Revista Médica

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Médico Alexandre Linhares (foto) fala sobre a vacina contra o temido rotavírus. Página 19.

PARA ANUNCIAR: editorasette@globo.com

médica Belém, Pará

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- Edição - Junho 2006 Ano 2 - Número 7

o i r á u t on

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A revista paraense de saúde www.editorasette.com.br



Junho - 2006

MÉDI­CA

e d i­ t o­ r i a l O prontuário médico está entre os instrumentos mais importantes para acompanhamento de doentes dentro do hospital. Manipulado por profissionais de diferentes categorias, o documento relata o histórico do paciente desde a internação e garan-

o descumprimento de procedimentos elementares possa concorrer para o mau atendimento, comprometendo, em muitos casos, a própria vida das pessoas. Também nesta edição, MÉDICA presta homenagem a uma das mais

Eficiência pela vida te o sucesso ou não do tratamento, dependendo de sua utilização. Atenta aos riscos sobre o uso inadequado da chamada papeleta, a diretoria do Hospital Ofir Loyola (HOL) promove uma campanha de orientação que merece todos os elogios da sociedade. Com a iniciativa, o HOL aciona os dispositivos de alerta para evitar que

respeitadas sanitaristas do Pará. A dra. Elisa Vianna Sá, recentemente falecida, sedimentou no Estado um trabalho de importância inestimável nas áreas da saúde pública, como agente de várias administrações nas esferas governamentais, e da antropologia, como educadora. Acompanhe e boa leitura.

E X P E­ D I E N­ T E

MÉDI­CA

é uma publicação da Sette Editora, Comunicação & Design. CNPJ: 06118513/0001-88 e-mail: editorasette@globo.com Telefone: 91-8111-5567 Gerente Comercial Flávio Penna Jornalista responsável Antonio Pinto Jr. (Registro Profissional 982DRT/PA) Consultoria médica Dr. Antonio Pimentel (CRM-470) Fotos Arquivo Capa e Projeto Gráfico Fernando Coelho Reportagens Kélem Cabral Arte-finalista: André Ribeiro Impressão: RM Graph Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores.

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Qualidade de vida ajuda a prevenir doenças cardíacas Cirurgião cardiovascular Marcondes Neves (foto) alerta para os cuidados necessários à prevenção.

Campanha mostra a importância do prontuário Dra. Graça Jacob (foto) fala sobre o significado do prontuário médico.

Laboratório promove oficina de atualização em hemograma

Médicos apresentam a evolução de um exame fundamental para os diagnósticos. Um exemplo de vida dedicada integralmente à saúde

MÉDICA presta homenagem à dra Elisa Sá, falecida recentemente.

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Dr. Glauco Melo Cirurgião vascular

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s varizes de membros inferiores representam uma enfermidade muito comum na vida moderna, e que asssola os seres humanos desde a antiguidade. Estima-

Para haver o surgimento das varizes é necessário que ocorra primariamente alterações embrionárias que levam à fragilidade da parede da veia, que se somam à presença ou não de fatores

varizes calibrosas, onde se instalam as complicações como tromboflebites (processo inflamatório dos cordões varicosos), eczema de estase (prurido intenso), dermatite ocre (manchas escuras) e finalmente a úlcera varicosa, que representa um problema sério e penoso para o paciente, devido à dificuldade de cicatrização destas lesões. O tratamento das varizes depende de vários fatores como: tipo de veias acometidas, calibre e localização das veias, doenças associadas e outros. Variando desde tratamento conservador, através de exercícios físicos, medidas de compressão (meias) e medicações, passando pela escleroterapia (aplicações) para tratar as microvarizes e telangectasias, até o tratamento cirúrgico, que representa a melhor forma de tratamento para as varizes de calibre exuberante e trajeto sinuoso. Desta forma, é de fundamental importância que o paciente portador de varizes de membros inferiores seja acompanhado por um cirurgião vascular, o especialista que saberá conduzir seu tratamento da melhor maneira, levando ao controle dos sintomas e evitando as complicações. |MÉDI­CA|

Varizes de membros

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inferiores

se que uma em cada cinco mulheres e um em cada quinze homens sejam portadores desta doença, que além de desconforto estético pode levar a seqüelas graves e incapacitantes. Sendo que a prevalência se eleva com o avanço da idade, chegando a alcançar índices de 50% entre as mulheres na sétima década de vida. Conceitua-se como veia varicosa aquela que apresenta alterações irreversíveis em sua parede, tomando forma dilatada e tortuosa. Ocorrendo ainda as microvarizes ou telangectasias, que são pequenas veias, que podem causar incômodo estético por sua coloração azulada ou esverdeada, porém não constituem uma doença e nem levam a seqüelas ou complicações.

predisponentes, como hereditariedade e sexo (maior freqüência em mulheres) e fatores desencadeantes, como profissões que exijam longos períodos em pé, obesidade, gestações repetidas e tabagismo. Em grande parte dos casos de varizes de membros inferiores, além de desconforto estético, os pacientes apresentam pouco ou nenhum sintoma. Porém outros podem apresentar sintomas característicos, como dor em peso mal caracterizada e principalmente no fim de longas jornadas em pé, e que melhora ao repousar com as pernas elevadas, edema vespertino de tornozelos, câimbras e prurido. Sintomas estes que podem tornar-se graves e dramáticos, em casos de doença avançada e sem tratamento adequado, com

Dr. Glauco Melo tem título de especialista pela SBACV/AMB, cirurgião vascular do Hospital Geral de BelémHGeBe e cirurgião vascular do Hospital de Clínicas Gaspar Viana Consultório: Tv. Dom Romualdo de Seixas Nº236 Sl: 7 Umarizal – Belém – PA Tel.: : 3222-9911 E-mail: melo.glauco@ig.com.br


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CRM inaugura nova sede Marabá ganha delegacia do Conselho Regional de Medicina

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inauguração da nova sede de Marabá foi um marco na trajetória de descentralizar e interiorizar a ação do Conselho de Medicina do Pará. Em uma cerimônia cheia de emoção, os conselheiros, a diretoria do CRMPA, os representantes do CFM (Conselho Federal de Medicina) e os convidados puderam conhecer as instalações do prédio recém-inaugurado (foto). No dia 6 de abril de 2006, a cidade de Marabá assistiu à inauguração da nova sede da Delegacia Regional do CRM no sul do Pará. O evento contou com a presença do médico Antônio Pinheiro, representante do CFM e marabaense; do médico Gerson Dafalon, representante do Paraná e 2º Secretário do CFM; da diretoria do CRMPA, de conselheiros e de outros convidados. A cerimônia teve início com o descerramento da placa de inauguração do prédio. Houve também o descerramento da placa em

homenagem a Alfredo Oliveira, cujo nome foi dado ao auditório daquela sede. O escritor e médico Alfredo Oliveira fez questão de expressar sua emoção e falou sobre a impor-

tância daquele momento. Antônio Pinheiro fez um breve discurso, comentando a importância que era para a cidade de Marabá receber aquele prédio, na rua que leva o nome de seu avô, Plínio Pinheiro. Doutor Pinheiro fez referências às suas memórias, falou sobre

sua cidade e relembrou passagens de vida pessoal. No auditório, a mesa solene foi composta e o presidente do CRM-PA, José Antonio Cordero, discursou. Cordero fez um relato sobre a obra da nova sede e destacou o decisivo apoio do CFM para a inauguração daquele prédio. “Agora, os médicos de Marabá poderão contar com mais esse lugar para se reunir, discutir e se aperfeiçoar em suas atividades”, disse o presidente do CRM-PA. Alfredo Oliveira fez uso da palavra e relembrou o desafio que era fazer o Conselho chegar ao interior em um Estado tão grande como o Pará durante a sua gestão nas décadas de 80 e 90. Também foram homenageados com placas os conselheiros Fernando Monteiro, Rosa Mesquita Milhomem e Juarez Brito.


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Adeus O

Pará e o Brasil perderam no dia 2 de junho a médica sanitarista Elisa Vianna Sá, professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), diretora do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB) e coordenadora do Grupo de Pesquisa sobre Saúde Ambiental em Área Urbana, do Instituto Evandro Chagas. Ícone da Saúde Pública no Estado, Elisa dedicou sua vida à saúde coletiva e deixou como legado não apenas a saudade daqueles que a conheceram, mas toda uma trajetória de exemplos, conquistas e muita labuta em prol da saúde pública. Ensinar, dividir, também era uma paixão. Elisa Sá ingressou na Universidade Federal do Pará (UFPA) em 1982, onde ministrou as disciplinas Saúde Ambiental, Antropologia da Saúde e Saúde Coletiva II. Exerceu cargos de assessoramento e participou de diversos grupos de trabalho, como do Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (PADACT). Mestre em Antropologia da Saúde pela Universidade da Flórida (EUA) e especialista em Saúde Pública e Dinâmica Populacional, Elisa Sá começou sua carreira na Saúde Pública em 1964, quando entrou para a Fundação Serviços de Saúde Pública, mais conhecida como Fundação Sesp, onde sempre exerceu cargos e funções de direção, tanto em âmbito regional como nacional. Na instituição, ela foi coordenadora dos Programas de Tuberculose e Hanseníase para a Região Amazônica de 1966 a 1976, diretora regional de janeiro de 1985 a dezembro de 1986 e presidente nacional de janeiro de 1986 a dezembro de 1988. Em 1997, Elisa Sá tornouse novamente presidente da instituição, que já tinha se transformado em Fundação Nacional de Saúde (Funasa), tendo, em seguida, sido coordenadora do Grupo de Trabalho do Ministério da Saúde para elaboração da Política Nacional de Saúde Ambiental. De 1990 a 1994, Elisa Sá assumiu,

trabalho | Médica elisa sá, professora da ufpa e pesquisadora do evandro chagas

Homenagem

à grande dama da saúde pública

pela primeira vez, a direção do Hospital Universitário João de Barros Barreto, instituição referência em Infectologia. Em um tributo emocionado, o reitor da UFPA, Alex Fiúza, declara que "há pessoas que, na vida, são instituições. Por aquilo que constroem, na grandeza da doação e pelo amor à causa, tornam-se maiores

que seus próprios limites. São indivíduoscoletivos, cuja obra ultrapassa o tempo biológico para se perpetuar na história". Em outro trecho, clama em homenagem e diz: "Elisa não se foi. Permanece. Está presente nas pessoas que, como ela - e por ela formadas -, continuam a sonhar e a acreditar na causa pública". E finaliza: "Elisa é semente rara que morre para fazer nascer outras Elisas. Se possível, muitas Elisas. Múltiplas Elisas. Diferentes, diversas, nunca iguais, mas Elisas. Sim, porque o Pará precisa de Elisas. O Brasil precisa de Elisas. A Humanidade precisa de Elisas. Há falta de Elisas. Urgem homens-coletivos!". Sentimento compartilhado por todos aqueles que tiveram o privilégio de conviver com tão inspiradora personalidade. Amiga pessoal e colega de trabalho, pois desde 1997 Elisa Sá integrava o grupo de pesquisadores do Instituto Evandro Chagas, a diretora do IEC, Elisabeth Conceição de Oliveira Santos, também rendeu sua homenagem e declarou: "Mulher inteligente, leal, generosa, amiga. Olhava para a saúde coletiva com os pés fincados no chão e o olhar voltado para as estrelas. Amiga para partilhar idéias e sonhos, e para lutar por eles. Amiga para concordar, discordar, e continuar amiga. O Instituto Evandro Chagas morava no seu coração, e isso, também, nunca iremos esquecer. |MÉDI­CA|



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x O Senhor das Armas

Nicolas Cage esta no papel de Yuri Orlov, um homem que deixa a União Soviética e vai para os Estados Unidos com sua família se passando por judeu. Após se tornar um membro das Nações Unidas, ele percebe que pode ser lucrativo o negócio de vender armas ilegais para estrangeiros. Eventualmente, Orlov deve pagar por seus atos, podendo ser a sua família a vítima.

x Plano de Vôo

Kyle Pratt está devastada emocionalmente devido à recente morte de seu marido. Em meio a uma viagem de Berlim a Nova York, estando a 40 mil pés de atitude e a bordo de um moderno avião, Kyle entra em pânico após perceber o desaparecimento de sua filha de 6 anos, Julia.

x O cara

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Um agente federal surge morto nas ruas de Detroit. Os olhos se voltam para seu parceiro Derrick Vann (Samuel L. Jackson), um agente federal jogo duro, que trabalha sob disfarce. É aí que surge Andy Fiddler (Eugene Levy), um amável vendedor de material odontológico, que chega à cidade para participar de uma convenção. Quando os bandidos cometem um engano e o confundem com o comprador do carregamento de armas roubadas.

x Desafiando os limites

O neozeolandês Burt Monro dedicou várias décadas de sua vida à construção de uma motocicleta. Ele pega uma bicicleta Indian 1920 e com seus próprios recursos a deixa pronta para competição. Depois de pronta, ele a usa para vencer a corrida e estabelecer um recorde de velocidade nos anos setenta. Baseado em uma história verídica.

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x Vinícius

O documentário mostra a vida, a obra, a família, os amigos, os amores de Vinicius de Moraes, autor de centenas de poesias e letras de música. A essência criativa do artista e filósofo do cotidiano e as transformações do Rio de Janeiro através de raras imagens de arquivo, entrevistas e interpretações de muitos de seus clássicos.

x Tudo em família

Meredith Morton é uma elegante executiva acostumada a enfrentar desafios. Mas o pior de todos está por vir quando ela passa o Natal na casa da família de seu namorado Everett, numa pequena cidade da Nova Inglaterra. Logo no primeiro contato com a família Stone, Meredith percebe dificuldades.

x Casanova

Quando o lendário Casanova conhece alguém à sua semelhança, a bela e atraente jovem veneziana o rejeita. Graças a uma série de disfarces e estratagemas, ele vai se aproximando pouco a pouco de Francesca. Mas este é o jogo mais perigoso no qual já se envolveu. Ele arriscará não só a sua vida e reputação mas também a única chance de reconhecer o verdadeiro amor.

x Sky High

Will Stronghold (Michael Angarano) é da 3ª geração de sua família a estudar na conceituada Sky High, uma escola de elite que tem por meta transformar jovens superdotados em super-heróis do futuro. No entanto, há um problema: Will está começando o 1º ano sem ter manifestado nenhum superpoder, o que faz com que seja apelidado de "parceiro coadjuvante" pelos colegas de escola.


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Sangue

Hemograma já é feito com técnicas modernas em Belém

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hemograma é um exame básico, ponto de partida e ao mesmo tempo auxiliar para a elaboração de diagnósticos, além de essencial no acompanhamento da evolução de diversos tipos de tratamentos, como nas anemias e leucemias. Para entender melhor e decifrar as evoluções desse exame - que é o carro-chefe dos laboratórios -, o Centro de Estudos do Laboratório Amaral Costa promove, nos dias 8 e 9 de agosto, a "I Oficina de Atualização em Hemograma". O evento conta com 80 vagas gratuitas para médicos de quaisquer especialidades e será realizado sempre à noite, no auditório Carlos Amaral Costa, em Belém. Organizadores do evento, o médico e biomédico David Bichara e a hematologista Ana Maria Almeida Souza, explicaram que, embora considerado comum, o hemograma evoluiu muito nos últimos 20 anos, em especial na última década, com a massificação dos processos de automação dentro dos laboratórios. Para explicar essas mudanças e auxiliar no melhor entendimento das infor-

mações hoje presentes em um resultado de hemograma, a oficina vai promover oito debates, com a presença dos médicos Daniel Gomes de Lima, Ana Cristina Beltrão, Maria do Socorro de Oliveira Cardoso, Iê Regina Fernandez, João Carlos Saraiva, Isabella Amaral, além de David Bichara e Ana Mária Almeida Souza. Com anos de experiência, a hematologista Ana Maria Almeida Souza informa que o hemograma, isoladamente, não tem valor. São necessários a avaliação clínica e os exames físicos associados para um bom diagnóstico. Da mesma forma, apenas a clínica e os exames físicos são insuficientes sem um bom hemograma. A partir da evolução tecnoló-

gica o hemograma hoje pode ser feito em menos de um minuto, com alto grau de confiabilidade, precisão nos resultados e com baixíssimo custo. No entanto, toda essa facilidade pode perder sua razão de ser caso o exame não seja corretamente interpretado pelo profissional que o solicitou. Ana Maria enfatiza que vários aspectos devem ser levados em consideração para a análise de um resultado, desde a faixa etária do paciente até a maneira como foi feita a coleta desse material. São essas e outras informações importantes que serão discutidas nos dois dias de oficina. Uma das vantagens presentes é a análise informatizada dos Índices Hematimétricos, dentre esses o RDW. Esse índice avalia a variação de tamanho e o volume de hemácias. A hematologista explica que a medula humana está em constante renovação. O RDW é um grande auxiliar no diagnóstico das anemias. Hoje, os aparelhos liberam alguns sinais alertando para alterações, e o profissional então usa o microscópio apenas para a confirmação.


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Sangue

Temas em debate

Entre os temas em debate, a oficina vai chamar a atenção para as causas que podem incidir em erros nos resultados do exame. A médica Ana Maria atenta para o fato de um problema na coleta ou mesmo dentro do laboratório poder refletir em erro no resultado. Os médicos têm que estar alertas, pois um exame pode revelar a detecção de uma anemia importante, mas a clínica do paciente pode não condizer com aquela anemia. Se o profissional tiver consciência dos fatores que podem levar a uma falsa anemia, como a coleta,

o tipo de aparelho e sua manutenção, entre outros, ele vai questionar a coleta e pedir uma contraprova antes de iniciar um tratamento. A análise dos resultados de hemogramas de pacientes especiais, como as crianças, os idosos e as grávidas, também estarão entre os temas da oficina. Todas essas especificidades são importantes na avaliação do hemograma para um diagnóstico mais preciso, lembra a hematologista. Como exemplos, a médica cita que ao nascermos existe imaturidade do sistema hematopoético. As crianças posssuem medula vermelha em todos

os ossos, já os adultos as apresentam somente em ossos chatos. No caso dos idosos, conforme o amadurecimento, a medula vai perdendo sua capacidade de produção. Existem ainda nessa faixa etária as doenças sistêmicas que devem ser consideradas na análise. Por carregar outra vida dentro de si, as grávidas apresentam algumas alterações no hemograma, principalmente porque há necessidade de reposição de ferro em maior quantidade e também a expansão plasmática por retenção líquida, afirma a médica. |MÉDI­CA|

Programação e facilitadores Hemograma na prática clínica e causas de erros no hemograma: Ana Maria Souza. Série vermelha - Daniel Gomes de Lima. Série branca - Ana Cristina Beltrão. Série plaquetária - Iê Regina Fernandez. Hemograma na criança - Socorro de Oliveira Cardoso. Hemograma no idoso - João Carlos Saraiva. Hemograma na grávida - Ana Maria Souza. Aspectos práticos do hemograma - Isabella Amaral, Ana Maria Souza e David Bichara. Inscrições e informações pelo telefone: (91) 4005-5000.

Atualização| Dr. David Bichara, um dos coordenadores do curso


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Publicação

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Livro

dá dicas sobre políticas de saúde

m 2004, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou o livro "O Médico e seu trabalho", resultado de uma pesquisa nacional. O trabalho, no entanto, não estaria completo sem o detalhamento dos resultados para que cada região do Brasil pudesse esmiuçar e assim obter maior conhecimento sobre a atuação médica em cada canto do país. A região Norte, como as demais regiões brasileiras, teve sua atuação destacada em uma publicação específica que verificou em números e avaliações estatísticas - sobre diversos pontos - a real situação dos profissionais. Os dados da publicação oferecem elementos para a definição de políticas públicas de saúde e para o fomento de estratégias que possam dignificar a profissão médica, além de promover a atenção à saúde. As informações dispostas na publicação "O Médico e o seu trabalho - Resultados da Região Norte e seus Estados", lançada no ano passado, têm subsídios para que se possa compreender as diversas facetas não apenas da profissão, mas da vida pessoal dos médicos,

com base em características demográficas, formação técnica, participação científica, mercado de trabalho, orientação e participação sociopolítica, assim como as atitudes frente à vida e aos valores humanos. O livro foi coordenado por Antônio Gonçalves Pinheiro, diretor vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, e contou com a participação dos médicos Aristóteles Guilliod de Miranda, membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões; Edson de Oliveira Andrade, presidente do Conselho Federal de Medicina e Conselheiro Federal pelo Estado do Amazonas; Silmara Peninni, dermatologista e preceptora da residência médica em Dermatologia da Fundação de Dermatologia Tropical e Venereologia Alfredo Mata; Mauro Brandão Carneiro, médico especialista em Infectologia e conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro; e Valdinei Veloso Gouveia, especialista em Psicometria, doutor em Psicologia Social. A publicação revela, entre outras coisas, que apesar das dificuldades encontradas para a formação e aprimoramento dos profissionais nortistas, dadas as distâncias geográficas e a escassez de ofertas de cursos de qualidade, os médicos do Norte ainda possuem algumas vantagens como a vida menos agitada e a expansão das cooperativas como recurso para a melhoria das condições de trabalho e remuneração. A publicação está disponível nos CRM's dos Estados.

Dificuldades

Nos sete Estados que compõem a região Norte, Pará, Amapá, Roraima, Rondônia, Acre, Amazonas e Tocantins, a dificuldade de acesso à educação continuada foi um tema recorrente em toda a pesquisa. Segundo o coordenador da publicação na região, o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM) Antônio Pinheiro, a realidade geográfica da região com suas distâncias continentais e dificuldades de acesso muitas vezes não possibilita que o médico possa buscar qualificação frente às novas tecnologias e abordagens de novas doenças. Subsidiada pelos dados da pesquisa, conforme relatou Pinheiro, o CFM passou a desenvolver um programa nacional de educação médica continuada que vai funcionar por meio da banda larga da Internet. Antônio Pinheiro informou que os médicos vão poder acessar os conteúdos para qualificação e aprendizagem gratuitamente por meio de seus computadores pessoais. O conteúdo programático disponibilizado é de responsabilidade das sociedades especializadas, que prepararam um vasto material já entregue ao CFM. Antônio Pinheiro disse que o programa está em fase de finalização e acredita que os médicos de grande parte do país já poderão acessar ainda este ano. Para disponibilizar o programa para a região Norte, conforme relatou Pinheiro, o CFM está em contato com o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), no qual se verificou a possibilidade, através dessa rede e de seu aporte tecnológico, da propagação desse conhecimento. |MÉDI­CA|


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Prontuário M

é objeto de campanha de valorização do médico

uito mais que um instrumento burocrático dentro das instituições de saúde, o prontuário médico tem um papel fundamental no que se espera dessas instituições - o bom atendimento a seus pacientes. Pensando nessa qualidade, o Hospital Ofir Loyola (HOL) está promovendo, por meio da diretoria clínica, a Campanha por um Prontuário Melhor, com o tema "Em suas mãos: um prontuário com ética, cuidado e respeito ao paciente". Idealizadora da campanha, a diretora clínica do HOL, Graça Jacob, alerta que o prontuário tem diversas utilidades e destaca como principal função a qualidade no atendimento dedicado ao paciente. Ela lembra que é nesse documento que são registradas todas as informações sobre um determinado paciente, desde seu ingresso na instituição até sua alta, com todos os detalhamentos de prescrições de medicamentos, exames, evolução clínica, entre outros. A importância do prontuário, no entanto, vai além do acompanhamento do paciente, conforme explicou Graça Jacob. Esse simples instrumento pode ser usado como ferramenta legal na defesa ou na acusação do médico e da instituição em caso de denúncia de erro médico. A diretora clínica do HOL enfatiza que, quando se sente prejudicado, o paciente vai solicitar a cópia do prontuário para acusar o médico. Em contrapartida, se o prontuário estiver íntegro, com letra legível e bem evoluído, o documento automaticamente se torna instrumento de defesa do médico e da instituição. Por meio do prontuário é possível

estipular dados epidemiológicos e fazer estudos de casos de determinadas patologias. A médica revela assim a importância do prontuário também para o ensino e pesquisa. Outro grande papel do prontuário e, portanto, mais uma referência à necessidade de primar por sua qualidade é sua utilização na cobrança de serviços prestados. A realização de exames, se não estiver devidamente registrada no prontuário, pode deixar de ser cobrada do Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, o que pode resultar em prejuízo ou desperdício de recursos que poderiam estar sendo investidos na melhoria do atendimento ou da infra-estrutura do estabelecimento de saúde.

Por reconhecer sua importância e notar com preocupação que o estresse e o correcorre do cotidiano estavam contribuindo para casos de prontuários preenchidos sem o devido cuidado, Graça Jacob iniciou, de maneira modesta, há dois anos, uma batalha pessoal pela valorização do prontuário. A experiência nasceu, inicialmente, somente com os profissionais de saúde ligados diretamente à diretoria clínica do HOL, mas em maio deste ano se transformou em uma campanha para atingir os cerca de mil profissionais das diversas áreas de saúde que atuam no hospital. risco | Graça Jacob alerta para o perigo de um prontuário mal preenchido


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logomarca | campanha objetiva conscientizar a classe sobre clareza do prontuário médico

Participação

A campanha teve seu auge, o chamado dia D, em 16 de maio, com a abertura oficial realizada no auditório Luiz Geolaz Carvalho, do HOL. Dezenas de profissionais multidisciplinares participaram do evento, que contou com a distribuição de folderes, banners e panfletos com informações sobre como proceder no preenchimento correto de um bom prontuário e os erros mais freqüentes. Graça Jacob lembrou que, além dos profissionais da instituição, participaram do evento representantes dos conselhos regionais de medicina, enfermagem, serviço social, fisioterapia, fonoaudiologia e demais profissões ligadas à saúde. A vice-presidente do Conselho Regional de Medicina, Fátima Couceiro, na ocasião, minis-

trou uma palestra sobre o prontuário ideal. Uma inovação na campanha que está em curso no HOL começa desde a mudança da nomenclatura do instrumento, de prontuário médico a prontuário do paciente. A diretora clínica do HOL explica que a mudança se fez necessária, pois o documento não é feito apenas pelo médico, mas por toda a equipe multidisciplinar de saúde que acompanha esse paciente.

Comissão

A partir do lançamento da campanha várias ações estão sendo desenvolvidas no HOL. Com destaque para o resgate da comissão de revisão do prontuário. A comissão é legalmente obrigatória em toda instituição, lembra Graça Jacob. O grupo é composto por profissionais multidisciplinares que vão avaliar esses pron-

tuários e todas as suas nuances, desde a letra, se está legível, à maneira de prescrever a evolução desse paciente. "É uma auditoria interna do prontuário", disse a médica. Diariamente as ações da campanha podem ser vistas, de maneira alternada, em cada um dos seis andares do HOL. A modernização dos impressos que compõem o prontuário do HOL também foi feita por meio da campanha. Dessa forma, o documento passa a ser mais ágil e preciso em suas informações. Em constante processo de construção, a campanha vai desenvolver ainda aulas relâmpagos sobre o preenchimento correto do prontuário, auxiliado por uma espécie de roteiro, além da divulgação de uma listagem dos erros mais freqüentes verificados dentro da própria instituição. |MÉDI­CA|


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Dicas da campanha do HOL para um prontuário melhor Aspectos gerais:

Letra legível; Datar todas as folhas onde houver registros; Assinar e carimbar ao final dos registros; Não rasurar; Não utilizar corretivos.

Boletim de internação:

História da moléstia atual e exame físico; Diagnóstico provisório de conduta.

Prescrição:

Data da prescrição; Nome; Dose e via do medicamento a ser administrado; Intervalo de tempo para a administração.

Evolução:

Ficha de anestesia:

Relatório geral de cirurgia

Alta:

Registro diário de achados clínicos; Alterações observadas; Alterações de diagnósticos e plano de tratamento; Condições e orientações de alta; Resultados dos exames; Interpretação dos resultados; Medicamentos prescritos.

Preenchimento de todos os campos; Descrição cirúrgica; Posicionamento do paciente; Incisão (localização, direção, tamanho); Achado cirúrgico, procedimentos realizados, intercorrências e sutura.

Tipo de anestesia; Data e hora do início e fim da anestesia; Medicamentos e volumes infundidos; Registro dos controles realizados, com horário; Dados laboratoriais; Intercorrências anestésicas; Assinatura e carimbo na prescrição préanestésica.

Preenchimento do diagnóstico; Comorbidade e CID; Procedimento; Condições de alta. Data e hora da alta;

* Fonte: H.A. Oswaldo Cruz, de São Paulo (SP)


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Cardiologia

Coração exige cuidados e atenção especiais para a prevenção de doenças

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os últimos anos a sociedade sofreu várias mudanças de hábitos, passando a viver mais ativamente e deixando de lado as intensas horas de relax e prazer. Com isso homens e mulheres passaram a adotar um estilo de vida agitado e estressante, o que pode lhes causar sérios problemas de saúde, principalmente quando se trata do coração. Segundo pesquisa da Tecnologia da Informação a serviço do SUS (DATASUS), desenvolvida pelo Ministério da Saúde, no Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por até 32% das mortes, com um aumento na prevalência em 22% nos últimos 24 anos. O cirurgião cardiovascular Marcondes Neves ressalta que a qualidade de vida é essencial para evitar doenças do coração, mas não descarta a gravidade da mesma por problemas externos: “A doença coronariana, além de mais freqüente, é a maior causa de mortalidade no país, pois tem como principais fatores de risco a hipertensão arterial, tabagismo, sedentarismo, estresse, diabetes e as dislipidemias, que são o aumento dos níveis de colesterol e triglicerídeos. É importante estar atento para isto”. Ele ressalta que para cada fator de risco existe um tipo de medida preventiva, por isso é importante a realização regular de ativida-

des físicas, o controle angioplastia| Médico marcondes do estresse, evitar o neves destaca o uso de stents nos pacientes tabagismo e o tratamento da hipertensão, dislipidemia e diabetes por meio de uma dieta balanceada e uso de medicamentos. “A doença coronariana pode existir mesmo com ausência de sintomatologia - conjunto de sintomas referido pela pessoa - até o infarto do miocárdio, que ocorre quando há uma obstrução completa da coronária, provocando uma

lesão miocárdica ou parada cardíaca fatal”, explica Marcondes. Para tratar a doença há dois tipos de condutas: a preventiva, que inclui medidas para correção dos fatores de risco, e a curativa, que pode ser realizada por meio dos tratamentos clínicos, de cardiologia intervencionista, a chamada Angioplastia, ou de cirurgia, vulgarmente conhecida como Ponte de Safena. Tratamentos que, segundo o médico, são os mesmos tanto em homens como em mulheres. “O tratamento não se diferencia entre um e outro. Existe, sim, um prognóstico diferente entre os sexos. Isto se deve à diferença de diâmetro das artérias de homens e mulheres, sendo que nas mulheres estas possuem um diâmetro menor e, conseqüentemente, o tratamento cirúrgico e intervencionista é mais complexo, e assim o prognóstico evolutivo é mais reservado”. Para melhor desenvolver este trabalho Marcondes enfatiza que há, hoje, excelentes centros médicos no país, especialmente, no que diz respeito ao preparo técnico, sendo o Brasil responsável por grandes inovações na cardiologia. Por exemplo, nos últimos anos, a utilização de stents farmacológicos para realização de Angioplastia vem marcando presença no mercado, já que aparentemente apresentam um período de durabilidade maior que os anteriores. Destaque também para a realização de Cirurgia de Coronária sem Circulação Extracorpórea e, na área tecnológica, para o desenvolvimento de marca-passos cada vez menores. |MÉDI­CA|


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Você

em destaque

Dra. Paula Giordano Couto e Dr. Fernando Brasil do Couto

Dr. Antonio Cronemberg, Dra. Glaucia Brito, Dr. José Luiz Moraes, Elisabete Malcher, Dr. Francisco Erastótenes, dr. francisco brabo, dr. sebastião chagas e dr. flávio augusto

Marcelo Brasil do Couto e Terezinha Pires

Dr. Joao Luiz de AmoriM Pereira e Dra. Mara Elisa de Oliveira Gama Pereira

Equipe da Therapeutica

Dr. Fernando Brasil do Couto, Dra. Sandra Orengel do Couto, Dra. Mayra Hamad e Marcelo Brasil

Dra. Elza Bragança


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Dra. Lauricéa valente e Dra. marícia ferreira

hilma ferreira, merces moreira e júlia monteiro

Dra. harita tuma e Dr. aldemar lobato

Dra. jenyse santos e a Dra. tathiana carneiro

Dra. simone chaves, Dra. mariste carvalho e a Dra. alessandra klautau

Dra. lia castro, Dr. aldemar lobato, Dra. rosa beltrão e o Dr. francisco juarez

Dr. Jean Carlo Rodrigues Pereira e Dra. Viviane Carla de Oliveira

Dra. sheila acioli, Dra. edna vale, Dra. kátia bragança e Dra. rosa beltrão


18 MÉDI­CA

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Direito

Advogado alerta sobre procedimentos em caso de denúncia de erro médico

Denúncias de erro médico são uma realidade cada vez mais presente na vida dos profissionais de saúde em todo o país. Dados do Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA) mostram que em 2005 foram registradas 226 denúncias no Estado. Números que podem ser superados este ano, pois somente nos quatro primeiros meses de 2006 o número de registros no CRM já chegava a 84. Para orientar os médicos sobre como proceder em caso de vítima de denúncias ou mesmo para se prevenir delas, o advogado Artêmio Leal, da Sociedade Médico-Cirúrgica (SMC), proferiu uma palestra sobre o tema no mês de abril, como convidado do 1º Congresso Médico da Unimed Belém. Segundo o advogado, as estatísticas nacionais mostram que o maior número de denúncias, em ordem crescente, decai sobre as especialidades de ginecologiaobstetrícia, anestesiologia, cirurgia geral, oftalmologia e neurocirurgia. Outra pesquisa, esta realizada entre médicos paulistas, conforme citou o advogado, identificou a crescente preocupação dos profissionais quanto ao tema, frente ao também crescente número de pessoas que

passam a recorrer aos tribunais, aos Procons e aos CRMs, para obter algum tipo de reparação - na maioria das vezes, financeira. O advogado esclareceu que quando o médico é acusado de ter cometido um erro médico ele não está sendo acusado de ter cometido um crime. No direito existem os conceitos de dolo, quando há intenção de causar prejuízo a alguém; e culpa, quando um fato é cometido contra outro, mas não há intenção de dano. No caso de um erro médico, o dano pode ocorrer em decorrência de imperícia, imprudência ou negligência, conforme explicou o advogado. Quando acusado, um profissional pode responder nas esferas administrativa, penal e cível. Administrativamente, o profissional responde à entidade privada ou pública na qual trabalha, por meio de sindicância ou processo disciplinar. Nos CRMs o procedimento administrativo se dá por denúncia escrita que é protocolada e avaliada pelos conselheiros. Na esfera cível, o processo é feito com o auxílio de um advogado ou promotor, que dá entrada em uma petição geralmente pedindo uma reparação financeira por danos material, moral e até psicológico. "É nessa esfera judicial que a pessoa faz a reclamação e pleiteia uma indenização, não a exigência de que o médico seja preso",

explicou o advogado. Já no âmbito penal ou criminal, a pessoa que sentiu de alguma forma lesada pela atividade do médico procura a polícia ou o Ministério Público. Outra dica do advogado, dirigida principalmente aos profissionais que atuam no sistema público de saúde, é a exigência da administração dos hospitais de meios adequados para o exercício da função. O advogado alerta ainda que, embora existam casos graves de erro médico, como situações amplamente noticiadas na imprensa, existem muitos episódios nos quais os problemas poderiam ser evitados com um pouco mais de zelo por parte desses profissionais. Importante para evitar principalmente situações de oportunistas é o preenchimento correto do prontuário médico. Por meio do prontuário é possível descrever tudo o que foi feito com o paciente, dos medicamentos prescritos a demais procedimentos, garantindo assim a segurança do médico e o bom atendimento do paciente. No caso de procedimentos cirúrgicos, a família deve ser comunicada, se possível, por escrito, sobre os riscos que envolvem a cirurgia e todo o procedimento deve estar minimamente descrito no prontuário.|MÉDI­CA|


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MÉDI­CA 19

Vacina

O

Brasil, em especial a cidade de Belém, teve um papel importante na disponibilização de uma vacina contra o rotavírus humano. O Instituto Evandro Chagas, vinculado à Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS), do Ministério da Saúde, foi o responsável no país pelas pesquisas que hoje garantem a segurança e eficácia da vacina contra esse agente etiológico que chega a matar cerca de 600 mil crian-

descoberta pela ciência no mundo. Desde então, o instituto passou a desenvolver estudos em níveis epidemiológicos e laboratoriais sobre o tema e, na década de 90, iniciou os testes com vacinas. "É muito gratificante observarmos que essa trajetória, que iniciou em 76, com o primeiro achado, três décadas depois termine com uma vacina. É uma conquista especial", fala com orgulho o médico. Por toda essa trajetória e o res-

2.318 crianças. O resultado foi a confirmação de eficácia da vacina para mais de 85% dos casos, frente aos episódios mais graves, e chegando a 100% nos menos severos. Por meio da pesquisa, a vacina foi licenciada em julho de 2005. Menos de um ano depois, em março deste ano, a vacina que contou com o esforço e a competência de brasileiros, e de paraenses, em especial, foi inserida no calendário nacional de vacinação na expectativa de salvar vidas. A escolha do Instituto Evandro Chagas (IEC) entre tantos outros centros do Brasil foi referendada por diversas razões. O virologista Alexandre Linhares avaliou que o pioneirismo da descoberta do primeiro caso no país, na década de 70, e os estudos realizados desde então foram a porta para, 20 anos depois, o IEC ser chamado para coordenar uma pesquisa com um outro tipo de vacina contra o rotavírus. Diferente da vacina atual, que é monovalente, a vacina em questão era tetravalente, desenvolvida por um laboratório americano. Para a pesquisa, foi criada toda uma logística e infra-estrutura no IEC em Belém. O respaldo conquistado por essa primeira experiência e a tradição do IEC destacaram o instituto quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) procurou identificar centros de pesquisa espalhados no mundo capazes de estudar essa nova geração de vacinas. |MÉDI­CA|

Rotavír us já tem cura graças a pesquisa feita em Belém ças em todo o mundo, principalmente nos países em desenvolvimento. No Brasil, a mortalidade atinge cerca de três mil crianças anualmente, número que deve baixar consideravelmente nos próximos anos em decorrência da inserção, no calendário nacional de vacinação, da vacina produzida pela GSK (GlaxoSmithKline). Além do Brasil, outros 11 países participaram dos estudos, que abrangeram um número superior a 60 mil crianças nas três primeiras fases da pesquisa. A pesquisa foi coordenada no Brasil pelo paraense Alexandre da Costa Linhares, médico virologista e chefe do Departamento de Virologia do Instituto Evandro Chagas (IEC). Para o médico, participar desse esforço mundial com o objetivo bem definido de alcançar uma vacina capaz de reduzir esse panorama sombrio de mortalidade infantil, que ultrapassa 600 mil mortes, tem diversos significados importantes. Ele lembrou que o IEC foi o pioneiro na descoberta da existência do rotavírus no Brasil, no ano de 1976, apenas três anos depois de sua

descoberta | Médico alexandre linhares coordenou a pesquisa sobre virologia

peito que o IEC conquistou no Brasil e no mundo, Belém foi escolhida no ano de 2001 para iniciar as pesquisas sobre a eficácia da vacina. Para desenvolver o trabalho uma equipe multidisciplinar composta por mais de 60 pessoas, entre pesquisadores do instituto, pediatras e os visitadores, uma espécie de agente de saúde responsável pelo trabalho de campo, foi composta. A pesquisa durou quatro anos, dividida em duas etapas no Brasil, que corresponderam às fases 2 e 3 da pesquisa mundial. Em Belém foram acompanhadas


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Sobrames

O escritor e

P

ara grande parte dos leitores uma pergunta é recorrente: de onde vem a inspiração para escrever? Eu mesmo já a ouvi numerosas vezes. A resposta, pelo que também já ouvi e li, varia entre os escritores. Há os que, como Clarice Lispector, “se queixem” que as idéias os perseguem a ponto de necessitar acordar altas horas da noite para escrevê-las. Há outros, menos afortunados, que precisam correr atrás das idéias e inspirações. O escritor escreve - me permitam a tautologia -, porque sente a imperiosa necessidade de escrever, de se exprimir pela escrita. Escreve ou... vai morrendo... aos poucos. A inspiração de cada um deve ter seu bendito (ou maldito) escorredouro, assim eu imagino ser. Se não escreve vai ficando inchado, pesado, afrontado e precisa se abrir para os outros, a porta é a escrita. Às vezes pode o texto ser endereçado para um outro que se esconde dentro do próprio escritor. Outras vezes é esse outro que de dentro a ele escreve e quer o mundo por testemunha. Pode ser isso tudo. Relato-vos uma experiência simples e pessoal, de recente memória. Consta que no cotidiano da vida contemporânea daqueles que, por ofício ou opção, buscam se relacionar com o Conhecimento persiste a reiterada necessidade em cobrar as melhores alternativas para o auspicioso trabalho em equipe que perpasse conhecimento integrado, abrangência, transversalidade, interdisciplinaridade, etc. Tal conversa, com títulos e expressões por vezes camaleônicos, vem sendo ali-

a inspiração

mentada e rendendo encontros, palestras, oficinas, livros e artigos. Qual seria a minha sintética opinião sobre isso? Era a pergunta que me perseguia àqueles dias. Claro estava que eu queria distância das respostas “enlatadas” em nossos manuais de plantão. Se é que cabiam respostas além destas. O relógio do laboratório onde trabalho marcou nove horas. Puxa! Às nove e meia eu preciso estar na posse do confrade (e colega, e ex-professor) Danilo Mendonça. O professor Danilo, naquele dia, seria empossado junto ao Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP). Imediatamente pus-me a caminho. Enquanto o táxi me conduzia até ao local do evento, em lampejos, a aludida idéia sobre a necessidade de integração do conhecimento me fustigava mente, impiedosamente. Afinal, cheguei ao histórico prédio da Comissão Brasileira Demarcadora de Limites, nesta cidade de Belém do Pará. O prédio do IHGP estava sob reforma e, assim, se valia para seus encontros oficiais do auxílio das instituições amigas (– êpa!), isto é mais um mote para o pensamento que matutava. Pela primeira vez eu entrava naquele aconchegante ambiente. Dirigi-me ao auditório. No preâmbulo da cerimônia, após os festejados e gratificantes cumprimentos aos confrades, colegas e seus familiares, sentei-me. Ao admirar o “pé-direito” de mais de cinco metros (pelos meus cálculos) do vetusto auditório, deparei, no centro e ao alto com o retrato do Comandante Braz de Aguiar, pioneiro e dedicado homem nas lidas da demarcação

do território amazônico-brasileiro. Abaixo do retrato do insigne patrício, o lema daquela Casa: “Demarcar é aproximar”. Pronto! Achei! É claro! É isso! Já sei! – Braz de Aguiar deixara esta frase para reiterar que a demarcação de um território, seja ele fisiográfico, cultural, cognitivo ou outros quaisquer, mais do que um limite, constitui-se em um ponto de entrelaçamento... de aproximação. Demarcar é marcar um ponto de encontro, nunca de isolamento ou recusa. Isto para os grandes idealistas. Revisitei a pergunta poética de Carlos Drummond de Andrade: “Como é o lugar quando ninguém passa por ele?” Refleti: é necessário conhecer para reconhecer. Vivas a Braz de Aguiar!, homem ilustre que a maioria de nós só relaciona com o nome de uma avenida belenense. E o meu pensamento abrandou, por instantes, seria só o tempo de apreciar a nobre cerimônia, apresentar parabéns aos eruditos colegas empossados e voltar para escrever o artigo: O que se busca ao definir limites. Pois sim, também na singela leitura de um poema ou de uma prosa ocorre o mágico gesto da aproximação, de recompor limites e distâncias. Nele autor e leitor são um só, unidos, transformando, refazendo, reconstruindo a idéia de um texto que um dia (ou uma noite) emergiu de uma ou outra inspiração. De qualquer sorte, é um prodigioso ato de comunhão humana.

Dr. Manoel do Carmo Soares Da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES-PA)


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MÉDI­CA 21

Sobrames

A estatística e

N

o núcleo familiar

o final do século XIX, Francis Galton coletou uma série de dados sobre a estatura dos pais e dos respectivos filhos. O eminente cientista observou que quando os pais eram de baixa estatura, a tendência dos filhos era de serem mais altos. Mas, quando os pais eram altos, a tendência seria que seus filhos fossem mais baixos. A esse fenômeno ele designou de “regressão para a média”, pois, de outro modo, seríamos todos gigantes, como os descritos nas fábulas, ou tão pequeninos quanto o “Chapolin Colorado”, após tomar as famosas pílulas encolhedoras. O termo regressão foi, daí em diante, estudado como modelo matemático, sobretudo por Karl Pearson, o qual designou um fator causal de variável independente e seu efeito de variável dependente. Em resumo temos uma causa (variável independente) e o respectivo efeito (variável dependente). Por exemplo, um acidente de trânsito é o efeito de determinada causa, digamos, um motorista alcoolizado. A causa é a variável independente, e o efeito a variável dependente. È possível, todavia, que o mesmo efeito – o acidente de trânsito – seja determinado por outras causas, outras variáveis independentes, tais como, defeito do semáforo, motorista imprudente, excesso de velocidade, estouro de um pneu e outras. Em resumo, um determinado efeito (variável dependente) pode ser produzido por várias causas (variá-

veis independentes). Essa é a regra em estatística das chamadas Análises de Regressão. Há poucos dias, numa roda de amigos, cuja média de idades girava em torno de 7 décadas, um deles afirmava que ocorria com a sua família um padrão de comportamento que julgava presente e muito comum nos lares brasileiros, esclarecendo que essas relações compreendiam pais, filhos, netos, avós e outros menos votados, mas com nítida influência sobre o núcleo familiar das respectivas matriarcas. No meu caso, dizia-nos, tenho esposa, uma filha, dois netos e minha amada sogra. Em termos de atenções, todos nós dependemos, como de praxe, da nossa mulher, a matriarca da família, não, é claro, em termos de igualdades, mas em determinada ordem natural de importância. Você, indaguei, deve ser o primeiro do ranking. Não, respondeu, em primeiro lugar figuram os meus netos. Então, voltei, você é o segundo. A segunda posição esclareceu, é da nossa filha. Bem, questionei, você é o terceiro. Não, informou, a terceira na ordem de atenções é a minha querida sogra. Agora, repliquei, estou certo que você é o quarto. Ainda não, comentou meu interlocutor, esse lugar pertence à loja de armarinhos da matriarca, que ela possui e curte com muito prazer e alegria; mas na quinta posição estou colocado! Com sua inteligência brilhante, acrescentou, “só não sou o sexto porque minha mulher não tem cachorro...” E prosseguiu, “entre um leve

espirro do meu neto e uma inusitada pneumonia do marido, a primeira atenção será, com certeza, para o pequenino e indefeso ditador”. Mas ele estava esperançoso de galgar um degrau nesse ranking familiar, pois sua querida sogra, que tanto admira e respeita, com suas noventa e tantas primaveras, está querendo se unir ao esposo que já habita o além há mais de duas décadas. Se ela nos deixar, dizia, “passarei da quinta para a quarta posição no ranking familiar”. “E se os negócios comerciais de sua loja de armarinhos não superar os desequilíbrios financeiros que o mundo atravessa, atingirei certamente a terceira posição, no lugar de destaque no podium”; e completou: “de fazer inveja aos nossos atuais pilotos de Fórmula 1”. Com fundamento nessa estória, imaginei que se Galton e Pearson ainda estivessem entre nós, teriam que desenvolver novo modelo matemático de Regressão, digamos Regressão Inversa, onde somente um fator causal – a matriarca da família, no exemplo em questão – seria responsável pelos efeitos: as atenções conferidas aos netos, filha, sogra, loja de conveniência e marido. Trocando em miúdos, o novo modelo estatístico compreenderia uma causa – variável independente – e diversos efeitos, as variáveis dependentes.

Dr. Manuel Ayres

Da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES-PA) e do Instituto Histórico e Geográfico do Pará


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X www.saude.gov.br/dengue - Informações atualizadas sobre a dengue, o que é a doença, formas de prevenção, histórico e as dúvidas mais freqüentes.

X www.saude.gov.br/samu - Informações

sobre o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), o que é, cidades atendidas, legislação, últimas notícias,

X htttp://doctorbbs.com – Com informações

sobre remédios, acupuntura, educação à distância, etc.

X http://www.virtual.epm.br - Guia comentado sobre saúde pública, na Internet.

X http://www.connectmed.com.br - Um

site voltado para profissionais de saúde. Oferece ao cadastrado acesso gratuito a publicações e outras informações na área da medicina. Para o cadastro, são necessários o número de registro do médico e o número de matrícula do estudante de medicina.

X http://www.bibliomed.com.br - Acesso a

notícias diárias de saúde no formato eletrônico com gráficos, ilustrações, tabelas e referências bibliográficas. Oferece a versão eletrônica de várias publicações profissionais (Pan American Journal of Public Health, Pediatria Moderna, Revista Brasileira de Cardiologia, entre outras) em espanhol, português e inglês; biblioteca eletrônica com mais de cem livros de diversas especialidades. Além disso, o site oferece serviços como informações sobre congressos e compras. Voltado para o profissional de saúde. Para ter acesso à maioria destas informações, é necessário cadastrar-se e efetuar um pagamento de R$180,00 como anuidade.

X http://www.uol.com.br/intramed - Este

site, voltado para médicos, de livre acesso, oferece informações sobre congressos, reciclagem médica, artigos de revisão sobre todos os assuntos e todas as especialidades e links com outros sites de saúde, como por exemplo, BIREME, Medline, Ministério da Saúde, Datasus, entre vários outros.

N E E T T N

X http://www.saude.com.br - O site pro-

move a abordagem de assuntos ligados à saúde numa linguagem acessível ao grande público. Apresenta matérias, notícias atualizadas e links para páginas de diversas especialidades médicas, com informações simples sobre as patologias; links para acesso a informações sobre clínicas especializadas, odontologia, fisioterapia, medicina alternativa, nutrição e psicologia. Oferece ainda dicas de saúde, culinária light, esportes, serviços e compras.

X http://www.saudevidaonline.com.br

- Este site elaborado por médicos, oferece infor-

mações básicas e superficiais sobre medicina em geral, saúde odontológica e veterinária. Com uma linguagem simples, o acesso é fácil e o conteúdo é basicamente informativo e preventivo.

X http://www.salutia.com - Este site latino-

americano oferece ao leigo algumas informações simples sobre prevenção de doenças. Ao se cadastrar, fornecendo apenas dados como e-mail e nome completo, o indivíduo recebe uma senha e pode ter acesso a troca de informações sobre suas dúvidas em saúde com um profissional. É informado ao usuário que a opinião de quem lhe responde às suas questões não deve ser utilizada para diagnóstico e/ou tratamento médico.

X http://www.ama-assn.org - Este site

da Associação Americana de Medicina oferece ao profissional da área médica o acesso à revista de publicações JAMA e a outros links de saúde. Não é necessário cadastro. Os artigos estão disponíveis a todos os que visitam o portal.

X http://www.healthatoz.com/ e http://

www.healthgate.com - Semelhantes aos sites

de saúde nacionais, oferecem ao leigo e ao profissional acesso a informações básicas sobre medicina, abordando os mais diversos temas, disponíveis numa linguagem simples a todos que os acessam. É dividido em especialidades e possui em seu conteúdo matérias, notícias e links atualizados. Oferecem também o serviço de busca. FONTE: www.virtual.epm.br (google)




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