Cartilha Plantas Medicinais EFA

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EVANDRO DA ROSA SILVEIRA. MARISTELA WATHIER AMANDA PEZZI JULIA ELISA EIDT ADAIR POZEBON MAGNÓLIA A. S. DA SIILVA


PROJETO E PUBLICAÇÃO EFASC - Escola Família Agrícola Santa Cruz do Sul Rua Dom Antônio Reis, 308. Linha Santa Cruz - Santa Cruz do Sul - RS.

UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul Departamento de Horticultura e Silvicultura Faculdade de Agronomia-UFRGS Av. Bento Gonçalves, 7712 - Porto Alegre - RS - Brasil EDITORAÇÃO Exalt Design e Comunicação Ltda. Rua Ernesto Alves, 571 - Sala 104 Santa Cruz do Sul/RS CEP 96810-144 www.exalt.art.br

FOTOGRAFIAS Acervo de EFASC - Escola Família Agrícola Santa Cruz do Sul Fernando Mallmann

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PROJETO QUALIFICAÇÃO DE JOVENS DO CAMPO PARA PRODUÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS VIA PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA, NO VALE DO RIO PARDO-RS

A Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul-EFASC é uma escola de Ensino Médio e Técnico em Agricultura que vivencia teórico-metodologicamente a Pedagogia da Alternância, sendo uma possibilidade de educação voltada especialmente para juventude do campo. Atende jovens filhos e filhas de agricultores com idade de 14 a 24 anos da região do Vale do Rio Pardo/ RS. Os jovens permanecem por uma semana junto a sua família e outra na EFASC, interagindo e construindo conhecimentos nesse processo de aprendizagem mutuo.

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IMAGENS: Fernando Mallmann

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RESUMO 1. INTRODUÇÃO

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2.

IMPORTÂNCIA SOCIAL E ECONÔMICA PLANTAS MEDICINAIS

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3.

IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA

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4.

BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS NO CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAIS, AROMÁTICAS E CONDIMENTARES

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4.1

PREPARO DO SOLO

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4.1.1

ADUBAÇÃO DO SOLO

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4.2

PRODUÇÃO DE MUDAS

12

4.2.1

PRODUÇÃO DE MUDAS POR SEMENTES

12

4.2.2

PRODUÇÃO DE MUDAS POR ESTACAS

13

4.2.3

DIVISÃO DE TOUCEIRAS

13

4.2.4 ESTOLÃO

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4.3

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PLANTIO

4.4 IRRIGAÇÃO 5. COLHEITA

16

6. SECAGEM

18

7.

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ARMAZENAGEM E TRANSPORTE

8. COMERCIALIZAÇÃO 8.1

9.

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COMO ENTRAR NO MERCADO

23 24

LEGISLAÇÃO

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8.2

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POLÍTICA NACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS

RELATO DA EXECUÇÃO DO PROJETO E DIAGNÓSTICO

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10. RELATOS

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11.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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12.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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RESUMO

O projeto qualificação de jovens do campo para produção de plantas medicinais via pedagogia da alternância, no Vale do Rio Pardo-RS, surge da parceria entre a Faculdade de Agronomia da UFRGS, e a Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (EFASC), com o intuito de desenvolver ações para a formação de jovens do campo e suas famílias, que visa viabilizar alternativas que venham incrementar a diversificação das propriedades familiares com foco na produção de plantas medicinais, aromáticas e condimentares. Atuando e promovendo o desenvolvimento da cadeia produtiva das espécies medicinais na região e, fortalecendo a inserção dos jovens

e suas famílias nesta cadeia. Foi desenvolvido com os jovens estudantes da EFASC, de maio de 2011 a novembro de 2012. Objetivou o aprendizado teórico e a realização de práticas alternativas de cultivo nas dependências da escola e sua posterior utilização nas propriedades familiares dos participantes do projeto. As atividades do projeto foram desenvolvidas conjuntamente com a aplicação da Pedagogia da Alternância, utilizada pela EFASC. Esta possibilidade de educação prevê a permanência semanal alternada dos jovens no meio escolar e no meio sócio-familiar buscando a valorização da troca de saberes empíricos e científicos.

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1 INTRODUÇÃO Conforme

Ferreira

(1998), plantas medicinais podem ser definidas como plantas que possuem

atividade

biológica,

com um ou mais princípios ativos úteis à utilização de plantas com fins medicinais para tratamento, cura e prevenção de doenças. É uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2005). Segundo as Organizações Mundiais da Saúde, 80% da população

mundial

principalmente,

a

usam, medicina

tradicional (popular) para suprir as necessidades de assistência médica

primária.

No

Brasil

pesquisas demonstram que mais de 90% da população já fez uso de alguma planta medicinal.

Essa publicação trará informações importantes sobre o uso de plantas medicinais. Em cada capítulo, você terá dicas, orientações e esclarecimentos importantes para fazer o uso correto das Plantas Medicinais e entenderá um pouco mais sobre técnicas agrícolas para o seu cultivo, além do relato do projeto. 6


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IMPORTÂNCIA SOCIAL E ECONÔMICA PLANTAS MEDICINAIS

A natureza proporciona ao homem uma infinidade de plantas com valores medicinais. E a flora brasileira é uma rica fonte de ervas que podem auxiliar no tratamento e prevenção de vários males. Se nossos ancestrais contavam apenas com o conhecimento popular, nós, hoje, dispomos de pesquisas científicas que comprovam as propriedades medicinais de várias plantas, atestando, em alguns casos, sua eficiência (EMBRAPA, 2006). A relação da humanidade com as plantas medicinais caminha junto com a história do homem na terra (TESKE, 1997). O homem sempre selecionou espécies vegetais seja para sua alimentação ou para cura e alívio dos males (AMOROZO, 1996). A utilização de plantas com fins medicinais para tratamento, cura e prevenção de doenças, é uma das mais antigas formas de prática medicinal da

humanidade (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2005). De acordo com Ferreira (1998), plantas medicinais podem ser definidas como plantas que possuem atividade biológica, com um ou mais princípios ativos úteis à saúde humana. Assim, o valor medicinal dessas plantas, está relacionado ao conteúdo e teor de substâncias químicas presentes, as quais exercem ação fisiológica sobre o corpo humano. A importância delas para as populações dos países em desenvolvimento e desenvolvidos tem valores diferenciados. Enquanto que nos países em desenvolvimento, o uso tradicional de plantas como medicamento é secular, com uma forte conotação sociocultural nas diversas comunidades, nos países desenvolvidos sua importância está mais relacionada com a busca de novos medicamentos e princípios ativos pela indústria farmacêutica para doenças e/ou

sintomas mais ocorrentes nestes países (SHEFFER, 2008). Além disso, a diversidade vegetal está privilegiada nos países em desenvolvimento, particularmente os da região neotropical. Nesses países, Brasil incluso, a quantidade de espécies medicinais é muito maior que nos países subtropicais, particularmente no hemisfério norte. A título de exemplo, somente a floresta amazônica comporta cerca de 16% de toda a flora mundial (SCHULTES; RAFFAUF, 1990). O uso dos recursos vegetais está presente na cultura popular que é transmitida de geração a geração no decorrer da existência humana. Este conhecimento é encontrado, principalmente, junto às populações tradicionais. No Brasil, os povos indígenas, antes mesmo do descobrimento, utilizavam espécies medicinais na cura de variadas doenças

(KULCHETSCKI et al., 2006). No Brasil, somente 20% da população consome 63% dos medicamentos disponíveis, enquanto que o restante encontra nos medicamentos de origem natural, especialmente nas plantas medicinais, a única fonte de recursos terapêuticos (DI STASI, 1996). Já, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde, 80% da população mundial usam, principalmente, as medicinas tradicionais (populares) para suprir as necessidades de assistência médica primária. Um fator importante que deve ser divulgado é a importância das plantas medicinais, quem sabe assim a humanidade se voltará mais para a preservação ambiental. Muitas plantas são destruídas sem conhecer seu potencial terapêutico e suas substâncias que poderiam servir ao homem (GIOMBELI).

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IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA

A grande busca de espécies vegetais para estudo faz crescer a necessidade de reforçar a importância da correta identifcação botânica das mesmas. Sabe-se que muitas espécies apresentam substâncias que provocam reações adversas e poucos são os estudos toxicológicos realizados com as

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espécies comumente utilizadas (TUROLLA; NASCIMENTO, 2006). Tal afrmação é reforçada pela difculdade encontrada com o uso da nomenclatura popular. Muitas vezes uma mesma espécie recebe mais de um nome popular de acordo com a região em que é

encontrada. Outras vezes um mesmo nome é utilizado para espécies pertencentes a famílias diferentes, com constituintes químicos, atividades biológicas e dadas toxicológicos distintas ou até mesmo desconhecidas (VERDAM, 2010). Muitos são os casos de intoxicação com plantas, pois

as semelhanças morfológicas levam as pessoas ao consumo de uma espécie acreditando ser outra. No entanto, tal problema deve ser evitado nos trabalhos científcos e as informações obtidas devem extrapolar as portas das universidades chegando à sociedade. (VERDAM, 2010).


DICAS IMPORTANTES: • Mesmo sendo naturais, as ervas e plantas e podem causar danos à saúde; • Produza suas próprias mudas, ou em caso de impossibilidades de produção adquira em estabelecimentos de confiança; • Busque sempre informações sobre a planta a ser utilizada; • Sempre consulte o nome cientifico da planta para ter certeza de que está utilizando o vegetal correto; • Procure saber qual a parte da planta deve ser utilizada na receita; • Pesquise sobre as contra-indicações da planta;

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4 4.1

BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS NO CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAIS, AROMÁTICAS E CONDIMENTARES PREPARO DO SOLO No preparo do solo, deve-se intervir o mínimo possível, evitando grandes revolvimentos ou exposições. Plantas de porte arbustivo e arbóreo devem ser plantadas em covas, onde serão adicionados os fertilizantes orgânicos necessários. Como medida ou prática de conservação do solo, deixar faixas em curvas de nível com vegetação nativa dentro da área da horta. Segundo Sartório (2000) os canteiros, covas, sulcos devem ser colocados respeitando o traçado da rede de irrigação e os espaçamentos devem ser indicados para cada cultura e devem possuir no máximo um metro de largura e o comprimento deve ser adequado ao seu

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manejo, deixando-se intervalos de 0,50 metros entre os canteiros para circulação e devem ser construídos de maneira a não empoçar água nos caminhos. Já as covas devem possuir as seguintes dimensões: 30x30x30 cm e adicionar composto orgânico conforme orientação para cada cultura. A matéria orgânica é de grande importância na garantia da sustentabilidade do solo. Dessa forma, a manutenção de restos culturais, a introdução de compostos orgânicos, as adubações verdes, o uso de vermicompostos, a rotação de culturas e a utilização de coberturas morta devem ser praticas constantes para obtenção e a manutenção da boa fertilidade dos solos.


4.1.1

ADUBAÇÃO DO SOLO

A adubação visa recuperar ou conservar a fertilidade do solo, contribuindo com o desenvolvimento das plantas medicinais. O adubo pode ser aplicado de 15 a 20 dias antes do plantio para evitar perda de nutrientes do solo. Adicionar na linha, na cova ou em cobertura, incorporado ao solo. A preferência será por uso de adubos orgânicos obtidos da decomposição de restos de plantas ou de esterco de bovinos, galinhas e minhocas. De acordo com Azevedo e Moura (2010), os mais utilizados são:

RESTOS DE CULTURA - fornecem matéria orgânica ao solo, contribuindo para melhorar sua fertilidade. Podem ser incorporados ou mantidos como cobertura morta.

ESTERCO DE ANIMAIS - dejetos sólidos e líquidos de aves, bovinos e suínos que, depois de curtidos, são utilizados como adubo. Em geral, o esterco de ave é mais rico em nutrientes.

HÚMUS DE MINHOCA - devido à facilidade de produção nas propriedades, é uma alternativa de enriquecimento do esterco. É um adubo orgânico muito rico em nutrientes.

COMPOSTO ORGÂNICO OU COMPOSTAGEM - é o processo de transformação dos resíduos através de microrganismos. Obtido a partir de lixo (resto de alimentos, restos de culturas e dejetos de animais, entre outros) que é depositado numa pilha ou leira que deve ser molhada uma vez por semana para manter a umidade e acelerar a decomposição.

ADUBAÇÃO VERDE - são vegetais que, plantados no local da cultura, têm sua massa verde incorporada ao solo, melhorando suas condições nutricionais. A planta que servir de adubo verde não deve competir com a espécie plantada, por isso deve ser plantada nas entressafras, portanto deve-se estar atento ao ciclo de cada planta que servirá de adubo verde. A incorporação do adubo verde deve ser feita, de preferência, quando a planta estiver com floração.

Com exceção da adubação verde, as demais formas de adubação podem ser realizadas em torno de 15 a 20 dias antes do plantio para evitar perdas de nutrientes no solo. Adicionar na linha, na cova ou em cobertura, incorporado ao solo, dependendo do tipo de preparo do solo e da planta medicinal a ser cultivada. 11


4.2 PRODUÇÃO DE MUDAS

Na produção de mudas por sementes, estacas, divisão de touceiras, estolões, a atividade inicial deve se desenvolver um ambiente protegido, estufas

ou casas de sombra. Quando as mudinhas já estiverem definidas, devem, então, serem conduzidas ao local de plantio.

deve-se fazer um desbaste, retirando as plantas mais fracas e deixando uma muda a cada 5 cm (em caso de sementeiras) ou uma muda por célula/recipiente. As mudas estarão prontas para plantio, quando possuírem

de quatro a oito folhas definitivas. Exemplo de mudas produzidas por sementes: camomila, bardana, calêndula, capuchinha, alcachofra, sálvia, melissa, entre outras.

4.2.1 PRODUÇÃO DE MUDAS POR SEMENTES

A semeadura pode ser feita diretamente em canteiros (sementeiras), adubados de acordo com a recomendação de adubação, mas o ideal é que a semeadura seja feita diretamente em recipientes, tais como: bandejas (plástico ou isopor), copos, sacos plásticos ou tubetes, utilizando substrato orgânico para encher os recipientes. Proceder à semeadura, colocando 12

duas a três sementes por célula ou recipiente. Após a semeadura, irrigar os canteiros/recipientes, procurando manter o substrato sempre com boa umidade e sem encharcamentos durante o desenvolvimento das mudas. Depois da emergência das sementes, 5 a 10 dias após a semeadura, quando as mudas estiverem com as primeiras folhas definitivas/verdadeiras,


4.2.2

PRODUÇÃO DE MUDAS POR ESTACAS

As estacas são pedaços de caule que devem conter pelo menos duas gemas e o tamanho varia de 10 a 20 cm, dependendo da espécie. Para algumas espécies, como alecrim, manjericão, orégano e manjerona, estacas de brotos mais novos enraízam mais facilmente. Para facilitar o enraizamento, podem-se tratar as estacas com biofertilizante líquido puro, mas não é obrigatório o seu uso. Após o preparo das estacas, deve-se colocá-las para enraizar em recipientes,

4.2.3

contendo substrato orgânico. A estaca deve ser enterrada cerca de 2/3 do seu comprimento e a extremidade a ser enterrada é aquela que estava voltada

para a raiz da planta. Quando as mudas estiverem prontas, devem ser transplantadas para vasos maiores ou no canteiro. Exemplos de espécies que se

propagam por estacas: guaco, boldo, erva cidreira, alecrim, sálvia, orégano, entre outras.

DIVISÃO DE TOUCEIRAS

Este processo é simples e consiste em dividir a plantamãe, formando várias mudas. Em primeiro lugar a plantamãe é arrancada com torrão;

em seguida, as mudas são desmembradas, deixando-se de uma a duas mudas para formar uma touceira. As mudas podem ser plantadas em local definitivo

ou em recipientes. Exemplo: capim cidreira, capim citronela, cebolinha, entre outras.

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4.2.4

ESTOLÃO

Estolões são partes do caule rastejante de certas plantas que enraízam e soltam ramos nos nós. Para se obter as mudas, basta arrancar a planta e cortar pedaços de estolões de mais ou menos 10 cm de caule com raiz, com pelo menos um nó em cada pedaço. Eles podem ser plantados diretamente no local definitivo ou em recipientes, enterrando-se metade de seu comprimento. Exemplos de plantas que se reproduzem por estolões: hortelã, poejo, hera terrestre, melissa, entre outras.

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4.3

PLANTIO

As espécies serão plantadas conforme sua utilização, podendo ser plantadas em camalhões, quando forem utilizadas suas raízes ou tubérculos, como é o caso de gengibre, bardana, etc.; em sulcos ou covas como o caso de alcachofra, alecrim, aveia, boldo, manjericão, etc.; ou em canteiros, como é o caso da maioria das plantas medicinais herbáceas de pequeno porte.

4.4

Os canteiros devem ter no máximo um metro de largura, 20 cm de altura e comprimento variável, de acordo com a necessidade do local. No plantio em camalhões, sulcos, covas ou canteiros deve-se aplicar anteriormente a adubação necessária, de acordo com recomendação com base na análise de solo.

IRRIGAÇÃO

A água é essencial para o desenvolvimento das plantas, principalmente daquelas que possuem crescimento rápido, grande quantidade de massa verde e estão próximas umas das outras. Mesmo em pequenos plantios a irrigação tornase um dos fatores que pode determinar o fracasso de uma produção. Tanto o excesso quanto a escassez poderão trazer prejuízos. A irrigação deve ser aplicada de acordo com as necessidades de cada espécie em relação à quantidade e o sistema de irrigação e de acordo com as características do solo. Por exemplo, camomila deve ser irrigada por aspersores, pois a irrigação por meio de pivô central arranca as plantas. Sugerem-se outros sistemas de irrigação: por gotejamento e por gravidade. Como dica pode-se dizer

que plantas murchas por volta das 14 horas podem indicar falta de água. Irrigue no final da tarde para repor as necessidades de água. As regas podem ser feitas com regador, mangueira ou aspersores. Caso haja necessidade de economizar água e regar uma vez por dia, siga as seguintes dicas:

• FOLHAS DE PLANTAS MAIS SENSÍVEIS QUANDO MURCHAS OU CAÍDAS INDICAM NECESSIDADE DE ÁGUA; •

NÃO

IRRIGUE

POR

ASPERSÃO

ESPÉCIES

SENSÍVEIS AO ATAQUE DE DOENÇAS, POIS A UMIDADE QUE IRÁ OCORRER EM TODA A PLANTA ESTIMULARÁ A PROLIFERAÇÃO DE FUNGOS E BACTÉRIAS; •

UTILIZE COBERTURA MORTA COM PALHA

DE ARROZ, SERRAGEM, ETC. PARA DIMINUIR A EVAPORAÇÃO DE ÁGUA;

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COLHEITA

A colheita de cada planta medicinal deve ser realizada quando houver, preferencialmente, a maior produção conjunta de biomassa e princípio ativo de acordo com a característica da espécie e da parte de interesse da planta (Marchese et al.,2005).

ser colhidos durante o inverno, após o período de máximo acúmulo, quando entram em repouso; b) cascas devem ser colhidas nas estações de maior umidade, quando a retirada das mesmas é facilitada, reduzindo riscos de danos permanentes as plantas;

Existem algumas c) folhas em geral regras gerais que indicam são colhidas no início a melhor época em função da floração. Algumas da parte da planta: espécies permitem vários a) raízes, rizomas, cortes. Colheitas no final tubérculos e bulbos devem do período seco permitem 16

uma boa regeneração durante o período chuvoso; d) flores e sumidades floridas devem ser colhidas antes da formação das sementes, porém deve estar completamente abertas, o que facilita a secagem; e) frutos devem ser colhidos pouco antes da maturação. Conforme o tipo dos princípios ativos há uma variação durante o dia no seu teor. Por exemplo: o teor de alcalóides e óleos essenciais é maior no

período da manhã, já o teor de glicosídeos é maior no período da tarde (Reis & Mariot, 2000). A colheita deve ser feita com tempo seco e após a seca do orvalho. Também não se recomenda a colheita logo após um período de chuvas prolongadas, pois o teor de princípios ativos pode diminuir em função do aumento do teor de umidade da planta. Além disso, esse aumento de umidade


dificultará a secagem e aumentará a possibilidade de aparecimento de fungos no produto. É importante evitar a coleta de material que terá de ser eliminados mais tarde, como ramos do meio das flores de camomila, plantas indesejáveis (invasoras) e plantas tóxicas. Partes de planta danificadas ou deterioradas também devem ser eliminadas prontamente. Nas espécies que são colhidas mais de uma vez, deve-se cuidar para não provocar ferimentos nas plantas, pois isto prejudica futuras colheitas. O corte deve ser feito em bisel. Por exemplo, a sálvia, a carqueja e o capim-limão não devem ser cortados rentes ao solo. Devese observar o ponto de crescimento da espécie. No caso da carqueja, o corte deve ser 10cm acima do solo. Para o capim-limão, este ponto situa-se cerca de 25 cm acima do solo. A sálvia deve ser colhida

a partir do primeiro nó dos ramos secundários (não mais do que 1/3 da planta). Do alecrim devese colher somente metade do número de ramos. Estes cuidados favorecem uma rebrota mais fácil, permitindo um acúmulo maior de biomassa e princípios ativos em intervalos menores. Durante a colheita, devem-se usar ferramentas apropriadas para cada tipo de planta. As ferramentas usadas na colheita (tesoura de poda, gadanha e outras) devem ser bem limpas após cada colheita para evitar que resíduos de uma planta se misturem com outra, comprometendo a qualidade. O mesmo se aplica às outras máquinas e equipamentos utilizados. Depois de colhido, o material deverá ser transportado rapidamente para o local de beneficiamento, e nesse processo, o material deverá ser protegido do sol, para evitar fermentação e degradação.

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SECAGEM

A secagem tem por finalidade reduzir a ação das enzimas pela desidratação, permitindo a conservação das plantas por mais tempo. Além disso, a eliminação da água aumenta o percentual de princípios ativos em relação ao peso. A secagem deve ser realizada corretamente para preservar as características de cor, aroma e sabor do material colhido e deve ser iniciada o mais rápido possível. A secagem deve ser realizada até que a planta atinja 8% a 12% de água, conforme a

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espécie e a parte da planta. Com essa umidade, a maior parte das espécies pode ser armazenada por um bom período sem que ocorra deterioração. Não se deve esquecer que várias espécies reabsorvem umidade do ar. Isso deve ser levado em consideração na definição do método de embalagem e armazenagem. O processo de secagem deve iniciar no mesmo dia da colheita. O local deve ser bem ventilado e protegido da poeira e de insetos ou outros animais. Deve ser feita em galpões próprios para

essa finalidade, à temperatura ambiente ou com ar aquecido. O tempo de secagem depende do fluxo de ar, da temperatura e da umidade relativa do ar. Quanto maior a temperatura e maior o fluxo de ar, tanto mais rápida é a secagem. A temperatura de secagem é determinada pela sensibilidade dos princípios ativos da planta; portanto, para cada espécie, há uma temperatura ideal de secagem.


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ARMAZENAGEM E TRANSPORTE

O local de armazenamento deve ser seco, ventilado, protegido da luz, de insetos e de roedores (Furlan, 1998). As embalagens devem permanecer levantadas do chão em estantes. Recomendam-se os seguintes critérios para a estocagem dos produtos: prédios com pisos de fácil limpeza; embalagens mantidas sobre estrados; manter distância suficiente das paredes;

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manter separação física entre os produtos diferentes para se evitar uma contaminação cruzada Cada planta deve ser armazenada em embalagem própria, devidamente identificada com o nome da espécie, parte colhida, data da colheita e do término da secagem, e nome do produtor. O transporte de plantas secas

deve ser feito preferencialmente em veículos com carroceria fechada, mas bem arejada. Caso isto não seja possível, é importante garantir que, durante o transporte, o produto esteja abrigado da luz e de poeira e em ambiente seco. O armazenamento e transporte de óleo essencial deve estar em conformidade com os padrões apropriados de

armazenamento de produtos químicos. Deve-se consultar a legislação específica. Todo produto transportado para comercialização deve estar acompanhado da documentação pertinente, como nota fiscal ou do produtor; e, se for o caso, licença ambiental e laudo fitossanitário.


COMERCIALIZAÇÃO O mercado e a comercialização de Plantas Medicinais apresentam peculiaridades que exigem um conhecimento detalhado para que se possa ser bem-sucedido na comercialização da produção e cada produtor deve buscar os dados específicos de mercado e comercialização referentes às espécies que ele escolheu para cultivar, mas a organização em cooperativas e associações, na maioria das vezes potencializa melhores rendas aos produtores. Dados do Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex) referentes ao comércio

internacional do Brasil confirmam o crescimento do mercado. No período de 1990 a 2000, o crescimento da exportação de Plantas Medicinais foi de 159% e de especiarias foi de 65%; nas importações, o crescimento foi de 148% para Plantas Medicinais e de 97% para especiarias. Dentre as especiarias, a pimenta, o gengibre e o cravo-da-índia foram responsáveis por 99% das exportações do Brasil no período de 1996 a 2001. O cominho, anis e canela foram responsáveis por cerca de 75% das importações no mesmo período.

Foto: Lula Helfer

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8.1

COMO ENTRAR NO MERCADO

O mercado para Plantas Medicinais é bastante restrito, embora crescente; portanto o primeiro passo é localizar os compradores potenciais do produto. São ervanários, farmácias de manipulação e laboratórios fitoterápicos, bem como atacadistas de Plantas Medicinais. Porém, outros compradores não podem ser esquecidos, tais como: programas de fitoterapia de prefeituras

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municipais e pastorais da saúde e da criança, indústrias de extração de óleo, indústrias de cosméticos e perfumaria, indústrias de alimentos e bebidas, indústrias de produtos de limpeza, lojas de produtos naturais e artesanais, restaurantes, feiras e outros. Com base em levantamentos de interesse de mercado, deve ser feita a seleção das espécies mais adaptadas à região de produção.


LEGISLAÇÃO É imprescindível àqueles que pretendem participar do mercado de Plantas Medicinais que conheçam e cumpram a legislação pertinente. A organização e sistematização da legislação relativa à coleta produção e comercialização têm sido objeto de constantes levantamentos e debates, pois as Plantas Medicinais são pouco contempladas diretamente e a legislação específica é parcial, pouco divulgada e com interpretações da legislação variantes conforme a região. Além dos aspectos legais referentes à legislação trabalhista e legislação tributária, há mais duas áreas que devem ser observadas: a legislação ambiental, que trata da coleta, comércio e industrialização de espécies nativas e do manejo sustentado de espécies em seu ambiente natural; e a legislação sanitária, que regulamenta a comercialização das plantas no varejo e na forma de alimento ou medicamentações. Estas leis devem ser obtidas, respectivamente, junto aos órgãos ambientais de cada estado e junto às Secretarias de Saúde nos Serviços de Vigilância Sanitária. Pode-se consultar também o site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o do IBAMA e outros que tratam de legislação. Para importação e exportação é necessário consultar ainda o Banco do Brasil e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

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8.2

POLÍTICA NACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS

O governo federal aprovou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, por meio do Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006, a qual se constitui em parte essencial das políticas públicas de saúde, meio ambiente, desenvolvimento econômico e social como um dos elementos fundamentais de transversalidade na implementação de ações capazes de promover melhorias na qualidade de vida da população brasileira. Assim como as demais políticas públicas, a Política

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Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos – PNPMF configura decisões de caráter geral que apontam rumos e linhas estratégicas de atuação governamental, reduzindo os efeitos da descontinuidade administrativa e potencializando os recursos disponíveis ao tornarem públicas, expressas e acessíveis à população e aos formadores de opinião, as intenções do Governo no planejamento de programas, projetos e atividades (BRASIL, 2006).


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RELATO DA EXECUÇÃO DO PROJETO E DIAGNÓSTICO

Ao longo do projeto foram realizadas várias atividades. Primeiramente foi discutido com os estudantes a importância das plantas medicinais, aromáticas e condimentares, levando em consideração os aspectos econômicos, sociais e ambientais. Também foi construído e encaminhado junto aos mesmos um questionário semelhante ao utilizado por Cruz-Silva et al., (2009) referente à realização de um diagnóstico sobre as plantas utilizadas pelos alunos do primeiro ano da EFASC e suas famílias. Além do questionário, como atividade de retorno¹ , os estudantes ficaram de trazer esse levantamento in vivo para realização da secagem e classificação botânica. Após essa discussão foi trabalhada a secagem de plantas e a construção de herbários, ficando como atividade de retorno para os mesmos, a construção de herbários com as plantas utilizadas pelas famílias.

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¹ Para Vergutz (2013) A Atividade de retorno são “Experiências e atividades concretas na família ou comunidade a partir dos Plano de Estudos”.


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Após o encaminhamento do herbário, foi tratado em sala de aula as boas práticas de cultivo das plantas medicinais, aromáticas e condimentares, discutindo aspectos como: propagação, implantação das áreas de cultivo, solo, nutrição das plantas e exigências das principais plantas medicinais, aromáticas e condimentares. Sempre após serem tratadas e debatidas as atividades em sala de aula, os estudantes se deslocavam até a área experimental da EFASC, onde era realizado demonstrações dos fatores de cultivo junto aos mesmos, proporcionando a construção do aprendizado entre teoria e prática.

Sobre as plantas medicinais, aromáticas e condimentares, nas atividades de retorno, os estudantes trouxeram exemplares das plantas medicinais, aromáticas e condimentares cultivadas e utilizadas pelas famílias, o que acabou sendo notada a utilização pelas famílias de mais de 40 plantas diferentes, das quais as mais comuns em ordem decrescentes foram: Macela (Achyrocline satureoides), Hortelã (Mentha pulegium L.), Capim cidró (Cymbopogon citratus), Melissa (Melissa officinalis L.) Camomila (Chamomilla recutita), Salsa (Petroselinum crispum) poejo (Mentha peperita) Laranjeira (Citrus sinensis) Babosa (Aloe vera) cebolinha (Allium fistulosum, L.) conforme figura (1).

Figura 1

Figura 1: PRINCIPAIS PLANTAS MEDICINAIS AROMÁTICAS E CONDIMENTARES UTILIZADAS PELAS FAMÍLIAS DOS ESTUDANTES DE 1° ANO DA EFASC. Na pesquisa encaminhada junto aos estudantes, foi observado que das cinquenta famílias entrevistadas apenas uma não faz o uso das plantas para fins medicinais, conforme (Figura 2).

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Macela

Hortelã

Capim Cidró

(Achyrocline satureoides)

(Mentha pulegium L.)

(Cymbopogon citratus)

Planta herbácea, perene ereta ou de ramos decumbentes, ocorre na Região Sul e Sudeste. Multiplica-se exclusivamente por sementes. É utilizada para tratamentos gástricos, epilepsia e cólicas. Também é empregada como anti-inflamatório, analgésico, para diarreia e disenteria (LORENZI 2002). Utilizações citadas no Levantamento: Dores estomacais, Diarreia, dor de cabeça, problemas digestivos, dores abdominais

(Mentha x Villosa.). Erva perene, ereta 30 a 40cm de altura, originária do cruzamento entre Mentha spicata x M. suaveolens, é cultivada em vários países inclusive no Brasil. Possui folhas ovais, curtamente pecioladas, com aroma forte e bem característico, as flores ficam dispostas em espigas curtas terminais. É utilizada tanto para fins medicinais, aromáticos econdimentares. Possui ação espasmolítica, antivomitiva, carminativa e estomáquicas e antisséptica. Utilizações citadas no Levantamento: Febre, dor de cabeça, calmante, cólicas, diarreia, expectorante,

Erva cespitosa quase acaule, com folhas longas, estreitas e aromáticas. Originária do velho mundo, cultivada em todo Brasil tanto para fins industriais, como em hortas caseiras para uso em medicina tradicional. Utilizada na forma de chá de aroma e sabor agradável, com ação calmante e espalmolítica. Contem óleo essencial (Citral) que tem atividade antimicrobiana(LORENZI 2002). Utilizações citadas no Levantamento: Dores de Cabeça, resfriado, febre,

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Melissa

Salsa

Poejo

(Melissa officinalis L.)

(Petroselinum crispum)

(Mentha peperita)

Planta herbácea perene, aromática, ramificada desde a base, ereta ou de ramos ascendentes, de 30-60 cm de altura. Originária da Europa, cultivada basicamente em todo Brasil há mais de um século. Possui folhas membranáceas rugosas de 3-6 cm de comprimento. Flores de cor creme, dispostas em racemos axilares, produzidas apenas na região sul. Multiplicase por estacas e sementes. Utilizada nas regiões temperadas como aromatizante de alimentos, e para fins medicinais. Utilizase as folhas e inflorescência em forma de chá (infusão), como calmante nos casos de ansiedade e insônia e também como medicamento dispepsia, gripes, bronquites crônicas, enxaquecas e dores de origem reumáticas. Utilizações citadas no Levantamento: Folhas utilizadas como calmante, tranquilizante, dores de garganta (amindalite)

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Erva anual ou bienal, ereta, periniforme, fortemente aromática, levemente entouceirada, de 15-30 cm de altura. Possui folhas compostas pinadas, de forma variada dependo da cultivar ou variedade, de 3-10 cm de comprimento. Flores pequenas de coloração amarelo esverdeada, reunidas em umbela. É uma erva condimentar utilizada na culinária de todo o mundo. É amplamente empregada na medicina de todo mundo a qual é utilizadas todas as partes. É empregada em casos de bronquite, asma brônquica. Suas raízes e sementes são indicadas para uso interno nos casos de problemas menstruais, cistite, edemas, pedras nos rins, prostatite, cólicas, anemias, indigestão, anorexia, artrites e reumatismo (LORENZI 2002). Utilizações citadas no Levantamento: Utilizada como condimento, Raiz Utilizada para infecções na bexiga.

(Mentha pulegium L.). Erva prostada perene, graminóide, com cerca de 10 cm de altura, com folhas aromáticas, de margens inteiras e limbo pontilhado de grandulas translucidas com menos de 1 cm de comprimento. Flores de corola violeta, reunidas em fascículos nas axilas das folhas. Possui indicações de uso para tratamento de bronquite asmática, coqueluche, leocorreia e dismecorreia. Seu óleo essência é considerado como antimicrobiano, inseticida e repelente de cães e gatos. Utilizações citadas no Levantamento: Infecção respiratória, resfriados, cólicas, gripes,


Laranjeira

Camomila

Babosa

(Citrus sinensis)

(Chamomilla recutita)

(Aloe vera)

A Laranjeira, é uma planta arbórea, com um porte médio, em que sua altura pode alcançar até os 8 metros. O seu tronco tem uma casca castanho acinzentada e sua copa é densa, de forma arredondada. As suas folhas são simples, de textura firme e bordos arredondados, com um aroma muito característico quando maceradas. As suas flores são pequenas e de cor branca, são muito aromáticas com um perfume muito doce e atrativo para as abelhas, que faz com que a planta seja normalmente muito produtiva. Propriedades medicinais: analgésica, anti-helmíntica, antihemorrágica, anti-reumática, antitérmica, aperiente, calmante do sistema nervoso, ciática, depurativa, digestiva, diurética, estimulante, laxante, regulador intestinal, sudorífera, tônica. Indicações: epilepsia, estômago, combater a falta de vitamina C; contração muscular, desintoxicar o organismo, dores ciáticas, epilepsia, intestinos, moléstia nervosa, nefrite; prevenir gripes, resfriados e anemia; reumatismo, restaurar o fluxo menstrual. Parte utilizada: folhas, frutos, óleo essencial. Utilizações citadas no Levantamento: Resfriado, calmante, digestiva (folhas), dor de cabeça,

Planta herbácea, anual, aromática, de até um metro de altura com folhas pinatissectas. Flores reunidas em capítulos compactos, agrupados em corimbos, com as flores centrais amarelas e as marginais de lingulada. É uma das plantas mais antigas utilizadas na tanto medicina tanto na cientifica como na popular, na forma de infuso ou decocto, como tônico amargo, digestivo, sedativo, para facilitar na eliminação de gases, combater cólicas e estimular o apetite. Utilizações citadas no Levantamento: Dor de cabeça, diarreia, inflamações, calmante,

Planta herbácea, suculenta de até 1 m de altura. Possui folhas grossas e carnosas, dispostas em rosetas e presas a um caule muito curto, que quando cortadas deixam escoar um suco viscoso, amarelo e muito amargo. É indicada para uso externo, como cicatrizante em queimaduras e ferimentos superficiais da pele, pela aplicação local do sumo fresco. O sumo mucilaginoso possui atividades fortemente cicatrizante devido a polissacarídeos e uma boa ação antimicrobiana sobre bactérias e fungos, resultante do complexo fitoterápico formado pelo aloeferon e as antraquinonas. A planta também é bastante utilizada na cosmética para o tratamento capilar. Utilizações citadas no Levantamento: Cicatrizante de queimaduras, picadas de insetos(Uso externo).

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Estas foram citadas pelo maior número de famílias conforme (Figura 1). Ao trazer essas plantas, através de uma colocação em comum , os estudantes falaram cada um de seu diagnóstico trazido, relatando a importância da conversa com as famílias relacionada ao resgate do uso das plantas. Além disso, o processo proporcionou troca de mudas de espécies cultivadas entre os estudantes. Na pesquisa encaminhada junto aos estudantes, foi observado que

das cinquenta famílias entrevistadas apenas uma não faz o uso das plantas para fins medicinais. Relacionado à frequência de uso, notou-se que a grande maioria dos entrevistados só utilizam as plantas quando necessário, ou seja, quando surge algum sintoma, no caso das utilizadas, para fins medicinais, conforme pode ser observado na (Figura 2).

Figura 2

Figura 2: FREQUÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DAS PLANTAS.

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A maioria das plantas utilizadas pelas famílias é de cultivo próprio, adquiridas em familiares ou extraídas de matas, nota-se que (Figura 3) a quantidade comprada em farmácias, pastorais ou feiras é pouco significativa comparado com as demais.

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² Segundo Vergutz (2013): “Colocação em Comum – CC. Se caracteriza como o espaço de expressão oral e também de sistematização coletiva das pesquisas e observações realizadas”.


Figura 3 Figura 3: LOCAIS DE ONDE VÊM AS PLANTAS UTILIZADAS.

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Nas atividades de retorno do meio sócio familiar ao meio escolar, fortalecida pela pedagogia da alternância, os estudantes trouxeram exemplares das plantas medicinais, aromáticas e condimentares cultivadas e utilizadas pelas famílias. Com Isto percebeu-se a utilização pelas famílias de mais de 40 plantas diferentes. Ao trazer

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essas plantas, através do instrumento pedagógico da colocação em comum, os alunos relataram seus diagnósticos feitos através dos levantamentos, ressaltando a importância da conversa com as famílias e o resgate do uso das plantas medicinais. Além disso, o processo proporcionou troca de mudas de espécies cultivadas entre os estudantes.


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RELATOS

AIRTON SENNA

17 ANOS - SANTA CRUZ DO SUL - RS

Esse trabalho que nós fizemos em aula foi muito importante para nosso conhecimento, por que eu conheci vários tipos de plantas medicinais e isso influência em nossa aprendizagem, tanto como técnico quanto para a nossa vida na família. Aprendemos que as plantas medicinais tem um significado muito importante para o nosso bem estar de vida e saúde.

BRENDA EDINARA DA SILVA 17 ANOS - VERA CRUZ - RS

Eu sou Brenda Edinara da Silva, resido na cidade de Vera Cruz e estudo na Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul. Através do projeto cultivando saúde pude resgatar muitos conhecimentos que está se acabando com a geração de jovens que está presente e provavelmente as futuras também. Através de livros antigos e atuais, internet e também em diálogos com pessoas mais velhas. Hoje vejo a saúde com outros olhos, com outros recursos. Além de beneficiar a saúde, pude recuperar costumes que não havia mais em minha família, pois a medicina indicavam remédios com argumentos convincentes que acabaram desapropriando-os dos costumes. Hoje tenho diversas plantas medicinais e condimentares em vários lugares da minha propriedade.

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DANIELLI FABRIS DO NASCIMENTO 17 ANOS - RIO PARDO - RS

Este projeto foi muito importante para a nossa formação e da família porque descobri que antigamente as pessoas viviam bem sem a dependência de medicamentos externos. E também percebemos que atualmente as famílias deixam de produzir ervas medicinais para seu consumo, porque não acreditam que sejam mais benéficas para a sua saúde. Mas este projeto fez com que resgatássemos algumas espécies que eram produzidas antigamente, garantindo nossa soberania alimentar.

DARCI PADILHA DOS SANTOS NETO 17 ANOS - SANTA CRUZ DO SUL - RS

Este trabalho foi importante para nós alunos, pois o conhecimento que ele nos proporcionou foi bom pela questão de aprender coisas novas, as ervas medicinais que não conhecíamos, hoje fazem parte do nosso dia a dia, e o mais importante ainda é saber que essas ervas nos ajudam a melhorar a saúde, e assim sabemos que não são remédios comprados em farmácia e sim o que nos produzimos em casa, tendo certeza de onde veio e como foram produzidos. A importância de conhecermos melhor cada parte das plantas e todo o processo que ocorre no desenv olvimento,(plantio,manejo,colheita secagem e o preparo.) Depois que começamos com este projeto nossa família começou a dar mais importância e conhecer todos os tipos de ervas medicinais, hoje varias enfermidades que ocorrem na família são tratadas a partir das ervas medicinais produzidas em minha propriedade.

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EDUARDO EBERT 19 ANOS - VERA CRUZ - RS

Meu nome é Eduardo Ebert moro no município de Vera Cruz, e na localidade de Ferraz, na comunidade de Linha São João que fica na parte norte do município dito anteriormente. O projeto me trouce um bom conhecimento sobre as planta medicinais, pois antes eu apenas conhecia três tipos de chás( a folha de laranjeira, o capim cidreira, e a losma ). com esse projeto consegui envolver e adquirir conhecimento com os meus pais, de como eles usavam e quais as plantas medicinais que eles avós sempre usaram chás para tudo e funcionava, na conhecem e para que cada uma serve. Pois os meus minha opinião foi bom realizar este projeto.

GUILHERME PADILHA 17 ANOS - SINIMBU - RS

O projeto sobre plantas medicinais trouxe uma colaboração imensa, porque nos proporcionou o descobrimento de “novas” plantas, que substituem os medicamentos, viabilizando uma diversidade de plantas nas propriedades. Além disso, possibilitou o descobrimento de novas técnicas de cultivo dos chás, como os espirais de ervas. O mais fundamental foi o contato que se passou a ter com os avós, que são as pessoas mais responsáveis pelo conhecimento sobre as plantas, já que os mesmos viveram em épocas de difícil acesso a farmácias. O uso das plantas medicinais proporciona a autonomia das pessoas, porque estarão consumindo um produto natural, tendo assim produtos “limpos” (sem o uso de agroquímicos).

Antes do acontecimento do projeto minha propriedade possuía apenas duas variedades de chá: poejo e losna. Já hoje possuímos nove variedades: Poejo, losna, hortelã, capim limão, malva, alecrim, funcho, manjerona. Ou seja, o projeto nos proporcionou ampliar o cultivo,além de me motivar para multiplicar essas plantas e consequentemente distribui-las na comunidade.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto qualificação de jovens do campo para produção de plantas medicinais via pedagogia da alternância, conseguiu proporcionar ações que permitiram, através do resgate dos saberes culturais inerentes ao viver das famílias e das comunidades, a reflexão e posterior valorização de saberes esquecidos e desvalorizados em detrimento aos saberes científicos embasados na agricultura convencional. Essa dinâmica de troca de saberes com ênfase nas plantas medicinais, não apenas incentivou a produção dessas plantas, mas também o resgate de espécies medicinais esquecidas e o retorno do consumo dessas nas famílias com a redução do consumo de medicamentos químicos e sintéticos. È importante ressaltar que através desse incentivo de produção e resgate de espécies medicinais aromáticas e condimentares o projeto desencadeou o resgate da autonomia e reprodução das espécies ampliando a visão de saúde e qualidade de vida dos jovens, das famílias envolvidas e das comunidades, auxiliando na diversificação das propriedades familiares através de uma agricultura que valorize as relações do ser humano com a natureza.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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