Preserve a Mata. Cuide do Rio.
Instituto Rio Santo Ant么nio
Editorial
Conheça o Rio Casamenteiro O Rio Santo Antônio nasce na proximidades do povoado Ribeirão, em Resende Costa, e percorre uma grande extensão deste município. Passa pelas regiões dos Pintos, Ponte Grande, Restinga, Vau, Ramos, Patrimônio e Penedo, até desaguar no Rio das Mortes, ao lado da histórica Fazenda do Pombal. Além de banhar a zona rural de Resende Costa, onde estão suas nascentes e a maior parte de seu curso, o «Rio Casamenteiro» percorre, também, territórios de Coronel Xavier Chaves e Ritápolis. As águas do rio Santo Antônio são pródigas. Além de garantir o cultivo em suas margens férteis, o rio oferece o pescado, contribui para a amenidade do clima, garante a biodiversidade e proporciona lazer em seus remansos e cachoeiras. No entanto, e lamentavelmente, o Rio Santo Antônio se encontra em processo contínuo de degradação, principalmente nas áreas pertencentes ao município de Resende Costa. Ausência de mata ciliar, erosão, deposição de lixo e esgoto doméstico em algumas áreas, e, segundo moradores antigos, diminuição considerável do nível da água nas últimas décadas. Além disso, a vida moderna tem levado as pessoas ao desinteresse pela cultura que o rio ajudou a produzir ao longo de décadas. O IRIS Com o intuito de provocar uma discussão a respeito do Rio Santo Antônio e propor iniciativas práticas voltadas para a preservação e revitalização do curso d’água, surgiu em Resende Costa o IRIS (Instituto Rio Santo Antônio). O instituto IRIS tem desenvolvido trabalhos diversos voltados, principalmente, para a educação ambiental em Resende Costa. Ao longo de 2 anos de atividades, os membros do instituto constataram, na população do município, um grande desconhecimento a respeito do rio. A maioria das pessoas não concebe o rio como um sistema, como um todo interligado, o que é fundamental para o desenvolvimento da consciência ecológica. O mais comum são concepções fragmentadas do rio, sem a noção de que as águas dos afluentes correm todas para o mesmo curso d'água e sem entender que a degradação de um único afluente do rio pode prejudicar toda extensão do Santo Antônio. Esta publicação, organizada pelo instituto IRIS, reúne algumas das atividades promovidas pela ONG ao longo de sua existência e pretende juntar-se aos demais trabalhos da entidade como instrumento fomentador do debate acerca do Rio Santo Antônio e como material a serviço da educação ambiental de um modo geral.
Publicação organizada pelo:
Instituto Rio Santo Antônio
Apoio:
Editoração: Fernando Chaves
Alto do Penedo. Neste ponto o Rio Santo Antônio estabelece a divisa natural entre os municípios de Resende Costa e Ritápolis.
Cachoeira do Penedo em período de cheia. Na página ao lado, a mesma queda d’água em período de seca
Afluente Córrego dos Marianos. A popular Cachoeira dos Pintos é um dos pontos do Rio Santo Antônio mais visitados por banhistas.
IRIS leva causa ambiental para a avenida O tradicional Bloco do Cabeção, comemorando em 2010 sua 13ª edição, levou para a avenida uma causa nobre: a preservação ambiental. O bloco reverenciou o Rio Santo Antônio, patrimônio natural de Resende Costa e região. Organizado pelo IRIS, com apoio da Prefeitura, da Câmara municipal e da Associação musical amadora de Resende Costa (AMARC), o bloco inundou a avenida de alegria e irreverência. Além disso, pôde despertar na população de Resende Costa o interesse pelo Rio Santo Antônio.
A composição e a gravação de uma marchinha tema para o bloco foi algo inovador e contagiou as pessoas. A distribuição de folders educativos contendo um mapa com o percurso do Rio Santo Antônio despertou a curiosidade do folião e proporcionou à população um melhor entendimento a respeito da integridade, da dimensão e da importância do curso d'água.
Quero mais peixes nestas águas Quero mais mata ciliar Não quero mais... Poluição Quero um cantinho pra pescar...
Foliões representam lavradores e lavadeiras do Rio Santo Antônio
Bloco Cabeção 2010 adentrando a avenida
Ala da preservação. Bloco Cabeção 2010.
Zé Robs e Wander Morais, Compositor da marchinha tema do Bloco
IRIS lança Zezinho Fidel, documentário produzido em Resende Costa O projeto Cine Mirante exibiu no dia 17 de abril de 2011, na biblioteca municipal, o documentário Zezinho Fidel – O Palhaço do Circo Cabeção. O Filme foi produzido em Resende Costa durante o Carnaval 2011 por iniciativa do IRIS (Instituto Rio Santo Antônio). O Cine Clube Mirante é financiado pelo projeto Cine Mais Cultura, do governo federal, e pretende democratizar o acesso ao audiovisual no interior do país. A filmagem e a exibição de Zezinho Fidel contemplam um dos objetivos do Cine Mais Cultura: fomentar a produção local e não comercial de conteúdos cinematográficos. O documentário traz registros do bloco Cabeção 2011, intercalados por causos, reminiscências e relatos de José Ramos (o Zezinho do Célio), carnavalesco homenageado pelo Bloco. Além de figura folclórica do carnaval de Resende Costa e de sósia de Fidel Castro há quase duas décadas, Zezinho é catador de lixo há 5 anos. Percorre a cidade de ponta a ponta com sua “bicicleta carroça” e recolhe papelão, plástico e vidro em estabelecimentos comerciais, casas, ruas e lixões. O material é armazenado em uma garagem ao lado de sua casa e vendido periodicamente para a reciclagem. O serviço é árduo e contribuí inegavelmente para a limpeza da cidade e para a preservação do meio ambiente. Além disso, Zezinho é produtor de húmos de minhoca, o mais eficiente adubo orgânico, excelente para o uso em hortas e para a recuperação do solo degradado. “O húmos é 100% natural, tem baixíssimo custo de produção, não agride em nada o meio ambiente e é um adubo extremamente eficaz”, explicou-nos o nosso Fidel Castro, fumando o charuto cubano que ganhara da amiga Ana Amélia do Jorge.
A figura do palhaço Zezinho representada no filme é capaz de provocar risos e divertimento. Mas José Ramos, o catador de resíduos e produtor de húmos, proporciona também reflexões relevantes de cunho ambiental, social e cultural. A exemplo do comandante cubano, Zezinho demonstra desenvoltura com as palavras e transmite suas mensagens com toda naturalidade durante as entrevistas do filme. Emerson Gonzaga, Diretor de Comunicação do IRIS, espera que o filme seja a primeira de muitas produções organizadas pela ONG. Ele conta que, além de documentar o Bloco Cabeção 2011 e contemplar a figura folclórica de Zezinho, o filme funciona como um projeto experimental. “O documentário sobre o Zezinho é como o primeiro passo de um projeto mais ambicioso. Nosso movimento pretende utilizar a linguagem do audiovisual para semear a consciência ecológica e valorizar a cultura local. O IRIS já está planejando, por exemplo, a filmagem de um documentário sobre o Rio Santo Antônio, em seus vários aspetos: físico, cultural, folclórico...”, explicou Emerson.
Folclore
Palhaço zezinho, personagem tradicional do carnaval de Resende Costa
O catador e produtor de húmos, Zezinho Fidel, assiste ao filme produzido em sua homenagem
Lançamento do Documentário Zezinho Fidel na Biblioteca municipal de Resende Costa
Educação Ambiental
IRIS promove palestras para estudantes do ensino médio
Alunos assistem vídeo sobre o consumo da água
O IRIS realizou, no mês de junho de 2011, atividades voltadas para a educação ambiental junto à Escola Estadual Assis Resende. A iniciativa contou com o apoio da prefeitura municipal e integrou o cronograma de eventos da semana do Meio Ambiente de Resende Costa. As atividades ministradas pela ONG incluíram palestras para os alunos, além de uma caminhada ecológica, realizada na Floresta Nacional de Ritápolis. As palestras foram realizadas no CPP (centro pastoral paroquial) e voltadas para os alunos do ensino médio. Já a caminhada contemplou 40 destes alunos, sendo 20 escolhidos por mérito, através da análise dos boletins, e os demais escolhidos por sorteio, dentre os interessados. As palestras trouxeram como tema principal a água, debatendo seus usos e características, sua escassez e poluição, bem como as alternativas para a preservação e para o uso sustentável deste recurso. O primeiro palestrante, Ramon
Mais de 200 alunos participaram das atividades
Chaves, aluno do curso de Geografia da UFSJ e membro do IRIS, propôs aos alunos uma reflexão sobre a água em nível global. Ramon apresentou dados acerca da disponibilidade da água no planeta e no Brasil, trabalhou conceitos como desmatamento, lençol freático, desperdício, poluição e reaproveitamento da água. Também apresentou projeções da ONU sobre o consumo mundial e nacional da água, alertando para a possibilidade de cenários desoladores num futuro relativamente próximo. A segunda palestra, ministrada por Fernando Chaves, estudante de Jornalismo da UFSJ e Diretor Geral do IRIS, trouxe a discussão sobre a água para o âmbito local. Foi apresentado um mapa didático com o percurso do Rio Santo Antônio e seus principais afluentes. Posteriormente, foram discutidos conceitos como bacia hidrográfica, mata ciliar e Por fim, o assoreamento. palestrante apresentou slides com
fotografias de áreas degradadas do Rio Santo Antônio, apontando para a incidência de diversos pontos de erosão e de assoreamento no curso d'água, e para a diminuição do nível da água, fato relatado, segundo Fernando, por antigos moradores e frequentadores de regiões banhadas pelo rio. A terceira e última palestra tratou da questão dos resíduos sólidos. O problema da destinação correta do lixo foi abordado pelo Professor de Geografia e Diretor Técnico do IRIS, Kesller Sulivan, que apresentou aos alunos um vídeo sobre questões ligadas ao lixo, como o consumismo e o desperdício. O professor deu prosseguimento à palestra apresentando conceitos como “Lixão”, “Aterro sanitário”, “coleta seletiva” e “reciclagem”. Também dedicou parte de sua fala à questão específica das sacolas plásticas, que representam um desafio para sociedade atual, visto que são utilizadas de modo indiscriminado e afetam enormemente a natureza.
Contato com o rio
Caminhada ecológica na Fazenda do Pombal Na semana do meio Ambiente de 2011, quarenta alunos do ensino médio foram contemplados pelo IRIS e pela Secretaria municipal do meio ambiente com uma visita à foz do Rio Santo Antônio e à Floresta Nacional de Ritápolis, na Fazenda do Pombal. Os alunos foram acompanhados por guias do Instituto Chico Mendes e puderam caminhar pela floresta, visitar e entender o funcionamento do viveiro de mudas da fazenda, além de assistir a uma palestra sobre a importância e as características da Floresta Nacional de Ritápolis, ministrada pelo Sr. Fábio, analista ambiental da reserva. Alunos aprendem sobre o preparo de mudas
Alunos caminham até a foz do rio SantoAntônio
Caminhada pela Floresta Rumo à Fazenda do Pombal. Ao fundo, o Rio Santo Antônio
Degradação
Erosão ameaça Rio Santo Antônio
Afluente Córrego do Pinhão. Início de Erosão. Ausência de Mata ciliar.
Região próxima ao povoado dos Pintos. Erosão e assoreamento do rio.
Proximidades do Povoado Ribeirão. Erosão causada por ausência de mata ciliar
Uma das últimas árvores da margem foi engolida pela erosão.
Mata Ciliar é a cobertura vegetal situada nas margens dos rios. Assim como os Cílios protegem nossos olhos, a mata ciliar protege os cursos d’água. A ausência de mata ciliar é uma das principais causas de erosão nas calhas dos rios. Além de evitar a erosão, a mata ciliar ajuda a manter o clima equilibrado; favorece a biodiversidade; faz sombra sobre os rios, diminuindo o índice de evaporação da água; e filtra resíduos agroquímicos, ajudando a preservar a qualidade da água.
Região da Ponte Grande. Ausência de Mata ciliar e incidência de erosão
Região da Ponte Grande no período de cheia. Erosão ativa
Proximidades do Povoado dos Pintos. A erosão derrubou um poste da cemig.
Região da Ponte Grande.Erosão ativa causada por ausência de mata ciliar
Ponte Grande. Sapata da ponte exposta. Segundo antigos moradores do entorno, o nível do rio diminuiu muito nas últimas décadas
Proximidades do Povoado Ribeirão. A mata ciliar foi substituída por uma plantação de capim.
IRIS e MAC promovem ação voluntária de limpeza nas lajes de cima Estamos dando o primeiro passo, mantenha a laje limpa O Instituto Rio Santo Antônio (IRIS) e Movimento Arena Cultural (MAC) organizaram no último domingo de agosto, 28, o primeiro mutirão para limpeza das lajes de cima. Os voluntários retiraram do local um volume de vinte sacos de lixo, contendo plásticos, papéis, garrafas e cacos de vidro, dentre outros resíduos. O lixo depositado no local, além de degradar a paisagem do mais conhecido cartão postal de Resende Costa, coloca em risco aqueles que transitam pelo local. Cacos de vidro, pilhas, lâmpadas florescentes quebradas, dejetos de utilização íntima e higiênica e até mesmo alguns objetos farmacológicos foram encontrados, como seringas e recipientes com resíduos medicinais de uso doméstico. A moradora do entorno Maria Helena Resende, que contribuiu com o mutirão, elogiou a iniciativa e lamentou que boa parte dos freqüentadores do local não tenha consciência ecológica e jogue seu lixo nas lajes. Maria Helena lembrou também que faltam latões de lixos mais bem distribuídos e de tamanho adequado à grande demanda do local, que é bastante frequentado.
O mutirão de limpeza das lajes contou com o apoio do Instituto Estrada Real, que doou camisas e material de divulgação para os voluntários. Também contou com a participação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que disponibilizou faixas, vassouras, pás e veículo para o transporte dos dejetos. No encerramento da atividade de limpeza, membros do IRIS e do MAC entregaram ao secretário municipal de Meio Ambiente, João Biláia, um manifesto que reivindica intervenções práticas nas lajes, visando à melhoria da paisagem e o cuidado com o meio ambiente do local. Além da defesa da retirada do reservatório da Copasa e da reivindicação por latões de lixo bem distribuídos e de tamanho adequado à demanda do local, constam no manifesto as seguintes sugestões: remoção do Pluviômetro obsoleto e esteticamente indesejável situado sobre a laje; remoção de um suporte obsoleto de antena situado próximo à gruta nossa senhora de Fátima e que tem servido como esconderijo facilitador de práticas escusas; negociação junto à Cemig com a finalidade de remover e instalar fora da pedra os postes que foram fixados sobre a laje nas proximidades do CPP, prejudicando a estética do local;
negociação junto à Cemig para remoção dos padrões e das caixas de medição instaladas junto à parede do passinho situado na praça nossa senhora de Fátima. IRIS e MAC vêm realizando há cerca de um ano uma campanha pela revitalização das lajes. Nos próximos meses, os dois movimentos devem realizar em parceria o “3º Luau nas lajes”, projeto que tem por objetivo efetivar a utilização cultural das lajes e reivindicar a revitalização daquele espaço.
No mês de novembro de 2011, foi ao ar o site oficial do Instituto IRIS. Para obter mais informações sobre as ações da entidade você pode acessar
www.portaliris.org.br ou enviar e-mail para:
iris-ong@hotmail.com
Canção de ninar Antonio
A prosa, o verso e o rio casamenteiro
(Flávia Cristina Silva) Antônio, generoso reflete este céu coalhado que os trabalhos já cessaram e a coruja principia a vigília. Antonio, meu amado, acalma tuas águas, que não demora a madrugada. Dorme Antonio, que as moças já se recolheram... Antonio, secular testemunha das dores destes homens deixa-me esquecer em tuas margens as asperezas da dura faina. Recordas a semeadura, Antonio? Quando o homem lavrava o tempo e as sementes germinavam esquecidas por estes espaços de verdura? Os troncos deitados sobre teu leito eram pasto de meninos e os seixos que te machucavam nas encostas eles os guardavam em caixas de sonhos. Ah Antonio, tuas marulhas nutriram nossas cidades e vilas, acalentaram as noites dos pequenos de tão imensos quereres... Teus braços de muitos nomes enlevam as cordas da viola sob a lua, amparavam os cegos que tropeçavam pelos ermos caminhos... Quando caudaloso corrias estes matos sombreado por tantas ramagens, os velhos bebiam nos ribeiros a claridade liquida de tua sabedoria... Ias audaz, serpenteavas depositando histórias em cada canto, lavando docilmente os rústicos tecidos desta terra. E tu arrematas nas Mortes arrebatado por outras águas, longe do cochichar dos arroios em ruínas tão alheias... Nas cicatrizes destas margens ancestrais estão gravadas nossas memórias Antônio, tua morte há de secar nos a fonte da vida toda.
Do rio ao mar (Wander Morais) Quero descer esse rio Navegar em histórias sem fim Ele é a razão de viver dessa gente Sacia a fome do povo Alimenta o poeta com inspiração Canoa, jangada, gaiola, Não importa o tipo de embarcação Vou descer é no meu... No meu coração! Quem sabe, então ô morena No fim desse rio eu volto a te ver Desaguando no mar Querendo crescer... (pescador) O pescador Levanta a rede, vai pro mar Buscar o seu sustento Numa rede de tear O meu coração Levanta o sonho, vai pro mar Me espere então, morena Guardo em mim o seu lugar Coração pescador, Traz morena...
Tenha acesso a outros conteúdos ligados ao rio Santo Antônio, o nosso rio casamenteiro.
Acesse: www.portaliris.org.br Lá você encontra textos, músicas, vídeos e fotografias relacionadas ao meio ambiente e a cultura resende-costenses.
Projeto Luau nas lajes O Movimento Arena Cultural (MAC) e o Instituto Rio Santo Antônio (IRIS) realizaram na noite de sexta-feira, 30 de setembro, no Largo da Câmara Municipal o 3º Luau nas Lajes, projeto voltado para a valorização da cultura musical resende-costense e para a revitalização do Mirante das Lajes, patrimônio histórico e ambiental de Resende Costa. A exemplo das edições anteriores, o 3º Luau reuniu atrações diversificadas. A partir das 18h00, tiveram início as atividades voltadas para o público infantil. Uma oficina de percussão, coordenada pelo carnavalesco Márcio Fernandes (o Chiano), animou a meninada presente. O Luau realizou também uma exposição de fotografias históricas de Resende Costa, cedidas pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, por meio do projeto “Quando a minha história conta a história de todos” da III Jornada Mineira do Patrimônio Cultural. Foi exibido, ainda, o filme “O som do coração”, história de um jovem criado em um orfanato, e que caiu no mundo em busca de seus pais, contando apenas com o seu incrível talento musical. A apresentação dos músicos ligados ao MAC, que é um dos focos do Projeto “Luau nas Lajes”, contemplou diversas gerações, estilos e gostos. O tradicional grupo de seresta de Resende Costa, regido por Maria da Penha de Souza (a Penha do Jair), deu início à sequência musical da noite. Em seguida, se apresentaram as Bandas Insignes, Transtornados SDR, Trio Arte, Heitor e Quinzinho, Everaldo Oliveira, Banda do Chá Preto e Linfoma. Numa noite fresca e aconchegante, os presentes contaram, também, com os serviços de bar disponibilizados pela Pizzaria e Buteco da Maura e pelo Bar do Toru (bar da esquina). Além de proporcionar oportunidade de apresentação para diversos músicos de Resende Costa, valorizando o artista e a cultura da terra, o Luau é um projeto que pretende resgatar a antiga tradição dos festivais culturais realizados nas Lajes de Cima durante a década de 80. O projeto congrega ainda as causas ambiental e turística, reivindicando do poder público uma revitalização do espaço tradicional das Lajes e a conversão daquele local em ponto turístico consolidado e em lugar apropriado para manifestações culturais diversas. Enquanto o MAC coloca em pauta a discussão acerca da valorização do artista e do patrimônio cultural de Resende Costa, o IRIS traz à baila a questão ambiental e urbanística. A parceria entre os dois movimentos teve início já há cerca de um ano e meio e tem emplacado iniciativas diversas.
O público compareceu para prestigiar os artistas locais
Como surgiu o Projeto Luau nas Lajes O primeiro Luau aconteceu em fevereiro de 2011, quando o IRIS preparava a 14ª edição do Bloco do Cabeção. Na ocasião, membros do MAC apresentaram ao IRIS a proposta de realizar um evento musical nas Lajes como aquecimento para o Bloco. E assim aconteceu o “Luau de aquecimento para o Bloco do Cabeção” (primeiro Luau nas Lajes). Com o sucesso do evento, logo surgiu a ideia de se levar adiante o projeto, e fazer do Luau um meio de resgate da antiga tradição dos festivais de inverno, que agitavam Resende Costa na década de 80. Além disso, o segundo Luau, realizado em abril de 2011, incorporou publicamente a reivindicação pela retirada do reservatório da Copasa, convertendo o projeto Luau nas Lajes em expressão dos anseios de MAC e IRIS em relação à revitalização das Lajes e à conversão do mirante e da Praça Nossa Senhora de Fátima em pontos turísticos efetivos, capazes de receber eventos culturais diversos.
A garotada participou de oficinas de percussão e perna de pau
Instituto IRIS obtém cadeira no Gd2 No dia 16 de dezembro de 2011, o Instituto Rio Santo Antônio (IRIS) apresentou ao comitê de Bacia Hidrográfica Vertentes do Rio Grande (GD2) a candidatura do instituto a uma cadeira naquele órgão. O IRIS foi aprovado pela plenária do GD2, e será empossado como representante da sociedade civil no comitê na próxima reunião da entidade, a realizar-se no mês de fevereiro de 2012.
O Gd2 é o comitê responsável pela bacia do rio das Mortes e Jacaré. O Rio Santo Antônio é uma afluente da margem direita do Rio das Mortes.
Participação no Comitê de Bacia hidrográfica Vertentes do rio Grande
O comitê de bacia é o órgão responsável pelo gerenciamento local das bacias hidrográficas. A política nacional de recursos hídricos prevê a gestão descentralizada e participativa das águas. Sendo assim, os comitês devem ser compostos por representantes de vários seguimentos da sociedade, tendo representação: o Estado; os municípios pertencentes à bacia; as empresas que utilizam água em larga escala; e a sociedade civil (por meio das ONG’s). O IRIS assumirá a vaga de representante da sociedade civil ocupada anteriormente pelo instituto OPTA, de São João del rei, que abandonou o comitê em dezembro de 2011. O mandato da entidade resendecostense se estenderá até o fim de 2012.
Fernando Chaves e Adriano Valério apresentam candidatura do IRIS ao GD2
Segundo o presidente do IRIS, Fernando Chaves, a participação da entidade no GD2 será importante porque permitirá ao IRIS maior conhecimento acerca do cenário hídrico da região das vertentes e de Resende Costa, além de possibilitar à ONG um entendimento m a i o r s o b r e o funcionamento do comitê, sobre a legislação ambiental do estado e sobre os caminhos para se obter recursos que possam ser investidos em Resende Costa. “A participação no comitê será um grande aprendizado para o IRIS. O estado tem disponibilizado recursos significativos para a área do meio ambiente. N o e n t a n t o , o s procedimentos técnicos e burocráticos para se obter e utilizar esses recursos são bastante complexos. Participando do comitê, o IRIS terá acesso a informações importantes sobre a obtenção e o gerenciamento de recursos voltados para o meio ambiente. Além disso, teremos contato com técnicos de toda a região, contribuindo para o amadurecimento do IRIS e apontando alternativas que podem ser aplicadas na preservação e na revitalização ambiental de Resende Costa”, explica Fernando.
O resende-costense Fernando Resende Chaves, 26 anos, é um dos fundadores do IRIS e o primeiro presidente da entidade. Chaves atualmente cursa a faculdade de Jornalismo na UFSJ (Universidade Federal de São João del-Rei). Nas próximas linhas, ele nos conta um pouco mais sobre o primeiro movimento ambientalista de Resende Costa. Primeiramente, faça uma contextualização histórica do IRIS (ano de fundação, principais realizações, ideais etc.). O IRIS é uma ONG ambiental e Cultural, idealizada e fundada por jovens da cidade de Resende Costa. Para se ter uma idéia, a média de idade entre os membros que dirigem hoje a entidade é de 25 anos. O IRIS foi fundado oficialmente em dezembro de 2009, mas o grupo idealizador da ONG já se reúne periodicamente e tematiza o assunto há cerca de 3 anos. O IRIS vem constatando que a população de Resende Costa sabe pouco sobre o Rio Santo Antônio. Muitos sequer sabiam o nome do curso d'água. Ora, como podemos esperar que as pessoas desenvolvam consciência ecológica sem que saibam sequer o nome do rio que banha o seu município? O IRIS foi fundado para colocar o Rio Santo Antônio em pauta, para tirá-lo do esquecimento e do descaso ao qual foi submetido pela vida moderna. O IRIS vem, em sintonia com a Política Nacional de Recursos Hídricos, de 1997, promover a discussão sobre a gestão das águas em Resende Costa e garantir o gerenciamento integrado, participativo e descentralizado dos recursos hídricos, como previsto na lei. As principais realizações da entidade se voltam para a educação ambiental, como no caso das palestras e caminhadas ecológicas voltadas para o público estudantil e da produção audiovisual de caráter cultural e educativo, como por exemplo o Documentário Zezinho Fidel e o Documentário em fase de produção sobre o Rio Santo Antônio. O IRIS está planejando, também, em parceria com a prefeitura de Resende Costa, a execução de pequenas intervenções na calha do Rio Santo Antônio, para recuperar
áreas afetadas pela erosão. Além disso, o IRIS procura produzir e estimular estudos técnicos e acadêmicos sobre nossa bacia, o que é necessário para embasar ações maiores de revitalização e preservação dos nossos mananciais. Como funciona o IRIS em questão de recursos e apoio da população e autoridades municipais? Até o momento, o IRIS sobrevive do voluntariado e das doações de seus associados. São mais de trinta filiados e muitos dão sua contribuição voluntária, seja em anuidades, seja através de trabalho oferecido à entidade gratuitamente. Tanto a Prefeitura quanto a Câmara Municipal tem demonstrado muito interesse pelos projetos da entidade. Na segunda metade de 2011, o IRIS obteve o certificado municipal de utilidade pública, junto à Câmara dos vereadores. Com esse certificado, a entidade poderá abrir convênios com a administração municipal. Sendo assim, é provável que a ONG amplie suas plataformas de ação e possa intervir de modo mais concreto na realidade ambiental do município e do Rio Santo Antônio a partir de 2012. Qual a importância de um movimento de cunho ambiental para a cidade? Você, como um dos líderes, vê melhora nessa área após o surgimento do IRIS? O mundo inteiro passa hoje por diversos desafios ambientais. Não devemos pensar que nossa cidade está livre destes problemas por estar no interior ou por ser pequena. Uma ONG ambiental pode ajudar a gerenciar esses desafios e abrir espaço para a participação da sociedade civil em questões de
interesse público e ambiental. A própria política nacional de recursos hídricos, por exemplo, confere importância destacada à participação das ONGs na gestão dos recursos hídricos brasileiros. O chamado terceiro setor tem, inclusive, representação nos comitês de Bacia hidrográfica, oferecendo contribuição importante na descentralização dos processos decisórios. Um avanço significativo a partir da fundação do IRIS é a tematização do Rio Santo Antônio, que passou a ser crescentemente reconhecido pela população e vem se tornando pauta nas discussões políticas, ambientais e culturais do município. Estamos tirando o rio do desconhecimento e do descaso. Nisso já percebemos um grande progresso. É perceptível a degradação do Rio Santo Antônio, principalmente pela erosão. O IRIS tem algum projeto de revitalização? A erosão é, sem dúvida, um dos maiores problemas do Rio Santo Antônio. O solo de nossa região é pobre. Então, quando você suprime a mata ciliar dos córregos, as encostas desbarrancam mesmo. Não tenho números exatos, mas sabe-se que o índice de erosão em Resende Costa é bem alto, não só na calha do rio Santo Antônio. Acho que esse é um problema que deve mobilizar não só o IRIS, mas o poder público local. Resende Costa precisa de um projeto de recuperação de voçorocas. O que o IRIS tem feito nesse sentido é estimular e realizar estudos sobre nosso solo e sobre nossos recursos hídricos. Há um grupo de profissionais e estudantes de geografia interessados nessa área. Creio que, a médio prazo, teremos iniciativas mais concretas voltadas para essa questão.
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O IRIS agradece imensamente a generosidade de todos os colaboradores, se a qual não seria possível realizar este trabalho
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