Éramos onze Por Jesus N. M. de Vilhena
Éramos onze ERAMOS ONZE. Como foi dito no título, eu era o nono filho dos onze que compunham a minha família ascendente que constava de sete rapazes e quatro moças, cujos nomes serão conhecidos mais adiante bem como a ordem decrescente por filho. Aconteceu que restam somente, dos onze filhos, eu JESUS NAZARENO MACHADO DE VILHENA e o PEDRO PAULO MACHADO DE VILHENA, o nono e o décimo respectivamente.
FAMÍLIA ASCENDENTE
Uma coincidência que vale salientar é que quando estávamos todos à mesa, em número fomos mal comparados com: “A última ceia do SENHOR”, e isso ocorreu por muitas vezes porque quando estávamos à mesa coincidia com o mesmo número de pessoas que tomaram parte, naquele sagrado evento.
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Éramos onze Para não aparecerem aqui apenas como filhos dei a oportunidade de se manifestarem dando os seus pareceres ou opiniões, sobre quaisquer fatos que por ventura tenham passado em suas vidas, sejam lá quais forem, o que farei a seu tempo. Sou casado há 55 anos com a mesma mulher, com quem tive seis filhos sendo três rapazes e três moças só que antes de todos os filhos já havíamos adotado JOANA LÚCIA SIMÕES, nascida aos 24/06/1956 e tratamos como filha, formada em Administração de Empresas, pela FAPAM. Do meu casamento com MARIA DE LOURDES FERREIRA DE VILHENA, nascida a 15/04/35, tivemos seis filhos, sendo três moças e três rapazes, muito estudiosa era formada pelo Instituto de Tecnologia da Amazônia como Guarda-Livros, atual Contadora, e ultimamente dedica-se com afinco à Pintura. Minha esposa e eu durante nossa vida em comum sempre fomos companheiros, cúmplices, amantes, decentes e tudo mais que se possa imaginar de conluio, uma grande certeza temos é que certas ocorrências permanecerão ocultas, para sempre; tivemos inúmeras demonstrações de afinidade, como, por exemplo, no tempo em que não havia celular recebi muitas transmissões de pensamento. No supermercado quando ela deixava de colocar alguma coisa na nota, e mais admirado eu fiquei uma vez que no Mosqueiro eu necessitava de alguma coisa que deveria ter levado de Belém, ela trouxe no sábado, isso aconteceu em uma época em que eu quase morava lá fazendo o transporte de tijolos da olaria no Maracajá, de propriedade do senhor Alberico para a construção do hospital, na vila. Outra vez estava trabalhando no taxi, e ela sentiu vontade de comer cachorro quente que eu trouxe quando vim
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Éramos onze para casa, creio que esses exemplos são bem convincentes, apesar de não constituírem prova. Um fato que quase esqueci de mencionar aqui foi que a minha esposa, apesar de estar com a idade de oitenta anos, nunca teve necessidade de pintar os cabelos e são contados nos dedos de uma só mão os fios de cabelo branco que tem na cabeça, outras senhoras ficam admiradas e acham que é um verdadeiro privilégio. Muitos foram os dias em que a miastenia me atingiu, porém um em especial, me alcançou muito longe de casa, oportunidade em que tínhamos para almoçar somente ovo cozido em uma espécie de caldo chamado de “Comida de Batalhão, quantas saudades da minha família, estávamos em Capinorte um lugarzinho perdido entre Goiás e Minas, é provável que por tanta tristeza tenha me ocorrido a inspiração para o poema que dedico a minha esposa:
DE PÉROLAS TE CALCEI DO MAR TE FIZ AS VESTES DO CÉO UM DIADEMA DO QUANTO EU TE AMEI SERÁ QUE AO MENOS SOUBESTES? II EU SOU JESUS TU ÉS MARIA PASSARAM OS ANOS NA MINHA FÉ EU PEDÍ QUE UM DIA TE ENCONTRARIA III ENCONTREI SIM MAIS MADURA E DESENVOLVIDA
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Éramos onze AINDA GOSTANDO DE MIM? QUEM SABE QUERIDA OU SERÁ ESSE O FIM? TE ADORO BIA. ESPAÇO DESTINADO A UM POEMA DEDICADO A ESPOSA
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Éramos onze
FAMÍLIA DESCENDENTE
PAULO VICOR FERREIRA DE VILHENA: a 19 de Fevereiro de 1.959, e falecido em 24.03.1976, e não deixou descendentes, faleceu antes de se formar, esse é um capítulo triste no qual prefiro não falar, reconheço que tive uma enorme culpa na maneira como encarei o seu maior problema, ameniza mais porque na época muitos conceitos eram rudimentares ou talvez nem existissem, era quase tudo resolvido na força bruta. A maioria das suas travessuras de criança se me apagaram da memória como se eu tivesse tido uma amnésia parcial, porém uma ficou em meu sentido indelevelmente registrada, quando os fotógrafos faziam as fotos de fim de ano ou não, diziam a clássica frase: “Olha o passarinho!” ele simplesmente também falou: “Olha o urubu!”.
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Éramos onze Uma vez disse ao meu amigo Olavo Diniz de Sales Bastos que quando ele estivesse dormindo cortaria sua vasta barba o que fez com que se afastasse de casa por diversos dias, mas quando ele voltou me explicou a razão da ausência e me pediu encarecidamente que ponderasse com meu filho, pois ele gostaria de voltar sem a ameaça de perder a famosa barba, em outra oportunidade falarei melhor do meu amigo Olavo.
PAULO VICTOR
MELICE DEOLINDA FERREIRA DE VILHENA nascida aos 11.03.1961. Em criança sempre foi muito normal como a maioria das crianças, a única particularidade que nós podemos observar é que em certas ocasiões descia a escada durante a noite, para brincar com as bonecas e isso durou bastante tempo. Hoje é casada com JARDEL NAZARENO DOS SANTOS FERREIRA, nascido aos 23/08/1958.
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Éramos onze MAURO JOSÉ FERREIRA DE VILHENA nascido aos 14/03/1962. Não casou e nem pretende, mas quando era criança interessante a maneira como entendia que as plantas podiam fornecer uma enorme variedade de frutos, tais como a mangueira daria maracujá, manga, graviola e assim por diante, brincando com fogos em certa ocasião quase incendiou uma casa vizinha, é formado em bacharelado de Ciências Contábeis pelo Centro de Estudos Universitários do Maranhão (CEUMA), pós graduado em Especialização de Ensino no terceiro Grau. Pós graduado em Especialização de Auditoria Contábil. Pós Graduado em Mestrado de Controladoria Ambiental Contábil.
MAURO (FOTO DA CARTEIRA DE RESERVSTA)
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Éramos onze TANIA SERRAT FERREIRA DE VILHENA: nascida aos 19 de Abril de 1964, nos deu trabalho desde pequena, só conseguimos sanar esse problema aos treze anos quando a levamos a São Paulo, onde operou o coração, todos pensamos tratar-se de algum defeito na válvula mitral, mas quando foi feita a operação os médicos verificaram que se tratava de um tecido adiposo impedindo o bom funcionamento da válvula, de formas que não foi necessário substituí-la, com a remoção do tecido tudo voltou ao normal; aconteceu que antes fora feito um exame conhecido na época com o nome de (cineangiocoronariografia) executado no Hospital Adventista Belém pelo Dr. Paulo Monteiro, que no momento era o cardiologista e queria operar nossa filha só quando a equipe do Dr. Zerbini viesse não sei que dia, foi quando eu resolvi levá-la para operar em São Paulo e o doutor Paulo não queria me entregar a bendita (cineangiocoronariografia) que já estava sendo solicitada do Hospital 9 de Julho, como acompanhamento do tinha sido feito aqui como exames preliminares, foi quando eu tive uma conversa pouco amistosa com o doutor Paulo e pela força de ordem do INSS, tive de volta o filme.
TÂNIA QUANDO OPEROU O CORAÇÃO
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Éramos onze Tudo isso porque ele pensava que eu não conhecia Sampa, enquanto além de eu conhecer tinha cinco irmãos lá, Tânia, é formada em Contadora pela Universidade Colégio Moderno, casou-se com ARNALDO SIMÕES COSTA, nascido aos 10/04/1963 e não teve filhos, mas em compensação nos ajudou muito enquanto era funcionária do Tribunal de Contas dos Municípios com importâncias significativas até o dia em que foi exonerada. Depois de exauridos todos os recursos de que dispúnhamos, contratamos inclusive até mesmo advogados que utilizamos nesta contenda, porém, nada conseguiram. KLEBER FERREIRA DE VILHENA: a 30 de Junho de 1969. Deu-nos bastante trabalho, gostava muito de Papagaio e Surf, passou fins de semana em Salinas acredito que praticando esses esportes, tinha umas ideias que quando a empregada perguntava de onde tinham saído, ele respondia sem cerimônia que fora daquela parte de trás, cantava também umas valsinhas indecentes onde o Peru era o móvel ou tema ensinados pelo tio Heliomar, mas um dia sumiu e depois de muita procura foi encontrado dormindo atrás do sofá cercado de cascas de frutas o que causou grande admiração, em outra oportunidade caiu de uma árvore (de pé) e passou a ter uns desmaios que pareciam com Epilepsia que sumiram ao ser operado de Fimose; a partir dessa data matriculou-se em uma Escola de Informática chamada Microlins e passou a levar a vida mais a sério. Estudou e se formou pela Faculdade do Pará - F. A P. (ESTÁCIO DE SÁ). Curso- ADMINISTRAÇÃO COM HABILITAÇÃO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO. Já respondeu até pela chefia do departamento em que trabalha na U E P A. ÁTILA FERREIRA DE VILHENA: a 04 de Janeiro de 1979. Estudou e se formou pela faculdade IDEAL em ADMINISTRAÇÃO DE SISTEMAS, especialista em Logística. Quando era criança fazia muitas perguntas, algumas sérias outras até cômicas que demonstravam uma
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Éramos onze vontade enorme de aprender, em virtude de assistir muitos fatos de inundações que eram exibidos na TV, tinha verdadeiro pavor quando chovia, uma das perguntas que não mais esqueci é essa: “Pai você conhece o Piquira?” Trata-se de um jovem, filho da senhora Aida, minha irmã de leite e respondi que sim. Outra ocasião em que escutou um casal próximo brigando, contou pra nós eu e minha esposa que no momento estávamos ausentes, que foi um Deus nos acuda. Já trabalhou em empresas como: AMBEV, GERDAU, MARTINS e ENDICON, hoje estuda programas para concursos. Depois de muitos anos encontrei entre as antiguidades que guardo um escrito que ele me havia trazido como lembrança do dia dos pais, provavelmente feito por alguém do Colégio Santa Emília, onde estudava alfabetização; vejam bem a inspiração do conteúdo: “Era isto que seu filho queria dizer!” Papai Jesus... Tenha paciência comigo. Tudo é tão difícil.. O mundo é tão grande e eu sou tão pequeno... Há tanta coisa que eu não entendo. tanta coisa que me assusta... As vezes quero parecer forte: Grito muito, brigo, atrapalho os outros... Faço barulho demais porque tenho medo. Muito medo de que se esqueçam de mim. Quero ser bom, ter afeição de todos, e nem Sempre sei bem como se consegue isso.´ É nessas ocasiões que mais preciso do seu amor da sua segurança, sua tranquilidade. Preciso ter a certeza de que ocupo um lugar
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Éramos onze importante em nossa casa e um lugar mais importante ainda no seu coração. Lutando pelo seu carinho, quantas vezes Faço o senhor zangar-se comigo. Tenha paciência e me ajude a Crescer em PAZ. “ HOMENAGEM dos alunos da Escola Sta. Emília. Em 09/08/1987. Não tenho a menor dúvida de que essa homenagem deve ter sido ofertada a todos os pais de alunos da escola, mas essa foi a que ele me ofereceu. DEUS te abençoe cresce em PAZ terás em mim um eterno amigo. Confesso que foi uma das homenagens que os filhos me ofertaram, uma das que mais me comoveu; atualmente é sargento do Exército Brasileiro.
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Éramos onze
MARIA DE LOURDES E ÁTILA VILHENA
Como filhos que têm descendentes até agora, só posso contar com DEOLINDA e KLEBER. Ela com dois rapazes uma moça: MICHEL DE VILHENA FERREIRA nascido aos 17/10/1977. Formado em Pedagogia e Psicologia. BRUNO DE VILHENA FERREIRA de 05/10/1978., casou com SAMANTA EDRINE DO ROSÁRIO, nascida
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Éramos onze aos 22/12/1980, e tiveram BRUNA EDRIINE DE SOUZA FERREIRA, nascida aos 28 de janeiro de 2010, vindo assim ao mundo a minha primeira bisneta. FERNANDA DE VILHENA FERREIRA nascida aos 27/10/1985. , gestante de uma criança do sexo masculino, que se chamará GAEL VILHENA DE FERREIRA DIAS, meu segundo bisneto, que por sinal veio ao mundo no dia 28/10/2013, durante a confecção deste livro, o tempo foi passando e a evolução se acentuando cada vez mais, ao completar o seu primeiro ano já andava e começou a falar naturalmente com o linguajar de criança repetia tudo o que falávamos, tinha uma verdadeira predileção por controle, uma das palavras que pronunciava perfeitamente. Uma das vezes em que veio brincar aqui em casa, apanhou um telefone elétrico e começou a falar: alou! alou! Então eu liguei do meu celular para o telefone que ele estava segurando, quando o telefone tocou na mão dele, se tremeu todo e ficou olhando, mas quando tocou de novo, entregou mais que de pressa para a mãe chorando copiosamente. Se eu soubesse que o assustaria, não teria feito! KLEBER FERREIRA DE VILHENA pai de apenas uma moça RAISSA ARAUJO DE VILHENA, nascida em 02/08/93, cuja mãe é MARLEY ARAUJO, psicóloga e filha Universitária, por seus méritos as adoramos muito.
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Éramos onze
KLEBER VILHENA
Assim considero encerrada, até aqui, a minha família descendente uma vez que ainda temos filhos em idade de reprodução. Quanto a minha família ascendente, tudo foi como se segue: Meu pai chamava-se SALUSTIANO GOMES DE VILHENA, nasceu em Belém aos 10/06/1893 e faleceu aos 28/03/1979, foi diretor da Orquestra Sinfônica do Pará com quem eu tive oportunidade de assistir inúmeros Espetáculos Internacionais, no Teatro da Paz, além de maestro era também um exímio alfaiate e DEOLINDA MACHADO DE VILHENA, nascida em Belém aos 30/12/1855 e falecida aos 27/10/1947, era minha mãe prendas domésticas, aplicava injeções muito bem tanto no músculo como
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Éramos onze na veia, glúteo e ventosas, além de outras habilidades. Meu avô paterno chamava-se VITO MODESTO DE VILHENA e minha avó MADALENA VILHENA, enquanto meus avós maternos AFONSO MACHADO e ALEXANDRINA DA SILVA MACHADO, os meus tios por parte de mãe foram: Curbiniano Afonso da Silva Machado (Pivide), nascido aos 08/12/1892, falecido aos 16/07/1940, Adolfo Joaquim Machado Rodrigues, nascido aos 05/09/1893 e falecido aos 21/07/1945, Manoel Afonso Machado nascido aos 28/06/1896 falecido aos 26/08/1940. Do casamento matrimonial de SALUSTIANO e DEOLIDA, foram gerados onze filhos sendo sete rapazes e quatro moças na ordem abaixo: VICTOR MODESTO DE VILHENA – (já falecido). Nascido em Belém em 01/12/1914 casou-se com Arsênia Vilhena e tiveram um filho chamado Salustiano Vilhena Neto (Louzinho), casou em segundas núpcias com Joana Gaudêncio Vilhena e teve mais dois filhos que são: Mário Victor Gaudêncio Vilhena e Katia Gaudêncio Vilhena. (reconhecida). Faleceu aos 11/03/1960, saudades. MARIO GOMES DE VILHENA – Nasceu em Belém aos 10/10/1916, faleceu aos 04/04/1955, casou-se com Ormindarina Gemaque com quem teve dois filhos, Mário Gemaque de Vilhena, nascido aos 17/11/1945 e João Gemaque de Vilhena, nascido aos 11/06/1945 e falecido aos 07/12/1974, assassinado pela própria esposa. O Mário foi assassinado pela Diana (amante) no dia 04/04/1955, paz a sua alma. O primeiro filho do Mário, formado em medicina é um rapaz muito complicado imaginem que ao me apresentar a um advogado por ocasião em que fomos tratar da possibilidade de desembaraçar a documentação da sepultura do pai, como irmão do tio, parecendo assim como se eu não fosse também seu tio, francamente!
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Éramos onze SALUSTIANO NAZARÉ DE VILHENA FILHO-. Nasceu em Belém aos14/10/1917, casou com Isaurina Moraes de Vilhena, nascida aos 30/09/1919 com quem teve dois filhos, sendo um rapaz e uma moça; Salustiano Vilhena Neto, nascido aos 30/01/1947 e Regina Moraes de Vilhena, nascida aos 07/12/1947 e falecida em 01.10.2013. Os pais faleceram nas seguintes datas: 03/02/1983 faleceu Salustiano Filho e aos 28/10/1980 faleceu Isaurina.
SALUSTIANO FILHO E DESCENDENTES
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Éramos onze
FRANCISCO MACHADO DE VILHENA – Nasceu em Belém aos22 /10/1920 e faleceu aos 13/07/2004 em Santos, São Paulo.
MARIA MAGDALENA TUPINAMBÁ DE VILHENA – (falecida em 01.12.1990). Nasceu em Belém aos 27.08.1925, casou-se com Bento Ramôa da Costa com quem teve quatro filhos a saber- Afonso Vilhena da Costa casado com Lucimar Age deixou viúva e dois filhos Afonso Costa da Costa, Nagela Costa da Costa com os filhos Lucas e Mateus respectivamente; Deolinda Lúcia Ramôa da Costa que deixou na orfandade Karem e Karime Vilhena; Ana Maria Ramôa da Costa, casada com Paulo com quem teve duas filhas - .
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Éramos onze JOSÉ ALEXANDRE TIMBÉ DE VILHENA – (falecido em 07.11.2010). Nasceu em Belém aos 16.05.1926 e só teve uma filha natural chamada Aparecida. MARIA DE NAZARÉ MACHADO DE VILHENA – (já falecida) nasceu em Belém aos 09/01/1926, casou-se com Heliomar Gonçalves de Matos com quem teve sete filhos entre moças e rapazes.
FAMÍLIA DESCENDENTE DA NAZARÉ
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Éramos onze MARIA BENEDITA MACHADO DE VILHENA – nascida aos 08/02/1928, faleceu aos 30/11/1991, casou-se com Benedito Belém de Almeida, nascido aos 09/10/1919 e falecido aos 23/10/2014, com quem teve 03 filhos sendo uma moça e dois rapazes que são: Helena Benedita Vilhena Almeida nascida aos 06/01/1949, João Vilhena Almeida nascido aos 09/06/1947 e Domingos Almeida Neto nascido aos 11/10/1945. Casou-se em segundas núpcias com Nestor Novais de Oliveira com quem teve mais 03 filhos, sendo um rapaz e duas moças: Nestor Novaes de Oliveira Junior, Lucinda Novaes de Oliveira e Lúcia Novaes de Oliveira, o rapaz casou com Regina com quem teve duas filhas, a Lucinda não sei se tem família quanto a Lúcia casou com o senhor Amauri Madureira e Silva e tem dois filhos um rapaz e uma moça.
DECENDENTES DA MARIA BENEDITA DO PRIMEIRO MATRIMÔNIO
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Éramos onze
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Éramos onze
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Éramos onze DECENDENTES DA MARIA BENEDITA DO SEGUNDO MATRIMÔNIO
JESUS NAZARENO MACHADO DE VILHENA (autor) Nasceu em Santa Maria de Belém do Grão Pará aos 29/07/1931, o meu parto foi feito pelo doutor Pedreira de Albuquerque assistido pelas parteiras Clícia e Sebastiana, o meu nome foi sugerido pela irmã Dalmásia, que no momento era a Soror da Santa Casa de Misericórdia, esse nome deve-se ao fato de eu ter nascido com problema nas fossas nasais e os médicos só me terem dado três dias de vida, a não ser que se operasse um milagre, e o milagre aconteceu, tornei-me um verdadeiro atleta haja vista que das inúmeras viagens que fiz a Marituba com a minha noiva na garupa da Bicicleta para comprar ovos de galinha caipira, não havia granjas nem supermercados em Belém; na volta de uma dessas viagens assistimos a queda e quase também caímos quando os andaimes da construção dos refletores do campo da Tuna vieram abaixo porque os torcedores simplesmente resolveram assistir a partida de lá Acredito que dos irmãos eu sou o único que casou só com uma esposa e que vivo até hoje.
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Éramos onze IGREJINHA ONDE IAMOS ORAR E NAMORAR E DOS DECENDENTES DE JESUS-MARIA
PEDRO PAULO MACHADO DE VILHENA – Único irmão vivo, nasceu aos 08/06/1933 casou-se em primeiras núpcias com GIOCONDA GIUNE com quem teve uma filha chamada Margarete Vilhena, mãe de três filhos uma senhora que tem o nome de Márcia Vilhena e mais dois rapazes, casou-se em segundas núpcias com Almerinda França e dessa união nasceram duas moças e um rapaz, Catarina Deolinda, Patrícia Vilhena e Pedro Paulo Machado de Vilhena Júnior.
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Éramos onze Esse meu irmão quando era menino fez muitas peraltices, quando quebrou o braço certa vez, aproveitava para bater nos outros com o gesso que servia para solidificar a parte quebrada. Em outra oportunidade foi vítima de Tétano por causa de uma estrepada em fêrpa de acapu, foi para Icoarací passar uns dias na Semana Santa e quando chegou de volta, nem a minha mãe o reconheceu tal era a aparência monstruosa de sua fisionomia e perguntou para Alice, que o trazia de volta “quem era aquela criança” que estava em sua companhia e ela disse que era o Pedrinho, mamãe quase desmaiou chorando, ele estava deformado pela Urticária. É provável que não tenha sido só isso, lembro que em certa ocasião quando estávamos no auge do sarampo uma amiga nossa chegou com a saia cheia de pupunhas cozidas, comemos todas as pupunhas com ela, mas eu fiquei quase cego e ele perdeu toda a visão, graças à Deus no terceiro dia como se por um milagre estava tudo sanado. Eu confesso que chorei baixinho com medo de que nós, tivéssemos sérias consequências em relação às pupunhas que tínhamos comido. Em certa ocasião foi atropelado quando voltávamos do dentista, como estava chovendo e apesar do aviso da minha mãe ele correu na frente do bonde sendo atropelado em seguida por um automóvel, que por poucos centímetros não o matou.
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Éramos onze DESCENDENTES DE PEDRO PAULO
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Éramos onze MARIA MARLENE MACHADO DE VILHENA – Nascida aos 22/01/1935, casou-se com José Maria Alves da Cunha, nascido aos 13/02/1934 com quem teve duas filhas, Glaura e Ana Paula Vilhena da Cunha nascida aos 26/07/1964 e casou com o senhor Alex Gomes Sakai nascido aos 13/02/1963 com quem teve três filhos sendo, dois rapazes e uma moça na seguinte ordem: Thiago Vilhena Sakai, nascido aos 31/12/1982, Cauã Vilhena Sakai nascido aos 09/04/1984 e Annaê Vilhena Sakai nascida aos 03/04/1986, passam todos bem. Muitas pessoas comparavam os três últimos filhos da minha ascendência, com os dois mosqueteiros que davam cobertura a mocinha que era a caçula, Marlene. Fomos mesmo um bom trio. Minha mãe faleceu aos 27/11/1945 com cinquenta e dois anos, na Santa Casa de Misericórdia, na enfermaria Santa Ludovina, eu estava com apenas dezesseis anos de idade. O meu pai morreu no Mosqueiro na casa da Nazaré onde morava o Victor praticamente nos meus braços, quantas saudades.
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Éramos onze DECENDENTES DA MARLENE
Prendo-me a partir de agora a fatos que marcaram muito as vidas de Jesus e Pedrinho que era membro da U. N. E., perseguido pela Revolução de 1964 a ponto de ser preso junto com amigos, “não cito nomes” porque tenho vergonha de alguns terem se corrompido até hoje. Inicialmente foram levados para a ilha de Cotijuba, uma prisão comumente usada para marginais.
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Éramos onze Como eles eram presos políticos, foram trazidos dentro de algum tempo para o B. I. da Polícia Militar que ficava na Rua Gaspar Viana esquina com a Av. Assís de Vasconcelos, onde ficaram em absoluta incomunicabilidade. Com a proximidade, tudo ficou mais fácil eu já era amigo do CB Pinduca que nos apresentou para o Ten. Rubens que nos ajudou a vencer essa incomunicabilidade quando fizemos diversas visitas.
PINDUCA
Naturalmente que essas visitas eram sempre noturnas e nos dias em que o Ten. Rubens estava de serviço, foi quando veio a liberdade, porém vigiada até depois de eu ter dado fuga ao meu irmão, que saiu de Belém a noite com um chapéu de palha na boleia do meu Caminhão Pato Azul, com destino ao Estreito no lado do Maranhão.
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Éramos onze Chegamos em um domingo quando já havia passado o ônibus que ia para Brasília, naquele tempo o Expresso Braga só fazia duas viagens por semana, uma no domingo e outra na quinta-feira, em virtude disso fomos para a casa do meu ajudante Ronaldo onde nos alojamos e no dia seguinte à pretexto de matarmos o tempo passamos a ir pescar em uma lagoa do Rio Tocantins, que eu já não me lembro o nome pescando e tomando pinga, quem nos abastecia desses ingredientes era um irmão mais novo do Ronaldo chamado Luiz que utilizava como transporte um cavalo, íamos em casa somente para dormir.
EU E MEU AJUDANTE
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Éramos onze Isso durou de domingo a quarta-feira, pois no outro dia seria o grande dia da viagem que nos separaria por muito tempo, até hoje quando tenho que me recordar parece que vejo tudo novamente como se o tempo não tivesse passado, mas a despedida ainda hoje me machuca nunca tínhamos tido experiência igual. Eu com o meu caminhão carregado de gado na beira da estrada com os olhos marejados de lágrimas dando adeus ao irmão mais novo, que também dava com a mão do estribo do ônibus partindo para um destino aparentemente incerto. Foi terrível eu jamais pensei que fosse assim. Depois de um certo tempo já mais refeito tomei o caminho de volta, porém remoendo os pensamentos dos últimos acontecimentos, mal eu sabia que a minha casa em Belém estava sendo vigiada vinte e quatro horas por dia e que isso me trouxe uma verdadeira noção de vitória, sim porque eles tinham muito que vigiar o meu irmão que a essa hora eu sabia que estava bem longe, pois eu o tinha posto graças à DEUS. Essa foi uma experiência que marcou tanto e que eu não desejo nem que os meus filhos venham a passar a metade do que eu passei. Só DEUS sabe, mas a vida é como um espetáculo, nem que o palhaço morra tem que continuar! Estou tendo enorme dificuldade para escrever este livro, não pensei que fosse tão difícil coletar tantos assuntos no seio da minha própria família, mas com certeza não perderei o estímulo e sigo em frente por mais obstáculos que tenha de enfrentar, pois esta será a última das metas a que o homem deve se propor durante a vida, e graças a DEUS quanto a ter um filho já tive seis, plantei muitas árvores estou escrevendo um livro. Fatos curiosos como de meu tio Justino e minha tia Amélia, nos deixam boquiabertos (Eu e Pedrinho) que tí-
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Éramos onze nhamos feito uma viagem que começou em Belém onde apanhamos o trem e fomos até Santa Izabel de onde nos acomodamos em “cassuás” até o município de Santo Antônio do Tauá, seguindo em uma estrada muito ruim e depois passamos a trilhar em caminho de roça até o igarapé do Prego, fim da viagem. Fizeram parte dessa viagem: Eu, Pedrinho, Marlene, Mário provavelmente Francisco e Mamãe que por pesar mais de 100 quilos, fez os percursos de ida e volta entre Santa Izabel – Prego a pés, mais ou menos 03 peões nos acompanharam nessa empreitada. Quando chegamos fomos surpreendidos com um verdadeiro oásis, era mais ou menos uma pequena colina onde podíamos ver na margem de um açude ladeado por um casarão, que dava os fundos para o referido açude que, tinha como principal função a de movimentar uma grande serraria situada um pouco mais abaixo movida com uma enorme roda d’água, isso tudo pelo lado esquerdo. Pelo lado direito como se formando uma praça, ficava o complexo de casas de todos os peões, funcionários da serraria e os estábulos dos animais. E o mais incrível disso tudo é que esse casal de tios meus, tempos depois saiu em uma viagem para Portugal e não voltou mais ao Brasil, abandonando todo o patrimônio ao DEUS DARÁ. Nunca mais tivemos notícias do que houve com eles e nem do que ficou aqui. Parece um sonho, só ficaram as recordações. Quando eu me entendi por gente muitas coisas eram diferentes, por exemplo, o rádio estava engatinhando a geladeira também, não havia fogão a gás só cozinhávamos com lenha que eram vendidas em achas onde predominava a Marachimbé, tempos depois apareceram os fogões a
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Éramos onze querosene das marcas Rei e Heidenia, mas mesmo a lenha já havia os fogões Dako, não havia leite em pó tomávamos leite Moça Leite ou de vaca, muitos eram os Chás; Tv nem se falava, a não ser nas aventuras de Flash Gordon, um herói das historias em quadrinho com predominância do Gibi. Os ovos mais consumidos eram os de galinha caipira, pois não havia Granjas. Depois de certo tempo apareceram os primeiros ovos de granjas experimentais da raça Legorne, que eram galinhas bem brancas providas de cristas bem vermelhas, em seguida apareceram as de raça Rhode que eram cor de tijolo e os ovos marrons bem claros quase vermelhos, ambos lançados por uma granja experimental do Estado chamada S. A. G. R. I., mas as coisas eram menos difíceis que hoje com toda essa modernidade. A bem da verdade tivemos momentos cruciais como é o caso da segunda grande guerra, em que os navios da marinha mercante eram torpedeados quase todos os meses em toda costa brasileira, como foi o caso do Navio Antonico que saiu de Belém e foi torpedeado próximo de Salinas, onde muitos paraenses morreram; o Navio Baependí que levava entre a sua carga um parque de diversões que se exibia durante a festa de Nazaré aqui em nossa capital, assim como outros que eu só lembro os nomes Itaimbé, Itaquicé etc, que foram lembrados em uma música com o título “Tomei um ita no norte”. Os primeiros helicópteros apareceram na segunda grande Guerra, transportavam só o piloto e eram chamados de “Auto Giro”. Por muitas vezes eu vi passarem por cima da casa em que eu morava, aviões que chegavam do Front todos furados das balas dos componentes do Eixo, composto de Alemanha, Japão e Itália mas só no entanto o Japão, talvez por ter demonstrado mais aguerrido nas batalhas foi bombardeado pelos EE.UU. com duas Bombas Atômicas lançadas sobre Nagasaki e Hiroshima respectiva-
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Éramos onze mente, foi um assombro, uma carnificina, mas assustou o Eixo todo. Começava assim o fim da Guerra. O avião que lançou as duas Bombas Atômicas chamava-se “Enola Gai”, que causou um grande assombro. Acredito que ninguém pudesse imaginar que os EE.UU fosse capaz de tamanha crueldade, mas aconteceu e só parece que tinham medo do inimigo, diga-se de passagem que eram tão perigosos a ponto de seus aviões serem abastecidos com combustível só para vinda, suas “naceles” eram previamente trancadas por fora com cadeado para tirar-lhes qualquer possibilidade de retorno. Ainda dizem nas redes sociais que a última grande guerra foi mais ou menos uma brincadeira, falem o que quiserem mas a coisa foi feia. Eu poderia ter me estendido bem mais, mas chega de guerra. Passarei agora a relatar coisas mais ou menos pitorescas ocorridas no seio da minha família ascendente, sem no entanto publicar particularidades pois não é esse o meu objetivo. Obedecendo a ordem cronológica, tudo foi assim; O Vitor meu irmão mais velho, era um tremendo mulherengo, muito bem parecido gostava tanto de se apresentar bem como gostava de perfumes entre os quais, o Royal Bryar nacional e o argentino Rayto de Luna, que eu creio já não existirem, fazia parte do Bloco dos Vinte com mais dezenove amigos que bebiam com muita decência. Porém, em certo carnaval quando o prefeito de Belém era o senhor Alcindo Cacela, o Bloco dos Vinte saiu em carro alegórico em cima de um caminhão cuja alegoria era uma burra e o cordão chamado de “Mama na Burra”, e cantavam assim: Mamãe eu quero Mamãe eu quero Mamãe eu quero mamar
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Éramos onze Dá a chupeta dá a chupeta Dá a chupeta pro BB não chorar II Mamãe eu quero Mamãe eu quero mamaaaar Dá a chupeta Dá a chupeta Dá a chupeta Se o Cacéla deixaaaaaaar. Isso foi só uma das brincadeiras que o Victor fez com o “bloco dos vinte”, foram diversas, e o mais prejudicado era sempre o Rafael apelidado de “barba de paca” entre os componentes do referido “bloco”, do qual fazia parte. O meu irmão era formado como Perito Contador pela Fenix Cacheiral Paraense, tradicional escola regional e eu já nem sei ao que essa função se equivale hoje. Outras particularidades que o Victor tinha eram: gostava muito de Sal de Frutas Eno e para que não provassem sua comida, adicionava Emulsão de Scott de um sabor intragável.
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Éramos onze
VICTOR
A quitação Militar foi realizada em uma repartição do Exército chamada Tiro 14. Um certo fim de semana o Afonsinho, neto da Madá, encheu tanto a nossa paciência que o Victor pegou-o pelas pernas e mergulhou umas três vezes em um tambor que servia para aparar água da chuva que estava cheio, ao que parece foi um santo remédio para acabar com o enjoo do menino, para terminar fico por aqui com as peripécias do Victor. Sim, antes que eu esqueça uma vez nós estavamos tomando banho em um igarapé que ficava no terreno do Victor e pegamos um peixinho, imediatamente levamos para o aquário, só havia ele no dia seguinte. Era uma piranha!
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Éramos onze O meu irmão Mário era um temperamental por excelência, muitas e muitas vezes se fingia de aleijado e chegava em casa arremedando defeitos horrorosos que começava a demonstrar desde que descia do ônibus, a ponto de certos conhecidos nossos lamentarem quando viam e comentavam com a minha mãe. Em certas ocasiões chegava e começava a dançar com a minha irmã Nazaré, em outras chegava em casa não falava com ninguém e reduzia o volume do rádio mais ou menos a zero. Muitas vezes eu percebi o choro velado de minha mãe, porém ainda era muito novo. Tinha um grande amigo na rua de casa chamado Antonio Barros, era também formado em Guarda-livros pela Fenix e depois tornou-se Despachante Estadual. A quitação Militar foi através do Tiro 14 que ficava na Av. Assis de Vasconcelos. Quanto ao meu irmão Mário, que como bom escoteiro, (quase todos fomos escoteiros em minha família ascendente), não tanto quanto o Victor gostava de mulheres, infelizmente uma tirou-lhe a vida.
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Éramos onze
MÁRIO
Nunca bebeu e nem fumou o que era quase um regime de todos nós por causa do ESCOTISMO. Quase todos fomos Escoteiros ou Bandeirantes. Apitava jogos de futebol autorizado pela Federação de onde era árbitro, e uma vez quando apitou uma partida em Icorací, ao chegar na casa em que vivia com a Diana deixou a arma em cima de um guarda-roupas, de onde ela apanhou e desferiu dois tiros nele, pensando que ele tinha vindo da farra foi esse o triste fim do Mário. Paz a sua alma. Depois de um mês do assassinato do Mário uma ex namorada chamada Nazaré Protásio, avisou a mamãe que na casa dela ficara esquecida uma Bicicleta do meu irmão e fui apanha-la, era uma Dedion Buton francesa que usei por muito tempo. Triste recordação.
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Éramos onze O meu terceiro irmão foi tudo o que se pode chamar sem constrangimento de “Infant Terrible! Aprontou muitas e boas desde bem pequeno. É surpreendente e até cômico o que passo a narrar daqui por diante. Ainda bem menino tomou por parceiro um contemporâneo chamado Renato (esta amizade durou toda a vida), mas um dia se desentenderam porque ele achava que o Renato era mais franzino por não passar bem, conclusão comeram toda a comida da casa do Renato enquanto a mãe estava ausente, quando a dona Isaura chegou foi aquele bafafá, mas ela e a senhora Bolonha quebraram o galho, com açaí e pirarucu. Essa dupla deu o que falar, imaginem que nessa altura a companhia das águas (atual cosanpa) importava as tubulações que vinham com uma proteção de gesso nas partes em que havia rosca, naturalmente quão maior era o diâmetro do tubo maior era o diâmetro dos protetores, pois eles aproveitavam esses protetores para servirem de roda em uns pequenos carros que faziam, para coqueluche da molecada, o carro tinha na parte traseira um truck fixo com duas rodas e na frente um truck móvel que servia de direção, não precisa dizer que foram inúmeros os acidentes provocados por essa geringonça. Um certo dia minha mãe ao chegar do Mercado de Santa Luzia encontrou o Santo Inácio vestido de escoteiro, para dar quedas nos outros eles amarravam um capim no outro e com isso faziam o que eles chamavam de arapuca e derrubaram muita gente, inclusive uma preta velha que chamávamos de Tia Agostinha que apelidou o meu irmão de Salú Bandalheira. Na baixa da rua em que nós morávamos e que eu peço encarecidamente que espalhem minhas cinzas, havia o que se pode chamar de campo de futebol que formou vários jogadores famosos como é o caso de 70 e Amorim da primeira divisão; e quase todos fizemos parte dessa bola, inclusive os
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Éramos onze Carril descendentes da família do senhor Eulógio Blanco Carril que em certa ocasião cortou e furou uma bola com que os meninos se divertiam, só porque a bola tinha caído em seu terreno onde ele cultivava uma pequena horta que provocava nele um certo “ciúme” e prevenção contra a brincadeira, é bom que se diga morava um pouco afastado do campo de bola, mas assumiu essa atitude. Como represália o Tétia (nome caseiro) se reuniu com os componentes do time, inclusive os parentes do senhor Eulógio e todos defecaram em papel grosso depois colocaram em uma caixa onde o padeiro colocava os pães que seriam consumidos no dia seguinte; acho desnecessário narrar o que aconteceu depois. Em certa feita o meu irmão se meteu à compositor, vejam o que aconteceu na tal poesia:
No cú da mãe tem pílulas Tem pílulas tem pílulas Eu meto o dedo e tiro-las e tiro-las E tiro-las ll No cú do pai tem cápsulas Tem cápsulas tem cápsula Eu meto o dedo e ráspo-las E ráspo-las e raspo-las. Minha mãe, assim como tinha velhas amigas também tinha amigas muito mais velhas como. é o caso da Joana a quem tratávamos por Jojó que um dia apareceu em nossa casa trazendo com ela uma outra idosa que se dizia cearense e chamar-se Maria de Alencar, neta do poeta José de Alencar que sabendo das habilidades da minha mãe, pediu para
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Éramos onze que ela fosse sua procuradora pois recebia uma pensão do governo do Ceará e ela devido a idade sentia dificuldade de receber, proposta aceita, mal a minha mãe sabia da dor de cabeça em que estava se metendo, esta senhora era apelidada de Maria Bacalhau o que a irritava muito de formas que toda vez que a apelidavam na rua ia bater em casa. Um dia minha mãe lhe disse que era procuradora para ajudá-la no recebimento, não para assumir os problemas dela na rua e quis devolver a procuração o que a fez pedir desculpas, sempre se dizendo espiritista um dia convidou muitas pessoas para na casa dela a noite assistirem o aparecimento de uma virgem na tocha da lamparina, o Salustiano também foi e quando ela estava mostrando os detalhes da santa como ele não viu nada apagou a lamparina com um sopro, ficou tudo no escuro pisaram em um cachorro que por isso mordeu quantos podia, quiseram sair todos ao mesmo tempo e quase derrubaram a casinha velha, essa foi mais um das artimanhas do Salú. Esse foi o resultado da famosa composição. Sempre foi Escoteiro, nunca fumou nem bebeu, no entanto morreu de, “cirrose”, caprichosamente. Porém antes de morrer me pediu que o levasse em meu Caminhão Pato Azul em um Acampamento nos alojamentos da C. I. B em Goiás, onde outro irmão nosso era o Engenheiro chefe, José Alexandre Timbé de Vilhena, esta viagem foi financiada pelo Ministério da Educação na pessoa do então ministro Jarbas Passarinho muito amigo do Salustiano, não podíamos levar nada que dependesse de refrigeração, mas levamos até projetor de Cinema, foi uma festa para os oitenta e um escoteiros que conseguimos acomodar na carroceria do caminhão. Fizemos exibições de filmes variados em todas as cidades em que pernoitamos inclusive com filmes que mostravam a construção da Estrada, naturalmente que a polícia era avisada e chegou mesmo a assistir certas projeções, quanto as popula-
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Éramos onze ções compareciam em peso e talvez tenha sido a única oportunidade em que assistiram Cinema; muita cena cômica aconteceu naquela aventura que eu acho desnecessário de entrar em narração por tratarem-se de pequenas ocorrências. No único fim de semana que passamos no ribeirão Corda, fomos convidados pela Construtora Jorge Iunes, mais conhecida como construtora do Gaúcho, estabelecida em Araguaína mais precisamente no rio Lontras para uma partida de Futebol, pois também tínhamos um bom time entre os escoteiros, que toparam logo. Todas as despesas ficariam por conta da Construtora que constava em suas instalações com uma piscina Olímpica, onde nos deliciamos no domingo inteiro, até na hora do jogo que terminou empatado em 2x2, demos uma Flâmula dos escoteiros e ganhamos uma bandeira do estado de Goiás em tamanho oficial. Em mais dois dias retornamos a Icorací e esse foi mais um dos muitos Acampamentos que o Chefe Salú fez com o seu grupo de Escoteiros do Mar. Sim, ele tinha se tornado Chefe dos Escoteiros do Mar, em Icorací, e por causa disso fez inúmeros acampamentos o que lhe custou ser homenageado cedendo seu nome a uma das ruas do município de São João de Pirabas, por decreto municipal, em honra ao mérito. Quem poderá julgar esse menino peralta, que já depois de casado aconselhava o meu filho Mauro, para que tivesse cuidado para não deixar cair uma folha de Malvarísco nos olhos, bem graúdos, essa é a história de um menino travesso que segundo as minhas pesquisas o mais possível detalhadas, que se tornou Chefe de Escoteiros em Icoaraci. Até hoje quando eu olho para o meu tornozelo esquerdo e vejo uma cicatriz que me lembra dele muito apavorado me pedindo, que não dissesse a ninguém que se tratava de um descuido ao passear com ele na garupa da bicicleta, apesar de eu estar de bota o machucado foi grande.
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Éramos onze Já o meu quarto irmão chamado de Francisco de Paula Machado de Vilhena era muito calmo, educado, formado em Inglês e Eletrônica, que no nosso tempo só cobria a parte de Rádio e som. Meticuloso ao extremo gostava muito de pensar, foi funcionário da Texaco do Brasil e recebeu a Estrela de Ouro aos 25 anos de serviço. Formou uma pequena família, de forma que eu tenho uma foto que ele tirou com uma neta que eu ainda não conheço. Isso demonstrou uma grande consideração que eu acho que retribui mandando pra ele o prontuário do DETRAN, para que ele pudesse regularizar a situação junto ao DST, em S. Paulo e sem que ele soubesse, fiz mais pensando nos favores que acho que já não lembrava que tinha financiado o meu curso Secundário, mandou-me em agradecimento um abridor de cerveja e um cartão de agradecimento, esse objeto tinha o formato de uma cabeça de cavalo cravejado com pedras de fantasia, que dei ao meu filho Kleber. O Doya como era conhecido na intimidade, foi vítima de uma moléstia contraída não sei como e onde, que os médicos não quiseram operar porque a idade não permitia sob pena de perder a vida na operação, com isso ele viveu até quando os pulmões encheram totalmente de sangue e não deram mais condição de respirar, doença estranha e maligna. DEUS ajude com que ele tenha tido calma, mas que foi horrível, nem se discute. Paz a sua alma! Quanto a minha quinta irmã, dá para se perceber de início trata-se de uma moça chamada Maria Magdalena Machado de Vilhena, estudou no colégio Gentil Bittencourt e muito provavelmente por causa disso era metida a superior, atitude muito contestada em nossa família, de poucas prendas domésticas era mais vaidosa do que prendada educação boa que foi dada em casa pelos meus pais, instrução excelente pois estudou o Curso primário e o Secundário, na instituição em que já foi mencionada.
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Éramos onze Em certa ocasião que se referia ao Brasil quanto a que seria uma nação jovem, eu tive que falar que se todos os brasileiros fizessem como ela, o Brasil jamais deixaria de ser jovem e que eu terminava por mais velho do que ela, mesmo sendo ela a quinta dos irmãos e eu o nono. Era realmente muito vaidosa a ponto de diminuir a idade em muitos anos, mas tinha uma virtude gostava de ajudar aos outros, exigiu ser sepultada como se fosse a um casamento. Paz à sua alma.
MADÁ
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Éramos onze O meu sexto irmão chamava-se José Alexandre Timbé de Vilhena. Aos oito meses de idade foi acometido por meningite e por mais que o meu pai fizesse, mandando buscar na Alemanha um aparelho que ao rodar-se uma pequena “manícula” aplicava choques elétricos em diversas voltagens de nada disso adiantou e o meu irmão ficou com a perna esquerda bem defeituosa. Nós pensávamos que com o passar dos anos ele talvez se locomovesse com muletas, ledo engano, com o passar dos anos ele começou a sentar, ia ao cinema com o auxilio dos irmãos e mesmo manquitolando começou a jogar futebol e começou a andar sozinho mesmo que se apoiando com a mão na perna doente, passou a estudar chegando a ser aluno do Paz de Carvalho no curso de pré-Engenharia o que lhe proporcionou certos conhecimentos a ponto de confeccionar um aparelho um tanto rudimentar, mas que funcionou satisfatoriamente para os seus movimentos, Quando se formou em engenharia aperfeiçoou o aparelho, guiava carro muito bem em longas distancias como São Paulo/Belém e vice versa. Trabalhou em diversas firmas antes de se formar, Eljácio Luz foi uma das que me lembro, depois de formado passou muitos anos no D. N. E. R., quando foi para a RODOBRAS, me convidou para trabalharmos e trabalhamos 16 anos juntos antes que a revolução chegasse e ele fosse embora para são Paulo Quando esteve em Belém já em cadeira de rodas pela última vez e que todos se reuniam para leva-lo a algum lugar, só lembrei os tempos de infância em que os irmãos se reuniam para leva-lo ao cinema, fiquei calado lembrando que quando jovem, só usava as fraldas da camisa por cima das caças por esse motivo mamãe o chamava de Magarefe comparando-o com os funcionários do matadouro (antigo curro) do Maguari que se apresentavam assim em seus uniformes, isso caiu no domínio público já como o apelido de Magarefa até hoje.
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Éramos onze Que DEUS o tenha em paz.
TIMBÉ
Como o sétimo irmão apresento uma moça de nome Maria de Nazaré Machado de Vilhena, nascida em Belém aos 09/01/1926/ e falecida aos 24/04/2005, muito corajosa a ponto de um dia ter visto certa ocasião um rato comendo farinha dentro da farinheira, jogou um guardanapo em cima e tentou pegar o rato com as mãos naturalmente foi mordida, depois de quase perder a vida dando muito trabalho a meus pais após enorme tratamento foi salva pelo Dr. Davi Gabai, casou-se com Heliomar Gonçalves de Matos, nascido aos 06/02/1922 e falecido aos17/01/2006, com quem teve sete filhos entre moças e rapazes que são:
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Éramos onze Francisco Vilhena Gonçalves de Matos, nascido a 01/05/1943, casou com Maria Piedade Neta e tiveram três filhos, sendo duas moças e um rapaz, a mais velha se chamou Keila Matos, o segundo um rapaz Sandro Matos e a terceira Karla Matos. Das segundas núpcias com Margarete Fonseca, mais dois filhos sendo uma moça e um rapaz Kelly e Franquilino. Albemar Vilhena Gonçalves de Matos, nascido aos 30/07/1944 aos 28/02/1968 casou com Maria de Nazaré Souza Gurjão, nascida aos 13/03/1945, e tiveram dois filhos do sexo masculino como sejam: Carlos Elighton Gurjão de Matos nascido aos 03/04/1971, Marco Aurélio Gurjão de Matos nascido aos 27/09/1974 ambos casados. Casou em segundas núpcias, com Ieda e teve duas filhas Élen e Luana, ambas casadas. Helecina Vilhena Gonçalves de Matos, nascida aos 16/09/1945, casou com Rivaldo Diniz e tiveram um filho e duas filhas a saber: Denis Matos Diniz, Daniele Matos Diniz e Alessandra atos Diniz. Heliomar Gonçalves de Matos Filho, nascido aos 25/07/1948, casou com Clelia Lucia Botelho de Matos nascida aos 09/091953 e tiveram três filhos entre rapazes e moça: Heliomar Gonçalves de Matos Neto nascido aos 23/09/1975,formou em medicina faleceu aos 03/02/2013, deixando viúva e filho; Luciana Botelho de Matos nascida aos 11/07/1977 e Gustavo Botelho de Matos nascido aos 15/11/1980 formou em advocacia e mora atualmente em Altamira com esposa e filho. Gerson Vilhena Gonçalves de Matos, nascido aos 28/09/1950 casou com Ozete Diniz Matos e tiveram três filhas que são: Andréa Diniz Matos, nascida aos 27/03, Izabele Diniz Matos nascida aos 09//06 e Caroline Diniz Matos nascida aos 05/01.
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Éramos onze Elizabeth Vilhena Gonçalves de Matos, nascida aos 14/06/1953 casou com Antônio Tadeu Campos formada em medicina e não tiveram filhos. Josué Vilhena Gonçalves de Matos, nascido aos 11/02/1961 casou com Beatriz Matos e tiveram três filhos sendo um rapaz e duas moças nascidas em 30/11 Esta irmã se identificou muito comigo por diversos motivos, a partir de que sempre fomos vizinhos todo o tempo, eu costumava chama-la de pacificadora até que um dia cheguei a sua casa quando tivemos uma conversa onde ela me contou que um parente colocou-a em verdadeiro ultimato sobre um assunto que ela jamais admitiria não fosse o que estava sendo imposto e para evitar um problema na família, se submeteu depois de muitas e copiosas lágrimas, o tempo passou a pessoa quebrou cara e nem por isso ela se vangloriou. Era mesmo uma pacificadora nata, ao apurar qualquer assunto não procurava culpado queria saber para onde estava a razão. Em muitas outras coisas me identifiquei muito com essa irmã tínhamos uma verdadeira confiança que nos permitia certos votos de confiabilidade a ponto de integrarmos nossas duas famílias como se fosse uma só. Certa ocasião um dos filhos dela que hoje em dia é pastor e advogado, ainda menor, quis fazer uma viagem em meu caminhão e ela consentiu imediatamente, esse jovem atualmente é o pastor Gerson Matos. Outro com quem aconteceu um caso pitoresco foi o pastor Josué Matos que ao imitar um operário que estava trabalhando, colocou alguns pregos na boca como fazia o referido homem acidentalmente engoliu “um”, e depois de raios-x de marchas e contra marchas o Dr. Mesquita deu um prazo de três dias para opera-lo caso o laxante que havia receitado não fizesse o efeito desejado, e ao terceiro dia o bendito prego foi expelido pelo ânus.
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Éramos onze Quando o Joca (apelido de criança) chegava em minha casa anunciava que tinha vindo passar uns dias e imediatamente tirava os calçados e queria tomar açaí. Em uma das muitas viagens que fiz ao sul do Brasil, eu resolvi fazer uma visita ao Pedrinho que a essa altura morava no Edifício Gaudio em São Vicente e encontrei o Costa, o Heliomar e naturalmente o Pedrinho, avisando que o Joca já tinha até apanhado uns catiripapos da Nazaré, porque onde ele estava não havia quintal, quarto ou quinto andar do edifício. Outra com quem eu me identifico trata-se de uma moça a Dra. Elizabete Matos, médica ginecologista, me orienta bem quanto aos medicamentos que me consegue ou receita, trata-me principescamente e é uma dama, e Tadeu seu esposo é um perfeito cavalheiro, essa minha sobrinha quando era menina tinha um estranho hábito, comia e tomava qualquer medicamento que encontrava pela frente, acredito que estivesse adivinhando que iria ser médica. Na juventude justamente quando estava estudando medicina ficava aborrecida de tanto escutar um Sabiá que cantava insistentemente na oficina do Chico da Pavuna, quando esqueciam a luz ligada durante a noite, quando estava aprendendo a guiar ao invés de usar a buzina falava em tom normal que o cachorro na rua se desviasse do carro e quando o sinal se fechava muito em cima, pedia que a irmã ao lado se segurasse porque ela ia passar. Outro filho da Nazaré que se identificou muito comigo foi o Albemar Matos, (mais conhecido na intimidade como (Bema) fez uma viagem comigo para Nanuque ou melhor Posto da Mata na Baia, onde fomos entregar uma F-75 da Ford que havia sido reformada em Belém.
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BEMA NO CUPINZEIRO
O Bema arranjou logo um amigo universitário chamado Nilson que viajaria conosco até o Rio de Janeiro onde se encontraria com a família, saímos de Belém eu, o Bema e o Nilson e quando chegou no Acampamento da C. I. B. do Ribeirão Corda embarcou mais um que iria na viagem na condição de ajudante, o Mazarope, era época de inverno e como se em uma aventura até fomos rebocados por jutas de bois em Goiás,
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PEDRA DO NAVIO
Quando passamos de Goiás e alcançamos o asfalto fomos direto de Anápolis a Brasília, ainda em construção onde chegamos justamente na terça-feira de carnaval e fiz muitas fotografias, no dia seguinte viajamos para Posse já no Rio de Janeiro, no dia seguinte subimos a serra de Petrópolis, as coisas desagradáveis que presenciamos durante esse percurso faço questão de omiti-las porque muitas fogem aos propósitos desse livro, mesmo porque o nosso objetivo se prende mais na aventur. Estava quase terminada a viagem para o nosso amigo Nilson, quando vim a saber que o referido rapaz, era irmão de ex namorado de uma amiga Lúcia Loureiro, que dia e meio depois desembarcava em casa no bairro de Cubango em Niterói, e nunca mais o vi. Seguimos viagem rumo ao Espírito Santo, de Vitória fomos para Cachoeiro do Itapemirím, passamos em Colatina e dormimos em Nanuque, encerramos a viagem em Posto da Mata no dia seguinte, já na Bahia.
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Éramos onze BRASÍLIA EM CONSTRUÇÃO
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Éramos onze
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Éramos onze Quando regressei de uma das muitas viagens que realizei fiquei sabendo que a Nazaré queria falar comigo, fui até a sua casa e ela me pediu que encontrasse em Goiás, mais precisamente em Nova Colina, uma senhora dona Marcolina que era missionária protestante e trouxesse o seu endereço e a maneira de se comunicar com ela, na próxima viagem consegui tudo como ela queria. Esta viagem foi uma aventura, inesquecível, basta dizer que Posto da Mata estava situada em uma região em que se encontravam as divisas dos estados de Minas Gerais - E. Santo e Bahia. Não vou narrar o retorno tudo foi de ônibus Colatina-Rio-Belém. Nenhum outro filho da Nazaré teve tantas afinidades comigo como os que eu já citei, mas uma vez todos que estavam no Mosqueiro queriam comer um carneiro que estava em Belém então ela me telefonou pedindo que eu levasse o carneiro, o que eu aquiesci de pronto, chegando lá me pediram para levar para ser abatido no matadouro eu fui, depois me pediram para apanhá-lo eu fui e no final das contas eu não comi do carneiro apesar das promessas de que um pedaço seria meu KKKKKKKKKKKKKKKK, ninguém se lembrou de mim. Percebi agora que estou sendo injusto com um dos filhos da Nazaré, trata-se do Heliomarzinho mais conhecido na intimidade por “Nenê”, muito bem humorado, chegou mesmo a ser Agente da Policia Federal e animava qualquer ambiente em que se encontrasse, muito bom rapaz e me sinto bem em sua companhia, o nome verdadeiro é Heliomar Gonçalves Filho. Como oitavo na ordem dos irmãos trata-se de uma moça, Maria Benedita Machado de Vilhena, muito extrovertida nos tempos de menina o que lhe rendeu certos cognomes no seio da família, não mencionarei nenhum porque
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Éramos onze como já disse antes, não é esse o propósito do que escrevo. Casou em primeiras núpcias com Benedito Belém de Almeida com quem teve três filhos sendo uma moça e dois rapazes, Helena, João e Domingos e em segundas núpcias com Nestor Novaes de Oliveira, com quem teve também três filhos sendo duas moças e um rapaz que são na ordem seguinte: Lucinda Nazaré de Oliveira nascida aos 02/10/1954, e sei que vive agora em São José do Rio Preto. Nestor Novaes de Oliveira Jr. nascido aos 06/07/1960/, casou com Regina Freire com quem teve duas filhas, Regiane Freire de Oliveira nascida aos 18/08/1989/ e Cristiane Freire de Oliveira, nascida aos 11/03/99/. Lúcia Nazaré de Oliveira, nascida aos 10/07/1959/, casou com Amauri Madureira e Silva nascido aos 22/08//1958, tiveram um casal de filhos, Amauri Madureira Jr. nascido aos 11/10/1989/, Marise Madureira Jorge que teve trigêmeos e são: Marcelo Madureira Jorge nascido aos 21/04/2007/, assim como Lais Madureira Jorge e Laura Madureira Jorge. Dos descendentes da Néca eu dou notícias categóricas da Regina e do Benoca em Bragança, com quem eu falo vez por outra no telefone, quanto aos rapazes não os vejo há bastante tempo, tanto o João como o Domingos. O nono na ordem cronológica dos irmãos, Jesus Nazareno Machado de Vilhena fui eu, e também um divisor de águas o que pude confirmar ao servir a Aeronáutica onde o meu nome de guerra era Vilhena que eu mudei para Machado, uma vez que outro soldado também tinha o nome de guerra Vilhena, em pouco tempo descobri, tratar-se de um meio irmão, que na realidade podia usar o Vilhena mas não podia usar Machado que era o meu sobrenome por parte de mãe. Fui com meu pai e sem ter para onde correr, assumiu que era filho dele, naquele tempo chamado de “filho adulterino” pelo próprio poder judiciário, assim todos ficaram sabendo quando começou a orquestração da infidelidade do meu Pai, mas ele era maestro.
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Éramos onze Perdi minha mãe aos 16 anos, mais exatamente no dia 27/10/1945, portanto dois anos antes de entrar para a Aeronáutica. Então eu pensei bastante na vida e conclui, que eu só me casaria com uma moça para viver com ela a vida inteira, pois eu era dos irmãos o último solteiro e pedi à DEUS que só me deixasse casar para viver o resto dos meus dias com a família e fui atendido. Tal foi a decepção que tive com meu pai. A vida me proporcionou uma mudança de mais ou menos trezentos e sessenta graus e no fim, perdoá-lo. A minha juventude foi, como se diz em português (vulgar), uma barra, perdi minha mãe muito cedo e morava com ela. Se lembrar de mais assunto incluo. Ao sair da Aeronáutica fiz um concurso no S E S P fui aprovado e fiz o Curso em Igarapé Açu, no período de 21/06/1954 a 30/08/1954, ano em que o presidente Getúlio Dorneles Vargas se suicidou, mais exatamente no dia 24/08 do mesmo ano que enlutou a nação por uma semana razão por que não houve a nossa festa de Colação apesar de estarmos apalavrados com a Orquestra da Rádio Marajoara não houve festa, nossa comemoração foi reduzida a simples mesas de frios e salgados, nem música houve. Em meados do mês seguinte viajei para Abaetetuba com o propósito de assumir minhas funções lá, uma vez que fora o segundo colocado na ordem dos destacados no curso do S. E. S. P.. De início Abaetetuba estava comemorando um congresso de saúde que lhe conferia a condição de “Cidade Saúde”, em todo mundo. Passadas as comemorações assumi definitivamente minhas funções, enquanto era diretor o doutor Alírio Macêdo Filho. Viajei com o doutor Trindade durante trinta e dois dias, na Lancha Carlos Chagas, fazendo vacinação no interior de Abaetetuba, Vila Maiautá e Rio Vilhena divisa de
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Éramos onze Cametá. Depois de um ano e meio passei a fazer Inquéritos Sanitários em: Igarapé-Mirí, Vila Maiuatá e Mojú, quando fui transferido para Igarapé-Mirí onde passei aproximadamente um ano e voltei para Abaetetuba, a essa altura já podia me considerar e com muito orgulho um verdadeiro SESPIANO e não queria casar com moça do interior porque já gostava de alguém na capital, depois voltei para Belém por causa de uma moça que queria casar comigo de qualquer maneira. Trabalhei na Companhia Química Rhodia Brasileira, por mais ou menos dois anos e fui trabalhar no Laboratório Químicos e Farmacêuticos Roche por dois anos, quando fui convidado pelo meu irmão José Timbé e trabalhamos durante vinte anos, onde dez foi como caminhoneiro, bons tempos, foi nessa época em que a minha sogra faleceu e eu fiquei trabalhando de caminhoneiro só em Belém. Foi no período de caminhoneiro que o senhor Gumercindo Milhomen me pediu que como eu ia para Gameleira, fosse portador da Carta de Autonomia criando assim o Município de João Lisboa em lugar de Gameleira. No período em que trabalhei como caminhoneiro diversas pessoas fizeram propostas graciosas para se tornarem meus sócios, mas não tinham caminhão, pensavam que o frete seria grátis, como se eles fossem meus sócios, uma vez que o meu carro já estava pago, enquanto eles não ajudaram a pagá-lo. Essas condições me apareceram muitas vezes, mas quando eu dizia que cobraria o frete simplesmente sumiam. Esse foi o período em que mais me ausentei dos meus filhos, dou muitas graças a esposa que me acompanha até hoje e enfrentou ombro a ombro essa situação comigo, como uma verdadeira HEROÍNA, que terá sempre o meu reconhecimento.
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Éramos onze Sobre o meu décimo irmão PEDRO PAULO MACHADO DE VILHENA, cito com certo destaque porque é o meu parceiro da vida toda, pois dos onze que restamos só nós dois. Como antes já falei casou-se com Gioconda Giune com quem teve uma filha de nome Margareth Rose Vilhena da Silva, nascida aos 22/01/1952/, casada com o médico pediatra Macrino da Silva Filho, nascido aos 31//12/1949, dessa união nasceram: Márcia Vilhena da Silva Ribeiro, odontóloga e fonoaudióloga, nascida aos 04/08/1973, casada com Carlos Alberto Amaral Ribeiro, nascido aos 29/06/1972, não tiveram filhos. Macrino da Silva Neto, pediatra nascido aos 08/12/1975, casado com Vanessa, fonoaudióloga, nascida aos 11/07/1975, sem informação se tiveram filhos. Marcelo Vilhena da Silva, nascido aos 22/01/1979, odontólogo casado com Ana Célia Lobo Silva, advogada nascida aos 16/11/1979, não sei se tiveram filhos. Em segundas núpcias, casou-se com Almerinda de França Vilhena, com quem teve três filhos, sendo duas moças e um rapaz, ela nascida a 01/06//1930 em Belém faleceu em Santos-SP, aos 15/04/2002. Desta segunda união nasceram: Deolinda Catarina França de Vilhena – formada em jornalismo, produção teatral e professora universitária, nascida aos 16/10/1969, casada teve um só filho chamado Pedro Paulo Machado Vilhena Neto, formado em Advocacia, nascido aos 21/03/1983, não tem descendentes. Patrícia França de Vilhena, nascida a 01/09/1961,formada em Engenharia. Casou com o também Engenheiro, Cássio Molinári nascido aos 03/07/1961 e não tiveram filhos.
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Éramos onze Pedro Paulo Machado Junior, nascido a 01/01/1964, formado em Enfermagem Ana Nery, casado com Maria Cristina Batista Vilhena nascida aos 04 /07//1964, formada em Pedagogía e tiveram uma filha chamada: Beatriz Batista Vilhena, Universitária nascida aos 19/09/1993. Apesar de vivermos bem longe um do outro, nos fins de semana ele toma a iniciativa de falar comigo pelo telefone quando pomos os assuntos em dia, passando por fatos, pessoas e até o clima aqui e lá, DEUS sabe até quando. A caçula se chamava Maria Marlene Machado de Vilhena, nascida aos 22/01/1935 e faleceu a 01/10/1968, parecia uma boneca de porcelana entretanto meu pai acostumou-se a tratá-la por “minha velha”, mas foi muito bom porque além do meu pai, outros irmãos a chamavam assim também era a menina dos nossos olhos, me chamava de Tuta e ao Pedrinho de Pidino ou Neguça, mas cresceu e foi aconselhada por uma grande amiga, Denise Souza Pinto a estudar na F. G. V. no Rio. Lá conheceu outro paraense que estudava na mesma Fundação, de nome José Maria Alves da Cunha namoraram não sei por quanto tempo e ao concluírem os estudos, casaram e tiveram duas meninas de nomes Glaura MariaVilhena da Cunha, nascida aos 30/05/1962, casou com Paulo Roberto Rossatto nascido aos 08/04//1965 desta união tiveram Ismael Vilhena Rossatto nascido aos 13/08/1983, depois nasceu Daniel Vilhena Rossatto aos 07/11/1984 que faleceu aos 13/11/2004, já como viúva teve uma filha natural a nossa querida Isabela Vilhena Rossatto aos 09/06/1992, gestante no nono mês de uma criança do sexo masculino que se chamara Marcelo e Ana Paula Vilhena Cunha, nascida aos 26/07/1964, casou com Alex Gomes Sakai, nascido aos 13/02/1963, e teve três filhos
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Éramos onze sendo dois rapazes e uma moça que eram, Thiago Vilhena Sakai nascido aos 31/12/1984, Cauê Vilhena Sakai nascido aos 09/04/1982 e Hannauê Vilhena Sakai nascida aos 03/06/1986,o senhor Paulo Roberto Rossanno faleceu aos 10/04/1989. Minha convivência com essa irmã foi intensa e até quando atingiu a idade de estudo superior que foi cursar no Rio de Janeiro, ainda a visitei algumas vezes se não me engano umas três quando morava em Niterói, mais precisamente em São Gonçalo onde ficava a (vidreira) como se chamava a Fabrica de Vidros, da Vidrobrás onde o Zezinho esposo dela trabalhava. Creio que ela também veio a Belém umas duas vezes antes de morrer por um erro médico ao ministrar um medicamento contra indicado para o coração. Estou amenizando as saudades que sinto dela entrando sempre que posso em contato com as minhas sobrinhas graças a DEUS. Fazem exatamente quarenta e quatro, anos de saudades, que DEUS tenha um bom lugar para sua alma. Dou por terminada a explanação que fiz sobre as minhas famílias ascendente e descendente, espero poder agora fazer narrações que por ventura acredite necessárias para o conteúdo que estou escrevendo. Hoje dia 12/08/2014 fui surpreendido com uma entrevista concedida a TV Cultura canal 2, pelo meu sobrinho Salustiano Vilhena que depois de aposentado estava pedindo que artistas o ajudassem para ele ter com quem contracenar, tal era o estado de decrepitude em que via o teatro atravessar por desanimo de muitos. Fiquei bastante sensibilizado e estou providenciando um farto elogio por tamanha coragem, é digno de quem ama uma arte tão nobre sem poder outra coisa que um pe-
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Éramos onze dido corajoso em público e através de uma emissora de televisão. Prossiga meu filho, eu creio que você está dando: “O grito que pode salvar uma boiada”. Dia 13/08/2014 sexta feira entre nove e dez horas da manhã, morreu em um tremendo acidente aéreo no estado de S. Paulo, mais precisamente na cidade de Santos, o pernambucano Eduardo Campos Neto de Miguel Arraes e candidato ao cargo de presidente da republica, foi muito homenageado e a nação teve três dias de luto oficial. Dois dos meus filhos em certa ocasião conversavam quanto a uma questão que fora formulada da seguinte maneira: Eminencia = Tratamento, Iminência = Situação. Certa feita minha mãe ia passando em frente ao nosso banheiro e escutou uma melodia que alguém cantava, curiosa parou e ficou escutando e ouviu isso Chamaram cú pelado pro meu boi, - Por isso mesmo o meu amo se zangou. Estrela Dàlva é o maior dessa putada – E cú pelado é o cú da mãe de quem chamou!!! Minha mãe ficou esperando o cantor sair e chamou seriamente atenção do Victor meu irmão mais velho e a melodia havia aprendido em Salvaterra, era a resposta do amo do boi ao qual tinham chamado de cú pelado. Pelo menos lembro que quando fui a Salvaterra mais ou menos junho de 1939, recordo perfeitamente que o Salustiano, meu irmão, estava infestado com Escabiose provavelmente e a conselho da Tia Juca a mamãe preparou em uma bacia, a infusão (se pode chamar assim) de folhas de melão de São Caetano para ser usado no dia seguinte como banho. Foi a maior confusão no dia seguinte, foi preciso que a dona Deolinda se armasse com uma vara, do contrário o Salú teria saído nú pelo quintal, quando ficou bom fomos a uma fazenda do Castelo de propriedade do senhor Mer-
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Éramos onze gulhão padrinho do Mário, onde ele se enturmou com um jovenzinho de lá chamado Osmar e logo nasceu uma grande amizade, a ponto de que quando fomos novamente dias depois, sem que se soubesse de nada se disfarçaram com um couro de bezerro para mamar na vaca, mas quando o animal percebeu acho que com propósito de agradar, passou a língua para afagar a cria acertou logo no traseiro do Salustiano, assustado deixou o couro cair e deu o fora mais que depressa. Em 01/04/2007, fui vítima de um AVC felizmente isquêmico que me deixou balançado para felicidade minha só lesionou em parte o lado direito, depois de vinte e sete dias de hospitalização voltei para casa e uma equipe da Unimed chamada Home Care me colocou de pé em poucos dias graças a poucas secções de Fisioterapia que uma moça bastante jovem, japonesa fez comigo. Sinto sequelas até hoje e acredito que permanecerão sempre, mas com a vontade que tenho de viver a tendência é melhorar o meu desempenho quanto a locomoção, por sorte não tive lesão nenhuma nos meus órgãos vitais. Tia Juca e o seu Mateus, a quem nunca chamamos de tio, tinham casa em Salvaterra e plantações de tomate P-franco, eram vendidos em Belém, seu Mateus trazia em uma embarcação a vela chamada “Vila de Salvaterra”, passamos diversas férias juninas com eles, na maior mordomia eram espetaculares mesmo. Na minha família ascendente usávamos um termo muito comum para sugerir certa preferência dos pais por um ou uma filha o famoso “pingo doído”, em casa costumava-se dizer que era o Pedrinho. Certa ocasião quase me desentendi com a Nazaré por causa disso, era mais ou menos Julho do ano em que a Keila nasceu, quando ela me procurou e pediu que eu entregasse meu taxi ao Bema para trabalhar durante as férias, do contrário iria vender carvão.
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Éramos onze Aceitei com certa relutância, mas aquiesci (a Piedade é testemunha ocular e está viva) de como terminou essa empreitada, pois antes do fim de Julho ele me apareceu no Mosqueiro querendo mais dinheiro porque o carro não rendera nada, ela alegou que ele era maior de idade e responsável por seus atos, eu tomei o carro fiquei sabendo que tudo não passava de mais um caso de “pingo doído”. É bem verdade que ingenuamente queremos dar uma proteção maior do que devemos aos nossos filhos caracterizando assim um perfeito exemplo de “pingo doído”, DEUS não quer isso. Sempre gostei muito dos meus filhos e Deus me concedeu a ventura de nascerem intercalados, para tirar uma dúvida preferi em 2005, como a internet não estava muito em moda resolvi escrever a cada um os meus pensamentos: __MEU SENHOR E MEU DEUS__ Quantas saudades! Dos tempos em que conseguíamos controlar pelo menos a todos os nossos filhos, isso enquanto os primeiros ainda haviam atingido as idades mais elevadas e apareciam as primeiras reações, mas mesmo assim chegamos aos (6) seis filhos. Cada nascimento era uma festa, cada maior idade uma preocupação. Preocupação enquanto eram menores; com gripe, com alergia, desarranjo intestinal ou dentição, mas depois de adultos, com festas, saídas noturnas e pequenas viagens de fim de semana. Porém, para não cair no lugar comum, de que faria tudo novamente e é claro que faria, prefiro falar no que talvez tenha ficado esquecido em algum cantinho da infância de cada um.
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Éramos onze PARA CITAR APENAS ALGUNS EXEMPLOS: Que corre-corre quando, a Tânia era levada às pressas, para a Rural enrolada em toalha por causa dos acessos de frio que o coração causava; quando o Kleber saía com a prancha para possíveis turnês de surf em Salinas e quando o Mauro viajava para o interior trabalhando na Conspara e voltava com grande quantidade de bacaba para a Bia amassar. Agora, que alívio quando o acesso de frio da Tânia cessava; quando o nosso “Surfista” voltava ou quando o nosso Careca retornava, cheio de bacaba para a Mãe amassar. Para finalizar, eu queria meus filhos, afirmar aos meus 74 anos, que como quer que vocês sejam: Eu te amo: PAULO VICTOR MELICE DEOLINDA MAURO JOSÉ TÂNIA SERRAT KLEBER VILHENA ÁTILA VILHENA JOANA LÚCIA Que Deus os abençoe! Um agradecimento especial e afetuoso à minha esposa MARIA DE LOURDES FERREIRA DE VILHENA, a grande companheira. OBRIGADO MEU DEUS. Belém, 29 de julho de 2005 JESUS N. M. DE VILHENA
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Éramos onze Em muitas oportunidades eu cheguei a imaginar porque eu tive, melhor tivemos a coragem de nos casar tão jovens e encontro como resposta, uma única resposta: É porque nos amávamos desesperadamente, e esse amor ferrenho transferimos para os filhos, netos e bisnetos, à quem nos dedicamos até mesmo com certa vaidade. É bem verdade que na hora de nascer um deles o cordão umbilical físico tem que ser cortado, porém o cordão afetivo esse jamais será sequer abalado nem mesmo por grandes ingratidões, pois mesmo com o coração sangrando os perdoaríamos. São como estrelas que nascem para aumentar o número de componentes da nossa constelação, são como flores que aumentam a beleza e o perfume dos nossos jardins. Um fenômeno que eu considero quase como sobre natural é que entre os irmãos do meu pai que eram; Sabino, Paulo, André e Martinho esse último com uma particularidade inexplicável, ser imune as ferradas de arraia e como antídoto utilizava unicamente saliva, quando digo último fico em dúvida porque não conheço a ordem cronológica de nascimento dos meus tios. Houve dias em que me faltava inspiração para continuar escrevendo esse livro, mas quando sentava ante o computador era como se tomasse algo que me transportava a acontecimentos vividos e que em qualquer escaninho do meu cérebro surgia como sonhos que me injetavam doses maciças de estímulo para continuar. Quando o meu cunhado Heliomar e minha irmã Nazaré foram morar em casa , por algum tempo levaram também os três filhos do casal Francisco, Albemar e Helecina foi um deus nos acuda, as crianças para matarem o tempo brincavam de culto evangélico onde tomaram por órgão a máquina de costura do meu Pai, em certo dia com o pedal da máquina em movimento alguém meteu o pé embaixo do
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Éramos onze pedal órgão improvisado e os tapas sobraram para a “orgueira”, no caso a Helecina. Certo dia acordei provavelmente pela confusão e o forte cheiro de óleo de mamona com rícino, simplesmente meu cunhado resolvera dar purgante para todos ao mesmo tempo, moral da história, vomitaram todos ao mesmo tempo, só faltei morrer de rir. Fomos veteranos em frequentar o Mosqueiro desde o tempo da “Pata Choca” como era conhecida carinhosamente uma estrada de ferro, (tipo Liliputiano) que havia e fazia o percurso Vila-Chapéu Virado e vice versa. A estação central localizava-se onde hoje funciona o Mercado na praça da Matriz; não sei porque o Mosqueiro perdeu tamanha atração, provavelmente para os ônibus que começaram a rodar lá, antes mesmo de ser a estrada construída ligando Belém ao Mosqueiro, eu quase nasci lá minha mãe viajou no navio Almirante Alexandrino pilotado pelo comandante Ernesto uma semana antes do término das férias para que eu nascesse em Belém. Naquele tempo só se viajava para a ilha por água. Que saudades da Chata Fortaleza do Tenente Portela, da Chata Vitória que foram substituídos pelo excelente Presidente Vargas, muito mais veloz, com ar condicionado, movido a óleo e não a lenha. Quando os SNNAPP compraram na Holanda, com o Presidente Vargas vieram também o Leopoldo Perez e a chatinha Imediato Carepa, o primeiro homenageava um grande presidente, os demais seriam amazônidas não tenho certeza. Com essas embarcações viajando para Mosqueiro e Soure acabaram-se os “navios carroça” como ficaram chamados os navios antigos. O Presidente Vargas naufragou em frente a cidade de Soure, foz do rio Paracauarí e dizem as más línguas vítima de um atentado provável, mas não tenho certeza de nada, quanto aos outros navios devem ter se perdido por falta de uma boa manutenção.
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Éramos onze O meu hobbie mais nobre foi a fotografia, tive máquinas de foco fixo, outras importadas de foco regulável e até automáticas, todas de fotografia analógica, que se transferiram para a minha filha Tânia, neta Fernanda e filho Átila com menor intensidade. Dois dos meus sobrinhos que moram em S. Pulo e Salvador irmãos, que vêm passar o círio de Nazaré em Belém, conosco, telefonou do Hotel Regente avisando que já está na terra, trata-se de Pedro Paulo Machado de Vilhena Júnior e esposa avisando que a Deolinda Catarina estará chegando na madrugada do dia 11/10/2014, o que realidade aconteceu para a alegria de todos e mais satisfeito ficamos porque tinha vindo com o propósito de festejar seus 55 anos de existência com todos nós e em nossa antiga residência na rua Domingos Marreiros 294, antigo 140 quando a rua era mais modesta e eram todos crianças. Ontem dia 12/10/2014, assistiram o Círio almoçaram conosco, seguindo hoje para o Mosqueiro em companhia do Heliomar Fillho e da Lucinha devendo retornar amanhã, terça feira, na quarta feira a Deolinda e a Irene tentaram ir a Cotijuba, só não o fizeram porque havia condução somente pela manhã para retornar a tarde, aproveitaram o resto do dia para iniciar os preparativos da festa do aniversário que seria no dia seguinte. Eu como não podia deixar de ser, fui transportado a muitos anos atrás quando a Sussuca ainda era criança e a maneira como ela se comportou solta atirando estalinhos e bombinhas, o tempo todo. Não me contive e declarei no face “Foi uma festa de ARROMBA”. Ela e a Irene seguiram de volta a Salvador ontem 19/10/14, deixando um CD e muitas saudades. Quanto ao irmão caçula, viajou hoje 20/10/14 prometendo voltar em 1916 com muita certeza, espero que tenham
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Éramos onze feito boa viagem, fico pensando se os verei novamente. Esse estreitamento de amizade me fez um bem enorme, só não foi completo porque a Patrícia não veio e pensar que todos foram tão pequenos, mas eu já superei as saudades que me entristeciam. Passo agora a fazer uma comparação das preferências esportivas, dos meus irmãos e dos meus filhos: O Victor Modesto de Vilhena. Como bom remista apreciava o remo e o futebol. O Mario Gomes de Vilhena na condição de bom Tunante apreciava o remo, adorava futebol, tornou-se árbitro. O Salustiano Vilhena Filho era torcedor convicto do Paysandu, chegou a ser presidente do Santa Rosa Esporte Clube. O Francisco Machado de Vilhena torcia modestamente pelo Bancrévea, mais por causa dos Bailes e das Regatas A Maria Magdalena Machado de Vilhena era torcedora do paisandú, com muita classe. O José Alexandre Timbé de Vilhena, era torcedor incondicional do Clube do Remo. A Maria de Nazaré Machado de Vilhena torcia para o Clube do Remo e gostava das Regatas. A Maria Benedita Machado de Vilhena, torcia pelo paysandú gostava de futebol e regatas. Jesus Nazareno Machado de Vilhena, remista de quatro costados jogava futebol e curtia as regatas. Pedro Paulo Mchado de Vilhena, torcia pelo Clube do Remo e não lembro as predileções que tinha.
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Éramos onze A Maria Marlene Machado de Vilhena, alegre torcedora do Clube do Remo gostava de futebol ainda mais de Regatas. Quanto aos meus filhos tudo foi assim: O Paulo Victor Ferreira deVilhena era torcedor do Clube do Remo, se teve outras vocações esportivas desconheci A Melice Deolinda Ferreira de Vilhena , como a mãe era torcedora do Paysandú Sport Clube. O Mauro José Ferreira de Vilhena, torcedor do Clube do Remo e se teve outras opções esportivas desconheço. A Tania Serrat Ferreira de Vilhena, se diz ter sido sempre torcedora do Clube do Remo, a mãe diz que não. O Kleber Ferreira de Vilhena, sempre torceu pelo Clube do Remo, gostava de Surf e chegou a saltar de paraquedas gostava também de Pipas. O Átila Ferreira de Vilhena, era aficionado em Skate, Surf e gostava de Pipas. Como eu já havia falado anteriormente, minha mãe pesava a bagatela de 113Kg, mas tinha uma disposição invejável para andar a pés, haja vista que na viagem que fizemos entre Santa Izabel do Pará e Santo Antônio do Tauá isso ficou evidenciado. Ocorreu que em oportunidade anterior, ela já tinha dado prova cabal desse predicado quando caminhou descalça entre a Vila de Salvaterra e um lugar chamado Tem Juízo. Não lembro ao certo, mas na década quarenta mais ou menos aí por 1942, minha mãe contratou uma empregada de nome ou coisa que o valha a Pichiluca, que era de Pei-
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Éramos onze xe-Boi e que no período de um ano convenceu minha mãe a comprar uma casa lá, dito e feito passamos a ter também uma casa de férias na estrada de ferro. Em uma das férias que passamos lá fomos convidados por um fazendeiro senhor Júlio Galvão a passar dois dias na fazenda, quando amanheceu o segundo dia minha mãe se dirigiu para o sanitário e quando procurou o papel higiênico encontrou um paneiro cheio de sabugo de milho, ficou sem saber como faria a higiene pessoal, me chamou discretamente e explicou o que estava acontecendo, imaginem uma pessoa que pesava 113kgs como deve ter-se sentido em tal situação. Foi ai que chamei o Assoero um jovem espécie de “faz tudo” na casa e expliquei a situação, quase que imediatamente me trouce uma folha de papel pautado com umas certas inscrições que eu imaginei sem importância, dias antes de viajarmos para Belém ficamos sabendo que a filha do senhor Júlio estava pondo todo mundo louco atrás de uma prova da escola que ninguém encontrava. O Rio Peixe-boi era como se uma dádiva além de muito piscoso nos servia para chegar perfeitamente nas fazendas do velho Chicute e Virgílio onde só fui uma vez assim mesmo por terra em lombo de cavalo. Pelo rio fizemos mais de uma viagem com amigos que queriam conhecer como foi o caso dos Antônio Fogueteiro e Antônio Cavaquinho e um primo da Ana esposa do José, a quem chamávamos de Doidela que era vendedor de bilhetes de loteria, momentos cômicos com os quais nos deliciamos bastante. Em uma dessas viagens que fizemos pelo rio Peixe-boi levamos em nossa companhia justamente as pessoas que citamos acima: o senhor Antônio fogueteiro, chamado assim porque na realidade era fogueteiro profissional e havia perdido a mão esquerda em um acidente, estava armado com uma espingarda Flobert calibre 22 e atirou em uma
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Éramos onze Preguiça logo que o rio foi encoberto pela mata, queria que descêssemos mais velocidade na canoa para o bicho não fugir, foi uma gozação só! O Antônio cavaquinho era cunhado do Timbé e estava armado com uma espingarda calibre 28, atirou em diversas Ciganas, mas quase chegando na fazenda atirou e acertou em uma cigana bem maior e meteu a canoa no mato onde viu o pássaro cair derrubando a seguir, uma casa de maribondos nós pulamos todos para a água ficando na canoa somente os dois Antônios porque não sabiam nadar, tiramos a embarcação para longe com a força dos pés. Durante a viagem o senhor Antônio fogueteiro passou a utilizar a arma que conduzia um tanto quanto perigosa para espantar alguns besouros que faziam evoluções sobre a sua cabeça, foi quando o sobrinho da Ana, saiu-se com esta: Os besouros faziam evoluções provavelmente porque a pessoa não teria feito uma perfeita higienização na última vez que foi ao banheiro. Rimos muito e se fossemos narrar todas as aventuras das nossas viagens a Peixe-boi forçosamente teríamos assunto para um novo Compêndio. Ao passarmos o segundo período de férias minha mãe comprou uma casa, mas depois que ela morreu deixamos tudo de mão e a Prefeitura lançou mão para construir no terreno a usina da CELPA. Passados muitos anos, fiquei sabendo que a prefeitura colocou à nossa disposição um novo terreno com as mesmas dimensões, por ter se apropriado do nosso para seu benefício e para construir um bem público. Com a morte da minha mãe fomos tomados por certa nostalgia que nos fez quase esquecer de Peixe-boi, motivo porque deixamos tudo para trás. Agora vale apenas recordar com muita saudade. A nossa juventude é tão rica em detalhes que seria quase im-
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Éramos onze possível descrevê-la fielmente, aproveitando essa impossibilidade peço aos meus leitores muita compreensão por escrever com certa liberdade, é como se eu estivesse querendo fazer um espetáculo ao vivo. É provável que eu tenha que voltar para reunir algum assunto como se algum fiapo tivesse me escapado na oportunidade de reuni-los, assim sendo solicito que não me censurem em relação às mudanças de assunto que farei no bojo deste meu livro. Escrever um livro não é nenhum bicho de sete cabeças, só que quando eu observei isso já estava demais envolvido e cheguei a conclusão de que não podemos fabricar assunto para concluir nossa obra. Lembrei de certos assuntos que deveria incluir e que não passavam de ocorrências que deveriam constar pois eram verdadeiras: Como por exemplo e não sei como foram criadas certas normas obedecidas em minha família ascendente que davam o direito de o filho menor sentar-se na mesa das refeições ao lado de minha mãe, até atingir condições de se acomodar sozinho em cadeirinha na altura da mesa e também ao lado de mamãe. Outra regra estabelecia que quando meu pai morresse sua aliança de casamento seria passada automaticamente para a posse do filho mais velho, outra regra estabelecia que cada filho lavaria a louça das refeições como se obedecendo uma escala e assim por diante, até conseguir um emprego, razão porque os mais velhos da minha família se empregaram mais cedo. Outro lema obedecido por nós quase que religiosamente é que os maiores velassem pelos menores como verdadeiros pais, por causa destas e de outras eu faço cerrada questão de adotar os mesmos parâmetros na minha família descendente, como o Mauro já me disse que não faz questão, a minha aliança de casamento passará automaticamente para o Kleber.
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Éramos onze Enorme é o prazer que sinto quando assisto esse verdadeiro balé que é a reprodução, como se procedem as diversas gerações de VILHENA, se sucedem e dão continuidade ao clã que pertenço como são os casos que se seguem: A Fernanda com o Gael, o Bruno com a Bruna primeira e segundo bisnetos, em Santos tenho a Beatriz Vilhena sobrinha-neta filha do Pedro Paulo Machado de Vilhena Junior, Pedro Vilhena filho de Catarina Deolinda Vilhena; Glaura Vilhena mãe de outra sobrinha-neta chamada Isabela Vilhena que recentemente tornou-se mãe do meu primeiro sobrinho bis-neto com o nome de Marcelo. Isso chama-se de Fenômeno da Multiplicação e é lindo, é possível assim como descobri em minha família, que outras pessoas tenham casos idênticos e não sei se definiram como eu esse grau de parentesco, creio existirem outros casos na família, vou pesquisar se preciso eu volto no assunto. Em minha casa quando eu morava com minha mãe, rolou uma palavra por muitos anos que era totalmente desconhecida do nosso dicionário vulgar cotidiano, trata-se de (achiquerar) Pronunciado com muita ênfase, quase com empáfia nos deixou estarrecidos, isso foi motivo para que por muito tempo tomasse alvo de crítica, muito especialmente porque fora pronunciada pela minha cunhada senhora Ormindarina esposa do Mário. Já fiz inúmeras pesquisas, realmente encontrei termos parecidos, mas com significados bem diferentes, é provável que se trate de uma corruptela muito comuns no linguajar dos habitantes da Ilha do Marajó. Por sinal em uma das viagens que fizemos a Salvaterra ficou evidenciada a capacidade de andar longas distancias a pés e descalça mesmo pesando 113kg. Realizamos uma viagem de ida e volta entre Salvaterra e Tem Juízo, provavelmente a 8 quilômetros de distância.
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Éramos onze Desde bem pequeno fui muito atraído por um fenômeno natural chamado em minha terra de Arco-Íris, eu digo minha terra porque em lugares por onde andei, tive oportunidade ver chamarem-no de Arco Celeste e de Sinal de Deus e é possível que tenha outros nomes dependendo do lugar em que estivermos. Acredito que por se tratar de um fenômeno óptico, pois só se manifesta quando chove, não tenha nome científico somente mitológico, conforme explica a mitologia grega com uma deusa de nome Íris, seria a responsável por seu aparecimento, segundo pesquisa. Isso me fez lembrar de uma viagem que fiz entre Mosqueiro e Belém com toda a família e na estrada onde estava uma das pontas do Arco-íris, passei por dentro verificando que lá não existia qualquer vestígio de algum pote com tesouro, caindo assim por terra que lá existiria uma fortuna, conforme diz a lenda. Continuando com as lendas assisti a um programa na tevê Globo, depois de certos risos da equipe médica e dos apresentadores, de que a entre casca da Melancia (parte muito branca que fica entre a polpa comestível e a casca) tem efeito pronunciado positivamente na “libido feminino”, provado cientificamente, não é o caso da Marapuâma e da Catuaba, no caso masculino, sem comprovação nenhuma. Muitos outros recursos domésticos foram discutidos, mas os que marcaram mais foi a ineficácia da Ventosa e a positividade da água com açúcar, para quem está a ponto de desfalecer, coisas evidenciadas por um programa científico o “Bem Estar” apresentado diariamente pela tevê Globo. Então eu compreendi que essa mesma sabedoria popular era a mesma que no meu tempo de criança alegava “fazer mal”, só para menores tais como coxa de galinha, subrico
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Éramos onze e moela, no intuito de não dar para as crianças, àquelas e muitas outras partes de comida. Nasceu assim o provérbio de que “Quem parte e reparte e não fica com a maior parte, é burro ou não entende da arte”. Hoje vou descerrar as cortinas de um palco em que a minha vida se desenrolou por dezesseis anos consecutivos, primeiramente chamada de Belém-Brasília até chegar hoje em dia ao prefixo BR- 010. O quilômetro zero está localizado em uma cidade denominada Santa Maria do Pará há mais ou menos 110 quilômetros de Belém. Diversas foram as viagens que executei cobrindo todo o percurso da estrada, quando iniciei a primeira viagem era dia 12/11/1962, entre Belém e Porto Franco no Maranhão, a carga em sua maioria se constituía de cigarros, sal e querosene. O meu caminhão era protegido dos postos de fiscalização por uma pequena placa com os dizeres: “A SERVIÇO DA RODOBRÁS.” Assim eu tinha livre trânsito em toda a estrada o que era uma vantagem por passar em todas as barreiras fiscais que houvesse sem me preocupar com revistas. Não fiz contrabando durante esse período porque sempre fiz apologia contrária a esse ramo de atividade, considerando-o mesmo nefasto. Faz parte das recordações que guardo da Belém-Brasília, uma pedra que encontrei em um morro ao lado do nosso acampamento no ribeirão Corda, que nós chamávamos de Castelo a 17 quilômetros de Wanderlândia, até agora tenho usado para amolar facas, o referido morro não parecia, mas tinha passagens que dificultavam a escalada, era perigoso e exigia muita coragem, com uma luneta de alcance divisei carros passando a mais ou menos vinte mil metros de distância.
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Éramos onze A altura de aproximadamente trezentos metros nos proporcionava um panorama muito vasto tal era a planície do terreno. Uma bela manhã o meu tio Maneco, como o chamávamos na intimidade, perguntou pela mamãe e ficou sabendo que ela estava arriada com erisipela, imediatamente quis vê-la conversaram ocasião em que ele se comprometeu em fazer uma vacina para tira-la de tal sofrimento. Ato contínuo colheu o material que acreditava ser necessário, ou seja, em uma proveta depositou certa quantidade do exsudato eliminado da panturrilha doente, naturalmente isso tudo com o auxílio de uma seringa hipodérmica, foi embora, com mais de vinte dias voltou e fez uma série de aplicações na mamãe curando-a. Ele era formado em medicina, exercendo as funções de bromatologista na saúde estadual, e essa vacina se perdeu no tempo. No dia 27/01/2015 foi considerado como a data em que o HOLOCUSTO completava 70 anos de acontecido e foi um verdadeiro genocídio. Eu acompanhei praticamente tudo através do noticiário de guerra por sinal muito deficiente pela censura, havia no Brasil uma única revista de projeção que era a “Noite Ilustrada”; completava as minhas informações com os “Fox Jornais” uma espécie de noticiário que na época era exibido pelos “Cinemas”. Antes de iniciar a projeção dos filmes propriamente ditos, quando a expansão estava ótima ouvíamos também os “Jornais Falados” da BBC que a essa altura já fazia programas em português, foram estimados em cerca de seis milhões os Judeus sacrificados pelos Alemães no campo de Aushevitz, um campo de concentração que serviu de palco para esse massacre de onde pouquíssimos conseguiram fugir desse inferno, uns do sexo feminino especialmente fizeram sexo consentido, para fugir, outros que não quiseram se submeter foram estuprados, no sexo masculino muitos escaparam de maneira astuciosa.
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Éramos onze Tomo a iniciativa de dizer que esse fato se equipara a outros crimes de guerra como: A batalha de Pear Harbor, onde os Kamikases, pilotos suicidas, japoneses que lançavam os aviões zero em mergulhos mortais, contra chaminés de navios e enfermarias de hospitais isso foi só uma comparação do que foi na verdade o Holocausto. Depois do JULGAMENTO EM NUREMBERG que julgou e condenou inclusive os carrascos do campo de concentração alemão, muitos fugiram caprichosamente para o mesmo destino, a América do Sul, inclusive para o Brasil onde chegou a morar Josef Menguelle, preso posteriormente na Argentina. Foi um acontecimento estarrecedor. Em10/03/2015, a colônia japonesa fez um minuto de silencio após as 17:00 horas, em memória ao septuagésimo ano do bombardeio de Tokio, que deu motivo a rendição. Já não me recordo acredito que a rendição ocorreu depois dos lançamentos das bombas atômicas em Nagasaki e Hiroshima. As nações que compunham o EIXO, denominação dada a tríplice aliança entre Alemanha, Japão e Itália tinham como principais mandatários Hitler pela Alemanha, o imperador Hirohito pelo Japão e o general Mussouline (o Ducce) pela Itália. Muitos foram os crimes de guerra que foram cometidos na segunda grande guerra, o certo é que muitos sequer foram julgados como é o caso da espionagem, na época conhecidos no Brasil como o ( Quinta-colunismo) desfeito por movimento popular, com muita violência e em toda a nação, fico admirado como foram organizados esses movimentos uma vez que não dispúnhamos de meios de comunicação como temos hoje, mas tudo aconteceu no mesmo dia, foram descobertos desde oficiais das potencias do “eixo”. Padres, donos de hortas até jardineiros munidos com equipamentos de longo alcance para transmitir as suas ma-
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Éramos onze térias, esses equipamentos foram encontrados dentro de poços, em jardins públicos, edifícios em lugares os mais difíceis de se supor. Entre as nações que compunham o EIXO, a que tinha a maior colônia no Pará era a Itália, em segundo vinha a Alemanha e o Japão era o último, todos tiveram o mesmo tratamento, a Itália representada pela família Conde teve uma loja saqueada e depredada enquanto sua fábrica de calçados era incendiada, só não sofreram mais humilhações porque um dos filhos da família já era brasileiro e oficial do Exército envolto em uma bandeira pedindo clemencia ao populacho que não invadissem sua casa onde já havia estendido uma bandeira brasileira que tomou toda a Avenida Padre Eutiquio, no perímetro da casa. Foi uma cena chocante. A colônia Alemã teve o mesmo tratamento, depredaram e saquearam as Joalherias Central e Crause finalmente invadiram o Edifício Bern onde foram encontrados boletins meteorológicos, tudo fazendo crer que se tratava de material de espionagem. Com a colônia japonesa poucas foram casos de instalações e sim de espionagem, disfarçados de produtores de hortaliças em diversos pontos de Belém foram encontrados muitos oficiais das forças armadas do Japão. Lembro bem que uma dessas propriedades se demorava na esquina da Rua Boaventura da Silva com a Travessa Quintino Bocaiuva, que além da grade horta havia uma casa humilde onde foram encontrados documentos que identificavam alguns residentes como componentes das Forças Armadas do Japão, como também havia crianças nascidas no Brasil, fui um dos que ajudaram a evitar que a turba incendiasse a casa uma vez que já tinham saqueado toda a horta. Todos os elementos acuados de praticar o “Quinta Colunismo”, foram sumariamente entregues às autorida-
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Éramos onze des, entre os quais Freiras e Padres. Costumo dizer sempre que: “Consequência não tem objetivo.” Vejam se não tenho razão, esses acontecimentos não passam de consequências indiretas do HOLOCÁUSTO. Quando o resto do mundo observou que essas Potências queriam dominar as outras com perversidade criou uma força dos Aliados e praticamente aniquilou de maneira insofismável, as Potências que compunham o Eixo: Alemanha, Itália e Japão. A batalha que deu a vitória definitiva aos Aliados deu-se em uma das praias da Normandia, mais ou menos a 08/06/1945. Como se diz em português vulgar foi “A pá de cal, que sacramentou tudo.” Muitos foram os movimentos que o Brasil enfrentou durante a minha existência, uns de âmbito nacional, outros de âmbito internacional, mas que indiretamente nos atingiram como é o caso da: Intentona Comunista, onde se sobressaiu a Coluna Prestes, comandada por Luiz Carlos Prestes, o Integralismo difundido no país por Plínio Salgado, que não teve duração muito acentuada a não ser para seus líderes que se dedicaram como idólatras e até se cumprimentavam com um célebre “Anauê”, mais conhecidos como os Camisas Verdes devido a seus trajes e o distintivo que usavam em forma de um E alterado em sua forma de escrever. Muitos foram os movimentos durante a minha existência, não falo deles com maior clareza porque não tive conhecimento profundo do propósito dos mesmos. Dependendo da importância de cada um farei pesquisa e direi como é o caso da Maçonaria onde os componentes se consideravam como irmãos, como ocorre tradicionalmente todos fossem de uma mesma família inclusive o parentesco era todo igual. Esse movimento secular se conserva intacto até nos dias de hoje e ao que parece nos mesmos moldes interna-
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Éramos onze cionais do país em que foi criado, provavelmente na França. Essa questão de movimentos foi sempre presente no Brasil, pela facilidade encontrada na pouca instrução que se desenvolvia no país, imaginem que apareceram duas pessoas que não defendiam tese nenhuma e traziam em um dos braços direitos, faixas onde se lia: “A luz, está.” Quer dizer que não se propagava. Na outra lia-se: “O sol é frio.” Porque quanto mais uma belonave se afasta na direção do sol, passamos a sentir frio. Hoje podemos afirmar por A+B que a luz se propaga, no primeiro caso e que é um elemento diatérmico no segundo caso. Isso se devia à baixa instrução e desenvolvimento precário. Sabemos hoje que a propagação da luz tem a mesma velocidade da eletricidade, ou seja, 300.000 km/seg. No caso de eu ir com DEUS primeiro, peço ao meu irmão que mesmo de longe fique observando e se possível notar algum desvio de conduta dos meus filhos, procure ajudar com conselhos ou outro recurso qualquer, espero que nada disso aconteça. É bem verdade que não cheguei a me formar em terceiro grau, mas tenho o privilégio de ter formado todos os filhos inclusive a adotiva ajudando o quanto precisaram e como precisaram, não destacarei quais. Cada ano que passa, considero como degraus de ascensão na vida de cada um, peço desculpas se em dados momentos me tornei irascível como meu Pai e extrapolei ao aplicar um corretivo em qualquer dos filhos, fazendo-os chorar. Os meus filhos, considero o maior tesouro que construímos, por diversas vezes tenho me surpreendido chorando baixinho com saudades do primeiro, que DEUS levou de maneira tão violenta. Meu pai quando se sentia muito ofendido, se utilizava de uma régua de aço que havia tirado de um relógio antigo para, aplicar corrigenda nos filhos,
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Éramos onze quando chegou a minha vez quase no fim do mês de maio (Naquela época as férias eram juninas.) eu resolvi jogar a bendita régua na fossa da privada, dando fim aquele objeto maldito. Quando já estávamos na metade das férias no Mosqueiro o papai mandou perguntar se alguém tinha visto a tal régua, claro que a resposta foi não. Muitos anos depois eu contei a minha mãe, que tinha dado fim a régua, e nem por isso deixei de tomar certa advertência. Até a máquina de costura era atirada ao chão se meu pai ouvisse um dos filhos chorar, eu tenho reação idêntica se me deparar com a mesma situação, acho que é um instinto que herdei de meu velho. Inventei de fazer uma pescaria no trapiche do Mosqueiro comigo foram: Átila, Bruno, Heliomarzinho, Helinho e Gustavo; era domingo a noite chovia bastante até que conseguimos nos instalar, não sei de onde surgiu um porre e começou a nos perturbar em certa ocasião chegou a pedir o despropósito de jogarmos as linhas contra a maré, aí com certa animosidade eu o expulsei do nosso meio. Outra pescaria que nos rendeu boas gargalhadas foi quando fomos para o Cajueiro com o Nestor e a Regina pescar siri, ela queria trazer toda sorte de siri dos mais graúdos aos mais miúdos, rimos e nos divertimos bastante. Assim como quando fomos com o Heliomar, também no Cajueiro no intuito de pescar com Pusá como com linha de mão, ou seja, peixe e sirí. Em certa ocasião o Heliomarzinho sem que o Heliomar visse se esgueirou e puxou a linha do pai, esse deu uma ferrada tão grande pensando que fosse um peixe, que quase arrebentou a cara da Helecina. Muitas foram as pescarias que realizei com o meu saudoso compadre Lauro Cardoso, ele morava na praia de São Francisco onde tinha uma casa de veraneio, chegamos a pegar uma vez noventa quilos de peixe.
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Éramos onze Nós fazíamos as pescarias em regime de chega e vira, íamos para a Boca da Laura no município da Vigia, no inicio da maré enchente e jogávamos a rede na água e ficávamos ouvindo a rádio marajoara colhendo a rede de 45/45 minutos, quando chegávamos mais ou menos em frente ao trapiche da vila, a própria maré nos trazia de volta ao São Francisco, então funcionávamos o motor e íamos para casa. Era assim o itinerário de todas as pescarias, que foram muitas. Em uma dessas pescarias pedi ao compadre Lauro para levar o Heliomarzinho, porém antes do meio dia um vendaval interrompeu a pescaria ainda nos jogou como um brinquedo na praia do Paraíso, perdemos muita coisa ainda tivemos um trabalho enorme para resgatar a voadeira por terra. Quem nos socorreu por terra, foi o Jardel com o auxílio de uma Veraneio do meu querido compadre Gerson. Em outra pescaria levamos o Osvaldo Pixilinga que não conseguia urinar dentro ou fora do barco, tivemos que deixa-lo em terra. Uma das vezes em que eu voltava de uma pescaria, encontrei a Bia na casa da comadre Irita que estava preparando uma arraia ensopadinha, antes a Bia já me havia dito que não gostava de arraia, mas quando sentiu o cheiro da mesma comeu bastante, isso ocorre muito com quem diz que não gosta de alguma coisa antes de provar. O Afonso e eu, passamos um mês de julho no Mosqueiro fornecendo os produtos da Antarctica no propósito de ficarmos fornecendo os mesmos produtos definitivamente, fizemos um negócio muito bom, ganhamos dinheiro e no fim o Afonso ficou com medo e quem ficou com a representação da Antarctica foi o Cesar, o Afonso provavelmente tinha receio de que montando um negocio como queríamos, isso lhe custasse o emprego da Antarctica, não via motivo para tal, o certo é que eu entrei bem mais um vez.
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Éramos onze CASA DO MOSQUEIRO
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Éramos onze Digo sem medo de errar que fomos os precursores de venda de: Frango, ovos, camarão fresco e até mesmo caranguejo beneficiado para diversas lanchonetes e barracas da beira das praias, no Mosqueiro. Na época eu tinha uma Rural e um Chevette, que serviam perfeitamente bem para o transporte do que vendíamos, menos o camarão fresco que apanhávamos em Belém na veraneio do compadre Gerson Acredito que foi em uma dessas viagens que a minha esposa viu as luzes da rodoviária federal de Benevides, só se acordou quando chegamos na ponte perguntando se havíamos passado as luzes da rodoviária, porque ela não conseguia dormir com o carro em movimento, passaram-se mais ou menos dez dias para que se encontrasse um frango que fora esquecido atrás do socorro do carro. Estava esperando transporte no trapiche de vila Maiauatá, quando ouvi uma conversa entre duas senhoras: “Que tar comadre como está o seu filho, no serviço militar? Está bem comadre, o meu único receio é que haja guerra. Que nada comadre, DEUS é grande! É comadre, mas o mato é maior!!!” O prefeito de Imperatriz (Dogival), me pediu uma carona a um idoso que vinha do Ceará a procura de uns parentes que moravam em São Miguel do Guamá, penalizado coloquei o senhor a meu lado dentro da cabine do carro, em conversa ele me disse: “No Ceará fala-se que no Pará, chove o ano todo e o mato é sempre verde.” Já vi que isso é uma verdade porque o homem que morre de fome, em um lugar como esse que produz um pau desse tamanho cujo galho matou o Bernardo Saião, é um ser morto. Ficou mais ou menos uns dez minutos em silêncio, quando viu o local do acidente, nunca mais o vi. Pic-Nic em Marudá, minha vizinha senhora Ana um dia contratou meu caminhão, para levar uma turma de mulheres da fábrica Perseverança, onde ela era Chefe de Turma, a um pic-nic na praia de marudá, quando chegamos lá
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Éramos onze todo mundo botou as manguinhas de fora e a primeira frase que ouvi foi: “Égua marudá, tú és no cú do Brasir.! Comemos tanto peixe assado com arroz e farofa e regressamos. Fiz muitas viagens com minha esposa e o caçula Átila, para Maracanã, diversas para Mocoóca, Fortalezinha e eu por fim fui até Algodoal, em todas as vindas trouxemos: Serra, Curvina Pescada amarela e muitos outros peixes, comemos e trouxemos Mangaba, Graviola e Murici ou poupa de Bacuri, Taperebá. Fizemos uma viagem para Cafezal, com finalidade de falar com um senhor, mas quando lá chegamos vimos que o pessoal estava de volta do cemitério e do enterro da pessoa com quem íamos falar, foi uma decepção. Situação obtusa mesmo. Procuramos alguma coisa para comer, ficamos sabendo não existir pensão, hotel ou cousa que o valha a não ser um homem que vendia comida no trapiche, e quando terminamos de comer, em resposta a minha pergunta respondeu que tínhamos comido tralhoto, mas nós já tínhamos comido, paciência. Essa foi provavelmente a única viagem que fizemos de ônibus, as demais executamos em uma Kombi, preta e de carroceria e dormimos todas as vezes até em tapirí que os ribeirinhos faziam durante o inverno. É claro que eu dormia em rede colada com a da minha esposa com um Taurus cheio de balas, levávamos também alimentos para o nosso filho Átila que nos acompanhou em todas as nossas viagens, menos quando fomos ara Cafezal, porque voltamos no mesmo dia. Em uma das viagens que fizemos ao quarenta da Mocoóca, resolvi ir até Algodoal para voltar no mesmo dia, em
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Éramos onze conversa com o rapaz com quem eu viajava fiquei sabendo que só comia peixe e que por mais que comesse outra coisa só ficaria satisfeito se comesse peixe, foi quando vi uma marca enorme em sua panturrilha direita e quis saber o que havia provocado tal marca ele me respondeu simplesmente, fora uma ferrada de arraia que chegou a transfixar a panturrilha mostrou-me em que sentido. O meu caminhão, como já disse antes, estava a serviço da RODOBRAS, uma das vezes em eu vinha para Belém ao chegar na Ligação, fui chamado pelos doutores Ferreira e Saad, com a finalidade de trazer em meu carro um vigia do DNER, que havia tomado um tiro e estava correndo risco de morte. Fiz ver aos dois que precisava de um documento eximindo-me de qualquer responsabilidade caso alguma autoridade criasse dificuldades na viagem. Para tomar melhor precaução quanto ao estado do meu passageiro quase moribundo amarrei um cordão em sua mão e pedi que me comunicasse qualquer alteração, pois a outra extremidade estava amarrada em minha mão, dentro da cabine. De hora em ora eu parava o carro para ver se estava tudo em dias, em uma dessas paradas me pediu pelo leite que eu havia mamado em minha mãe que eu lhe desse água para beber, dada a maneira suplicante comprei um coco verde e dei quase toda a água em pequenas porções, pedindo à DEUS que não fizesse mal algum, uma vez que minha consciência estava em frangalhos. Agasalhei o que restou da água e logo em São Miguel do Guamá subimos no asfalto e fomos direto para Castanhal, dei o que havia sobrado da água e seguimos para Belém onde uma ambulância já nos aguardava, graças a todos os santos.
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Éramos onze Tenho verdadeiro orgulho desse meu ato. Pouco tempo depois ele me agradeceu muito e lembrou da água e da coragem que eu tivera ao dar-lhe o “precioso líquido”, o Major escapou, quero lembrar somente que apesar de todo o receio ele tomou somente “água de coco,” que os japoneses na segunda grande guerra já haviam utilizado como “soro fisiológico”. Ia tranquilamente para Imperatriz, já ao anoitecer, saí de Açailândia e caiu uma pequena chuva; há mais ou menos 200 metros seguia em minha frente o meu amigo João mineiro que ao chegar a uma currutela chamada derradeira aguada, foi surpreendido por tremenda chuva que não teve tempo sequer de parar o caminhão e tombou. Eu vi que as luzes do carro dele fizeram movimentos estranhos e se apagaram, diminui a velocidade em que vinha e qual não foi a minha surpresa ao ver o carro tombado e ele no maior desespero, procurei acalmá-lo segui para Imperatriz de onde retornei com uma máquina em cima de outro caminhão para destombar o dele, como a carga havia ficado em Açailândia, o carro estava vazio e sofreu pequenas avarias isso só serviu para reforçar em dobro a nossa amizade. O meu amigo João Mineiro foi assassinado anos depois em Açailândia, por causa de uma confusão em um terreno onde funcionava um Posto de Gasolina. Transportei muitos materiais na construção da estrada, fiz diversos testes de resistência nas mais diversas obras de arte com o meu caminhão carregado, cheguei mesmo a deixar o caminhão dormir carregado em cima de ponte como teste de resistência. Quando eu ia deixar uma carrada de manilhas para uma dessas obras de arte em um lugar chamado Perdido, um peão que ia comigo pediu para parar porque ele tinha avistado um rastro de Jabuti que passara antes do carro há poucos minutos.
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Éramos onze Parei imediatamente, com uns cinco ou dez minutos ele apareceu carregando um que não coube sequer na minha caixa de ferramentas, era grande mesmo e deu-me um trabalho colossal quando o trouxe para Belém derrubando os bois na carroceria do caminhão, até que resolvi amará-lo na grade, mas pelo lado de fora, foi como terminou a viagem. Foram muitas as viagens que executei com minha esposa e meu filho Átila, para o quarenta da Mocoóca onde ia apanhar peixe e quando saía do asfalto entrava para uma espécie de estrada que se prolongava por uns quarenta quilômetros de campos naturais onde havia uma grande variedade de frutas, tais como Mangaba, Caju, Tucum da chapada e muitas outras, nesse tempo a estrada não era asfaltada sofríamos muito especialmente no Verão quando a areia estava solta. Quando Carlos Porto e Timbé de Vilhena resolveram criar a PAMARA, chamaram Potinho e Jesus para viajarem um em cada carro, tomando conta do terceiro, uma vez que tinham comprado três caminhões, dois em outubro e o terceiro em fevereiro do ano seguinte. Isso era ano de 1962 tomamos para motorista mais um chamado Joaquim, que ficou conhecido como “Joaquim Pato Azul” porque a partir daí os caminhões passaram a ter escrito no para-choque a inscrição de Pato Azul 1, 2 e 3 este chamado de Estimação, todos os carros foram comprados na CIMAQ com a influência de seu presidente o senhor Vinícius Baury de Oliveira. Com a aquisição do terceiro caminhão, ficou assim distribuído o quadro de motoristas: Ataíde, Paciência, Cazuza e Joaquim, com o passar de mais alguns anos foi adquirido um quarto carro só que de marca GMC e o motorista era o Arlindo, proprietário de um caminhão de marca Volvo que tinha quebrado em Imperatriz há um ano e não tinha dinheiro para consertá-lo.
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Éramos onze Quando os negócios se firmaram muitos se aproximaram como o Cristóvão, o Luiz Pá Seca, o Antônio do Mercedes e o Luiz Muchacho famoso “Dr. Luiz Antônio”, um verdadeiro cão de fila, amigo demais e sincero. Um dia o Cristóvão casou e foi embora, o Luiz Pá Seca entrou de férias na RODOBRAS e foi para a Paraíba, o Antônio da Mercedes foi preso porque estava fugido com o carro que pertencia a outra pessoa, só permaneceu conosco o Luiz Dantas (Muchacho) que a essa altura já era padrinho de um filho da Maria de Nazaré Gurjão Matos, mais conhecida na intimidade por Pixoca, morava em Belém, mais propriamente no bairro da Marambaia ficou até a dissolução da empresa. Quando estava conversando e queria mudar de assunto dizia uma frase mais ou menos assim “Mudando de pau para cacete”, e prosseguia. Essa foi uma das fases mais nostálgicas da minha vida, amenizada com a presença do capitão Emílio da polícia Militar do Maranhão, que anos atrás chefiando um policiamento de uma partida de futebol que era dirigida por um árbitro paraense Orlando Pinto, com muita coragem e sangue frio evitou que um torcedor insatisfeito assassinasse o juiz da partida. Minha mãe adorava conversar com as amigas que encontrava, em certos dias em que eu estava cheguei a conferir mais de uma, mas quando ela encontrava com a Estefânia, eu sentava nem que fosse na sarjeta para esperar o papo terminar, isso escutando vez por outra as censuras que ela fazia com a atitude que eu tomara. Ela muitas vezes estava com volumes que arriava no cão. A casa em que resido com a família atualmente, chamada por todos de Casinha e uma das quatro que o papai havia comprado, mas como a senhora que morava dona Eliza era totalmente cega, o meu pai consentiu que ficasse morando durante o resto da vida.
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Éramos onze Uma construção bem pobre de madeira e zinco, era a “casinha” como costumávamos chamar, ainda tinha o numero de 140 da numeração antiga e 294 na atual numeração já modificada. Não posso em hipótese alguma olhar com desprezo minha descendência tanto do lado de minha mãe como do meu pai. Ele além de músico e alfaiate, era também maestro e diretor da Orquestra Sinfônica do Pará e o irmão André Vilhena, que estudou na França mais propriamente na Universidade Sourbone, de volta ao Brasil se estabeleceu no município da Vigia onde disseminou os Vilhena, como Cartorário Vitalício, passando provavelmente para o filho Demétrio Vilhena essa função. Ela teve entre os irmãos médico, bromatologista e até um primo general de Divisão do Exercito, Mário Machado que eu tive oportunidade de conhecer quando servia na Aeronáutica. Poderia perfeitamente ter certo acanhamento de declarar a descendência da minha esposa, mas o que ocorre é que o faço com muito orgulho que não é por ela ser filha natural de um modesto motorneiro senhor Antônio Pantoja de Barros e de uma senhora lavadeira Melice dos Santos Ferreira, excelente tacacaseira, a quem ajudei fazendo maiores ralos para eu poder ralar maiores quantidades de mandioca para o Tacacá que seria vendido no dia seguinte. Excelente sogra, mesmo dentro de tanta humildade formou a filha única em guarda livros pelo Instituto de Tecnologia da Amazônia (Escola Prática), há bastante tempo vem dominando com muita habilidade o bordado, o croché, o tricot e a nobre pintura. Minha sogra morreu porque gostava muito de alimentos salgados e eu não estava em Belém, apesar de ter alugado um avião, cheguei uma hora após o enterro.
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Éramos onze Depois que fechamos as frentes de serviço no Cajúapára, Perdido, Açailândia e Arraia, chegou a grande notícia de mudança para Goiás mais propriamente no ribeirão Corda, fomos então nos despedir dos nossos amigos das outras empreiteiras, quando conheci o coronel Francisco Anísio de Oliveira Paula, pai do Choco Anísio que tive o prazer de conhecer na mesma oportunidade. Para encarregado geral, veio da Bahia o senhor Pedro Avelino esposo da senhora Cordélia, pessoa bastante competente que quando um operário demonstrava pouca habilidade com um aparelho qualquer ele mesmo ensinava O Luizinho era o auxiliar imediato do senhor Pedro, uma vez quando ele abriu a geladeira chamou o Luizinho para avisa-lo que tinham comido todos os ovos do doutor Timbé em 12/12 de um ano qualquer. Um dia chamou o carpinteiro e pediu-lhe que aguardasse a Lua exata, para cortar umas tabocas que seriam usadas na confecção de um balcão, no acampamento. Entre as pessoas que se aproximaram nós, das quais me referi anteriormente, uma mereceu maior atenção, trata-se de Antônio Arigó uma espécie de filósofo do sertão que avaliava até o tempo, com certa exatidão. Os VILHENA não são originários da Vigia e nem de Abaetetuba, que tem até o rio Vilhena, para a Vigia foi levada por um tio meu chamado André Vilhena, irmão do meu pai, para Abaetetuba por um primo do meu pai chamado Antônio Vilhena. o berço dos Vilhena, está mesmo entre Belém e o antigo Pinheiro hoje Icoaraci , muitos não sabiam disso. Eu e minha esposa no intuito de pouparmos nossos filhos, resolvemos optar pela incineração de nossos restos mortais pensando que como nós, os filhos sofreriam menos sem a obrigação de visitar sepulturas pelo resto de suas vi-
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Éramos onze das por diversos motivos, não haverá sepulturas, eu espero que as minhas cinzas sejam jogadas ao vento na quadra em que nasci, ela que suas cinzas sejam atiradas ao mar. Espero que feito assim não torne o esquecimento ligeiro. O nosso nunca terminou. Em um dos meus momentos românticos, escrevi um poema para minha ESPOSA, era mais ou menos assim:
De pérolas te calcei Do mar te fiz as vestes... Com a mudança da C. I. B – Construtora Industrial Brasileira, para o Ribeirão Corda em Goiás as funções tomaram a seguinte posição: Camilo – Mecânico chefe de máquinas pesadas e Adão auxiliar, mais peões ajudantes. Bena chefe dos operadores de máquinas pesadas, auxiliar Raimundo Cintura Fina, ajudantes Ribamar e Masarópi, o senhor Pedro Avelino era o encarregado geral do acampamento auxiliado pelo Luizinho, escriturário. O Canetão era o borracheiro e o Chicão carpinteiro que só cortava madeira para funções sérias de conformidade com o quarto da Lua, o novo acampamento estava situado a margem direita da estrada no sentido Belém-Brasília entre um morro quadrado, que passamos a chamar de Castelo tal era a sua aparência e uma chapada muito vasta, em uma pequena elevação do terreno aproveitamos e construímos a residência próximo ao encontro de dois ribeirões, onde o Costinha construiu uma piscina razoavelmente grande e instalou uma bomba que abastecia a caixa de água que era para o consumo da residência. Estou fugindo agora para outro assunto, com o propósito de aproveitar um que me ocorreu neste instante: Aí por l982, não recordo o mês, fizemos uma viagem a Peixe-Boi
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Éramos onze com o Pedrinho e a Dina para reavivar antigas amizades que haviam ficado por lá, levamos em nossa companhia o meu filho caçula o Átila que ao se deparar com um peru imaginou que se tratasse de um abutre, nos inqueriu mesmo pensando que estava certo, tivemos que explicar tratar-se de outro animal, com isso fica bem evidenciado como é enorme a nossa afinidade, só que essa explicação também serviria para as outras crianças que não sabiam sequer da existência do abutre. Dando sequencia aos assuntos relativos a construção da estrada, tive que incluir em meu dicionário diversas palavras usadas normalmente ao comportamento de dirigir exemplo: Catabí, bacada, meia banda, banco de areia e assim por diante, cada termo com o seu significado. Em meu conhecimento tive as mais diversas amizades entre os caminhoneiros diversos já haviam cometido crime e os que mais se aproximaram eram: Raimundo São Jorge, Júlio Velho, Chico Melêta, Lael Almeida, João Braz que tinha um só braço, mais dois pistoleiros Expedito e Raimundinho. Sempre me conduzi com muita cautela diante dessa turma boa mas perigosa, imagine que o Raimundinho imaginava que eu possuía uma força descomunal em meus braços, levei sempre em ar de graça com receio de um confronto, o meu amigo era exímio atirador. Dentre os muitos amigos do Timbé, lembro com saudade dos doutores Gasparino e Mário Vásques, já são todos mortos mas quando eram vivos e dormiam no acampamento do ribeirão Lages pareciam três turbinas roncando, o jeito foi eu dormir dentro de uma Rural fora do acampamento para poder consiliar o sono e ficar rindo bastante no dia seguinte. Em uma das viagens em que encontrei o Timbé no Rio, fomos a casa do doutor Gaparino em uma visita, ele em tão nos convidou para jantarmos no Sachas, na avenida Atlântica em Copacabana, nesse dia por pouco não jogou o Fuskão da esposa na areia porque primeiro bateu o fundo
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Éramos onze do carro no cimento do calçadão. O doutor Mário Vasques depois de alguns anos morreu de forma trágica, foi encontrado morto no hotel Rex devido o mal cheiro de putrefação que exalava do apartamento em que foi encontrado. O doutor Miguel Pisolante, era o dono da Construtora Industrial Brasileira- (CIB); pessoa muito equilibrada, tratou-me bem quando tive a primeira e única entrevista. A construção da estrada ia de vento em popa quando foi criado mais ou menos um sub acampamento as margens do ribeirão Lages, que era abastecido por uma bomba do tipo “pé de carneiro” e uma caixa dágua para todo consumo geral; o morador mais influente era o senhor Enoque, nosso fornecedor de estiva e carne. Fiz com o Costinha uma viagem para Araguaína, quando retornamos encontramos a maior festança no ribeirão Lages, era o casamento de uma das filhas do senhor Enoque chamada Dora mais conhecida por Dorinha, obedecendo a uma tradição tivemos que dançar com a noiva e assim passamos o resto do domingo. No dia 08/08/2015, fui surpreendido com a presença da minha sobrinha-neta Keila, que mora no Lapão em plena comemoração do meu aniversário e o de uma neta Raissa Vilhena, filha do Kleber, isso tudo se deve a uma colaboração da minha querida sobrinha Elizabeth Campos, depois de uma sessão de muitas fotos e de saudades mortas, avaliei que vivia uma feliz realidade. Ela voltou a me visitar no dia vinte e oito do mesmo mês, depois que tinha resolvido alguns problemas e com a ajuda da Elizabeth internaram a Joana Gaudêncio, viúva do Vitor que morreu dias depois, como ela havia me presenteado com um perfume francês chamado Wodck, dei também um guardanapo trabalhado e quatro sabonetes Phebo, no dia seguinte viajou de volta para o Japão, só deixou muitas saudades.
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Éramos onze
KEILA
Voltando a um dos mais importantes e extensos assuntos que desenvolvo neste livro quero narrar a primeira e talvez a mais extensa viagem que fiz em território nacional. Iniciei no acampamento da CIB no ribeirão Corda em Goiás de onde sai carregado de sucatas para entregar em Posse, no estado do Rio, acontece que ainda no estado de Goiás bem longe de São Patrício encontrei um ônibus do Expresso Braga atolado esperando um socorro, mas que não sabiam quando chegaria. À bordo desse ônibus viajavam os doutores Renato Chalú Pacheco e a esposa Renee Chalú Pacheco, que me entregaram seus dois filhos Renato e Renata para entregar no Rio, mais propriamente em Ipanema, eles me conheciam do tempo em que era propagandista do laboratório Roche em Belém. Nunca mais os vi! Voltando ao enfoque da minha viagem tudo corria normalmente, a única preocupação eram as crianças, felizmente de Anápolis em diante a estrada já era asfaltada, dormimos em Brasília e na noite seguinte chegamos a Posse bem próximo de Juiz de Fora que fica no estado de Minas
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Éramos onze Gerais, no dia seguinte subimos a serra de Petrópolis e seguimos para o Rio onde entreguei as crianças a uma tia, pois o esposo era embaixador na Áustria. Feita a entrega me dirigi para o posto Acesita, no início da Rio-Petrópolis, fiquei apresentável e fui para a Companhia na Avenida Rio Branco no Edifício Moneró 13º andar, de onde me encaminharam para o hotel Rex onde fiquei hospedado. Depois de cinco dias já com duas carretas, uma GM-L a encargo do carreteiro Antonio Green a outra Mercedes Benz LP-331, a encargo de outro carreteiro chamado Eliezer, que apelidamos de Maria Preá. Fomos para São Cristovão, na Peneuac metemos carga para São Paulo em lá chegando nos dirigimos para Santo Amaro onde embarcamos dois tratores zero hora da marca Euclid, voltando no dia seguinte para São Paulo onde completamos toda a equipe que executaria a grande viagem. Saímos bem cedo de Vila Guilherme de um posto de gasolina que ficava próximo aos estúdios do SBT em direção a Araraquara, o nosso deslocamento era agora muito mais lento porque as carretas estavam carregadas, veio Jaboticabal, Barretos onde assistimos ao Rodeio, nos encaminhamos para Frutal já no Estado de Minas, Águas de Prata onde me encontrei com um velho amigo ao qual chamávamos de Uberlândia, que já fora desenhista do DNER-Pa em Belém, seu nome verdadeiro é Ricardo. Em sequência fomos a Capinorte na divisa com Goiás, de onde fomos para Aparecida de Goiás e seguimos rumo à Jataí quando Maria Preá quebrou um dos comandos laterais do diferencial e por causa disso perdemos mais ou menos três dias, pois tivemos que comprar o material em Goiânia, distante uns quatrocentos quilômetros onde felizmente havia.
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Éramos onze Terminado o reparo seguimos viagem para o Mato Grosso, com destino a Alto Garças onde um fuso horário atrasou a viagem em uma hora, em seguida fomos para Aragarças, Jaciara e Rondonópolis cerca de cem quilômetros de Cuiabá, que deu o maior problema para descontar um cheque de dezesseis mil cruzeiros (Cr$ 16.000,00), que eu levava para diversos pagamentos que só poderiam ser feitos em dinheiro vivo. Os gerentes dos bancos que havia em Cuiabá e que eram: Financial, Real, Lavoura e Brasil queriam que eu abrisse conta o que eu não poderia fazer pelos motivos já explicados, até que por fim se reuniram e resolveram pagar o cheque, isso porque expliquei que ia para Rondônia, mas só até Ariquémis e nesse trecho não havia nenhuma cidade com agência bancária.
CARRETAS CARREGADAS COM OS TRATORES
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Éramos onze Depois de quatro dias em Cuiabá devido a confusão do cheque, fomos em direção a Rondônia, passando por Santo Antônio Levergér, Rosário Oeste e trevo da Barra do Bugre ainda no Mato Grosso, horas de viagem alcançamos a divisa de Rondônia, paramos as margens do Rio Jarú, em uma pequena vila, no dia seguinte transpusemos o rio de balsa, que apesar de estreito o embarque era muito perigoso feito por pranchas de madeira soltas calculadas visualmente e de ré, porque na outra margem os veículos tinham a chance de sair para terra firme de frente. Anteriormente ainda em território do Mato Grosso, tivemos que enfrentar a subida de duas serras, a da Jiboia e a da Saudade só não lembro em qual das duas a carreta GM teve que auxiliar empurrando a Mercedes Benz, serra acima. A região do rio Jaru era infestada de Pium, como a marcha das carretas tinha que ser reduzida por causa dos tratores que levavam tomamos uma verdadeira surra desses insetos violentos. Felizmente encontramos com o Luiz Pasêca, ex-funcionário da RODOBRÁS, que nos ensinou que o melhor é deixarmos as partes descobertas do corpo protegidas por uma leve camada de espuma de sabonete Phebo, com isso acabou meu sofrimento era justamente o sabonete que eu usava e estava na minha bagagem.
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TRAVESSIA DO RIO JARU
Transposto o rio Jaru, ministério do Pium, como passei a tratar aquela região, partimos rumo ao Rio Machado, para repetir a mesma operação do rio anterior, desembarcar em um lugar chamado Ji-Paraná, foram inúmeras as travessias menores entre elas uma em que era aproveitada a própria correnteza do rio onde a posição da balsa meio inclinada em relação à correnteza, fazia com que a balsa se movimentasse com o impacto da água. Vale dizer que a sustentação era feita com uma roldana na proa e outra na popa da balsa apoiadas em um cabo de aço que transpunha o rio de uma margem a outra, para voltar era só inverter a inclinação da balsa, operação muito engenhosa e racional, o único problema era que essa travessia só levava duas viaturas pequenas ou uma grande.
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TRAVESSIA DO RIO MACHADO
De Ji-Paraná seguimos para Cachoeira, um semi-acampamento da CIB onde desembarcamos combustível suficiente para o consumo de uns noventa dias, seguimos no dia seguinte rumo a Vilhena, era uma vila pequena que dispunha de uma pista de aviação pertencente a pequeno destacamento da Aeronáutica. Como o meu nome tem Vilhena no fim, eu costumava dizer a senhora Lourdes, proprietária da pensão em que nos hospedáramos que eu seria prefeito uma vez que o meu nome também terminava com Vilhena, motivo de boas gargalhadas e dois dias depois finalmente nos dirigimos para Ariquemes, sem, no entanto, esquecer que ainda no estado do Mato Grosso, utilizando um dos tratores que levávamos tivemos que fazer um círculo em volta das máquinas a fim de combater um incêndio com um contra fogo ateado por nós, mas ficamos a noite toda acordados. Em Ariquemes depois de uma semana eu e o Diomar resolvemos que as carretas voltariam antes porque os Twins eram mais ligeiros, elas voltariam muito mais leves sem nenhum problema nas pontes que consertáramos na viagem de ida o que não foram poucas, somente duas não
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Éramos onze deram trabalho, uma então não aguentou nem o peso do meu caminhão e se quebrou. Depois que consertamos quase um dia depois passamos com as carretas isso nos valeu muito quando elas voltaram. Quanto aos Twins que acreditávamos que não nos dariam problemas, ledo engano, tinham a bitola mais larga que a das pontes e não deram certo em todas elas. Tivemos que utilizar pranchas do lado oposto que não coincidiam com a bitola para que o lado que incidiam com as longarinas se mantivessem como linha reta, foi trabalhoso, não ligávamos para o tempo não havia compromisso com ele, mas o verão estava prestes a terminar já era a primeira quinzena de novembro e ainda estávamos no território de Rondônia, felizmente tenho um enorme material fotográfico cobrindo a ida e a volta dessa difícil, perigosa e longa viagem. Quando voltamos tivemos que construir inúmeras pinguelas com os Twins, pois as pontes não tinham transversinas suficientes para que os mesmos pudessem passar, como recurso utilizando até toros ocos para passagem da água confeccionamos as benditas pinguelas. Houve oportunidade em que transportamos no scraper das máquinas, material necessário para o caso de não encontrarmos em próxima necessidade.
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PATO AZUL EM UMA PONTE QUEBRADA
Em virtude de a bitola das máquinas não regular a mesma das pontes, aumentou o nosso serviço em cerca de 50%, mas o tempo era pouco já estava para começar o inverno o que temíamos bastante. Trabalhamos como Mouros, pouco observando essa questão de horário, até que chegamos a Cuiabá. O Twin é uma máquina provida de dois motores GM, um no scraper e outro no cavalo em solo menos duro carrega sozinho em média 14m3 de material, chegava a desenvolver uma velocidade de 60Km/h, em solo mais compacto necessitava da ajuda de um trator chamado puxe. Nesta viagem ocorreram fatos de menor importância, mas que nem por isso devem ser esquecidos, como o caso de um gavião Carcará que atacou os carreteiros, provavelmente porque passaram em seus domínios. Os rapazes tiveram que matá-lo conforme mostra a foto.
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Éramos onze Em outra ocasião eu fui fotografado segurando uma Ema toda pelada que os índios da tribo Nhambiquara haviam preparado uma fogueira para assá-la e comê-la.
EMA MORTA PELOS ÍNDIOS
Em português bem vulgar, a volta foi uma novela, onde as máquinas foram de uma importância impar em matéria de colaboração, mas finalmente alcançamos Cuiabá. A essa altura a comunicação no Brasil estava ao encargo de uma empresa chamada Radional e para se ter uma ideia da precariedade, eu havia chegado na capital na antevéspera do Natal, depois do Natal pedi uma ligação para Belém quando me foi pedido um prazo de setenta e duas horas. Assim sendo mandei que o Plácido levasse o meu cerro para Goiânia, apanhei um avião da Paraense que ia para Brasília com escala em Goiânia, no dia seguinte tomei um DC-3 da Vasp rumo a Belém para passar o Ano Novo com a família.
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Éramos onze Logo na primeira escala que era Porto Nacional, o avião perdeu os freios e invadiu o cemitério de onde só saiu no dia seguinte e depois de muito esforço, consertados os freios seguimos viagem depois de diversas escalas cheguei a meu destino na manhã do dia trinta e um, passei Ano Novo com família graças a Deus e no dia três viajei de volta para Goiânia para assumir as rédeas da viagem. Reiniciando a viagem seguimos com destino ao ribeirão Corda e por causa da bitola das máquinas, tivemos que atravessar diversos rios a vau, uma vez que estávamos quase no início do inverno, usando sempre o mesmo recurso onde as pontes eram de madeira, menos nas pontes de concreto que passávamos por cima, mesmo assim ainda viajamos mais ou menos uns vinte dias no eixo da Belém-Brasília para chegar. Só que ao chegarmos em um lugar chamado São José dos Cacetes uma equipe composta pelo engenheiro chefe em uma Rural, mas os operadores pediram para trazer o equipamento até o fim da viagem porque já tinham feito a quase totalidade do percurso, pedido aceito em primeira mão, a Rural a partir daí voltou na condição de batedor e quando chegamos ao acampamento no outro dia viu-se uma verdadeira festa até bala se misturou aos fogos.
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PILOTANDO UM TWIM EM CUIABÁ
Era o término de uma das mais longas viagens que fiz em território nacional quando cruzei os estados de Goiás, Brasília ou distrito federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Rondônia. Algum tempo depois fui incumbido de fazer uma viagem a Goiânia, para apanhar o doutor Gasparino e a sogra que tinha medo de viajar de avião preferindo viajar pela estrada, pois a família já estava em Belém onde passariam o mês de julho em férias. Como eles ainda não haviam chegado hospedei-me na Pensão Goiandira de propriedade da senhora Leila, nesse ínterim a cachorra que ela criava pariu e fui presenteado com um casal da raça lobo policial Boca Preta, para alimentá-los durante a viagem dona Leila recomendou-me que usasse apenas leite Moça e água mineral, assim foi feito com sucesso.
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Éramos onze A senhora Leila ao invés de pagamento preferiu que eu desse em troca do casal de cães produtos Phebo. Os animais foram alimentados religiosamente segundo as instruções recomendadas.
SOBRE RIO PARA VARZEA-GRANDE
Na sequência da viagem dormimos uns três dias sempre em acampamentos da RODOBRAS, para que o engenheiro Timbé pudesse monitorar por rádio o progresso de nossa viagem. No dia em que chegamos no Ribeirão Lages caiu um forte vento que se transformou em redemoinho bagunçando todas as coberturas de palha, zinco ou telhas de brasilit assim como pequenos animais de penas como,
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Éramos onze galinhas, galos, perus, capotes e patos; foi um negócio meio assustador, passado o vendaval, seguimos para o acampamento central no ribeirão Corda. Dois dias depois partimos em direção a Belém sempre monitorados como disse antes, pelo rádio, a senhora sogra do doutor Gasparino era muito reservada e muito idosa, felizmente não deu nenhum problema durante toda a viagem graças à Deus, assim como o casal de lobos que trazia. É de se salientar que essa mesma viatura tempos depois fui deixar em Posto da Mata, na Bahia, ocasião em que levei um presente para dona Leila que se constituía em um estojo completo de produtos Phebo com uns dez ou mais que ela nem sabia que existiam, valeu porque o agradecimento deixou-a com os olhos brilhantes e eu sem jeito. Em outra parte deste livro fiz uma narração completa de quando fui entregar esta viatura na Bahia próximo de Nanuque, mas não me recordo se fiz alusão à encomenda da dona Leila. Criei muitos animais, tanto domésticos como silvestres como é o caso de uma onça pintada, que um caçador matou a mãe sem saber da existência da cria e passou um dia inteiro na margem da estrada oferecendo o animalzinho para quem quisesse diminuir sua culpa. Aceitei com certa relutância para que o pobre animal não viesse a morrer a mingua e estava a poucos quilômetros de conseguir recurso que me levariam a Belém, com o mesmo processo que utilizei para transportar o casal de lobos.
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BEMA E MAZAROPI
Ocorre que mais ou menos passados seis meses quando já se tinha transformado na maior atração dos meus filhos, latia de fome como um verdadeiro cão e brincava com as crianças menos na hora em que estava mamando o que aceitava de qualquer um, até que certo dia nos foi visitar uma jovem chamada Lira em adiantado estado de gestação, que admirou a oncinha pela manhã e às dezesseis horas mais ou menos, estávamos providenciando o enterro do pequeno animal, para tristeza de todos. Anteriormente falei que servi na FAB, o atrito que se gerou com meu pai fez-me interromper quanto a fatos que serão relatados agora, certamente com muito cuidado para não repeti-los e para isso conto com o testemunho do meu irmão Pedro Paulo que serviu junto comigo a mesma força armada. Todo elemento que entra em qualquer força armada como soldado raso passa automaticamente por um período de Infantaria podendo entretanto mudar de especialização depois que passa a pronto, como foi o meu caso passei de infante para QMRMEAU (quadro de manobra de reparo de mecânicos auxiliares).
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Éramos onze Quando eu ainda era da Infantaria estava de reforço na guarda no quartel quando chegou uma ordem do cel. Jocelin Brasil para que o reforço da guarda se dirigisse para o Largo da Redenção em Belém, a fim de conter uma escaramuça, porque os bombeiros e a Policia Civil, na pessoa do investigador Piruncí havia assassinado um estudante chamado Osvaldo de Caldas Brito, no propósito de acabar com um comício em prol do candidato de oposição gal. Zacarias de Assunção que era concorrente às eleições contra o gal Joaquim de Magalhães Cardoso Barata. Fiquei bastante surpreso na hora em que recebi no Material Bélico, metralhadora Thompson de mão, o que me deu a extensão do conflito, viajamos em duas KTs comandados respectivamente pelos sargentos Obir e Zacarias, quem comandou todas as operações foi o cel. Jocelin Brasil que mandou abrir fogo contra os Bombeiros e policiais Civis. Só eu disparei aproximadamente vinte vezes, o comício era muito grande. Em disputa pelo governo do Estado se confrontavam o general Joaquim de Magalhães Cardoso Barata atual governador, e o general Zacarias de Assunção pela oposição que realizava no antigo largo do Redondo, como era conhecido na época, com as presenças de diversos cantores como: Nelson Gonçalves, Dircinha Batista e outros que não recordo. Segundo consta o atual governo mandou os Bombeiros e a Policia Civil acabar com o comício na base da bala assim foi feito. Ocorre que o cel. Jocelin Brasil se encontrava na Pensão Gares que se demora na esquina da Rua Quintino Bocaiuva com o atual Largo da Memória, onde o investigador Piruci havia assassinado o estudante Osvaldo de Caldas Brito. Imediatamente telefonou para o quartel e solicitou a vinda do reforço da Guarda a fim de contornar aquela si-
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Éramos onze tuação, foi quando se ouviu o comando de abrir fogo, depois de intenso tiroteio estavam feridos dois soldados da Aeronáutica, quatro policiais civis e três bombeiros, eu só não fui atingido porque me entrincheirei em uma mangueira, mas vi amigos meus serem feridos. Terminado o conflito promovemos a retirada dos feridos para o Hospital em Ambulâncias, retornando ao Quartel, já sob o comando dos sargentos. Outro episódio que marcou muito foi encontrar preso no QG o tenente Winton Bergman que conheci na Base Aérea no tempo de recruta, quando tirei diversos serviços no portão principal e ele era o oficial de dia. Depois vim a saber que o Serviço de Inteligência da Aeronáutica descobriu que se tratava de uma célula comunista e o prendeu, esse oficial ficou em uma cela “incomunicável” por diversos meses, mas em um dia em que eu ia entrar de serviço na conferência dos presos estava faltando ele que se evadira na noite anterior. Demos todos os alarmes, a guarda foi toda presa, mesmo porque a cela continuava trancada sem que o oficial estivesse lá, sumira e nunca apareceu, acho que até hoje não apareceu; a essa altura o QG funcionava em uma casa adaptada na Praça da República enquanto era construído o Primeiro Comar, na esquina da Almirante Barroso com a Maracangalha, onde permanece até hoje. Quando fiz o curso de cabo, executamos muitos exercícios de tiro no estande Eurico Gaspar Dutra, em um deles ocorreu um acidente meio grave, eu estava como artilheiro atirando com uma metralhadora anti-aérea 50 quando o extrator se quebrou não conseguindo retirar o cartucho deflagrado da câmara, levando outro intacto no fundo do deflagrado, provocando uma séria explosão.
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Éramos onze O projétil sumiu sem que se saiba para onde, mas a explosão gerou muitos estilhaços ferindo principalmente os municiadores e um sargento que estavam mais próximos, eu escapei porque era o artilheiro. Como o hospital da Aeronáutica estava próximo telefonamos para o médico de dia solicitando a presença da ambulância por causa do que havia acontecido, os estilhaços provocaram ferimentos profundos nos atingidos, ao avaliarmos tudo foi que tivemos as reais proporções da explosão foi preciso que uma equipe técnica diagnosticasse as verdadeiras causas do acidente. Quando eu estava servindo no QG, foram muitas as ocorrências em que tomei parte, fui trabalhar na Torre de Controle de aviões em substituição ao cabo Favacho, que ia para Guaratinguetá realizar o curso de sargento, fiquei operando no rádio de frequência 5.105 klc, além de receber e transmitir de hora em hora todos os boletins meteorológicos de todos os Estados que operavam na mesma faixa. Lá eu conheci o 1s. Amaro chefe do serviço na intimidade (Santo Antônio), o 3s Gonçalves (Coruja) e o Cb. Lóris (Teco-teco), o quarto de serviço era de doze em doze horas e toda guarnição que entrava de serviço recebia um pacote de cigarros, cada um, como eu não fumava vendia o pacote que recebia. Estava passando o serviço para um amigo que já não recordo o nome, quando caiu um Hirondelle da Paraense Transportes Aéreos, vitimando fatalmente um cômico muito renomado da época usando o cognome de Cel. Ludgero. Anos após escrevia este livro quando recebi um e-mail do meu filho Kleber sobre diversos oficiais superiores da FAB que faziam um completo relato da presença do Brasil na segunda grande Guerra, dando ênfase ao emblema “Senta a pua” e o significado de sua origem.Mesmo depois da guerra tive oportunidade ver o emblema pintado em diversas aeronaves.
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Éramos onze Fazia parte de uma patrulha estacionada na esquina da Rua Cel. Luiz Bentes com a Avenida Senador Lemos, quando um colega percebeu amesendado no Snocker Bar, um desertor insubmisso há mais de dois anos de nome Osvaldo Mutran, conhecido na intimidade por Vává Mutran que quando recebeu voz de prisão rebelou-se de maneira violenta querendo humilhar e agredir toda a patrulha.Foi quando o Cachimbada, mais antigo da patrulha que não recordo o nome, imobilizou-o com o auxílio do cassetete e o resto da patrulha para ser conduzido com algumas equimoses para o quartel. Ao dar baixa da Aeronáutica, trabalhei em diversas empresas tais como SESP em Abaetetuba, Igarapé Miri e Cametá, onde passei trinta dias tirando as férias do colega Carneiro. Na Companhia Química Rhodia Brasileira como faturista passei dois anos, e mais dois anos na mesma função no Laboratório Roche Químicos e Farmacêuticos S/A, TABA:- Transportes Aéreos da Bacia Amazônica, vindo a conhecer o meu amigo comandante Gerson com quem fiz diversos voos de experiência. No dia em que não pude ir ele ficou voando até quase acabar o combustível porque o trem de pouso não baixou para aterrissar, o que aconteceu sem maiores anormalidades, graças à Deus e a perícia do Gerson, dessa equipe faziam parte também o mecânico Divino muito detalhista e o comandante cel. Miranda, o comandante Gerson é o mesmo que cedeu a Veraneio que me socorreu na praia do Paraíso, ocasião em que fomos vítimas de uma ventania com chuva, que nos atirou na praia quase provocando um sério acidente, felizmente o compadre Lauro estava a bordo. Muitos se disseram meus amigos, cerca de cinquenta por cento eu considerei assim entre eles estava o Olavo Diniz de Sales Bastos rádio técnico conceituado da Panair do Brasil no tempo em que também trabalhavam o senhor
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Éramos onze Quesado e Salomão, ambos da mesma empresa, quando começaram a aparecer os Transistores na eletrônica cheguei a pesquisar com ele se entre casca do Coco se oferecia alguma importância, mas desistimos. Olavo era tão competente que foi solicitado várias vezes pela Aeronáutica para socorrer em certas ocasiões onde seus técnicos tinham dado por encerrado os seus conhecimentos. Esse amigo merece a minha total HOMENAGEM, por seus conhecimentos técnicos. Entre os demais cinquenta por cento os que mais se salientaram foram: Os que me propuseram sociedade porque eu já tinha um caminhão, mas quando eu falava que o caminhão estava pago e era meu, não entraria no negócio só capital, caso contrário, o meu caminhão trabalharia de graça, e aí poderia observar a mudança que se realizava no semblante do meu “amigo da onça”. Muitas foram as propostas indecentes que me fizeram, imagine que a essa altura eu morava a Almirante Wandenkolk entre Domingos Marreiros e Boaventura da Silva, só que havia uma vala que impedia o acesso de carros a Domingos Marreiros de forma que a quadra era razoavelmente trafegável até a minha casa que ficava em frente à carpintaria Dois Irmãos que também tinha um caminhão pequeno e uma Forgã o Internacional KB-5. Certo dia os meus vizinhos pediram que toda vez que eu viesse me recolher trouxesse uma carrada de aterro e jogasse na outra metade do quarteirão, onde morava inclusive um parente meu, certo é que depois de uma semana como tudo continuava como eu tinha deixado, vieram na maior “cara de pau” me perguntar por que eu não havia espalhado o aterro, contei até dez para não falar um palavrão deixei de fornecer definitivamente.
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Éramos onze Sou contrário a quem fala que a melhor propaganda é a “boca a boca”, eu acho que é “boca ouvido”, nunca vi quem quer que seja escutar com a boca. Com a quase conclusão da Belém-Brasília, a CIB ganhou uma concorrência para fazer um trecho de desmatamento na Humaitá-Manaus, mal eu sabia que o bem-dito desmatamento me causaria uma ausência de fevereiro a setembro longe de minha família Primeiramente aluguei um avião do comandante Lugon, para ir a Almeirim falar com o senhor João encarregado de contratar uns quatrocentos balateiros porque em Itacoatiara, já nos aguardariam noventa e dois machadeiros, assim o esquema estaria concluído, quando fui para Almeirim dei uma carona ao doutor Titã prefeito de Castanhal, voltei sozinho. Quando cheguei a Belém o Romeu tinha fretado uma embarcação, para seguir para Almeirim já não recordo o nome, mas quando chegou ao destino encontrou o pessoal alojado no motor Betinho, alguns passaram para a embarcação que tinha chegado e assim foram os dois motores engatados ruma ao Amazonas, quase uma semana depois segui em avião de carreira para Manaus e me hospedei no Hotel Amazonas aguardando que as embarcações chegassem em Itacoatiara. Mais ou menos três dias após finalmente chegaram, fretei um avião no Aero Club de Manaus para ir me deixar em Itacoatiara, mas cheguei uma hora antes do voo porque o meu relógio estava certo pelo horário de Belém, quem me atendeu foi um serviçal do comandante que também fazia o papel motor de partida do avião e no momento em que nos falamos verificou-se a diferença do horário, na hora da partida lá estava ele virando a hélice para o motor pegar. Perguntei para o piloto o que seria se o motor parasse lá em cima. Em resposta ele me disse simplesmente que fa-
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Éramos onze ríamos um pouso forçado na estrada, fiquei calado para não dar sinal de preocupação, mas quando tocamos o solo na aterrisagem em Itacoatiara o motor parou, calado eu estava calado fiquei paguei o frete e não sei como ou se ele voltou uma vez que o motor de partida, ficara em Manaus. Nesta viagem não fiz uma foto sequer porque o inverno estava muito forte, preparamos tudo para zarparmos em três dias, com a primeira escala programada para Manaus para falar com o Romeu e seguir viagem com destino ao Purus que é um tributário a esquerda do Solimões, nome que o rio Amazonas assume do encontro das águas no Careiro em diante. Viajamos aproximadamente cinco dias e cinco noites subindo o Solimões até a boca do Purus onde entramos e viajamos mais quatro dias e quatro noites para alcançar uma localidade de nome Tapauá, isso já no fim do quinto dia, nesse lugar tinha tanto Pium que a cútis das pessoas tinha uma coloração diferente dadas as inúmeras mordidas do mosquito. Ocorre que para chegar a Realidade, local em que ficaríamos acampados definitivamente e Tapauá havia uma enorme Cacaia que para atravessá-la levaríamos mais ou menos quatro horas se o prático fosse bom, felizmente contratamos um bom prático apesar de se tratar de um muito jovem. Para que as pessoas fiquem sabendo o que é Cacaia trata-se de uma enorme porção água com a vegetação toda igual e só os práticos sabem onde corre o leito do rio, nos foi mostrado pelo nosso prático os perigos escondidos nas águas como troncos ou galhos de uma madeira chamada Piranheira muito resistente que são conservadas pela umidade a que estão expostas, isso tudo sem levar em conta as rochas submersas.
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Éramos onze Terminada a Cacaia viajamos mais meio dia para finalmente chegarmos ao que eu chamei de triste Realidade, composta de um Cemitério, um armazém com trapiche e meia dúzia de casas, lá seria o nosso acampamento avançado de onde efetuaríamos as incursões na mata em busca da picada da rodovia Humaitá-Manaus. Fizemos a primeira e não encontramos eu perdi meu relógio Mondaine automático logo nessa incursão, na segunda também não, na terceira um senhor da comunidade falou que mais acima no igarapé Santo Antônio a picada não passava tão longe, fomos verificar e realmente só entramos cerca de uma légua na mata para encontrarmos a picada, tomamos nota do número da estaca e partimos de volta. Conclusão, caminhamos muito tempo em sentido paralelo à picada ao procurarmos um pouco mais para a direita encontramos a tão procurada e acampamos em caráter definitivo. Falei anteriormente que não tenho nenhuma foto desta viagem, mas expliquei que a essa altura todas as máquinas fotográficas eram analógicas, não havia digital, e a umidade era violenta e grande inimiga das fotos analógicas, além de dependerem de revelação; Enquanto estivemos na viagem entre Manaus e Tapauá fomos abastecidos pelo Romeu que havia adquirido uma Voadeira movida por um motor Jonson de 60 cv, que cobria a distância Manaus –Tapauá em dois dias, mas que quando chegava para atravessar a Cacaia nenhum dos práticos quis se arriscar, pois a Voadeira era muito veloz oferecendo enorme perigo por não andar em marcha lenta, isso acarretou um transbordo toda vez que trazia carga, em consequência ele nunca foi a Realidade. Já tínhamos iniciado o desmatamento da estrada Humaitá-Manaus quando ocorreu o primeiro acidente fatal e nele morreu um machadeiro que havia embarcado em Al-
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Éramos onze meirim, conhecido apenas como Trindade que ao fazer um mandado foi surpreendido por uma ventania que derrubou o mandado antes que ele tivesse tempo de sair e foi atingido por um galho bem robusto que o matou. Durante o desmatamento encontramos diversos objetos deixados por turmas de pesquisa da Petrobrás como: Canecas de aço inoxidável, restos de acampamentos com fogões velhos e até restos de alimentos não perecíveis e chocolate. Desde o início o Romeu começou a escamotear a minha correspondência, entregava o dinheiro não a minha correspondência, estranhei porque mandei pedir um relógio que nunca chegou e isso me deixou coma orelha em pé, como se diz em português vulgar o pedido era porque em uma das incursões que fiz procurando a picada havia perdido o meu. Preocupada com a minha ausência sem notícia alguma minha esposa procurou a minha irmã Nazaré que ciente da situação pediu a um pastor evangélico que fazia sobrevoos na mesma região em que eu me encontrava, sem resultado porque a região era inóspita e com cidades muito dispersas. Então elas comunicaram ao meu irmão o que estava acontecendo e ele se comunicou pelo rádio me autorizando a regressar imediatamente deixando tudo ao encargo do Raimundo Máximo, que foi meu par constante nessa malfadada viagem, tinha verdadeiro pavor de piranha e jacaré. Estávamos pescando certa vez e tudo estava calmo quando eu peguei uma piranha e disse o nome e olhei novamente ele já estava trepado na árvore em que tínhamos amarrado a canoa, tive que jogar fora outro peixe para que ele descesse do pau, em outra oportunidade estava deitado de bruços no assoalho do barco quase fisgando uma trairona ele me pediu para fazê-lo, assim que dei a linha para ele só escutei o sopapo. O peixe caiu no assoalho, atravessou
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Éramos onze o barco e caiu na água do outro lado, não esperou o peixe deglutir a isca para fisga-lo sem chance de fugir, foi uma decepção, todos riram. Como já estava autorizado que eu podia deixar o desmatamento e outras empreiteiras haviam feito outros trechos, parti em companhia de dois guias o Pedro e o Paletó o último era índio que nos fornecia carne de caça, seguindo pelo curso da estrada chegamos a um vilarejo onde estava chegando um barco oficina e regatão. Mais uma vez nos despedimos e segui viagem durante a qual fiquei sabendo em conversa tratar-se de um paraense chamado Ferreirinha morador na travessa Lomas Valentinas em Belém que dentro de três dias me colocou em Coari, cidade do interior do Amazonas em que com dois dias embarquei em um DC-3 da Real direto para Manaus, no dia seguinte viajei em um DC-4 da Paraense para Belém, via Santarém onde encontrei uma amiga chamada Núbia que tomou o mesmo avião de volta para Belém. Não pude conter as lágrimas quando o carro de aluguel parou na porta de casa e um vizinho me contou que a minha filha Melice Deolinda havia nascido há dois dias; como prova de jubilo descarreguei meu revolver ali mesmo no meio da rua. Mais de dois meses depois o Rafael Abensur, representante da empresa em Belém, telefonou para minha casa avisando que se encontrava em suas mãos uma passagem em meu nome para viajar urgente para o Rio de Janeiro o executei o mais breve possível. Em lá chegando fui incumbido de levar em Angra dos Reis, duas escavadeiras Koering 405 que iriam trabalhar na rodovia Rio-Santos, antes, porém eu teria que apanhar em Saracuruna o mecânico Geraldo que trabalharia em uma
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Éramos onze das escavadeiras. A viagem para Saracuruna foi toda acidentada assim que sai do Meier ainda na estrada do rio comprido encontramos uma moça caída na rua atropelada com o fêmur exposto e resolvemos socorrê-la levando-a para o Sandú, quando cheguei em Parada de Lucas avistei a Marlene, esposa do Alcimar, aparando água em uma torneira pública, não imaginam o susto que ela tomou quando me viu que só não foi maior porque a deixei muito a vontade. Passada a surpresa fiz questão de ir à casa deles, antes não tivesse ido porque a água que descia do morro apesar de canalizada para rua trazia toda sorte de lixo para o quintal deles. Será que esse seria o Rio de Janeiro que eles queriam? Não creio e nunca mais nos vimos. Tempos atrás soube que ele teria morrido, procurei no Facebook a minha amiga Regina, filha de um amigo de infância e fiquei sabendo através de um primo dele o Orlando, que mora também na Penha e é vizinho dela, que realmente o Alcimar morrera a mais ou menos três meses antes. Seguindo para Saruacuruna descobrimos que mecânico morava em uma rua que era dividida ao meio por um canal, só que ele morava no outro lado da rua, portanto na contra mão resolvemos conversar com a esposa falando de um lado para o outro do canal. Foi quando ela nos informou que ele não estaria em casa, mas quando soube do que se tratava providenciou alguém para chama-lo e dentro de meia hora já estávamos conversando. Adiantei algum dinheiro para deixar com a família, em quarenta minutos estávamos de volta ao Rio, o Geraldo ficou logo na oficina da CIB, pois no dia seguinte viajaríamos para Angra dos Reis onde ficariam as escavadeiras; ocorre que ao chegarmos no único túnel que havia na estrada eram
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Éramos onze aproximadamente dezesseis horas quando a lança de uma das escavadeiras engatou no teto do túnel obstruindo a passagem de outros carros. Logo se formaram para um lado e para outro duas enormes filas de carro, a única coisa que deu jeito foi termos que tirar o ar dos pneus da carreta para desengatar a lança da escavadeira, mesmo procedimento tivemos em relação a outra carreta e enquanto calibrávamos os pneus da primeira carreta aproveitamos para dar passagem aos carros que estavam enfileirados nos dois sentidos da estrada. A segunda carreta deu menos trabalho passou direto no pequeno túnel calibrou os pneus novamente ficando pronta para seguir viagem exatamente a zero hora, em consequência não conseguimos hospedagem em nenhum hotel porque devido o adiantado da hora os donos de hotel encerravam as atividades antes com medo da violência e por isso dormimos os cinco dentro do Fusca. No dia seguinte eu e o João almoçamos filé de badejo ao souce de camarão no restaurante Angrense e voltamos ao Rio. Uma semana depois apanhava um Viscont, rumo a Belém. Trabalhei em três plataformas de petróleo: A primeira foi a Discover 4 da Basocean, a Pentagone 82 e a West-Burn onde trabalhei somente um mês porque terminou o contrato indo para Singapura. Depois trabalhei na Pentagone 82 no Maranhão. Ao chegar pela primeira no navio observei que um tripulante abriu o frigorífico e pude ver a grande quantidade de cerveja que estava estocada ali, sabendo da proibição fiquei matutando, mas como se tratava de um navio francês me despreocupei. Na hora do almoço vi que todos se serviam das mesmas cervejas que estavam em uma geladeira do refeitório,
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Éramos onze apanhei uma e qual não foi a minha surpresa quando notei que se tratava de Ginger-Beer, uma cerveja sem álcool feita de gengibre com cheiro e paladar de cerveja de malte.
DYSCOVER-4 HELICOPTERO
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Éramos onze
REBOCADOR SMITH LOID
Ri sozinho e com moderação. Certo arrasta-balde vendo-me observar sua pescaria falou que o pedaço de mar onde nos encontrávamos era muito piscoso predominando com boa margem o pargo, espécie de peixe que eu adoro. Como estava de folga passamos a conversar e justamente nessa ocasião ele ferrou um peixe que com muito sacrifício veio a tona e era um pargo de aproximadamente um quilo.
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Éramos onze O pargo é um peixe brigador quando se sente ferrado então resolvi ajudar e dei a ele um par de luvas de algodão que tinha no bolso, com isso pegou nessa pescaria mais de vinte, pensando que eu queria as luvas de volta não aceitei e como ele me ficou agradecido deu dez peixes pensando em compensação talvez. O certo é que quando cheguei na viagem seguinte levei de presente para ele um enorme equipamento de pesca constituído de uma vara de pesca oceânica com molinete, um jogo de anzóis em diversos tamanhos e três novelos de linha de pesca cada um com um diâmetro diferente. Cheguei a casa na próxima viagem com aproximadamente trinta quilos de pargo, o mês terminou passei serviço para a pessoa que estava substituindo e voltei, quanto ao pescador sei apenas que o tratavam por Chico, provavelmente era Francisco. Todas essas colocações em Plataforma eram conseguidas pelo meu compadre Roberto e finalmente fui trabalhar na Discover 4, um navio sonda muito moderno e a sala em que eu trabalhava, era provida de ar condicionado precisamente a dois metros abaixo do nível do mar por causa dos computadores que haviam numa sala ao lado. Nesse mesmo pavimento funcionavam também quatro geradores de energia elétrica para toda a plataforma durante as vinte e quatro horas, cada um com doze cilindros, um dessalinizador de água do mar, uma centrifugadora de óleo diesel e um quadro de aviso, o único que não tinha alarme, o resto tinha até um esgoto da centrifugadora. Aeroflot era o helicóptero que fazia o transporte das turmas que iam ou vinham de folga, lembro que em uma dessas viagens por causa de uma ave que entrou na turbina tivemos que fazer um pouso de emergência na ilha do Marajó, mas quando o mecânico francês tirou a ave e olhou para baixo avistou um búfalo não quis mais descer com
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Éramos onze medo, felizmente um peão veio ver o que tinha acontecido ajudou-o a descer uma vez que ele já tinha desobedecido a um chamado do superintendente que ia na viagem. Outra vez saímos do abastecimento no Sucuriju no Amapá e fomos direto para o Camaleão em outro ponto acima da Discover no oceano, tivemos que voltar. A plataforma era abastecida por dois rebocadores os Smith-Loid 1 e 2, no navio tudo era importado até os fósforos nacionais eram somente o nosso produto de asseio pessoal tais como, sabonete, creme dental e escova além de material para barbear. Diversos negócios podíamos fazer nos rebocadores, pois estávamos longe da fiscalização, recordo que ia comprar um zoom para minha máquina fotográfica e o tripulante do rebocador deixou cair na água antes de me entregar, eles tinham muita coisa para vender, cigarro americano de diversas marcas com vinte carteiras até Whisky de marcas e apresentações ( o Whisky devido a proibição só era vendido para quem estava saindo de folga e no heliporto e assim mesmo uma garrafa por pessoa). Um belo dia quase dois anos depois, veio a notícia que o navio ia para Macaé na bacia de Campos no Rio de Janeiro quem quisesse poderia continuar na função, porém a escala não seria a mesma e sim seis meses de serviço por seis meses de folga, alguns foram junto, o compadre Roberto ficou mais um ano como preposto e eu de motorista. Quando completou um ano ele recebeu ordem de levar o carro a e a papelada para o Rio de Janeiro, ele disse logo que aproveitaríamos a viagem para visitar a senhora Iracema uma irmã que a muito tempo não via. Iniciamos a viagem em Belém para o Rio de Janeiro logo percebi que o Roberto conduzia de maneira esquisita, como se alguma coisa o incomodasse muito especialmente quando passávamos por um carro maior.
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Éramos onze Em Castanhal ao jantarmos em conversa perguntei se algo estava acontecendo, ele me respondeu que ao cruzarmos com outro veículo de maior porte fossemos atirados para fora da estrada esse era o motivo da sua inquietação, expliquei tratar-se de um fenômeno corriqueiro e inofensivo que o deslocamento do ar provocava em nós, acredito tê-lo tranquilizado. A viagem transcorria na maior normalidade até que na altura de Betim em Minas um fusca passou a frente fazendo muitas firulas, provavelmente o motor era “mexido” parei em um posto de gasolina enquanto abastecia, passei quase toda a carga que ia no salão do carro para o porta-malas ao sair do posto o fusca apareceu novamente. Como eu já estava com bastante peso na traseira do opala pisei fundo no acelerador e ultrapassei o fusca a cento e quarenta quilômetros por hora, no dia seguinte já terminando o dia avistamos as luzes do Rio em seguida atravessamos a ponte rumo a Niterói, a senhora Iracema tanto que escrevia orientava que residia em uma mansão na avenida Coronel Pereira 275, casada com um funcionário da Petrobras. Estacionamos o carro em frente a mansão e ele fez procuração dela a umas crianças que brincavam no jardim foi informado que ela morava no 800, o meu compadre voltou ao carro para me pedir que o acompanhasse, contrariado mas fui, quando ela nos viu quase teve uma síncope acho que nunca imaginou que isso pudesse acontecer. Logo em seguida chegou o marido em trajes modestos calçando sandálias havaianas com visíveis sinais de embriaguez e felizmente quando foi apresentado parece que imaginou que isso jamais aconteceria, conclusão: a avenida havia, a mansão também, ela era realmente casada com um cozinheiro alcoólatra da Petrobras em Niterói, porém nas
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Éramos onze cartas colocava tudo de maneira destorcida. Notei que o ambiente se tornara insalubre e pedi licença para me retirar o que o compadre fez logo em seguida, ficamos uma hora sem trocar palavra decepcionados com tudo que ocorrera, foi quando ele me pediu que não comentasse nem com seus filhos, naturalmente aquiesci pedindo-lhe agora permissão para publicar uma vez que o episódio nos deixara quase em estado de choque. Não se sabe sequer se o parentesco foi resolvido, não sei expliquei bem só sei que fiquei contristado com a situação do meu compadre Roberto. Passamos a noite em um kit-net e no outro dia voltamos para o Rio aonde chegamos ao meio dia no hotel Copacabana Palace. Nos apresentamos, almoçamos e fomos descansar, eu ainda meio aparvalhado com os acontecimentos do dia anterior nem descansei direto.
COPACABANA PALACE
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Éramos onze Do restaurante do hotel avistávamos uma porta de chapa niquelada onde muitas pessoas entravam e saiam durante o dia e a noite, perguntamos para o maitre do hotel o que funcionava ali e ele nos respondeu sorrindo que era um inferninho e de noite fomos assistir o espetáculo porque não anunciavam nada do lado de fora assistimos uma demonstração de lesbianismo horroroso e a demonstração de um homem que se masturbava sentado em uma cadeira sem levar a mão ao pênis em hora nenhuma. Depois de aproximadamente três dias fui chamado pelo superintendente que disse além do pagamento me daria uma passagem aérea para Belém, mais mil cruzeiros se eu fosse a Macaé levar três pessoas que, de lá seguiriam em rebocador para a plataforma, se a viagem fosse de Helicóptero sairia muito mais caro e impraticável. Aceitei e como a viagem era curta saímos no dia seguinte bem cedo, mal sabia eu que essa viagem seria cheia de nuances de diversas ordens que estavam para acontecer, primeiro foi um desentendimento entre dois dos elementos que viajavam comigo logo que passou a ponte Rio-Niterói, como eu vi que os ânimos não de acalmavam, parei o carro e fiz ver aos dois que ainda nem estavam no exercício das funções e já estavam se desentendendo e que se continuassem voltaria com o carro para comunicar o ocorrido na superintendência. Com meia hora nova pendenga foi ensaiada sem dizer nada peguei um retorno e voltei para o Rio, quando eles perceberam que estávamos voltando pararam de discutir e só faltaram me implorar que não tomasse em consideração o que tinha acontecido e que além de não fazerem mais ficariam o resto da viagem calados. Foi quando fiquei sabendo que um seria rádio e o outro plataformista; ao chegamos em Casemiro de Abreu no-
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Éramos onze tei que enorme acampamento fora criado porque estavam aguardando a chegada de um disco voador, “gente maluca”, quando chegamos finalmente em Macaé, vimos o Emílio Santiago levando uma chuva de tomates que o impedia de descer do ônibus que o levara. Fomos para o centro da cidade e nos hospedamos no Hotel Pindorama na Avenida Beira-mar, chamei os dois brigões e disse a eles que tinha trabalhado no navio quando ele estava em Belém e pedi que fizessem bom proveito, no dia seguinte os coloquei em um rebocador, encontrei por acaso um paraense que também trabalhava em plataforma era o 92 da minha turma na Aeronáutica, morava na Rua Diogo Móia em Belém. Passei mais dois dias em Macaé por ordem da chefia e quando estava na orla do mar olhando com saudade o navio em que trabalhara como mecânico alguém ao meu lado perguntou se eu ia para o Rio, balancei a cabeça afirmativamente sem olhar tão absorto estava, mas quando virei vi que se tratava do Paulinho, um jovem intérprete, que conhecera na Pentagone 82. Nos reconhecemos e ele me pediu uma carona para o Rio, dei mais um relance de olhar atravessando a avenida em direção ao carro e partimos de volta, porém um pouco antes de chegarmos a Casemiro de Abreu, notei muitos objetos atirados na estrada que despertavam que certa mixórdia havia ocorrido ali. Realmente quando passamos pela localidade constatamos que teria havido um quebra-quebra enorme porque o disco voador não havia aparecido, rimos bastante todo o resto da viagem, até nos despedirmos. No Copa fiquei sabendo que o meu compadre Roberto já tinha vindo para Belém.
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Éramos onze Falei com o superintendente para que me desse o valor da passagem aérea ele aceitou mais os mil cruzeiros e o dinheiro da viagem de ida, importava tudo em quase dez mil cruzeiros, depositei no próprio hotel em uma agência do Itaú cinco mil, e voltei para casa de ônibus. Na Novo Rio me informaram que o próximo ônibus sairia as 11 horas, cheguei antes das 10 horas e me informaram que só sairia as onze da noite a pessoa que me atendeu no telefone não explicou, fiquei doze horas na rodoviária cheguei em casa cinquenta e quatro horas depois. Até certo ponto dou razão a quem diz que Belém é a terra do já teve, realmente já teve trem com duas linhas ferroviárias, uma para Bragança com duzentos e vinte oito quilômetros, mas que em Igarape-Açú tinha uma linha secundária com dezoito quilômetros, que levava para o leprosário do Prata, outra para Icoaraci, antigo Pinheiro, que deram motivo ao nome do Entroncamento, com mais ou menos dez quilômetros. Bondes com diversas linhas, de quatro e oito rodas nacionais, uns que vieram de Londres, chamados carinhosamente de Balangandãs providos com sistema de calefação para o clima frio, houve também uma linha que fazia o percurso, entre o Ver-o-Peso e o Arsenal de Marinha chamado de Bagé que percorria toda a rua Doutor Assis. Ônibus com carroceria de madeira, chamados também de Garapeira, com formato de Zepellin da Viação Pérola eram duas unidades, uns que vieram do Rio com carroceria de ferro da empresa Geral pertencentes a Prefeitura, os que foram apelidados de peida mula por causa do freio a ar que fazia um determinado barulho ao frear e as famosas lotações micro ônibus da Mercedes-Benz.
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Éramos onze TREM, UM BONDE E O ONIBUS ZEPELIN
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Éramos onze
As empresas de serviço público eram: Pará Eletric de energia elétrica e bondes (CELPA), Amazom River transporte fluvial (ENASA) que antes foi conhecida por (SENAPP) que colocou uma frota de embarcações fabricada na Holanda constituída das seguintes unidades: NM - Presidente Vargas, NM – Lobo Dalmada, NM – Leopoldo Perez e chata Imediato Carepa. Port of Pará cais do porto e guindastes (CDP), Bygton águas e esgoto (COSANPA). Havia também um serviço de Cabo Submarino da Western do Brasil, que falava para o mundo todo se tornando assim de utilidade pública. Fábricas particulares: Boa Fama, Morgado, Fábrica Palmeira, Usina Progresso, Usina Brasil, Perseverança e Companhia Agrícola Têxtil de Aniagem (cata).
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Éramos onze Comércios famosos: Casa pego, Combate, Corcovado, Minho, casa Camarinha. Panificadoras: Palmeira, Camões, Formosa, Don Luiz, Umarizal e Alzira. Drogarias: Beirão, Cesar Santos, Pasteur, São Lucas, Central, Sul Americana e Do Povo. Cinemas: Universal, Guarani, Moderno, Poeira, Nazaré, Popular e São João. Bares: Paraense, Guarani, Pilsener e do Parque. Cassinos: Palace e Felix Roque. Ruas antigas que mudaram de nome – Tito Franco hoje Almirante Barroso, 02 de Dezembro = Generalíssimo Deodoro, 22 de Junho = Alcindo Cacela, 15 de Agosto = Presidente Vargas, São Mateus = Padre Eutíquio, 25 de Setembro = Rômulo Maiorana. Cafés: Da Paz, Santos na padre Eutíquio, Século 20, Santos na avenida Portugal, Café Chic e Café Manduca. Sapatarias: Leão de Ouro, Carrapatoso, Morgado e Vulcabrás. Ferragens: Ferreira Gomes e Portuense. Bancos: Do Brasil, Moreira Gomes e Caixa Econômica. Grandes lojas vieram para Belém com o advento da Borracha, tempo da “belle époque”, e as que mais se salientaram notamos Paris- Londres, Paris na América e Casa Guerra. É provável que administrações públicas, religiosas e particulares ornaram a cidade com construções as mais diversas e notórias: Palácio Antônio Lemos, Lauro Sodré, Colégio Lauro Sodré, Colégio Nazaré, Colégio Gentil Bittencourt, Colégio do Carmo e Ginásio Progresso Paraense, Palacete Bolonha e mais alguns. Dentro da minha faixa etária desfrutei muito dos benefícios que a “belle époque” nos proporcionou, tanto no campo cultural como no doméstico quando foram trazidos por pequenos empresários, como Circos, teatros de revistas para se exibirem na quadra nazarena concentrada no arraial exclusivamente, a essa altura além da Basílica notava-se o Cinema Moderno perfeitamente adaptado para teatro de revista.
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Éramos onze Do outro lado da praça via-se perfeitamente um teatro de Variedades, em cada canto havia um coreto de ferro para as bandas executarem música, no centro o enorme pavilhão da Vestal, em frente à igreja um relógio de dupla face em ferro fundido com quatro metros de altura, que sumiu juntamente com os quatro coretos durante a gestão de um prefeito chamado Mauro Porto, nomeado pela revolução de sessenta e quatro. Atualmente a Praça que já foi chamada de Largo de Nazaré ou simplesmente de Arraial, é a Praça Justo Chermont. Desse complexo todo de onde se podia apreciar a apresentação de Derci Gonçalves, Jararaca e Ratinho, Xeren e Bentinho, Mazarope e Vicente Celestino com Gilda de Abreu, enquanto eram apresentados no Teatro da Paz peças estrangeiras de diversas partes do mundo: Ana Plavova da Rússia, Piaf da França, La Fornarina da Espanha e Raul Rolian do México. As pessoas menos esclarecidas ou porque não são da época, acreditam que o primeiro edifício construído em Belém foi o Manoel Pinto, afirmo com veemência que foi o Edifício Berne na esquina da Presidente Vargas com a Ó de Almeida, inclusive foi saqueado na Marcha contra o quinta Colunismo. Por incrível que pareça essa Marcha aconteceu ao mesmo tempo em todo o território nacional, com toda a precariedade de comunicação descobriu-se que depois dos saques a que foram submetidos, espiões de toda ordem de jardineiros a padres e até altas patentes de forças armadas dos países que compunham o Eixo; Japão, Itália e Alemanha.
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Navio Lauro SodrĂŠ
Navio Lobo Dalmada
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Navio Presidente Vargas
Navio Chatinha Imediato Carepa
Quando a Presidente Vargas se chamava Quinze de Agosto, disputava a primazia de possuir os dois bares mais frequentados da época que eram o SENAPP BAR, construído onde atualmente se ergue a estátua de PEDRO TEIXEIRA, e que levava certo impacto dos bondes quando sempre que faltava energia, o bonde
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Éramos onze voltava na descida quebrando o bar até um dia o proprietário mandou fazer uma barricada de trilhos e concreto resolvendo o problema. O outro era o BAR DO PARQUE, situado na mesma avenida, porém na outra extremidade na Pça. da República. Abriam noite e dia e os frequentadores eram os mesmos poetas como Rui Barata, Rodrigues Penagé, Jaques Flores e todos os notívagos da cidade. Hoje existe somente o Bar do Parque. Em hipótese alguma afirmaria que a prostituição não seja a mais antiga profissão do mundo, porque pelo que tenho pesquisado, estudado e observado até nas religiões, tudo faz crer, porém com a progressão do tempo curvaram-se as modificações que foram introduzidas com as novas taras que foram aparecendo, quero que de início tudo fosse na base do sexo hetero, mas como a concorrência faz cair muitos princípios aconteceu também com o sexo. Muitas mulheres que faziam qualquer sexo se postavam seminuas na porta da rua e com mímica davam a entender a sua especialidade, a situação se avolumou de tal forma que atingiu todas as camadas sociais a ponto de as moças dizerem que atrás era para luxar e na frente era para casar. As jovens que faziam toda sorte de sexo tinham cognomes horrorosos impublicáveis mesmo, as outras nem tanto, estava chegando ao fim a era dos “adoradores do hímen” e iniciando-se a época das B. B . C., como seriam classificadas as jovens que praticavam toda sorte de sexo, tecnicamente socorridas pelos médicos que imediatamente passaram a qualificar de “sexo oral”, “sexo anal” e “sexo vaginal” o único que desvirginava a moça se constituindo por isso crime previsto em lei, constatado por exame de “conjunção carnal”. Os demais sexos não havia como deixar lesão e, portanto de difícil ou impossível comprovação.
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Éramos onze Não sei quem inventou nem se é verdade o conceito que diz: “Todo HOMEM que passa pela vida e não plantou uma ÁRVORE, não fez um FILHO e não escreveu um LIVRO, deve pensar bem se veio ao MUNDO.” Eu me sinto realizado.
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