An m l Março 2014 Ano II | Edição 04
Luciana Abrantes Uma protetora que ama os animais!!!
Modelo: Gabriela Fernandes • Hair Stylist: Juninho Brasil Hair
Calçados e Acessórios Femininos
Tel: (11) 4712-4479 Rua Profª Rosina de Oliveira, 35 Centro - São Roque - SP saltoaltosaoroque@hotmail.com
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Resgate pela vida Um grupo de meninas “super protetoras” resgataram em estado crítico uma cadelinha nas imediações do Bairro Vila Nova e não mediram esforços para dar mais qualidade de vida
a esse animal que se encontrava na rua sofrendo. Elas resgataram a cadelinha que recebeu o nome de Vivi Vitória, pois foi isso que ela teve: uma grande vitória através das
mãos de anjos que amam os animais. Pessoas que em pleno domingo saem pra cuidar da pequena e ligam para a Janaina Gomes (Bonanza Banho e Tosa) que prontamente atendeu ao pedido e abriu o seu estabelecimento em pleno domingo de sol para
atender a Vivi que chegou toda cheia de nós e de pelos embolados, o que trazia muito calor neste dias de verão intenso que vivemos e Vivi ficou bela e cheirosa. Ela tem apenas um pequeno corte na barriga que não pode dar pontos, pois não se tem informação
de quando sofreu o corte, mais está medicada passa bem, agora só necessita de muito amor e carinho. “Não há dinheiro no mundo que pague um coração nobre”!!! Obrigado a vocês anjos que socorrem os animais...
Luciana Abrantes - Uma protetora que ama os animais!!!
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ornal Realize - Desde quando você se interessa em proteger os animais? Luciana: Acho eu já nasci com esta missão. Desde pequena sempre tive cachorro e depois fui aprendendo que todos os seres vivos merecem respeito, independente da sua forma e á 12 anos me tornei vegetariana por amor e respeito aos animais.
chorros para cuidar. Além disso, faço minha parte na proteção animal. Recentemente estive em Brasília lutando pelos animais no Congresso. Participo de feiras de adoção, atuo como voluntária na Cãominhada do CCZ de São Roque, fazemos resgates de maus tratos, participo de reuniões na Câmara Municipal. Jornal Realize - Quais os principais problemas que você encontra em São Roque? Luciana: Os problemas são os mesmos, independente do local. Quando eu morava em São Paulo também era difícil. Não temos apoio para a causa animal. Mas isso já está mudando.
Jornal Realize - Como é seu trabalho de protetora atualmente? Luciana: Gostaria de esclarecer que: protetor não é profissão. Protetor faz seu trabalho voluntariamente e por amor. Eu trabalho o dia inteiro, faço supermercado, vou ao banco, tenho uma Jornal Realize - Você tem filha, faço lição da escola com ela, lavo roupa, cuido apoio dos órgãos municida casa e tenho meus ca- pais?
Luciana: Não tenho apoio de nenhum órgão. Tudo o que é feito para um animal resgatado é feito do próprio bolso e temos que assumir integralmente por aquele animal, muitas vezes temos ajuda de parceiros do bem, pessoas que simpatizam com a causa. Jornal Realize - O que você faz quando encontra os animais abandonados em São Roque? Luciana: Infelizmente estou com a minha capacidade esgotada. Tenho oito animais atualmente resgatados das ruas. Todos castrados, vacinados e vermifugados. Cada um sabe da sua capacidade, uns podem ter 30, 50, 60, 100 animais. Tentamos a todo custo um lar temporário ou adotantes responsáveis para os animais.
Jornal Realize - Como é o resgate dos cachorrinhos de rua ? Luciana: Na maioria das vezes é tranquilo. Só em casos de atropelamento ou espancamento em que o animal está com dor ou medo aí se torna mais difícil. Uma vez uma protetora parou o carro na Rodovia, atravessou com todo o cuidado para resgatar uma cachorra, mas infelizmente o animal se assustou e correu para a rodovia e foi atropelada morrendo instantaneamente.
de rua que também está “abandonado” e junto encontram a felicidade, porque não há nada mais lindo que a amizade entre um animal e um ser humano. Mas, muitas vezes sofrem com as dificuldades Jornal Realize - Os ani- nas ruas. Frio, fome, viomais ajudam os moradores lência. O ideal é que todos tivessem um lar. de rua? Luciana: Depende. Às Jornal Realize - Qual a vezes os moradores enconconsequência para a sotram apoio, carinho e comciedade de animais abanpanheirismo em um animal
donados? Luciana: Proliferação de zoonoses (doenças transmitidas dos animais para o ser humano), podem provocar acidentes em rodovias, podem atacar pessoas.
-operatório. Ajuda a socie- dos de resgates de filhotes Jornal Realize - Você dade no sentido de menor abandonados recebemos acha que protetores não número de animais aban- por dia... e não é possível são bem vistos pela sociedonados, sem dono na ci- atender a todos.... dade ou é o contrário? dade. Se cada um cuidasse Luciana: Não podemos e castrasse seu animal, se Jornal Realize - Sobre agradar a todos. Os procada um fosse responsável maus tratos, o que você tetores de animais muitas pelo animal e não abando- tem a dizer? vezes são vistos como lounasse, nosso trabalho não Luciana: É a forma do ver- cos e sempre somos indaJornal Realize - Qual o seria tão necessário. bo maltratar. Maltrato sig- gados “ porque ao invés de caminho para diminuir o cuidar de “ENQUANTO O HOMEM CONTINUAR A SER DESTRUIDOR abandono de animais? Jornal Reanimais Luciana: Sem dúvida a alize - Você IMPIEDOSO DOS SERES ANIMADOS DOS PLANOS INFERIORES, não cuiNÃO CONHECERÁ A SAÚDE NEM A PAZ. ENQUANTO posse responsável e a cas- a c o n s e l h a damos de tração. Hoje as pessoas as pessoas a OS HOMENS MASSACRAREM OS ANIMAIS, ELES SE MATARÃO crianças UNS AOS OUTROS. AQUELE QUE SEMEIA A MORTE E O abandonam os animais castrar seus abandoSOFRIMENTO NÃO PODE COLHER A ALEGRIA E O AMOR. por qualquer motivo, seja animais? Por nadas” e PYTHAGORAS” porque comeu um chinelo, quê? isso me ou porque mordeu o sofá Luciana: Sim e não só nifica tratar com violência, irrita profundamente pornovo, ou porque faz cocô, os vira-latas (SRD), mas com palavras rudes; tratar que geralmente quem nos ou porque vai viajar nas todos os animais de raça mal; receber mal. Ninguém faz este tipo de pergunta férias. deveriam ser castrados. merece sofrer, seja ele ani- não ajuda ninguém e não Para evitar o número de mal, idoso, criança. Todos faz nada pelo próximo. Jornal Realize - Animal animais abandonados. As devem ser tratados com Cada um que faça a sua sofre ao ser castrado? O pessoas descartam a cria amor e respeito. Por isso parte com o que agradar que isto ajuda a sociedade? em qualquer lugar. Nem que estamos lutando para a seu coração. Luciana: Não sofre. Os se preocupam em arru- Instalação da CPI dos Maus Jornal Realize - Qual é animais são anestesiados mar lar para os filhotes, tratos aos animais, pois sua mensagem para nossos para a cirurgia, e depois só simplesmente descartam. quem comete este CRIME leitores? alguns cuidados no pós- Quantos e quantos pedi- deve ser punido. Luciana: Dedico esta mi-
nha vida aos animais. Se eu tiver outra vida que eu seja novamente protetora de animais. Quando tiver a oportunidade de alimentar, dar água,cuidar de um animal abandonado, resgatar, dar lar temporário, adotar, que faça. Os animais não podem falar, mas nós podemos e temos o dever de lutar por eles. Se não gostar de animais paciência, ninguém é obrigado a gostar, mas jamais permita que um animal sofra. Para quem não tem muito tempo, mas gosta de animais, ajude!!! Arrecade jornais, potes de sorvete, sobras de remédio de amigos e doe para um protetor ou um abrigo, já estará ajudando. Se puder faça uma rifa, vaquinha entre amigos e familiares e doe ração. E se quiser junte-se a nós. Nosso pequeno exército de protetores estará sempre de braços abertos.
Provas que ferem
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cada dia que passa a sociedade tem cobrado de seus governantes leis que assegurem a defesa e proteção à toda forma de vida, inclusive dos animais. Uma tese de mestrado defendida em 2013 pelo Capitão da Política Ambiental do Estado de São Paulo, Marcelo Robis, e que se transformou em um livro intitulado “Maus tratos aos animais e a violência contra as pessoas” comprovou e existência dessa relação. A tese avaliou registros criminais de pessoas autuadas pela Po-
lícia Militar do Estado de São Paulo por maus-tratos aos animais e observou que uma porcentagem significativa delas também apresentou outros registros por crimes violentos contra pessoas, indicando uma conexão entre esses delitos. A pesquisa, pioneira no Brasil, além de confirmar a relação entre os maus-tratos aos animais e a violência contra as pessoas, pode servir de base científica para que forças policiais de segurança criem ações de prevenção primária, combatendo os maus-tratos aos animais e evitando
outros crimes no futuro. O Ministério Público de São Paulo criou um grupo especial de combate aos crimes ambientais (GECAP), que atua fortemente no combate a toda forma de maus tratos aos animais, sejam eles: domésticos, selvagens/silvestres ou os que são utilizados em rodeios. Uma das principais atuações dos Promotores do GECAP tem acontecido em audiências públicas sobre os eventos ditos como culturais, os chamados rodeios e/ou festas do peão. O Ministério Público de São Paulo declarou sua posição
contra a pratica das provas de rodeios, por causarem maus tratos aos animais, o que caracteriza crime (Lei 9.605 Art. 32) e além disso, fere a Constituição Federal do Brasil Art. 225 VII. De acordo com os Promotores do MPSP, toda lei que permite a realização de rodeios é inconstitucional. A ciência já comprovou que os animais são seres senscientes, ou seja, possuem capacidade de sentir medo, dor, fome, stress, e além disso, percebem situações perigosas e estressantes que desencadeiam reações bioquímicas em
seus organismos, sensações estas que os animais utilizados nos rodeios são submetidos antes, durante e após a realização das provas. Diversos laudos médicos veterinários, inclusive de professores da USP comprovam que as provas realizadas nos rodeios causam maus tratos aos animais, embora os organizadores destes eventos digam o contrário. Os animais utilizados nestas provas são submetidos as mais variadas formas de maus tratos tanto físicos
como psicológicos. Recebem sim boa alimentação (como os organizadores de tais práticas afirmam), para agüentar a montaria, mas não podemos avaliar bem-estar apenas pela alimentação. Tendo conhecimento disto, será que ainda hoje, com os avanços da sociedade nas mais variadas áreas (tecnológica, moral, etc.), é justificável utilizar do sofrimento de seres indefesos para a realização de práticas para entretenimento de um grupo de pessoas? Acredito que não. Quando vocês assistirem a uma prova de rodeio, notem uma cinta que pode
ser de couro, corda ou ou- uma cinta que é colocada tro material que é presa na na região do tórax destes região do ventre (inguinal) animais, a peitera. Essa dos bois, touros e cavalos. sinta comprime o tórax do Esse equipamento deno- animal causando uma forte minado sedém é respon- angústia pela compressão sável por fazer os animais saltarem “A PROTEÇÃO DOS numa tentativa ANIMAIS FAZ de se libertarem PARTE DA MORAL da dor que esE DA CULTURA tão sentindo pela DOS POVOS” forte compressão VICTOR HUGO que o sedém causa. O sedém comprime a região inguinal dos e conseqüente falta de ar. Já foi comprovado que as animais onde passa parte dos intestinos, dos ureteres pessoas vão até os rodeios/ (canis que ligam os rins a festas do peão por causa bexiga) causando dor e dos shows e não por causa das provas de montaria. angústia. Reparem também em Cidades como Sorocaba,
Jaú, Itapetininga, Jundiaí, São Paulo, Campinas, Descalvado, Guarujá, Osasco, Araraquara, Tiete, e muitas outras já proibiram a realização das provas de rodeio. Se as demais cidades promoverem shows sertanejos, country, sem as provas de montaria realizadas nestas “festas” a população certamente irá prestigiar. E por mais que os organizadores dos rodeios digam que as provas de montaria são fundamentais para a presença da população, isso não é verdade. Como exemplo disso, na audiência pública realizada ano passado na Câmara Municipal de São Roque,
o Secretario de Turismo da cidade de Tiete relatou que após a retirada das provas de montaria, o evento teve um aumento de público. Acredite, se as provas de rodeios fossem colocadas após os shows, não ficaria praticamente ninguém no local para assistir.
Fernanda de Figueiredo Beda é Médica Veterinária, Protetora dos Animais e Especialista em Gestão Pública e Educação Ambiental. Preside a Comissão de Políticas Públicas do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo,e colaboradora voluntariamente com este jornal. Contato: comissão.politicaspublicas@crmvsp.gov.br