Novembro/Dezembro 2005
MÉDICA
e d i t o r i a l O
centenário de nascimento do cientista Evandro Chagas é fato marcante na história do combate às endemias na Amazônia, pois a trajetória de vida do pesquisador se confunde com a própria história do Instituto Evandro
Apesar da morte prematura, com pouco mais de três décadas de vida, Evandro Chagas deixou um legado singular na área de pesquisa científica na Amazônia e no País. E para promovar que o paraense "tem memória", sim, o antigo prédio
A ciência na Amazônia Chagas, ao qual deu seu nome, uma das maiores referências no País quando se fala de doenças tropicais. Fundado em 1936 pelo próprio Evandro Chagas, o Instituto chega aos 70 anos de vida homenageando a memória de seu precursor. Uma série de eventos estão programados para este mês.
do Instituto Evandro Chagas será transformado em Museu, contando um pouco da vida do cientista e da trajetória institucional. E uma moderna e nova sede já está aí, na rodovia BR-316, fazendo jus ao trabalho e à importância dos estudos desenvolvidos pelos nossos pesquisadores da saúde.
E X P E D I E N T E MÉDICA
é uma publicação da Sette Editora, Comunicação & Design. CNPJ: 06118513/0001-88 Telefone: 91-3276-3135 Diretores Antonio Carlos Pimentel Jr. Fernando Sette Câmara Lázaro Cardoso de Moraes Gerente Comercial Heloísa Pinto Jornalista responsável Antonio Carlos Pimentel Jr. (Registro Profissional 982DRT/PA) Consultoria médica Dr. Antonio Pimentel (CRM-470) e dr. Eduardo Mikio Yanaguibashi (CRM-4814) Fotos Eunice Pinto Reportagens Kélem Cabral Projeto gráfico e capa Fernando Sette Câmara Arte-finalista: André Ribeiro Impressão: RM Graph Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores.
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O centenário de nascimento de Evandro Chagas Instituto Evandro Chagas homenageia o cientista Evandro Chagas, fundador da Instituição, que completaria 100 anos, se vivo fosse. .
Belém sedia Jornada de Oncologia José Luiz Carvalho discute a unificação no tratamento de câncer.. Metas do novo presidente da Sociedade-Médico Cirúrgica
Acadêmicos váo atuar junto às comunidades
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Liga Educativa fundada por estudantes da Uepa e UFPA vai fazer pesquisas..
Congresso de Cardiologia investe em prevenção
Dr. Luiz Abílio Oliveira promete lutar em defesa do Ato Médico.
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Programação incluiu palestras, debates e até salvamento em casos de infarto.
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Questões livres
A
Fisioterapia dermato-funcinal ou estética, como é mais conhecida, prevê a recuperação física - funcional dos distúrbios endócrino/metabólicos, dermatológicos e músculo - esquelético. Usando para tal, a arte de prevenir e restaurar as alterações patológicas “lançando mão de conhecimentos e recursos próprios, com os quais, baseando-se nas condições psico - físico - social, busca promover, aperfeiçoar ou adaptar através de uma relação terapêutica, o indivíduo a uma melhor qualidade de vida”. Uma vez que os tratamentos estéticos eram tratados como empíricos, devido à falta de comprovação científica, hoje o mercado do bem-estar e de melhora da qualidade necessitou de profissionais habilitados baseando-se em evidencias científicas. Neste contexto surgiu o FISIOTERAPEUTA
Dr. Hadson Aviz Fisioterapeuta dermato-funcional
DERMATO-FUNCIONAL, que evolui a cada dia e traz a formação de profissionais especializados com base científica em todas as aplicações e ações terapêuticas e, acima
direcionada à forma precisa de tratamento, potencializando e assegurando resultados efetivos, sem causar riscos à saúde. A partir desta idéia , disponibilizamos nossos serviços com o objetivo de oferecer melhores resultados, menores riscos e cuidados especialmente direcionados ao bemestar e melhora da qualidade de vida de nossos pacientes. Áreas de atuação do fisioterapeuta dermato-funcional: • Queimados; • Estética corporal e facial; • Pré e pós-operatório de cirurgia plástica; • Pré e pós-operatório de mastectomia; • Pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica; • Outros.
O que é
fisioterapia dermato-funcional? de tudo, com responsabilidade ética. O fisioterapeuta dispõe de meios físicos e técnicas terapêuticas como eletroterapia, técnicas manuais, cinesioterapia, rpg, cosmetologia, nutrologia, capazes de tratar efetivamente diversas patologias clínicas e estéticas com conhecimentos relevantes de anatomia, fisiologia e patologia. Esse conhecimento proporciona uma abordagem
Oncologia
Jornada
tenta unificar tratamento A região Norte reuniu durante três dias,
profissionais de ponta para os encontros no
em dois Estados diferentes, alguns dos maio-
Tocantins e no Pará possibilita regionalizar
res especialistas em oncologia do País. Os
a experiência vivida no RJ, na qual foi
eventos ocorreram de maneira pioneira, no
possível, através da reunião de especialistas
Tocantins e no Pará, com a realização da II
de todos os Estados brasileiros, além dos
Jornada Brasil Central de Oncologia, nos
convidados internacionais, estabelecer um
dias 9 e 10 de novembro, no auditório das
consenso, uma unidade no tratamento das
faculdades TIPAC, em Araguaína (TO), e
diversas patologias que são mais comuns
nos dias 10 e 11, no hotel Sagres, em Belém,
na área da oncologia, a exemplo do câncer
com a promoção do Onco 2005.
de mama, de colo uterino, do pulmão, entre
Segundo o vice-presidente da Sociedade
outros. Dessa forma, enfatizou o médico,
Brasileira de Cancerologia (SBC), José Luiz
o mesmo tratamento que é feito em São
Carvalho, os eventos possibilitam a profis-
Paulo também será realizado em Belém.
sionais e acadêmicos de medicina dos dois
Uma novidade acertada no encontro
Estados a atualização nos temas que hoje são
nacional, conforme explicou José Luiz, foi
destaque em todos os congressos nacionais e
a realização de reuniões semestrais entre
mundiais sobre o assunto.
os vários profissionais para continuar o
Vindo recentemente do IV Congresso
intercâmbio e a troca de informações, para
Brasileiro de Oncologia Clínica realiza-
que cada região enriqueça seus conheci-
do em outubro, no Rio de Janeiro, jun-
mentos com os especialistas de todo o País,
tamente com o XV Congresso Integrado
e assim manter a unidade e a qualidade no
Latino-Americano de Cancerologia, José
tratamento de câncer em todo o território
Luiz Carvalho informou que a presença de
nacional.
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Jornada
destaque | josé luiz
carvalho ressalta o destaque do pará em nível nacional
Palestrantes convidados para a II Jornada e para o Onco 2005 - Dra. Lair Barbosa Ribeiro (BA), presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia. - Dr. Enaldo Melo de Lima (RJ), presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. - Dr. José Luiz A. Carvalho (PA), vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia. - Dr. André Perdicaris (SP), membro emérito da Academia de Medicina de São Paulo. - Dr. Paulo Eduardo Novaes (SP), Hospital do Câncer A C Camargo. - Dr. David Bichara (PA), presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica do Pará. - Dr. José Geraldo Rigotti de Faria (TO), Faculdade de Medicina de Araguaína ITPAC. - Dr. Nader Suleiman (TO), Faculdade de Medicina de Araguaína ITPAC.
Pará é referência O Pará desponta no cenário nacional como uma importante referência no tratamento do câncer. De acordo com o José Luiz Carvalho, que também chefia a Oncologia Clínica do Hospital Ofir Loyola. A unidade de saúde paraense é a única da região Norte credenciada ao Sistema Único de Saúde (SUS) a fazer o tratamento integral do câncer. “Temos os melhores equipamentos de radioterapia, de quimioterapia, além da cirurgia que
está entre as mais avançadas do País”, enfatizou. Ele explicou ainda que o Ofir Loyola trata de todos os tipos de câncer e recentemente teve seu quadro clínico ampliado com a contratação de novos especialistas na área, entre eles, um oncologista pediátrico, especialidade que, embora o hospital registrasse uma grande demanda, ainda não existia em Belém. O médico salientou ainda que o Pará é respeitado nacionalmente também nas pesquisas relacionadas a tratamentos. Luiz Carvalho lembrou que hoje ainda não existe uma vacina eficaz contra o câncer, mas já há uma vacina contra o papiloma vírus (HPV), que se reconhece como um dos principais favorecedores do câncer de colo uterino. Vale frisar que essa vacina começou a ser pesquisada em 1985, em Belém, e à medida que os estudos foram avançando foi transferido para o centro-sul do País.
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Jornada
Diagnóstico precoce afasta tabu O tabu da doença câncer, que antes era vista socialmente como um atestado antecipado de morte, está virando coisa do passado, conforme garantiu José Luiz Carvalho. E a principal razão dessa mudança de concepção sobre a patologia, afirmou, está na detecção cada vez mais precoce da doença. Com o fator cura aumentando consideravelmente, os próprios pacientes passaram a entender melhor a evolução da doença, assim como sua família, amigos e seu meio social passam a acreditar que o câncer não é mortal, mas precisa ser prevenido. Todas essas pessoas envolvidas acabam se tornando fator multiplicador das ações de prevenção. As campanhas preventivas e o aumento de informações à população têm sido fun-
damentais na descoberta da doença em sua fase inicial. Luiz Carvalho exemplificou que hoje, no Rio Grande do Sul, o câncer de colo uterino foi quase erradicado. Já no Pará, embora tenha diminuído o número de casos com a prevenção, a incidência continua alta. Além da cura, a descoberta do câncer na fase inicial faz bem à sociedade e a todo o Estado, que acaba tendo menores custos. Um tratamento quimioterápico de câncer de próstata custa em média R$ 4 mil por mês a cada paciente. Já um exame preventivo da próstata custa apenas R$ 60,00. Um tratamento completo de câncer avançado não sai por menos de R$ 60 mil. Na fase inicial, não custa mais que R$ 5 mil. |MÉDICA|
Agenda de eventos x XVI Encontro Nacional de Virologia
III Simpósio Internacional de Oncovirologia – Salvador (BA). De 22 a 25 de novembro, no Bahia Othon Palace Hotel. Maiores informações: www.sbv.org.br
x Society of Urology
Oncology (SUO) Meeting
De 2 a 3 de dezembro, em Bethesda, MD. Maiores inrformações: uob@mail.nih.gov
x VIII Congresso da
Sociedade LatinoAmericana para o Estudo da Impotência e Sexualidade
De 1 a 3 de dezembro, no hotel Conrad, em Punta del Este – Uruguay. Maiores informações: info@slais2005.org ou www. slais2005.org.
x VIII Congresso de Oftalmologia
De 25 a 27 de dezembro. Telefone para contato: (11) 5575-0254. Email: congressousp@terra.com.br
x 28º Congresso
x 37º Congresso Brasileiro de
De 11 a 16 de julho de 2006. Milão (Itália).
No Centro de Convenções de Goiânia (GO). Informações: SBACV – Regional Goiás. Telefone: (62) 565-4129.
Internacional de Saúde Ocupacional
Angiologia e Cirurgia Vascular
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Dr. Glauco Melo Cirurgião vascular
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especialidade há longas datas consagrada como Angiologia vem na primeira década do século XX passar a ser chamada também de Cirurgia Vascular, fato este que coincide com as técnicas aí desenvolvidas para a abordagem cirúrgica das artérias e veias, território até então temido pelos angiologistas. Nas últimas décadas, a cirurgia
como diabetes e tabagismo, e se expressam anatomicamente através de dilatações das artérias (aneurismas) ou das obstruções arteriais, e ambas devem ser cuidadosamente conduzidas, tendo em vista as trágicas conseqüências que a falta de tratamento adequado pode acarretar. Os aneurismas, principalmente os de abdome, muitas vezes assintomá-
tos realizados com um componente autólogo como a veia safena ou próteses sintéticas. A correção dos aneurismas pode ser realizada através de cirurgia convencional (aberta), ou mais recentemente, por via endovascular. Desde que em 1991 o argentino Parodi realizou o primeiro tratamento de um aneurisma de aorta abdominal com uma endoprótese, estava consagrada uma nova era, a da cirurgia endovascular, que se baseia no cateterismo arterial, conduzindo as endopróteses para a correção aneurismática, evitando assim as complicações de uma abertura da cavidade abdominal ou torácica. Isto obrigou os cirurgiões vasculares a adquirirem experiência e habilidade com as técnicas de cateterismo arterial. No início dos anos 2000, iniciou-se um grande debate para estabelecer as verdadeiras indicações e os limites dessa nova técnica. No ano 2003, apenas nos EUA, foram utilizadas mais de 19 mil endopróteses. E já se vem realizando grande progresso nos estudos de biologia molecular e terapia gênica, a qual se ampliará muito com a decodificação do genoma humano. Todos estes fatores tornam a Cirurgia Vascular uma especialidade moderna, promissora e fascinante, que traz e ainda trará muitos benefícios para a população em geral. |MÉDICA|
Cirurgia A
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t
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g
o
vascular:
mitos e perspectivas vascular se organizou como disciplina, os procedimentos foram sendo refinados, os dispositivos aperfeiçoados, e as cirurgias foram sendo realizadas com maior segurança. Então é necessário que hoje se desmistifique o que uma grande parcela da população ainda pensa: que tal especialidade dedica-se somente ao tratamento das varizes de membros inferiores. Apesar de constituírem uma boa parte da clientela do cirurgião vascular, há uma gama de patologias que são abordadas pela especialidade e devem ser divulgadas para a população em geral, que, muitas vezes, apresentam os sintomas e ficam sem a assistência adequada. Dentre estas, encontramos patologias também venosas como a “trombose venosa profunda” e as mais importantes, que são as doenças arteriais, estas atingem principalmente indivíduos expostos a fatores de risco
ticos, são geralmente detectados por exames de imagem, como ultra-sonografia e tomografia computadorizada, que são solicitados para investigar outras patologias. Devendo desde sua descoberta ter seu tratamento conduzido pelo cirurgião vascular, quer seja este tratamento conservador, cirúrgico ou endovascular. Já as obstruções arteriais traduzem-se clinicamente pela dor nos membros inferiores, geralmente nas panturrilhas, ao caminhar, e que melhora com o repouso, a chamada claudicação intermitente. Sendo este o sintoma inicial, porém, muitas vezes os pacientes só chegam à especialidade em fases bastante avançadas, quando já há dor em repouso, avanço este que dificulta o tratamento clínico ou cirúrgico. A correção cirúrgica das obstruções arteriais geralmente é realizada através de um by-pass, ou seja, enxer-
Drº Glauco Melo tem título de especialista pela SBACV/AMB, cirurgião vascular do Hospital Geral de BelémHGeBe e cirurgião vascular do Hospital de Clínicas Gaspar Viana Consultório: Tv. Dom Romualdo de Seixas Nº236 Sl: 7 Umarizal – Belém – PA Tel.: (91) 3224-9682 E-mail: melo.glauco@ig.com.br
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Oferece ainda dicas Oferece ao cadastrado acesso gratuito a 0100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 0100110101010110110101010101010101010101010011011010101101011011010110010101010 de saúde, culinária light, esportes, serviços e publicações e outras informações na área da compras. 1010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 0100110101010110 medicina. Para o cadastro, são necessários o 1101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 010011010101011011010101010101010101010101001101101010 número de registro do médico e o número de X http://www.saudevidaonline.com.br matrícula do estudante de medicina. 11010110110101100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010 Este site elaborado por médicos, oferece informações básicas e superficiais 01001101010101101101010101010 sobre 010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 X http://www.bibliomed.com.br medicina em geral, saúde odontológica e 101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101 Acesso a notícias diárias de saúde no formato veterinária. Com uma linguagem simples, 100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 01001 eletrônico com gráficos, ilustrações, tabelas o acesso é fácil e o conteúdo é basicamente e referências bibliográficas. Oferece a versão 101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 0100110101010110110101010101010101010101010 informativo e preventivo. eletrônica de várias publicações profissionais 0110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 0100110101010110110101010101010101010101010011011010101101011011010110010101010101 (Pan American Journal of Public Health, X http://www.salutia.com 0101011010010101010 0100110101010110110 Pediatria 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 Moderna, Revista Brasileira de Este site latino-americano oferece ao leigo Cardiologia, entre outras) em espanhol, portu1010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 010011010101011011010101010101010101010101001101101010110 algumas informações simples sobre prevenguês e inglês; biblioteca eletrônica com 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010 mais ção de doenças. Ao se cadastrar, fornecendo 10110110101100101010101010101011010010101010 de cem livros de diversas especialidades. Além apenas dados como e-mail e nome completo, 101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101 disso, o site oferece serviços como informao indivíduo recebe uma senha e pode ter 010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100 ções sobre congressos e compras. Voltado para acesso a troca de informações sobre suas o profissional de saúde.01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 dúvidas em saúde com um profissional. É 101010101010101011010010101010 01001101 Para ter acesso à maioria destas informações, informado ao 0100110101010110110101010101010101010101010011 usuário que a opinião de quem 010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 é necessário cadastrar-se e efetuar um pagalhe responde às suas questões não deve ser 0110101011010110110101100101010101010101011010010101010 010011010101011011010101010101010101010101001101101010110101101101011001010101010101 mento de R$180,00 como anuidade. utilizada para diagnóstico e/ou tratamento 01011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 010011010101011011010 médico. X http://www.uol.com.br/intramed 10101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010 Este site, voltado para médicos, de livre acesX http://www.ama-assn.org 110110101100101010101010101011010010101010 0100110101010110110101010101010101010101010011011010101101011011010110010101010101010101101001010 so, oferece informações sobre congressos, Este site da Associação Americana de 1010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 0100110101010110110101010101010101 reciclagem médica, artigos de revisão sobre Medicina oferece ao profissional da área todos os assuntos e todas as especialidades médica o acesso à revista de publicações 0101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 0100110101010110110101010101010101010101010011011010101101011011010110010 e links com outros sites de saúde, como por JAMA e a outros links de saúde. Não é 1010101010101011010010101010 0100110101 exemplo, BIREME, 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 Medline, Ministério da necessário cadastro. Os artigos estão disponí0101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 Saúde, Datasus, entre vários outros. veis a todos010011010101011011010101010101010101010101001101 os que visitam o portal. 10101011010110110101100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101 X http://www.saude.com.br X http://www.healthatoz.com/ e 011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010 O site promove a abordagem de assuntos http://www.healthgate.com 101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 0100110101010110110101010101010101010101010011011010101101011 ligados à saúde numa linguagem acessível ao Semelhantes aos sites de saúde nacionais, grande público. Apresenta matérias,010011010101011011010101010101010101010101001101101010110101101101011001010101010101010110100101010 notícias 0110101100101010101010101011010010101010 oferecem ao leigo e ao profissional acesso atualizadas e links para páginas de diversas a informações básicas sobre medicina, 10 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 010011010101011011010101010101010101 especialidades médicas, com informações abordando os mais diversos temas, dispo01010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 010011010101011011010101010101010101010101001101101010110101101101011001010 simples sobre as patologias; links para acesso níveis numa linguagem simples a todos 10101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 010011010101 a informações sobre clínicas especializadas, que os acessam. 01101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110 FONTE: www.virtual.epm.br (google) 101011010110110101100101010101010101011010010101010 0100110101010110110101010101010101010101010011011010101101011011010110010101010101010101 1010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 0100110101010110110101010 1010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 010011010101011011010101010101010101010101001101101010110101101 10101100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101 010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010 101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 01001101010101 101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 0100110101010110110101010101010101010101010011011010 1011010110110101100101010101010101011010010101010 010011010101011011010101010101010101010101001101101010110101101101011001010101010101010110 10010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 010011010101011011010101010 10101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110 101100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 01 001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 0100110101010110110101010101010101010101 0100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 0100110101010110110101010101010101010101010011011010101101011011010110010101010 1010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 0100110101010110 1101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 010011010101011011010101010101010101010101001101101010 11010110110101100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010 010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010 101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101 100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 01001 101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 0100110101010110110101010101010101010101010 0110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 0100110101010110110101010101010101010101010011011010101101011011010110010101010101 0101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 0100110101010110110 1010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010101010 010011010101011011010101010101010101010101001101101010110 10110110101100101010101010101011010010101010 01001101010101101101010101010101010101010100110110101011010110110101100101010101010101011010010
MÉDICA
N E E T T N
10 MÉDICA
Novembro/Dezembro 2005
x Alexandre
O diretor Oliver Stone gastou mais de 150 milhões de dólares nessa superprodução sobre a vida do imperador macedônio Alexandre, o Grande. Com rigor visual e impressionante reconstituição de época, o longa pertence à mesma vertente de Tróia ao retomar a tradição dos grandiosos filmes históricos.
x Refém
O astro Bruce Willis (da série Duro de Matar) volta a interpretar um personagem durão nessa produção cheia de ação que fez bem o estilo do ator. Aqui ele é Jeff Talley, um ex-policial de Los Angeles que se muda para um lugar menor e mais pacato, mas sua tranqüilidade não dura porque um grupo de adolescentes tenta roubar o carro de uma mansão.
x Menina de Ouro
Desde a separação dolorosa de sua filha, o treinador de boxe Frankie Dunn (Clint Eastwood) não se permitia aproximar-se de ninguém por um bom tempo, até o dia em que Maggie Fitzgerald (Hilary Swank) entra em sua academia. Numa vida de esforço constante, Maggie mostra ter um talento nato, uma tremenda força de vontade e um objetivo inabalável.
x O Aviador
Épico dramático de Martin Scorsese com roteiro de John Logan (Gladiador), que retrata a cultura americana a partir de dois de seus ícones: o empresário, cineasta e aviador milionário Howard Hughes e a fantasia na época áurea de Hollywood.
V E J A V E
J
A
x Kinsey - Vamos Falar De Sexo
Apesar de ser um dos mais comentados e premiados filmes do ano passado, o excelente Kinsey - Vamos Falar de Sexo passou meio despercebido pelos cinemas brasileiros. O home entertainment é uma boa saída para se fazer justiça a essa cinebiografia de Albert Kinsey (Liam Neeson).
x Assalto Ao 13º. DP
Este policial com altas doses de tensão, violência e adrenalina é a refilmagem homônima de um dos primeiros trabalhos do mestre John Carpenter (Halloween), realizado em 1977 em caráter quase caseiro, ultra-independente. Desta feita, porém, o diretor francês Jean-François Richet contou com cerca de US$ 20 milhões.
x A Queda
No meio de uma noite de novembro de 1942, um grupo de jovens mulheres é escoltado por oficiais das SS, através do bosque, até a Toca do Lobo, o QG de Hitler na Prússia Oriental. São candidatas ao cargo de secretária pessoal do Führer. Ela é escolhida para o trabalho e a idéia de servir ao Führer pessoalmente a deixa radiante.
x Cruzada
Reconhecido esteta do cinema, o inglês Ridley Scott é cultuado por suas visões futuristas (Alien e Blade Runner) e por muitas de suas incursões no passado, de sua estréia em Os Duelistas até Gladiador. Com Cruzada, ele atesta ser um dos poucos cineastas em atividade capaz de administrar os elementos dramáticos do gênero.
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Sobrames
O trem, a casa
A
e outros acidentes
cho que a primeira vez que viajei, para outras terras, foi no Maria Fumaça. Facilmente adaptei-me à trepidação que os trilhos impunham ao trem que trazia e levava gente da cidade ao interior. Eu era menino de colo, de olhinhos espertos e bisbilhoteiros. Fiquei, muitas vezes, da janela desse trem a imaginar que nós estávamos parados e quem corria era o mato vivo, insistindo em cercar a terra que acompanhava os trilhos e confundia-se com as águas escuras dos igarapés. O Maria Fumaça saia de Belém e parava, por momentos, em Santa Isabel, Castanhal, Igarapé-Açu, Capanema e só estancava, de vez, em Bragança. Durante a viagem era esse pinga-pinga danado. Eu aproveitava essas paragens e pedia que me comprassem pitombas, broas ou mesmo um bom beijinho de moça. Isso preocupava minha mãe e tias, pois com certeza, depois, quando já estivéssemos em movimento eu pediria água, e se tomava água depois queria xixi... Quando o chefe do trem, de paletó, boné e gravata, anunciava que a próxima parada seria Bragança o alvoroço tomava conta do vagão; o falatório aumentava e os preparativos iniciavam-se para a grande chegada. Faziam-me trocar de camisa, passavam-me brilhantina nos cabelos e pediam que eu ficasse quieto, pois “estávamos chegando”. Minhas tias passavam pó de arroz no rosto e perfume atrás das orelhas. Diziam-me: abre a mão. E lá vinha um pouco de perfume, o que eu não gostava muito. Na estação, geralmente, estavam meu avô, tios, primos e outros parentes. Quem nunca faltava era o velho Machico, antigo empregado da família que, freqüentemente, carregava nossas bagagens em carrinho de mão. Caminhando pelas ruas da cidade, vez
por outra, tínhamos que parar aos cumprimentos e admirações: Como vai? Quanto tempo! Tudo bem? A viagem foi boa? Puxa! Mas como o teu filho tá grande. Menino bonito taí, puxou pra mãe. Não, parece mais com o pai. Meu filho, beije a vovó, ela é comadre da tua vó. Meu filho, beije a titia, nós fomos colegas no ginásio, é como se fôssemos irmãs. Aquilo tudo me irritava, pois o que eu queria, mesmo, era chegar logo na casa grande de vovô. Depois de passarmos pelo cinema, grupo escolar e delegacia de polícia avistávamos vovó sentada na porta do casarão; após a espera ansiosa, agora só alegria e satisfação. Abraçava-me com tanta força e carinho que minhas pernas ficavam suspensas no ar. Terminado o jantar, é hora de criança dormir. Não sei por que eu não tinha o direito de ficar admirando os bibelôs ou me balançando nas cadeiras de palhinha. E como se não bastassem as proibições ainda havia certas obrigações como escovar os dentes, rezar, deitar e dormir. Naquela época a gente tomava a “bença” e não benção. Era bença vô, bença vó. Deus te abençoe, meu filho. Gesto este que só iria repetir-se, no dia seguinte, às seis horas da tarde quando badalavam os sinos da Matriz e a rádio Difusora tocava a Ave Maria. A cada viagem que fazíamos eu descobria coisas novas. Naquele mundo maravilhoso meu crescimento mais se notava por outras pessoas do que por mim. A casa tinha sala, um varandão com um vaso florido sobre uma mesa de centro e vários quartos que desembocavam num comprido corredor que ligava a varanda até à cozinha. Lembro-me bem do enorme fogão de lenha e de um cachorro chamado Campeiro que aparava no ar os pedaços de carne crua que tia Bebel lhe atirava. Minha amizade com
Campeiro demorou bastante para se firmar, apesar dele gostar de meus afagos. Sua ferocidade fazia temer todo o quarteirão. Era um cão valente, de cor marrom escuro, orelhas e rabo caídos e dentes de marfim. Com o tempo, o Maria Fumaça deixou de trabalhar e as linhas de ônibus foram inauguradas e proliferaram. O espaço entre Belém e Bragança encurtou. O cansaço diminuiu, mas a emoção de andar no Fumaça é algo insubstituível. Devido ao grande número de idas e vindas, gravei na memória os motoristas Farofa e Miguel. Recordo bem do Miguel, que foi namorado da Nice, uma das filhas de criação de vovó... Naquele mundo, tudo acontecia com a meninada. Eu estava de cotovelo e joelhos ralados; Aderson caiu do abacateiro e quebrou o braço; Paulo cortou o pé e Fabiano foi jogar bola, na praça da Bandeira, em frente ao colégio Santa Terezinha e brigou com um menino; quando chegou em casa apanhou da tia Carmélia e levou carão de vovô. Narinha chorou porque brigou com Ilcélia. Tudo se ajeitava quando acabava o expediente no mercado e o velho Braga, meu avô, chegava cansado, amoroso e ordeiro. Hoje, o trem é peça de museu em Castanhal. Nice é casada com Bené. Não existe mais banca de mercado, pois seu dono não mais existe. De avião, em poucos minutos, chega-se até Bragança. Mas também acabou a Bragança encantada, cheia de fantasia onde viveram e cresceram meus primos e eu. Naquele tempo não se tinha noção de felicidade, agora, quando relembramos sentimos na garganta o gostinho dela.
Amaury Braga Dantas
Da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES-PA)
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MÉDICA 13
Sobrames
F
Episódios médicos
ormei-me em medicina no dia 8 de dezembro de 1953, uma terça-feira; casei-me dia 12, sábado; dia 14, segunda-feira às 5:00h da manhã instalei-me em um avião rumo à Boa Vista, capital do Território do Rio Branco, hoje Estado de Roraima. Meus conhecimentos médicos resumiam-se aos escolares, ao Pronto-Socorro e ao Hospital Domingos Freire, hoje “Barros Barreto”. Recém-casados, transferimos a “lua de mel” quando do meu retorno. Com essa parca habilidade prática arvorei-me à conservação da saúde de 56 homens, na fronteira Brasil-Venezuela. Ali não tinha como me apoiar em outros colegas – era eu e somente eu... De retorno a Belém fui elogiado pelo Cel. Bandeira Coelho, o chefe da Comissão Brasileira Demarcadora de Limites (C.B.D.L 1ªR), pois que os 52 homens idos voltaram todos às suas origens, alguns em melhores condições físicas que quando da ida. Naquele interregno de 5 meses e 20 dias não decepcionei a profissão. Recordo-me de alguns episódios curiosos e outros hilariantes ocorridos na minha estréia médica. 1° = A C.B.D.L 1ª DIVISÃO era um órgão do Ministério do Exterior, porém controlado pelo Quartel General do Exército, 8ª Região. Embora a Comissão fosse um departamento militar do Exército, era comandada por um coronel e o sub-comandante, um vice-almirante. A grande maioria do pessoal de apoio (médicos, agrimensores, farmacêuticos) era civil. Para não destoar, esses civis eram considerados “oficiais”. Cada “oficial” tinha à sua disposição um trabalhador, uma espécie de serviçal doméstico. Coube ao “Naco” (Inácio Leão da Rocha) ser o meu
“bagageiro”, nome dado àquela função. Seu apelido era “Mamão”. Branco, tinha a pele quase transparente pela palidez. Cansava a qualquer esforço físico. Não dispondo de laboratório fiz o diagnóstico: verminose intestinal. Deilhe doses de vermífugos durante duas semanas. Em seguida: um papelote de ferro reduzido (sulfato ferroso) durante duas semanas. Algumas semanas mais, aos poucos, “Mamão” foi perdendo aquela palidez até ficar visivelmente corado. Teve o apelido trocado para “Manga Rosa”. 2° = “TORADO NO GROSSO” era um trabalhador baixo e entroncado, cujos músculos sobresaiamse. Era uma máquina de trabalhar. Para manter-se, comia exageradamente. Certa vez matou um filhote de anta (Tapirus terrestris). Preparou-a, e de uma sentada comeu um quarto traseiro daquele animal. Bateu a mão no abdome e bazofiou: – agora sim dá pra esperá o armoço! Verificamos que não era bazófia, pois na hora do almoço comeu a quantidade que lhe era habitual. 3° = CANSEIRA NAS PERNAS era a referência apontada pelo trabalhador. Sem meios de constatar a enfermidade referida, os casos repetiram-se em várias das turmas. Estávamos sediados no acampamento do igarapé Maiá-Pinapi. Dei-me conta que os “pernas cansadas” aumentavam de número. Receitei-lhes altas doses de complexo B, sem resultados satisfatórios. Certa noite na minha tendamoradia recebi a visita do meu chefe, o agrimensor José Ambrósio de Miranda Pombo. Disse-lhe da minha preocupação com a quantidade dos “pernas cansadas”. Pombo, com sua aparente mansidão, recomendou-me: – Danilo, manda o Otacílio (Otacílio G. Tavares), o
auxiliar de enfermagem, procurar na tua farmácia umas ampolas de “Apicosina”. Receita para cada um dos “cansados”. Meu auxiliar de enfermagem trouxe-me várias caixas da tal “Apicosina”. Li a bula: era veneno de ferrão de abelhas conservado e diluído. Àqueles idos era indicado para doenças reumáticas. Botei os “pernas cansadas” em fila e receitei-lhes meia dúzia de “Apicosina”, uma por dia, via intramuscular. O meu enfermeiro aplicou uma ampola em cada paciente. Os caboclos só não gritavam por machismo. Dia seguinte os “canseiras nas pernas” comentavam: Dotô que remédio supimpa! Não estou sentindo mais nada! Do grupo só um deles voltou para a segunda dose. Àquele receitei complexo B e outras vitaminas. 4° = JÁ NO EXERCÍCIO da patologia clínica citadina, no Laboratório apareceu-nos um paciente, trabalhador da Petrobrás. Seu médico solicitara uma bacterioscopia e cultura das secreções vésico-prostática colhidas com massagem. Na sala apropriada mandei que ele se desnudasse da cintura para baixo, coloquei-o na devida posição. Com as mãos enluvadas, dedo médio untado com vaselina, o introduzi na ampola retal à procura da posição prostática. O braçal já vestindo o calção, substituto da cueca, olhou-me com desconfiança e externou o que pensava: – Égua dotô, já tinha uvido falar disso mas pensei que era bandalheira!
Danilo Virgilio Mendonça
Da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES-PA) e do Instituto Histórico e Geográfico do Pará
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Você em destaque
Bruno Matos e Rafaela Dias
Alexandre Oliveira
Dr. Erivaldo Araújo
Dra. Claudine Marina ALves e dra. Dilma do Socorro
Leolídio Pereira e Arimilton Jr.
Lana Matos e Ygor Luz
Dr. Cesar e Sabrina Collyer
Alessandro Nunes, Bruno Oliveira e Rodrigo Rocha
Dra. Heloisa Guimarães
Paulo JB Barbosa
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Taís Rocha e Michelle Magalhães
Dr. José Maria de Souza e dr. Almir Gabriel
Felipe Pacheco e Mauro Carvalho
Dr. Celmo Porto e Indiana Artiaga
Paulo Nóvoa, Ariane Arnez e Roque Cordeiro
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Salomão Neto e Adelerme Cavalcante
Luís Paulo Rangel
Dr. Paulo Roberto Pereira Toscano
Fernanda Carvalho e Odicleber Lobato
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do cientista Evandro Serafim Lobo Chagas, personalidade científica que deu vida e nome a um dos maiores centros de pesquisa em saúde do Brasil e do mundo - o Instituto Evandro Chagas (IEC) -, completaria 100 anos neste ano de 2005. Para comemorar a data, todas as ações desenvolvidas no decorrer do ano pelo Instituto Evandro Chagas, criado pelo cientista em 10 de novembro de 1936, na época sob o nome de Instituto de Patologia Experimental do Norte, foram e estão sendo dedicadas à memória do homem que, mesmo tendo vivido pouco mais de três décadas, deixou um grande legado de conhecimento e exemplo de persistência para o País. Para coroar o centenário, O IEC, até ao final de 2005, planejará o resgate da vida e da obra desse carioca de nascimento e amazônida de vocação, que elegeu a região Norte e Belém, especialmente, para fincar suas raízes científicas e fazer nascer aqui uma referência mundial na pesquisa em saúde. Na verdade, os festejos pelo centenário de Evandro continuarão em 2006 por ocasião das comemorações dos 70 anos do Instituto Evandro Chagas. A continuidade da publicação das Memórias do Instituto Evandro Chagas e uma Biblioteca Virtual associada ao nome de Evandro Chagas, sob a ordenação da Biblioteca do IEC, deverão marcar o resgate da vida científica institucional. Um filme-documentário circunscrevendo as multifaces da vida de Evandro e da história da saúde pública na primeira metade do século XX também é cogitado. Autor de vários textos e palestras sobre o ídolo, Manoel Soares, que
também é membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames-Pará), relatou que Evandro Chagas filho de um dos maiores cientistas da história da medicina, Carlos Chagas – o descobridor da doença de Chagas. Evandro em muito colaborou nas descobertas do pai. Sua morte prematura, com então 35 anos, foi ocasionada por um acidente aéreo, em 8 de novembro de 1940, quando a aeronave em que viajava se chocou com outro avião, sobre a enseada de Botofago. Evandro ia visitar a filha em São Paulo. Revendo a vida e obra desse marco na história científica do País é possível vislumbrar, hoje, o porquê de uma vida intelectual e produtiva tão precoce, trajetória que na época e ainda hoje desperta admiração pelos feitos deixados. Evandro Chagas ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro antes mesmo de completar 16 anos e aos 21 já era diplomado como médico. Com apenas dois anos de formado, assumia direção do Hospital Oswaldo Cruz, no qual, anos depois, em 1936, implantou o pioneiro Serviço de Estudos das Grandes Endemias (SEGE). E foi através do SEGE que o patrono do IEC coordenou memoráveis estudos sobre leishmaniose visceral e outras tantas endemias tropicais, feitos admirados até hoje. Essa linha de pesquisa acabou por trazer Evandro Chagas até Belém, onde, inspirado em seu trabalho e com o intuito altruísta de promover um centro de produção científica, associou-se a outros jovens cientistas e fundou o Instituto de Patologia
acervo de tatiana chagas memória
Capa
história | Evandro Chagas, Carlos Chagas e Carlos Chagas Filho
Experimental do Norte, com amplo apoio do governo local. Poucos dias antes de sua morte, com mais de 50 trabalhos científicos publicados, e em reconhecimento a sua atuação no combate às endemias tropicais e seus estudos sobre a estrutura sanitária, Evandro Chagas foi nomeado pelo governo brasileiro como presidente da Comissão encarregada do saneamento da Amazônia. Essa conquista foi amplamente divulgada na imprensa da época, assim como foi noticiada sua prematura morte, antes de poder dar início aos trabalhos no novo cargo ao qual era incumbido.
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Capa avanço | antigo prédio do instituto, na almirante
barroso com a curuzu, e a nova sede, na rodovia br-316.
Prédio abrigará Museu Toda a história do homem Evandro Chagas, que se confunde com a trajetória do Instituto que hoje leva o seu nome, e os avanços sobre os estudos e conquistas ligados às endemias tropicais, poderão ser conhecidos mais de perto em um futuro breve. Manoel Soares, pesquisador do Instituto, revelou que o histórico prédio no qual o IEC foi fundado na década de 30, localizado ainda hoje na esquina da avenida Almirante Barroso com a travessa Curuzu, abrigará um museu. Soares explicou que atualmente menos de 20% das atividades do IEC ainda funcionam nesse endereço. As demais já foram transferidas para a nova sede, em Ananindeua, localizada na rodovia BR-316. Ele explicou ainda que o projeto do museu será executado em parceira com os Ministérios da Cultura, da Saúde, e a Secretaria Executiva de Cultura do Estado do Pará (Secult). Uma Comissão criada pela direção do IEC e presidida pelo médico e historiador Habib Fraiha Neto, contanto com representação institucional, além de profissionais ligados à Museologia e outros historiadores, tem trabalhado assiduamente na formatação da proposta do Museu do IEC. Para abrigar sua história, o prédio, que já é tombado pelo Patrimônio Histórico, será totalmente reformado, preservando e reconquistando traços originais.
história |
jornal folha do norte noticia a morte de evandro chagas
A filha do cientista Muito do resgate da memória sobre a vida pessoal e até científica de Evandro Chagas só foi possível graças à colaboração de sua única filha, a educadora Tatiana Chagas Memória, hoje com 79 anos. Emocionado, Manoel Soares contou do privilégio de conhecê-la pessoalmente. Ele relatou que, mesmo com a saúde debilitada, Tatiana, como toda boa educadora, ocupação que exerce dirigindo a Fundação Darcy Ribeiro durante anos, foi generosa em dividir lembranças e cópias de objetos pessoais como cartas e fotos. Nas cartas, com especial destaque, Evandro Chagas mantinha um diálogo contínuo com a então menina de apenas 8 anos de idade, como se ela fosse uma confidente. Os escritos têm ares de diário e muitas vezes, como lembrou
Tatiana em sua conversa com o pesquisador paraense, de antecipação do futuro. Essa característica se mostra explícita em um trecho de uma das cartas enviadas pelo pai em meio às suas tantas viagens pelos confins da Amazônia e do Brasil, e que Tatiana deixou copiar, que dizia: "Desde que se viva com proveito para o meio, não importa que se viva pouco ou muito”. As cartas, assim como fotos, foram preservadas em um álbum pela mãe de Tatiana quando da morte do pai, e hoje são guardados por ela como um tesouro.
Trajetória desde 1936 Criado em 10 de novembro de 1936 como Instituto de Patologia Experimental do Norte, o Instituto Evandro Chagas recebeu este nome em 1940, após a morte de seu fundador. Considerado como um dos três maiores centros de pesquisas em saúde do Brasil, ao lado do Instituto Adolfo Lutz e da Fundação Oswaldo Cruz, o IEC é uma unidade gestora independente, vinculada à Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde. Com sede em Belém e Ananindeua, o IEC realiza investigações e estudos científicos nas áreas de ciências biológicas, meio ambiente e medicina tropical, além de análises laboratoriais para doenças tropicais, particularmente as prevalentes na região amazônica, desenvolvendo trabalhos nas áreas de parasitologia, virologia geral, bacteriologia, micologia, patologia, ecologia humana e meio ambiente, hepatologia e arboviroses. Outra grande missão do IEC está na prestação de serviços laboratoriais a diversos setores da vigilância epidemiológica. A formação de recursos humanos para pesquisa e ações de saúde pública, além
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da produção e distribuição de imunobiológicos destinados a diagnósticos laboratoriais de determinadas enfermidades, também está entre as atividades do IEC.
Conquistas para o mundo Às vésperas de completar 70 anos de história, é inegável a contribuição do IEC não apenas na pesquisas em saúde na região amazônica, mas para todo o mundo. Uma das tantas provas dessa afirmação foi um trabalho feito pela área de parasitologia do IEC de um completo estudo sobre a ecologia e a epidemiologia da leishmaniose tegumentar. Como resultado, o IEC definiu a caracterização específica das leishmanias humanas encontradas no Norte do Brasil e uma nova classificação das leishmanias do Novo Mundo. Estudo que hoje é utilizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Além da Parasitologia, são incontáveis as conquistas na área da virologia e bacteriologia que garantiram ao Instituto projeção nacional e internacional. Entre as primeiras pesquisas do IEC que tiveram repercussão mundial estão ainda a
equipe | foto tirada em 1986, com a
equipe de pesquisadores, por ocasião das comemorações dos 50 anos de fundação do instituto evandro chagas.
descoberta, pela primeira vez na América do Sul, do rotavírus, um importante agente de diarréias graves, além da definição do Anopheles darlingi e do Anopheles aquasalis, como os principais transmissores de malária em Belém. Ainda na área da virologia, uma histórica conquista do IEC foi o isolamento e caracterização de 187 tipos diferentes de arbovírus, um recorde mundial que deu à instituição renome nacional e internacional. |MÉDICA|
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Entrevista
Em defesa do
Ato Médico Luiz Abílio da silva oliveira | novo
presidente da sociedade médico-cirúrgica do pará
C
om mais de 30 anos dedicados à medicina, o cardiologista Luiz Abílio da Silva Oliveira assumiu, no dia 18 de outubro, Dia do Médico, na sede do Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM), a presidência da Sociedade Médico-Cirúrgica (SMC) do Pará. Em entrevista à revista MÉDICA, o novo presidente da SMC falou de suas expectativas à frente da sociedade, das estratégias para o triênio 2005/2008 e de temas que preocupam toda a categoria, como o Ato Médico, humanização e a polêmica envolvendo os seguros contra erro médico.
M Quais suas expectativas frente a essa nova empreitada?
– Assumir a SCM é uma grande responsa-
bilidade. Primeiro, por ser uma entidade médica cuja fundação remonta à data de 15 de agosto de 1914. Portanto é uma sociedade que há 91 anos vem desenvolvendo um trabalho junto à classe médica para incentivar a melhoria da qualidade do atendimento e da produção cientifica, visto que a SMC é uma entidade cientifica sem fins lucrativos. Suceder a doutora Célia Koury, que, por conseguinte, sucedeu tantos outros presidentes de renomada qualidade, implica a obrigação de executar um bom trabalho.
M Quais são suas prioridades de ação na SMC?
– Acredito que não apenas da SMC, mas
do CRM e do Sindicato do Médicos, hoje, nossa principal preocupação é a luta pela implantação da Classificação
Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CHPM), que é o coeficiente mínimo de honorários indicados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Além disso, a nova diretoria se preocupa também com o lazer dos médicos e sua família. Existe, sob a coordenação da SMC, o
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Entrevista Clube dos Médicos, localizado em uma bela área na avenida Dalva, no bairro da Marambaia. A diretoria passada iniciou o processo de revitalização e precisamos dar continuidade a essas obras. Esse é um dos grandes desafios da atual diretoria.
sional. Antigamente o médico era respeitado pela família, pela sociedade, era como uma autoridade na cidade. Hoje é desrespeitado pelos pacientes, pelo plano de saúde, que paga misérias, e por toda a sociedade. Friso a questão financeira, pois como o médico vai poder pagar seus congressos, sua reciclagem, se hoje não é remunerado adequadamente?
tecnologia de hoje. A tecnologia trouxe ganhos imensuráveis ao trabalho médico. Possuímos ferramentas que, com certeza, há 30 anos não tínhamos. Falo de procedimentos como a angioplastia, das cirurgias endoscópicas e laparoscópicas. Porém, a tecnologia implica um custo e o profissional precisa se preparar, se qualificar. Na hora em que você pre-
Pesquisas mostram que os procedimentos médicos sofreram uma defasagem de mais de 400% nos últimos dez anos. A luta é grande, mas o Pará tem se destacado como o Estado brasileiro mais organizado na pela implantação do CHPM.
cisa dessa qualificação, bate de frente com a desvalorização do médico na sua tabela de honorários a receber, seja do convênio ou do Estado. A reciclagem, com a busca constante pela atualização, é uma necessidade do médico.
M Na sua opinião, então, qual o prin-
M Muito se fala hoje em dia nos segu-
M Como a SMC pretende reiniciar as obras?
– A SMC é uma entidade sem fins
lucrativos, por isso nossa meta é fazer parcerias públicas e privadas, para concluir as obras e oferecer esse espaço aos médicos.
M E as demais ações? – Atualmente a SMC tem mais de três
mil associados, em um universo de cinco mil médicos no Estado. Porém, muitos deles abandonaram a sociedade por motivos diversos. Outra missão da atual diretoria é trazer de volta o associado, não apenas porque ele precisa da sociedade para requerer o título de especialista, mas porque a SMC precisa do associado para se fortalecer e continuar fazendo um trabalho em prol da classe médica.
M A classe médica vem travando várias
batalhas em busca da revalorização do profissional, entre elas a discussão do Ato Médico. Qual a posição da SMC quanto à questão do Ato Médico? – A SMC é totalmente favorável à implantação do Ato Médico. Ele é necessário para definir os procedimentos médicos e suas responsabilidades.
M Que tipo de prejuízo a classe sofre sem a aprovação do Ato Médico? – Começa pelo desrespeito ao profis-
cipal desafio do médico na atualidade? – Acredito que seja trabalhar com a
ros contra erro médico, a SMC tem uma posição definida sobre esse tipo de seguro?
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Entrevista – Infelizmente, muitos advogados e
determinados setores da sociedade já não vêem no médico um parceiro ou aquele que vai ajudar no sofrimento de seu ente querido, mas uma possibilidade de ganhar dinheiro caso este venha a ter algum problema com seu paciente. Nos EUA nenhum médico pode exercer a profissão sem que antes seja abalizado por um seguro profissional, pois se sofrer um processo poderá pagar. Imagine no Brasil, onde hoje existe uma enorme dificuldade de receber um valor justo pelo seu trabalho, o médico ter ainda que tirar dinheiro do bolso para pagar o seguro para trabalhar. Estão tentando fazer isso no Brasil, mas as classes médicas como um todo estão lutando contra isso. O seguro já parte do princípio que o médico vai prejudicar o paciente e isso é inadmissível. É claro que existem também os maus profissionais, mas para termos sempre profissionais preparados temos que dar condições a esse profissional de se reciclar.
M A SMC tem algum projeto visando à qualificação do médico?
– Uma das metas do nosso triênio à
frente da SMC é criar uma comissão de interiorização. Queremos levar aos profissionais que estão no interior, informações e debates necessários para melhorar o seu trabalho. Claro que não podemos estar em todas as cidades, mas vamos programar ações em cidades-pólo, como Santarém, Tucuruí, entre outras. A interiorização das especialidades, para melhorar a qualificação, é um dos nossos desafios.
M Como o médico vê a questão da humanização no tratamento?
–
"Hoje o médico é desrespeitado pelos pacientes, pelo plano de saúde, que paga misérias, e por toda a sociedade."
Mesmo com todas as dificuldades que o médico enfrenta, com baixa remuneração e, às vezes, sendo obrigado por um plano de saúde a atender 30 pacientes numa única manhã, ainda assim é preciso ter, antes de tudo, o respeito e a humanização àquele paciente. O paciente não deve ser apenas um número de prontuário, mas um ser humano que merece respeito. O médico às vezes não pára para ouvir o paciente e, em muitos casos, o que o paciente precisa é apenas ser ouvido. Em uma pesquisa recente se descobriu que dificilmente o médico cumprimenta seu paciente de hospital pela mão. O paciente está deitado, e o primeiro local que o médico pega é na perna ou no pé do paciente. Não se cumprimenta as pessoas pelo pé, mas sim pela mão.
M E qual a orientação quanto à humanização?
– Existe na propedêutica o que cha-
mamos de inspeção, palpação e a escuta. A primeira é a visão, enxergar o paciente; a palpação, não é apenas examinar, mas tocar no seu paciente, pegar na sua mão; e por fim, a escuta, que não se resume ao estetoscópio, mas ouvi-lo, ouvir o que ele precisa o que ele tem a dizer. Jesus Cristo, que foi o exemplo do médico aqui na terra, porque ele curou vários doentes, ouvia mais do que falava.
M Assumindo a nova diretoria da SMC
o senhor gostaria de dar algum recado para os médicos do Pará? – Gostaria de deixar claro que a SMC tem uma diretoria, mas que sozinha não vai fazer nada. Os médicos devem ser congregar. A sociedade somos todos nós e precisamos trabalhar juntos. A diretoria está aqui para ouvir e desenvolver planos de trabalho para o bem da categoria. Todos aqueles que tiverem alguma idéia a desenvolver, que venham, conversem conosco. Novamente reitero que a SMC pertence aos médicos do Pará e não apenas a uma diretoria. Voltem, vamos trabalhar juntos e unir forças para desenvolver o trabalho. |MÉDICA|
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Cléa Carneiro Bichara Médica infectologista
A
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i
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uando as mudanças climáticas globais se expressam de maneira tão clara, fazse necessário conhecer as mudanças do conceito de saúde, acompanhado tam“Educação bém pela Organização hoje consiste Mundial de Saúde (OMS) - “Saúde é o na habilidade bem-estar físico e mental em consonância de perceber do ser humano com o meio ambiente”. as conexões Portanto, não há mais ocultas como ignorar a interface deste tripé. Nunca o entre os momento foi tão propício para estas reflexões fenômenos” - o que realmente sabe(Václav Havel, mos sobre isto? Podemos estadista e dramaturgo checo) ainda permanecer ignorando as repercussões do impacto ambiental na dinâmica do processo das doenças? Estas continuam acontecendo da mesma maneira? Nossas orientações quanto à prevenção ainda são adequadas? Afinal, qual o papel do profissional da saúde neste contexto? Muitas perguntas, poucas respostas, falta de conhecimentos, desconexão dos múltiplos saberes necessários à compreensão dos novos fatos, novos tempos, novos rumos de antigas doenças e surgimento de outras. Poderíamos citar toda a história da geografia médica, seus princípios e cientistas norteadores, mas esta não é a proposta do texto, que preocupa-se tão somente em chamar atenção para a necessidade da reunião de esforços e valorização dos saberes multidisciplinares para esclarecimentos necessários sobre o futuro da dinâmica de algumas doenças, especialmente as grandes endemias da Amazônia. Estamos diante do aparecimento de novas doenças, comportamento diferente daquelas que julgávamos dominar, entre outros conflitos que afetam os que labutam diariamente na sua prevenção, controle, diagnóstico e tratamento. Os conhecimentos deixados por Hipócrates em sua obra “Ares,
mares e lugares” são os que hoje voltam a prevalecer. As doenças não podem ser vistas e analisadas com esforços concentrados somente na busca de seus agentes etiológicos (causadores), e sim no porquê elas estão ocorrendo, reforçando que a saúde é que deve ser trabalhada, a partir das atitudes de se promover a harmonia do homem com seu ambiente, espaço ou local onde vive. Ressurge assim o interesse pela geografia médica, conhecimento importante principalmente para os que vivem na região amazônica. São vários os seus conceitos - Estudo da superfície, da paisagem, dos espaços e da individualidade dos lugares. Ou ainda: patologia geográfica, geopatologia, medicina geográfica, estudo das relações entre o homem e o meio, estudo da sociedade e natureza. Carlos Lacaz (1972), um dos grandes estudiosos da geografia médica a descreveu como a geografia que estuda as doenças, e que a patologia à luz dos conhecimentos geográficos, se constitui em um ramo da geografia humana (antropogeografia ou biogeografia). Outro brasileiro, Samuel Pessoa (1960), via a geografia médica como a necessidade de um estudo da distribuição e da prevalência das doenças na superfície da terra, bem como de todas as modificações que nelas possam advir por influência dos mais variados fatores geográficos e humanos. Vivemos, portanto, a era neo-hipocrática onde a maioria dos conhecimentos atuais leva à teoria de que as doenças estão relacionadas a múltiplos fatores: físicos, químicos, ambientais, sociais, econômicos, psicológicos e culturais. Ao longo desta história, há inúmeros trabalhos publicados, e não podemos deixar de citar a contribuição de John Snow (1855), que, a pedido de sua majestade a Rainha Vitória, fez a investigação do surto de cólera em Londres; e através de métodos observacionais, mapeou todo o trajeto da doença na cidade, mostrando por que a doença acometia parte dos moradores da
cidade e outros não, de acordo com a área em que moravam e do tipo de água que consumiam. A partir de então, foi considerado o pai da epidemiologia, e teve início a aproximação da geografia médica com a epidemiologia. Surgiram os primeiros trabalhos sistematizados com descrição e cartografia da distribuição regional das doenças que contribuíram, inclusive, para orientar as obras de saneamento ambiental. Muitos fatos renovaram-se, conhecimentos avançaram e chegamos à era digital/ informatizada da geografia médica, com o Sistema de Informações Geográficas
Geografia
(SIGs). O SIGs é uma realidade e onde vem sendo usado traz respostas com indicadores quase que imediatos, e muito mais precisos. Estudiosos contemporâneos tentam sistematizar informações e conhecimentos sobre as causas e efeitos do que hoje presenciamos com as grandes catástrofes ambientais naturais e as ocasionadas pelo homem, especialmente quanto às doenças infecciosas, como foi a abordagem do Prof. Henrique Lecour (Universidade Católica Portuguesa - Faculdade de Medicina do Porto & Escola Superior de Biotecnologia), no último Congresso Latino-Americano de Parasitologia, que destacou como fatores favorecedores da emergência e disseminação das doenças infecciosas, os seguintes fatores: 1. Alterações ambientais (aquecimento global, deflorestação e reflorestação, inundações, alterações nos ecossistemas). 2. Alterações sociais (crescimento da população, migrações, envelhecimento, pobreza, fome, degradação urbana, conflitos armados). 3. Alterações do comportamento humano (promiscuidade sexual, uso de drogas, alimentação, viagens para áreas tropicais, .). 4. Estruturas sanitárias (Vigilância epidemiológica inadequada, ausência de programas de prevenção, ). 5. Alterações microbianas (Eclosão de
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David Bichara Médico Patologista Clínico
resistências, alterações, genéticas microbianas, ...). Para ele, os problemas atuais estão relacionados também ao surgimento de novos agentes, reconhecimento de agentes já existentes, aumento das situações de imunodepressão e novas doenças infecciosas. Portanto, não há mais como promover a dissociação dos conhecimentos. Não há mais como ter saúde sem a compreensão de como o homem está situado em seu espaço de convivência e se vulnerabiliza frente às doenças. É importante termos a exata noção de que o binômio saúde versus doença dependerá do resultado da interação humana com o meio
tipo de habitações, existência e qualidade de assistência médica, recursos humanos, educação médica e demanda quantitativa e movimentos migratórios. Destaca, ainda, a importância da identificação no ambiente dos possíveis reservatórios vertebrados e invertebrados para determinadas doenças, como aves, peixes, répteis, culicineos, flebotomineos, triatomineos e caramujos. Ainda nesta busca devemos identificar, e quando possível mapear, as principais zoonoses, protozooses, helmintíases, viroses, micoses, riquetsioses, as plantas tóxicas, desnutrição, entre outros agravos, inclusive intoxicações por metais pesados, que na região amazônica, destaca-se a intoxicação mercurial, que vem sendo incrementada há vários anos pelas atividades extrativistas dos garimpos. Julgava-se que há várias décadas tínhamos pleno domínio do conhecimento de várias doenças, noção exata de como poderiam afetar o homem, e estabelecíamos sua prevenção. Entretanto, as grandes interferências ambientais na vida humana estão mudando estes conhecimentos, e outros até se perderam completamente. Temos que rever tudo de novo, agora sob a ótica do tripé: saúde - ambiente - doença. Vivemos o reflexo da imigração, da ocupação desordenada, dos desequilíbrios ambientais, da expulsão da população para fronteiras distantes, da alteração do equilíbrio natural do ambiente, com dispersão de endemias locais, introdução de novas, etc. Soma-se a contribuição do desmatamento, abertura de rodovias e ferrovias, despejos no solo de resíduos impróprio à saúde humana, queimadas com acentuação das emissões atmosféricas, aumento da temperatura, desertificação, eutrofização, aumento de material em suspensão, assoreamento, perda da diversidade biológica, alteração do nível e do ciclo hidrológico e conseqüente expansão geográfica de doenças de veiculação hídrica. Felizmente há também uma somatória de esforços tanto para repromover o conhecimento da geografia médica, quanto para analisar, conscientizar e promover o controle dos impactos ambientais, através de uma política
médica
A importância do conhecimento multidisciplinar
ambiente; e que estamos expostos a constantes riscos, pois é evidente que o ambiente é o espaço geográfico, com diferentes escalas de ocupação, dinamizado pelos movimentos geofísicos, biológicos, econômicos, sociais, culturais e políticos, interagindo num processo histórico e evolutivo. Como alerta o físico Fritjof Capra, é preciso iniciarmos a cultura do ecoalfabetismo, uma vez que este conhecimento tornou-se um dos principais fatores de superação das desigualdades, em todos os níveis. Em busca desta compreensão será sempre necessário caminhar em paralelo com os conhecimentos epidemiológicos; devemos ter o conhecimento dos lugares, dos espaços, da procedência do homem ou do doente; e isto podemos buscar na clássica obra de Lacaz (1972), onde ressalta: a relação entre o homem e o meio geográfico, a importância da meteorologia médica e da cartografia médica. Enumera vários tópicos necessários ao conhecimento da geografia física e médica: o tipo de relevo, litoral, ilhas, clima, hidrografia, fitogeografia, zoogeografia, solos, conhecimento da movimentação da população urbana e rural, grupos etários,
de desenvolvimento sustentável, considerando-se a atuação de organizações governamentais e não-governamentais, e da população civil, especialmente a mais jovem. Há necessidade de legislação mais eficiente sobre contaminantes ambientais, qualidade de água para consumo, qualidade do ar, qualidade do solo, precauções quanto aos desastres naturais e acidentes com produtos de riscos. A realização da Conferência Pan-americana sobre Saúde, Ambiente e Desenvolvimento foi considerada um marco, assim como a criação da Coordenação Geral de Vigilância Ambiental em Saúde e da Política Nacional de Saúde Ambiental do Ministério da Saúde (1998/1999), e outros eventos mais recentes voltados a esta temática. As escolas e universidades devem assumir a responsabilidade de na formação oferecer este conhecimento de modo multidisciplinar, que deixe evidente que o homem é o produto de onde e como mora. É necessário conhecer o meio ambiente, promover a saúde e prevenir doenças, e estes conhecimentos devem ser básicos e cada um deve somar com a sua contribuição, pois ninguém legisla cultura e comportamento humano. Concluindo, somos da opinião de que o conhecimento da geografia médica e sua correlação com a distribuição dos agravos, facilita o estabelecimento do raciocínio clínico-epidemiológico, e das suas medidas de controle. |MÉDICA| Cléa Carneiro Bichara. Médica infectologista. Doutoranda em agentes infecciosos e parasitários. Profa. de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Uepa. Diretora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Uepa. e.mail: gabccbs@uepa.br David Bichara. Biomédico e médico patologista clínico. Especialista em Patologia Clínica e Medicina Laboratorial. Diretor Cultural da Associação Médica Brasileira. Supervisor Técnico do Laboratório Amaral Costa. Consultor do Laboratório de Análises Clínicas da Santa Casa de Misericórdia do Pará. e.mail: bichara@amaralcosta.com.br
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Congresso
salvamento | médico
demonstra primeiros socorros em caso de infarto
Cardiologia investe em prevenção
O XV Congresso Paraense de Cardiologia, realizado nos dias 20 e 21 de outubro, em Belém, apostou na prevenção das patologias cardíacas. Promovido pela Sociedade Paraense de Cardiologia (SBC-PA), o evento reuniu especialistas de todo o País e trouxe como tema “Mais prevenção, menos intervenção”. E como a palavra de ordem era prevenção, o congresso inovou, indo para além dos debates fechados aos médicos e acadêmicos e chegando ao público- alvo desses profissionais - o coração das pessoas nas ruas. O local escolhido para realizar esse intercâmbio foi o shopping Iguatemi, que agregou palestras para o público leigo, além de simulações em atendimento de urgência nos casos de infarto e das chamadas mortes súbitas, estas que têm estampado noticiários e atraído a atenção da sociedade depois das tristes mortes de jogadores de futebol no Brasil e no mundo. Levar o conhecimento ao público leigo teve como motivação as estatísticas nacionais que revelam que, no Brasil, 160 mil pessoas são vítimas de morte súbita a cada ano, sendo que 95% deste total não conseguem chegar ao hospital com vida. Sob a coordenação dos cardiologistas Wesley de Melo e Luiz Abílio Oliveira, dezenas de pessoas assistiram à simulação de um atendimento de urgência de uma parada cardiorrespiratória. Representante
do Fundo Especial de Pesquisa e Aperfeiçoamento em Cardiologia (Funcor) em Belém, Wesley de Melo explicou que as ações objetivaram conscientizar a população sobre a importância da prevenção, pois somente através da prevenção é possível evitar infartos, acidentes vasculares cerebrais (AVC), além de tantas outras patologias cardiovasculares. Além de ser alertada sobre métodos de prevenção, a população foi orientada sobre como proceder em casos de infarto. O cardiologista paulista Flávio Marques, que esteve em Belém como palestrante convidado do congresso, alertou que chamar ajuda, checar a respiração e sentir se há pulsação nas pessoas vítimas de paradas cardiorrespiratórias, simulação que fez durante o evento, são providências que, com treinamento, qualquer pessoa está habilitada a executar. São procedimentos simples que podem salvar muitas vidas. Os profissionais levaram às ruas as discussões sobre primeiros-socorros e uso do desfibrilador, equipamento que auxilia no atendimento de emergência. Existe um projeto de lei municipal que obriga as administrações de locais de grande circulação de pessoas, como rodoviárias, aeroportos e shopping centers, a adquirirem o desfibrilador, a exemplo do que já ocorre em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.
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Congresso
campanha | população
fez exames grátis de glicemia, no iguatemi, entre outros
Fórum reúne profissionais de outras áreas Promover informações ao público leigo não foi a única novidade do XV Congresso Paraense de Cardiologia. Tratou-se, também, da interdisciplinaridade, visando aumentar a gama de profissionais atuantes na prevenção, desde que respeitando os limites legais de atuação de cada profissional. Sobre o tema, foram realizados, simultaneamente ao evento, outros seis fóruns. Além de reunir em Belém profissionais médicos, especialistas de vários Estados brasileiros, houve ainda a realização
de Fóruns de Educação Física, Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia e Serviço Social, todos abordando o enfoque da cardiologia. A interdisciplinaridade não ficou apenas na execução simultânea dos fóruns num mesmo espaço físico que o congresso. O evento aproximou, de fato, todos os profissionais das diversas áreas que atuam com a saúde, em uma programação compartilhada. Com o tema “O exame clínico em cardiologia moderna”, os diversos profissionais participaram da conferência que teve como presidente Paulo Roberto Pereira Toscano, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC-PA), e contou com a presença do conferencista, professor doutor Celmo Celeno Porto, de Goiás. |MÉDICA|
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o dia 17 de Novembro registra-se o Dia Nacional do Combate ao Câncer da Próstata. No ano de 2005, foram realizadas palestras em vários bairros de Belém, em escolas, empresas, associações, igrejas e outros locais cedidos aos urologistas do Estado do Pará, que, voluntariamente, manifestaram seus conhecimentos em defesa do cidadão e contra esta doença que levou a óbito 8.230 brasileiros, somente em casos registrados em 2003, estimando-se que, pelo menos a metade dos casos são notificados. Esta doença atinge cerca de 17% dos homens, com aproximadamente 35.230 casos novos por ano, sendo o tumor maligno sólido mais comum nos homens, com incidência maior a partir dos 50 anos, quando aumenta sua prevalência, que chega a quase 50% nos homens de 80 anos e que, provavelmente não poupará nenhum que chegue aos 100 anos. Ao serem examinados cadáveres de homens no limite de 60 a 70 anos, foram encontrados focos cancerosos em 24% deles e, apesar disso, apenas 11% apresentavam em vida manifestações clínicas da doença. Isso quer dizer que mais da metade apresenta o tumor sem agressividade e podem vir a falecer por motivos diversos, mas, não pelo câncer. No Brasil o número de casos da doença triplicou nos últimos 15 anos, por três motivos principais: a vida média da população aumentou e o câncer da próstata atinge principalmente os indivíduos com mais de 50 anos; as campanhas desenvolvidas através do poder público e pela SBU-Sociedade Brasileira de Urologia tem proporcionado
maior interesse do paciente pelo diagnóstico do problema e também porque houve um crescimento real do acometimento e da agressividade do tumor. Existem fatores de risco já estabelecidos para o câncer da próstata: Os afro-americanos apresentam um risco 60% maior de desenvolver a doença e uma mortalidade duas vezes maior que a população branca da mesma idade. Outro fator de risco é a idade e o terceiro é familiar: ter pai ou irmão com câncer aumenta em duas vezes as chances. Ter dois parentes diretos aumenta a possibilidade em cinco vezes e, a repetição em mais de três parentes diretos, provoca um aumento de dez vezes. Apesar disso, nesses caso a agressividade se reduz e a letalidade é menor do que nos casos sem história f a m i l i a r. Será que é porque aqueles pacientes procuram mais precocemente pela prevenção? Os fatores ambientais, hormonais e a dieta também têm importância no desenvolvimento do câncer: os homens que comem carne vermelha e gordura saturada parecem mais sujeitos à doença enquanto nos países como Japão, China e Coréia, que têm hábitos alimentares diferentes, a incidência é menor, ressaltando-se que entre os japoneses moradores nos Estados Unidos a incidência é igual à dos americanos. Nas fases iniciais, o câncer da próstata não produz sintomas, porém progressivamente podem aparecer sintomas urinários, como a dificuldade miccional, redução do jato urinário, aumento do número de micções e às vezes pequeno sangramento urinário. À medida que o tumor cresce, há compressão da uretra, determinando a retenção urinária. Quando surgem manifestações sistêmicas como dores ósseas, anemia, linfadenopatias (ínguas) e perda de peso, é porque já se instalaram metástases pelo corpo. Felizmente na maioria dos casos os tumores se desenvolvem lenta e silenciosamente, levando mais das vezes até 15 anos para atingir 1 centímetro cúbico. A orientação da SBU é
que o paciente faça a prevenção antes que apareçam os primeiros sintomas. Todos os homens devem procurar o Urologista, a partir dos 45 anos e, caso exista algum caso na família, aos 40 anos. A dosagem do PSA-antígeno prostático específico é importante para detectar o câncer nas suas fases iniciais permitindo o seu tratamento antes de sua disseminação, ocasião em que o mesmo é mais eficaz. O PSA normal, no sangue é de até 4 ng/ml (nanogramas por mililitro), porém níveis mais elevados também podem ser encontrados nas prostatites –processo inflamatório infeccioso ou não da próstata- ou nos tumores benignos de crescimento exagerado, portanto, a elevação do PSA não indica necessariamente a presença
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de câncer local, porém deve ser criteriosamente analisado pelo urologista. O toque retal é imprescindível para o diagnóstico do câncer da próstata, pois o crescimento, associado ao endurecimento de uma próstata irregular, praticamente asseguram o diagnóstico quando associados ao PSA elevado, principalmente porque a maioria dos tumores está localizada na zona periférica da próstata e pode ser detectada quando o seu volume é superior a 0,2 centímetro cúbico. Apesar disso, um nódulo diagnosticado ao toque retal pode significar cálculo prostático, hiperplasia benigna, prostatite, tuberculose, pólipos ou anomalias das vesículas seminais. A ultrasonografia transretal também contribui para o diagnóstico, porém a biópsia deverá ser indicada nos casos suspeitos detectados nos exames anteriores. Normalmente durante as biópsias são retirados até 18 fragmentos da próstata através de uma fina agulha dirigida pelo ultrasom transretal, sob analgesia endovenosa ou anestesia local, tornando-se um exame indolor, rápido e que deve ser realizado com prévia antibioticoterapia. Em cerca de 20% a 30% das biópsias, poderemos ter falhas no diagnóstico, ou a
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Raimundo Castro Médico Urologista
presença de lesões conhecidas como PINneoplasia intra epitelial ou ASAP-proliferação de pequenas glândulas atípicas, que podem dar origem ao câncer ou podem estar ao lado das áreas cancerígenas. Nestes casos o urologista deverá indicar nova biópsia. Ainda com relação ao PSA devemos atentar principalmente para sua evolução, que indica a agressividade do tumor, ou seja uma elevação rápida e progressiva, mesmo em níveis não muito elevados, poderá indicar um tumor mais grave do que aquele nível mais elevado, porém de crescimento mais lento e provavelmente circunscrito à próstata. Níveis acima de 20ng/ml indicam tumor ultrapassando os limites da cápsula prostática e, acima de 100 ng/ml, devemos ter metástases. O tratamento do paciente com câncer da
anos, sendo que o uso de drogas como o sildenafil, o tadalafil e o vardenafil corrige os quadros de impotência em 40% dos casos e, quando falham, pode-se recorrer às injeções intracavernosas, como a papaverina, fentolamina ou prostaglandina, imediatamente antes da relação sexual. Nos casos rebeldes, podemos utilizar as próteses penianas, que permitirão ereções satisfatórias. A radioterapia está indicada para tumores localizados, em fase inicial, e pode ser realizada de duas maneiras: através da radioterapia externa ou pela braquiterapia. Estes métodos utilizam radiações ionizantes que penetram diretamente na próstata, destruindo as células malignas e, atualmente, com equipamentos modernos que permitem a aplicação de forma mais aperfeiçoada, denominada conformacional (tridimensional) e de modulação de intensidade, aumentou-se a eficiência do procedimento, reduzindo muito a incidência de complicações e melhorando-se os índices de cura. A crioterapia é a destruição do câncer através do congelamento da próstata, que é realizado através de agulhas, que penetram no órgão pelo períneo, porém, tem indicação limitada e resultados ainda duvidosos. A hormonioterapia está indicada para os casos em que já encontramos metástases, reduz a extensão da doença, alivia os sintomas urinários e as dores ósseas, interrompendo o desenvolvimento do tumor, tirando de circulação o hormônio masculino, que é o combustível para as células tumorais. Pode ser usada em pacientes idosos ou naqueles que não podem submeter-se a cirurgia ou radioterapia, porém este tratamento não cura o paciente. O grande problema são os efeitos colaterais, principalmente os cardio-vasculares, ondas de calor, aumento das mamas, perda de desejo sexual e fragilidade óssea. O entendimento da SBU é que o homem com mais de dez anos de expectativa de vida provavelmente se beneficiará do diagnóstico precoce e do tratamento, ou seja, se você tem 40 anos, com história familiar, ou 45 anos, vale a pena fazer o check-up normal. Se, eventualente, der positivo e o tumor estiver localizado só na próstata, em estágio inicial, vale a pena tratar radicalmente, pela cirurgia
da próstata próstata, com o advento das campanhas de prevenção sofreu modificações, pois detectamos cada vez mais neoplasias em fases iniciais, que permitem a observação controlada nos tumores de evolução lenta e em pacientes idosos e portadores de diabetes e doenças cardiovasculares graves. Várias opções terapêuticas podem ser empregadas, como a cirurgia, a radioterapia, a hormonioterapia e a crioterapia. A cirurgia é chamada Prostatectomia Radical, poderá ser realizada por via retropúbica, perineal ou laparoscópica e tem como objetivo a remoção total da glândula, incluindo a cápsula, e é indicada para os tumores confinados ao órgão e em estágio inicial. Após a cirurgia, o paciente deve ser acompanhado com determinações mensais do PSA e avaliações clínicas freqüentes. As complicações mais freqüentes são a incontinência urinária e a impotência sexual. A incontinência ocorre em até 25% dos casos, nos primeiros meses, porém reduz-se a menos de 10% após o primeiro ano da cirurgia, podendo chegar a 5%, conforme relatos recentes. A impotência, com as técnicas de preservação dos nervos responsáveis pela ereção, foi reduzida, porém chega a 50% nos indivíduos com 55 a 65 anos, e 15% nos pacientes com menos de 55
ou radioterapia, porque a evolução do câncer da próstata pode prejudicar muito a qualidade de vida futura, com sérios prejuízos à sua saúde. Vale salientar que o risco é individual e varia para cada paciente. Fique certo: em cada 100 homens, dez terão diagnóstico de câncer; destes, 2 a 3 poderão morrer por causa da doença, dependendo da idade; e nos outros noventa, o resultado será negativo. O câncer da próstata não pode ser evitado, entretanto, algumas medidas simples talvez reduzam os riscos da doença. Uma dieta pobre em gordura animal, a utilização de cereais, frutas e vegetais, como a cenoura, brócolis, espinafre, alface, aspargo, ervilha, feijão, batata e abóbora, que contêm genisteína, daidzeína e enterolactonas, inibem o crescimento de células prostáticas em laboratório e provavelmente teriam algum valor clínico preventivo assim como os derivados da soja. A ingestão de tomates e similares, reduz em 35% o risco de câncer de próstata, devido à presença de licopeno (beta caroteno natural precursor da vitamina A), com atividade antioxidante. A vitamina E e o Selênio, que existe na castanha-dopará (duas castanhas contém 200 mg da substância) utilizado por quatro anos, reduz em 60% a incidência da doença. Portanto, a saúde de cada cidadão depende em grande parte da prevenção e o tratamento deve ser individualizado, considerando caso a caso fatores como o estado geral, idade, expectativa de vida, comorbidades e o desejo dos pacientes. Enfim, o importante é estar “sempre alerta” contra o inimigo declarado. Vamos ao Combate: câncer da próstata, fora. |MÉDICA| O dr. Raimundo Castro é médico urologista e presidente da Câmara de Vereadores de Belém. E-mail: rcastro3@globo.com
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Acadêmicos fundam liga educativa
pesquisa | objetivo é
avaliar ações comunitárias, beneficiando futuros médicos
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omo uma forma de driblar as conseqüências das intermináveis greves e ao mesmo tempo buscar atualizações constantes, estudantes de Medicina das Universidades Federal (UFPA) e Estadual do Pará (Uepa) fundaram, há cerca de dois meses, a Liga Paraense de Atenção Integral ao Câncer (LPAIC). Ao todo, 185 alunos das duas únicas faculdades de Medicina do Pará participaram da fundação da Liga, que, conforme explicou o acadêmico de Medicina Oberdã Gomes Moreira Filho, membro da diretoria da LPAIC, não é ape-
nas um grupo de estudo ampliado. Segundo ele, além de uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos, criada legalmente como uma organização não-governamental de caráter socioeducativo, a Liga centraliza seus objetivos em ações comunitárias, de pesquisa e educativas. Filiada aos cursos de Medicina da UFPA e Uepa, assim como à Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC) e à Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), no quesito educação a Liga vai promover o conhecimento teórico-prático aos acadêmicos participantes, através de palestras,
seminários, mesas-redondas, discussões de casos clínicos. Essas atividades serão administradas pelos próprios estudantes, sob a supervisão de professores, ou através de reuniões com especialistas. Oberdã salientou ainda que a Liga não vai apenas beneficiar os alunos, mas visa privilegiar e possibilitar a atualização dos profissionais de medicina locais, que, ao participarem das aulas e cursos, receberão diplomas. O principal ganho, porém, será o acúmulo de experiência, com a sempre rica troca de informações. No âmbito comunitário, a Liga prevê a realização de campa-
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Comunidade
campanhas | estudantes também vão fazer palestras e orientar a população
nhas preventivas, palestras, mesas de discussão a fim de estudar peculiaridades das comunidades atendidas, conscientizando ainda os cidadãos. O braço científico da Liga pretende colaborar em programas relacionados à área de saúde e áreas correlatas, bem como administrar, promover e coordenar atividades institucionais, científicas, prestação de serviços de saúde, seminários, cursos, conferências, simpósios, estudos, congressos, concursos, exposições científicas, artísticas e literárias. Unindo objetivos científicos e comunitários, a LPAIC foi para as ruas de Belém, no dia 30 de outubro, com uma pesquisa de campo para descobrir que tipo de informação os homens com mais de 40 anos têm sobre o câncer de próstata. O tema não foi escolhido em vão. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, José Luiz Carvalho, um dos entusiastas da liga, explicou que tem aumentado o número de casos de câncer de próstata, muito por causa da desinformação e do preconceito. Ele disse que a maioria dos homens não faz o exame da próstata e declarou que “vergonha não é fazer o exame da próstata, e sim não fazer um exame que pode salvar
sua vida”. A Liga elaborou um questionário com perguntas básicas sobre o tema, como a idade necessária para se começar a fazer o exame preventivo, além dos tipos de exames, entre outros. Oberdã informou que os questionários seriam aplicados nos pontos de maior fluxo de pessoas da capital paraense e atingiriam um universo aproximado de três mil entrevistados.
Pesquisa de informação A cerimônia oficial de fundação da Liga Paraense de Atenção Integral ao Câncer (LPAIC) ocorreu no dia 10 de novembro, no hotel Sagres, paralelamente à realização do Onco 2005, congresso regional de Oncologia, com a participação de representantes das Sociedades Brasileiras de Cancerologia e Oncologia. A diretoria da Liga adiantou ainda que, aproveitando a solenidade, seria apresentado um resultado parcial da
pesquisa feita com homens, para verificar o grau de informações da comunidade acerca do câncer de próstata. A partir dos resultados da pesquisa, a Liga pretende criar uma campanha educativa, trabalhando com foco nas respostas dos entrevistados. Dessa forma, explicou Oberdã, a campanha estará direcionada às principais dúvidas e questionamentos, tendo, possivelmente, maior penetração no público-alvo. Um terceiro passo será, após a realização da primeira pesquisa e, conseqüentemente, da campanha educativa sobre o câncer de próstata, retornar aos locais onde se realizaram as duas primeiras ações, para uma nova pesquisa. Esta última terá o objetivo de checar se a população alvo aumentou ou não seus conhecimentos sobre o tema. Será como um teste de qualidade para checar se houve o direcionamento correto das ações, visando à organização de outras campanhas semelhantes. |MÉDICA|
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André Figueiredo Eluan Farmacêutico
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uita gente confunde farmácia de manipulação com farmácia que só vende produtos naturais ou com farmácia homeopática. Isso causa uma outra confusão: que medicamento manipulado é natural ou homeopático. Gostaria de mostrar a você quais
o medicamento e cortá-lo no meio, acontece que você corre o risco de cortar errado ou esfarelar o comprimido e não conseguir identificar o que é meio e o que não é, daí termina tomando a dose errada. Por outro lado, você pode levar o medicamento a uma farmácia de manipulação que irá triturá-lo para
um determinado medicamento qualquer para o seu filho e que, nas drogarias, só existe na apresentação de comprimidos. Digamos ainda que o seu filho ainda é muito pequeno e não consegue engolir comprimidos. Aí vira aquela lambança! Esmaga o comprimido na colher, coloca um pouco de água, soca goela abaixo, o garoto sente o gosto, acha detestável, balança a cabeça, cospe o remédio, é uma confusão! Nestes casos o melhor a fazer é solicitar a manipulação do tal medicamento em xarope. O seu filho agradece. Outra situação interessante é quando você precisa tomar vários medicamentos juntos. Neste caso, você pode tomar uma única cápsula que contenha todos os princípios ativos que você teria nos vários medicamentos separados. Com certeza é mais prático, e provavelmente mais barato. Existem muitas outras situações em que você pode utilizar os serviços da farmácia de manipulação, entretanto é preciso fazer outros esclarecimentos: Nem sempre é possível solucionar os problemas que foram descritos aqui. Cada caso é um caso e você deve sempre procurar o farmacêutico responsável para que ele possa avaliar o problema e encontrar a solução mais apropriada, barata, e que não coloque em risco a eficiência do medicamento, garantindo o sucesso do tratamento. Outro fato importante é a avaliação de seu médico. Ele sabe quais as melhores opções de medicamentos para cada caso e quais os riscos e vantagens para cada situação. Cabe a ele a responsabilidade que indicar a melhor opção para cada caso. As farmácia de manipulação não manipulam medicamentos sem prescrição médica. Portanto, converse com o seu médico.
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Medicamentos manipulados: uma boa opção
as vantagens de se utilizar um produto manipulado e quando você pode lançar mão desta opção, muitas vezes mais barata. Primeiramente é preciso entender que na farmácia de manipulação você pode encontrar todos os medicamentos que você encontraria numa drogaria. A diferença é que na drogaria você encontra os medicamentos com os seus nomes de marca, por exemplo: Na drogaria você encontra Acetofen, Dôrico, Tylenol, dentre outros; na farmácia de manipulação você encontra o Paracetamol. Na drogaria você encontra Cataflam, Clofenak, Diclofen, dentre outros; na farmácia de manipulação você encontra o Diclofenaco Potássico. Posto isso, fica mais fácil entender as vantagens da manipulação: Digamos que você vai ao médico e ele lhe prescreve um determinado medicamento que, na drogaria, só existe nas dosagens de 50mg ou 100mg, mas, segundo a avaliação que ele fez, você deve tomar 25 mg do tal medicamento e o médico orienta você a tomar ½ comprimido. Nesta situação você poderia comprar
você e colocar na dosagem exata dentro de cada cápsula. Assim, você tomará a dosagem correta. Ou você pode simplesmente solicitar a seu médico que prescreva o medicamento manipulado e já comprá-lo na dosagem ideal para você, de acordo com a avaliação de seu médico. Outra vantagem é o fato da farmácia de manipulação fazer a quantidade exata do medicamento que você precisa. Digamos que você precisa tomar 2 comprimidos ao dia de um determinado medicamento durante 7 dias e que a apresentação que existe dele na drogaria tem 20 comprimidos por caixa. Fatalmente você vai perder 6 comprimidos, entretanto vai pagar por eles. No caso da farmácia de manipulação, você compraria exatamente as 14 cápsulas de que precisaria, o que significa que provavelmente seria mais barato, além de você não correr o risco de ficar com sobras de medicamentos em casa. Digamos, agora, que você precisa dar
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André Figueiredo Eluan é farmacêutico e diretor comercial da Artesanal – Farmácia de Manipulação.