michel hoje... Estranhou a cara que ele fazia... - O que foi? Perguntou ela. - Nada. Respondeu ele. É que eu não conheço esse tal de Michel e você falou como se eu o conhecesse. - Ah, mas você conhece sim, ele é o meu médico. Lembra? O que você chamou para me acudir naquela noite... - Ah, agora sim...Respondeu ele com um certo desconforto. Então é por isso que eles pareciam ser tão íntimos, ela iria até jantar na casa dele e estava até comprando vinho para ele já que nem gostava muito. - É, a esposa dele adora vinho, então resolvi lhe levar um que acompanhe qualquer tipo de comida assim ela pode saborear ele com outras coisas. - Ah, então ele é casado?

- Você estava achando que tínhamos alguma coisa não é? Perguntou ela rindo dele. - Você vai me desculpar, mas é que ele te tratou com tanta afeição naquele dia e agora você falou que iria jantar na casa dele e queria levar um vinho mesmo não gostando muito, não é difícil pensar outra coisa, você não concorda? Aliás eu não tenho nada com isso, por isso peço desculpas. - Não se preocupe. Disse rindo. Você não é o primeiro e provavelmente não será o ultimo em achar isso. - É que já faz algum tempo que ele é meu médico e no decorrer do tempo nós nos tornamos grandes amigos, ainda mais depois que eu conheci a sua esposa. - É legal quando a gente encontra amigos onde menos se espera não é? - É sim. Deixa eu ir andando porque de novo eu já peguei muito do seu tempo e obrigada pela ajuda com o vinho. Ficou alguns segundos olhando para ele e depois disse: - Você parece o meu anjo da guarda, sempre aparecendo quando estou precisando de algo. Falou sorrindo... - Não. Eu não sou seu anjo da guarda, sou só um cara comprando vinho que te deu uma boa dica e sinceramente o seu anjo da guarda deve ficar muito ocupado com você não? Ele disse sorrindo para ela. - Você não faz idéia...Respondeu ela ficando meio séria. - Desculpe-me, mas eu só estava brincando. Falou ele ao notar que ela havia ficado séria. - Não, está tudo bem... - Mas é que parece que você ficou chateada. - É que eu lembrei de uma coisa. Mas deixa para lá, é uma longa historia e eu não quero mais ficar aqui te chateando. - Fique sabendo que você não está me chateando. Aliás eu até gosto de conversar com você e mais uma coisa. - Eu gostaria muito de te ajudar todas as vezes que você precisar, então se eu te ajudar faz de mim seu anjo da guarda então tudo bem, pode me chamar a hora em que você quiser ok? - Ok. Mas eu espero não precisar de você por muito tempo... Ao acabar de falar percebeu que ela pensou uma coisa e falou outra, então antes que ele falasse alguma coisa ela disse: - Ok. Deixa-me arrumar isso! O que eu quis dizer foi que eu prefiro não precisar de você, porque se eu precisar significa que estou em algum tipo de enrascada, então como eu


não quero ficar enrascada com nada, significa que eu não preciso de você, ou seja, do anjo da guarda. Falou ficando um pouco vermelha... - Tudo bem eu já entendi. Mas se você não sabe, existe alguns tipos de anjos da guarda que não aparecem só para ajudar as pessoas, às vezes quando estiverem querendo tomar um pouco de ar fresco ou simplesmente conversar, eles podem ser um bom ouvinte...Disse ele com um sorriso lindo olhando para ela. Nossa! Não acreditava que ele tinha acabado de dar uma cantada nela. De uma maneira toda sutil, mas foi uma cantada. Ela não sabia o que responder para ele, simplesmente abaixou a cabeça para que ele não pudesse ver como ela estava vermelha. - Ok. Agora quem tem que consertar isso sou eu. - O que eu quis dizer foi que eu gosto de conversar com você e acho que não tem nada de mais nisso, você não acha? Disse ele torcendo para ela acreditar nele, pois ele mesmo não acreditava... - Claro que eu acho. - Ou só se você achar que só porque sou seu empregado não devemos conversar, aliás você já notou que mesmo trabalhando na mesma empresa nós nem tocamos no assunto de serviços? - É verdade! Até agora eu nem pensei na empresa. E eu não ligo pelo fato de você ser um “colaborador da empresa”. Ela frisou bem as palavras, fazendo ele dar risada. - Sabe. Acho que você é a única pessoa que eu não falo sobre o que deveria falar, tipo se nós trabalhamos na mesma empresa, a gente só teria assunto ligado a empresa certo? - O Michel por exemplo. Quando eu converso com ele é sobre a minha dor de cabeça, mesmo se eu ir jantar na casa dele. Você é o único que eu converso o trivial...Disse dando uma franzida de testa. - Eu não falei que eu posso ser seu anjo da guarda? - É, quem sabe? Bom eu já vou indo. A gente se vê. - Até mais. Respondeu Nick pensativo. Ele não acreditava que tinha dado uma cantada na sua chefa. O que ele tinha na cabeça? Mas já fazia tato tempo que não cantava uma mulher que achava que tinha perdido o jeito. Ainda bem que deu para ele remediar a situação, mas lá no fundo já estava achando que ela era seu anjo da guarda, pois

quando estava com ela se sentia diferente, mais leve, mais solto. Era como se eles soubessem o que falar um para o outro. Meg entrou no carro e respirou fundo. “Meu Deus do céu o que foi aquilo”? Ele achava que ela não havia percebido a cantada que ele deu nela, mas depois ele viu que ela ficou sem jeito então tentou remediar. Ela fingiu que acreditava nele lógico, pois assim não teria que encarar aquela situação. Resolveu voltar para o hotel, para poder descansar um pouco, não que estava sentido alguma dor, mas como ela iria jantar fora, provavelmente iria chegar muito tarde e também não queria deixar o Dr. preocupado naquela noite, pois ele também precisa de um descanso de vez em quando. Chegando ao apartamento, tomou um banho rápido e se jogou na cama achando que não iria conseguir dormir, engano o seu, pois mal deitou na cama e seus olhos se fecharam. Meg acordou e deu um pulo da cama ao ver a hora que o relógio estava marcando, sete e meia, mas como pode dormir tanto assim? Foi para o banheiro tomar um outro banho, e começou a se lembrar do sonho que teve. Um certo anjo da guarda que dessa vez não estava a ajudando em nada e sim lhe beijando. “Nossa, mas como parecia que realmente o havia beijado”. Para afastar esses pensamentos ela entrou de uma vez no chuveiro para se refrescar e ver se acalmava o desejo de beijalo de verdade. Chegando a casa de Michel, Denise lhe abriu a porta dando-lhe um forte abraço. Se Denise fosse de pele clara, diriam que elas eram irmãs de verdade, porque elas se davam tão bem. Denise tinha a mesma idade de Meg, 32 anos, mas como Meg, não apresentava a idade que tinha. Ela era uma mulher com seus mais ou menos 1.68 de altura, um corpo esbelto, cabelos pretos, olhos cor de mel que parecia estar usando lentes. Eles faziam um belo par, Michel era mais um pouco mais velho que ela, tinha seus 39 anos, moreno, magro, mas que ultimamente dava para perceber uma certa barriguinha aparecendo, olhos pretos, cabelos


encaracolados, eles eram muito bonitos, e pensar que Nick havia pensado que tinham alguma coisa. Ah! se a Denise soubesse... E por falar em Nick, ela se lembrou que tinha deixado o vinho dentro do carro... - Denise eu vou ate o meu carro buscar um vinho que eu trouxe, já volto. Gritou pra amiga. Meg entrou trazendo a garrafa de vinho e o entregou para Denise. - Obrigada, vamos aproveitar e tomar um pouco? Disse Denise já se preparando para pegar as taças e gelo. - Claro, espero que você goste. - Pela cara dele, parece ser muito bom. - Isso eu não sei, mas Nick me disse que ele é excelente, e o bom é que ele acompanha todo o tipo de comida que você servir. - Nick, mas quem é Nick? Perguntou Denise para Meg. Nisso Michel entrou na cozinha e disse: - Eu estou ficando com ciúmes desse tal de Nick, agora você deu para falar só dele. - Alguém pode me falar quem é esse tal de Nick? Falou Denise curiosa. - Não é nada demais Denise, é um rapaz que eu conheci em um jantar, aí eu passei mal e ele me levou embora, depois ficou conversando comigo até seu marido chegar para me dopar. - No outro dia ele foi em casa para saber como eu estava, e agora à tarde eu o encontrei na casa de vinhos e ele me deu a dica desse vinho aqui. E aliás Michel, ele achou que nos éramos muito mais do que médico e paciente sabia? Quando viu já tinha falado, então olhou para Denise e disse: - Desculpe-me Denise acho que falei demais... Mas é que eu queria tirar esse sorrisinho da cara do seu marido. - Não se preocupe com isso, pois não foi só ele que já achou isso sabia? - Algumas enfermeiras, e eu não vou dizer o nome delas, já vieram me alertar sobre você com o meu marido. Falou ela dando risada ao ver a cara que seu marido e Meg faziam. - É sério! Gente eu sei disso já faz tempo, mas eu sou muito grata por ter uma grande amiga como você e um grande marido também. E afinal nós devemos tudo o que temos hoje devido a você, então às vezes as pessoas não entendem a nossa gratidão. - Eu já falei mil vezes que vocês não me devem gratidão alguma, eu só fiz o que

tinham que ter feito há muito tempo e ninguém tomava nenhuma atitude. Agora vamos parar com essa conversa se não eu vou embora e não volto nunca mais... - Está certo, mas me fala mais sobre esse tal de Nick, parece que ele mexeu com você. - Não há nada para falar, ele só estava nos lugares certos quando eu precisei de ajuda, só isso. Eu disse que parecia que ele era o meu anjo da guarda. - Quem sabe não é um anjo da guarda desse que você estava precisando? Falou Denise. - Porque todo mundo acha que eu estou precisando de um homem? Já basta a Wanda que por causa do seu marido, cancelou minha agenda e ainda me mandou ir a praia para ver se eu arrumava um namorado, depois o Michel quase me convenceu a levar o Nick para o altar e agora você também Denise? - Minha amiga eu só quero o seu bem, você sabe disso. Disse ela sorrindo. - Sei, até parece que não te conheço. O restante da noite transcorreu muito bem, o peixe que Denise havia feito estava como sempre muito bom, com o vinho então! Nick acertou em cheio, realmente o vinho era excelente, lembraria depois de lhe agradecer. O domingo chegou e Meg acordou de novo tarde, levantou tomou um banho e foi almoçar no restaurante do hotel. Enquanto comia, pensava no que ia fazer no resto do dia, de repente deu uma vontade de conversar com alguém, rir um pouco...Então resolveu que iria até a tv, pois tinha que se adaptar no seu novo escritório, aproveitaria e já o colocava em ordem. Será que já tinham entregado os moveis que ela pediu? Acabou de almoçar e se dirigiu até a empresa... O dia começou cedo para Nick. Logo de manhã Jeff telefonou e lhe pediu se não dava para ele ir até o escritório pegar a papelada que estava na mesa dele, pois teria que terminar os relatórios, mas como ele não estava na cidade e chegaria tarde não iria dar tempo dele ir ate lá, e depois ele passava na sua casa para pegar com ele e terminar tudo. Nick deu graças a Deus pelo fato de ter o que fazer naquele dia e disse para Jeff que ele não se preocupasse, pois, como não tinha nada programado, iria buscar e terminava os relatórios ele mesmo.


Jeff agradeceu o gesto e lhe prometeu que quando ele precisasse quebraria seu galho. Então foi para o escritório do jeito que estava mesmo, bermuda, camiseta pólo, só trocou os chinelos por um par de tênis. Como Meg imaginava não tinha ninguém na empresa, ainda bem que o porteiro a reconheceu e a deixou entrar, ela nem pensou nessa possibilidade de não ter ninguém que a reconhecesse. Assim que entrou na sua sala, ligou o ar para refrescar e viu que os móveis já haviam chegado, então resolveu começar a arrumação. Nick chegou na empresa e disse para o porteiro: - Boa tarde Tom? Está de castigo hoje? - Boa tarde Nick, o que você está fazendo aqui? Não me diga que vai ter alguma reunião hoje, porque eu não fui informado de nada. - Não, não é isso não, eu só vim buscar alguns documentos que o Jeff esqueceu, mas já vou embora. - Ah bom! Porque primeiro chegou a patroa e agora você? Eu achei que teria alguma coisa hoje. - A Meg? Quero dizer a patroa está ai? - Sim Nick. Você acredita que eu quase não a deixei entrar? Sorte que eu a vi no dia do jantar, se não, não teria como deixa-la entrar. - Mas você conseguiu reconhece-la? - Mas é claro, uma mulher linda como aquela você não esquece, ainda mais sendo sua patroa não é? - É você está certo, deixa-me ir andando... Enquanto pegava o elevador para chegar até sua sala, ele imaginava o que Meg fazia ali em pleno domingo. Dirigiu-se até a mesa de Jeff, pegou o que tinha de pegar e foi para o elevador. Em sua sala Meg já estava cansada de tanto empurrar os móveis, armários sofás...E nem notou que sua porta estava aberta e Nick a olhava maravilhado. “É você tem razão Tom ela era realmente muito bonita, ninguém esqueceria aquele rosto”. Ele quase tinha ido embora, mas alguma coisa não deixou ele ir, quando deu por si ele já estava abrindo a porta dela... - Precisa de ajuda? Perguntou Nick...

Ela levou um susto tão grande que a poltrona que ela tentava erguer para colocar em frente à mesa escapou de sua mão e caiu no seu pé direito. Soltou um gemido misturado com palavrão e saiu pulando pela sala. Vendo aquela cena Nick não sabia se ria ou se ia ajudá-la, ficou com a segunda opção devido ao olhar que ela lhe lançava. Sentada no chão da sala, Meg fazia cara de dor olhando para o pé como se aquilo fosse lhe tirar a dor. - Você não sabe bater na porta, não? - Sei e bati, como ninguém respondeu e eu ouvi uns ruídos vindo daqui de dentro achei melhor entrar para ver o que estava acontecendo. Disse ele se sentando também para ver o seu pé. Pegou o seu pé e ela gritou de dor. Preocupado ele se levantou sem falar nada, deixando ela olhando para porta, retornou logo depois com um saquinho e colocou no seu pé. Ao sentir o frio ficou toda arrepiada e depois fez uma cara de quem não estava gostando. - Calma! Esse gelo não vai deixar ele inchar e também vai tirar um pouco a dor. Disse ele olhando sério para seu pé. - Você não costuma usar calçado? - Ah, então agora só porque eu não estava de calçado à culpa é minha por ter batido no meu pé? Falou ela com um certo desconforto, ela não sabia se estava se sentindo desconfortável pela dor, pelo gelo ou pelas mãos dele que lhe faziam uma leve massagem. - Eu não disse isso, só acho que se você estivesse com calçado ele teria absorvido um pouco o impacto. - E se você não tivesse me assustado não teria deixado a poltrona cair no meu pé. - Eu bati, mas você não me ouviu e eu só entrei porque como eu disse escutei uns barulhos estranhos vindo daqui de dentro e achei que estivesse precisando de ajuda. - É como pode ver, agora estou. - E é por isso que eu estou aqui, para te ajudar. Ficaram se fitando por alguns instantes. Ela estava rezando para ele parar com aquela massagem. Ele estava doido para cobrir a sua boca de beijos, pelo menos ela esqueceria a dor e quem sabe o perdoasse?


- Afinal, o que você está fazendo aqui hoje? Perguntou ela para quebrar o silencio. - Ah, eu só passei aqui para pegar alguns documentos que precisam ser revisados. Amanha terei que entregá-los a minha chefa e como é a primeira vez que ela vai ver um relatório meu, achei melhor dar uma caprichada. Disse sorrindo “Meu Deus, mas que sorriso”! E ainda bem perto dela. Na hora se lembrou do sonho que teve com ele e resolveu se levantar antes que fizesse uma besteira. - Pode deixar que você tem crédito com ela. Disse se levantando. Foi mancando até uma poltrona e se sentou. - Olha me desculpe. Você não quer ir a um médico? Eu posso levá-la. - Não tudo bem. Eu acho que não foi nada de sério e a dor já esta passando. Disse olhando para os pés. - Bom. Então o mínimo que eu posso fazer é te ajudar a colocar tudo em ordem. - Nick pode deixar. Olha me desculpe ter ficado brava ta? É que eu não gosto de sentir dor... - Mas você gritou com razão, afinal uma poltrona desse tamanho caindo em um pezinho tão pequeno como esse, eu não sei como não fez nada sério. -E então? O que você que quer que eu faça? Eu não vou aceitar um não como resposta. Depois de pensar um pouco ela disse: - Está bem, vamos lá. Foi lhe indicando o que e onde ele poderia colocar os móveis. Olhando para ele, só agora notou como ele estava. Cabelos em desalinho, camiseta que lhe marcava o tórax forte deixando aparecer alguns cabelos do peito e bermuda que ela ficou hipnotizada com suas pernas, torneadas e cabeludas. “Ai que vontade de passar as mãos naquelas pernas e sentir aqueles pelos no meio de seus dedos...”Seus pensamentos foram deixados de lado, pois ele lhe perguntava o que fazer com os outros móveis, ela se levantou e foi lhe mostrar. Eles nem viram que a hora passou voando, já eram mais de seis da tarde quando acabaram. Sentaram exaustos nas poltronas para relaxar um pouco quando ele perguntou: - Quer dar uma saída para tomar um ar fresco comigo hoje?

Ele nem sabe de onde vieram essas palavras, mas pelo olhar que ela lhe mandou tinha certeza que foi ele que falou. - Quero dizer, se você não tiver nenhum compromisso. Disse suando frio, Meg não conseguia abrir a boca para falar nada, só ficou olhando para ele... “Droga”. Pensou Nick. “Agora eu a assustei de verdade”. “Mas quer saber”? “Eu já falei mesmo, não vai dar para voltar atrás”. - Meg você está bem? - Claro! Eu estou bem.Falou meio gaguejando. - E então que ir jantar comigo hoje? - Eu não sei. - Quero dizer, eu não sei por causa do meu pé. Acho que não vai dar para eu colocar sapato...Disse olhando para os pés evitando olhar em sua direção. - Ah, então seu pé ainda está doendo? Disse ele já se abaixando e pegando ele para ver como estava. Olhou, olhou e depois de algum tempo disse: - É! Parece que mesmo com o gelo ele deu uma pequena inchada. Que pena... - Ainda bem que você teve a idéia de colocar gelo nele senão acho que teria inchado mais ainda. Disse ela tirando os pés da suas mãos. Ele ficou lá, ajoelhado olhando para ela como se nunca a tivesse visto antes. - Então nada de jantar hoje...Disse quase que para si mesmo. Ela achou tão lindo aquilo que sem pensar lhe propôs. - Olha! Já que você tem me ajudado bastante esses dias... - Que tal nós irmos para o meu apartamento e a gente come alguma coisa lá? Não vai ser a mesma coisa se fossemos em um restaurante, mas é a única solução... - Então concorda? Ele lhe deu um sorriso tão lindo que ela sentiu vontade de abraçá-lo e beijá-lo ali mesmo... - Eu acho ótimo. Será que você vai conseguir dirigir? - Bom vamos ver. Desligaram o ar e fecharam a porta, Meg estava andando meio mancando, mas se estava doendo ela não falou nada para ele. Ficou com vontade de rir da cara que ela fez quando ele lhe propôs o convite,


pelo jeito, se ela não estivesse com o pé doendo teria saído correndo dali. Chegando ao estacionamento, Meg entrou no carro e apertou o freio para ver se o pé doía, fez uma carinha de dor, mas não falou nada. - E aí, acha que dá para dirigir? - Eu acho que sim, vamos fazer o seguinte? Deixa eu ir na sua frente e se der algum problema eu deixo o carro em algum lugar depois peço para alguém levar para mim. - Ok, espera que eu vou pegar o meu carro então... Nick entrou no seu carro e fez sinal para ela de que poderiam ir, passaram pelo porteiro e foram embora. Meg ia devagar, pois estava com medo de ter que brecar mais forte e sentir dor, olhando pelo retrovisor Nick vinha devagar bem atrás dela...

- Eu não acho uma boa idéia, pois quem conhece a comida daqui é você, então você escolhe, eu como qualquer coisa não se preocupe. Disse lhe entregando o cardápio. - Bom já que é assim eu vou fazer o pedido, mas se você não gostar poderá pedir outra coisa está bem? - Combinado. Meg então pegou o telefone para fazer os pedidos, quando desligou perguntou para Nick. - Nick, você se incomoda se eu tomar um banho? É que mesmo com o ar ligado eu suei muito hoje antes de você chegar... - Não, é claro que eu não me incomodo, fique a vontade. Disse ele já imaginando ela tomando banho e ele esfregando as suas costas...Balançou a cabeça para espantar os pensamentos...”Eu só posso estar ficando louco”...

Chegaram no prédio e o manobrista veio pegar o carro de Meg. Como ela disse que ele poderia guardá-lo, ele então o levou para a garagem coberta onde os carros dos hóspedes pernoitavam. Ela esperou Nick estacionar seu carro e juntos subiram para o apartamento de Meg. Entraram e Meg foi logo tirando os sapatos, o que fez Nick sorrir levemente, - Bom, o que vamos pedir para comermos? - Eu não faço a mínima idéia. Respondeu Nick. - Eu vou pedir para trazerem um cardápio do jantar de hoje e aí a gente escolhe alguma coisa, ou você quer comer alguma coisa de outro lugar? - Não, por mim pode ser daqui mesmo. - Então está bem. Meg pegou o telefone e pediu o cardápio. - Você quer tomar alguma coisa? Mas para falar a verdade eu só tenho água na geladeira, sabe. Nick sorrindo respondeu. - Deve ser por isso que você e tão magrinha desse jeito... Mas água mesmo está bom. A campainha tocou e Meg foi pegar o cardápio do mensageiro. Entregou o cardápio para Nick e falou. - Pode ficar a vontade para escolher, pois você é meu convidado.

Meg tomou um rápido banho, colocou uma bermuda, uma camiseta e foi para sala onde Nick a aguardava... Quando entrou na sala, ele pode sentir um delicioso cheiro de quem acabara de tomar um banho. Ela estava linda, as pernas bem torneadas os pés pequenos. E realmente ela não gostava de calçados... - E então? Está preparada para pegar no batente amanhã? Perguntou Nick. - Ah sim, eu adoro começar um trabalho novo, me recarrega as energias... - Que bom ver que você está animada, você já mexeu alguma vez com tv? - Não, estou em um território totalmente novo para mim, mas eu gosto de apostar no que é novo. A campainha tocou e Meg disse: - Eu acho que é o nosso jantar. Levantou e foi abrir a porta, deu passagem para o garçom entrar com o carrinho, e indicou onde ele podia colocar o jantar. Depois de arrumar toda a mesa, o garçom foi embora, então Meg convidou Nick para se sentar à mesa. Nick lhe serviu uma taça de vinho e convidou Meg para brindar a amizade, Meg sorriu para ele. - Posso te perguntar uma coisa? Perguntou Nick. - Claro. Repondeu Meg - O gerente do hotel não achou estranho você ter feito um pedido para duas pessoas? Mesmo ele sabendo que só há uma pessoa hospedada aqui?


- Não é por nada não, mas é que alguns hotéis tem como regra que hospedes não podem trazer pessoas de fora para suas dependências... - Não tudo bem, aqui também é assim. Mas é que como dona eu tenho algumas mordomias. Nick quase engasgou com o vinho. - Dona? Desse hotel? - Você é dona desse hotel? - Sim eu sou. Respondeu Meg. Porque o espanto? - Então quer dizer que você mora em um hotel? - Eu moro em muitos lugares. - Eu não tenho uma residência fixa, pois como viajo muito, tenho que ter um canto para ir onde eu estiver. - Entendi. No decorrer do jantar eles descobriram que tinham muita coisa em comum, mas não tocaram em nenhum momento na vida pessoal, até parecia que haviam feito algum tipo de acordo. Logo após o jantar, saíram para a sacada para apreciarem a leve brisa que entrava pela porta, cada um perdidos em seus pensamentos, até que ela perguntou - Será que você pode me adiantar um pouco do que eu devo enfrentar amanhã? - Claro que sim, mas pode ficar tranqüila que você fez um ótimo negócio, pois o pessoal é muito animado. - Todos são muito competentes em sua função. Você vai se dar muito bem com eles. - Que bom! É que eu nunca tinha me envolvido com um negócio desse, os meus tipos de negócios são mais hotéis, restaurantes...Esse tipo de coisa. - Mas porque então você fez o negócio? - Eu conhecia o ex dono das empresas. Um dia nos encontramos em um jantar, começamos a conversar e aí ele me perguntou se eu não estaria interessada em mudar um pouco de ramo, eu fiquei curiosa com aquilo e aí marcamos uma reunião para falarmos a respeito. - Então ele me disse que sua esposa algum tempo atrás ficou muito doente e quase morreu, foi quando ele percebeu que fazia muito tempo que não tirava umas férias para ficar ao seu lado, afinal eles não tem filhos. - Então resolveu vender a empresa e ficar mais tempo com a esposa, só que ele não queria vende-la para qualquer um, ele queria alguém que desse valor no trabalho que havia feito, que continuasse com sua equipe, pois ela

era muito boa e que continuasse fazendo a empresa crescer cada dia mais. - Ele me disse ainda que havia feito uma rápida avaliação sobre alguns empresários e o meu nome se sobressaiu entre eles e por isso estava me fazendo tal proposta, depois me mostrou todos os gráficos, documentos da contabilidade para me provar que estava vendendo porque queria e não porque estava com algum problema financeiro. Na mesma noite já fizemos o negócio só faltando assinar alguns documentos mais tarde e aqui estou eu agora, dona de uma emissora de tv. - Ah, por isso achei estranho quando me falaram que a empresa havia sido vendida, pois ela estava dando ótimos lucros. Eu sei disso porque quem faz os gráficos de audiências somos eu e minha equipe. - Ah, então é isso o que você faz lá? - Sim e por falar nisso, eu preciso ir embora porque ainda tenho um relatório que eu preciso fazer. Disse ele se dirigindo em direção a porta. Ela o acompanhou para abrir a porta e ficou encostada no batente esperando ele passar. - Olha obrigado pelo jantar, espero que algum dia eu possa retribuir... - Olha que eu vou cobrar em? Disse ela sorrindo... - Eu terei prazer em pagar...Disse olhando direto nos olhos dela. “Nossa que vontade de beijar aquela boca que lhe mandava um sorriso tão lindo”. Pensava ele. “Será que ele ia beija-la”? Pensava Meg, pois ele estava com um olhar tão intenso como se estivesse lutando contra o desejo de beija-la. - Bom, então até amanhã. Disse ela. Pelo jeito será um dia cheio. - Sim. Respondeu ele voltando a si. - Será um dia bem cheio. Boa noite. Meg fechou a porta e ficou ali parada como se estivesse esperando que ele voltasse a pegasse nos braços e a beijasse. Mas nada. Deu meia volta e foi para o seu quarto para ver se dormia, pois o dia de amanhã prometia. Nick saiu do apartamento um pouco decepcionado consigo mesmo, porque não há havia beijado? Será que ela acharia ruim? O máximo que ela faria seria dar um tapa na sua cara e depois o despedir. Mas alguma coisa lhe dizia que não seria aquela a sua reação, pelo modo que ela o


olhava ela também queria muito mais do que um “boa noite”. A manhã chegou, Meg acordou empolgada para chegar logo na empresa e começar a trabalhar, ou será que não estava mais empolgada porque sabia que Nick estaria lá? Antes mesmo de o relógio tocar, Nick já estava acordado. Não havia conseguido dormir a noite toda, sempre que pegava no sono sonhava com Meg. Ele estava ajoelhado em frente a ela para colocar gelo em seu pé, ela se inclinava e lhe beijava, ele a deitava ali mesmo no chão e trocavam caricias calorosas. Aí ele acordava todo excitado como um adolescente. Como conseguiria olhar para ela agora como um colega de trabalho? Estava ficando com medo dela desconfiar de seu realmente interesse nela. Chegando, Meg foi direto para a sua sala, encontrou Wanda na recepção que lhe sorria dizendo: - E então, como foi o seu fim de semana? Fez o que eu lhe pedi? - Bom dia para você também Wanda, o meu fim de semana foi ótimo e o seu? - Foi bom também, e no médico, como foi? - Tudo normal, segundo disse Michel, não se preocupe. - Então ótimo.Disse seguindo a patroa para dentro da sala. Quando entrou na sala, Meg se lembrou de Nick ajoelhado a sua frente colocando gelo e massageando seu pé, deu um sorriso, que foi percebido por sua secretária. - Porque você esta rindo olhando para o chão? - Nada! É que eu lembrei de uma coisa que aconteceu nesse fim de semana...Disse com um olhar pensativo. - Hum, então seu fim de semana foi mesmo ótimo não? - Não é nada disso que você está pensando...Tratou de se defender ao ver a cara que Wanda fazia. - Ta bom vou fingir que eu acredito. Respondeu Wanda. - Bom aqui está a sua agenda, eu remarquei todos os compromissos, se você quiser que eu mude alguma coisa e só falar. - Obrigada Wanda. Acho que estava precisando mesmo de uma folga, aliás eu falei para o Michel parar de te amedrontar para forçar você mudar a minha agenda está bem?

- Não se preocupe com isso, aliás eu tenho um pouco de medo dele sim, mas sei que ele gosta muito de você e só me amedronta quando você precisa descansar. - Ele ameaçou internar nós duas se eu não acatar as ordens dele sabia? Disse sorrindo. - É, ele e bem capaz disso sim...Respondeu também sorrindo. Wanda saiu da sala deixando Meg debruçada sob a mesa olhando a sua agenda. Nick chegou a empresa e como sempre fazia foi até a cozinha pegar uma xícara de café. Encontrou logo de cara Jeff que estava todo entusiasmado, pois tinha passado o final de semana com uma “gata nova” como dizia ele. - Nick, bom dia. E aí como foi o seu fim de semana? Alguma gata nova no pedaço? - Bom dia Jeff, o meu final de semana não foi assim igual ao seu, mas deu para me divertir. - Ah! Até que enfim. Quem é a nova gata? Quando ele ia responder, Robert entrou na cozinha e disse: - Bom dia a todos. Como já devem saber a nossa nova presidente já chegou, então quero pedir a vocês que a ajudem no que for possível para ela se adaptar aos negócios da empresa, explicando como funcionam os relatórios, etc... Está bem? - Claro, pode contar com a gente. Responderam. Nick foi para sua sala pegou o relatório que havia feito no final de semana e foi levar até a sala de Meg. Chegando a recepção, estava uma mulher, baixa, cabelos pretos enrolados em um coque. - Bom dia, disse Nick. Eu gostaria de falar com a senhorita Meg. A secretaria levantou o olhar e disse: - Bom dia, quem eu devo anunciar? - Nick. - Ok, só um minuto... Meg estava fazendo algumas anotações quando o interfone tocou. - Sim. - Senhorita Meg tem um rapaz chamado Nick querendo falar com você...Posso mandar entrar? Meg ficou muda, nem imaginava que iria vê-lo tão cedo... - Meg você está me ouvindo? - Sim, sim, claro que sim. Pode mandá-lo entrar. Disse gaguejando.


Nick entrou no escritório junto com a secretária, pois ela precisava pegar algumas assinaturas de Meg. Por favor, assina esses documentos para mim? - Bom dia Nick. Disse sorrindo. - Bom dia. Disse lhe devolvendo o sorriso. Wanda ficou encabulada com aqueles dois, pois parecia que se conheciam muito bem. Ficou encarando Meg como se estivesse esperando alguma explicação para aquele sorriso todo. Meg notou que Wanda lhe encarava sem nem mesmo olhar para sua cara, deu um sorrisinho para ela e falou: - Obrigada Wanda. Quando a secretária saiu Meg disse: - Sente-se Nick, fique a vontade. - E aí, como que está o seu pé? - Está bem, obrigada por perguntar. Respondeu ela. - Que bom. Bem eu vim lhe trazer o relatório quinzenal para que você possa avaliar as audiências das programações, é um resumo de tudo o que acontece em relação à tv e também tirar todas as duvidas que você tiver, ok? - Ok? Respondeu. “Será que conseguiria prestar atenção em alguma coisa com aquele homem ali ao seu lado depois dos sonhos que teve com ele à noite”? Nick tentava sendo o mais profissional possível, afinal não seria nada fácil ter ela ali ao seu lado depois da noite passada. Mas eles estavam com medo à toa, pois mergulharam de cabeça no relatório não dando tempo para pensarem em outra coisa a não ser trabalho. Nick se mostrara muito competente, o relatório que ele havia feito era todo detalhado não deixando nem um tipo de duvidas, sempre lhe respondendo de maneira simples e objetiva. Nick estava admirado ao constatar em como Meg tinha facilidade com os negócios, apesar de seus relatórios serem fáceis de se entender, ainda assim às vezes tinha um que não entendia muito bem, o que era bom, pois assim ele não tinha muito trabalho em explicar as coisas, o que ele achou uma pena pois queria passar mais algum tempo ao seu lado. A reunião deles acabou logo, Meg lhe agradeceu pela explicação dizendo; - Bom trabalho Nick, eu não via um relatório tão detalhado e ao mesmo tempo simples de entender assim faz já algum tempo.

- Obrigado, eu tento fazer o mais simples possível, pois quanto mais você puder entender, melhor, não que eu não queira te explicar, é que assim fica mais fácil. - Certo. Nick já ia se levantando quando disse: - E então? Ainda estou te devendo um jantar, lembra? Meg ficou meio sem jeito, pois não esperava que ele a convidasse para sair. - É verdade...Respondeu... - E então? Que tal sábado que vem? - É, seria ótimo! Só vou dar uma olhada na minha agenda e confirmo com você depois, pode ser? - Claro, você sabe onde me achar. Disse lhe mandando um sorriso lindo...Até mais. - Até Nick. Nick saiu da sala com o estômago revirando, não sabia onde havia tirado coragem para lhe propor aquele convite. E se ela não aceitasse? Bom aí, ela iria arrumar uma desculpa para lhe dar, mas resolveu ficar confiante na resposta. Pensou sorrindo Meg ficou olhando a porta se fechar atrás de Nick. Meu Deus um jantar com ele? Para quem ficou sonhando a noite toda com aquilo, mais parecia um sonho que se tornava realidade, interfonou para sua secretária e pediu para que ela fosse até sua sala. - Wanda, desmarca essa viajem de sábado para mim e remarca em um outro dia. Coloca ela como a primeira que eu devo fazer quando for viajar está bem? - Está bem! E coloca o que no lugar dela? - Não coloca nada. - Como nada! Por acaso você está passando mal de novo? Perguntou a secretária preocupada. - Eu nunca me senti tão bem em toda minha vida. Respondeu sorrindo... É que eu vou jantar fora...Respondeu com os olhos brilhando. - E pelo jeito que o bonitão saiu daqui deve ser com ele não é? - Aha! E como ele saiu daqui? Perguntou sorrindo. - Como se tivesse recebido um grande aumento de salário. Estou vendo que você seguiu a risca o meu conselho hem? - E pela primeira vez em anos eu consegui me divertir sem pensar em trabalho. - Nossa, então ele deve ser algum tipo de curandeiro.


- Eu disse a ele que ele era o meu anjo da guarda. - Tomara que sim, já estava na hora de seu anjo da guarda aparecer, você não acha? - Não vá tirando conclusões precipitadas, pois só somos amigos. - Amigos? Com aquele olhar que um mandava para o outro aqui na minha frente? - Você está precisando usar óculos Wanda, eu olhei para ele do jeito que olho para todo mundo. - Ahahahahahha, você está me fazendo rir. Você sabe naqueles desenhos animados em que o lobo olha para um pato e já o imagina assado com uma maçã na boca? Então, os dois pareciam que estavam vendo isso na frente de vocês. - Eu não acredito Wanda. - Verdade querida! Mas fique sabendo que eu estou muito contente por você, já estava na hora de você se divertir um pouco e depois eu quero saber de todos os detalhes está bem? Meg revirou os olhos: - Só se você me fizer um favor. Descobre qual é o ramal dele e passa para mim? - É pra já. Disse e saiu da sala sorrindo... Nossa, será mesmo que estava tão evidente assim? Nick estava em sua sala analisando os novos números que haviam lhe entregado quando seu telefone tocou. - Nick falando. - Alo, só um minuto que a senhorita Meg vai falar, sim? Nick ficou com a boca seca, pois não esperava uma resposta tão cedo assim. - Alo Nick, oi de novo, estou te ligando para dizer que eu estarei livre no sábado, então se o convite ainda estiver de pé eu aceito. Como não obteve resposta, ela perguntou? - Nick você está ai? - Desculpe-me, é que eu estava vendo alguns números aqui e me distrai... - E então? - Sim, claro que o convite esta de pé, a que horas que eu posso passar para te pegar? - Ah sei lá, que tal as oito? - Para mim está perfeito. - Ok, então tchau. - Tchau.

Nick ficou olhando para o telefone sem acreditar no que tinha acontecido. Em apenas um final de semana essa mulher tinha virado a vida dele de ponta cabeça, e o duro é que ele estava adorando tudo isso. Robert ligou para Nick pedindo que ele fosse até a sua sala.Chegando lá Robert perguntou: - E então? Como que foi sua primeira reunião com a nossa nova chefe? Perguntou Robert sorrindo. - Devo dizer que foi bem proveitosa. Disse devolvendo o sorriso. - Você não vai acreditar no que me aconteceu nesse final de semana...E começou a relatar para o amigo tudo o que houve naquele fim de semana, quando acabou ele perguntou: - Bom o que eu devo dizer? Já estava na hora de você se dar uma chance não é? E pelo o que eu saiba vocês tem muito em comum, os dois só vivem para o trabalho, pois o trabalho para vocês é a única diversão que conhecem. Então meu amigo aproveite a chance e seja feliz. - Mas e se ela não estiver assim tão entusiasmada quanto eu? - Só pelo motivo dela ter te ligado hoje mesmo para te dar uma resposta, pode ter certeza que ela também não vê a hora do sábado chegar. Disse sorrindo. - Tomara que você tenha razão, só não sei se vou agüentar esperar tanto tempo. Disse se levantando e saindo da sala. Como estava demorando para a semana passar. Pensava Meg. Fazia muito tempo em que ela não ligava para o final de semana, aliás ficava até chateada, pois quase não tinha nada para fazer. Agora estava ali toda animada como se fosse uma adolescente no primeiro encontro, e nem era um encontro, era só um jantar o que poderia acontecer demais? Finalmente o sábado chegou, Meg foi trabalhar um pouco mais cedo, pois queria deixar as coisas mais adiantadas possíveis. Nick acordou mais cedo do que de costume, tomou um banho e foi direto para o trabalho, não queria deixar nada pendente, pois queria aquele fim de semana livre... falou:

Chegando a empresa o porteiro

- Bom dia Nick, você também caiu da cama hoje?


- Bom dia Tom, porque você pergunta? - E que você é o segundo a chegar hoje, só perdendo para a nossa chefa. - Ah, então ela já chegou? - Sim, está com uma meia hora. - Eu só vim adiantar algumas coisas. “Ah, então ela também quis adiantar o serviço hem”? Pensando nisso resolveu passar na sala dela para lhe dar bom dia, pois não se falavam já fazia uns três dias. Quando chegou até a recepção notou que a secretária ainda não havia chegado, sendo assim resolveu bater na porta. - Pode entrar. Respondeu ela. - Bom dia. Entrou dizendo ele sorrindo. - Bom dia. Respondeu ela. Chegou mais cedo hoje? - É, tenho que adiantar algumas coisas, eu não gosto de acumular muito o serviço. - Mas você também chegou cedo hoje não é? Perguntou ele. - É, eu também não gosto de deixar o serviço acumular, apesar de que eu estou com muito serviço atrasado desde aquele dia em que eu fiquei mal, então como estarei ocupada hoje à noite, resolvi chegar mais cedo para adiantar tudo. Está tudo ok para hoje nao é? Sim, porque você está perguntando? - Não, é que você aparecer aqui assim de repente eu achei que tinha acontecido alguma coisa. - Não aconteceu nada não. Eu só vim ver se você não tinha mudado de idéia, Disse ele sorrindo... - Não, eu não mudei de idéia. Falou ela lhe devolvendo o sorriso. - Bom deixa-me ir indo, até mais tarde. Disse já saindo da sala dela. Quando a sua secretária chegou foi logo falando: - Bom dia chéfinha até que enfim chegou o grande dia não é? - Mas do que você está falando? Provocou Meg sorrindo. - Estou falando do seu jantar com o seu anjo da guarda. - Ah, isso? -Não se faça de engraçadinha comigo que eu te conheço bem está bem? Ficou a semana toda na maior agonia esperando que o sábado chegasse logo e agora dá uma de quem não esta nem aí. - Eu estou brincando Wanda, realmente estou um pouco aflita mesmo, faz

tanto tempo que eu não saio assim com alguém que acho que perdi o jeito. - Pois você está se saindo muito bem. Não precisa se preocupar e só você ser você mesma e pronto. - Obrigada Wanda. Já eram duas horas da tarde, quando Wanda entrou em sua sala e disse: - Já não está na hora de voce ir descansar um pouco? Afinal não vai quer passar mal no seu primeiro encontro não é? Eu já estou indo. Disse saindo apressada. Chegando em seu apartamento, escolheu que roupa iria, tomou um belo de um banho e tratou de dar uma cochilada. Antes colocou o relógio para despertá-la as seis e meia, deitou na cama e ficou olhando para o teto. Nada! Virou de lado e aos poucos foi controlando a ansiedade até que dormiu... Nick chegou em casa e correu para fazer a barba, pois ficou com medo de esquecer depois. Arrumou sua melhor roupa, se certificou da reserva feita no restaurante, encheu uma taça com vinho e tomou num gole só. Não conseguia se acalmar, guardou a garrafa, pois não queria ficar muito alto e tentou não pensar muito no assunto. Mas como? O relógio despertou Meg no horário programado, estava tomando banho quando o telefone tocou, saiu do banheiro e atendeu: - Alo? - Oi Meg, é a Denise. Tudo bem com você? - Oi Denise. Está tudo ótimo e você? - Vou bem. Olha, voce não gostaria de vir em casa hoje? O Michel vai fazer a famosa lasanha dele. - Ah, mas justo hoje? Nossa, já fiquei com água na boca só de pensar nela. - Voce está ocupada? Quantas vezes eu já te falei que final de semana foi feito para descansar? - Não é nada disso, é que hoje eu vou sair para jantar com alguém... - Voce está brincando comigo não é? - Não, eu não estou brincando. - Até que enfim. Mas me diga uma coisa, quem foi que conseguiu te fazer trocar um sábado de reuniões, por um jantar?


- Você se lembra da historia do vinho? Quem me deu a dica foi o Nick, lembra que eu te contei? - Ah! O seu anjo da guarda? - É ele mesmo. Ele me convidou para jantar e eu aceitei. - Eu estou muito feliz por você minha amiga, sabia disso? - Sim, eu sei. - E a que horas ele vai te pegar? - Nós combinamos para as oito horas. - Bom então deixa eu desligar para você poder se aprontar, depois eu quero saber dessa história tim tim por tim tim ok? Disse Denise sorrindo. - Pode deixar, você vai ser a primeira a saber. Desligando o telefone, foi para o quarto se trocar. Decidiu colocar um vestido todo florido que deixava de fora boa parte de suas costas, prendeu os cabelos deixando cair alguns fios pelos ombros. Se maquiou levemente, pois nunca gostou muito de maquiagem pesada, achava que a deixava com ar de mais velha. Quando estava dando uma ultima olhada no espelho o interfone tocou, era da recepção avisando que Nick a estava aguardando no hall, ela disse que já estava descendo pegou sua bolsa e saiu. Nick estava se sentindo como um adolescente no primeiro encontro. Quem o via achava que estava calmo, mas por dentro parecia que seu coração iria sair pela boca, ainda mais quando Meg entrou no hall. Nick perdeu a linha de seus pensamentos, ficou a admirar a bela mulher que vinha sorrindo em sua direção. - Ola Nick. Oi Meg. Disse meio gaguejando...Você está linda... - Obrigada, você também. - Então, vamos? Perguntou ele. - Claro. Nick abriu a porta do carro para que ela entrasse e ficou inebriado com seu perfume. Quando saiu do hotel, Nick lhe perguntou: - E então? Como foi a sua primeira semana de trabalho? - Muito movimentada, tinha muita coisa para resolver então tomou mais do meu tempo do que geralmente estou acostumada e olha que eu não paro quase nunca hem?

- É eu percebi, pois quase não te vi essa semana. - Olha, se estiver tendo alguma dúvida é so me pedir que eu terei prazer em te ajudar. - Não, está tudo bem. É que como tenho outros negócios em outras cidades fica meio complicado, mas semana que vem eu já acerto tudo na minha agenda. - Pronto, já chegamos. Disse ele estacionando o carro em frente ao restaurante. - É aqui que vamos jantar? Perguntou ela. - Sim, porque? Algum problema? - Pelo o que eu saiba, esse é um dos melhores restaurantes da região. Por acaso voce estava querendo ir a outro? Perguntou ele entregando as chaves para o manobrista. - Não, esse está ótimo. Ele é realmente muito bom, eu adoro a comida daqui. - É, eu também. - Ah então você já veio aqui? - Sim, às vezes tínhamos reuniões que acabavam muito tarde, então vínhamos todos para cá jantarmos. Nick a seguia logo atrás, então não pode notar a cara de preocupação de Meg. Foram levados até a mesa que estava reservada para eles, Nick puxou a cadeira para que ela pudesse se sentar e se acomodou na sua. O garçom lhes trouxe os cardápios e começaram a escolher seus pratos, Meg pediu um prato à base de peixe que ela adorava, Nick escolheu um prato com salmão acompanhado de salada e um vinho para acompanhar. - E então? Como foi a sua semana? Perguntou Meg. - Normal, pois eu já estou acostumado com o ritmo. O garçom vinha trazendo o vinho que Nick havia escolhido, serviu nas taças e se retirou. Meg adorou o vinho, quando ia abrir a boca para elogiar sua pedida, notou que um rapaz se aproximava de sua mesa com um sorriso no rosto: - Boa noite. Disse ele, olhando para os dois. - Quando me disseram que você estava aqui eu não acreditei, então tive que vir ver com meus próprios olhos. Disse pegando em suas mãos. - Como você está minha querida? Nick olhava aquela cena sem entender nada, quem era aquele cara afinal que lhe segurava a mão com tanta intimidade?


- Eu estou bem e você Ramon? - Melhor agora. Respondeu soltando suas mãos. - Ramon eu quero que você conheça o meu amigo Nick, Nick este é Ramon o gerente da casa. - Muito prazer. Disse Ramon apertando a mão de Nick. - O prazer é meu. - Então Meg, eu não acredito que você veio até aqui e nem mandou me avisar? - Nós acabamos de chegar Ramon, e eu ia sim te dar um alô. - Então está bem, vou deixar vocês à vontade e bom apetite. Meg olhou para Nick e pode notar que ele ficara meio sério ao ver Ramon lhe segurando a mão, tratou de mudar de assunto. - Mais uma vez você acertou no vinho, está delicioso. Falou Meg notando que Nick seguia Ramon com o olhar. - Ah, sim obrigado. Disse olhando para Meg. - Você conhece muita gente hem? - É, você sabe eu vivo viajando muito, então estou sempre em contato com muita gente. - Engraçado é que a maioria te cumprimenta com uma certa intimidade, você não acha? Foi salva pelo garçom que trouxe o jantar. Eles conversaram durante quase todo o jantar, dessa vez ele passou algumas dicas da empresa, deixando Meg impressionada em como se sentia bem estando com ele. Parece que eles tinham um certo tipo de sintonia. Quando Nick pediu a conta, ele estranhou a atitude do garçom que ficou olhando para ele como se o que ele estava pedindo fosse uma coisa de outro mundo, ou será que ele não tinha entendido o que ele havia falado? Meg então tentou suavizar o momento e disse: - Antes de você pagar a nossa conta, vem comigo que eu quero te apresentar o Chef da casa. E saiu puxando Nick pela mão. Nick não estava entendendo nada, mas sabia que tinha alguma coisa estranha, mas depois ele iria descobrir o que era. Eles entraram em um corredor que dava acesso direto na cozinha, chegando lá, Meg foi ao encontro de um rapaz alto todo vestido de branco, e quando ele viu Meg se aproximando, abriu um sorriso e pegou suas mãos depositando um demorado beijo nela.

Mas como o pessoal dali gostava de pegar em sua mão, aquilo já estava deixando Nick irritado. Meg conversou um pouco com o rapaz e logo se aproximou de Nick dizendo: - Nick. Quero que você conheça o melhor chefe de cozinha que eu já tive o prazer de conhecer. Disse sorrindo. - Rodolfo este é Nick um grande amigo meu. Disse olhando bem dentro de seus olhos. - Muito prazer Rodolfo, realmente estava tudo muito bom. - O prazer é meu, que bom que vocês gostaram. - Porque voce não mandou me avisar que estava aqui hoje? Eu teria ido te cumprimentar e você não precisava ter vindo até aqui. - Que é isso Chefe? Eu adoro vir até a sua cozinha, esse cheiro dela é maravilhoso. - Bom, mas deixa a gente ir embora, não queremos tomar mais de seu tempo, foi um prazer. Disse-lhe cumprimentando. Nick também o cumprimentou e foi pagar a conta, mas ainda assim alguma coisa estava estranha, ele tinha impressão que Meg não via a hora de ir embora dali. Quando saíram, Nick pediu o carro ao manobrista e ficou olhando para Meg desconfiado. Ela estava escondendo alguma coisa, mas ele não conseguia saber o que. Entraram no carro e foram embora. - Voce não que dar uma parada na praia para gente poder tomar um pouco de ar fresco? Perguntou Nick. - Claro que sim, boa idéia. Nick parou logo à frente, desceram do carro e começaram a andar a pé pela calçada. - Eu sei que não é da minha conta, mas o que estava acontecendo lá no restaurante que eu não entendi nada? - Não é nada, como eu lhe disse eu conheço muita gente. - Eu acredito que você conhece muita gente, mas sei lá, eu fiquei com a impressão de que você não via a hora de ir embora dali, ou estou errado? Como ela não respondeu nada, ele falou: - E algum ex que você queria evitar, é isso? - Não, respondeu Meg rindo...Não tem ex nenhum. - Mas então o que é? - Ai, eu não queria falar nada para não te deixar chateado. Nick sentia o coração na garganta.


- É que eu sou dona do restaurante. Disse quase em um sussurro... Nick parou de andar, como que processando aquela nova informação, - Então você é dona do restaurante? Porque não me avisou? - Porque eu não sabia que iria me levar lá. Nick ficou calado, olhando para ela. Meg olhou para ele e disse: - O que você queria que eu fizesse? E além do mais eu adoro a comida de lá. Disse com um sorrisinho maroto... Nick olhava para Meg pensativo, agora ele se sentia aliviado em saber do motivo dela de querer ir embora dali, pois realmente achava que era por causa de algum ex, e no fundo ele não conseguia ficar chateado com ela, ainda mais ela sorrindo para ele daquele jeito. - Tudo bem! Você não tinha como saber aonde eu iria te levar, mas da próxima vez eu vou te perguntar antes para saber aonde você que ir ok? - Ah, então quer dizer que vai ter uma próxima vez? Perguntou ela provocando. - Se você aceitar, sim. Respondeu sorrindo pegando sua mão de leve e puxando-a para perto de si, ele já não agüentava mais à vontade que estava de beija-la, então pousou levemente seus lábios sobre os lábios dela sentindo a maciez. Meg se sentia entorpecida, parecia que o vinho estava fazendo efeito agora. Nick a beijava com tanto carinho que até doía. Então o beijo foi ficando mais ousado, com mais urgência, parecia que ele estava com sede e sua boca era um reduto de água fresca. Quando Nick levantou a cabeça, respirou lentamente como que para recuperar o fôlego. Meg ainda não abrira os olhos, estava apoiada em seu peito com medo de cair, que beijo maravilhoso. Pensava... Nick pegou em seu queixo fazendo com que ela olhasse para ele e perguntou: - Está tudo bem com você? - Sim e não. Respondeu ela deixando Nick confuso. - Não porque parece que eu bebi muito vinho e agora é que esta fazendo efeito e sim porque o beijo foi maravilhoso. Disse meio sorrindo. Nick ficou mais confuso ainda, será que ela tinha gostado do beijo porque estava sob efeito da bebida? - Meg você está bem ou não?

- Estou sim não se preocupe, eu só estou meio zonza. - Mas você está assim devido ao vinho ou ao beijo? Perguntou ele rindo. - Isso eu ainda não sei. Respondeu ela sorrindo também. - Então vamos tirar a prova. E tomou posse de seus lábios de novo. Ele a beijava bem devagar querendo saborear cada parte de sua boca, quando ele se afastou perguntou: - E então foi o beijo ou o vinho? Disse quase sussurrando. - Eu acho que foi a mistura dos dois. - Me lembre de não te dar mais vinho quando formos sair de novo ok? Brincou ele. Ok, nada de vinho no próximo encontro. Disse sorrindo. Fazia tanto tempo que ele não se sentia tão atraído assim por uma mulher. Como ela era linda, meiga, ela tinha um sabor doce que não dava vontade de parar de beijar. Não tinha como prever, mas estava se apaixonando por ela. “Mas como ele sabia disso”? Perguntava uma voz lá dentro. Bom não parava de pensar nela, cada vez que a via era como se só existisse ela onde quer que eles estivessem. Ás vezes arrumava desculpas para pelo menos ligar para sua sala e ouvir sua voz. Sim! Ele tinha sido fisgado mais uma vez. Meg nunca tinha sentido essa sensação antes com ninguém, seu coração parecia que ia sair pela boca, as pernas estavam fracas e ela sabia que não era efeito do vinho, afinal não tinha bebido tanto assim e era acostumada a tomar vinho. - Eu sinto dizer isso, mas já está tarde e preciso acordar muito cedo amanhã. Falou ela com um certo pesar na voz. - Mas amanhã é domingo? Você vai trabalhar no domingo? - Não! Eu tenho uma reunião marcada desde a semana passada e não posso faltar de jeito nenhum dessa vez. - Mas então você vai trabalhar amanhã? - Não, amanhã eu vou viajar. E durante a viajem vou estudando os papéis para a reunião que será na segunda feira. - Quando você volta? Perguntou ele. - Eu não sei. Vai depender se tudo ocorrer dentro do previsto eu acho que ficarei fora por uns dois ou três dias.


- Que pena! Eu já estava pensando em te convidar para almoçar, mas acho que terei de almoçar sozinho mesmo. Disse olhando para o chão. - Vamos combinar o seguinte, assim que eu chegar nos saímos para comer algo ok? - Ok. Disse animado. - Agora vamos embora que ainda tenho que preparar as minhas coisas. Foram caminhando em direção ao carro e sem perceberem estavam de mãos dadas. Só notaram quando pararam em frente do carro e tiveram que se separar, os dois olharam para as suas mãos e sorriram juntos da cena. Quando chegaram ao hotel, Nick insistiu para acompanha-la até o seu apartamento dizendo que ele se sentiria mais seguro ao saber que ela estava bem e se ela passasse mal e caísse no elevador ou no corredor? Sendo assim ela aceitou que ele lhe acompanhasse, mas não acreditou muito nele. Assim que Meg abriu a porta, Nick a empurrou gentilmente para dentro puxou ela para si e a beijou. Agora Meg não resistiu mais e se entregou aquele beijo puxando-o para junto de si, o enlaçou pelos ombros, enfiou os dedos nos seus cabelos fazendo uma pequena caricia, isso bastou para Nick, que a apertou mais em seus braços. Aos poucos ele foi diminuindo a pressão que fazia em seus lábios e foi se afastando devagar, ela olhou para ele sem saber o que tinha acontecido, pois ela não queria que ele parasse de beija-la. - Não me olhe assim. Falou ele. - Se eu não parar agora, não sei se consigo parar depois...Disse ainda dando alguns beijinhos de leve nela. Estava quase a pegando nos braços e levando para cama, não conseguia parar de beijá-la. - Então era esse o motivo de você querer me acompanhar, não? Consegui falar entre um beijo e outro. - Um dos motivos, eu estava mesmo preocupado com você e também louco para te beijar... - Mas agora eu tenho que ir porque você tem que acordar cedo amanhã lembra? Disse ele se afastando dela. - É verdade! Eu tinha me esquecido desse detalhe. Falou respirando fundo. - Então que você faça uma boa viagem de ida e de volta, me liga quando você chegar, sim? - Obrigada. Mas eu não tenho o seu numero.

- Empresta-me uma caneta que eu marco para você. Meg foi pegar a caneta enquanto ele a esperava ali mesmo na porta. - Porque voce não entrou? Perguntou Meg. - Se eu entrar aí de novo, acho que não vou conseguir sair. Falou dessa vez sério. Ela não falou nada, só sorrio para ele. Marcou o número dele em sua agenda, e ela aproveitou e também deu seu numero particular para ele. - São poucas as pessoas que tem esse numero, é o único telefone que eu atendo a qualquer hora do dia ou da noite, se você precisar pode me ligar á vontade. Ele pegou o papel que ela lhe estendia e aproveitou e a puxou para beijá-la mais uma vez. - Boa noite. Disse ele se afastando. - Boa noite. Disse ela sentindo as pernas moles. Meg acordou cedo, tomou um banho e foi para o aeroporto onde um avião já a aguardava para o embarque. Sentada em sua poltrona, Meg se lembrava da noite anterior. Como Nick era carinhoso, atencioso, e beijava maravilhosamente bem. Não via a hora de acabar a reunião e poder voltar pra casa logo, já estava ficando com saudades. Nick quase perdeu a hora, olhou para o relógio que não havia despertado, ou melhor, ele que tinha desligado o relógio e voltado a dormir. Ainda bem que teria um dia cheio, assim não teria tempo de ficar pensando em Meg. Mas como não pensar se as imagens da noite anterior não saiam de sua cabeça? Os beijos, o sorriso, fora à vontade de fazer amor com ela que parecia ser mais forte do que ele. Afastou um pouco os pensamentos quando começou a reunião se sentindo aliviado. A semana parecia que não tinha fim, Meg entrava e saia de reuniões não tendo tempo nem de fazer uma ligação. Ou chegava muito tarde, ou chegava cansada demais e logo caia no sono, até que uma noite o seu telefone particular tocou, correu para atender achando que poderia ser Nick, mas na verdade era sua amiga Denise. - Oi Meg, é a Denise. E aí tudo bem com você? - Oi Denise, está tudo ótimo e você?


- Tudo bem. Eu estou te ligando para te convidar para vir em casa no sábado, será que você chega a tempo para um belo jantar? - Hum, eu acho que sim. - Maravilha. Então vou avisar ao Michel. - Denise será que eu posso levar um amigo? Perguntou meio sem jeito. - Mas é claro que sim, por acaso é aquele seu anjo da guarda? - É sim. Falou ficando vermelha. - Eu vou ligar para ele hoje e ver se ele aceita, depois eu te dou um retorno ok? - Eu vou ficar esperando ansiosa. Respondeu Denise. Nick olhou para o telefone pela quinta vez, estava impaciente, não falava com Meg desde o dia em que ela foi viajar. A semana parecia não ter final. Engraçado, justo ele que detestava finais de semana estava rezava para que ele chegasse logo. Pensou sorrindo. Estava se levantando para sair de sua sala quando o telefone tocou. - Alô. - Alô, é a secretaria da senhorita Meg, aguarde um minuto que eu vou transferir a ligação sim? Só de ouvir aquele nome seu coração parecia que ia saltar pela boca, nossa como estava com saudades dela. - Alô, Nick, como você está? Perguntou ela. - Morrendo de saudades e voce? Quando ele viu, já tinha soltado. - Também com saudades... - Eu ia te ligar, mas tive uma semana cheia mal tive tempo de respirar. Falou ele com uma voz cansada. - É, eu também ia te ligar, mas ou eu chegava tarde ou muito cansada e logo ia para cama dormir. Mas ainda bem que o final de semana está chegando não é mesmo? - Você tem razão, a semana parecia que não tinha fim... - E por falar em final de semana, lembra que nós combinamos um jantar assim que eu voltar? Ele sentiu uma pontada no estômago, respondeu. - Mas é claro que sim! Você me deve um jantar. Falou quase perdendo a voz, ele não acreditava que tinha esperado todos aqueles dias que mais parecia ter sido anos pra ela chegar agora e cancelar por algum motivo.

- Entao, eu fui convidada para ir jantar na casa do Michel e gostaria que voce me acompanhasse. Ele soltou um suspiro de alivio ao ouvir aquilo. - E então? Você aceita? - Sim. Claro que sim. Disse ainda se refazendo do susto. - Parece que voce não gostou muito do convite. - Não é isso. Achei que a gente não iria se ver nesse fim de semana. - Pode ficar tranqüilo, estou saindo daqui hoje á noite. Você pode me pegar às oito horas da noite amanhã? - Vou esperar ansioso. - Bom, deixa eu desligar que vou para a ultima reunião do dia, até amanhã a noite Nick. - Ate amanhã Meg. Disse colocando o telefone no gancho com um belo sorriso no rosto. Finalmente o sábado chegou, Meg levantou cedo e já foi para a empresa. Queria deixar tudo organizado para não ter que trabalhar no final de semana. - Bom dia Wanda, como foram as coisas por aqui? Disse cumprimentando sua secretária. - Bom dia Meg. As coisas correram normais. - O pessoal daqui é bem organizado. - Ótimo. Isso é tudo o que eu queria ouvir. - Aqui está sua agenda de hoje. - Como foi sua viajem? Deu para colocar tudo em dia? - Graças á Deus tudo correu como o planejado. - Wanda, não marque nada para hoje fora da minha agenda que preciso sair mais cedo está bem? - Hum! Então quer dizer que você seguiu o meu conselho á risca mesmo hem? - Não seja boba, eu vou jantar na casa do Michel hoje. Você quer vir comigo? Disse rindo da cara que ela fez. - Deus me livre, se eu morro de medo só dele falar comigo imagina jantando na casa dele. - O problema é que você o leva muito a sério Wanda. - É você quem deveria levar ele mais a sério sabia? Afinal ele gosta muito de você. - Eu sei, mas se eu fizer tudo o que ele mandar, eu não faço nada na minha vida. - Bom você é quem sabe. Disse Wanda saindo da sala.


Quando Nick chegou foi direto para sua sala. Leu alguns relatórios examinou alguns gráficos, mas não conseguia se concentrar sabendo que Meg estava tão perto dali e fazia tanto tempo que ele não a via, se levantou e se dirigiu para a sala de Meg. Meg estava examinando alguns relatórios quando o interfone tocou: - O senhor Nick está querendo lhe falar. Disse Wanda. Sentiu a garganta secar, eles não se viam já fazia quase uma semana, só de pensar nele seu coração acelerava. - Meg você está aí? Perguntou Wanda. - Claro, pode pedir para ele entrar. Respondeu quase sussurrando. Quando Nick entrou na sala encontrou Meg sentada atrás de sua mesa com um sorriso nos lábios, e que lábios. Não resistindo ao impulso, deu a volta na mesa e quando chegou perto dela, se abaixou e a beijou. No começo foi só um roçar de lábios, mas depois foi ficando mais intenso. Ela se levantou e ele a tomou em seus braços fazendo ela soltar um pequeno gemido. O enlaçou pelo pescoço trazendo ele mais para junto de si, se beijaram longamente e quando ele se afastou, ela falou: - Essa é uma bela maneira de começar bem um dia. Disse o beijando de leve nos lábios. - Se você quiser, farei isso todos os dias. Falou ele devolvendo o beijo. - Desculpe-me vir aqui assim dessa maneira, mas é que eu não estava agüentando mais ficar na minha sala sabendo que você estava tão perto. - Não precisa se desculpar. Se você não tivesse vindo até aqui eu provavelmente iria até a sua sala, pois também não estava agüentando ficar aqui sabendo que você estava tão pertinho. - E então como foi a viagem? Perguntou ele lhe dando pequenos beijos nos lábios. - Foi tudo bem, tirando a saudade... - E aí? Eu te pego às oito horas mesmo? - Sim, ás oito está ótimo. - Deixa-me ir indo que eu tenho muito ainda por fazer. Até daqui a pouco. A beijou levemente nos lábios e saiu da sala. Meg não conseguia sair do lugar, suas pernas pareciam que estavam anestesiadas.

“Será que ele tinha consciência do que ele provocava nela cada vez que a beijava”? Com muito esforço, conseguiu chegar até sua mesa. Nick fez o maior esforço para disfarçar o que estava sentindo naquele momento, foi direto para a sua sala desabando na cadeira. Estava apaixonado por Meg isso não tinha mais duvidas, era incrível como não tinha controle algum quando estava com ela. Tinha que ter cuidado com suas emoções, pois não sabia o que ela sentia por ele, quer dizer, dava para perceber que ela também gostava dele senão, ela não o teria beijado daquela forma. Meg estava acabando de se trocar quando o interfone tocou. Era o recepcionista lhe informando que Nick a aguardava no hall, ela disse que já ia descer. Pegou a bolsa, deu mais uma olhada no espelho para ver como que estava. Cabelos soltos, uma maquilagem bem leve, vestido preto com um pequeno decote na frente nada muito indiscreto, mas que a deixava muito sensual, pegou a bolsa e foi para o elevador. Nick estava esperando ela logo na entrada, Meg aproveitou que ele estava de costas e passou um olhar da cabeça aos pés. Como ele estava lindo. Vestindo uma calça social caqui com uma camisa preta que colava em seu corpo deixando a mostra um belo peitoral. Quando ele se virou os dois se fitaram, um aprovando o outro em silêncio, ela pode notar o olhar de desejo com que ele percorria o seu corpo fazendo sentir um pequeno calafrio. - Você está linda. Disse ele a pegando pela mão e a conduzindo até o carro. - Você também está muito bonito. Respondeu lhe mandando um olhar de admiração. Nick abriu a porta para que ela pudesse entrar, deu a volta no carro e tomou a direção. - Quando eu saí hoje do trabalho, passei naquele empório de vinho e comprei uma garrafa para podermos degustarmos durante o jantar. Falou Nick - Ah, eu sabia que tinha esquecido alguma coisa, era isso que eu ia fazer quando saísse do trabalho, mas não conseguia lembrar o que era. Ainda bem que eu tenho você para me socorrer, obrigada. - Sempre as ordens. Respondeu ele sorrindo.


Durante o percurso eles conversaram de tudo um pouco. Ele descobriu que ela adorava pescar, jogar videogame, ler e entendia de muitos esportes. Ela por sua vez ficou impressionada em saber que eles tinham muito em comum, pois ele também gostava de pescar, ler e de esportes, só de videogame que não era muito fã. Ela lhe explicou que ficou fã de videogame ao adquirir uma sociedade em uma fábrica de jogos para videogame, então cada vez que um novo jogo é lançado ela recebe um para testar, sendo impossível não ficar “viciada depois”. Disse dando risada. Logo chegaram a casa de Michel, eles moravam em uma casa que ficava perto da praia. Tocaram a campainha e logo Denise veio lhes abrir a porta, abraçou Meg e depois se dirigiu a Nick. - Denise esse é o Nick, Nick essa é Denise esposa do Dr Michel que você já conhece. - É um prazer te conhecer Nick. Falou Denise. - O prazer é meu. Respondeu Nick. - Vamos entrar? - Fiquem á vontade, sim? - Ah, eu trouxe um vinho para acompanhar. Disse Nick lhe estendendo a garrafa. - Muito obrigada Nick, mas não precisava se preocupar. Respondeu Denise. - Eu ia trazer, mas acabei esquecendo sabe, ainda bem que Nick lembrou. Falou Meg olhando para Nick. - Lembrou do que? Perguntou Michel entrando na sala. - Lembrou de trazer vinho. Respondeu Meg se levantando e lhe dando um grande abraço. - Como você está mocinha? Perguntou Michel lhe devolvendo o abraço. - Eu estou ótima. Michel você se lembra do Nick? Aquele que me socorreu naquela noite. - É claro que sim, como vai você Nick. Falou lhe estendendo a mão. - Eu estou bem obrigado. Disse Nick lhe devolvendo o aperto de mão. - Bom, vou aproveitar e abrir o vinho para nós bebericarmos um pouco enquanto o jantar fica pronto. Disse Michel voltando para cozinha. - Eu vou dar uma mão para o Michel antes que ele coloque fogo na cozinha, fiquem á vontade eu volto logo. Disse Denise. - Você que ver uma coisa linda? Perguntou Meg.

- Eu já estou vendo. Falou ele galanteador. - Obrigada, mas é outra coisa linda. Disse o pegando pela mão. Meg o levou para a sacada que dava de frente para a praia, logo sentiu a brisa fresca do mar. - E então? O que voce achou? - É realmente muito linda. Disse olhando para ela, ficaram se fitando por alguns segundos até seus lábios se aproximarem num rápido beijo. Nick a abraçou e Meg se aconchegou em seu peito, ficaram assim por alguns instantes até que escutaram quando Denise os chamou. - Aí estão vocês... Falou Denise. Aceitam um pouco de vinho? - Eu vim mostrar a praia para Nick, você sabe que eu não resisto a ela quando eu venho aqui. Respondeu Meg pegando a taça. - É realmente muito bonito. Vocês tem sorte de morar por aqui. Comentou Nick. - É nós sabemos. Aqui é realmente muito gostoso de se morar. Disse Denise. - Faz tempo que vocês moram aqui? Quis saber Nick. - Já faz uns cinco anos. - O que faz cinco anos? Perguntou Michel que chegava naquele momento, fazendo Meg soltar uma risada. - Nossa Michel você sempre só pega metade da conversa... - O que eu posso fazer se eu sou um homem ocupado? Afinal eu estou fazendo o jantar esqueceu? - Só por causa disso eu vou te perdoar. Falou Meg. - Você quer uma ajuda com alguma coisa? Perguntou Nick. - Não venha me dizer que você sabe cozinhar? Perguntou Meg olhando para ele. - Eu não sou nenhum mestre cuca, mas eu até que mando bem na cozinha. - É bom saber disso. Respondeu Meg lhe mandando um olhar maroto. - É bom mesmo, porque se você for depender da Meg vai conhecer todos os restaurantes da cidade, pois a única ciosa que ela sabe fazer como ninguém é pedir comida pelo telefone. Falou Michel fazendo com que todos rissem, inclusive Meg. - Eu não me envergonho disso, pois me sobra talento para as outras coisas. Dizendo isso, ela olhou para Nick e pode perceber que ele tinha entendido de outra maneira. - Eu mal posso esperar para ver quais são os seus outros talentos. Disse Nick olhando direto em seus olhos.


- Bom! A conversa está boa, mas vamos jantar, sim? Interrompeu Michel dando uma quebrada no clima. Denise olhava para os dois encantada, Nick parecia ser uma pessoa bem inteligente, educado, carinhoso, era tudo o que Meg precisava, pois ela merecia alguém que realmente se importasse com ela. - O Michel tem razão, ninguém merece comer comida fria, então vamos lá. Falou Meg desviando seu olhar de Nick. Cada um se sentou a mesa, Meg ao lado de Nick e Denise ao lado de Michel. Tudo estava maravilhoso, a comida, o vinho, o papo descontraído. Foi uma noite perfeita. Quando acabaram de jantar, Meg se ofereceu para ajudar Denise a tirar a mesa e limpar tudo e estranhou a amiga aceitar sem fazer nenhum drama, pois às vezes quando jantava com eles, ela insistia em lhe ajudar, mas ela nunca deixava. Quando pisou os pés na cozinha Denise já foi logo falando: - Meg ele é uma graça. Eu estou tão feliz por você. Disse pegando suas mãos. - Mas do que você está falando mulher? Nós somos amigos só isso. Mentiu Meg. - Ah! Ta bom. Você vai querer mentir justo para mim? Desafiou Denise. - É realmente não dá para te enganar. Mas sabe, a gente não está namorando, só foi alguns beijinhos...Maravilhosos...Disse rindo. - E eu nem sei o que ele sente por mim. - Se você não sabe eu sei querida, esse cara já está apaixonado faz tempo. Você não percebeu como ele olha para você. - Perceber eu já percebi. Mas você tem idéia de quantos olhares assim que eu recebo de vez em quando? - Eu sei sim senhora, pois já saímos algumas vezes juntas esqueceu? Mas ele tem um olhar diferente, um olhar apaixonado... Enquanto Denise falava com Meg, Michel levou Nick até a sacada para bater um papo, logo que se sentaram Michel falou: - Essa vista é linda não é mesmo? - Voce tem razão, é muito bonita mesmo. - Então quer dizer que você trabalha com a Meg? Perguntou Michel de supetão. - Não! Eu trabalho para a Meg. Disse sorrindo... - Para mim é a mesma coisa, pois a Meg não é como alguns tipos de patrões que só sabem dar ordens ou se mantém em um

pedestal distante de todos, ela é uma pessoa bem simples. - É, deu para perceber, pois ela está saindo com um empregado. - Empregado não um “colaborador”. Frisou Michel sorrindo. - Fique sabendo que se ela está saindo com você é porque gosta de você pelo o que você é não pelo o que faz. - Ou seja, você poderia ser um grande astro do cinema, mas se ela não fosse com a sua cara não teria chance nenhuma com ela. - Sabe, às vezes ela nem parece uma grande empresária, e sim uma menina que acabou de sair do colégio... - Eu concordo com você. - Naquela noite em que nos conhecemos, só fiquei sabendo que ela era a minha patroa quando foi chamada até o palco para se apresentar...Relembrou com um pequeno sorriso nos lábios. - Eu não sei o que tudo isso significa, mas eu gosto muito dela sabe. E você é a primeira pessoa com que eu falo sobre isso, então se puder manter isso só entre nós eu agradeço. - Até eu descobrir o que é tudo isso, às vezes pode dar em nada não é mesmo? - Pode ficar tranqüilo quanto á isso, mas uma eu coisa eu vou te avisando. - Isso não me parece ser uma coisa sem importância pelo menos para a Meg, fique sabendo que ela nunca trouxe ninguém para jantar conosco e se ela te convidou então deve significar algo você não acha? - Que isso também fique em segredo entre nós ok? - Então você quer dizer que ela nunca levou ninguém a sério para poder trazer até aqui? - O que eu quero dizer é que eu estou muito contente por ela, pois ela merece ter alguém ao seu lado que lhe de muito amor e carinho. Para dar uma aliviada na conversa Michel perguntou a Nick como funcionava a empresa, Nick quase soltou um suspiro de alívio ao perceber que Michel havia mudado de assunto. O resto da conversa foi de explicações de Nick quanto à empresa. Depois de arrumarem toda a cozinha, Meg e Denise foram até a sacada onde os homens estavam conversando animados. - Voltamos. Falou Meg. - Gente! Acho que comi demais. Todas ás vezes que venho aqui fico com essa sensação...Falou Meg sorrindo.


- Voce está bem? Perguntou Michel com um olhar preocupado. - Está tudo bem Michel, só preciso resistir a sua comida e comer menos... - Sente aqui...Falou Nick puxando uma cadeira para que ela pudesse se sentar. - Obrigada... - E então? O que vocês estavam falando tão animados? Perguntou Meg. - Nick estava me explicando como que funciona uma rede de tv, eu não sabia que você gostava de mexer com esse tipo de negócio Meg. Falou Michel. - Eu também não, você sabe que eu não gosto muito de mídia, mas foi um negocio em que eu não poderia ter falado não. - Foi mais uma ajuda do que um próprio negócio. - Apesar de não ter perdido nenhum dinheiro, ao contrário, estou impressionada com esse novo ramo de negócios, pouco tempo que estou na empresa e sei que ela tem tudo para se tornar uma empresa mundialmente conhecida. - Que bom saber disso! Falou Nick. Fazendo todos sorrirem. O resto da noite passou voando, Meg olhou no relógio e assustou ao ver as horas. - Eu não sei quanto a você, mas já está muito tarde para mim. Você pode me levar embora? Perguntou a Nick. - Claro que sim. Respondeu se levantando. - Mas ainda está cedo Meg. Falou Michel. - Amanhã você não vai trabalhar. - É! Mas você vai e nada como uma boa noite de descanso. - Boa noite Denise, mais uma vez obrigada pelo convite. Disse abraçando a amiga. - Boa noite minha amiga. Voce não tem que agradecer por nada, pois é bem vinda sempre. - Boa noite Michel, obrigada pelo excelente jantar. - Não tem de que. - Você também Nick, é bem vindo aqui sempre que quiser aparecer. Disse Michel lhe estendendo a mão. - Eu agradeço. Espero que algum dia desses possa retribuir a gentileza e vocês possam vir jantar na minha casa ok? - Seria um prazer. Respondeu Denise. Se despediram e foram embora.

Nick ia bem devagar, como se quisesse que aquela noite durasse um pouco mais, olhou para Meg e falou: - E então? Você gostou da noite de hoje? - Eu adorei. Obrigada por ter aceitado o convite. - Sou eu quem agradece. - E então? Direto para casa? - Sim, eu estou um pouco cansada. - Ok então. Nick acelerou o carro para que chegassem logo, pois parecia que Meg estava mesmo cansada, ele mesmo estava se sentindo cansado, afinal fazia tempo em que não ficava fora tão tarde, estava acostumado a ir dormir cedo e já passava da meia noite. Quando chegaram no hotel, Nick abriu a porta do carro para Meg sair, entrou com ela até o hall, quando ela lhe perguntou? - Que subir comigo para tomar um cafezinho? - Eu adoraria. Respondeu com um brilho nos olhos. Então se dirigiram para o elevador, quando chegaram no apartamento, Meg foi tirando os sapatos, olhou para Nick e falou: - Eu menti para você sobre o café. - Tudo bem, eu também não iria querer. Dizendo isso ele pegou seu rosto entre as mãos e beijou os seus lábios com sofreguidão. Ela por sua vez o entrelaçou pela cintura puxando-o para si. - Eu passei a noite toda com vontade de fazer isso, sabia? Falou Nick olhando em seus olhos. - Então não vamos perder mais tempo. Disse ela. Foi o suficiente para Nick perder o resto de controle que ainda tinha. Avançou sobre sua boca como se nada mais existisse, queria saciar aquela sede de beijar aqueles lábios que lhe abriam em um convite sensual. Ela estava deixando ele cada vez mais louco de desejo, Meg estava excitada em sentir aquele corpo viril encostado nela, podia sentir que Nick não tinha controle algum sobre seu corpo e nem lhe escondia mais isso. Estava se deliciando com aquela língua que lhe explorava a boca, depois foi descendo pelo seu pescoço, deixando um rastro de fogo por onde passava. Não agüentando mais, Meg pegando-o pela mão o fez seguir pelo corredor que dava para sua suíte. Nick não agüentava mais, sentia o desejo de possuir aquela mulher o mais rápido


possível, pois não tinha mais controle nenhum sobre si. Quando chegaram no quarto, Nick gentilmente foi tirando seu vestido enquanto ela lutava com os botões da sua camisa para abri-la. Já sem camisa, ele voltou a beija-la. Agora podia sentir a sua pele em seu peito fazendo ela soltar um gemido rouco. Tirando o restante de roupas que faltava, os dois caíram na cama para saciarem o desejo que os consumiam. Meg não conseguia pensar em nada naquele momento, só queria sentir as mãos de Nick lhe percorrer o corpo. Nick já não agüentava mais de tanto desejo e logo começou a lhe penetrar fazendo Meg gemer e quanto mais ela gemia mais ele a desejava, queriam se fundir em um só corpo, uma só alma. O clímax os atingiu de imediato fazendo com que ficassem ali por um tempo juntos sem se mexerem, saboreando do prazer que tinham repartido. Aos poucos a respiração de ambos foi voltando ao normal. Nick rolou na cama e trouxe Meg com ele de modo que ela ficou deitada em cima de seu corpo. Meg não cabia em si de felicidade, tinha sido do jeito que ela havia imaginado, podia sentir a respiração de Nick pesada, o coração batendo forte, levantou a cabeça para olhar em seu rosto e ficou mais contente ainda ao ver o sorriso que estava estampado em seu rosto, Nick olhou para ela e disse: - Foi bom para você, como foi bom para mim? E os dois caíram na risada. - Foi maravilhoso, do jeito que eu achei que seria. Disse Meg lhe dando um beijo nos lábios. - Ah! Então quer dizer que você já estava imaginando nós dois juntos fazendo amor? - E como eu imaginei. - Desde quando você vem imaginando isso? Ele falava enquanto lhe beijava. - Você se lembra aquele dia em que eu machuquei o pé por sua causa? Acusou Meg. - Mas não foi culpa minha se a poltrona caiu no seu pé e eu tive que fazer massagem no seu lindo pezinho... - Então, desde aquele dia que eu venho tendo alguns sonhos eróticos com você. - Eróticos hem? Porque você não me falou nada? Perguntou ele sorrindo. - Ah sim. Eu chegaria para você e diria tipo assim “oi, desde aquele dia em que

você massageou o meu pé eu não paro de sonhar com você, por acaso você não quer fazer amor comigo”? Falou Meg fazendo ele dar muita risada. - Você iria me achar uma pervertida. - Eu teria aceitado na hora, pois eu venho sonhando com isso desde aquela noite em que nos conhecemos e eu trouxe você para cá. Enquanto ele falava, fazia cafuné em seus cabelos. - Pelo jeito passamos vontade à toa. Disse ela. - Mas agora não precisamos mais passar vontade você não acha? Dizendo isso ele a beijou rolando sobre ela pela cama, agora com mais calma, para poder lhe explorar todo o seu corpo. Meg achou que tinha sido bom da primeira vez, mas estava enganada, Nick a estava levando a loucura, beijando-lhe todo o corpo fazendo com que ela se contorcesse de desejo. Cada vez que Meg soltava um gemido, Nick ficava mais excitado, sentindo que Meg já começava a ficar impaciente, Nick começou a penetrar, bem devagar, esperando juntar todo o desejo por aquela mulher que o estava levando a loucura. Já passavam das quatro horas da manhã quando Nick foi embora, Meg o acompanhou até a porta insistindo para que ele ficasse, afinal já era quase de manhã mesmo. Mas ele não quis alegando que ela tinha que descansar, e ele também, pois ela tinha tirado todas as suas energias. Beijaram-se longamente e ele prometeu que a levava para jantar fora mais tarde. Nick acordou tarde, já passava da hora do almoço. Ficou na cama por alguns instantes lembrando da noite anterior. Tinha sido perfeita, estava mais contente em saber que estava sendo correspondido, fazia tempo que não se sentia tão bem assim. Levantou e foi tomar um banho, ainda podia sentir o perfume de Meg grudado em seu corpo, resolveu que assim que terminasse o seu banho ligaria para convidala a almoçar. Nick ligou para o hotel, mas foi informado que Meg não estava, resolveu então ligar em seu celular. Nada, só dava caixa postal. De repente sentiu um frio na barriga e velhas emoções começaram a querer lhe atormentar,


afastou tais pensamentos e discou o número mais uma vez. - Alô. Respondeu uma voz masculina do outro lado da linha. Nick ficou mudo, “será que tinha ligado o número certo”? Alô. Insistia a voz do outro lado. - Você que falar com quem? Perguntava a voz impaciente. - Alô. Respondeu Nick com uma voz meio rouca. - Esse telefone por acaso não é da Meg? - Quem quer falar com ela? - Quem está falando? Perguntou Nick. Aqui é o Michel, quem está falando? Nick se sentiu aliviado. - Oi Michel, aqui é o Nick, eu queria falar com a Meg. - Oi Nick como vai? Eu não quero parecer intrometido, mas é que agora ela não vai poder te atender, você não pode ligar mais tarde? - Aconteceu alguma coisa Michel?A Meg está bem? Por favor, você tem que me falar se ela está bem. Nick sentia que alguma coisa não estava bem. - Por favor, Michel eu só quero saber se ela está bem sim? Insistiu Nick. - Calma Nick, agora já esta tudo sobre controle, procura se acalmar sim? - Agora? Porque agora? O que aconteceu com ela? Nick já não agüentava mais de ansiedade. - O que está realmente acontecendo Michel? - Olha, essa manhã ela passou mal e me ligou. Agora ela está aqui no hospital, já está medicada e está tudo bem. - Passou mal? E porque ninguém me avisou? Em que hospital vocês estão, eu posso ir vê-la? - Calma rapaz, uma pergunta de cada vez. - Ela teve uma daquelas enxaquecas e me ligou, eu não te liguei porque não sabia o seu número, o hospital em que estamos é o Hospital Geral, você conhece? - Claro que sim, daqui a pouco eu estou aí ok? Nick precisou sentar, pois suas pernas tremiam. Colocou uma camisa e calça e foi voando para o hospital, havia alguma coisa que Nick não conseguia entender. Chegando lá, foi até a recepção e disse a enfermeira que estava ali para falar com o Dr. Michel, a enfermeira perguntou seu nome e logo pegou

o telefone para chamar o médico. Só de entrar em um hospital Nick passava mal, ainda não havia superado o receio que tinha de hospitais. Lembranças antigas começaram a querer lhe invadir os pensamentos, balançou a cabeça para se livrar delas e nem notou que Michel já estava ao seu lado. Chegou rápido em? Disse Michel lhe estendendo a mão. - Para mim pareceu uma eternidade. Respondeu lhe devolvendo o aperto de mão. - E aí? Como é que ela está? - Como eu lhe disse ao telefone ela está bem Nick não precisa se preocupar. No momento ela está dormindo. - Vem comigo, eu acho que você está precisando de um café. - Seria muito bom mesmo. Foram até a cantina do hospital, Michel escolheu uma mesa para sentarem, Nick ainda estava com cara de preocupado. - Olha Michel, me desculpe pela maneira como eu falei com você, mas é que eu realmente me importo com a Meg sabe. - Não se preocupe com isso, é bom ver que você se preocupa com ela. - Mas o que foi que houve? Ela estava tão bem ontem. Perguntou Nick. - Nós não sabemos ainda direito, mas na maioria das vezes em que ela sentiu essa dor, foi porque estava muito cansada. É como se fosse uma válvula de escape. Nick ficou pensando nas palavras que acabara de ouvir, será que foi porque ela foi dormir tarde que essa dor a atacou? Será que devia relatar isso ao médico? Michel notou que Nick não estava prestando a mínima atenção ao que ele falava. - Algum problema Nick? - Bom, é que ontem depois que fomos embora da sua casa, aconteceu uma coisa e eu não sei se isso pode ter influenciado no estado de saúde da Meg... Conforme Nick falava, Michel ficava mais atento para aquela nova informação... - Desembucha logo Nick, se aconteceu alguma coisa que pode ter provocado isso eu tenho que saber. - É que nós sabe,...Nós... - Vocês o que? Perguntava Michel já ficando nervoso. - Nós... Chegando mais perto de Michel, Nick disse: - Nós fizemos amor ontem à noite, e aí ela foi dormir tarde... Nick não sabia mais o que dizer, Michel ficou quieto olhando para ele como se


tivesse tentando entender o que Nick acabara de lhe falar. - Ah! Entendi. Entâo você está achando que pelo fato dela não ter dormido possa ter causado isso? - Sim. Acho que é por aí. -Ás vezes pode até ter ajudado. Mas ela já devia estar cansada a algum tempo, daí juntou o vinho e à noite mal dormida e pimba. Nick curvou os ombros sentindo-se culpado por aquilo, mas se ele soubesse que ela estava cansada não teria subido até seu apartamento, daria um jeito de se controlar, mas ela estava tão linda, tão receptiva que ele não resistiu. - Não foi culpa sua Nick, eu mesmo nem notei sinal algum de cansaço nela ontem. - Agora em relação ao que aconteceu entre vocês, espero que tudo tenha corrido bem. Falou o médico com um sorrisinho nos lábios. - Ah foi tudo perfeito, ela realmente é encantadora...Eu não sei explicar o que eu estou sentindo... Falava Nick com um olhar apaixonado. - Cara! Você está gamadão. Disse Michel dando um largo sorriso. - Mas não se preocupe, isso vai ficar entre nós ok? Nick olhou para Michel assustado. “Será que estava tão na cara assim”? Continuaram conversando até que o bip do Dr. tocou, era a enfermeira que o estava bipando. Pedindo licença para Nick ele foi atender o chamado. Logo que foi visto, Michel foi informado que Meg já acordara e que queria lhe falar, sendo assim se dirigiu até seu quarto. Meg acordou se sentindo muito bem. Ficou na cama esperando Michel chegar, lhe dar um sermão, fazer cara feia e a dispensar para ir embora. Mas dessa vez ela não teve culpa, pois não estava se sentindo cansada, pelo contrário, estava era muito relaxada do que de costume. Só de lembrar da noite anterior sentia arrepios lhe percorrer o corpo, os beijos de Nick. Como ele era carinhoso. Espera aí? Será que foi porque eles fizeram amor que ela teve essa dor? A dor era tanta que ela não conseguia nem pensar em nada, só em tomar algo para fazer ela ir embora. Mas só faltava essa, iria sofrer com a dor toda vez que fizesse amor com Nick? Ela

gostou da idéia de fazer amor com Nick de novo, estava sorrindo quando Michel entrou em seu quarto. - Vejo que você já está bem melhor, já está até sorrindo. Falou Michel. - É que eu sei que já vou para minha casa, por isso estou contente. Mentiu ela. - Ah! Tá bom. Mas quem disse que você vai para casa hoje? Perguntou Michel. - Você só pode estar de brincadeira, eu já estou bem Michel. Protestou ela. - Você também estava bem ontem e de repente a dor te pegou com tudo não foi? - Sim, mas ontem eu estava meio cansada. - E o motivo do cansaço por acaso tem a ver com um rapaz alto de cabelos preto que se chama Nick? E que está neste momento na cantina tomando um café esperando você acordar para te visitar? Meg encarou Michel para ver se ele não estava brincando. - Você está falando sério? - Sim, eu estou falando muito sério. E então posso mandar ele entrar? - Mas como ele sabia que eu estava aqui? Eu não me lembro de ter telefonado para ele. Você já conversou com ele? E o que você disse para ele? Perguntava Meg totalmente confusa. - Hei calma. - Nossa! Vocês dois são iguaizinhos sabia? Uma pergunta de cada vez sim? - Tá bom. Respirou fundo. - Como ele descobriu que eu estava aqui? - Bem. O seu celular tocou a manhã inteira, como eu achei que seria alguma coisa importante resolvi atender e era o Nick querendo falar com você. Daí eu pedi para ele ligar mais tarde porque você estava indisposta, ele começou a ficar um pouco agitado perguntando se você estava bem. Eu disse que já estava tudo bem e aí ele quis vir aqui te visitar, agora se ele vai entrar ou não isso é com você. Meg olhava para Michel sem saber o que fazer. - Você falou para ele o que aconteceu? - Sim. Eu disse que você teve uma dor muito forte e ligou para mim e aqui estamos. - Me ajuda Michel, pois eu não sei o que fazer. Falou Meg com um olhar aflito. - Calma Meg. - Deixe ele entrar. Assim ele vai ver que não foi nada demais, além disso eu tive


que acalmá-lo, ele parecia estar bastante preocupado com você. - Ok então, pode pedir para ele entrar. Meg passou as mãos pelo cabelo, deu uma olhada em sua roupa, estava com um roupão e não uma daquelas camisolas de hospital, sempre deixava alguns desses para o caso de ter que passar alguns dias no hospital. Quando Nick entrou, logo percebeu que aquilo nem parecia ser um quarto de hospital. O quarto era todo decorado com um papel de parede na cor azul bem clarinho, tinha um guarda-roupa embutido, cômoda, banheiro, mais parecia uma suíte de algum hotel. Logo seu olhar se encontrou com o de Meg que estava encostada em alguns travesseiros. Soltando um pequeno suspiro, se aproximou dela e deu um pequeno beijo em seus lábios, ficou olhando-a por alguns minutos sem dizer nada. Como ele não dizia nada, Meg lhe perguntou: - Você está bem? Disse com um olhar preocupado. - Engraçado, quem devia estar perguntando isso sou eu você não acha? Falou sentando de frente para ela na cama. - Ah. É que você ficou parado aí sem falar nada, achei que tinha acontecido alguma coisa. Não liga não, só estava matando a saudade. Dizendo isso acariciou seu rosto, depois a puxou para junto de si e a abraçou. Meg sentiu uma forte emoção ao sentir o abraço de Nick, deitou a cabeça em seu ombro e ficou saboreando aquele gesto de proteção, ficaram assim por algum tempo, sem falarem nada, até que Nick se afastou e disse: - Bom e agora como que você está? - Eu já estava bem, agora estou melhor ainda, obrigada. Disse ela lhe roçando os lábios. - Eu acho melhor você parar, pois só de pensar em ontem eu fico doido e você com esse roupão não vou conseguir resistir. Falou ele com a voz rouca. - Você só pode estar brincando, eu estou horrível nesse roupão. Disse olhando para baixo. - Você está linda. Disse beijando seus lábios. - Agora é sério, como você está? - Eu estou bem. Verdade. Foi só uma dor que não queria passar aí eu liguei para o

Michel. Em falar nisso, ele disse que você me ligou. - Sim, eu te liguei porque queria saber se estava a fim de almoçar comigo ou jantar. - Sei lá, eu só queria te ver. - Que bom que você me ligou, mas eu não sei se vai dar tempo de almoçar com você, porque se eu conheço bem o Michel vou passar por uma bateria de exames. - Pois eu concordo com ele, você tem que se cuidar. - Eu vou conversar com ele para ver a que horas mais ou menos eu vou sair daqui hoje e aí a gente pode marcar alguma coisa, pode ser? - Claro que sim. Meg pegou o telefone e pediu para chamarem o Dr. Minutos depois Michel entrou em seu quarto com uns papéis na mão lhe dizendo: - Você quer falar comigo Meg? - Sim. Michel, será que eu poderia ir embora? Pois como eu te falei eu estou bem melhor. - Olha! Eu te prometo que se eu tiver uma única dorzinha, vou para cama cedo descansar ok? - Eu não sei se posso confiar em você. - O que você acha Nick? Nick olhou para Michel e não sabia o que responder, mas resolveu arriscar. - Bom se o Dr. achar que você possa ter uma recaída, então sou obrigado a concordar com ele, não custa nada você ficar aqui para observação. Meg encarou Nick para realmente ver se ele que tinha dito aquilo. - Eu não acredito! Até parece o Michel falando. Você por acaso não ameaçou internar ele também não, não é? Pergutou Meg fuzilando Michel com o olhar. Nick não estava entendendo nada, parecia que os dois estavam duelando com o olhar. - Internar? Como assim me internar? - É o jeito que o Dr. tem para intimidar quem não lhe obedece, não e Dr? - Para de falar bobagens Meg. Respondeu sorrindo. - Michel, eu não sou uma menininha que precisa ficar em “observação”. Frisou bem a palavra olhando para Nick. - Meg eu não quis dizer isso, nós podemos sair um outro dia. Sua saúde vem em primeiro lugar.


- Ah, então quer dizer que vocês iam sair? Perguntou Michel. - Sim, por isso eu liguei àquela hora e você atendeu o celular dela lembra? - Bom nesse caso eu vou te liberar, mas com uma condição. Ele olhou na direção de Nick e disse: - Você vai ficar observando ela e ao mínimo sinal de dor você a traz para mim, estamos de acordo? Meg não acreditou naquilo tudo, realmente Michel tinha passado dos limites, onde já se viu deixar Nick como babá? Olhou para Michel fuzilando ele com o olhar, mas depois de pensar por algum tempo até que gostou da idéia, pois ficaria a tarde inteira com ele. Só de pensar nisso sua ira simplesmente desapareceu e antes que Nick pudesse falar alguma coisa Meg já dava o veredito da questão. - Perfeito, eu adorei a idéia. Disse sorrindo para Michel. Se ele estava achando que ficaria chateada com aquilo cairia do cavalo, olhando para Nick ela confirmou: - Você concorda não é? Disse com uma urgência na voz, fazendo com que Nick desse um pequeno sorriso. - Sim, eu concordo. - Bom, então me deixa acabar alguns exames e aí eu me livro de você por hoje. Disse Michel piscando para Nick saindo logo em seguida. - Você é realmente o meu anjo da guarda sabia? Falou Meg lhe estendendo a mão. - Se você pudesse ler os meus pensamentos, não me chamaria mais de anjo. Dizendo isso ele a beijou com paixão. Enquanto Meg realizava alguns exames, Nick a aguardava na cantina, logo depois Michel apareceu dizendo a ele que já havia terminado e que já iria liberar Meg, mas antes dele fazer isso deu algumas orientações a Nick: - Olha a Meg é muito teimosa, então se você tiver qualquer receio de seu estado de saúde é só me ligar que eu vou onde vocês estiverem está bem? Eu vou lhe dar o número do meu bip, precisando e só ligar ok? - Pode ficar tranqüilo Dr. Eu vou cuidar muito bem dela. - Era isso que eu queria ouvir, agora vamos que ela já deve estar pronta te esperando. Quando chegaram no quarto Meg já estava vestida com roupas normais, sorrindo disse para Nick:

- Ele já passou o sermão em você não é? - Sermão? Que sermão? - Aquela conversa de que eu sou muito teimosa e que qualquer coisa é para ligar que ele vem na hora. Falou ela olhando para Michel. - Olha! Você pode ficar brava o quanto quiser, mas a minha obrigação é com a sua saúde, então para de gastar suas energias ficando brava comigo ok? - Eu sei disso Michel e lhe agradeço por se preocupar comigo, mas é que às vezes você é muito mandão sabia? Dizendo isso ela o abraçou para se despedir. - Fala para Denise que mandei um grande abraço. - Pode deixar e se cuida. - Tchau Michel. Se despediu Nick lhe apertando a mão. Saíram do hospital por uma entrada e saída particular que era usada pelos médicos, Nick abriu a porta do carro para que ela entrasse e logo depois já estavam saindo do estacionamento, quando Nick perguntou: - E então para onde vamos senhorita? Olhou para ela sorrindo. - Vamos para o meu apartamento, pois estou louca para tomar um longo banho. - Ok então. - Nick, agora que já saímos eu gostaria de lhe dizer que você não precisa fazer o papel de babá comigo certo? Ele olhou para ela com um olhar confuso. - O que eu estou tentando dizer é que eu não quero ser um fardo para você, entendeu? Nick parou o carro no acostamento, tirou o cinto, virou para seu lado e disse: - Primeiro lugar: Eu já ia te convidar para sairmos hoje lembra? - Segundo lugar: Eu jamais faria um papel de babá com você, pois você é muito teimosa. - E terceiro lugar: Você nunca será um fardo para mim e mesmo se for, vou ter o maior prazer de te levar para onde você precisar, contanto que você esteja comigo, deu para você entender? Ao terminar de falar, ele estava bem próximo dela que dava para sentir a sua respiração em seu rosto. - Eu acho que sim. Respondeu ela com uma voz fraca. - Que bom. Respondeu ele tomandolhe a boca em um beijo apaixonado. Meg não sabia se ficava feliz ou triste com aquela confissão.


Feliz por saber que ele queria ficar com ela, e triste em saber que se ele estava querendo ficar com ela era sinal de que as coisas estavam ficando mais sérias do que ela imaginava, querendo ou não ela um dia ela seria um fardo para ele. Logo ele se recompôs e voltou a dirigir. No restante do caminho foram acertando o que fariam naquele dia. Onde almoçariam, pois nenhum dos dois havia almoçado e o que fariam á noite. Assim que chegaram ao apartamento, Meg como sempre jogou longe os sapatos e caiu no sofá. - Enquanto eu tomo banho, você não que pedir alguma coisa para gente comer? Pois eu estou faminta. Disse ela olhando para ele. - Ou melhor, porque você não entra no chuveiro comigo? Depois a gente come alguma coisa. Enquanto falava se levantou do sofá e o enlaçou pela cintura. Nick ficou todo excitado só de pensar nela tomando banho, imagina então ele lá dentro com ela. - Eu adoraria tomar um banho com você. Respondeu com uma voz rouca. - Mas eu não posso. - Porque não? Exclamou ela. - Porque você acabou de sair do hospital. - E o que tem isso a ver? Falava ela com raiva. - Meg, se eu entrar no chuveiro com você, só Deus sabe o que pode acontecer lá dentro, porque a última coisa que eu iria deixar você fazer seria tomar banho... Enquanto ele falava, ela sorria lhe dando pequenos beijos nos lábios... - Então o que você esta esperando? Eu posso tomar banho mais tarde,... Meg não me provoca. Disse ele a pegando pelos ombros fazendo com que o encarasse. Se nós fizermos amor e você sentir aquela dor de novo? Afinal ontem você estava bem e daí só foi eu ir embora e você teve que ir ao hospital, vamos dar um tempo sim? Você sabe que eu estou louco pra fazermos amor de novo, mas vamos com calma está bem? Vendo a cara de desanimo dela ele a puxou e fez com que repousasse a cabeça em seu peito forte, ficaram assim por alguns minutos até que ela falou: - Está bem, eu acho que você venceu. - Eu acho que perdi. Disse lhe com um olhar desolado indo pegar o telefone, ela

então se virou e foi direto para o banheiro afogar seu desejo. Quando Meg retornou para a sala, notou que Nick estava na sacada, com o olhar perdido no horizonte. Nick pensava em como seu relacionamento com Meg se tornara intenso em tão pouco tempo, nunca em toda a sua vida algo assim havia acontecido. É lógico que já se apaixonara, mas não com essa intensidade. Seus pensamentos foram colocados de lado ao sentir que Meg passava os braços ao redor de sua cintura, respirando fundo ele se virou para ela e disse: - Como você está cheirosa. Disse beijando-lhe os lábios. - Você já pediu o nosso almoço? Perguntou ela. - Sim, eu já pedi. - E então o que iremos fazer hoje? Quis saber ela. - Eu não sei...Respondeu ele pensativo...Sabia que é a primeira vez em muito tempo que eu não tenho o que fazer? - É, eu também... Ela foi interrompida pelo som da campainha anunciando que o almoço havia chegado. Meg foi abrir a porta para receber o almoço, se sentaram à mesa e em silêncio almoçaram cada um perdido em seus pensamentos. Quando acabaram, foram até a sacada olhar a paisagem. - Que tal eu te levar para jantar hoje? Perguntou ele... - Eu iria adorar... - Então está combinado... - Eu não sei quanto a você mas eu estou sentindo uma preguiça, acho que vou dar uma deitada. Falou ela. - Deve ser ainda efeito do remédio. Respondeu Nick. - É melhor mesmo você ir descansar um pouco. - Mas e você? Não que aproveitar e tirar um cochilo? - Não obrigado, eu não tenho costume de dormir durante o dia. Mas pode ficar sossegada que eu vou ficar de olho em você ok? Meg olhou para Nick e pode ver em seus olhos todo o desejo que ele estava sentindo no momento, então compreendeu em como ele estava tentando se controlar para não fazer amor com ela, de como ele se importava realmente com ela e o respeitou muito nesse momento.


- Obrigada Nick. Dizendo isso foi para seu quarto. Nick ficou ali olhando aquela linda paisagem, louco para entrar naquele quarto e fazer amor com ela até acalmar o seu desejo. Mas ele tinha que se controlar, afinal havia prometido a Michel que cuidaria bem dela, alem do mais achava que Meg tinha algo mais do que uma simples enxaqueca. Levantando, foi até a sala assistir um pouco á televisão, mais tarde daria uma espiada em Meg para ver como ela estava. Meg acordou se espreguiçando na cama. “Nossa como estou me sentindo bem”. Pensou ela. Quando se virou para a porta, notou que estava sendo observada por um par de olhos azuis brilhantes parecendo duas estrelas naquele rosto moreno que a olhava de cima a baixo. Esticando-lhe a mão, Meg puxou Nick para cima dela fazendo com que ele soltasse um forte suspiro, rolaram na cama até que não agüentando mais, ele arrancou suas roupas enquanto Meg arrancava as dela. Os dois não desgrudavam o olhar um do outro como que hipnotizados. Beijaram-se fazendo carícias com uma urgência que os deixavam sem fôlego, até que não agüentando mais aquela tortura, fizeram amor apaixonadamente até a exaustão. - Dormiu bem? Sussurrou ele. - Sim, mas o acordar foi melhor ainda. Disse sorrindo... - Concordo com você, se quiser eu posso te acordar sempre assim. Falou ele brincando. - Hum, seria ótimo... - Sabia que já está quase na hora do nosso jantar? - Sério? Nossa eu dormi tanto assim? - Eu ia te acordar, mas você estava tão serena que eu achei melhor deixa-la dormir. - E você não dormiu nenhum pouquinho? - Não. Fiquei assistindo tv e vez em quando vinha até aqui dar uma espiada em você. - Hum! Ficou espiando eu dormindo não é? Provocou ela. - Sabia que você fica linda quando dorme? - Bom deixa eu ir indo, porque tenho que tomar banho e me aprontar. Disse pulando da cama.

- Porque não fazemos o seguinte? Você toma banho aqui comigo, eu me troco e aí vamos para sua casa para você poder se trocar também? O que você acha? Perguntou ela levantando da cama nua e se aconchegando nele. - Você acabou de ler o meu pensamento. Disse-lhe agarrando e a levando ao banheiro. Fizeram amor de novo, ele pode por em prática o que tinha imaginado fazer com ela na primeira vez em que ela o havia convidado a se juntar a ele no chuveiro. Quando acabaram foram de volta ao quarto para que ela pudesse se trocar, ele ficou olhando para ela admirando aquele corpo perfeito que estava diante dele, e pela primeira vez ficou claro nos seus sentimentos para com ela, amor, paixão, desejo, estava completamente apaixonado por ela. Sorriu ao ver que ela olhava para ele com um sorriso de satisfação nos olhos, aquilo fez com que seu coração dece reviravoltas em seu peito, como ele pudera se apaixonar assim em tão pouco tempo de convivência com uma pessoa? Será que ela sentia o mesmo por ele? - Prontinho, agora é sua vez. - O que? Perguntou ele. - Agora é sua vez de se trocar, eu já estou pronta. - Você está linda. Disse ele lhe beijando os lábios com carinho. - Algum problema? Perguntou ela vendo que ele ficou sério de repente. - Não, problema algum. É que eu estava pensando em que roupa usar, só isso...Mentiu ele. - Você fica bem em qualquer roupa que colocar. Disse ela. - Pois acho que você fica mais linda nua, então eu tenho sorte de ter esse privilégio. Disse ele a abraçando e fazendo uma leve carícia em seu rosto. - É melhor a gente ir andando se não chegaremos atrasados. Foram conversando até chegar na casa de Nick, abriu a porta para que ela entrasse. - Fique a vontade Meg, eu não me demoro. Disse Nick se dirigindo ao quarto. Meg achou a casa de Nick aconchegante, decorada com muito bom gosto. Continuou olhando a sala de estar quando notou algumas fotos em cima de uma estante. Eram fotos de Nick com algumas crianças e algumas dele com outras pessoas


que se pareciam com ele. “Será que ele tinha filhos e não lhe disse nada”? - Vamos! Eu já estou pronto. Disse Nick entrando na sala e a pegando de surpresa. - Desculpe-me, mas eu estava olhando essas fotos e só agora lembrei que eu não sei nada sobre você. - Por acaso você tem filhos? Você não é casado é? Pois essas crianças se parecem com você... Ela falava depressa demais que ele mal tinha tempo de responder uma pergunta... - Meg calma, uma pergunta de cada vez sim? Disse ele a pegando pelos ombros. - Olha! Não quero te pressionar, ou bisbilhotar a sua vida está bem? Afinal faz pouco tempo que nos conhecemos. - Olha em primeiro lugar eu não sou casado, eu não me envolveria com ninguém sendo casado, aliás eu já fui casado. -Segundo: Essas crianças nas fotos a maioria são meus sobrinhos e as outras pessoas são os meus pais, meus irmãos, primos etc... Explicava ele lhe mostrando as fotos. Enquanto ele falava, ela tentava se acalmar, pois tinha ficado muito abalada com a idéia dele ser casado. Só de imaginar isso passava mal, mas como ela entrou nesse relacionamento ser saber nada dele? E ainda mais o que ela passou nos últimos anos. - Eu jamais faria isso com você Meg. Disse ele olhando direto em seus olhos. - Eu sei, me desculpe sim? É que quando olhei essas fotos eu dei por mim que não sei nada ao seu respeito... - Você não confia em mim? - É claro que eu confio, mas é que as coisas entre nos foram tão rápidas que não tivemos tempo de nos conhecer, só isso. - Você pode me perguntar o que você quiser que eu terei o maior prazer em te responder. - Tudo bem, mas vamos deixar para outra hora sim? Eu estou morrendo de fome, vamos ter bastante tempo para por o papo em dia. Disse ela lhe beijando os lábios. - Ok, mas você tem certeza que está tudo bem mesmo? - Está sim, eu só fui pega de surpresa, só isso...Eu juro...Disse ela vendo que ele não estava acreditando muito nela. - Então está bem, vamos jantar. Ele a levou em um restaurante que ficava fora da cidade, ela o conhecia só de nome, mas diziam ser muito bom.

Logo antes de entrarem ele lhe perguntou: - Por acaso esse restaurante não é seu não, é? - Não, ele não é meu. Respondeu sorrindo. - Ah bom, só checando. Falando isso ele saiu do carro entregando a chave para o manobrista e a pegou pela mão entrando no salão. O restaurante era muito bem decorado, o ambiente sugeria um ar de aconchego, só faltava experimentar a comida. Escolheram um prato da casa que o maitrê recomendou e para acompanhar um vinho que Nick fez questão de escolher. Quando já estavam degustando o vinho, um rapaz se aproximou da mesa deles cumprimentando Meg e Nick. - Boa noite, meu nome é Peter sou o gerente da casa. É um prazer tê-los conosco hoje senhorita Meg, espero que apreciem o nosso cardápio. - Boa noite, disse Meg. Este é Nick. Esperou que ele cumprimentasse Nick e então disse: - Por enquanto estou adorando muito o ambiente. - Ah, mas que ótimo, com licença, um bom apetite para vocês. Falou Peter se afastando. Meg olhou para Nick e disse: - Eu não posso fazer nada, pois eu nunca estive aqui antes. - Mas eu não estou falando nada. Defendeu-se ele. - É que você estava com uma cara de bravo. - Eu não estou bravo. É que eu esqueço de que você é muito conhecida no mundo dos negócios... - É, às vezes eu também acho ruim sabe? Mas eu vou fazer o que? - Mas está tudo bem Meg, eu não estou bravo, pode ficar tranqüila. Ficaram em silêncio por alguns minutos, até que Meg disse: - Então pelo jeito a sua família é bem grande não é? - É sim, vamos ver...Nós somos em quatro irmãos, duas mulheres e dois homens, mais tios e tias, sobrinhos, primos. - Bom juntando tudo, dá para encher uma casa bem grande...Disse ele sorrindo... - Você os visitam com freqüência? - Não tanto que eu gostaria. - Mas sempre que me sobra um tempinho, nós nos reunimos na casa de meus


pais, só assim se consegue ver todos em um dia. - Deve ser muito bom ter uma família grande assim, pessoas que se importam com você, que você pode contar para tudo... - E você Meg? E sua família? Primos tias... Perguntou Nick tomando um gole de seu vinho. - Não. Eu não tenho primos, tias, tios, irmãos, nada, ninguém... Disse Meg virando a taça de vinho na boca. Nick ficou perplexo. Não tinha idéia de que ela não tinha ninguém, pois parecia ser tão jovem, aliás ele nem sabia a sua idade. - Desculpe-me, eu jamais havia imaginado isso, mas você me parece tão jovem. Me desculpe, mas quantos anos você têm afinal? - Você já notou que não sabemos praticamente nada um do outro? - E no entanto ficamos tão íntimos, é como se nos conhecemos há muito tempo... - Você tem razão, mas isso vai mudar a partir de hoje. Disse ele lhe pegando as mãos. - Está bem então. Vamos lá, meus pais eram filhos únicos, meus avós faleceram quando eu ainda era pequena e quando eu tinha 18 anos, estávamos viajando de carro e aconteceu um acidente com o nosso carro. - Um animal atravessou a pista, meu pai tentou desviar, perdeu a direção do carro e capotamos por muitos metros adiante... Enquanto ela falava Nick podia ver em seus olhos todo sofrimento que ela estava sentindo. De repente ele também sentiu uma mágoa muito grande lhe invadir a alma, fazendo-o lembrar dos maus bocados que ele viveu nos últimos anos de sua vida, mas tratou de voltar sua atenção para Meg... - Eu fui à única que sobreviveu. Falava Meg com a voz emocionada... - Eu sinto muito Meg. Disse Nick tentando lhe confortar. - Está tudo bem Nick, hoje eu já posso falar nisso sem ficar histérica. - Foram muitos anos de terapia que me ensinaram em como lidar com isso, apesar de eu ter aceitado o fato, pois morrer todos nós vamos algum dia, mas eu não consigo me conformar sabe? - Então como pode ver, não tenho muito com quem conversar, ou visitar. A não ser Michel e Denise que ao longo do tempo se tornaram dois grandes amigos e agora você.

Disse ela lhe olhando nos olhos...Ela parou de falar, pois a comida já iria ser servida. Nick ficou sem palavras, não conseguia imaginar em como ela conseguiu suportar a dor da perda e ainda mais sem ninguém para lhe dar um conforto, uma palavra amiga, sem ninguém. Agora ele via em como ele tinha sorte de ter uma família por perto, que no momento em que ele mais precisou, recebeu apoio e carinho de todos. Pensando nisso, sentiu que já era hora de ir fazer uma visita, pois fazia muito tempo que não visitava seus pais. Comeram em silêncio, Meg pensando em como tinha aberto sua vida para aquele homem. Ela não sabia porque, mas sentia que podia confiar nele desde o primeiro dia em que se conheceram. A única coisa que estava achando estranho era que ele não tinha falado sobre a ex-mulher, pois ele havia falado da família inteira, só não esclareceu o fato de ter sido casado. Mas achava que ele não falou porque era algo recente, e ainda não estava pronto para falar dela. Então resolveu que lhe daria um pouco mais de tempo. - Nossa! Acho que comi demais. Disse Meg. - Mas você pode comer o tanto que quiser, pois com um corpo desses...Falou Nick lhe mandando um olhar que fez com que ela ficasse arrepiada. - Muito obrigado você também tem um belo corpo... Disse lhe devolvendo o olhar, fazendo com que Nick desse uma risada. - E então? Vamos embora ou você quer mais alguma coisa? Provocou Nick. - Há, há, há, você é muito engraçadinho sabia? Pode pedir a conta. Nick fez sinal para o garçom que logo trouxe a conta. Quando chegaram ao apartamento de Meg, foram para a sacada e lá ficaram conversando. Nick estava lhe contando passagens de sua infância fazendo Meg se divertir muito com as histórias e assim passou a noite. Quando perceberam já era muito tarde, afinal teriam que acordar cedo, pois iriam trabalhar. - Me explica como eu vou conseguir trabalhar te vendo todo dia e me controlar para não te agarrar na frente de todos? Disse Nick se levantando pra lhe beijar os lábios enquanto Meg sorria.


- Bom existe sempre a possibilidade de você ter que ir a minha sala me levar algum relatório e aí podemos matar um pouco a saudade. Falava ela sorrindo mais ainda. - É serio Meg, e se alguém da firma ficar sabendo? Ele falava com um olhar preocupado. - Bom eu não sei quanto á você, mas para mim não tem problema algum. - Afinal ninguém tem nada a ver com o que eu faço da minha vida dentro ou fora do trabalho. Agora se para você for problema em saberem que está namorando a chefe, aí a gente da um jeito. - Então quer dizer que nós estamos namorando? Provocou ele. - Bom eu acredito que sim, porque você não acha? Desafiou ela - Ei, eu estou brincando. E gostei de saber que você não acha ruim em saberem que esta namorando um empregado, ou melhor “colaborador”. Corrigiu ele ao ver a cara que ela fazia. - Eu só acho que deveríamos tomar alguns cuidados para que não ficasse aquele falatório dentro da empresa, é que eu gosto de manter uma certa privacidade sobre isso. - Você tem razão, basta à mídia fazer de tudo para saber da minha vida, eu também gosto de ter um pouco de privacidade. - Então estamos acertados? Nada de me agarrar na frente de todos ok? Brincou Nick. - Ok. Vou tentar me controlar. Respondeu Meg sorrindo também. Nick a abraçou forte, Meg encostou a cabeça em seu peito sentindo uma grande tranqüilidade como há muito tempo não sentia. O abraçou pela cintura, ficou nas pontas dos pés e o beijou na boca. No começo foi bem de leve como uma carícia, mas logo depois o desejo de ambos falaram mais alto e sem mais demora Nick a levou para cama onde fizeram amor, bem devagar como se tivessem todo o tempo do mundo. Meg adormeceu nos braços de Nick que logo também pegou no sono. Quando Nick abriu os olhos, sentiu uma perna roçando a sua, e logo se lembrou de onde estava. Olhou para o lado e viu que Meg ainda continuava dormindo. “Linda como ela era linda”. Pensou Nick sentindo um desejo enorme por dentro. Olhou no relógio e viu que eram quase seis da manhã, teria pouco tempo para ir até sua casa se trocar para ir para o trabalho.

Resolveu acordar Meg e dizer que teria que ir embora, pois já era de manhã. Sussurrando em seu ouvido, Nick foi lhe chamando, não agüentando começou a lhe dar beijinhos pelo corpo inteiro fazendo com que Meg gemesse mesmo estando dormindo, abrindo os olhos, ela se espreguiçou lentamente fazendo com que Nick ficasse maravilhado. - Que belo jeito de me acordar, desse jeito vou querer que você durma aqui todos os dias. Disse Meg sorrindo. - Será um prazer. Respondeu Nick capturando-lhe os lábios num beijo sedento. Fizeram amor, só que agora com uma certa urgência, pois teriam que trabalhar logo mais. Quando Nick saiu, Meg correu para tomar um banho. Ficou algum tempo no chuveiro lembrando do que havia acontecido naquele fim de semana, Nick era realmente maravilhoso, será que finalmente sua sorte havia mudado? Será que agora ela conseguiria ter um relacionamento de verdade? Ela rezava para que sim. Nick foi voando para sua casa, tomou um rápido banho e foi direto para o escritório. Chegando lá, foi para cozinha como fazia sempre que chegava pegar um xícara de café quando Jeff seu amigo lhe perguntou: - E aí Nick? O que você fez de interessante nesse final de semana? Alguma gata finalmente conseguiu furar essa carcaça? Comentou Jeff no seu ouvido. - Cara você tem que aproveitar a vida enquanto é tempo sabia? O que passou passou e não importa o que você fizer ou não fizer isso não vai mudar o que aconteceu. - Vou tentar me lembrar disso Jeff, pode deixar. Respondeu Nick. - Cara, eu só te falo isso porque eu sou seu amigo, então o que você precisar sabe que pode contar comigo. - Agora por falar em gata, o que você achou da nossa nova patroa? Aquilo sim é que eu chamo de gata. - Ela é linda da cabeça aos pés, eu não vejo a hora de ter algum relatório para levar para ela ver, só para ficar olhando aquele corpo maravilhoso que ela tem, você já reparou nisso? Jeff não conseguia entender a cara que Nick estava fazendo, ele parecia estar com raiva, muita raiva. - Eu falei alguma coisa errada Nick? Nick estava quase voando em seu pescoço de raiva, mas se controlou, pois sabia que muitos homens ali estavam tendo os


mesmos pensamentos sobre a nova “patroa”. E além do mais, o amigo jamais iria imaginar que ele estava saindo com aquela mulher que tinha o “corpo maravilhoso”. Ah se ele soubesse...Tratando de se recompor Nick disse: - Desculpe-me Jeff, eu não estou bravo com você não, só que eu acho que você deveria ter um pouco mais de respeito, afinal ela é nossa patroa e se algum dos diretores escutarem isso? As coisas podem ficar meio desagradáveis você não acha? - Eu concordo com você. Eu não estou falando com falta de respeito, só estou fazendo um comentário, e além do mais, vem me dizer que você também não a acha muito bonita e que ela tem um corpo lindo? - É, realmente ela tem um corpo maravilhoso mesmo. Disse Nick com um sorriso nos lábios, ele mal sabia que a menos de uma hora ele estava beijando aquele corpo todinho... Pensando nisso Nick foi para sua sala, pois tinha muito que fazer. Meg chegou e como sempre foi direto para sua sala, passando pela recepção deu bom dia para Wanda e entrou na sala com ela no seu encalço. - Posso saber o que aconteceu que você não veio trabalhar no final de semana? Não que seja ruim e que você deve me dizer tudo, mas é que eu fiquei preocupada que pudesse ter acontecido algo, afinal você trabalha até nos finais de semana. - Não precisava ficar preocupada Wanda, mas agradeço assim mesmo, e realmente eu não estava bem, então tive que ficar por um certo repouso o final de semana inteiro. Disse com um pequeno sorriso nos lábios. - Voce ficou de repouso um final de semana inteiro e chega hoje para trabalhar com esse sorriso na cara? Ta bom que eu acredito. - Bom se você não acreditar pode ligar para o Michel e confirmar com ele. - Ta bom, e qual o motivo do sorriso, eu posso saber? Perguntava Wanda enquanto dava alguns papéis para Meg assinar. - Vamos dizer que o repouso foi uma maravilha, porque eu descansei bastante e estou me sentindo ótima hoje. - Se você está dizendo. Disse Wanda saindo logo em seguida. Meg decidiu se entregar inteira ao trabalho naquele dia, pois tinha muito que fazer. A manhã passou voando. Meg só parou para almoçar quando Wanda entrou no

seu escritório para dizer que iria almoçar e se ela também não iria parar para comer um pouco. Disse que só iria acabar de ver alguns papéis e iria logo em seguida, mais uma vez voltou sua atenção ao trabalho. Logo depois, escutou uma leve batida na porta e lembrou que Wanda não estava, sendo assim foi abrir a porta para ver quem era. Ficou maravilhada ao se deparar com Nick encostado no batente olhando para ela com um olhar carinhoso. - Por um acaso você trouxe algum relatório para eu ver? Brincou Meg. - Não, no momento eu só vim aqui para fazer isso. Disse ele empurrando Meg gentilmente para dentro da sala. Logo que entraram, se apoderou de seus lábios em um beijo fazendo com que Meg soltasse um suspiro de satisfação. - Hum, eu já estava com saudade. Disse ela entre um beijo e outro. - Eu também. Respondeu ele. - Você por acaso já almoçou? Perguntou nick. - Ainda não, mas eu vou aproveitar essa parada e ir almoçar, você não que vir comigo? - Quero sim, onde você está pensando em ir? - Eu estava indo almoçar lá no meu hotel mesmo, pode ser? - Eu não sei se seria uma boa irmos para seu hotel agora você não acha? Falou ele com um olhar sensual. - Pois a última coisa em que eu iria pensar seria em comida. - Então nós podemos comer no restaurante em vez de pedir comida no quarto, está bem assim para você? - Infelizmente eu sou obrigado a concordar com você. - Ok então, nada de comida no quarto. Eles combinaram que se encontrariam no hotel para que ninguém os visse saindo juntos. Durante o almoço, conversaram sobre o trabalho, Meg queria saber se Nick gostava do que fazia coisa e tal, só conversaram banalidades até que Nick lhe falou: - Você sabia que você tem alguns admiradores lá na empresa? Perguntou Nick com um tom irônico. - Como é que é? Quis saber ela. - Quando eu cheguei hoje na empresa fui até a cozinha pegar uma xícara de


café, quando alguns colegas vieram me perguntar se eu também não achava que você tinha um corpo maravilhoso. Dizia ele com um sorriso no rosto. - E aí, o que você disse? - Bom primeiro eu tive vontade de socar cada um deles. Respondeu sorrindo. Mas logo depois tive que concordar com eles porque realmente você tem um belo corpo. - Então é isso o que estão comentando sobre mim? Perguntou ela. - Que eu saiba sim. Mas eles são muito respeitadores, isso é só coisa de homem. - Ah! Então quer dizer que vocês ficam falando sobre mulheres o tempo todo é? Provocou ela. - Bom. Eu não fico falando de mulheres, aliás você é a única mulher que eu teria elogios para falar e sou muito discreto em relação a minha vida pessoal, então você pode ficar sossegada quanto á isso. - Hum é bom saber disso. Respondeu sorrindo. Acabaram de almoçar e foram direto para a empresa, cada um em seu carro, mas combinaram de se encontrarem mais tarde para fazerem alguma coisa juntos se desse tempo. Quando Meg chegou ao escritório, estava sentindo uma pequena dor de cabeça, isso a fez lembrar de seu velho problema que vira e mexe lhe atormentava a alma, tratou logo de tomar seu remédio para as coisas não ficarem piores e começou a trabalhar. Já era noite quando Meg conseguiu saiu do seu escritório, estava se sentindo muito cansada, parecia até que ela tinha perdido o pique para o trabalho. Resolveu ir direto para casa descansar um pouco. Nick saiu do escritório pouco depois do horário, fazia tempo que ele não se sentia tão animado assim. Foi para casa e no caminho resolveu comprar uma garrafa de vinho para tomar mais tarde com Meg. Quando Meg chegou em casa, se lembrou de que teria que viajar no outro dia bem cedo, por isso resolveu fazer uma pequena mala, assim teria tempo de dormir um pouco mais no outro dia. Deitou na cama e logo adormeceu. Passado algum tempo, Meg acordou com o barulho do interfone, levantando sonolenta foi atender, era o porteiro avisando que Nick havia chegado e que se ele poderia deixa-lo subir, gaguejando Meg disse que sim...

Droga, havia esquecido que tinha combinado com Nick de se verem mais tarde, correu para o quarto para trocar de roupa, pois ainda estava só de roupão. A campainha tocou e Meg correu para atender, Nick estava parado na porta com um botão de rosa em sua mão, sorrindo ele disse: - Acordei você? - Como você sabe que eu estava dormindo? Perguntou ela pegando a rosa que ele lhe oferecia. - Você está com cara de quem acordou agora. Disse ele entrando. - Você tem razão, hoje eu não estou me sentindo muito bem, sabe. - Qual o problema? Disse ele preocupado. - Não é nada grave, só estou um pouco cansada. - Mas você está bem? - Não precisa se preocupar que já estou bem melhor. Eu só precisava de uma soneca para recuperar as energias. Disse ela o enlaçando pelo pescoço para lhe beijar. - Obrigada pela rosa. - De nada. Respondeu ele lhe beijando. - E então o que iremos fazer hoje? Perguntou ele. - Podemos jantar aqui no quarto mesmo? Eu não estou muito a fim de descer. Só se você não quiser ficar aqui. - Não, por mim está tudo bem. Respondeu ele. - Então eu já vou fazer o pedido. Disse ela pegando o telefone para ligar para a cozinha. No decorrer da noite, eles aproveitaram para saberem mais um pouco um do outro, ele ficou sabendo que ela era fã de muitos esportes e que inclusive ela tinha algumas ações de alguns times. Ela por sua vez ficou muito contente em saber que eles tinham muito em comum, tanto em assuntos de esportes quanto a filmes, atores e por aí adiante. Quando Nick olhou para o relógio, se assustou ao ver que já se passava da meia noite, olhando para Meg ele falou: - Nossa! Como já está tarde. Já vou andando se não perco a hora amanhã e minha patroa não vai gostar nada disso. Disse se levantando. - Não se preocupe. É só você a tratar com muito carinho, muitos beijos que ela vai te perdoar.


- Ah é? Então amanhã se eu chegar atrasado é só eu ir até a sala dela, a encher de beijos que ela me perdoa? Enquanto dizia isso ele foi se aproximando dela e começou a lhe beijar, foi quando Meg se lembrou que iria viajar logo pela manhã e aí avisou para ele. - Ah! Eu esqueci de lhe dizer, mas eu vou ter que fazer uma pequena viagem amanhã, então guarda seus beijos para quando eu chegar ok? - Você vai viajar amanhã? Perguntou ele espantado com a notícia de última hora. - Pois é. Agora que eu lembrei de te falar. Me desculpe, mas também so lembrei agora à tarde. - Eu não sou muito boa em lembrar as coisas, se não fosse a Wanda eu estava perdida. - Wanda? E quem é Wanda? - É a minha secretaria. - A sim, agora eu me lembrei dela. - Bom, então é melhor eu ir andando pois você precisa descansar. Quanto tempo você vai ficar por lá? - Se tudo correr bem, eu acho que uns quatro dias... - Eu vou sentir saudades. Disse ela meio triste. - Eu também. Respondeu ele. - Mas qualquer coisa a gente se fala por telefone. Tudo bem se eu te ligar de vez em quando? - E lógico que está tudo bem, por mim você pode me ligar quando você quiser. Eles se abraçaram e se beijaram com muito carinho, até que ele se afastou dizendo: - Deixa eu ir andando. Que você faça uma boa viagem e volta logo ok? - Pode deixar, eu vou voltar voando. Respondeu ela sorrindo. Nick foi embora, Meg entrou sem nenhuma vontade de viajar naquela manhã, parecia que ela estava desanimada. Foi direto para cama dormir, pois ainda se sentia um pouco cansada. A manhã chegou rápido, Meg acordou mais disposta e assim seguiu logo cedo para o aeroporto para pegar o avião. No caminho resolveu estudar os relatórios que Wanda havia lhe preparado para a viagem, ela teria pela frente muitas reuniões, almoços, jantares etc... Nick chegou na empresa logo cedo, como sempre foi até a cozinha pegar sua xícara de café e no caminho encontrou Robert

que lhe convidou para ir até sua sala para bater um papinho. Quando entraram em sua sala, Robert foi logo perguntando: - E aí meu amigo, como você tem passado esses dias? Nick não sabia o que responder, não gostava de mentir para o velho amigo, mas havia combinado com Meg que não diriam nada a ninguém. Mas como ele iria mentir para a única pessoa que realmente o havia ajudado a superar a sua dor? Nada mais justo do que agora poder compartilhar com ele a sua alegria. - Bom eu vou te contar uma coisa, mas preciso lhe pedir que isso fique só entre nós ok? - Mas é claro meu filho, pode confiar em mim. - Não é que eu não confie Robert, mas é que eu combinei de não contar nada a ninguém e não quero perder a confiança dela, então vamos lá... - Eu estou namorando a Meg. Disse meio gaguejando. - Meg? Que Meg? Perguntava Robert. - A nossa “patroa”. Disse Nick sorrindo. - Então o negócio ficou sério mesmo? - É uma longa história. - Ah, mas você vai me contar tudinho e vai ser agora. Falou Robert. - Ta bom, vai ser um prazer ter alguém para conversar sobre isso sabe? - Então desembucha logo. Conforme Nick ia relatando sua história, Robert podia ver em seus olhos um brilho intenso como nunca tivera visto antes. Ele falava com uma alegria de dar inveja. Isso era amor puro, intenso, tomara que Meg sentisse o mesmo por ele, senão teria muita pena de seu amigo. - Nossa! Estou muito feliz por vocês meu caro, mas estou mais feliz ainda por você, já estava na hora de voltar a ser feliz. - Eu acho que sim, bom, agora deixa eu ir trabalhar que tenho muito que fazer, até mais tarde Robert. - Até mais Nick. Quando Nick saiu, Robert ficou olhando para a porta fechada, suspirou profundamente... Quem diria que um dia veria Nick tão entusiasmado daquele jeito por alguém de novo?


Que Deus os abençoasse, pois Nick já havia sofrido o bastante para uma vida inteira. Sorriu ao lembrar da primeira vez em que Nick lhe falara sobre Meg, naquele dia ele já havia detectado alguma coisa no ar, agora só veio confirmar as suas dúvidas. Meg estava em um quarto de hotel se preparando para tomar um banho quando o seu celular tocou. Com o coração aos pulos ela foi atender, ficou toda arrepiada ao ouvir a voz de Nick que vinha do outro lado da linha, sorrindo ela disse: - Eu só iria tomar um banho e já ia te ligar em seguida, como que você está? Perguntou ela. - Morrendo de saudades, mas tudo bem. Respondeu ele. - É, eu também. - E aí? Como que foi de viagem? - Por enquanto está indo tudo muito bem, se continuar assim eu retorno antes do previsto. - Ah, que bom ouvir isso. Declarou ele... - Eu também acho. - Escuta! Eu te liguei mais para te perguntar se você quer me acompanhar em uma festinha na casa de meus pais. - Nada muito grandioso a não ser pela quantidade de parentes, mas se você não quiser ir tudo bem. Disse ele ansioso pela resposta dela. - Quando que vai ser? - Sem ser esse sábado agora, no outro. Porque? Você tem algum compromisso? - Não, não tenho compromisso algum. - E então? - Mas é claro que eu vou querer te acompanhar, você só não me deixa esquecer, sim? - Pode ficar tranqüila. Ficaram mais de uma hora conversando. Se despediram combinando de que se falariam no outro dia O restante da semana parecia que não tinha fim. Por um lado Meg estava com vontade de deixar tudo de lado e voltar logo para casa e do outro lado Nick estava todo entusiasmado com o fato de Meg ter aceitado o convite e assim ele iria lhe apresentar a sua família. Na viagem de volta, Meg não estava se sentindo nada bem, sua cabeça tinha voltado com força total.

Não via a hora do avião pousar para que pudesse ir para o hotel e chamar Michel, pois o negócio estava ficando feio. Assim que chegou em seu apartamento, ligou para Michel que se prontificou de ir o mais rápido possível ate lá. Mal desligou o telefone, caiu desmaiada no chão e assim ficou até a chegada do Dr. Nick estava conversando com seus pais pelo telefone, aproveitou e disse que levaria consigo uma pessoa. Mesmo antes de acabar de falar, sua mãe já estava dando gritinhos de felicidade, agradecendo a Deus pelo filho. Coisas de mãe. Pensava ele, mas tratou de acalmá-la. - Mãe, calma! Eu sei que vocês querem o melhor para mim, mas vamos com calma tá bom? Ela é uma pessoa muito especial e nós estamos indo aos poucos está bem? Mas quem ele estava tentando enganar? Já estava completamente apaixonado, Ah! Se sua mãe soubesse que eles já haviam passado muitas barreiras, principalmente do sexo. Ficaram conversando por mais algum tempo sobre o dia a dia até que se despediram, Nick então resolveu ligar para Meg e saber se ela já havia chegado, pois estava com muita saudade. Michel estava observando Meg enquanto ela dormia, como detestava ficar ali olhando sem poder fazer nada para ajudar. Quando chegou em seu apartamento, ela estava desmaiada, ele mais do que depressa acionou um pessoal de sua confiança para que pudesse lhe ajudar a socorrer Meg sem ninguém ficar sabendo do ocorrido. Olhando de lado, Michel tentava identificar o som abafado que ele estava ouvindo, logo descobriu de onde vinha, era o celular de Meg que estava tocando dentro de sua bolsa. Ao atender, Michel escutou uma voz que já lhe era familiar uma vez que ele já tinha tido aquele mesmo diálogo. - Oi Nick é o Michel que está falando. - Oi Michel, por acaso a Meg está aí com você? Está tudo bem com ela? - Olha Nick eu não vou mentir para você, mas Meg está aqui no hospital. Parece que ela teve uma recaída de dor, mas pode ficar tranqüilo que agora ela já esta melhor, pois já está medicada e descansando. - Tudo bem, eu já estou indo aí ok? - Ok, eu fico te aguardando. Ah Nick, quando você chegar na recepção peça para me


chamarem, não é todos que sabem que Meg está aqui conosco. - Pode ficar tranqüilo, até daqui a pouco. Nick trocou rapidamente de roupa e saiu apressado para o hospital. Agora alguém iria lhe contar o que de errado havia naquela história, pois ele acreditava que não era simplesmente uma dor de cabeça devido ao ver como ela sofria quando a dor acatava e ele tinha um pressentimento de que não se resumia apenas a uma dor. Com esses pensamentos, Nick ia voando pelas ruas até chegar no hospital. Michel logo foi informado que tinha uma pessoa na recepção chamando por ele, se dirigindo até lá encontrou Nick. Ele estava visivelmente pálido, parecendo que não estava muito à vontade de estar ali. - Como vai Nick? Perguntou Michel lhe estendendo a mão. - Bem e você? Respondeu lhe devolvendo o aperto de mão. - Vamos até a minha sala, sim? Convidou Michel. - Claro. Disse acompanhando o médico pelo corredor. - Me parece que você não se sente muito à vontade em hospital não é verdade? - É. Para falar a verdade, eu não tenho boas recordações. - Entendo. - E então? Como Meg está? - Bem! Como eu lhe disse no telefone, agora que ela está medicada está melhor, mas só vamos ter certeza mesmo quando ela acordar e nos dizer como se sente. - Michel seja sincero comigo. Alguma coisa me diz que isso não se resume a apenas a uma dor de cabeça, é algo mais que isso não é? Perguntou Nick. Michel olhava para Nick tentando ganhar algum tempo para poder bolar uma resposta convincente, mas ao mesmo tempo ele sentia que dessa vez era melhor dizer a verdade. - Olha Nick, eu teria o maior prazer em lhe esclarecer tudo, mas existe um código de ética entre médico e paciente e eu realmente sem a autorização dela não posso lhe dizer nada... - Mas uma coisa eu posso lhe contar, se você realmente se importa com ela, então permaneça ao seu lado, pois ela vai precisar de toda força que pudermos lhe dar. Nick sentiu o estômago embrulhar, pelo jeito o negócio era mais sério do que ele imaginava.

- Então e mais sério do que eu estava prevendo...Comentou Nick afundando na cadeira. Eles foram interrompidos pelo barulho do telefone, e ao atender Michel disse a Nick: - Meg já acordou, eu vou ver como ela esta e já peço para uma enfermeira lhe chamar ok? Ok. Era só que Nick conseguiu dizer. Meu Deus, já não bastava o sofrimento que ele havia tido e agora que ele achava que havia acabado, começou tudo de novo? Será que era algum tipo de provação? Será que ele estava marcado para não ser feliz? Mas tratou de afastar aqueles pensamentos, pois ele nem sabia o que ela tinha e também não estava na hora de perder a cabeça. Mas alguma coisa lhe dizia para esperar o pior. - E então? Como você está se sentindo? Perguntou Michel assim que entrou no quarto onde Meg estava. - Em primeiro lugar estou feliz que a dor tenha passado. - Segundo: Irritada por mais uma vez estar aqui e terceiro agradecida por você ter cuidado de mim, obrigada. - Eu já te falei que não precisa me agradecer por nada. Eu vou fazer alguns exames, você sabe aqueles de rotina... - Ah é! Aqueles que eu adoro fazer. Respondeu sorrindo. - Ainda bem que você está de bom humor, assim vai ser mais fácil. - Eu quase ia me esquecendo, Nick está na minha sala esperando para poder lhe ver. Eu posso pedir para chamarem ele ou não? Michel olhava fixamente para Meg esperando uma resposta. - Nick está aqui? - Sim! Está na minha sala. Ele ligou em seu celular e aí eu atendi e quando dei por mim ele já estava vindo para cá, igual àquela primeira vez, você se lembra? - Sim eu me lembro. Mas claro, pode deixar que ele entre. - Antes eu quero te falar uma coisa. Começou Michel. - Você já pensou na possibilidade de contar para ele? Sei lá, ele me parece ser uma boa pessoa. Meg olhava para Michel como que tentando entender o que ele estava falando. Sim, talvez estivesse na hora mesmo de conversar com Nick, pois ela também sentia


que ele gostava muito dela e que o relacionamento deles estava se tornando mais sério do que ela imaginava, com isso, respondeu para Michel: - Sim. Eu acho que você tem razão, eu vou conversar com ele, não sei se será hoje, mas eu vou falar com ele, está bem? - Como você quiser, eu já vou chamá-lo. Dizendo isso, Michel saiu do quarto não dando tempo de ver o olhar assustado de Meg. “Meu Deus”! Isso seria muito mais difícil do que ela jamais poderia imaginar, mas também quem mandou ela deixar que essa relação ficasse assim tão séeria? Mal acabou os pensamentos quando a porta se abriu e Nick entrou. “Nossa”! Como tinha sentido saudade dele. Como sempre estava lindo. Camiseta, calça jeans colada ao corpo. E que corpo, só de lembrar ela deixou escapar um suspiro. Quando Nick viu Meg deitada naquela cama, teve uma má impressão, mas focou seu olhar em seu rosto que parecia estar sorrindo para ele. Estava morrendo de saudades dela, da sua boca, do seu belo corpo. Chegando perto, ele lhe beijou os lábios e a olhou no fundo dos olhos dizendo: - Como você está? Perguntou visivelmente preocupado. - Agora eu estou melhor ainda. Respondeu ela sorrindo para ele. - Eu acho melhor ficar o tempo todo ao seu lado, assim você não me dá esses sustos e eu posso cuidar de você, o que você acha? Perguntou ele querendo brincar um pouco para descontrair o ambiente, mas ao mesmo tempo suas palavras saíram muito sérias. - Desculpe-me pelo susto. Falou ela meio sem jeito. - E você não precisa cuidar de mim, pois eu já sou bastante crescidinha, posso tomar conta de mim mesma. - Meg me desculpe, eu sei que você já é crescida e pode tomar conta de você mesma, mas geralmente é o que dizemos às pessoas que são importantes. - E você é muito importante para mim. - Lembre-se que você me elegeu o seu anjo da guarda, se lembra disso? Perguntou ele dando um sorriso para ela. Meg olhou bem para Nick e se deu conta que ele estava mesmo sendo sincero e o duro é que ele também era muito importante para ela, sendo assim resolveu dizer:

- Olha Nick. Você também é muito importante para mim e quero me desculpar por agora a pouco, é que está acontecendo tudo tão depressa que eu já não estou falando nada com nada... Ela tentava conversar com ele, mas não sabia como... Nick podia notar a confusão de seus pensamentos, parecia que ela queria lhe dizer alguma coisa, mas não conseguia. Será que ela iria terminar com ele? Ou iria pedir um tempo para poder refrescar as idéias. Antes que ela pudesse dizer alguma coisa ele falou: - Meg, eu não quero me intrometer na sua vida. E concordo com você que tudo está acontecendo rápido demais. - Mas é que quando eu estou com você, não consigo ir devagar, entende? Eu te acho linda, inteligente, divertida... Enquanto dizia isso ele ia dando pequenos beijos nela... - Olha. Disse ela. Eu acho melhor a gente deixar essa conversa para um outro lugar, você não concorda? Perguntou sentindo o corpo em chamas. - É, eu também acho. Respondeu ele dando um pequeno suspiro. Realmente se Meg não o tivesse parado ele seria capaz de fazer amor com ela ali mesmo, pois já fazia tanto tempo. - E então? Já está se preparando para o nosso encontro? Como ela fez uma cara de quem não estava entendendo, ele falou: - O convite que eu fiz para você vir comigo na casa de meus pais, está lembrada? Ah, sim. Para falar a verdade eu me lembrei agora. Sim eu não vejo a hora. Michel bateu na porta e entrou, Meg foi logo perguntando: - Então? Eu já posso ir embora? Pois eu estou me sentindo muito bem. - Ainda não, pois tem alguns exames que ainda não ficaram prontos e eu gostaria primeiro de checar esses exames antes de liberá-la. - Nick, eu receio de que ela vai sair daqui só à noite. - Bom nesse caso eu vou trabalhar e depois eu passo aqui, tudo bem para você? Disse olhando para Meg que lhe acenou com a cabeça que sim. - Então até mais. Se despediu lhe dando um beijo nos lábios. Qualquer coisa por favor, me liga, sim?


Disse antes de sair da sala para Michel. - Vamos lá Michel, você não conseguiu me convencer com essa conversa de exames, os resultados já saíram não é? E você não queria falar nada na frente do Nick, não é isso? - Sim, você está certa Meg. Eu queria conversar com você em particular. Disse Michel sentando ao seu lado na cama. - Meg, os resultados já saíram e eu posso afirmar que não são nada positivos. Disse pegando uma de suas mãos. - Os resultados mostraram que a sua lesão aumentou e por isso vamos ter que aumentar a dosagem de remédios para a dor. - Você terá que ficar em observação por alguns dias, e sugiro que não vá trabalhar por um tempo, até nós podermos ver qual vai ser a reação que seu organismo terá sobre o remédio. Geralmente Michel não gostava de dar aquele tipo de parecer a ninguém, mas com Meg era pior ainda. Ele se sentia como se tivessem lhe cortando o coração. Como ele rezava todas as noites para que Deus pudesse lhe dar uma idéia de como ajudar Meg... Nossa Denise iria ficar desolada...Pensava ele. - Bem, então o que você está querendo dizer é que terei que ficar longe do meu trabalho. - A única coisa que ainda tenho prazer em fazer, para me dedicar a mais um inferno de baterias de remédios. Falava Meg desolada. - Eu estou cansada de tudo isso Michel. - Desculpe-me Meg. Eu queria tanto poder fazer algo mais, só que eu não vejo outra solução a não ser operação. - Mas o ruim é que seria um tiro no escuro. Todas as pesquisas em que eu fui atrás, não são muitos claras quanto á isso. - Olha Michel, eu preciso de tempo para pensar sobre isso ok? Eu não sei se vou continuar com esse tratamento, no momento eu não sei de mais nada. Dizia ela chorando cabisbaixa. Michel a abraçou sentindo a emoção tomar conta dele também. Sentindo as lágrimas nos olhos, não conseguia pensar em nada para confortá-la. O que se dizia para alguém tão jovem, tão bonita e de um coração tão bom nessa hora? - Eu sinto muito mesmo Meg. Eu sinto que falhei com você.

- Mas não perca a fé. Olha, todas as noites eu rezo para que eu possa te ajudar de algum jeito, e acredito que vou ter uma resposta o mais breve possível. - Então eu te peço que não desista agora, sim? Ao ouvir aquelas palavras, Meg se deu conta de que Michel também estava sofrendo, pior ainda, estava se sentindo um fracassado por não ter como ajudá-la. - Pode parar de falar bobagens Michel. Eu sei que você está fazendo de tudo para me ajudar, e eu não admito que você pense assim entendeu? - Afinal de contas, nós sabíamos desde o começo que essa seria uma batalha exaustiva. - Eu só não imaginava que fosse durar tanto tempo. - Acho que está na hora de ter aquela conversa com o Nick. - E então? Eu estou liberada? - Sim. Eu já te dei uma dose maior do remédio, então, por favor, se você sentir alguma coisa me chama o mais rápido possível. Falou Michel. - Pode deixar. Disse Meg desanimada. Meg saiu do hospital indo direto para seu apartamento, não tinha vontade de fazer nada aquele dia. Pegou o telefone e ligou para Nick lhe pedindo que fosse até lá à noite, mas que ela não poderia falar nada agora, pois estava com dor e gostaria de descansar um pouco. Desligou o telefone e foi direto para cama chorar. Chorou como há muito tempo ela não chorava. Nick percebeu que Meg estava estranha, sua voz estava diferente no telefone, parecia até que ela estava sedada. Será que era efeito do remédio? Só à noite ele iria descobrir o motivo. Meg acordou no escuro do seu quarto, olhou no relógio e descobriu que tinha dormido demais. Logo Nick estaria ali e ela não queria que ele há visse daquele jeito, foi tomar um banho para ver se conseguia se sentir melhor. Nick não sabia porque, mas estava nervoso, algo lhe dizia que alguma coisa iria acontecer naquela noite ele só não sabia dizer o que. Sendo assim ele subiu no elevador apreensivo rumo ao apartamento de Meg.


Quando Meg abriu a porta, ele notou os olhos um pouco inchados, lhe deu um beijo e perguntou? - Você está bem? - Mais ou menos. Michel aumentou a dose do remédio, então estou me sentindo meio grogue. - Você já jantou? Perguntou Nick. - Não. Eu não estou com fome e você? - Eu comi alguma coisa antes de sair de casa. Disse ele não desgrudando o olhar de seu rosto. Desde que estavam juntos, essa era a primeira vez que Meg se sentia desconfortável na presença dele. Estava com vontade de mandar ele ir embora, mas no fundo, sabia que aquilo que ela estava sentindo era uma reação aos seus sentimentos internos, ou seja, como ela havia tido uma notícia ruim, automaticamente seu cérebro provocava aquela reação de mágoa, de querer afastar as pessoas ou de chorar o tempo todo. Graças a anos de terapia hoje ela conseguia detectar aqueles sentimentos negativos. Olhou para Nick e falou: - Nick, nós temos que conversar. - É eu sei. Respondeu ele. - Sabe? - Sim. Olha Meg. Eu sei que tudo esta indo rápido demais entre nós, então eu acho que já está na hora de sabermos um pouco mais da vida um do outro. Eu vou começar por mim ok? Nick a pegou pelas mãos e a puxou fazendo com que se sentasse perto dele no sofá. - Você se lembra de quando você foi até minha casa e viu algumas fotos da minha família? Ela respondeu que sim com a cabeça. - Então. Só está faltando uma foto da minha família. - A da sua esposa. Respondeu Meg se lembrando. - Exato. Mas corrigindo é minha exesposa, eu não te disse, mas eu sou viúvo. Continuando, minha esposa faleceu há algum tempo... - Há exatamente três anos e dois meses. - Nós íamos fazer cinco anos de casados quando ela sofreu um acidente de carro, ela ficou por algum tempo em coma... Enquanto falava, Nick andava pelo apartamento de Meg que o olhava estarrecida.

Mais essa! Pensava Meg. Por isso que ele nunca falou da esposa. Ela sabia na pele o que era ver a pessoa que você mais ama deitada em uma cama sem você poder fazer nada para ajudar e em um dia sem avisar, você não tem mais que ajudar porque ela já foi embora sem que pudesse ao menos se despedir. - Era véspera de feriado, tínhamos combinado de ir visitar os pais dela que moram em um rancho não muito longe da cidade, mas como eu ainda tinha que trabalhar naquele dia, ela decidiu que iria à frente e eu iria logo depois que saísse do trabalho... Ele fez uma pausa, como se quisesse recuperar o fôlego... - Eu já estava saindo do escritório quando meu celular tocou, foi o pior dia da minha vida. - Era o pai dela pedindo para eu ir para lá o mais rápido possível, pois o carro em que ela estava havia batido em um barranco, segundo algumas testemunhas, um animal atravessou a pista fazendo com que ela tentasse desviar para não bater em outros carros, ela perdeu a direção indo se chocar contra o barranco. Naquele momento Nick sentia uma necessidade enorme de por tudo aquilo para fora. Com os olhos cheios de lágrimas ele continuou: - Quando eu cheguei ao hospital, me deparei com os pais dela que me olhavam com tristeza. Fez uma pausa. - Ela teve traumatismo craniano e os médicos não sabiam se ela um dia voltaria a acordar. Mas eles diziam que nós não poderíamos perder a fé, porque havia casos em que as pessoas voltavam a si depois de um certo período de tempo. - Sendo assim, eu fiquei ao seu lado no hospital esperando que esse dia chegasse logo, mas foi em vão. - Cada dia que passava eu ia perdendo a fé, à vontade de trabalhar, á vontade até de continuar vivendo, pois lá no fundo eu me sentia... - Culpado...Soltou Meg. - Sim! Eu me sentia culpado porque eu não estava ali com ela, porque se eu estivesse talvez pudesse ter visto o animal e a tivesse alertado do perigo. Depois de muito tempo de terapia eu pude parar de me culpar e continuar seguindo em frente. - É, eu conheço essa sensação. - Só o tempo pode te curar, o difícil é esperar que o tempo passe sem você se sentir culpado.


- Eu perdi os meus pais há uns dez anos e ainda convivo com essa sensação não importa o que eu faça. Declarou Meg. - Eu sinto muito. Falou com pesar Nick. - Eu também sinto pela sua esposa. Respondeu Meg. Mas que reviravolta. Não era à toa que eles tinham muito em comum, ambos sofreram perdas muito amadas no passado. Por isso essa ligação que tinha um com o outro, pois ela ainda continuava sofrendo. Então ela tomou uma decisão, pois não poderia ter mais um motivo para sofrer ou fazer alguém sofrer. - Nick eu sei que você sofreu muito com a morte de sua esposa e que você demorou muito para dar a volta por cima, mas eu acho melhor a gente parar por aqui o nosso relacionamento. - Digo nosso relacionamento pessoal, pois eu ainda sou muito jovem para me dedicar assim à vida amorosa sabe? Ela falava com medo de encará-lo, pois se ela o encarasse ele iria perceber em como ela estava mentindo. Ela tinha vontade mesmo era de tomar ele em seus braços e confortá-lo, mostrar todo o carinho, todo o amor que sentia por ele, mas ela não faria, ela o amava demais para faze-lo passar por aquilo novamente. Nick escutava uma voz lá dentro dele que dizia: “ Eu não te falei que iria acontecer alguma coisa”? Ele sentia seu estômago embrulhando, pegando Meg pelos ombros perguntou? - Mas o que você está falando Meg? - Eu estou falando para a gente terminar isso tudo, pois estou sentindo que está ficando muito sério, e eu realmente não estou preparada para assumir nada tão sério assim agora. - Então vamos aproveitar que não tenhamos planejado nada ainda e vamos viver cada um a sua vida. Falou ela num fôlego só. - Você tem certeza disso Meg? Você quer realmente que a gente pare de se encontrar? Nick estava desolado, mais uma vez ele estava se sentindo um trapo. - Sim. É isso o que eu quero. Respondeu ela se afastando dele. Nick ficou um tempo sem poder se mover. Esperava lá no fundo que ela voltasse atrás, mas como ela não disse nada,

lentamente ele foi até ela e deu um beijo em seus lábios como que com esse gesto ele fizesse desaparecer todas aquelas palavras que havia sido dita agora há pouco. Meg sentiu todo seu corpo chamar por Nick, mas ela não poderia deixá-lo sofrer desse jeito, e só Deus sabia o que era ter esse sofrimento no coração. Então reunindo as últimas forças que ainda lhe restavam, o empurrou gentilmente. Foi aí que notou que seus olhos estavam cheios de lágrimas que ele tentava conter. - Se é assim que você quer, então adeus Meg. Falou ele se afastando em direção a porta. Quando a porta se fechou, Meg desabou no sofá e sentindo as lágrimas virem com força, fazendo com que soluçasse como uma criança. Encolhida no sofá tentava se convencer de que havia agido certo, mas pela dor que sentia em seu coração achava que tinha feito a escolha errada. Nick não sabia o que fazer. Como um robô entrou no carro e saiu dirigindo sem rumo. Ainda não conseguia entender o que tinha acontecido ali. No primeiro momento ele estava lhe abrindo a alma e logo depois eles estavam se despedindo. Mas que droga! Ele não devia ter desistido dela assim tão fácil, talvez fosse só o efeito do remédio que ela estava agindo daquela maneira. Talvez quando ela se acalmasse, eles poderiam conversar de novo e ela veria que estava errada em terminar com ele. Droga! E agora? O que ele iria fazer? Já passava das dez da manhã, quando Nick acordou. Estava deitado no sofá da sua sala com uma garrafa vazia de vinho na mão. Aos poucos começava a se lembrar das cenas da noite anterior. Fechou os olhos tentando fazer com que tudo fosse apagado de sua mente, mas foi em vão, pois além de não apagar os episódios da noite anterior só fazia aumentar sua dor de cabeça. Decidiu então se levantar e tentar chegar até o banheiro para tomar um banho. Quando passou pelo espelho pode notar a sua fisionomia, barba por fazer, estava com cara de quem bebeu a noite inteira.


Ficou alguns minutos se olhando, até que começou a ter alguns flashes da noite anterior. Fechando os olhos, tentava se concentrar nas imagens que apareciam, até que se lembrou da fatal conversa que tivera com Meg. Não sabia dizer, mas alguma coisa lhe dizia que algo mais uma vez estava muito errado, afinal quando ele chegou no apartamento de Meg, sentia que ela finalmente iria se abrir com ele em relação ao que estava acontecendo com ela. Mas como ele só ficou falando dele, ela não teve tempo de se abrir, desconfiava de que não era sobre terminar o namoro que ela queria lhe dizer. Tomou banho o mais que depressa e resolveu que hoje mesmo resolveria tudo o que tinha para resolver e foi resando para que sua intuição estivesse realmente certa, pois ele tinha certeza que Meg o amava e ela só terminou com ele por um outro motivo, mas ele não sabia qual. Então só havia uma pessoa que poderia lhe dizer. Michel estava em sua sala no hospital, quando foi chamado até a recepção, pois tinha uma pessoa querendo lhe falar. Para sua surpresa se deparou com Nick andando de um lado para outro na sala parecendo um leão enjaulado, quando ele viu Michel, foi logo se aproximando e perguntou? - Mas o que diabos você colocou no remédio da Meg? - Porque, aconteceu alguma coisa com ela? Perguntou Michel assustado. - Primeiro me responda minha pergunta, o que você colocou no remédio dela? - Eu não coloquei nada. - A única coisa que eu fiz foi aumentar um pouco a dose do remédio. Mas eu lhe avisei que se algo acontecesse era para ela me ligar. - E falando nisso, aconteceu alguma coisa com ela? - Sim. Quero dizer não, quero dizer... Ele ficou meio sem jeito. - Será que a gente não poderia ir parar outro lugar para conversar? Pois eu acho que estou começando a perder o juízo. Pelo jeito estava mesmo. Pensou Michel. Pois o pouco tempo em que conhecia Nick, ele jamais o tinha visto daquele jeito.

Parecia perdido, desorientado e estava com cara de quem passou a noite bebendo. - É claro que sim, vamos até a minha sala. Disse Michel. Chegando na sala de Michel, Nick afundou na cadeira próxima a mesa e ficou lá olhando para o chão. - Olha! Chega de mistério que você já esta me deixando preocupado, afinal o que aconteceu com você? Perguntou o Dr. a Nick. Suspirando fundo, Nick respondeu. - Ontem eu fui até o apartamento de Meg e não sei o que aconteceu, mas quando eu dei por mim ela estava terminando comigo. - Eu estava rezando para que fosse efeito do remédio, ou será que foi o fato de eu ter me desabafado com ela? Disse Nick, não percebendo a cara de espanto de Michel. - Será que você poderia ser mais específico? Pois eu não estou entendendo nada. Declarou Michel, mas já esperando o pior. - Certo, deixa-me ver se eu consigo me lembrar direito. Sabe, é efeito da ressaca. Se desculpou Nick. Michel deu uma risada para encorajá-lo. - Você não é o último e nem será o único a ter uma noite de bebedeira, mas vamos lá, me conta o que aconteceu exatamente. - Como eu disse eu fui até o apartamento de Meg. Eu estava com a impressão de que ela iria me falar alguma coisa, mas daí eu comecei a falar da minha exesposa e acho que ela se sentiu culpada do meu sofrimento. - Sei lá, sabe. Eu já não estou entendendo nada. - Ex-esposa? Então você já foi casado? Quis saber Michel. - Sim, para falar a verdade eu sou viúvo, minha esposa faleceu a uns três anos atrás em um acidente de carro. - E você falou isso para Meg? - Sim, eu falei, porque? Perguntou Nick encarando Michel. - Escuta! Essa é uma passagem da minha vida que me marcou muito entendeu? Mas está lá no passado, não tem nada a ver com ela. - Tem muito mais do que você pensa meu caro amigo. Declarou Michel. -Eu quero que você me diga exatamente tudo o que disse a ela. Disse


Michel puxando uma poltrona e se sentando bem em frente á Nick. E Nick começou a falar. Ia saindo aos poucos, pois a cabeça às vezes doía muito, fazendo inclusive Michel lhe oferecer um remédio para dor. Então conforme Nick ia falando Michel ia imaginando Meg recebendo aquela notícia. Estava claro que ela teria contado a Nick sobre a sua doença, mas por incrível que pareça, quando ela ia fazer isso, ele lhe despejava essa verdadeira bomba em seus braços e conhecendo Meg o jeito que conhecia, sabia que ela jamais faria uma pessoa sofrer, nem que para isso ela tivesse que sofrer sozinha. - Olha Nick. Eu vou lhe contar tudo sobre a Meg e se no final dessa história você achar que não quer ficar com ela, eu vou entender e aí vamos fazer de conta que nunca tivemos essa conversa, assim ela não vai sofrer mais ok? Ok. Foi a única coisa em que ele pode falar. Quando eu conheci Meg, ela deveria ter mais ou menos uns vinte e poucos anos, foi quando ela veio me procurar devido as suas dores de cabeça. - Naquela época eu não tinha muito vamos dizer “crédito na praça” como médico, para ser sincero eu estava bastante enrolado em um processo que um hospital havia montado contra mim. - Como eu ainda era um pouco inexperiente na profissão e tinha muita sede em aprender eu vivia basicamente dentro do hospital. Quase não via a minha esposa, pois às vezes eu passava dias no hospital, eu tinha até uma cama reservada em um dos quartos. - Bem, foi quando eu a conheci. - Um dia eu estava em casa, pois com o processo correndo eu não podia exercer a medicina, então eu ficava em casa fazendo pesquisas quando um dia ela chegou querendo que eu a medicasse, pois em uma pesquisa que ela mesma tinha feito, ela descobriu que eu tinha condição de ajudá-la, aí eu disse a ela que no momento eu não poderia pois não estava podendo exercer a medicina, aí ela me disse: - Você é realmente culpado tanto quanto dizem? - Eu levei o maior susto, porque quase ninguém sabia do ocorrido, então eu falei: - O que foi que te disseram? Novamente ela disse:

- Primeiro me responda, você é realmente culpado? - Não! Respondi. Eu não sou culpado. - Então não importa o que me disseram sobre você. Ela respondeu. - É bem do feitio dela. Falou Nick. - É sim. Concordou Michel sorrindo. - Bom, ela me pediu para relatar tudo o que havia acontecido comigo. Ela perguntou se eu estivesse podendo medicar se eu pegava o caso dela, eu disse que sim. Então foi aí que tudo mudou, no outro dia já estava em minha porta dois advogados em nome dela para me ajudar a recuperar a minha licença que eu já estava quase perdendo. - E então eu comecei a relatar todo procedimento que tinha causado tudo aquilo, e que eu não tinha nada a ver com o tráfego de órgãos que alguns “amigos” tinham armado para mim, lógico que os advogados foram fundo e descobriram que muitas das minhas assinaturas que apareciam em alguns documentos foram falsificadas. - E assim eu ganhei a questão e também um belo processo contra o hospital, que mesmo eu afirmando que não tinha nada a ver com aquilo, teimavam em me colocar no rolo sem nem mesmo eu ter a chance de me defender. Ele se levantou para tomar um pouco de água, dando um tempo para Nick digerir aquela nova informação. Nick estava comovido pela aquela história. Agora ele entendia o motivo de Michel se preocupar tanto com ela. -Então, continuando. Logo depois que eu consegui a minha licença, ela veio até mim com os exames e me pediu para examinála. Ele fez uma pausa e continuou. - Ela me contou a sua história. Ela tinha dezessete para dezoito anos quando em uma viagem que estava fazendo com os pais, o carro em que eles estavam capotou na pista... - Mas ela já me contou isso. - Mas ela não te contou toda a história. Disse Michel. - O pai dela morreu na hora e a mãe ficou na UTI por alguns meses. - Meg quase não sofreu nada físico, mas por dentro foi pior, pois ela bateu várias vezes a cabeça, fazendo com que seu cérebro ficasse inchado por algum tempo. - Mas logo depois ele começou a desinchar e apareceu um tipo de coágulo que infelizmente está localizado em um lugar do cérebro que ninguém nunca mexeu...


Ele parou de falar ao ver que Nick estava ficando pálido, Nick levantou e foi correndo ao banheiro vomitar. Agora não era mais só a sua cabeça que doía, mas o seu corpo todo. Assim que terminou, ele passou um pouco de água pelo rosto e voltou se sentar na cadeira. -Meu Deus. Disse ele colocando a cabeça entre as mãos. - E a mãe dela? Quis saber ele. -A mãe dela ficou algum tempo internada, mas um dia ela simplesmente parou de respirar. - Eu nunca vi uma pessoa tão desesperada em minha vida, e ainda por cima ela se sentia culpada porque pediu ao pai que passasse em uma loja, pois queria comprar um presente para levar para a governanta que tomava conta dela desde que ela era bebê e por esse motivo eles desviaram o caminho. - Foram muitos anos de terapia, até que ela resolveu comprar esse hospital e me deixar encarregado em descobrir como se curar esse tipo de coágulo, não só dela, mas de todos que tivessem. - Mas até agora a única coisa em que tivemos sucesso foi nesse remédio que ela usa. - Sabe. Ela é uma daquelas pessoas em que você faz de tudo para que não a veja sofrendo. - Imagina uma garota de uma hora para outra não ter ninguém com quem contar? Não ter ninguém para dar apoio ou uma palavra de consolo? - Você vai me desculpar o que vou dizer, mas quando você perdeu a sua esposa, você tinha a quem recorrer não tinha? - Agora imagina ela sem ninguém por perto e ainda por cima, com essas dores que não a deixam esquecer daquele terrível acidente. - Ao longo dos anos, Meg tentou seguir adiante com a sua vida. Uma vez ela começou a namorar um rapaz que havia conhecido em um jantar de negócios, quando tudo parecia que ia bem ela resolveu lhe contar da sua vida, imediatamente ele quis casar com ela alegando que tomaria conta dela, pois a amava muito. - Até que um dia ela descobriu que ele a estava traindo com uma outra garota e que já estava dando como certo o fato de Meg morrer e ele ficar com toda a sua fortuna. Bom resumindo, ela terminou tudo com ele e se afundou no trabalho que era a única coisa que a fazia se sentir bem e esquecer da sua vida particular.

- Sendo assim a partir daquele dia, eu comecei a tomar conta dela como se fosse da família, eu juntamente com a minha esposa e também a Wanda, a secretária dela. - Hoje nós fazemos de tudo para protegê-la e pelo que eu saiba ela nunca mais falou de sua vida para ninguém, até agora. - Ontem quando ela saiu daqui do hospital ela me disse que já estava na hora de você saber de toda a sua história, e conhecendo Meg como eu conheço, eu posso te garantir que ela só terminou com você para te proteger de mais um sofrimento que possa ter se ficar com ela. - E você pode ter certeza que ela te ama, se não, ela não teria tomado essa atitude. - Agora meu caro é com você. Disse Michel. - Você está preparado para passar por tudo isso de novo? - Será que você a ama o suficiente para lhe dar o apoio que ela tanto precisa nessa hora? - Agora, se você não puder lidar com isso eu vou entender. Então como eu disse antes é melhor você não falar nada e deixar assim como está, pelo menos ela não vai sofrer tanto. Nick não conseguia pensar em nada, a não ser em todo o sofrimento que passou com a sua esposa e o tempo em que ele ficou deprimido arrumando coragem para poder tocar a vida para frente. Ainda bem que ele pode contar com a família e alguns amigos. Mas já Meg não teve esse apoio que as pessoas tanto precisam nesta hora da vida, como ela deve ter sofrido. Michel rezava para que tivesse tomado a decisão certa. Mas ele achava que Nick agora sabendo o verdadeiro motivo da decisão de Meg, poderia tomar a decisão baseado em fatos e sentimentos. Nick levantou da cadeira como se estivesse carregando o mundo nas costas, mas ao mesmo tempo, ele estava aliviado por saber que Meg não havia terminado com ele porque não gostava dele e sim para lhe proteger de algum sofrimento. Isso deu a ele uma nova visão dos acontecimentos, agora ele tinha certeza que poderia ajudá-la a superar aquela fase ruim, e ele rezava para que fosse só uma fase ruim da vida de Meg. - Olha Michel. Eu lhe agradeço pelo voto de confiança que você teve comigo e eu quero lhe dizer que pode contar comigo para ajudar Meg no que for preciso.


- Então quer dizer que você está disposto em passar por tudo isso de novo? - Eu não vou passar por isso de novo porque alguma coisa me diz que eu e Meg vamos ter uma bela vida juntos. - E se ela não me quiser como namorado, então ela vai ter que me aceitar como amigo, pois eu não vou deixá-la justamente nessa hora em que ela mais precisa de apoio. Respondeu Nick se emocionando. - Nick, eu não sei como lhe agradecer. - Vocês realmente merecem ficar juntos e com o seu apoio eu sei que ela vai ter um motivo a mais para lutar pela vida. Dizendo isso Michel deu um abraço afetuoso em Nick. - Eu queria te dizer que vai ser fácil você fazer a Meg entender. Mas acredite! Ela é um osso duro de roer, quando coloca alguma coisa na cabeça e muito difícil ela voltar atrás. - Então boa sorte. - Então vai ser uma briga boa, porque quando eu coloco uma coisa na cabeça também não costumo voltar muito atrás não, sabe? - Eu vou querer assistir tudo de camarote. Respondeu Michel sorrindo. Nick saiu do hospital tão aliviado que nem tinha notado que ainda estava com dor de cabeça, mas assim mesmo decidiu ir direto ao apartamento de Meg e ter uma bela conversa com ela. Quando chegou no hotel, logo na recepção ele foi informado que ela não estava. Ela havia saído de manhã e pelo jeito não iria retornar tão cedo, pois ela saiu com uma pequena mala e avisou que “ficaria fora alguns dias”. Ficou preocupado ao pensar nela sozinha por aí sem ninguém, pegou o telefone e ligou para Michel: - Alô Michel? É o Nick. Eu estou aqui no hotel, mas fui informado de que Meg saiu dizendo que ficaria fora alguns dias, mas eu não tenho idéia de onde eu possa acha-la, será que você tem algum palpite? - Eu acho que sim. Olha, ela tem uma casa de praia que fica fora da cidade, ela só vai para lá quando está meio pra baixo. - Ok, então me explica o caminho que eu vou para lá agora. Michel lhe forneceu todos os detalhes e Nick mais que depressa foi seguindo a risca. No caminho ia pensando que parecia que sua vida tinha voltado para o

passado, era como se ele tivesse que passar por tudo aquilo de novo. Pois entre tantas mulheres na cidade ele foi se apaixonar por uma que o faria lembrar do seu passado com tanta intensidade. Mas como ele disse para Michel, tinha uma quase certeza que desta vez seria diferente e que dessa vez ele poderia ser feliz. Como Michel lhe havia explicado, logo ele avistou um grande muro com um portão onde não se conseguia ver o que tinha atrás dele. Nick parou seu carro na guarita e disse para o porteiro que ele estava ali para falar com Meg, ficou esperando torcendo para que Meg estivesse ali. Enquanto o rapaz confirmava se ele poderia entrar, Nick ficou olhando a imponência daquela estrutura. O muro era altíssimo, com várias câmeras de vigilância espalhadas por ele e cerca elétrica. Logo foi informado de que poderia entrar, o porteiro lhe ensinou o caminho e abriu o portão para que ele pudesse passar com seu carro. Ao entrar, Nick assoviou ao admirar as belas casas que ali estavam construídas, parecia aquelas casas de artistas. Foi admirando e prestando atenção no caminho. A casa de Meg basicamente era a última da rua, como todas as outras ela não tinha muro, mas tinha um enorme jardim que a rodeava toda. Sua mãe iria adorar aquele jardim porque ela adorava flores, e por pensar em sua mãe foi que ele lembrou da festa de seu sobrinho que estava marcada para aquele sábado. “Nossa tinha esquecido completamente”, não poderia esquecer de comprar um presente para ele. Nick desceu do carro e tocou a campainha, a porta foi aberta por um senhor que fazia ele se lembrar de seu pai, sorrindo ele disse: - Boa tarde, o senhor deve ser o Sr. Nick? Muito prazer, eu vou leva-lo ate a senhorita Meg, disse mostrando que ele devia segui-lo. Nick entrou na casa espantado com toda aquela beleza. Só agora é que ele fazia idéia de que Meg era realmente muito rica, pois tudo estava decorado com muito bom gosto.


A cada cômodo que ele passava ficava mais admirado. “Nossa ela não aparenta ser uma pessoa tão rica assim”. Pensava ele. Logo chegaram na parte de traz da casa, onde de fato era a mais linda paisagem que ele via até aquele dia. O mar estava literalmente ali aos seus olhos, lindo, majestoso, de um azul incrível e de outro lado uma espécie de píer para acatrar um barco razoavelmente grande. Ao longe, Nick pode notar que Meg estava sentada bem na ponta da ponte que ficava o píer. Sentindo o coração bater mais forte, decidiu ir até lá falar com ela. Meg estava pensando em como a vida estava sendo dura com ela, será que era alguma coisa que tinha feito em outra vida e estavam descontando agora? Ela não sabia se acreditava ou não em outra vida, mas sentia que havia algo mais além de céu e inferno. Justo agora que ela havia se apaixonado por um homem que se importava com ela, não pelo o que ela tinha, mas por ela como pessoa? Ele já tinha essa bagagem na vida e ela não permitiria que ele passasse por tudo aquilo novamente. E agora ele estava vindo ao seu encontro. Será que ela iria conseguir resistir ao vê-lo de novo sem se jogar em seus braços e beijar aqueles lábios que tantas vezes a tinham deixado sem fôlego de tanta paixão? Com os pés na água, Meg nem notou que Nick se aproximava, ficou toda arrepiada ao ouvir a sua voz: - O dia está lindo, não é mesmo? Falou Nick. - Sim, está. Respondeu Meg olhando para cima. Ela não pode ver seu rosto, pois o sol estava atrapalhando a sua visão, prevendo isso, Nick se sentou ao seu lado com as pernas cruzadas se não, ele também molharia os sapatos. Agora sim Meg podia ver seu rosto. Ele estava sorrindo, as pequenas covinhas lhe marcavam o rosto fazendo com que ficasse mais charmoso ainda, mas havia algo em seus olhos que ela não conseguia decifrar. - Meg eu vim até aqui porque quero conversar com você sobre aquela nossa conversa. Disse Nick olhando direto em seus olhos. Meg não sabia o que dizer, pois tinha certeza que não iria conseguir mentir

para ele de novo, sendo assim ela disfarçou dizendo: - Eu não tenho mais nada para falar. Disse se levantando e entrando dentro da casa. - Mas eu tenho uma coisa muito importante para lhe falar. - Olha! Eu sei que você já passou por muita coisa na sua vida... - Você não sabe nem a metade. Disse ela melancólica. - Aí e que você se engana, pois fique sabendo que eu já sei tudo sobre você, do acidente, de seu estado de saúde, tudo... Falou ele com carinho. Meg fechou os olhos e tentou segurar as lágrimas, mas sem sucesso. - Então já deve saber que nunca dará certo entre nós, pois eu nunca deixaria ninguém sofrer por minha causa. - Eu só sei que eu te amo muito para deixá-la sofrendo sozinha e alguma coisa me diz que você vai sair dessa muito em breve. E quando isso acontecer eu quero estar ao seu lado. - Mas você não entende que eu não vou suportar ver você sofrendo por mim? - Mas eu já estou sofrendo Meg. - Você não percebeu o que eu acabei de dizer para você? - Eu disse que te amo e eu não vou te deixar porque eu sei que você me ama também e juntos podemos vencer isso. - É só você me deixar ajudá-la. Falou ele emocionado. É verdade eu também te amo. Falou ela já chorando de novo. - E é por isso que eu me nego a vê-lo sofrer. Eu não ia suportar entende? Falou ela em meio a soluços. Não agüentando mais, Nick a pegou pelos ombros e a abraçou, tentou colocar ali naquele abraço todo carinho, todo amor que ele sentia por aquela mulher de cabeça dura. E realmente Michel tinha razão, iria ser uma briga boa. Pensando nisso, Nick tentou mudar de tática, pois ele notou que ela estava perdendo o controle e não queria que ela passasse mal por causa dele. - Se você quer assim tudo bem Meg, eu não vou te forçar a nada apesar de achar que estamos perdendo tempo, mas tudo bem, eu vou fazer o que? Nós podemos continuar sendo amigos. Meg ergueu o rosto e olhou para ele desconfiada, porque ele tinha desistido assim tão fácil?


- Ta bom, agora eu não entendi, então quer dizer que está tudo bem? Você não vai mais tentar fazer eu mudar de idéia? - Não, mas se você mudar eu estarei aqui. - Além disso, nós temos um compromisso neste sábado esta lembrada? - Compromisso? - Ah, sim eu já tinha me esquecido. - Mas Nick não tem nada a ver eu ir com você, não acha? Perguntou ela meio desconfiada. - Não. E além do mais, eu já avisei para minha família que eu iria levar uma linda garota comigo. - É só você ligar e dizer que essa garota tem um compromisso e que ela lamenta muito, mas não pode ir. Disse ela saindo de seus braços. - É, mais isso seria uma mentira e como eu não gosto de mentir, muito menos para a minha família é melhor você ir. Disse ele sorrindo. - Mas nós terminamos lembra? - Nós não. Quem terminou comigo foi você e além do mais, nós ainda temos a nossa amizade ou até isso você que terminar comigo? Perguntou ele sério. - Mas como nós podemos ser amigos depois do que houve entre nós? - Olha! Eu só estou te pedindo para ir a uma festa comigo, vai ser bom para você dar uma espairecida, não acha? Meg olhava para ele desconfiada, como iria suportar ficar ao seu lado sem tocálo? Se ele estava fazendo um jogo, ela iria jogar só para ver onde que isso ia dar, então com um olhar confiante ela disse: - Quantos anos seu sobrinho está fazendo mesmo? Porque eu preciso comprar um presente para ele. Nick olhou para ela se divertindo com a situação, pois ele desconfiava que ela já sabia de seu plano de ficar junto dela. - Onze anos. Respondeu sorrindo. - Ok, então pode me pegar lá no hotel. - No hotel? Mas você não ia ficar aqui? - Ia sim, mas desisti da idéia. - Que bom, então até amanhã. Despediu ele. Meg ficou olhando enquanto ele saia, “amigos hem?” Quem ele estava tentando enganar com aquele papo de amigos? Pensando nisso ela chamou seu caseiro e lhe disse que iria embora aquela noite.

- Mas a senhora acabou de chegar. Aconteceu alguma coisa? Perguntou o caseiro preocupado. - Não se preocupe que não aconteceu nada de ruim, e só um jogo bobo que eu vou ter que ensinar alguém a jogar. O caseiro não entendeu nada daquela conversa, ele só reparou que ela estava mais animada do que quando havia chegado, talvez aquele rapaz tivesse alguma coisa a ver com isso. Tomara! Pensava ele, pois não gostava de ver sua patroa triste, pois ela era uma boa pessoa. Quando saiu da casa de Meg, Nick resolveu dar um pulo até a empresa, pois não havia ido trabalhar e precisava dar um parecer para Robert. Assim que chegou foi direto para sua sala que logo o mandou sentar a sua frente. - Robert eu sinto muito não ter vindo trabalhar é que aconteceram algumas coisas que me impediram de vir. Falou Nick com pesar. - Não tem problema, eu acho que você é o único aqui que deixa seu serviço adiantado. - E então você vai me contar o que houve entre você e Meg? Nick olhou para o amigo admirado pela sua perspicácia, mas como ele sabia que era alguma coisa com relação a Meg? - É por isso que eu te admiro sabia? - Eu faço o possível. Respondeu Robert sorrindo. - Bom, é que nós brigamos, ou para falar a verdade ela terminou comigo. - E o que você fez para fazer ela terminar com você? - Olha Robert, isso eu não posso te contar, mas pode ficar sossegado que eu jamais faria algo para magoá-la, ela que não está dando conta do que esta fazendo, mas eu vou faze-la enxergar isso, mais cedo ou mais tarde. - Mas você não disse que ela terminou com voce? - Exatamente isso, mas o detalhe é que eu ainda não terminei com ela. Disse ele piscando para o amigo. E relatou a história da festa que iriam juntos fazendo Robert rir muito... Nick ficou mais algum tempo conversando com Robert e depois foi embora para preparar tudo para o outro dia, quando recebeu um telefonema de Meg. - Nick, do que o seu sobrinho mais gosta? Eu estou aqui na loja e não consegui me decidir por nada.


- Bom ele gosta muito de vídeo game, você conhece algum jogo? Vídeo game? Excelente idéia obrigada. E desligou o telefone. Nick ficou olhando o telefone dele por alguns minutos sem entender o que havia acontecido, mas logo deu um pequeno sorriso, pois seu plano já estava começando a dar certo. O dia não poderia ter amanhecido melhor, Nick pulou cedo da cama, se barbeou, leu um jornal só não tomou café e foi direto para pegar Meg para enfim irem a festa. Meg também logo que o relógio despertou, pulou da cama, tomou um banho bem demorado, deu uma ultima olhada em sua bolsa para ver se não tinha esquecido nada, estava checando sua agenda que Wanda havia lhe mandado. Quando a campainha tocou, ela sabia que era Nick, pois já havia avisado na portaria que assim que ele chegasse era para deixa-lo subir, então foi abrir a porta. Uau! Pensou Meg, como ele estava lindo, camiseta azul que destacava seus olhos, bermuda caqui que deixava a mostra suas pernas bem torneadas e tênis. Simplesmente lindo. Que vontade de voar naquele pescoço e grudar seus lábios no dele. Mas ela sabia que não deveria fazer isso se não ele ganhava o jogo, pois era isso que ele queria. Nick se divertia ao notar que Meg estava literalmente “comendo ele com os olhos”, ele sabia que ela mais cedo ou mais tarde não iria resistir a ele, mas aproveitou também para lhe admirar sua beleza. Nossa como sempre ela estava linda, aliás ele nunca a achou feia em momento algum. Ela vestia uma camiseta regata que lhe destacava os seios fartos, um short branco e um par de tênis que deixava a mostra suas lindas pernas bronzeadas, ficaram alguns minutos se olhando como que aprovando um e outro, até que Meg disse: - Você pode só esperar um pouquinho? - Só estou acabando de revisar um relatório que Wanda me mandou, entra enquanto eu termino, prometo que não demoro. Disse ela lhe dando passagem para que entrasse. Nick se sentou no sofá, e ficou observando Meg enquanto ela fazia sua leitura. Como ele a admirava, tão jovem e já era uma grande empresária sempre viajando

a negócios e ainda mais agora que ele sabia de seu terrível acidente, da perda de seus pais, sem ter ninguém para lhe apoiar. Ela era mais forte do que ele, pois ele não saberia o que fazer se não tivesse recebido o apoio de sua família. Meg acabou de ler o relatório e olhou para Nick, ele estava com uma tristeza no olhar que deu vontade de abraça-lo. - Você está bem? Perguntou ela. Nick, eu estou falando com você. Continuou ela, pois parecia que ele não a tinha ouvido. - Sim. Tudo bem, eu só estava pensando em como eu te admiro, voce não conhece a força que tem sabia? - Eu me sinto até meio que envergonhado com o que houve comigo, pois eu não sei o que eu teria feito sem o apoio de minha família e você sem ter ninguém conseguiu dar a volta por cima. Eu realmente a admiro muito. Disse ele com uma certa melancolia na voz. - Bom no começo foi muito difícil, mas depois eu tive um grande apoio do Michel e da Denise e depois também da Wanda. Foi ficando mais fácil suportar a dor e afinal eu tinha que seguir com minha vida, então me dediquei ao máximo que eu pude no trabalho. - Bem, mas vamos falar de coisas mais alegres que hoje é dia de festa certo? Disse ele levantando. - Certo, se você quiser já podemos ir. - E então? Conseguiu achar um jogo legal? Disse ele mudando de assunto. - Sim, eu só não sei se ele vai gostar, não me deixa esquecer que se ele não gostar do jogo ele pode trocar por outro ok? - Pode deixar que eu a lembro. No caminho Meg foi contando sobre sua vida quando os pais ainda eram vivos, o tempo em que fazia faculdade, na insistência do pai em pedir para ela ajudá-lo a cuidar dos negócios da família. Até parecia que ele sabia o que ia acontecer, pois quando eles morreram Meg sabia de tudo o que a família tinha. Lógico com o seu trabalho á frente das empresas elas foram se tornando cada vez mais lucrativas, mas Meg deixou bem claro que ela não se importava com o fato de ter muito dinheiro. Claro que se não fosse o dinheiro ela não teria tido o tipo de assistência que teve com terapias e cuidados médicos que teve na época, mas ela trocaria todo o seu dinheiro para ter a sua vida de volta de quando os pais eram vivos.


- Você sabe que essa é uma das razões que eu também a admiro? Só aquele dia em que fui até sua casa naquele condomínio é que pude notar o quanto você pode ser rica. - Não que isso me interessa, mas é que é difícil achar uma pessoa assim com tanto dinheiro e ao mesmo tempo ser tão simples assim como você. Disse Nick com sinceridade. - É, isso é herança dos meus pais. Eles nunca deixaram que o poder do dinheiro lhes subissem a cabeça, nem deles nem da minha. - Eles deviam ter sido boas pessoas. - Sim. Eles eram. Respondeu ela olhando pela janela do carro. Nick pegou sua mão e disse: - Hei! Nós combinamos que não falaríamos mais nada que nos deixasse tristes lembra? - Não tudo bem, eu não estou triste sabe? Só bateu um pouco de saudades, e além do mais eu estou muito contente de poder falar sobre isso com você. - Eu levei muito tempo para conseguir me abrir com alguém desse jeito, eu só tenho que lhe agradecer por estar me dando oportunidade de falar. - E também quero lhe dizer que também te admiro muito em ver que você não se importa com quem eu sou e muito menos com minha conta bancaria. Hoje em dia é difícil em ter a amizade de alguém sem que eles não peçam nada em troca. Disse ela acariciando levemente a mão dele. Nick quase parou o carro e a agarrou ali mesmo, mas resolveu puxar levemente a mão e a colocou no volante para não perder o controle de suas emoções. Meg notou que Nick estava tentando se controlar para não agarrá-la, pois sentiu uma pequena tensão quando acariciou sua mão. Não demoraram muito e logo Nick anunciou que já estavam entrando na propriedade de sua família. Eles moravam em um rancho não muito grande, mas lá tinha tudo o que seus pais precisavam, pés de frutas, hortas, vacas, etc... Logo pararam em frente a uma casa toda pintada de branco com um certo tom de bege. Uma pequena cerca que pelo jeito rodeava a casa inteira decorada com um lindo jardim com muitas flores. Parecia aquelas casas que pintavam em livros de histórias infantis.

Meg ficou maravilhada com a quantidade de flores, saiu do carro e logo se viu sendo abraçada por uma senhora muito elegante em seu vestido florido e pelos olhos dela estava na cara que se tratava da mãe de Nick. - Mas que bom que vocês chegaram. - Muito prazer eu sou Catarina a mãe de Nick. - O prazer é meu. Disse num sussurro. - E você meu filho, vem me dar um abraço. Disse Catarina dando um abraço apertado em Nick. Logo ela se viu rodeada de pessoas dando abraços ou lhe apertando a mão em um comprimento. Eles diziam seus nomes, mas ela não havia guardado nenhum deles, pois era muita gente. Nisso ela sentiu que alguém a observava, era Nick que estava se divertindo com a situação. - Eu esqueci de te dizer que eles gostam muito de abraçar, me desculpe. - Pois eu estou adorando. Disse ela para surpresa de Nick. - Bom vamos todos entrar que aqui está muito quente. Disse a anfitriã da casa. - Onde está o pai? Perguntou Nick a sua mãe. - Ele esta lá no estábulo resolvendo uns negócios, mas já deve estar vindo. - E o Alex? Onde está o nosso aniversariante? - Eu estou aqui tio Nick jogando vídeo game. Respondeu uma voz vinda da sala. - Então venha pegar seu presente moleque. Falou Nick brincando. Foi quando Meg viu um garoto indo em direção a Nick e lhe dando um forte abraço, antes de pegar o presente. - Feliz aniversário garotão, eu espero que voce goste. - Pode ficar sossegado que tudo que você dá para mim eu gosto tio. Disse o garoto a Nick. Pelo que Meg pode notar era um tipo de mp4 ou cinco, ou “sei lá” ela não sabia distinguir. Então Nick disse: - Esta é uma amiga minha e ela também te trouxe um presente e caso voce não gostar e só você ir trocar certo? - Certo. Respondeu ele. - Feliz aniversário Alex. Espero que goste do presente. Disse Meg ansiosa. Conforme ele abria o presente, ia arregalando os olhos de admiração e logo saiu pulando pela casa fazendo todos darem risada ao ver a cena.


- Muitíssimo obrigado. Falou Alex dando um abraço em Meg. - Bom então quer dizer que não vai precisar trocar né? Brincou Nick dando uma piscada para Meg. - Só se eu estiver louco, esse é o jogo mais recente que saiu eu estava louco para comprar mas ele custa muito caro. Então decidi guardar a minha mesada até ter o suficiente para comprar. - Também ainda não havia previsão para chegar aqui nas lojas, como foi que você conseguiu achar ele? Perguntou Alex olhando para Meg ainda não acreditando que estava com ele nas mãos. - Alex isso não é pergunta que se faça. Falou a mãe de Nick. - Pode deixar. Falou Meg sorrindo. - Realmente pelo jeito vai demorar um pouquinho sim. Mas sabe, eu faço parte da diretoria que fabrica eles, então eu pedi que me enviassem um, pois eu queria testar para ver seu funcionamento. Então agora você pode testar a vontade e se tiver alguma coisa errada você pode me falar e eu aviso eles ok? Meg falava com uma simplicidade como quem falava que tinha uma fábrica de sorvetes. Foi só quando ela notou que Alex arregalou mais os olhos é que ela notara que todos na sala estavam de boca aberta olhando para ela, inclusive Nick. - Você está me dizendo que foi só você ligar para eles que te mandaram um desses na hora? Perguntou Alex de olhos arregalados. - Sim. Meg não pode deixar de soltar uma risada ao ver a cara que Alex fazia, como era gostoso fazer a felicidade de uma criança. - Às vezes eles me mandam alguns jogos, mas como eu não tenho muito tempo de jogar fica tudo amontoado em umas caixas no meu escritório. - Se você quiser eu posso mandar alguns para você testar, ou melhor ainda. Você vai ser meu testador de jogos. - Toda vez que for sair algum jogo novo, eu mando para você e aí você testa e depois me fala se gostou ou não, o que você acha? Alex e todos na sala pareciam que estavam brincando de estátua, pois eles não se mexiam, só ficaram lá olhando para ela. - È claro, se seus pais deixarem. Disse Meg preocupada, pois ficou tão entusiasmada que nem notou que talvez tivesse passado dos limites.

- Olha! Se eu fiz alguma coisa errada vocês me desculpem, eu não tive a intenção de passar por cima da autoridade de ninguém. Falou Meg olhando para todos na sala. O primeiro a falar foi o pai de Alex: - Não! Você não fez nada de errado, é só que não é todo dia que conhecemos alguém assim tão influente e obrigado pelo presente e também pela proposta. - Por mim se o Alex quiser eu não vejo empecilho algum. Só que ele terá que ter um tempo para fazer isso, se não, ele fica o dia todo em frente à tv, não é querida? Disse ele olhando para a esposa. - Sim é claro que sim, e também obrigada. - Que legal. Disse Alex dando pulos de alegria pela sala. - É, mas você terá que deixar os outros também jogarem ok? Disse Nick saindo de seu estado de “estatua”. - Pode deixar tio. Alex pegou a mão de Meg e a puxou sala adentro para que ela o visse jogar. Chegando na sala, Meg sentou no sofá enquanto Alex colocava o novo jogo, ela estava se divertindo ao vê-lo tão entusiasmado. Quem estava se divertindo mais com essa situação era Nick, o seu plano finalmente estava dando certo. Meg estava mais solta, mais relaxada, ele queria mostrar para ela que ainda poderia ser feliz com ele ao seu lado claro, ele queria que ela se lembrasse de como era passar um dia em família e rezava para que ela se deixasse envolver por aquele sentimento e talvez lhe desse uma chance de fazê-la feliz. Catarina observava o filho em um canto na sala, ele olhava com tanto carinho para Meg que ela chegou a sentir lágrimas nos olhos. Finalmente seu filho tinha voltado a viver, ele era um homem tão bom não merecendo sofrer do jeito que vinha sofrendo. E Meg, ela não a conhecia muito bem, mas ela parecia tão feliz em estar ali que nem parecia que tinha problemas tão graves a serem resolvidos. Nick havia ligado para sua mãe contando tudo o que tinha acontecido com eles nesses meses em que se conheceram e lógico que ela guardou segredo das partes mais importantes da vida dela, não que sua família era intrometida ou algo assim, mas é que alguém podia de repente soltar alguma coisa sem querer e ela não queria que Nick ficasse em maus lençóis. - Eu vou até os estábulos procurar o meu pai e gostaria de te mostrar o resto do


rancho, você que ir comigo? Perguntou Nick lhe olhando direto nos olhos. - Claro que sim. Respondeu ela sorrindo e se levantando. - Então vamos. Assim foram caminhando pela estrada que dava para os estábulos. - Cada dia que passa você me surpreende mais sabia? Foi muito legal você ter trazido esse jogo para ele, apesar de ser caro. - Eu não fiz nada, afinal o jogo serve para isso, para ser jogado por crianças e é exatamente isso que seu sobrinho está fazendo. - Aliás ele está me fazendo um favor. - Bom, se for ver dessa forma você está certa. - Mas eu sempre estou certa. Brincou ela dando um empurrão de leve nele. - Não em tudo. Respondeu ele a agarrando pelos ombros e lhe dando um demorado beijo nos lábios. Foi um ato impensado, mas quando ele deu por si já estava com ela em seus braços. Fazendo uma leve pressão sobre seus lábios, ele penetrou a língua em sua boca lhe fazendo uma carícia bem suave. Ela não agüentando mais, enfiou suas mãos em seus cabelos e se deixou ser explorada pela língua dele. Nick estava ficando louco de desejo, mas resolveu se afastar, fazendo com que ela quase caísse, pois estava apoiada nele. - Se você não fosse tão cabeça dura, estaríamos totalmente relaxados agora e não com essa tensão toda entre nós sabia? - Tensão? Eu não sei do que você está falando. Mentiu ela tentando se controlar para não pedir que ele continuasse a beijá-la. Balançando a cabeça, Nick continuou a andar pela estrada, sendo seguido por Meg. Fizeram todo percurso em silêncio, Meg não sabia mais o que pensar sobre aquilo tudo. Uma parte dela falava que ela estava certa e que não devia deixa-lo sofrer e outra falava que ela estava errada, pois ele sabia onde estava pisando e além do mais ela devia aproveitar e curtir a vida do lado dele. Quando chegaram no estábulo, Nick lhe apresentou seu pai, que a recebeu com o mesmo carinho que sua mãe havia lhe dado. - É um prazer te conhecer. Disse ele. - E você meu filho como está? Perguntou ele abraçando o filho.

- Agora eu estou bem melhor. Disse ele olhando para meg. Meg deu um sorriso meio embaraçado. - Estão todos lá em casa te esperando, você quer alguma ajuda com algo? Perguntou Nick. - Não filho eu já acabei por hoje, a gente já pode ir. Meg sentiu o gosto de ficar em família de novo. A família de Nick era muito animada, ela passou a tarde toda rindo das histórias que os irmãos de Nick contavam. Todos que estavam à mesa estavam se divertindo muito. Mais tarde Meg deitou em uma rede que estava estendida embaixo de uma árvore, e sem perceber pegou no sono. Nick ficou maravilhado vendo aquela cena, ele se segurou para não ir até ali e se deitar com ela, então resolveu ir jogar vídeo game com seus sobrinhos. Quando Meg acordou o sol já estava se pondo, se espreguiçou na rede e só depois percebeu que Nick estava deitado em uma rede que também foi estendida embaixo de outra árvore perto da sua. Ele estava num sono profundo, ficou admirando sua respiração e lembrou nos dias que fizeram amor e ela acordava primeiro que ele e de como gostava de ficar olhando enquanto ele dormia. Sentia uma paz tão grande quando estava com ele que achava que jamais sentiria aquilo por mais ninguém, com esses pensamentos ela saiu sem fazer barulho para não acordá-lo. Meg estava andando pelo pomar quando viu que Catarina se aproximava, ela então sentou em um banco que estava ali, aproveitando o vento fresco da tarde. - Ah! Que vento mais gostoso. Disse Catarina. - É sim, está uma delicia. Nossa eu deitei um pouco na rede e acabei pegando no sono. Nick também não resistiu e pegou no sono também. Falou Meg. - Todas ás vezes que ele vem aqui, ele tira um cochilo naquela rede, mas não é só ele não, acho que quase todo mundo que vem aqui não resiste a elas. Falou sorrindo. - Nossa! Como é bom ver meu filho sorrindo novamente, pois fazia tempo em que eu não o via tão feliz assim. Obrigada querida. Meg quase caiu do banco. - Pode ficar tranqüila, que seu segredo está bem guardado comigo viu? Não culpe Nick por ter me contado ele não fez por


mal, é que ele veio me pedir conselhos e daí teve que me contar sobre sua vida. - E já que eu estou dando uma de “abelhuda” como diz meus netos, eu vou aproveitar e lhe dizer que mesmo não dando certo entre vocês, nós sempre estaremos aqui para te dar todo carinho e apoio que você precisar, se você quiser é claro. Meg sentiu uma comoção enorme dentro de seu peito, de todas as palavras de carinho que havia recebido, estas eram com certeza as mais belas que ela já tinha ouvido. Sem pensar direito no que fazia, ela abraçou a mãe de Nick que sorriu ao sentir os braços em volta de seu pescoço. No fundo Meg era só uma criança assustada e com medo que precisava de muito carinho para suportar aquela dor toda. Meg deixou as lágrimas rolarem pelo seu rosto sem sentir vergonha nenhuma. Como aquela mulher tinha um coração bom. Imagina lhe oferecendo carinho mesmo depois que havia terminado com o filho dela? Em meio ao choro Meg disse: - Vocês realmente são uma grande família, eu morro de inveja de Nick por ter uma família assim e sou eu quem agradece pelo apoio de vocês. - Mas minha filha se você me permite dizer, eu não entendo porque você terminou com ele. Porque está mais que na cara que ele a ama muito, e eu vou te confessar uma coisa, mas fica só entre nos está bem? - Eu tenho quase certeza que Nick está mais apaixonado por você do que foi pela esposa. - Eu nunca o vi assim tão relaxado, rindo das brincadeiras dos irmãos. - Não é que ele não se divertia quando estava com ela, mas é que parece que ele está mais solto e o modo como ele te olha eu nunca o vi olhar para esposa como ele olha para você. - E você sabe que mãe sabe dessas coisas, pois eu conheço meus filhos só de olhar para eles. Meg ouvia tudo aquilo sem saber o que dizer, ficou só escutando ela falar: - Olha! Eu não estou falando isso para você voltar com ele não. - Só estou falando o que eu estou vendo. - Se eu estivesse em seu lugar, aproveitaria e curtia a minha vida ao lado de alguém que eu amo e que também me ama, pois você não sabe o dia de amanhã. - Você me desculpe falar tudo isso mas, eu acho que vocês estão perdendo tempo.

- Eu sei disso, mas é que eu o amo demais para vê-lo sofrer ao meu lado, a senhora me entende? - Entendo e até acho muito nobre de sua parte, mas vamos fazer ao contrário? - E se fosse ele que tivesse esse problema? - Você acha que conseguiria deixar a pessoa que você mais ama só porque ele não quer que você sofra? - Então o que você iria preferir? - Sofrer sozinha ou sofrer com ele ao seu lado? Meg ficou ali olhando para aquela sábia mulher sem dizer nada, a única coisa que ela conseguiu fazer foi lhe dar um grande abraço de agradecimento, nem precisaram usar palavras, pois Catarina soube que agora ela tinha entendido a mensagem que ela queria passar. - Foi realmente muito bom eu ter vindo aqui hoje. Falou Meg enxugando as lágrimas sorrindo. - Como eu disse! Sempre que você precisar, eu estarei aqui. Respondeu Catarina também enxugando as suas lágrimas. - Eu vou ter que fazer uma operação muito difícil, então se der alguma coisa errada eu quero dizer que foi uma honra conhecer vocês. - Deixa de ser boba que não vai acontecer nada, a não ser os médicos conseguirem te curar. - Nós ainda vamos ter tempo para jogar muita conversa fora, você vai ver. - Agora minha filha eu te peço para você ter muita fé em Deus, porque eu tenho e eu não acredito que Deus deixará meu filho sofrer duas vezes assim. Então pode ficar tranqüila que não vai te acontecer nada. Abraçaram-se de novo até que uma voz atrás delas perguntou: - Está tudo bem por aqui? Falou Nick com voz preocupada, pois ele reparou que Meg havia chorado. - Está tudo muito bem. Respondeu ela. - Mãe, está tudo bem mesmo? Indagou Nick vendo que sua mãe também havia chorado. - Sim querido, está tudo bem. Nós só estávamos relembrando um pouco o passado, não é nada demais. Eu vou preparar o nosso jantar, vocês vão ficar para o jantar não é? Nick olhou para Meg esperando sua decisão, quando ela mesma falou: - Eu adoraria.


Então muito bem, daqui a pouco eu os chamo. E saiu apressada para dentro de casa.

- Por favor, espera-me acabar de falar sim?

Nick ficou olhando para Meg, esperando que ela lhe desse alguma explicação, como ela não falou nada ele disse: - Você não vai me dizer nada não é? - Dizer o que? A sua mãe já disse tudo. Falou tentando disfarçar o seu nervosismo. - Bom, como você não vai me dizer nada mesmo, eu vim aqui te avisar que o - Alex está quase zerando o jogo e ele me pediu para vir te chamar. - Mas já? Esse garoto é um gênio. - Isso ele herdou do tio dele que nesse caso sou eu. Respondeu bem humorado. - Disso eu não tenho dúvidas. Falou ela brincando. No jantar foi à mesma coisa, muita risada e descontração. Pena que o dia estava chegando ao fim pensava Meg. Quando anunciaram que iriam embora, todos acharam ruim, menos Meg, pois ela teria uma longa conversa com Nick ainda naquela noite. Então recusou o convite de pousar lá que a família dele tanto insistia alegando que tinha ainda muita coisa para fazer. Despediu-se de todos, prometendo que voltaria em breve para uma visita. Já estavam na estrada quando Nick disse: - E então? O que voce achou da minha família? - Você tem muita sorte de ter uma família assim e confesso que fiquei morrendo de inveja. - É, eles são muito especiais. Na volta para casa foi a vez de Nick lhe contar da sua vida, desde a infância até a do casamento, Meg ouvia tudo em silêncio. Quando eles chegaram ao hotel, Meg lhe convidou a entrar, pois queria ter uma conversa com ele. Nick ficou pensativo por alguns instantes, mas acabou aceitando o convite e entrou junto com ela no elevador. Chegando ao apartamento, Meg como sempre jogou longe os sapatos, sentou no sofá fazendo sinal para ele também se sentar. Assim que Nick se sentou ela disse: - Olha! Hoje eu pensei muito sobre nós e cheguei a conclusão de que você está certo. Ele abriu a boca para dizer alguma coisa, mas ela o interrompeu:

- Então como eu ia dizendo, você está certo sobre nós e se voce quiser ficar comigo mesmo sofrendo ao meu lado, tudo bem, mas com uma condição. - Se meu estado de saúde piorar e não tiver mais jeito, vou me internar em uma clínica e te pedir para que você continue tocando sua vida sem se preocupar comigo está bem? - Então? Estamos de acordo? Nick abriu um sorriso, desceu do sofá e ajoelhou aos pés dela pegou o rosto dela entre as mãos e lhe disse: - Pode ficar tranqüila que nós vamos passar muito tempo juntos. Disse lhe beijando de leve, mas Meg o puxou para junto de si fazendo com que ele a beijasse com paixão. Nick a pegou no colo e logo já estavam na cama se entregando ao desejo reprimido que sentiam um pelo outro. “Meu Deus, como ela pode quase perder aquele homem maravilhoso que só a queria fazer feliz”? Pensava em meio ás carícias dele. Depois de fazerem amor, dormiram e só acordaram quando já estava amanhecendo o dia. Foi Meg quem acordou primeiro, sentiu aquele corpo quente perto do seu e as pernas estavam entrelaçadas. Ficou algum tempo olhando ele dormir, até que aos poucos ele foi abrindo os olhos e despertou. Sorriu e logo capturou seus lábios em um beijo apaixonado, fizeram amor de novo. Estavam com preguiça de levantar de cama. Ficaram conversando, trocando idéias quando o telefone de Meg tocou, ao atender deu um sorriso dizendo: - Denise, mas que bom falar com você, e aí tudo bem? Depois de alguns minutos Meg desligou o telefone e disse a Nick: - Denise nos convidou para irmos almoçar com eles, mas eu disse que iria confirmar com você, e aí você topa? - Com você eu vou para qualquer lugar. Disse ele lhe beijando os lábios e indo tomar um banho. Meg ficou admirando o corpo de Nick. “Nossa, perfeito! Só de olhar para ele já ficava toda arrepiada. Será que esse tempo todo nenhuma mulher deu em cima dele”? Porque quando


eles se conheceram ela já o achava bonito com roupa, sem roupa ele era melhor ainda. - Então eu vou ligar para ela e confirmar que nós vamos. Disse já pegando o telefone. Chegaram um pouco atrasados para o almoço, pois Nick teve que ir até sua casa para trocar de roupa. Logo que chegaram, Denise os mandou para o fundo da casa, onde Michel estava fazendo um delicioso churrasco, sorrindo Meg foi ao seu encontro. - Como vai Michel? Disse ela o abraçando. - Eu estou ótimo e você? Disse ele retribuindo seu abraço. - Para falar a verdade eu não me sentia tão bem assim há muito tempo. Disse olhando para Nick que vinha logo atrás dela. - Bom, então eu acho que nem preciso te perguntar como você está, não é Nick? Falou Michel lhe estendendo a mão para cumprimentar Nick. - Faço minhas as palavras de Meg. Disse Nick sorridente. “Ainda bem que eles haviam se entendido”. Pensou Michel ao vê-los tão felizes juntos, pois ela iria precisar de todo apoio possível. - Gente. Vamos entrar porque o almoço já está na mesa. Michel a carne já está assada? Perguntou Denise. - Sim, aqui já está tudo pronto. - Deixa que eu te ajudo a levar as coisas para dentro Michel. Falou Nick solícito. Assim almoçaram com tranqüilidade. Logo mais tarde, enquanto Meg ajudava Denise na cozinha, Michel convidou Nick para um passeio na praia. Michel andava lentamente pela areia seguido por Nick, estavam apreciando a bela paisagem que estava ali diante deles. Michel soltou um longo suspiro, olhou para Nick e disse: - Olha Nick, eu rezei tanto para vocês terem se acertado que eu acho que Deus está com os ouvidos doendo. Disse dando um pequeno sorriso. - Eu agradeço pela torcida, mas tenho a impressão de que você está querendo me dizer alguma coisa a mais, não é mesmo? Falou Nick desconfiado. - Você está certo. Disse Michel passando as mãos pelo rosto em um sinal de desanimo. - È o seguinte Nick, eu já recebi o resultado dos exames da Meg, e eles não são nada animadores sabe?

Nick sentiu uma pontada em seu coração. - Sinto como se tivesse fracassado com ela, pois foi a única pessoa que me ajudou em um momento difícil da minha carreira. - Se não fosse por ela nunca teria chegado aonde eu cheguei. - Eu vou pedir para ela ir a meu consultório amanhã cedo e aí eu vou lhe explicar da sua situação. - É tão grave assim Michel? Perguntou Nick já temendo a resposta, pois só de olhar para a cara dele já dava para notar seu sofrimento. - Olha! Eu não posso te falar tudo agora, mas posso te afirmar que não vai ser nada fácil para ela. Chegou a hora que Nick mais temia, pois teria que mais uma vez tentar ajudar a pessoa que ele ama a lutar pela vida. Mas lá no fundo alguma coisa lhe dizia que ia tudo dar certo, que não era para ele se preocupar, só o que importava era ficar do lado dela e lhe dar todo o apoio de que ela precisava. Enquanto isso, Meg e Denise já estavam na sala tomando um cafezinho, quando Denise sem rodeios falou: - E então? Você não vai me contar desse fim de semana que você passou na casa dos pais de Nick? - Mas é claro que sim. Respondeu Meg rindo da amiga. E assim ela foi relatando toda a história daquele final de semana inclusive na tentativa em vão de terminar com Nick, fazendo Denise rir de sua ingenuidade. - Ah Denise. Eu tenho certeza que eu achei o homem da minha vida, só espero que eu possa passar bastante tempo ao seu lado. - Mas o que é isso Meg? É lógico que você vai passar um bom tempo com ele, você não é de desistir assim menina. Você só tem que ter fé que tudo se resolve. Disse Denise para Meg. - Tomara que você esteja certa Denise, porque eu detestaria ver Nick sofrendo ao meu lado sabia? “Tomara mesmo que eu tenha razão meu Deus”. Pensava Denise olhando carinhosamente para Meg. O restante da tarde passou rápido, logo já estavam no carro de Nick para o apartamento de Meg. Ao chegar, Nick a abraçou forte como se com isso pudesse protegê-la de todo o sofrimento. Meg encostou o rosto naquele peito musculoso e assim ficaram por alguns instantes, até que Meg disse:


- Que ir tomar um banho comigo? Falou toda sensual. - Claro que sim. Respondeu Nick já sentindo o desejo correndo em suas veias. Como ela tinha esse poder sobre ele, era só olhar de modo sensual para ele que já ficava todo excitado como um adolescente. De mãos dadas foram até o banheiro, tiraram as roupas devagar e colocaram em prática todo aquele desejo que estava reprimido durante aquele dia. Já deitados na cama, Nick fazia carinho nos cabelos de Meg que estava com a cabeça repousada em seu peito. Se ele pudesse fazer um desejo, pediria para ficar ali para sempre com ela deitados naquela cama, parecia que nada iria atrapalhar aquela paz. - Nossa! E pensar que amanhã eu vou ter que ir trabalhar. Disse Nick. - Nossa, mas que lamento é esse? Desde quando você não que ir trabalhar? Pois quando eu te conheci você trabalhava até no domingo e era sempre o último a sair daquele escritório. - Eu não estou lamentando de ir trabalhar. Só estou pensando em como vou conseguir trabalhar o dia inteiro com você e não te agarrar na frente de todos para todos verem que você é minha e pararem de ficar flertando com você na minha cara. E o duro é que eu não posso fazer nada. - Você sabe como isso é difícil para mim? Perguntou Nick fazendo ela olhar diretamente nos seus olhos. - Pois para mim também não é nada fácil sabia? Eu também sei que a maioria das mulheres no escritório dão em cima de você. - Cada vez que temos uma reunião posso ouvir os sussurros delas pelos corredores e sinceramente da vontade de mandar todas embora só porque elas ficam te paquerando. Disse ela fazendo uma cara de maldosa. Os dois caíram na risada, mas logo Meg disse: - Olha, vamos fazer o seguinte? Em vez em quando vamos almoçar juntos naquele restaurante perto do escritório para que aos poucos as pessoas possam ver que estamos tendo um relacionamento e se alguém perguntar nós confirmamos. - Então quer dizer que todos vão ficar sabendo? - Porque? Você acha que vai ter algum problema? - Ah sei lá, vai ficar meio estranho você não acha?

Ela fez cara de quem não entendeu o que ele estava tentando dizer. - O que eles não vão falar de um funcionário namorando a patroa gostosa? Falou ele irônico. - Por mim eles podem falar o que quiserem, pois eu não ligo para isso. E além do mais, eu te amo e quero que todas fiquem sabendo disso. Falou ela fazendo ele rir muito. - Então estamos combinados, a partir de agora nós seremos um casal normal, que se ama e não tem nada a esconder de ninguém. - Eu só quero ver a cara do pessoal ao me verem com você, principalmente meu amigo Jeff, que sempre me apresentava garotas para um possível relacionamento, aiiiiiii... Você está ficando louca? Perguntou ele ao sentir um beliscão na barriga. - Ainda bem que você disse apresentava, pois a partir de agora você já tem dona entendeu? Disse ela fazendo uma cara ameaçadora e logo beijando onde ela o havia beliscado. - Então quer dizer que a senhora é ciumenta? Perguntou ele sorrindo. - Geralmente eu não sou não, mas é que desde que eu te conheci me aflorou alguns sentimentos que há muito tempo eu não sentia sabia? - Amor, alegria, paixão, poder sonhar de novo e uma vontade imensa de viver. Não é que eu não queria viver antes, mas antes de te conhecer, minha vida era só o trabalho, as viagens e agora o que eu mais quero é ficar nessa cama com você para sempre. Disse ela emocionada. Nick a puxou para si e a abraçou forte dizendo: - Eu sempre estarei com você Meg, pois eu te amo muito e nada vai mudar esse meu sentimento por você, eu estou aqui para o que você precisar não se esqueça disso ok? Meg fez que sim com a cabeça, e assim ficaram por um bom tempo. Nick estava se sentindo amargurado, se ele pudesse trocar sua vida pela dela ele trocaria sem qualquer duvida, pois a amava demais para vê-la sofrer. Quando deu por si, notou que Meg havia dormido em seus braços, então fez o possível para não se mexer e deixar que ela descansasse, pois teria um dia duro pela frente. Logo de manhã, Nick já estava em sua sala quando ouviu uma leve batida em sua porta, deu um grito de “pode entrar” e abriu um sorriso ao ver Meg entrando. - Bom dia. Disse ela.


- Bom dia. Falou ele se levantando e dando um leve beijo em seus lábios. - Dormiu bem? - Sempre que eu durmo com você eu tenho uma noite perfeita. Disse ela retribuindo o beijo. - Eu vim aqui te pedir se você pode me acompanhar no mádico hoje, ontem Michel me falou para dar uma passada hoje no hospital e eu gostaria que você fosse comigo. - Desculpe-me ser assim em última hora, eu ia te pedir ontem mas terminei esquecendo. - Mas é claro que eu vou, a que horas está marcada? - Duas e meia. - Ok, eu só vou adiantar algumas coisas aqui e duas horas já estarei livre. - E que tal almoçarmos hoje no restaurante aqui perto? - Combinado, podemos almoçar e já ir ao médico o que você acha? - Perfeito. Até lá então. Disse ela saindo da sua sala. “É hoje”. Pensou Nick. É hoje que Jeff não vai largar do meu pé. Vai ficar furioso comigo por eu não ter contado nada, afinal ele era um grande amigo. Já em sua sala, Meg estava olhando sua agenda quando Wanda entrou dizendo: - O Michel ligou e pediu para te lembrar que você tem consulta com ele hoje. - E aí, está tudo bem? Aliás faz tempo que eu não te vejo tão bem assim sabia? - É o amor Wanda, é o amor. Disse Meg sem tirar os olhos de sua agenda. - Eu não sabia que você estava amando, quem é o todo poderoso que conseguiu essa façanha? Eu conheço? - Conhece sim. - E você poderia me dizer quem é? Meg sorriu ao ver a cara que Wanda fazia. - Você não vai nem tentar adivinhar? Brincou Meg. - Nem que eu tentasse, não conseguiria, pois você conhece quase todo mundo. - Você se lembra do Nick? - Qual Nick? Por acaso é aquele Nick que trabalha aqui? - Sim, ele mesmo. - Nossa, você demorou, mas caprichou hem? Meu Deus você vai me desculpar, mas ele parece um Deus grego, aqueles olhos azuis deixam qualquer uma hipnotizada. Parou de falar e olhou para Meg. - Eu estou feliz por você patroa, você merece ser feliz.

- Eu até que estava desconfiada de vocês, pois da última vez que ele esteve aqui na sua sala, eu lembro que ele saiu com um sorriso no rosto que me deixou encucada, mas depois eu terminei esquecendo e aí eu não te perguntei nada. - Mas e aí? Qual é o lance de vocês dois? Quais os sentimentos dele em relação a você? Falava Wanda preocupada. - Pode ficar tranqüila que ele já sabe tudo sobre mim Wanda, incluindo a minha saúde, e o mais importante é que eu o amo e ele me ama. - Nunca me senti tão feliz assim em minha vida sabia? Ela falou toda contente. - Mas que bom Meg, estou muitíssimo feliz que você finalmente conheceu alguém que pudesse te fazer feliz. Você mais do que ninguém merece. - Obrigada Wanda. Chegou a hora do almoço, Meg e Nick chegaram juntos ao restaurante e se sentaram para fazer os pedidos, assim que o garçom se afastou, Nick comentou: - Já estão começando a falar sobre nós. Disse ele. - A sua orelha não esta queimando? Perguntou ele sorrindo. - Deixe que comentem, aliás foi para isso mesmo que viemos aqui não é mesmo? - É você está certa, não vamos dar importância a isso. Ficaram conversando sobre a empresa, Nick aproveitou e passou alguns números de seu relatório para ela, logo o pedido deles chegaram e então deixaram a conversa para depois, pois estavam famintos. Quando saíram do restaurante, Meg pegou na mão de Nick com uma naturalidade que ela nem percebeu que estavam olhando para eles, quando se deu conta disso, olhou para Nick que segurou mais forte ainda sua mão. Parecia que ele tinha lido seu pensamento, pois ela pode notar um pequeno sorriso no canto de sua boca. Quando chegaram no hospital, Meg sentiu o coração bater mais forte, mas pela primeira vez ela não sentia aquele receio que todas às vezes sentia quando chegava ali. Foi então que sentiu a mão de Nick em seu ombro, parecia que aquele homem conseguia ler seus pensamentos. A secretária de Michel pediu que eles entrassem, e foi uma surpresa para Michel ao ver que Nick a acompanhava. - Boa tarde Michel. Disse lhe dando um abraço.


- Boa tarde para vocês també. Disse o médico. -Bem, então qual foi o resultado dos meus exames finais? E pode falar abertamente comigo e com Nick, pois eu pedi para que ele viesse comigo para se inteirar do assunto por completo, então se você puder explicar para ele eu te agradeço. Michel suspirou aliviado, pois sentiu que Meg já estava confiando em alguém de novo, que bom. Pensou ele. - Mas que bom Meg, fico feliz por você. - Bom, nós fizemos os últimos testes em Meg para saber como poderíamos operala, pois o coágulo está localizado em uma parte do cérebro muito delicada. - Então um laboratório desenvolveu esse remédio para dor que Meg usa, para que ela possa suportar a dor, e não só ela, mas todos os pacientes que tem ou venha ter esse mesmo coagulo. - O problema é que esse coágulo reage de maneira diferente, é como se cada vez que Meg desmaiasse ele desligava o seu cérebro como se fosse um interruptor. - E aí está o problema, ela pode desmaiar e não voltar mais. - Mas e a operação? Ela não daria resultado? Perguntou Nick. - O problema é que como é uma região que ainda não foi explorado, não temos como prever o que vai acontecer se tirarmos o coágulo. - Ela pode ficar bem, mas também pode não acordar nunca mais, você está me entendendo Meg? - Então quer dizer que se vocês não me operarem eu posso de um dia para outro desmaiar e não acordar mais? E se vocês me operarem eu também corro risco de não acordar mais, é isso? - É exatamente isso. Disse o médico triste. Meg olhou para Nick como se estivesse lhe dizendo: “E então? Você está preparado para passar por isso?”. Nick pegou sua mão entre as suas e a segurou forte como se não fosse larga-la nunca mais. Meg continuou olhando para ele e sentiu uma força enorme vindo de dentro dela e de repente falou: - Você pode me dar algum tempo para pensar Michel? - É claro que sim Meg, mas tenho que pedir que tenha mais cuidado daqui para frente, pois os exames também mostraram que o coagulo está um pouco mais inchado do

que antes e logo você pode ter outra recaída. Então por favor, qualquer coisa você me chama ok? - Pode deixar. - Sim, pode ficar sossegado que eu tomo conta dela. Falou Nick com confiança. - Será que você e Denise poderia ir até o meu apartamento hoje? Pois eu tenho que falar com vocês, e tem que ser com os dois. Falou Meg a Michel. - Mas é claro que sim, às oito horas está bom? - Sim está. Bom então eu já vou indo, até a noite Michel. Disse dando um beijo em seu rosto. - Até Meg. Respondeu o médico. Ao saírem do hospital, Nick a abraçou fortemente e a beijou ali mesmo. Meg pode sentir todo o amor que ele tinha por ela, isso fez com que seus olhos se enchessem de lágrimas. - Eu quero que você saiba que não importa a decisão que você tomar, vou estar sempre perto de você para te dar todo o apoio de que precisar, você está me entendendo? Falou ele com os olhos cheios de lágrimas. - Eu te amo muito Nick. Falou ela em meio ás lagrimas. - Eu também te amo meu amor. Respondeu ele lhe apertando forte contra o peito. - Será que você pode me deixar no meu apartamento? Pois tenho que pensar muito sobre isso e não vai dar para eu fazer isso no escritório. - Se você quiser posso ficar com você. Acho que minha patroa não vai ficar brava se eu matar o restante da tarde do serviço. Disse querendo quebrar aquele momento triste. - Obrigada, mas se você ficar comigo eu não vou conseguir pensar em outra coisa a não ser em ficar na cama com você o resto da tarde. - E além do mais, eu tenho seu telefone e caso aconteça alguma coisa eu te telefono. - Ok? Mas tem certeza que vai ficar bem mesmo? - Sim, não precisa se preocupar. E também quero te pedir para você ir em casa também à noite, você vem? - Claro que sim. Enquanto Nick dirigia, olhava para Meg de soslaio para ver como ela estava reagindo com tudo aquilo e por incrível que pareça ela não parecia triste, mas também não estava contente, estava serena, pensativa.


A tarde toda Meg passou ao telefone falando com seus advogados, queria deixar tudo resolvido para se caso acontecesse o pior com ela. Depois foi tomar um banho relaxante de banheira para tomar a decisão que mudaria sua vida para sempre. Correria o risco e faria a operação? Ou ficaria dependendo de remédio pelo resto da vida esperando nunca mais acordar? Ela teria que pensar muito. Nick voltou ao trabalho só por voltar, pois não conseguia se concentrar em nada. Ele queria estar com Meg naquele momento, mas ela tinha razão, ela precisava ficar sozinha para tomar uma decisão. Ele por sua vez pensava se estivesse naquela situação o que ele faria? Operaria ou ficaria a mercê de remédios? Sinceramente não obteve resposta alguma. Logo uma batida em sua porta fez ele mudar totalmente seus pensamentos, pois Jeff entrava em sua sala com uma cara que dava até medo. - Eu não acredito que você esta saindo com a patroa e não me falou nada. Que espécie de amigo é você que esconde isso da pessoa que você chama de amigo? Depois de todas as tentativas que eu fiz para você sair daquela fossa toda, e você faz isso comigo? Nick quase deu risada de Jeff, mas preferiu segurar o riso se não ele acabaria apanhando dele. - Calma que eu te explico tudo ok? - Eu não te falei nada porque primeiro, aconteceu tudo de repente, segundo, eu não te vejo já faz algum tempo e terceiro ela me pediu para não falar nada para evitar comentários, foi só isso cara. - Ah, ela não quer que ninguém saiba? E como vocês vão almoçar no restaurante bem perto do escritório? E ainda por cima saíram de mãos dadas, você acha que ninguém notou? - Nós notamos sim, e foi por isso que fomos almoçar lá, foi para todos verem que estamos juntos, pois não queremos mais esconder de ninguém o que sentimos um pelo outro. - A primeira pessoa que eu iria contar era você, mas como você se adiantou. Eu te peço desculpas e te agradeço por todo seu esforço por tentar me arranjar companhia, mas agora não precisa se esforçar mais está bem?

- Aliás é bom você nem comentar nada disso com Meg, porque ela ficou uma fera ao saber que você vivia me apresentando mulheres para saírem comigo. Disse ele sorrindo ao ver a cara do amigo. - Meus parabéns você demorou, mas acertou em cheio hem? Você vai me desculpar, mas ela é muita areia para o seu caminhãozinho. E o que você quis dizer com isso dela ficar uma fera? Perguntou Jeff preocupado. - Não precisa se preocupar, mas é que quando nós decidimos isso, eu disse a ela que você ficaria uma fera comigo, pois você vivia me apresentando mulheres e eu nunca me deixei levar por elas. - Eu não acredito que você falou isso para ela? Ela vai achar que eu sou algum tipo de cafetão. Você sabia que eu posso até perder o serviço por isso Nick? Nick não agüentou mais e começou a rir, Jeff não estava entendendo nada, mas uma coisa ele podia notar, a felicidade que Nick se encontrava. Ele nunca tinha visto o amigo rir tanto daquela maneira, mas também com uma mulher daquela até ele iria rir á toa. - Bom, então isso quer dizer que eu vou ter que parar de paquerar ela não é? Perguntou Jeff fazendo Nick parar de sorrir na hora. - Sim. Você e a cambada de marmanjo que anda por aí babando por ela. Ela já tem dono meu chapa. - Sabe que até que isso é bom para mim? Agora vão sobrar mais mulheres, pois a maioria estava esperando você decidir sair de sua ostra para dar em cima de você. - E agora que os sonhos delas não vão se realizar, ainda mais com você saindo com a patroa, vão ter que se contentar comigo. Disse isso e soltou uma gargalhada seguida por Nick. Antes de ir para casa, Nick foi resolver uma coisa que ele queria fazer assim que eles declararam o amor um pelo outro e sem demora foi realizá-lo, faria uma surpresa para ela á noite. Quando Nick chegou ao apartamento, Meg veio atender, ela estava de short e camiseta, sem calçado como sempre, parecia uma menininha. Ele deu um demorado beijo em seus lábios, fazendo ela suspirar de alegria. - E aí, está tudo bem? Perguntou Nick meio preocupado. - Sim está sim, não precisa se preocupar. Disse ela lhe fazendo um leve carinho em seu rosto.


Nesse meio tempo a campainha tocou anunciando que Michel e Denise haviam chegado. - Oi Meg. Cumprimentou Denise a abraçando. - Oi Denise. Respondeu Meg devolvendo o abraço. Nick cumprimentou Denise e Michel, quando Meg os convidou a se sentarem no sofá. Depois que estavam todos devidamente sentados, Meg pediu a atenção deles, pois ela tinha tomado algumas decisões que eles teriam que ficar a par. - Bom. Quero lhes dizer que resolvi fazer a operação, e por favor, não me interrompam até que eu termine de falar está bem? Todos concordaram, então ela continuou. - Por isso eu tomei algumas providências. - Como vocês sabem... Falava devagar para que entendessem. - Eu não tenho família, então se alguma coisa acontecer comigo durante a operação ou depois dela e eu não puder acordar mais, parte de meus bens ficaram aos seus cuidados. - Michel! Quero que você faça do hospital um centro de pesquisas avançadas para todo tipo de doença que você puder desenvolver, para isso, estou te dando plenos poderes de negociações para ficar a frente do hospital, ou seja, você será o diretor geral. - E Nick! Quero te pedir para tomar conta de meus negócios empresáriais, Wanda vai te passar um relatório de todos os meus negócios e assim parte do lucro delas eu quero que você aplique no hospital. - O que eu estou pedindo a todos é que ajudem pessoas que estão nessa mesma situação que a minha ou até pior, que vocês façam a diferença para essas pessoas. - Eu sei que vocês serão capazes disso, porque são as únicas pessoas que eu confio para levar adiante os meus planos de ajudar ao próximo. Ela já não conseguia conter as lágrimas que lhe queimavam os olhos, mas mesmo assim continuou. Os meus advogados já providenciaram todos os documentos necessários para que isso aconteça de forma legal, assim vocês não terão problemas no futuro e Nick, eu quero te pedir para que Wanda seja sempre amparada no que ela precisar da empresa, pois ela também é uma

pessoa de confiança e você também pode confiar nela. Ela parou de falar e tudo o que se escutava era a respiração pesada de todos que estavam ali, inclusive o choro de Denise que abraçou Meg sem dizer nada, não precisava de palavras naquela hora. Pela primeira vez Meg olhou para Nick que a olhava sério, ela não saberia dizer o que estava passando pela cabeça dele naquele momento, mas pela expressão do seu rosto, ele não tinha gostado nada daquela história. Nick não sabia como ele podia estar tão calmo, no momento só conseguia olhar para Meg, parecia que ela estava se despedindo deles e isso fez com que ele reagisse. - Porque você está fazendo isso Meg? Ele se viu dizendo. Meg olhou para ele, e só agora pode notar o sofrimento que estava em seu rosto. - Porque eu tenho que deixar alguém tomando conta de meus negócios e ninguém melhor que vocês que eu tenho plena confiança. - Mas Meg, você está se precipitando. Disse Michel que estava quieto até aquele momento. - Não, eu não estou Michel. Você mesmo disse que se eu não operar, de uma hora para outra eu posso desmaiar e não acordar mais. - Olha vamos encarar isso como uma forma de prevenção, se algo me acontecer eu sei que vocês farão o melhor. Ela respondeu para Michel, mas olhando em direção a Nick. - Olha Meg, eu só posso te dizer uma coisa. Se você não tivesse esse problema de saúde, jamais teria entrado em nossa vida não que eu dou graças a isso, mas é que eu não acredito que Deus colocaria você em nossa vida para nos ajudar do jeito que você fez e depois simplesmente tiraria isso de nós. - Eu só tenho que te agradecer pela sua generosidade e pelo o que você é. Disse Denise lhe abraçando de novo. Michel resmungou alguma coisa incompreensível como sempre fazia quando a vontade dele não prevalecia, fazendo Meg dar um pequeno sorriso e o abraçou também dizendo: - Não adianta ficar bravo comigo, nós sabíamos que esse dia poderia chegar. - Você sempre foi cabeça dura mesmo. Disse Michel. - Eu tenho muito orgulho de você Meg.


- Eu também tenho muito orgulho de você Michel, pois é um excelente médico e uma excelente pessoa. - Bem eu acho melhor a gente ir embora, pois ainda tenho que passar no hospital para ver alguns pacientes, amanhã a gente se fala ok? Disse Michel a Meg. - Está bem, amanhã eu passo lá para acertarmos a cirurgia. Respondeu Meg. - Então até amanhã Meg. Disse Michel. - Atá amanhã. Disse se despedindo dos dois, que acenavam para Nick que estava sentado no sofá quieto. - Boa noite. Disse ele ao perceber que eles estavam indo embora. Quando ficaram sozinhos, Meg sentou ao lado de Nick no sofá e ficou olhando para ele e tentou imaginar o que se passava por sua cabeça. - Você está certa de que tentar a cirurgia Meg? Perguntou Nick. - Sim Nick, eu vou tentar a cirurgia. - Mas e se der alguma coisa errada, o que eu vou fazer? Parecia mais que ele estava falando consigo mesmo e não com ela. Meg não agüentando vê-lo assim o abraçou forte, foi só então que percebeu que Nick estava visivelmente emocionado, pois as lágrimas dele rolavam pelo seu braço fazendo com que Meg chorasse junto com ele. Ficaram assim alguns minutos até que Meg disse: - Nós sabíamos que seria assim, que esse dia chegaria mais cedo ou mais tarde Nick. - Eu sei, mas é que eu não sei o que fazer ou dizer para você. Estou totalmente perdido Meg. Respondeu ele. - Só o que nos resta agora é o tempo que temos para passarmos juntos e devemos aproveitar isso. Então se você puder fazer amor comigo agora eu iria adorar. Disse ela tentando ele. Então passou a beijá-lo no pescoço, no rosto e capturou seus lábios em um beijo que foi logo retribuído se tornando um beijo profundo, exigente, apaixonado, sofrido. Ele a levou ao quarto onde puderam se entregar completamente um ao outro sem reservas. Aos poucos eles já estavam se despedindo. Pensava Nick que a apertou mais em seus braços. Meg se entregou para Nick como nunca tinha se entregado antes. Ela queria mostrar a ele toda paixão que tinha por ele e ao mesmo tempo aproveitar o pouco tempo que tinha ao seu lado, nesse momento sem

poder se conter ela sentiu uma lágrima rolando pelo seu rosto. Depois de fazerem amor eles dormiram, mas Nick logo perdeu o sono, resolveu levantar e sentou em uma poltrona que estava ao lado da cama. Começou a pensar em sua vida, e mais uma vez pediu a Deus para proteger a mulher que amava, ficou olhando enquanto ela dormia. Como ela era linda, tinha o corpo perfeito, só de vê-la ali nua sentia o desejo brotar de novo, nesse momento ele lembrou do presente que havia comprado para ela. Foi até a sala e pegou no bolso da blusa que vestia uma pequena caixa de veludo e voltou para o quarto. Meg acordou se sentindo sozinha, procurou por Nick, mas ele não estava na cama. “Será que ele havia ido embora”? Pensou desanimada, mas ao se virar para levantar, viu que ele estava entrando no quarto ainda nu vindo em sua direção. Nick sentou na cama ao seu lado e disse: -Eu tenho um presente para você. Disse ele se ajoelhando e puxando a mão dela fazendo com que ela se sentasse em frente a ele na cama, abriu a pequena caixa e deixou que ela visse o lindo anel que ali estava diante dela. - Eu quero te pedir para que se case comigo, mas já que optou em fazer a cirurgia eu acho melhor esperar um pouco. Ela ficou algum tempo sem dizer nada, mas logo saiu de seu topor: - Deixa-me ver se eu entendi direito. Disse ela. - Você está me pedindo em casamento, mas acha melhor esperar a cirurgia porque você tem medo de que eu morra, é isso? - Então você não que correr o risco de ficar viúvo novamente? Ela falava visivelmente irritada. Nick ouviu tudo aquilo em silêncio, e pelo tom de sua voz, teve certeza que ela entendeu errado o que ele quis dizer. - Não é nada disso Meg. Eu disse que acho melhor esperarmos a cirurgia porque eu acho que é um incentivo a mais para você voltar para mim caso você veja uma luisinha no final do túnel te chamando. - Eu não quero fazer como seu outro namorado que queria casar com você só para ficar com seus bens. Para mim só o que interessa é você e se você seguir a luz eu terei que jogar esse lindo anel fora, pois foi feito


especialmente para você. E eu quero muito que você seja a minha esposa, pois eu a amo muito. Ele mal acabou de dizer, pois Meg já estava em seus braços beijando-o e chorando ao mesmo tempo. Logo o dia amanheceu, Meg pediu a Nick para acompanha-la até o hospital, desceram até o restaurante do hotel para tomar café e depois seguiram para o hospital. Assim que chegaram, foram direto para a sala de Michel que já os aguardavam com a equipe que iria fazer a operação em Meg. Ela foi apresentada para todos, todas as suas dúvidas foram sanadas para que ela pudesse saber exatamente o que seria feito. Depois de tudo resolvido, eles marcaram a operação para o final de semana. Como já era quarta feira, teriam apenas dois dias para resolverem tudo e Meg teria mais dois dias para passar com a pessoa que ela amava. Pensando nisso, apertou a mão de Nick como se estivesse buscando força e logo sentiu a força da mão dele que parecia que tinha entendido a mensagem. “Tudo ficara bem, eu te amo”. Disse ele ao seu ouvido. Meg já estava em seu apartamento, quando a campainha tocou e logo que ela abriu a porta teve uma surpresa agradável ao ver os pais de Nick e ele logo atrás. - Mas que surpresa agradável. Falou Meg abraçando os pais dele. - Vamos entrar. Disse ela dando um beijo em Nick quando ele passou por ela. - Eu espero não estar te atrapalhando. Disse Catarina para Meg. - Mas é claro que não, vocês sempre são bem vindos. - Desculpe aparecer aqui assim sem avisar, mas é que Nick nos telefonou ontem e nos avisou de sua operação. Então resolvemos vir para te abençoar na cirurgia, pois você já é da família e é isso que a família faz. Disse o pai de Nick fazendo com que Meg ficasse emocionada. - Eu agradeço por vocês terem vindo até aqui me visitar. Disse meg. - Nós que agradecemos a você por ter feito meu filho voltar a viver de novo, voltar a sorrir coisa que ele não fazia há muito tempo, obrigada querida. Disse Catarina mais uma vez. - Agora nós já vamos, porque temos que reservar um quarto antes que não achemos nenhum, pois decidimos em última hora e não fizemos reserva em lugar algum.

- Mas vocês podem ficar lá em casa, qual o problema? Perguntou Nick. - Filho você sabe que nós não gostamos de tirar a privacidade de ninguém, obrigado pela oferta, mas nós vamos para um hotel mesmo. Disse o pai dele. - E porque vocês não ficam aqui? Perguntou Meg. - Eu acho que deve ter algum quarto vago, deixa só eu ver na portaria. Antes que falassem alguma coisa, Meg já estava com o telefone na mão. Em menos de quinze minutos, eles já estavam sendo instalados em um quarto um andar acima de Meg. - Nossa, mas como você conseguiu assim tão rápido? Quis saber a mãe de Nick. - É que ela é dona desse hotel mamãe. Falou Nick. - Ah sim, mas fique sabendo que fazemos questão de pagar como qualquer hospede está bem? Disse a mãe de Nick para Meg. - Sim senhora, como vocês quiserem. Respondeu sorrindo. - E pode me chamar de você, afinal eu não sou tão velha assim. Brincou ela fazendo o pai de Nick erguer as mãos para o céu. Depois de estarem devidamente instalados, Meg e Nick voltaram para o apartamento, pois ela queria conversar com ele sobre algumas coisas que não tinha tido tempo de falar. Conversaram por algum tempo, Meg passou algumas coisas para ele em relação aos seus negócios e às vezes ela podia notar um sinal de tristeza que surgia na face de Nick, em como ele estava desconfortável com aquela situação. - Olha! Eu sei que você não está gostando nem um pouco de mexer com isso agora, mas é preciso Nick. - Olha. Disse ela pegando em suas mãos e fazendo com que ele olhasse para ela. - Eu mais do que ninguém rezo para a cirurgia dar certo, mas assim mesmo quero te deixar a par de tudo se caso der alguma coisa errada. - E além do mais estou doida para por aquele lindo anel no meu dedo, te chamar de meu marido e ouvir você me chamar de sua esposa. Disse ela lhe beijando os lábios. - Meg para mim você já é minha mulher já faz muito tempo, só o que nos separa disso é um pedaço de papel e um anel. - Aqui dentro do meu coração eu já sou seu há muito tempo, eu nunca senti por ninguém o que eu sinto por você.


- Eu era apaixonado pela minha exmulher é claro, mas com você é diferente sabe? Você é minha vida e eu não consigo me imaginar sem você ao meu lado. Meg o abraçou com força. “Meu Deus eu tenho que voltar para esse homem, por favor, não me leve agora”. Pedia ela silenciosamente. Os dias foram passando, Meg e Nick tentavam agir com naturalidade, mas era impossível. Sempre se pegavam olhando um para o outro, sempre que podiam se tocavam mesmo estando na empresa. Quando no seu último dia de trabalho antes da operação, Meg foi até a empresa resolver alguns assuntos pendentes e ao passar pelo corredor ela se deparou com Nick que vinha conversando com um rapaz. Ao vê-la, Nick abriu um largo sorriso e ao se aproximar deu um pequeno beijo em seus lábios fazendo Jeff pigarrear levemente ao seu lado. - Ah, me desculpe, Meg eu quero que você conheça o meu amigo Jeff. Você já deve tê-lo visto em algumas reuniões. - Sim eu me lembro de você, como vai? Disse Meg lhe estendendo a mão. - Eu vou bem obrigado. Respondeu Jeff. - Aliás não é você que vivia apresentando mulheres para o Nick? Mandando um olhar divertido para Nick. Jeff não sabia o que dizer, a única coisa em que ele pensava era “é agora que eu vou ser demitido”. - É sim, mas naquele tempo vocês ainda não tinham se conhecido e ele estava muito abalado, então eu resolvi dar uma pequena ajuda, a senhora sabe como é né? Disse ele todo envergonhado. - Relaxa Jef eu estou brincando e pode me chamar de você, pois eu não sou tão velha assim sabia? - E eu te agradeço por ter apresentado algumas mulheres para Nick, pois agora eu sei que ele me será fiel, pois com tantas mulheres ele não se interessou por nenhuma então quer dizer que ele é muito difícil não é mesmo? - É, ele é mesmo cabeça dura. - É que eu estava esperando uma mulher especial. Falou ele lançando um olhar apaixonado para ela. Jeff não podia acreditar no que estava vendo, se alguém lhe dissesse provavelmente ele não acreditaria, quem diria que um dia ele veria Nick se derretendo todo assim por uma mulher? Mas também que

mulher, diga-se de passagem. Pensava Jeff olhando de um para outro encabulado. - Eu estava mesmo precisando falar com você, tem um tempinho? Falou Meg para Nick. - Claro, Jeff vai na frente que eu te encontro depois ok? - O que você quer comigo senhora? Perguntou Nick brincando. Ela revirou os olhos e disse pegando em seu braço: - Eu estou indo conversar com o Robert, e gostaria que você estivesse comigo, pois eu vou falar com ele a respeito das possíveis mudanças que poderão ocorrer por aqui. - Ta bom, mas você não acha que esse é um tipo de assunto que você tem que falar sozinha? - Nick eu quero falar com ele pessoalmente, pois ele tambem é um grande amigo meu, ele não sabe de meus problemas, mas com certeza você pode confiar nele assim como eu confio. - E você não acha que ele merece uma explicação melhor do que pode acontecer aqui? É, eu acho que sim. E assim foram conversar com Robert. Robert os recebeu com grande alegria, pois já havia escutado por aí que eles estariam sendo vistos juntos ultimamente, e então ele os felicitou. - Obrigada Robert, mas eu vou direto ao assunto, pois ainda tenho muitas coisas para resolver. - Vamos lá então. Disse ele. Do que se trata. Então Meg de um modo resumido falou para o amigo tudo o que estava acontecendo na sua vida e o que poderia mudar naquele final de semana. Robert ficou visivelmente emocionado, pois ele gostava muito de Meg, ela sempre o tratou com muito respeito, com muita educação, por isso ele sentia tanto, ainda mais por causa de Nick, pois ele devia estar sofrendo muito, imagina passar por tudo aquilo de novo? Depois que Meg acabou a sua história, foi à vez de Robert falar. - Mas que noticia mais triste Meg, eu sinto muito mesmo. E eu quero dizer que estou aqui para o que for melhor para a empresa e para o que vocês precisarem. E apesar de achar que não vai ser preciso, eu vou ajudar Nick no que for preciso para fazer


a empresa continuar no rumo certo, pois você é muito competente para isso Nick. - Obrigado Robert. - E além do mais, tenho certeza de que tudo isso não vai passar de um grande susto e que ainda vocês vão passar muito tempo juntos, pois vocês mais do que ninguém merecem isso e como eu sei que eu não sou o único que já falou isso para vocês, eu só posso te desejar boa sorte Meg. Disse pegando sua mão. - E que você seja muito feliz aqui com esse rapaz que eu considero como um filho. Disse Robert com os olhos cheios de lágrimas que agora rolavam soltas pelo rosto. - Não ligue para as lágrimas, pois elas são de felicidades por vocês. Que Deus os abençoem. Meg abraçou Robert com carinho, ela não sabia que Robert conhecia Nick assim, então ficou mais aliviada ao saber que ele estaria em boas mãos. - Sou eu quem tem que te agradecer Robert, pois sem seu apoio acho que não estaria aqui neste momento e assim eu não teria conhecido Meg. - Eu tenho o maior carinho por você. Disse Nick abraçando o velho amigo. Logo que saíram da sala de Robert, Meg combinou com Nick de mais tarde jantarem junto com seus pais e aí teriam a ultima noite juntos antes da operação. Meg acabou de colocar o serviço em dia e ficou olhando para seu escritório já com ar de saudade. Foi até a janela e fitou o horizonte, o sol já estava se pondo. Era como se ela tivesse que ir viajar para uma terra distante e não saberia se iria voltar. Sem que ela percebesse, Wanda tinha entrado em seu escritório para dizer se precisava dela, pois seu turno já estava acabando, quando viu que Meg estava distante ela deu uma tossidinha para lhe chamar a tenção. - Porque este ar de tristeza Meg? Não adianta querer se livrar de mim que você não vai conseguir, pois tenho muito ainda que trabalhar para poder lhe pagar. Então voce faz um favor e passe por aquela cirurgia como sempre fez com os obstáculos que surgiram em sua vida, pula eles e venha para nós esta bem? Wanda já estava com as lágrimas escorrendo pelo rosto. Meg atravessou a sala e abraçou a abraçou, depois disse:

- Eu nunca faria isso com você. Quem que vai cuidar de mim lá em cima, hem? Brincou Meg. - Mas é sério Meg, eu sei que tudo vai dar certo e só pensar positivo. Então que você tenha um bom fim de semana. - Para você também Wanda. Disse Meg se despedindo. A noite chegou, Meg se encontrou no restaurante do hotel com Nick e com os pais dele para jantarem, resolveram jantar ali mesmo para a noite não ficar muito cansativa para Meg. O jantar foi muito divertido, Meg ficou sabendo das estripulias que Nick havia feito quando era pequeno. A toda hora que seus olhares se cruzavam, Meg sentia um arrepio percorrer seu corpo, seu corpo chamava por ele. Nick estava com vontade de pegar Meg no colo subir o elevador, joga-la na cama e fazer amor com ela até seu corpo se cansar de exaustão. Toda vez que seus olhares se encontravam ele sentia o desejo tomar conta dele, assim logo que sua mãe começou a bocejar de sono, ele aproveitou e convidou Meg para ir descansar, pois teria um longo dia pela frente. Meg então se despediu dos pais dele e juntos entraram no elevador, ficou cada um de um lado do elevador se olhando, se admirando. Quando as portas se abriram, saíram lentamente do elevador em pequenos passos em direção á porta. - Eu não estou nem um pouco cansada e você? - Por enquanto não. Disse ele já beijando seus lábios. Novamente se entregaram por completo um para o outro, como se aquela fosse a última vez que faria amor. Os beijos foram mais demorados, como se quisessem ficar com o gosto deles na boca, logo depois estavam deitados descansando, quando Nick falou: - Você devia estar dormindo, pois terá um longo dia pela manhã. - Eu sei, mas eu não consigo dormir. - Eu quero aproveitar cada segundo que tiver para ficar ao seu lado, e além do mais, eu vou ficar dormindo durante a operação, então eu não preciso dormir agora você não concorda? - Hum, até que tem fundamento, mas você não está conseguindo dormir porque está muito tensa. - Pode ser, mas eu vou fazer o que?


- Eu posso te dar algumas idéias de relaxamento. Disse ele já passando as mãos pelo corpo dela. Depois de fazerem amor novamente, dormiram profundamente até o dia amanhecer. O primeiro a acordar foi Nick, que preferiu ficar ao lado dela até ela acordar. Logo em seguida Meg despertou e sorrindo para ele disse: - Mas não é que funcionou mesmo a sua técnica de relaxamento? Disse rolando seu corpo por cima do dele. - Eu adoro acordar com você aqui sabia? Falou ela ainda meio sonolenta. - Você pode não saber, mas tenho umas técnicas incríveis, quando você quiser posso te ensinar. Disse ele zombeteiro. - Ah, então quer dizer que você é um expert nesse assunto? - Não chego a ser um expert, mas dá para quebrar um galho. Disse sorrindo e rolando com ela pela cama. - Hum, que sorte a minha, além de anjo da guarda, você também tem técnicas de relaxamento. - Sabe Meg, você já parou para pensar que você vivia me chamando de seu anjo da guarda, mas na verdade você que é o meu anjo? Pois foi você quem apareceu em todos aqueles lugares em que eu estava. - Foi você que despertou em mim à vontade de viver outra vez. - Você que me fez viver e poder voltar a amar de novo. - Então minha querida se você pensar bem, isso faz de você o meu anjo da guarda. E eu só tenho que agradecer por você ter entrado em minha vida, mesmo que de uma maneira meio trágica. - Mas sei que você vai sair dessa ilesa e aí passaremos o resto de nossas vidas juntos, pois esse é o nosso destino. Será que todos na família de Nick tinham o dom de falar coisas tão bonitas assim? Meg achava que sim, pois aquelas palavras tocaram nela mais do que qualquer coisa que ela tinha ouvido antes. Agora tinha certeza que nada iria acontecer com ela naquela sala de cirurgia, pois tinha esperança de ter uma vida feliz ao lado do homem amado. Ficaram juntos na cama até na hora de ir para o hospital, não queriam perder um só instante de ficarem juntos. Finalmente a hora de ir ao hospital chegou, Meg tomou um banho se preparou para sair, logo se encontrou com Nick na recepção do hotel, pois ele tinha ido até sua

casa para trocar de roupa, os pais dele vieram dar mais uma vez boa sorte a ela prometendo ir visitá-la mais tarde. Chegando ao hospital, Meg foi levada para sala de preparação, ao se virar para se despedir de Nick, notou que ele estava sorrindo. Ela não sabia se ele estava tentando ser forte, mas ele estava tão tranqüilo que nem parecia que ela iria fazer uma operação de risco. Abraçando ele forte ela disse: - Guarde aquele anel porque eu vou querer usá-lo pelo resto de minha vida. Disse tentando passar tranqüilidade para ele. Ele a abraçou forte por uns instantes e depois disse: - Pode ficar tranqüila que eu vou ter o prazer de colocá-lo em seu dedo. Ficou um tempo olhando para ela. - Eu te amo muito Meg e espero que você volte para mim, pois eu preciso de você e quando a gente precisa de um anjo ele jamais abandona quem precisa dele. - Eu vou ficar aqui te esperando ok? Dizendo isso ele a beijou com paixão. Logo foram informados de que já estava na hora e Meg precisava ser preparada para a cirurgia, então Nick acenou para ela enquanto ia saindo da sala. “É agora”. Pensou Meg, sua vida estava nas mãos do destino, era viver ou morrer. Mas ela estava torcendo para que o destino fosse bondoso com ela e a deixasse seguir com sua vida. Do lado de fora Nick quase não conseguia respirar, precisou controlar suas emoções para não pegar Meg nos braços e sair dali o mais rápido possível. Mais uma vez pediu aos céus para lhe dar força e proteger Meg, pois o destino deles estava sendo traçado era só esperar para ver qual seria o resultado. Já na sala de cirurgia, Meg estava deitada com as mãos seguras na cama, vários médicos e enfermeiras estavam ali, inclusive Michel que veio em seu encontro e disse: - Denise mandou lembranças. Ela pediu desculpas, mas não podia largar as orações que estava fazendo, coisas de mulher você deve saber. Falou ele quebrando um pouco o clima tenso. - E então? Está preparada para me fazer famoso? Perguntou sorrindo. - Olha se eu conseguir sair dessa, eu te prometo que vou escutá-lo pelo resto de minha vida sem resmungar ok?


- Você está com medo? Perguntou o médico sério. - Sim. - Eu também! Mas pode ficar tranqüila que vamos fazer tudo o que tiver em nosso alcance para que essa operação seja um sucesso e ficarei aqui sempre com você, então você não estará sozinha. Disse o amigo fazendo um leve carinho em sua face. Então ele fez sinal para que começassem a cirurgia, logo Meg fechou os olhos e caiu em um sono profundo. Na sala de espera, Nick andava de um lado para outro, já haviam se passado mais de uma hora e até agora nada, ninguém tinha qualquer informação para lhe passar. Seus pais já haviam ligado para ver se tinha alguma noticia, mas desolado ele disse que não tinha nenhuma informação. Sua mãe pediu para ele ter paciência, pois com fé tudo daria certo. Michel havia avisado Nick que a cirurgia seria demorada, pois eles tinham que ir devagar para não danificar nada no cérebro de Meg, por isso ele contava com a ajuda de mais dois médicos especializados e que todos estavam a par da situação de risco. Nesse meio tempo Nick resolveu se sentar um pouco para descansar e ficou pensando em como sua vida havia mudado em tão pouco tempo. Logo uma enfermeira veio ao seu encontro para avisá-lo que a cirurgia por enquanto estava tudo como planejado e que logo Michel viria falar com ele. Nick ficou mais aliviado, pois confiava em Michel e sabia que ela estava em boas mãos, então pegou o telefone e ligou para seus pais e falar para mantê-los informados da situação. Já se passavam mais de quatro horas de operação, e até agora Michel não havia aparecido para conversar com Nick. De vez em quando uma enfermeira vinha lhe dar algumas informações para acalmá-lo, mas mesmo assim já estava começando a ficar preocupado. Então resolveu ir até a lanchonete comer alguma coisa, pois seu estomago já começava a pedir por comida. Estava sentado em uma das mesas quando sentiu a presença de alguém atrás dele, ao se virar encontrou Michel que lhe olhava com um semblante sério. - E aí, como que Meg está? Perguntou Nick rápido. - Calma, por enquanto está tudo dentro do programado, ela está agüentando bem a cirurgia e já conseguimos chegar até o coágulo.

- Mas o que me preocupa é a sua recuperação, pois como eu disse esse é um território totalmente novo para nós. - Mas eu posso te garantir que o pior já passou, então agora e só acabar de tirar o coágulo fazer uma limpeza no local, fechar o corte e rezar para que ela acorde em breve. - Agora deixa eu voltar para a sala de cirurgia porque eu prometi a Meg que ficaria na sala o tempo todo com ela. - Obrigado Michel, qualquer alteração, por favor, mande me avisar sim? - Está bem. Disse o médico já se afastando, mas retornou logo em seguida e disse: - Tente descansar um pouco Nick, pois ainda tem muita coisa pela frente, é melhor você estar descansado para quando ela acordar você não acha? - Eu sei, mas é que eu não consigo parar de pensar nela. - Tudo bem, então até mais. Despediu-se o médico. Nick se sentiu mais aliviado depois que conversou com o médico, agora estava faltando pouco para acabar todo aquele sofrimento. Depois de andar, sentar, ler e tentar descansar, finalmente Michel apareceu, e dessa vez dava para ver em seu rosto que tudo estava bem, antes mesmo dele falar alguma coisa para Nick, seu coração já sabia que a cirurgia tinha sido um sucesso, então ele se levantou dizendo: - Foi tudo bem não foi? Disse Nick visivelmente emocionado. - Sim, tudo correu de acordo com o esperado, agora só falta a recuperação que será a parte mais difícil, por enquanto está tudo bem, graças a Deus. Disse o médico também emocionado abraçando Nick. - E quando eu posso vê-la Michel? Perguntou Nick. - Daqui a pouco ela será transferida para um quarto com todo equipamento necessário para o caso de ter algum problema, então você poderá visitá-la. Eu mando te chamar assim que possível ok? - Mais uma vez obrigado Michel. - Não tem de que. Nick aproveitou e ligou para seus pais e lhes deu a bela notícia de que tudo tinha corrido bem na cirurgia, enquanto falava com sua mãe, pode sentir em sua voz que ela estava emocionada e disse que logo mais estaria ali para lhe fazer companhia. Desabando na poltrona, Nick finalmente pode respirar aliviado, depois de


quase seis horas ali esperando, agora ele podia relaxar um pouco. Ele se sentia como se tivesse participado de uma grande batalha, não via a hora de poder vê-la de novo. Michel observava Meg que já estava instalada no quarto, ainda estava sob observação máxima, pois não sabiam se ao tirar o coágulo tivessem mexido em alguma parte de seu cérebro. Agora só o tempo podia lhes dizer se eles haviam obtido êxito naquela cirurgia. Os exames não detectaram nada de anormal, mas como o cérebro é uma parte delicada, o jeito era esperar mesmo. Se Nick achava que a espera da cirurgia foi demorada, agora ele já estava ficando preocupado de novo, pois já tinha se passado dois dias e Meg ainda não havia acordado. Quando Nick entrou no quarto que Meg estava logo depois da cirurgia, pode notar que realmente parecia que ela estava dormindo, chegou perto dela e deu um delicado beijo em seus lábios. Ficou alguns minutos olhando para ela, passou as mãos pelos seus cabelos, pegou a sua mão e ficou segurando forte no intuito de que ela fosse acordar. Mas nada, parecia que estava em um sono profundo. “Melhor assim pelo menos ela não está sofrendo”. Pensou Nick. No terceiro dia, Nick como sempre estava ao lado de Meg, quando Michel lhe chamou para dar uma espairecida. Ao andar pelo hospital Michel, foi lhe contando os episódios de sua carreira ali naqueles corredores. Em como em pouco tempo ele passou de um simples hospital para um verdadeiro centro de diagnósticos graças a Meg. Disse também que uma vez perguntou a Meg se ele não pudesse ajudá-la, se mesmo assim ela o teria ajudado em sua carreira e ela disse: - Mas é claro que sim, afinal você estava sendo acusado por uma coisa que não cometeu e se você não puder me ajudar, talvez possa ajudar outras pessoas. Ficaram conversando por um bom tempo até que o bip de Michel tocou o alertando de que ele era esperado em alguma emergência. Voltando ao quarto de Meg, Nick voltou a se sentar ao seu lado, devagar foi abaixando a cabeça até que a encostou sob a cama perto da mão de meg.

Ficou ali admirando a bela mulher que ele amava, quando aos poucos seus olhos foram se fechando e ele dormiu profundamente e sonhou com um lindo anjo que viera do céu para faze-lo feliz e lógico que esse anjo era Meg. Ela estava radiante com um lindo sorriso nos lábios e o chamava para que ele fosse com ela. Nick... Nick... Parecia que Meg estava em um sonho, abriu os olhos devagar e logo sentiu que tinha alguém ao seu lado. Levantou a mão e a colocou naqueles cabelos negros que ela tanto gostava de acariciar. “Será que ela estava sonhando”? . Ela achava que não, pois tudo estava tão real, inclusive os cabelos de Nick que ela não se cansava de acariciar, aos poucos ela foi chamando ele: - Nick... Nick... Aos poucos Nick foi erguendo a cabeça como se não soubesse onde estava, mas ao notar que ela estava olhando para ele, logo viu o sorriso e as lágrimas que brotavam em seu rosto. - Meg. Graças a Deus você acordou meu amor. Disse Nick saindo de seu sonho e indo direto para a realidade. Nick não sabia se a beijava ou se a abraçava, resolveu fazer os dois juntos fazendo Meg soltar uma pequena risada e ao mesmo temo um gemido de dor. - Desculpe-me, eu te machuquei? Perguntou ele aflito. - Espera que eu vou chamar o Michel. E antes que ela pudesse falar alguma coisa ele já saia pela porta. - Michel! Disse Nick assim que o avistou. - A Meg acabou de acordar e pelo jeito está sentindo dor. - Mas que maravilha. Respondeu o médico. - Essa é a melhor notícia que eu recebo há anos. Quando chegaram no quarto Meg estava com os olhos fechados, mas os abriu assim que eles se aproximaram da cama. - Seja bem vinda minha amiga, como você está? Perguntou o médico. - Você está conseguindo falar? - Um pouco. Disse Meg com dificuldade. - Minha cabeça está doendo.


- Tudo bem, é até normal, pois ela ficou aberta por um bom tempo, mas eu já vou te medicar para a dor ir embora ok? Falou o médico. Meg fez que sim com a cabeça. Nick a olhava maravilhado, como havia rezado por aquele momento. Meg olhou para Nick e deu um pequeno sorriso, ela não conseguia pensar direito, pois sua cabeça doía muito. Mas o que ela estava mais achando estranho era que ela queria falar, mas a voz não saia, talvez estivesse muito fraca por causa da operação. Então só ficou ali o abservando de longe, pois Michel estava fazendo alguns exames e Nick estava em um canto para não atrapalhá-lo. - Olha Meg, talvez você tenha alguma dificuldade em falar ou se movimentar, mas não se preocupe que isso faz parte da sua recuperação que será devagar. - Então trate de descansar, porque você lutou muito pela sua vida e agora merece um descanso. - E lembre-se de sua promessa que se você saísse dessa, iria me obedecer pelo resto de sua vida, então trate de cumpri-la ok? ... - É bom ter você aqui conosco. Falou o médico sorrindo. Quando o médico saiu, Nick se aproximou da cama, pegou sua mão e a levou até os lábios depositando ali um beijo suave. - Obrigado por ter voltado, eu te amo muito Meg. Disse Nick fazendo com que ela soltasse uma pequena lágrima. - Você também tem uma promessa a cumprir, lembra? Falou ela com uma certa dificuldade e fazendo uma careta de dor. - Eu pensei nisso o tempo todo e terei o maior prazer em cumpri-la, mas agora você tem que descansar. Pode ficar tranqüila que não sairei daqui por nada. Ela sorriu e logo fechou os olhos para um descanso merecido. Os dias foram se passando, e a cada dia Meg ia se sentindo melhor, estava cada vez mais forte. Logo nos primeiros dias ela já começou a receber visitas, os pais de Nick, que muito emocionados a abraçaram fazendo ela prometer que iria visitá-los assim que ela pudesse. Denise que falou que o tempo todo Michel lhe mandava informações de sua saúde, Robert que lhe entregou um buquê de flores e lhe desejou boas vindas, Wanda que logo foi avisada por Michel que não era para

ela falar nada sobre trabalho nem que Meg lhe perguntasse. Só assim que Nick saia de perto dela, ele ia até sua casa tomar banho e trocar de roupa e logo retornava ao hospital para ficar ao seu lado. Meg estava cada dia mais apaixonada por aquele homem tão carinhoso e amável. Finalmente chegou o dia em que Meg saiu do hospital, passaram pela sala de Michel que lhe ia passar alguns cuidados que ela teria que ter por mais alguns dias e que de vez em quando teria que fazer alguns exames. Chegando em seu apartamento, Nick fez com que ela se sentasse no sofá, pegou uma caixinha preta do bolso, abriu e pegou aquele lindo anel e colocou em seu dedo dando um beijo logo em seguida e disse: - Para mim não precisava, pois como eu tinha dito antes eu já te considero minha mulher, mas para mostrar que voce já tem dono, então agora está oficial. - Voce quer se casar comigo senhorita Meg? Perguntou ele sorrindo. - Mas é claro que sim senhor Nick, afinal eu lutei por isso. Respondeu ela. - Mas é sério Nick, eu não tenho certeza, mas acho que se não tivesse te conhecido e tivesse que fazer essa cirurgia, eu não sei se teria tido forças para sair dessa. - Entao você foi minha tábua de salvação, sem você eu acho que não estaria aqui agora. Emocionados se abraçaram por um bom tempo, até que Nick procurou seus lábios em um beijo demorado e apaixonado. Já tinham se passado alguns meses, Meg ainda não tinha voltado a sua rotina normal, ainda não tinha ido ao escritório, pois tinha alguns dias que ainda sentia pequenas dores de cabeça. Nick trabalhava até tarde, pois tinha muito que fazer. Como ele ficou algum tempo também parado, seu serviço deu uma pequena acumulada. E ainda tinha uma reunião com Robert quase todos os dias, pois como Meg estava afastada, eles que resolviam todo tipo de assunto. Meg estava em seu apartamento quando seu telefone tocou, era Michel pedindo para que ela fosse até lá, pois ele tinha um assunto meio sério para tratar com ela. Só que era melhor que ela viesse sozinha, mas não era para se preocupar que não era nada de grave.


Na mesma hora ela pegou sua bolsa, pediu para o motorista do hotel levá-la até o hospital. Chegando lá foi direto para sala de Michel. Quando entrou na sala, Michel lhe deu um largo sorriso e disse para ela se sentar. - Michel você está me matando de curiosidade, o que aconteceu? - Calma! Porque você é tão apressada assim hem? - Eu tenho em mãos alguns resultados dos seus exames finais e tenho boas notícias para te dar, aliás, ótimas para falar a verdade. E o médico passou a explicar todo o procedimento dos exames para Meg, que saiu de lá muito contente com as boas noticias. Nick saiu do escritório e foi para sua casa, ele tinha que fazer a barba porque depois ele iria para casa de Meg e não conseguiria sair de lá antes do amanhecer do dia. Mas se assustou quando Meg ligou para ele pedindo que fosse até lá o mais rápido possível. - Mas o que está acontecendo? Você está passando mal? Quis saber ele. - Não, pelo contrário eu nunca me senti tão bem, mas vem para cá logo que eu te conto está bem? - Eu já estou indo. Que barba que nada, voltou a pegar as chaves do carro e correu para Meg. Ao chegar em seu apartamento, Meg o pegou pela mão fazendo com que ele se sentasse no sofá em frente a ela e lhe disse: - Hoje eu fui até o hospital conversar com o Michel, e ele me disse que finalmente estou livre das dores de cabeça, pois os exames finais mostraram que nada foi mexido no cérebro e que eu estou perfeitamente bem, então eu já posso voltar com minha vida normal. Disse ela o abraçando. - Mas que notícia maravilhosa meu amor, vejo que agora não há motivos para não marcarmos a data de nosso casamento não é? Perguntou ele. - Por mim eu teria casado quando você saiu do hospital, mas como você quis esperar para ver se estava tudo certo mesmo eu fui paciente, mas agora você não vai conseguir fugir mais de mim. Disse ele lhe beijando, mas logo foi afastado por ela. - Espere que tem mais. Falou ela meio séria. - Pelo jeito eu vou ter que começar a fazer alguns novos exames, pois nos relatórios dos exames, sem querer ele descobriu uma coisa muito importante. Disse ela olhando em seus olhos.

Nick já sentiu a boca secar. “Mas o que será agora meu Deus”? - Seja o que for, nós vamos encarar isso juntos você está me entendendo? Falou ele sério com ela. - È bom mesmo, pois eu estou esperando um filho seu, ou seja, um filho nosso. Falou ela emocionada. Nick ficou olhando para ela para ver se conseguia entender o que ela tinha acabado de dizer. “Será que ele tinha ouvido direito”? “Um filho”? - Isso é mesmo verdade Meg? Perguntou ele com a voz tremula. - Sim meu amor é verdade. Ele confirmou três vezes os testes e todos deram positivo, então eu acho que agora eu me caso com você. Disse sorrindo. Nick não conseguia acreditar no que estava acontecendo, feliz da vida ele a pegou no colo e saiu rodando com ela pela sala com um garoto quando tinha ganhado um presente valioso. - Temos que casar urgente, pois eu não quero que meu filho nasça antes de estarmos casados. - Nick eu quero te pedir uma coisa. Falou ela fazendo com que ele a colocasse no chão: - Eu quero que apartir de hoje você tome a frente de nossos negócios. - Eu não quero mais ficar viajando para cima e para baixo, pois agora eu tenho uma família novamente. E não quero perder um minuto sequer da minha vida, pois tudo o que eu sempre quis eu já consegui. - Eu te amo muito Nick, você é a razão do meu viver. - E voce é o anjo que entrou em minha vida e agora está me dando mais um anjo para eu amar. - Eu sinto que fui abençoado Meg, realmente agora eu acredito que nascemos para ficarmos juntos. Meg se lembrou da conversa que tinha tido com Michel que não acreditava em destino e agora o destino estava ali, mostrando a ela que como Michel disse: - “O destino nada mais é do que oportunidades que surgem em sua vida, e só você pode decidir o que fazer com elas”. O futuro deles ela já sabia o que iria fazer. Viveria feliz com sua família pelo resto de sua vida. Pois algo lhe dizia que o “futuro seria mágico”. FIM


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.