Especial São Paulo Fashion Week Inver no 2015
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Gisele Bündchen fotografada por Eudes de Santana veste Colcci
Especial N o 03 • Nov. 2014 R$ 19,90
we’ve got the power
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UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA. Moda
MIXED OSKLEN ROSA CHÁ TORY BURCH LACOSTE ERMENEGILDO ZEGNA
Joias
TIFFANY & CO. CARLA AMORIM MAURICIO MONTEIRO MONTECRISTO JACK VARTANIAN IZABEL ESTEVES
Acessórios
DOLCE&GABBANA BOTTEGA VENETA CHANEL EMPORIO ARMANI GUCCI TOD'S
E MAIS 300 LOJAS. IGUATEMISP.COM.BR
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BOAS FESTAS
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TOP 10 Desfiles
Top 5 FFW Models
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Os criadores
Santo em alta/ A moda é forte
SumÁrio
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Beleza feita à mão
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Detalhes mil
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Shooting
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Streetstyle
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Um dia com a top Renata Kuerten
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Laura e Lorena
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Conversa Ronaldo Fraga
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Conversa Alberto Hiar
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Conversa Jo達o Braga
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publisher
Paulo Borges
editor e
Conselho editorial
augusto@luminosidade.com.br
Camila Silva, Fabienne Musy, Graça Cabral, Luciana Braga, Marcia Matsuno
diretor exeCutivo
Colaboradores
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Mauro Braga
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Adriano Damas, Alex Batista, Bruno Cardoso, Chris von Ameln, Daniel Deak, Dindi Hojah, Eudes de Santana, Felipe Abe, Gabriel Cappelletti, George Krakowiak, Gi Macedo, Higor Bastos, Joana Cardoso, Krisna Carvalho, Mariana Pontual, Marcela Duarte, Marcelo Soubhia, Murilo Ganesh, Rafael Chacon, Rene Martins, Sarah Lee, Tathiana Yumi Kurita, Tavinho Costa
diretor de Casting
agradeCimentos
F&G Packing Embalagens e Serviços Ltda.
mauro@luminosidade.com.br editora de moda
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produção exeCutiva
Marcelo Nascimento diretor de arte
Gabriel Finotti designer
Frederico Floeter revisora
Luciana Sanches FFW.com.br editora de Conteúdo
Camila Yahn redatora
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repÓrteres
Marcela Duarte Mariana Pontual mídias soCiais
Daniel Ayub
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Daniel Mafra, Renata Kuerten, Rene Serra, Tania Otranto e a todas as marcas, assessorias e modelos participantes do SPFW A Lumi 05 não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios publicados nesta revista nem garante que promessas divulgadas como publicidade serão cumpridas. lumi 05 marketing e propaganda ltda. Av. 9 de Julho 4.927 / 4.939 - Torre Jardim (A) - 9º andar 01407 200 - São Paulo - SP Tel 55 11 3077 4877 ffwmag@luminosidade.com.br WWW.FFW.COM.BR INSTAGRAM: @FFW WWW.FACEBOOK.COM/FFW
Tania Leone
operações em banCa
Assessoria Edicase www.edicase.com.br
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Jairo da Rocha e Daniel da Rocha pré-impressã0
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A FFWMAG (ISSN 1809-8304) é uma publicação da Editora Lumi 05 Marketing e Propaganda Ltda. Todos os direitos reservados. Fica expressamente proibida a reprodução total ou parcial sem autorização prévia do conteúdo editorial. Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos autores e não refletem a opinião da revista.
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Capa GISELE BüNDCHEN usa vestido COLCCI Foto EuDES DE SANTANA; styling DANIEL uEDA beleza HENRIquE MARTINS.
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Alex Batista
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o que inspira este fotógrafo paulistano é “o processo de fazer as coisas”. Sobre desejos de moda, diz que gosta de bolsas e mochilas. “Ainda quero comprar uma da South2 West8.” Para 2015, deseja “saúde para todo mundo que eu amo e mais trabalhos legais”. SPFW #38: “não foi diretamente na passarela, mas indiretamente. ter conhecido pessoalmente o ronaldo fraga, de quem sou fã, e ainda ter feito o retrato dele”. @batista.alex
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Eudes de Santana
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as maiores inspirações do maquiador são ídolos da música, principalmente das décadas de 1970 e 1980. desejo de moda: “a coleção resort do Ysl Homme”. Para 2015, quer continuar o trabalho que começou este ano e “uma conscientização maior das pessoas em assuntos políticos e ambientais”. SPFW #38: “O desfile da estilista Giuliana romano, adoro o trabalho dela, e os bastidores das fotos que fizemos”. @brnocardoso
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o fotógrafo vive entre sp, londres e berlim. inspiração: “estar bem e em equilíbrio comigo mesmo”. Seus desejos de moda são uma felted flannel jacket da coleção FW/14/15, do Helmut Lang, e um sneaker puma x ronnie fieg, exclusivo para a dover street Market. Para 2015, planeja fazer a primeira viagem ao Japão. SPFW #38: “O desfile do Reinaldo Lourenço na faap. a coleção estava linda e a escolha da locação foi muito feliz!”. @eudesdesantana
Bruno Cardoso
Felipe Abe
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maquiador, é formado em design de produto e pósgraduado em moda. “nada me inspira mais a criar do que conhecer novos ambientes.” Diz que nunca teve desejo de moda até ver “a mochila destroyed, da Chanel”. Para 2015, deseja novas oportunidades de demonstrar seu trabalho. SPFW #38: “A beleza que a fabiana gomes criou pra animale, em que as modelos estavam incrivelmente maquiadas apesar de não parecer”. @dindihojah
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Fotógrafo, atua também como diretor de arte e faz parte do canal põe na roda (Youtube). o que o inspira é transformar as pessoas por intermédio do seu trabalho. desejo de moda: “posso enumerar alguns? Alexander Wang, Prada e Givenchy. Quero tudo!”. Para 2015, deseja “uma sociedade menos intolerante, em todos os sentidos, e muito boa sorte!”. SPFW # 38: “gostei bastante do apartamento 03 e da têca. foi lindo. e adorei o darth vader”. @felipeabe
Dindi Hojah
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George Krakowiak
paranaense de londrina, o stylist é formado em ciências sociais. inspiração: “adoro observar as pessoas. sempre fotografo e guardo como referência”. Ele diz que não tem desejo de moda. “Não por ter tudo, mas por achar que o novo sempre vem.” Para 2015, quer “trabalhar mais e mais”. SPFW #38: “É um grande prazer assistir ao Alexandre herchcovitch, acho sempre um bom momento na semana de moda brasileira”. @georgekrakowiak
d o r e s Higor Bastos
Tathiana Yumi Kurita
Tavinho Costa
fotógrafo e editor do ffW models, ele é mineiro de Juiz de Fora. Mora em São Paulo. “Gentileza me inspira”, diz. Seu desejo de moda são “algumas peças da nova coleção que alexander Wang fez para a H&M”. Para 2015, quer “sucesso profissional, saúde e muita luz”. SPFW #38: “sem sombra de dúvida, a estreia do meu querido amigo Vitorino Campos na Animale. Foi lindo!”. @higorbastos
formada em moda. Cria imagens de moda por meio de fotografia, styling e figurino. “A rua e as pessoas me inspiram”, diz. Seus desejos de moda são Yohji Yamamoto e Comme des Garçons. Para 2015, deseja luz. SPFW # 38: “há várias edições que eu não sentava e assistia a um desfile sem ter que me preocupar em fotografar. O desfile do João Pimenta. o masculino dele é incrível em modelagem, harmonia de cores, materiais e line-up”. @yumikurita
fotógrafo, ele é catarinense de florianópolis. a inspiração vem de viagens, livros, filmes. “Tento ver tudo que me agrada esteticamente.” das pessoas, é “obcecado por gestos e detalhes”. Diz que “ficou louco” com a luva de boxe do alexander Wang para a H&M. Em 2015, deseja saúde para o filho, que está a caminho, viagens para inspirar e temperança. SPFW #38: “os volumes de fernanda Yamamoto e as proporções do João pimenta”. @tavinhocosta
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Em 2015, a carreira de Gisele B端ndchen e o S達o Paulo Fashion Week comemoram 20 anos
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o mELHor EStÁ Por VIr #a m o m o da a m o b r a s i l
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osse outra época, quando o mundo permanecia o mesmo por longos períodos, quase nada mudaria em 20 anos. Mas, desde que viramos de século, vivemos realidade diferente, e o mundo, hoje, muda a cada incríveis 18 meses. Assustador, não? Pois preste atenção ao que diz o futurólogo americano Ray Kurzweil: “No século 21 não teremos cem anos de progresso, mas, sim, 20 mil”. Ou seja, vivemos uma época em que absolutamente tudo ao nosso redor se transforma numa piscada de olhos. Foi nesse ambiente complexo, de mudanças ocorrendo em velocidade supersônica, que o São Paulo Fashion Week nasceu, cresceu, tornou-se a maior semana de desfiles da América Latina e, em 2015, completa 20 anos de existência. Vinte anos que parecem 200! Vinte anos de profundas transformações sociais, culturais, políticas e comportamentais no Brasil e no mundo. Nesse período, como escreveu Erika Palomino na Folha de S.Paulo, “deixamos de ser vira-latas fashionistas e aprendemos (a elite também) a consumir com algum orgulho o que é criado pelos brasileiros”. Viva nós, os doidos, que ousamos criar e organizar um “calendário oficial” para a moda brasileira e acreditamos nela, acreditamos em sua força criativa! As comemorações dos 20 anos do SPFW começaram nesta edição. Nas próximas duas (39ª, Verão 2016, e 40ª, Inverno 2016) seguiremos celebrando o legado de construção e transformação provocado pela semana que continua se renovando para acompanhar de perto as mudanças e se manter jovem, vibrante, relevante, sintonizada com o tempo agora. Tempo de festejar conquistas, corrigir coordenadas e avançar ao futuro. Nesta FFWmaG, apresentamos o que de melhor aconteceu na 38ª edição do SPFW, Inverno 2015 – a edição que inicia o fim de um tempo e o começo de outro, ainda mais desafiador e, por isso mesmo, muito mais excitante. Se existe algo que me anima e me move é o desafio. E foi desafiante montar esta edição de FFWmaG a partir de um evento que gera milhares de imagens e centenas de assuntos que merecem registro. Quais os desfiles mais vistos pela audiência do FFW.com.br? Quais as modelos que mais desfilaram? Quais os acessórios mais bacanas? Quais as inspirações por trás de cada coleção? Para saber, conversamos com os designers. Para chegar ao the best of da 38ª edição do SPFW, tivemos que rever tudo, imagem por imagem, além de fazer novas conexões, buscar ângulos inusitados (ou ainda não vistos), pensar em outros significados para o que já foi amplamente divulgado e mostrado. Mas não só isso. Pela primeira vez, temos na capa da FFWmaG a top número 1 do mundo, Gisele Bündchen, fotografada no camarim da Colcci minutos antes de entrar na passarela. A modelo estreou no SPFW e, em 2015, também comemora 20 anos de carreira. Além desta histórica capa com Gisele, convocamos o fotógrafo Eudes de Santana para registrar imagens exclusivas do backstage dos desfiles – e essas imagens você só vê aqui – e trazemos entrevistas com os estilistas Ronaldo Fraga e Alberto Hiar e com o professor de moda João Braga. Os primeiros 20 anos de SPFW estão se encerrando. Outros 20 virão. E tenho certeza de que o melhor está por vir.
Paulo Borges Publisher
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Desfiles mais acessados pelos leitores do FFW.com.br
Fotos Chris von Ameln, Gabriel Cappelletti, Marcelo Soubhia, Murilo Ganesh, Rafael Chacon (AgĂŞncia Fotosite) FFWMAG 39
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#3 Cavalera – 216.685 views
#4 PatBo –
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#5 Ellus – 184.061 views
#6 Osklen – 179.415 views
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#8 alexandre Herchcovitch – 177.055 views
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#9 reinaldo Lourenço – 164.494 views
#10 Pedro Lourenço – 161.849 views
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Texto e foto Higor Bastos
ToP 5 A cinco modelos mais “bookadas” na temporada Inverno 2015 do SPFW e que definiram o espírito da estação
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Waleska Gorczevski
Ford Management, 26 desfiles Waleska, 17, é catarinense de Florianópolis e, atualmente, a modelo brasileira a fazer mais sucesso nas passarelas internacionais. É a recordista do SPFW pela terceira vez consecutiva, totalizando 26 desfiles e alcançando destaque por abrir sete e fechar cinco. Waleska desfilou para Acquastudio, Alexandre Herchcovitch, Animale, Apartamento 03, Cavalera, Colcci, Ellus, Ellus Second Floor, Fernanda Yamamoto, GIG Couture, Giuliana Romanno, Iódice, Lilly Sarti, Lolitta, Osklen, PatBo, Pedro Lourenço, Reinaldo Lourenço, Ronaldo Fraga, Sacada, Têca por Helô Rocha, Triton, Tufi Duek, UMA Raquel Davidowicz, Versace para Riachuelo e Victor Dzenk.
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Luiza Scandelari
Way Models, 25 desfiles Luiza, 17, é paranaense de Campo Largo. Foi a fresh face da temporada, com um total de 25 desfiles em sua estreia. Desfilou para Alexandre Herchcovitch, Animale, Apartamento 03, Ellus, Ellus Second Floor, Fernanda Yamamoto, GIG Couture, Giuliana Romanno, Gloria Coelho, Iódice, Juliana Jabour, Llas, Lolitta, Osklen, PatBo, Pedro Lourenço, Reinaldo Lourenço, Ronaldo Fraga, Têca por Helô Rocha, Triton, Tufi Duek, Versace para Riachuelo, Victor Dzenk, Vitorino Campos e Wagner Kallieno.
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Jamily Wernke Meurer Ford Management, 24 desfiles
Jamily, 18, é catarinense de Braço do Norte. Há algumas temporadas vem sendo a escolha certa dos diretores de casting e, neste Inverno 2015, desfilou para 24 marcas: Acquastudio, Alexandre Herchcovitch, Animale, Apartamento 03, Ellus, Ellus Second Floor, Fernanda Yamamoto, GIG Couture, Giuliana Romanno, Gloria Coelho, Iódice, Llas, Lolitta, Osklen, PatBo, Pedro Lourenço, Reinaldo Lourenço, TNG, Triton, Tufi Duek, UMA Raquel Davidowicz, Victor Dzenk, Vitorino Campos e Wagner Kallieno.
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Jaque Cantelli
Ford Management, 23 desfiles Jaque, 19, é paranaense de Cascavel. Em sua primeira temporada, conquistou os diretores de casting e fez 23 desfiles: Acquastudio, Animale, Apartamento 03, Colcci, Ellus Second Floor, Fernanda Yamamoto, Giuliana Romanno, Gloria Coelho, Iódice, Juliana Jabour, Lolitta, Osklen, PatBo, Pedro Lourenço, Reinaldo Lourenço, Ronaldo Fraga, Sacada, Triton, Tufi Duek, UMA Raquel Davidowicz, Versace para Riachuelo, Victor Dzenk e Wagner Kallieno.
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Taila Berwig
Ford Management, 23 desfiles Taila, 19, é gaúcha de Carazinho. Em sua segunda temporada, desfilou para 23 marcas e vem fortalecendo a presença nos castings nacionais. Desfilou para Animale, Apartamento 03, Cavalera, Colcci, Ellus Second Floor, Fernanda Yamamoto, GIG Couture, Giuliana Romanno, Iódice, Juliana Jabour, Lilly Sarti, Llas, Lolitta, Osklen, PatBo, Pedro Lourenço, Reinaldo Lourenço, Ronaldo Fraga, Têca por Helô Rocha, Triton, Tufi Duek, Victor Dzenk e Wagner Kallieno.
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Os criadores Texto Marcela Duarte :: Foto Eudes de Santana
O frescor e a energia que se materializam na passarela a cada temporada só são possíveis porque nascem de pessoas. Tudo o que contagia existe primeiro na mente criativa de quem faz do design de moda o seu discurso. Se a reação aos lançamentos aparece na crítica especializada e nas impressões pessoais, a provocação e o conceito de cada coleção só podem ser explicados pelo criador. Minutos antes dos desfiles, enquanto cuidavam dos últimos detalhes para a apresentação de sua visão de moda, os designers do calendário falaram sobre a ideia por trás do que escolheram levar à passarela Veja todos os vídeos “Por Trás da Coleção” em FFW.Com.Br/ViDeos
Eduardo Pombal, da Tufi Duek
Patricia Bonaldi, da PatBo
“A inspiração foi um seriado sobre os vikings e um desenho animado, Como Treinar o Seu Dragão, que tem uma personagem, a Astrid, que está sempre com um bando de meninos.”
“Essa coleção foi inspirada na civilização celta e nas dançarinas irlandesas. Segue a linha da PatBo de uma aposta étnica, mas dessa vez com cores mais sóbrias e alfaiataria misturada ao streetwear.”
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Estilistas
Reinaldo lourenço
Rodolfo souza, da ellus
“A inspiração é a cidade de Florença, as obras da galeria Uffizi e o universo do Renascimento italiano. Olho para o passado, mas crio para uma mulher do presente.”
“Olhamos para as gangues de rua, a influência do esporte e a estética urbana que sempre esteve no DNA da Ellus.”
lilly sarti
Vitorino Campos
“A coleção olha para a transição dos anos 1960 para os 1970, com forte referência do trabalho de Roberto Burle Marx.”
“A coleção fala sobre o mergulho, inspirada na cena do filme A Liberdade É Azul. As formas são super-retas e alongadas, com alguns pontos de volume com o uso de tecidos esportivos e nobres.”
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Karen Fuke e igor de Barros, da Triton
Gloria Coelho
“Mixamos o deserto de Star Wars, os sandtroopers, Darth Vader, C3PO com dourados, metalizados, lãs, joelheiras e ombros arredondados.”
“A inspiração é metamorfose das estruturas, uma mistura de anos 1960, 1970, 1980 e 1990 refeita de uma outra maneira.”
Helô Rocha, da Têca
Juliana Jabour
“Uma floresta medieval com um pouco de japonismo, fluidez, shapes mais retos, sobreposições, bordados tridimensionais, estampas de colagem, bastante rico em texturas.”
“Resgatei o DNA da marca, que comemora dez anos. A coleção tem perfume 1970, nada literal. É um 1970 com uma pegada esportiva, que sempre foi forte no meu trabalho.”
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Estilistas
Oskar Metsavaht, da osklen
luiz Claudio silva, da Apartamento 03
“Eu me inspirei em um casal globe-trotter contemporâneo superligado à natureza e à tecnologia. A coleção reconstrói básicos essenciais para esse casal e suas viagens, como o trench coat, a camisa xadrez, o jogging de moletom, o smoking e o militar.”
“Assisti ao filme Dersu Uzala e fiquei encantado com o personagem dele e a história da amizade, que bateu muito forte para mim.”
Wagner Kallieno
Carolina Gold e Pitty taliani, da Amapô
“A coleção foi inspirada nas mulheres das imagens de Helmut Newton. As cores são basicamente branco e preto, e a cor mais forte é o camelo.”
“A coleção comemora os dez anos da marca; então, tem um clima de retrospectiva. Olhamos tudo o que já fizemos até hoje nos desfiles, pegamos as ideias de que mais gostamos e refizemos de um jeito novo.”
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Texto Paulo Borges
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imagem do céu carregado de nuvens cor de chumbo abriu a 38ª edição dentro e fora da passarela. No cenário da Animale, a estreia de Vitorino Campos foi saudada por raios e trovões virtuais, no mesmo momento em que se materializavam em toda a ci-
dade, trazendo uma chuva real, intensa e abençoada. Era um bom sinal. Como a dizer a todos que nem tudo está perdido, e que o fim dos tempos, ou o fim do mundo, ainda não chegou. E se os céus conspiraram trazendo a esperada água, a qualidade das coleções nas passarelas não ficou atrás, afastando o mau humor e a ranzinzice que dominaram o mercado em um
ano difícil e truncado por Copa e eleições. Não à toa falamos em mudança e movimento, em retomar o caminho do essencial, das linhas que sustentam a criação – o poder de renovação que ela nos traz e a capacidade de nos surpreender a cada edição. Atentos ao mercado, há pelo menos dois anos trabalhamos para uma renovação na moda e provocamos um novo protagonismo. A renovação é orgânica em todos os segmentos e mais ainda numa área de criação como a moda. Mas o protagonismo tem que ser provocado, e fizemos isso ao colocar dez novos nomes ao lado de marcas que fazem parte da história do SPFW. Isso traz uma nova energia e uma vibração fundamentais para a evolução contínua do calendário. Na passarela, o que se viu foram coleções cheias de inspiração e competência. Olho na criatividade e no desafio de fazer roupas que as pessoas queiram usar. Há quem diga que isso é ser “comercial” – como se isso fosse um problema! – mas o que eu percebo é que isso é ser sintonizado. Moda é desejo! Todos os dias, quando uma pessoa escolhe uma roupa para sair de casa, ela está exercendo seu protagonismo. Alguns fazem isso conscientemente, cuidadosamente até, usando o visual para dizer alguma coisa: estado de espírito, condição social, atividade profissional. Outros montam o look de forma instintiva ou pragmática. O fato é que moda, expressão e comunicação estão mais ligadas do que nunca. Hoje, as pessoas não querem mais ficar de fora do processo da moda, apenas como espectadoras. As pessoas querem participar, usar imediatamente tudo o que foi apresentado. Todo mundo quer se expressar em tempo real. Sintonizados com os novos tempos, estilistas e empresários constroem marcas no exercício de unir identidade e comunicação com processo produtivo, no desafio constante de ser eficiente e sustentável. Isso tudo num ambiente pouco amigável com quem se atreve a empreender. É algo que merece nosso respeito e apoio. Estamos concluindo duas décadas de muito trabalho. Trabalho de muita gente. Gente conhecida, mas muito mais gente anônima, que vive e vibra com essa energia criativa própria da moda. Gente que nasceu e cresceu com o SPFW. Gente que nasceu e cresceu nas redes. Moda sempre foi um empoderamento do self. Agora, na era das selfies e redes sociais, isso ganhou uma proporção inédita e fez surgir um novo protagonismo. As pessoas veem e postam. Imediatamente dizem do que gostam ou não gostam. Ninguém mais é neutro. No evento, muitas tribos, muitos jovens, muitos estilos, tudo junto e misturado. Era bom de ver. “Isto é incrível! Muito fresco, muito vivo!”, me dizia Philippe Pasquet, presidente da Première Vision Paris, no primeiro dia do SPFW. A impressão de alguém que estava ali pela primeira vez só confirma o que ouvi de muitas outras pessoas. Era impossível não sentir essa energia. Uma energia que vem das pessoas. Todos queriam essa nova energia. O espaço a céu aberto na área central do evento, com mesas coletivas em volta dos food trucks, favorecido pela cenografia simples e despretensiosa do Atelier Marko Brajovic, era o cenário perfeito para aquilo que as pessoas mais querem ultimamente, que é se ver, se encontrar, compartilhar, trocar, experimentar. Ao longo destes anos todos, vimos protagonistas que surgiram, outros que sumiram, em todas as áreas. Vimos estações mais fortes, estações mais mornas. Às vezes a natureza ajuda e os céus conspiram. É assim mesmo. Aqui e no mundo. Nesta edição, começamos a celebrar os 20 anos de SPFW e percebemos que os players da nossa indústria estão cada vez mais maduros, enquanto o público da semana de moda está cada vez mais jovem, conectado e exigente. Movimento, mudança, vida. Moda é isso. É trabalho, é energia, é paixão. E essa é a roupa que queremos vestir todas as manhãs. FFWMAG
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Foto Eudes de Santana Edição Augusto Mariotti
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lilly sarti
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gig couture
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amap么
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reinaldo lourenรงo
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reinaldo lourenรงo
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lolitta
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lolitta
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pedro lourenรงo
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pedro lourenรงo
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alexandre herchcovitch
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osklen
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fernanda yamamoto
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victor dzenk
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a t i e F
a z e l e B o a M a Ilustrações Dindi Hojah
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BELEZA FEITA À mÃO
Gloria Coelho Maquiagem Fabiana Gomes Cabelo Ricardo Rodrigues 63
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BELEZA FEITA À mÃO
Ellus Maquiagem e cabelo Robert Estevão 64
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BELEZA FEITA À mÃO
Vitorino Campos Maquiagem Fabiana Gomes Cabelo Krisna Carvalho 65
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Detalhes Mil detalhes
Bolsas, sapatos e os delicados e surpreendentes detalhes das primorosas coleções do Inverno 2015 Foto Marcelo Soubhia, Daniel Deak, Rafael Chacon, Rene Martins (Agência Fotosite)
ellus
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detalhes
aniMale patbo
tufi Duek
apartaMento 03
osklen
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sacaDa
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peDro lourenรงo
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detalhes
alexanDre herchcovitch
aMap么
aniMale
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gloria coelho
lilly sarti
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jo茫o piMenta
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detalhes
gig couture lilly sarti
alexanDre herchcovitch
reinalDo lourenรงo colcci
giuliana roManno
reinalDo lourenรงo
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juliana jabour
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vitorino caMpos
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detalhes
ellus
fernanDa yaMaMoto
aniMale
giuliana roManno
jo達o piMenta
gloria coelho
vitorino caMpos
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patricia viera
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detalhes
reinalDo lourenço triton
aMapô
llas pat pat’s
lolitta
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têca por helô rocha
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animale
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Foto Tavinho Costa Styling George Krakowiak
Beleza Bruno Cardoso (Capa Mgt) Modelos daiane Conterato (Mega partners), Mariane Calazan, dafne Cejas e eriCk Wienandts (Way), Mariana santana (joy), joCilio piantino, larissa MarChiori, taila BerWig, karen MarinoviCh, jaque Cantelli (ford), agustin alerBorn (elo) Produção de Moda andré puertas, philipe Mortosa assistentes de foto rôMulo dos santos, pedro henrique Marques trataMento de iMageM viCtor Wagner
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gloria coelho
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triton
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alexandre herchcovitch
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t锚ca Por hel么 rocha
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jo達o Pimenta
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Pedro lourenรงo
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reinaldo lourenรงo
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osklen
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Fotos Tathiana Yumi Kurita
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streetstyle
Veja mais fotos de streetstyle do SPFW em FFW.com.br/moda/StreetStyle
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Um dia com a top Renata Kuerten Acompanhamos a apresentadora do FFWTV durante a cobertura do São Paulo Fashion Week. A top esteve no backstage do evento e fez entrevistas exclusivas com estilistas minutos antes dos desfiles Foto Felipe Abe
10h — Renata chega cedo para o café, numa manhã chuvosa. Ela veio de um voo de Maringá e chegou às 6 da manhã a São Paulo. Café da manhã para se preparar para a maratona no SPFW: serão cerca de cinco entradas ao vivo entrevistando os estilistas e mostrando a coleção para o FFWTV.
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diário
11h — Renata dirige o próprio carro para o evento e dispensa motorista. Ela diz que adora se aventurar pela cidade.
11h30 — Esperando para entrar no evento, Renata checa a agenda e os compromissos da semana.
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diáRio
12h — Antes de ir para o backstage, atende a pedidos e tira selfies na entrada!
12h30 — Para a primeira entrada, Renata tem que fazer uma maquiagem rápida com o amigo Daniel Hernandez.
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RENATA KUERTEN
14h — A postos, relê a pauta e se prepara com seu diretor.
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diário
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p
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18h — Longe do SPFW há algumas temporadas, Valdemar Iódice fala sobre sua volta e inspirações para a coleção Inverno 2015.
c
19h30 — Na porta do evento, acena para nós. Tchau, tchau!
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C O R E S 11/13/14 2:13 PM 18/11/14 21:06
movimento hotspot
Laura e Lorena criadoras da marca llas, elas venceram o movimento Hotspot na categoria moda e apresentaram sua primeira coleção no sPFW
A
Texto Camila Silva :: Foto Eudes de Santana temporada que trouxe dez estreias ao calendário da
falar sobre o cultivo da delicadeza”, diz Lorena, ao apresentar a
moda brasileira incluiu o desfile da marca Llas, das irmãs
coleção batizada “We Patch”. Delicadas flores bordadas à mão
Laura e Lorena Andrade. A possibilidade de mostrar uma
aparecem com motivos inusitados e divertidos, numa mistura
coleção no São Paulo Fashion Week veio com a conquista do prêmio
de materiais naturais e graciosos, como a gaze de linho com
Movimento HotSpot na categoria moda, em julho de 2013. A criação
modelagens esportivas – a jaqueta bomber já virou modelo
da dupla foi destaque entre mais de 300 concorrentes na categoria,
garantido nas coleções da grife. “Tudo tem uma ironia”, acrescenta
durante um processo eliminatório que durou 18 meses. Desde a
Laura. Uma ironia divertida, quase debochada, mas aplicada
vitória no ano passado, Laura e Lorena passaram a se dedicar ao
delicadamente, das roupas aos tênis bordados com bananinhas,
desenvolvimento da coleção que foi apresentada na semana de moda.
âncoras, cobras e galinhas.
“É muito legal essa oportunidade que o Movimento HotSpot
Além de integrar o calendário do São Paulo Fashion Week, a
dá, porque abre portas. Tivemos contato com profissionais de
dupla ganhou a oportunidade de desenvolver uma coleção cápsula
talento do mercado que dificilmente a gente teria. Essa troca de
para a Riachuelo, que chegou às lojas em novembro, trazendo
experiência do festival, que durou um ano, foi um aprendizado que
algumas das peças que foram apresentadas no desfile.
acelerou o desenvolvimento da marca. Eles não estão só dando dinheiro, estão dando todo o apoio”, declaram as estilistas.
— llas.com.br
Tudo conspira para que a ocasião marque o início de uma trajetória de sucesso para a dupla. O desfile com estilo jovem e
— Veja a entrevista completa, fotos e vídeo do desfile de Inverno 2015 da Llas em FFW.com.br/desFILes
feminino arrancou elogios da imprensa e do mercado. “Quisemos FFWMAG
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movimento hotspot
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Ronaldo Fraga
Por Kรกtia Lessa Sรฃo Paulo, 8/11/2014 Foto Alex Batista
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conversa
Foto: Eudes de Santana
Ele queria ser desenhista. Tudo mudou quando foi trabalhar em uma loja de tecidos. “A escola fundamental pra mim não foi a Saint Martins ou a Parsons, foi a loja de tecidos, porque além de tecidos, entendi a história do outro.”
Ronaldo Fraga no backstage de seu desfile no São Paulo Fashion Week Inverno 2015
U
m dia depois da apresentação na 38ª edição do São
estilistas que mais explora nosso repertório cultural, ele falou
Paulo Fashion Week, o mineiro Ronaldo Fraga chega
da importância e da defasagem do sistema educacional no país
animado ao almoço que acompanhou esta conversa,
e se emocionou ao lembrar de quando uma das costureiras
no restaurante Obá, em São Paulo. O peso nas costas do dia
atribuiu a ele o fato de ter começado a ler Guimarães Rosa e
anterior era substituído por uma mochila de couro com um
Carlos Drummond de Andrade.
capuz, do designer conterrâneo Rogério Lima, que arrancou
Em entrevista para FFWMAG, enquanto provava um ceviche,
elogios até dos garçons.
Ronaldo relembrou os tempos em que fez o primeiro curso de
No celular, Ronaldo mostra imagens de uma praia na
estilismo do Brasil, dividindo a sala de aula com travestis
Paraíba, para onde iria no dia seguinte. Ali, ele realiza mais um
e vovozinhas; sobre como a timidez crônica o fez criar um
de seus inúmeros projetos de emprego e renda com apropriação
personagem que nunca mais desapareceu e sobre a profecia de
cultural em pequenas comunidades – neste caso, produtores
Renato Kherlakian, quando Ronaldo ainda era apenas um garoto
de couro com escama de peixe. Conhecido por ser um dos
de 17 anos: “Você vai ser um dos maiores estilistas deste país”.
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ModA
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RONALDO FRAGA
Você flerta com a moda desde criança?
para desenhar em uma loja de tecidos, e eu
Foi nessa época que você começou a olhar
Meus pais morreram muito cedo. Quando
falei assim: “Quanto tem que pagar?” (risos),
mais para as coisas que você vestia?
minha mãe morreu, eu tinha 7 anos, e quan-
e a mulher falou: “Pagar? Mas isso é um em-
Não. Eu nunca liguei. Sempre brinquei com
do meu pai morreu, tinha 11. Meu pai morreu
prego. Você vai receber por isso”. Eu falei:
essa história do vestuário, inventei um perso-
no mesmo dia que minha mãe, só que qua-
“Gente, não acredito! O primeiro emprego
nagem. Nessa época que eu colei uma más-
tro anos depois. Éramos muito pobres, e meu
da minha vida”.
cara no rosto, porque odiava ser tímido. Em Nova York, fiquei muito sozinho e fiz desco-
sonho era poder fazer curso de desenho. O desenho veio antes da moda. Eu ficava sozi-
Você nunca trabalhou com outra coisa
bertas importantes. A primeira vez que vi a
nho desenhando.
na vida?
Comme des Garçons, sentei do outro lado da
Nunca. Achei que ia ser o céu, mas quando
calçada e chorei até não poder mais. Foi a
Quando eles morreram, vocês foram mo-
abria a porta da loja no centro da cidade, já
primeira vez que a moda fez isso comigo.
rar com quem?
estavam umas 30 mulheres na fila com um
Comecei a pesquisar e pensei: “Gente, se
Eu e meus irmãos ficamos sozinhos. Cuidáva-
rolo de tecido. Alta, baixa, magra, gorda,
eles podem, por que nós não podemos?”. E
mos uns dos outros e nossos avós davam as-
branca, preta, amarela, querendo roupa
foi aí que descobri o quanto a formação cul-
sistência. O mais velho tinha 16 anos. Durante
para casamento, para velório, para formatu-
tural é determinante para a qualidade de
a infância e adolescência, vesti roupa doada.
ra. Essa foi minha verdadeira escola.
um designer japonês ou belga, e que a base da construção e da narrativa de moda des-
Às vezes, chegavam roupas de adulto, então minha avó tinha que cortar, ajustar, fazer
O que mais aprendeu nessa loja?
pence para servir. As roupas eram horríveis.
Consigo te falar qual é a composição de um
(risos) Mas hoje acho todas lindas, tenho na
tecido pelo cheiro, porque eles rasgavam o
Tem gente que reclama da sua “brasili-
memória uma camisa xadrez azul e branco e
algodão, rasgavam a seda e a loja ficava
dade”, não?
uma calça de veludo marinho. Isso era roupa
com aquele cheiro. Ou o barulho do empa-
Eu nunca levantei essa bandeira. Sou da opi-
de festa e, toda vez que tinha aniversário de
pelado de seda pura, foi uma coisa que me
nião de que não existem verdades absolutas,
criança, era essa roupa.
marcou muito. As mulheres contavam as
então, o caminho que eu trilhei nesse ofício é
histórias e eu ia desenhando. Com maturi-
um dos muitos que a moda oferece. Tenho
Você queria ser desenhista?
dade, eu te digo que, depois te ter estudado
colegas que optaram pelo caminho do co-
Eu não tinha grana para nada. Então, fazia
em Londres, em Nova York, a escola funda-
mercial, do fast fashion, e fazem isso muito
qualquer curso de desenho que fosse gratui-
mental pra mim não foi a Saint Martins nem
bem-feito. Tem outros que ficam grudados
to. Um dia, encontrei uma vizinha no ponto
a Parsons, foi a loja de tecidos, porque além
na tendência para copiar e reproduzir, que
de ônibus e ela estava indo fazer um curso
de tecidos, entendi a história do outro e des-
acho um trabalho do cão, muito mais traba-
de desenho de moda e figurino no Senac. Foi
cobri que, por trás da escola e da roupa,
lhoso do que criar, porque você está sempre
a primeira vez que vi um desenho de moda.
existe uma conquista amorosa com seu
correndo atrás da próxima tendência. Então,
Quando ela me mostrou, eu disse: “Ah, gos-
tempo, com seu grupo, com você mesmo e
olho pra outro lugar, porque foi esse lugar que
tei disso”, e ela: “É um curso”, e logo pergun-
numa época em que as pessoas viviam o ri-
fez meus olhos brilharem. Nesse lugar, eu me
tei: “É caro?”. (risos) Quando descobri que
tual da compra do tecido, da escolha do
sinto útil, esse lugar me move a fazer mais
não era, fui lá fazer o teste, tinha 15 para 16
modelo, da costureira e das provas. Isso me
uma coleção. Acho que, independentemente
anos, era o mais novo da turma.
emociona até hoje.
da referência cultural, da pesquisa, da linha
sas duas escolas é a cultura do país.
em que você queira se inspirar, uma coisa, Muito novo mesmo.
Como você conseguiu estudar fora do país?
Fui fazer esse curso no Senac numa época
A Santista promoveu um concurso. No fim,
em que se alguém falasse que no futuro o
os melhores tinham que apresentar uma
Você também já recebeu críticas sobre as
Brasil seria um país com o maior número de
coleção em uma feira de moda famosa na
suas apresentações, como recebe isso?
escolas de moda do mundo iam rir da sua
época, a Fenatec. E eu nem sabia quem
Já disseram: “Moda não é teatro, passarela
cara, porque não existia nem curso superior
era quem da moda e estavam a Costanza
não é palco”. A Lilian Pacce falou isso de
disso aqui.
Pascolato e a Regina Guerreiro. Lembro
mim uma vez. E eu acho que a moda é tea-
sim, é fundamental: background cultural.
que o Renato Kherlakian sentou na minha
tro e a passarela é palco, sim! Teve uma
Foi assim que você passou a querer traba-
frente, com aquela sobrancelhona dele, e
época também em que um escreveu que eu
lhar com moda?
eu fiquei mostrando tudo e ele calado, e
confundia moda com samba-enredo. Acho
Eu queria desenhar, nem tinha essa preten-
eu: “Nossa, que medo desse homem”.
que é samba-enredo, sim! E muito do que
são. Eu ia fazer veterinária ou biologia. Dese-
(risos) Quando terminei de apresentar, ele
despertou a atenção em mim, quando
nhar não era uma coisa para pobre, enten-
falou assim: “Posso falar uma coisa? Você
criança, sobre cultura brasileira foi por meio
deu? Mas duas semanas depois do curso, o
vai ser um grande nome na moda nacio-
de samba-enredo de escola de samba do
Senac me ligou, oferecendo um emprego
nal”. Nunca esqueci.
Rio ou de adaptação de clássico de literatu-
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conversa
“O caminho que eu trilhei é um dos muitos que a moda oferece. Acho que, independentemente da referência cultural, da pesquisa, da linha em que você queira se inspirar, uma coisa, sim, é fundamental: background cultural” ra para novela das 6. Para mim, a trilha e a
escolhido a dedo pela equipe da Louis Vuitton
estabelecendo um diálogo com outras fren-
cenografia são muito importantes por um
que é a cara do Brasil e da brasileira: curto, de
tes que não a moda. Então, não vivo da
prazer pessoal meu de transportar as pes-
alcinha e viscolycra. Então, eu falei: “Gente,
moda, não vivo da minha confecção.
soas para aquele lugar da pesquisa. E é
esse lixo de vestido vai ser copiado e virar a
como uma celebração de despedida, o últi-
verdade de norte a sul do país”. Bom, eu não
E do que você vive?
mo momento em que a roupa me pertence,
sabia que Gisele era Ayrton Senna, e as pesso-
Faço muitas coisas, muitos projetos no país
dali para frente ela não é mais minha.
as acharam que eu estava falando da Gisele,
que eu amo. Adoro, por exemplo, estar en-
coisa que nunca fiz. No outro dia, foi pra home
volvido com projeto de emprego e renda
Você considera a formação acadêmica
do UOL. Eu tinha no meu Instagram quase 10
com apropriação cultural. Na semana que
fundamental para o profissional da moda?
mil comentários acabando comigo. O mais
vem, vou passar quatro dias em uma praia
Nunca achei a formação tão importante
leve era assim: “Olha, seu veado, tudo que
da Paraíba desenvolvendo produto com es-
quanto agora, porque hoje o mercado não te
você queria era ter o corpo e o cabelo dela.
cama de peixe, com um grupo de mulheres.
dá mais tempo de experimentar. Quando
Volta a roubar vaso do cemitério!”, me confun-
Vamos colocar as meninas para fazer algu-
comecei, você experimentava na faculdade
dindo com Ronaldo Ésper. (risos)
ma coisa legal com a escama.
tato com outras verdades de moda antes de
Qual é a situação do mercado de moda atual?
O que você gosta de vestir?
ter que construir a sua.
As micro e pequenas empresas hoje, no
Uso as minhas peças com defeito.
antes de ir para o mercado. Entrava em con-
Brasil, são quem realmente movimentam a A escola de moda brasileira tem uma
economia. Elas fazem o dinheiro circular e
Mas não tem nenhuma marca que faça
identidade?
incentivam o consumo, e o governo brasileiro
seus olhos brilharem?
Ainda não. As escolas de moda no Brasil se-
estabelece o dialogo só com grandes empre-
Não sou um consumidor de roupa, de verda-
guem o currículo europeu, que já foi sucate-
sas. Estamos caminhando para um lugar
de. Consumo livros e música.
ado pelos americanos. Então, é muito anti-
aonde ou você é grande ou você não existe.
go. Poderíamos ter outras cadeiras. Acho
Isso sem falar na carga tributária, 60% de
Suas coleções sempre contam uma histó-
que deveria existir um intercâmbio cultural
tudo o que eu vendo vai embora com os im-
ria. Sua equipe de produção estuda esses
dentro do Brasil. Você tem uma indústria em
postos. Esses 40% são para sobreviver, pagar
universos antes ou esse papel é só seu?
Santa Catarina, mas são lugares que não
funcionário e reinvestir no negócio. Então,
As pessoas ficam comigo muitos anos. Tem
tem borogodó; aí você tem Recife, por exem-
tenho na minha confecção o mesmo maqui-
costureira que tem 20 anos comigo. E uma
plo, que tem borogodó, mas não tem indús-
nário que tinha há dez anos. Como é que a
coisa que é muito bacana é que elas ficam
tria. Então, pega esses estudantes de Santa
gente evolui assim?
ansiosas pela história da próxima coleção. Eu
Catarina e joga pra poder cair no forró lá em
reúno todo mundo, toda a equipe, e o primeiro
cima, entendeu? E pega a turma lá de cima
Qual a sua turma na moda?
grupo com quem falo sobre o que será a pró-
e mete na indústria têxtil aqui em baixo.
Ai, meu Deus! Deixa eu ver… Eu não tenho
xima coleção, evidentemente, é formado por
Acho que isso poderia ser um dos caminhos
turma da moda. (risos) Talvez, eu até pudes-
eles. Com isso, você gera uma cumplicidade.
possíveis para uma escola de caráter exclusi-
se falar: “Ah, é que estou em Belo Horizonte”,
Elas acompanham tudo, torcem e choram
vo. Mas o Brasil está passando por um mo-
mas nem em Belo Horizonte eu tenho tur-
nas apresentações. Uma das minhas costurei-
mento de cegueira coletiva, em que a cultu-
ma. Ah, acho que queria ser mais próximo da
ras começou a ler Drummond e Guimarães
ra é algo cada vez mais pasteurizado e
Fernanda Yamamoto. Gosto também da
Rosa por causa das coleções. Tenho que esti-
embrulhadinho para consumir em casa.
Kátia Barros, da Farm.
mular essa pessoa a correr atrás de alguma
Você criticou o vestido da Gisele na aber-
Você se vê trabalhando longe da moda?
um vetor poderosíssimo, e é isso que me fasci-
tura da Copa. Ele foi um reflexo dessa
Morro de inveja de quem escreve bem. Eu
na nela, porque, além de um vetor econômico,
pasteurização?
queria dedicar mais tempo à escrita e à ilus-
ela é um vetor cultural como poucos.
Fui muito malhado na história do vestido da
tração. Vou lançar um livro infantil no mês
—
Gisele Bündchen, porque naquele momento
que vem. Hoje, estou num lugar muito con-
iNSTAGRAM @FRAGARONALDO
em que o mundo estava olhando para o Brasil,
fortável e que foi construído porque, ao lon-
a top do mundo entra, claro, com um vestido
go de 40 coleções e tantos projetos, venho
— Veja as fotos e vídeo do desfile de Inverno 2015 de Ronaldo Fraga em FFW.com.bR/dESFIlES
coisa. Então, acho que nesse lugar a moda é
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Alberto Hiar
Por Kรกtia Lessa
Foto Alex Batista
Sรฃo Paulo, 6/11/2014
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conversa
Foto: Eudes de Santana
Ele ajudou a construir o streetwear brasileiro e conta sua história para FFWMAG, da infância em Heliópolis, na periferia de São Paulo, até o surgimento da icônica marca Cavalera
Alberto Hiar no backstage da Cavalera no São Paulo Fashion Week Inverno 2015
E
mpresário, político, diretor criativo e apaixonado pela
ladeira que foi sua carreira até a construção da icônica Cavalera.
família. Alberto Hiar nunca se conformou com o lugar
Hoje, a marca carrega não apenas a história ligada a um estilo de
onde estava. Inquieto e provocador, faz do novo e do
vida, mas também o DNA de uma das cidades mais pulsantes do
fora do comum sua rotina. Crescido na região de Heliópolis,
mundo, São Paulo.
ele viu grande parte dos amigos de infância morrer enquanto
Em entrevista para FFWMAG, Alberto Hiar fala sobre não ter
ajudava a construir o streetstyle brasileiro e fazia de uma
amigos na moda, sobre como a banda Sepultura o fez entrar na
estamparia de camisetas, que surgiu entre o Brás e o Ipiranga,
política, a aversão às drogas, os tempos de igreja evangélica, o
uma das marcas mais desejadas por bandas de rock e pela
assassinato e suicídio de dois irmãos e a paixão pelo novo papel,
turma descolada dos anos 1990.
o de avô. “Não troco nada no mundo pela minha família”, manda,
Filho de uma libanesa analfabeta e de um pai feirante, ele
em um momento mais turco do que louco.
sempre soube que teria que andar na linha para não derrapar na
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ALBERTO HIAR
Você cresceu na região de Heliópolis. Como
Eu não abro mão disso por nada. Estou louco
turas e não vendi nada. Aí fiquei puto e pen-
foi sua infância por lá?
pelo meu neto. Ele acabou de fazer um mês.
sei: “Porra, ninguém está entendendo essa história!”. Mesmo assim, abri uma loja que
Eu cresci brincando na rua, porque aquela região era vazia. Perto da minha casa tinha um
Seu último desfile fala de uma história
chamava Vision com esse tipo de peça e, um
terreno gigante que parecia uma fazenda.
infantil. Foi influência dele?
dia, o Sepultura curtiu e tudo começou.
Era moleque mesmo, toda hora um quebrava
Totalmente. Fiquei pensando que já vou ter
o braço e a gente ficava no hospital Heliópo-
que começar a contar histórias para ele e co-
Você conhecia o Iggor e o Max Cavalera?
lis, que, na época, era uma referência, espe-
mecei a transitar por esse universo outra vez.
Conhecia o Max. Ele curtia as camisetas da Vi-
rando ser atendido e via os caras entrando
Meu neto tem meu nome, a dinastia conti-
sion porque tinha visto um fotógrafo que eu
baleado. Aos 15 anos, quase vi um cara mor-
nua: Alberto Hiar Neto, estou todo babão.
vestia com umas peças. Um dia ele pegou uma caneta e pintou Vision em uma calça. Só que ele
rer na minha frente, isso me deixou com muito medo. Mas são cenas que fazem parte da
Você era crente. Por que deixou de ser?
usou essa calça na foto da capa de um disco, e
minha história, minha mãe mora lá até hoje.
Quando perdi meus irmãos, a minha relação
aí comecei a vestir os caras e a marca explodiu.
com esse cara, porque Jesus pra mim é um Você tem contato com seus amigos de
cara, quase um guru, que exerce um poder so-
Como você recebia essa influência exter-
infância? Morou lá até que idade?
bre a nossa vida, um grande líder religioso. E eu
na, as referências de moda?
Morei até os 35 anos. Mesmo casado, conti-
achei que ele foi sacana com a minha mãe,
Com 20 anos, juntei dinheiro e fiz uma via-
nuei lá porque não queria deixar minha mãe
comigo. Meu filho quis estudar filosofia e a
gem. Fui para Nova York, Califórnia e Orlando.
sozinha. Não tenho amigos de infância, a
gente começou a discutir religião e aí, eu falei:
E foi uma experiência incrível, porque, em Or-
maioria morreu cedo.
“Ah, meu, esse cara não existe, esse cara é pe-
lando, via gente do mundo inteiro, ali na Dis-
ga-trouxa”. Mesmo assim ainda acho que Je-
ney. Então, tudo aquilo serviu de referência
Morreram como?
sus foi um grande líder. Mas não acredito que
pra mim. Em Nova York, via as coisas de ne-
Tiro, droga, overdose, tráfico, assalto, treta
ele fazia milagre. Quando comecei a ver essa
gão. Eu tinha uma calça larga igual a deles e,
entre eles. Isso é normal. Tenho amigo que
coisa de pastor e roubalheira, percebi que não
um dia, um negão virou pra mim e disse: “O
morreu baleado em cima da minha moto em
precisava ter uma religião pra fazer o bem.
que você é? Você é trouxa, cara? Seu branco do caralho usando roupa de preto”. E eu que-
meio a um tiroteio. Mas tinha um lado muito bom, eu adorava fazer motocross ali por per-
Com o que você trabalhou antes de ter a
ria falar que era moda no Brasil e o cara que-
to, em uma pista na Vila Carioca. Na divisa
Cavalera?
ria me socar a orelha. E na Califórnia… Bom,
com São Caetano, tinha um lago e a gente
Na época da Copa do Mundo, eu costurava
pirei. Eu olhava aquele clima e pensava em
tomava banho nele, era uma zoeira total.
bandeira e vendia. Também já vendi limão e
como transformar isso em roupa na volta. Aí
só depois fui trabalhar no Brás.
um tempo depois foi muito louco ver os caras
Quantos irmãos você tem?
do Faith No More usando coisa minha, sabe?
Nove. Minha mãe teve 16 gestações. Eu per-
A moda já te atraía?
di um irmão com 4 anos, que eu nunca co-
Na época o que me atraía era o estilo. Com 16
De onde surgiu o apelido Turco Loco?
nheci, que morreu no Líbano, e dois irmãos
anos, virei empresário. Montei uma estampa-
Nos anos 1990, eu fazia um comercial na
há 15 anos. Um se suicidou e o outro foi as-
ria e comecei a fazer estampa de surfe em
Gazeta em que jogava as roupas pra cima e
sassinado no Pari. Teve a ver com envolvi-
camiseta. No Brás, você aprende a negociar.
falava que o turco (porque aqui no Brasil
mento com drogas, uma coisa chata.
Tinha um bom olho para o que era legal, en-
todo árabe é turco) tinha ficado louco e es-
tão comprava lá e vendia para uns amigos
tava fazendo promoção das marcas de sur-
Você cresceu em uma casa com educação
para colocar grana na estamparia. Até que,
fe. A Vision era legal, mas ainda não dava
machista?
um dia, vi um cara vendendo uma camiseta
dinheiro, então criei a Surf Combat, que
Sim, o homem libanês é conservador. Tem uma
que parecia essas coisas meio college. Olhei e
vendia essas marcas de surfe que eram
coisa do árabe que é assim: ele é o homem
pensei: “É isso que eu quero pra mim”. Dei uma
bombadas como OP, Hang Loose etc.
mais safado do mundo, mas é o homem mais
xavecada no cara e virei sócio. Ele fabricava e
família do mundo. Então ele protege a mulher
eu vendia. E eram umas camisetas muito le-
Quando surgiu a Cavalera?
dele, mas ao mesmo tempo tem um mundo
gais, porque não existia aquilo no mercado.
Naquela época da Vision, o Iggor Cavalera pirou que queria ter uma marca, então su-
dele, até naturalmente, de ter três mulheres, quatro mulheres, mas isso é mais coisa dos
Quando a sua marca passou de uma es-
geri que abríssemos uma juntos, porque
muçulmanos, não dos cristãos. Eu cresci assim,
tamparia de camisetas no Brás para uma
gostávamos das mesmas coisas. Sentamos
mas sou casado há 30 anos e sou superfeliz,
grife cool?
para decidir o nome, ele queria Zóio, que era
sou apaixonado, minha família é tudo pra
Foi quando fiz uma coleção cheia de cruzes,
o apelido dele. Eu falei que nem a pau.
mim. É loucura até o que eu sinto pela minha
umas estampas loucas. Não existia marca
Achamos que Cavalera tinha uma sonorida-
mulher, pela minha família, pelos meus filhos.
de streetwear por aqui, então pirei com tin-
de e ficamos sócios até ele sair.
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“Pra mim, o legal da marca é não perder essa identidade que a gente tem. E dobrar o tamanho. Não quero muito mais do que isso, não. Acho que a gente tem uma marca saudável, verdadeira, autêntica e única” Vocês brigaram?
Quando você está criando para o homem,
Você bebe?
Toda banda tem sua Yoko Ono, né? O Iggor é
chega a ter uma censura tipo “o brasilei-
Não. Agora, depois de velho, comecei a tomar
uma das pessoas mais doces do mundo.
ro não vai usar isso”?
um vinhozinho. Ninguém acredita, mas nun-
Com ele, nunca briguei, mas ficamos um
Muito, muito mesmo. Mas eu faço mesmo
ca fumei, nunca cheirei. Tem nego que chega
tempo sem se falar por causa da ex-mulher
assim. Eu me permito ter uma porcentagem
pra mim e diz: “Trouxe um presentinho pra
dele, a Monika. Brigamos feio, mas depois
de produtos que não vou vender. Mas sei que
você” e coloca um baseado no meu bolso. Aí,
comprei a parte dele e, quando ele se sepa-
quero ser o primeiro a fazer. Já está tudo
eu chego em casa e minha mulher dá risada.
rou, apareceu lá na fábrica e ficou tudo bem.
calculado na verba de marketing. A gente
Mas teve uma época que eu não queria nem
acaba dando para um pessoal que curte,
Você é bom de negócios como manda seu
ouvir falar de rock, de Sepultura, essa história
artistas e tal.
sangue árabe?
mexeu muito comigo.
Aprendi a ser. Sou um cara mais de criação, Você é um cara que sempre explorou
mas fui obrigado a ser bom nisso para não ser
Qual o tamanho da Cavalera hoje?
São Paulo nos seus desfiles. De onde
enganado. Tenho um diretor financeiro e o
Todo mundo acha que a Cavalera é muito
veio essa vontade?
cara ganha bem, ele não vai trabalhar numa
maior do que ela de fato é. Ela é uma marca
A Chanel também explorava pontos interes-
empresa se ele não tiver segurança nessa em-
boa, mas não é grande. Estamos presentes em
santes de Paris. Se ela explorava Paris, por
presa, porque você vai tirá-lo do mercado de
600 pontos de venda e 30 lojas, entre franquias
que não posso explorar São Paulo? O que eu
trabalho. E aí quando você começa a mostrar
e próprias. São 25 lojas próprias e cinco fran-
tenho em São Paulo? É o Rio Tietê? Então,
pra ele que você não é um “pobre star” e que
quias. Isso não é uma marca grande. Hoje uma
vou fazer um desfile no Rio Tietê. Gosto de
você está focado, o cara fica amarradão, tra-
marca grande tem 1.500 pontos de venda.
andar de metrô. Então, fiz desfile lá, e assim
balha com gosto. Ele fala que minhas ideias
por diante. A caixa da sala de desfile tradi-
são loucas, mas mostro coerência no que falo.
E aonde você quer chegar? O que você
cional estava chata pra nós na época. Eu
imagina para a Cavalera?
amo São Paulo. Amo e odeio, né. É uma ci-
O que deveria mudar no business da moda
Pra mim, o legal da marca é não perder essa
dade que não foi estruturada, mas ao mes-
para ajudar o mercado?
identidade que a gente tem. E dobrar o ta-
mo tempo é uma cidade que te propõe um
A moda não é um setor unido no Brasil. Por
manho. Não quero muito mais do que isso,
pouco de tudo.
que você acha que o setor automobilístico
não. Acho que a gente tem uma marca saudável, verdadeira, autêntica e única.
consegue o que quer? Porque é unido. Aqui Você foi deputado estadual e vereador,
os empresários se encaram como rivais, rola
ainda pensa em se envolver com política?
muito egocentrismo. Não é isso o que a gen-
Você começou fazendo roupa masculina,
Isso começou quando fui fazer um show do
te quer. A gente quer conversar com o go-
que é uma coisa bem difícil no Brasil. O
Sepultura e não tinha licença. Aí um cara disse:
verno. Essa coisa de estilista que não é em-
que o homem brasileiro veste hoje?
“Procura um vereador que ele te dá uma licen-
presário é babaca, é metido à besta. Você é
Veste mal. (risos)
ça”. Então procurei um cara que prefiro não
um empresário, e dentro dessa sua empre-
citar aqui porque é um imbecil, e ele disse:
sa, você é o estilista. Na minha empresa, sou
Tem gosto ruim ou não se preocupa com isso?
“Show? Sepultura? Você está brincando… Vira
o diretor criativo, mas poderia ter outro car-
Ele acha que o poder está no dinheiro, na
político e faz”. Então, eu me elegi vereador.
go. Deveria existir um grupo de empresários para intermediar esse diálogo.
conta bancaria, no carro, no pagar a conta. Na maioria das vezes, eles compram um
A lei que acabou com a consumação míni-
jeans, mas não estão preocupados com a
ma é sua, não?
E roupa? Onde você compra?
base do jeans, não estão preocupados com
É minha sim, e tem outra lei que é importan-
Adoro brechó, compro em viagens porque adoro
a base da camisa. Eles não têm nenhuma
te, a lei proibindo a venda de álcool e cigarro
fuçar. Também gosto de algumas marcas como
informação de moda, compram marca,
para menores de 18 anos. É uma lei minha
Alexander McQueen. No Brasil, uso Ricardo Al-
porque acham que a marca é o que dá a
também. Quando ela vira decreto, passa a
meida e Cavalera, adoro as coisas que eu faço.
eles o status de estar ou não bem-vestido.
ser lei do Executivo. Mas eu que propus e apro-
—
Mas já começo a ver uma grande mudança.
vei na Assembleia. Sempre fui uma pessoa
InSTAgRAM @ALBERTOHIAR
O homem está acelerando tanto esse pro-
ferrenha contra a venda de álcool e cigarro.
cesso que está virando quase uma mulher.
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— Veja as fotos e vídeo do desfile de Inverno 2015 da Cavalera em FFW.Com.br/dESFIlES
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João Braga
Por Kátia Lessa São Paulo, 10/11/2014 Foto Alex Batista
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Enciclopédia viva da moda nacional, ele fala sobre educação de moda no país, a nova geração de estudantes e sobre a paixão pelas camisas coloridas e artesanais que vendia no Mercado Mundo Mix nos anos 1990
João Braga em uma das sala de aula da Faculdade Santa Marcelina
P
ara entrevistar o professor João Braga, 53, é preciso ser
universitárias no país. Na adolescência, chegou a pensar que o
pontual. Uma vez marcada hora e local, não há mais volta.
futuro dele estava na área de artes.
Nossa única forma de contato é o número de um telefone
João Braga é autor de seis livros – todos escritos à mão – e
fixo, pois ele não usa celular nem e-mail. Ele conta que arranca
de um blog para a marca Princess Joias, no qual também redige
gritos de quem descobre sua opção pelo mundo off-line. “As
os posts à caneta e passa para uma pessoa digitar. O tema é o
pessoas ficam chocadas, mas não gosto de máquinas e não sou
mesmo: moda, moda, moda.
imediatista”, diz. No lugar dos artefatos tecnológicos, ele prefere
Quando fala do assunto, o tom da voz passa a ser animadíssimo.
livros, milhares deles, mais precisamente, 25 mil exemplares, que
Além disso, a fala didática e a linguagem primorosa não escondem
formam uma das mais completas bibliotecas de moda do país.
a vocação para a sala de aula. Hoje, João Braga leciona nos
Professor da Faap e da Faculdade Santa Marcelina, ele é
cursos de moda, design e produção cultural e na pós-graduação
formado em desenho e plástica e educação artística, que cursou
em perfumaria. Eventualmente, ministra cursos livres na Casa
em Juiz de Fora, Minas Gerais, apesar de ter nascido em Paraíba
do Saber e ainda consegue ensinar na pós-graduação de uma
do Sul, interior do Rio de Janeiro. Os cursos foram escolhidos
faculdade em Juiz de Fora.
em uma época em que a moda ainda não fazia parte das grades FFWMAG
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JOÃO BRAGA
“O excesso de informação pode trazer a mesmice, mas os alunos bons e criativos são aqueles que conseguem tirar vantagem desse excesso e filtrar as informações de forma autoral” Como começou seu interesse por moda?
rante 12 anos. A Ragueb Chohfi era a maior
vender camisas cheias de bordados feitos
Eu me interessei por moda usando moda.
atacadista de tecido da América Latina,
pela minha mãe e minhas irmãs. Elas eram
Na época em que fazia faculdade existiam
então valeu muito a pena. Nós vendíamos
muito trabalhadas, chamavam a atenção,
duas edições anuais da revista Claudia
12 milhões de metros de tecido por mês.
foi um sucesso. Fiz isso de 1994 até 1999.
Moda, que era o máximo. Eu comprava os
Tive várias funções lá dentro e cheguei a
Hoje não tenho mais tempo, faço as que
exemplares em parceria com a minha irmã
chefiar o ateliê. Dava palestras para com-
eu uso e todas elas são assinadas e data-
e ficava com a edição masculina. Moda
pradores e clientes e rodava o Brasil falan-
das em suas etiquetas de tecido.
sempre esteve ao meu redor. Minha mãe
do de tendências de moda. Foi então que
era bordadeira, minhas duas irmãs eram
começaram a chegar tecidos estrangeiros,
Como você percebe os jovens que estu-
costureiras. Convivo com a moda muito
e os concorrentes que vendiam as peças
dam moda hoje?
antes de cursar desenho e plástica e edu-
faziam mutretas com notas fiscais e ti-
Muita gente vem cursar moda porque gos-
cação artística. No início, achava que que-
nham produtos com preços inferiores. Seu
ta de bater perna em shopping. Graças a
ria trabalhar com arte de alguma forma.
Lorenço, o dono, era um homem muito ho-
Deus não é a maioria, porque esse é um
Tentei arquitetura no Rio e não passei, gra-
nesto e preferiu fechar.
grande erro. O que posso notar é que o jovem na minha sala de aula hoje não lê
ças a Deus. Foi assim que você começou a dar aula?
como deveria. Eles estão muito obcecados
E como a moda virou profissão?
Quando saí de lá, fui dar consultoria de
por tecnologia e não conseguem ficar sem
Durante o período da faculdade, comecei a
moda. Tentei trabalhar em uma malharia,
segurar o celular nem durante as aulas. Eu
pintar camisetas Hering com tinta acrilex.
mas não deu muito certo, porque eu lidava
não uso nada disso e dentro da minha sala
Fazia pra mim, mas elas fizeram sucesso e
melhor com tecidos planos. Já totalmente
é proibido tocar no celular.
todo mundo queria comprar. Passou a ser
contaminado pelo segmento, resolvi me ins-
bacana circular pela faculdade com as mi-
crever em cursos de história da arte no Liceu
Como você vive sem carro, sem celular e
nhas camisetas. Esse foi o primeiro flerte.
de Artes e Ofícios e no Senac. Fiz tudo que
sem e-mail nos dias de hoje?
dialogava com moda e arte. Nessa época,
Muito bem. Quando digo que não uso
Você pensou em ser estilista?
só existiam cursos livres, nada de faculdade
nada disso, viro mico de circo, as pessoas
Nessa época, pensava mais em ser artista.
especializada e eu já adorava estudar.
até gritam. Não gosto de máquina e não sou imediatista. Há 14 anos não ligo minha
Lembro que, em uma disciplina de artes, inventei um estilista com nome francês,
Quando começou a estruturação aca-
televisão. Não preciso ser o primeiro a sa-
Des Mont. Eu direcionava tudo para o têx-
dêmica do segmento?
ber das coisas, eu leio no jornal. Tenho uma
til, preferia o tecido ao papel. Talvez existis-
Há exatos 27 anos criaram o primeiro cur-
biblioteca inimaginável em casa com 25
se uma chama acesa sobre ser estilista,
so de moda. As faculdades Santa Marceli-
mil livros, em especial, de moda, mas tam-
mas não me lembro claramente, isso já
na e Anhembi Morumbi brigam até hoje
bém de temas como arte, joalheria, ciên-
tem mais de 20 anos.
para saber quem criou o curso primeiro.
cia, filosofia, religião e história. Em Paraíba
Moda já era uma realidade internacional
do Sul, minha cidade natal, coleciono
O que você fazia antes de ser professor?
nas universidades, mas no Brasil havia
exemplares sobre jardinagem e bordado.
Depois de formado, um amigo que tinha
uma incipiência. A Santa Marcelina tinha
vindo a São Paulo fazer o curso da Marie
uma disciplina chamada desenho de
Com tanto acesso à informação dispo-
Rucki, diretora do Studio Berçot, de Paris,
moda desde 1964. Não era um curso, mas
nível atualmente, essa é uma geração
na Casa Rhodia, me indicou para uma
já era uma sementinha. Passei a dar pa-
mais esforçada ou mais preguiçosa?
vaga em um ateliê de estamparia. Na épo-
lestras no Senac, na Santa Marcelina e na
Preguiçosa. Eles gostam muito da minha
ca, eles procuravam um funcionário sem
Faap. Foi assim que passei para o lado da
aula porque levo informações que não fa-
experiência para ser lapidado internamen-
academia.
zem parte do repertório deles e que muitas vezes não estão no Google. Isso um dia vai
te. Eu me mudei para São Paulo em feveNunca pensou em voltar para o lado de
servir para a criação de suas coleções. O
criação e produção?
professor tem que fazer esse papel de
A mudança valeu a pena?
Não só pensei como voltei. Na segunda
orientador, amigo, terapeuta, pai. Depois
Trabalhei no ateliê dessa empresa síria du-
edição do Mercado Mundo Mix, comecei a
eles reconhecem.
reiro de 1985 e moro aqui até hoje.
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conversa
“Temos um ranço da corte portuguesa que nos faz valorizar mais o que vem de fora do que o que produzimos internamente. No nosso DNA cultural existe esse hábito de achar que o que vem de fora é melhor” E é uma geração criativa?
mercado e talvez não esteja sendo levado
em geral, temos um ranço da corte portu-
São bastante criativos. O excesso de infor-
tão a sério.
guesa que nos faz valorizar mais o que vem de fora do que o que produzimos in-
mação pode trazer a mesmice, mas os bons e criativos são aqueles que conse-
Quais as mudanças mais necessárias no
ternamente. No nosso DNA cultural existe
guem tirar vantagem desse excesso e fil-
ensino de moda hoje?
esse hábito de achar que o que vem de
trar as informações de forma autoral. Nin-
Acho que falta explorar a área de serviços,
fora é melhor. Quando o presidente Collor
guém vai reinventar a moda, uma calça
que hoje é uma realidade muito forte no
abriu as importações, tivemos inúmeros
será sempre uma calça e uma blusa será
Brasil. Além disso, incentivar a leitura e
problemas na indústria, mas valorizou a
sempre uma blusa. Mas é preciso pesqui-
conscientização do mercado que os estu-
nossa identidade de moda porque os esti-
sar, estudar. Tem aluno que faz roupa ras-
dantes vão enfrentar depois de formados.
listas passaram a valorizar a brasilidade.
gada achando que é original e eu digo:
A realidade fora dos muros da escola é
Isso fez bem até para as nossas modelos.
“Até os monarcas de 400 anos atrás já
muito diferente do que eles aprendem co-
O verde e amarelo deixou de ser cafona.
usavam isso”. (risos) Nem todo mundo
nosco. Acho também que deveríamos ter
Um dos primeiros estilistas a trabalhar re-
nasce Chanel, mas a moda não é apenas
menos alunos por sala porque nas aulas
ferências da Amazônia, por exemplo, foi
para criadores, precisamos de gestores, de
práticas é preciso poder dar atenção qua-
Tufi Duek, mas quem fez isso pela primeira
modelistas etc.
se individual.
vez mesmo foi Zuzu Angel. Ela sofreu muito porque na época elegante era valorizar
A academia se preocupa o suficiente
O número de escolas no Brasil cresceu
o que vinha de Paris. Hoje a Osklen faz isso
com o lado mercadológico da moda?
muito rápido. Há qualidade no ensino?
de uma forma bacana, vende o lifestyle
Nossos alunos estudam matemática fi-
O Brasil é o país com o maior número de
carioca e o mundo adora.
nanceira, planilhas de custo etc. Mas os
cursos superiores de moda no mundo. Se-
alunos ainda não gostam muito. Voltam
gundo a Folha de S.Paulo, em um texto re-
Qual o tamanho do seu guarda-roupa?
mais velhos para fazer pós-graduação em
cente, são 47. As escolas de São Paulo, do
Nem sei te responder, ele é bem grande.
gestão porque vão para o mercado e per-
Rio de Janeiro e de Belo Horizonte estão
Tenho mais de 300 camisas feitas por mim
cebem o quanto isso é importante. Quan-
mais conectadas, mas eu seria leviano em
que tenho dó de jogar fora, de dar ou ven-
do ingressam na faculdade, só pensam em
dizer que as outras são ruins. Acho que de-
der. No meu quarto são cinco portas, mas
criar, mas moda é negócio e tecnologia
veria haver mais parceria com a iniciativa
tenho muitas araras, e roupas que ficam
têxtil, não tem jeito.
privada. Os empregadores cobram coisas
no interior também.
dos novos profissionais que eles só vão Qual a maior preocupação dos alunos
aprender no chão de fábrica. Santa Cata-
Qual a sua marca favorita?
dessa geração?
rina é o segundo Estado que mais tem es-
Sinto saudade da carioca Mr. Wonderful.
O que está em voga hoje nas escolas é a
colas de moda e as parcerias com a indús-
Essa marca caía como uma luva no meu
questão midiática. Os estudantes querem
tria têm dado ótimos resultados.
corpo. Atualmente, tenho comprado muito na Ellus, gosto do corte. Respeito muito o
muito aparecer porque acham que é a única forma de se sustentar no mercado. Eu
E por parte do governo?
trabalho de Alexandre Herchcovitch, que
explico que, se a qualidade for boa, a mídia
Deveria haver um diálogo maior entre o
faz uma moda urbana com identidade na-
chega naturalmente, mas é uma batalha
Ministério da Educação e o da Cultura. A
cional, o André Lima, que explora a sensu-
dura. Muitos deles prestam mais atenção
moda dialoga com ambos e deveria ser
alidade da mulher brasileira, o Lino Villa-
na fama do que na costura.
vista com mais atenção. Temos o segundo
ventura, que se reinventa a cada seis
setor que mais emprega no país. O Minis-
meses, o Ronaldo Fraga e a Osklen. No Ce-
Qual outro ponto importante que deve-
tério da Cultura tem que entender que
ará, tem uma marca que eu adoro, a Ethos,
ria ser mais trabalhado no mercado
moda é expressão cultural. O couro, as fi-
que faz um trabalho de bordado incrível.
desde as escolas?
bras naturais, os bordados são parte da
Mas gosto mesmo é das minhas camisas.
A consciência de ecologia para a moda. A
identidade nacional.
questão das fibras, do algodão que polui muito, a das tintas e a da água na produ-
Os alunos copiam o que vem de fora?
ção do jeans. Isso é fundamental para esse
O aluno preguiçoso sim. Nós brasileiros,
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ModA
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Campanha Mulher Consciente faz parceria com as grifes Ronaldo Fraga e Amapô pela conscientização do câncer de mama
A
edição de novembro de 2014 do São Paulo Fashion Week não teve apenas lançamento de tendências da moda, mas também levantou a bandeira da conscientização do câncer
de mama. Trata-se da parceria feita entre o portal Mulher Consciente, da farmacêutica Roche, e as grifes Ronaldo Fraga e Amapô na produção de dois modelos exclusivos de lenços para alertar sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. “Quando diagnosticado e tratado em estágio inicial, o câncer de mama tem chances de cura muito elevadas, que podem chegar a quase 100%”, afirma Luciana Preger, gerente do grupo médico de oncologia da Roche. Durante o SPFW, para engajar os convidados dos desfiles da Amapô e de Ronaldo Fraga, foram distribuídos os lenços e as informações sobre a ação #mulherconsciente para compartilhamento da hashtag nas redes sociais, como forma de estimular as informações sobre o câncer de mama. A iniciativa quer reforçar que estar na moda também é estar saudável e se sentir bem, mesmo nas fases mais difíceis da vida. “A adoção de um estilo de vida saudável, as consultas com o ginecologista e a mamografia anual a partir dos 40 anos são armas fundamentais tanto na prevenção do câncer de mama quanto no diagnóstico precoce”, orienta a doutora Luciana. O evento foi uma oportunidade para quebrar o estigma de que o diagnóstico do câncer de mama é uma sentença de morte e reforçar que as mulheres devem priorizar a autoestima, mesmo durante o tratamento. Isso porque, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), 57 mil mulheres serão diagnosticas com câncer de mama em 2014. FFWMaG
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saúde
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Estampa criada pela Amap么 para a campanha Mulher Consciente
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Inspiração e formação transformam Há 45 anos, o Centro Paula Souza, autarquia do Governo do Estado de São Paulo, é referência no ensino profissional público de qualidade, coordenando uma ampla rede de cursos técnicos (Etecs) e de nível superior (Fatecs), implantados em mais de uma centena de municípios paulistas
A
Texto Marcos Guinoza :: Foto Alex Batista missão do Centro Paula Souza é promover uma educação
necessidades de uma sociedade em constante transformação.
profissional pública de excelência, formando cidadãos
A instituição surgiu em 1969, na gestão do governador Roberto
para o mercado de trabalho. Essa missão não teve início
Costa de Abreu Sodré, e começou a operar no ano seguinte, com
hoje, já está em curso há 45 anos, e segue se reinventando, avan-
o nome de Centro Estadual de Educação Tecnológica de São Pau-
çando, inspirando novas ideias, capacitando pessoas, aperfeiçoan-
lo (Ceet). Posteriormente, foi rebatizada, recebendo o nome de
do-se cada vez mais em uma busca permanente para se adequar às
Centro Paula Souza, em homenagem ao engenheiro e professor
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Antonio Francisco de Paula Souza (1843-1917), educador que, já
Os disputados cursos das Etecs não se restringem a áreas mais
em sua época, defendia a escola como meio de formação profissio-
ligadas à mecânica ou eletrônica. Na verdade, englobam um gran-
nal e não somente como local para discussões acadêmicas.
de e diversificado número de competências profissionais. Da arte
Criado para organizar os primeiros cursos superiores de tecnolo-
dramática à agroecologia; de calçados à automação industrial; do
gia, o Centro Paula Souza, no início, oferecia apenas três cursos: um
cuidado de idosos a edificações; do marketing à eletroeletrônica;
na área de construção civil e dois na área de mecânica. Ao longo dos
da produção de áudio e vídeo à mineração; de serviços de restau-
anos, a instituição foi se expandindo, conquistou prestígio em razão
rante e bar à zootecnia.
da qualidade do trabalho de estímulo ao desenvolvimento humano
A elaboração dos currículos e cursos das Etecs é realizada a
e tecnológico e, atualmente, administra 218 Etecs (Escolas Técnicas
partir da parceria entre o Centro Paula Souza, o poder público e
Estaduais), distribuídas por 161 municípios paulistas, que, além do
a iniciativa privada. A ideia é de que os cursos atendam ao perfil
ensino médio, oferecem 135 cursos, entre técnico e técnico integra-
socioeconômico de cada região onde são implantados a fim de for-
do ao médio. O centro também coordena as Fatecs (Faculdades de
talecer os Arranjos Produtivos Locais (APLs), formados por grupos
Tecnologia) do Estado de São Paulo. São 63 unidades, em 57 cida-
de empresas das regiões. Em cidades localizadas no centro e no
des, onde são ministrados 71 cursos gratuitos – 70 na modalidade
oeste paulista, por exemplo, com forte presença da cana-de-açúcar,
presencial e um na modalidade educação a distância.
as Etecs oferecem o curso técnico de Açúcar e Álcool. Outro curso,
As Etecs atendem a mais de 212 mil estudantes do ensino médio,
o de Serviços Jurídicos, nasceu da colaboração entre especialistas
técnico integrado ao médio e ensino técnico para os setores indus-
do Centro Paula Souza e do Tribunal de Justiça de São Paulo, que
trial, agropecuário e de serviços. Nas Fatecs, o número de alunos ma-
atuaram em conjunto para elaborar a proposta curricular do curso,
triculados nos cursos de graduação tecnológica ultrapassa os 70 mil.
oferecido em 47 unidades. Há também o curso de Finanças, im-
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plantado com a colaboração da Federação Brasileira de Bancos
centro paula souza em números
(Febraban) e voltado à formação de profissionais para trabalhar em bancos e outras instituições do sistema financeiro. Essas parcerias adequam a grade curricular dos cursos às necessidades do mercado de trabalho, com resultados gratificantes
etecs (escolas técnicas estaduais)
nos índices de empregabilidade dos estudantes. Segundo o Sistema de Avaliação Institucional (SAI), metodologia de autoavaliação desenvolvida pelo Centro Paula Souza, 79% dos técnicos formados
218 161 135 212
pelas Etecs estão empregados em até um ano depois da conclusão do curso. Outro dado que comprova a excelência desses cursos é o desempenho das Etecs no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Dados de 2012 divulgados pelo Ministério da Educação
unidades municípios paulistas cursos técnicos gratuitos mil estudantes
(MEC), e que vêm se repetindo anualmente, mostram que, no Brasil, entre as 50 melhores escolas públicas, 12 são Etecs. No Estado de São Paulo, esse número pula para 44, com destaque para
Fatecs (Faculdades de tecnologia)
as Etecs São Paulo e Getúlio Vargas, ambas na capital paulista, Presidente Vargas, em Mogi das Cruzes, e Parque da Juventude, também na capital, que aparecem, respectivamente, na primeira,
63 57 71
quinta, sexta e sétima colocações. As Fatecs seguem a mesma lógica das Etecs. Os cursos e currículos são elaborados a partir da parceria entre o Centro Paula Souza, o poder público e a iniciativa privada, e também visam atender ao perfil socioeconômico de cada região onde são implantados com o objetivo de fortalecer os Arranjos Produtivos Locais (APLs). A
70 mil
Fatec Diadema, por exemplo, oferece o primeiro curso público de
unidades municípios cursos gratuitos (70 na modalidade presencial e um na modalidade educação a
distância) estudantes
graduação tecnológica de cosméticos do país. A elaboração do currículo teve a participação de indústrias da região, que reúne mais de cem fabricantes do segmento de artigos de beleza. Os cursos das Fatecs têm amplo conteúdo prático e de aplicabilidade do conhe-
NOVA SEDE
cimento; a duração é de seis semestres e a carga horária total é de
Uma das mais interessantes intervenções arquitetônicas recentes
2.400 horas.
na região central da capital paulista tem a ver com o Centro Paula
De acordo com o Sistema de Avaliação Institucional (SAI), 92%
Souza. Depois de mais de 40 anos ocupando um edifício projeta-
dos tecnólogos formados pelas Fatecs estão empregados em até um
do pelo arquiteto Ramos de Azevedo para a Escola Politécnica da
ano depois da conclusão do curso. Em 2012, as Fatecs mais uma vez
USP, no Bom Retiro, a instituição, em junho de 2013, foi transferi-
se sobressaíram no Exame Nacional de Desempenho de Estudan-
da para o bairro de Santa Ifigênia.
tes (Enade). Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), os
Com projeto dos arquitetos Taddei Neto e Francisco Spadoni,
cursos de graduação tecnológica de Logística, Gestão Empresarial e
os prédios ocupam uma área de 6.680 m², em um quadrilátero for-
Gestão Comercial estão entre os dez melhores do país. Em relação
mado pelas ruas Timbiras, Andradas, Aurora e General Couto de
ao conceito – que varia de 1 a 5 – 92% das unidades da Fatec que
Magalhães, entre as estações Luz e República, do Metrô. São dois
foram avaliadas pelo Enade obtiveram nota 4 ou 5.
prédios independentes – em um deles funciona a sede do Centro
O Centro Paula Souza também foi credenciado pelo Ministério da Educação para oferecer cursos superiores na modalidade
Paula Souza e, no outro, a Etec Santa Ifigênia, com cursos orientados para os setores gastronômico e hoteleiro.
educação a distância, além de firmar parceria com a Universidade
O novo local foi escolhido com o intuito de contribuir com os
Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). Essas duas ações pos-
planos de revitalização da região central de São Paulo, e as cons-
sibilitaram a criação do curso superior de Tecnologia em Gestão
truções seguem princípios da moderna arquitetura brasileira, com
Empresarial em regime semipresencial, que, no segundo semestre
uso de metal e vidro, estrutura de concreto armado, lajes nervu-
de 2014, foi oferecido em 20 Fatecs e, a partir de 2015, estará em
radas e pilares aparentes. São contemporâneas e pujantes como o
outras 15 unidades espalhadas por diversas cidades paulistas.
próprio Centro Paula Souza, que busca alcançar e manter o grau
Ampliar o número de cursos na modalidade ensino a distância
de excelência nos processos de ensino por meio da utilização de
está entre as metas do Centro Paula Souza para o futuro próximo,
recursos tecnológicos avançados e do estímulo à prática inovadora.
além da expansão do curso técnico integrado ao médio e de um maior investimento em inovação.
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— centropaulasouza.sp.gov.br
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ampliar mantendo a qualidade Diretora-superintendente do centro paula souza desde 2004, laura laganá fala sobre as metas e os desafios de coordenar um dos mais bem avaliados programas de formação profissional do país
C
om mais de 30 anos de experiência na área da educação,
Souza, para promover políticas de inovação e coordenar ações
Laura Laganá é formada em Matemática e cursou
dirigidas ao desenvolvimento de parcerias com as empresas, o
Especialização em Planejamento e Gestão da Educação
setor público e as instituições de ciência e tecnologia. A ideia é
Profissional na Unicamp. Começou a atuar no Centro Paula
criar oportunidades para que pesquisas aplicadas contribuam para
Souza em 1982, como professora de matemática. Em seguida,
o desenvolvimento social e econômico do Estado.
foi diretora de unidade, coordenadora de ensino técnico e chefe
Filha de professora, Laura nunca teve dúvida sobre a
de gabinete. Em 2004, foi nomeada diretora-superintendente do
vocação para o magistério. No Centro Paula Souza, ela atuou
Centro Paula Souza.
em todos os setores. “Isso me ajuda muito na superintendência.
A atuação de Laura à frente da instituição pode ser dividida em
Quando converso com um diretor, professor ou coordenador,
três fases. Na primeira gestão (2004-2008), comandou uma grande
sei quais são as dificuldades deles.” Sobre a diferença entre
expansão do número de unidades, vagas e cursos da instituição.
lecionar e coordenar, ela explica: “O que encanta em ser
Na segunda (2008-2012), teve como principal meta as parcerias
professor é que você acompanha de perto a transformação dos
com prefeituras, setor privado e com a Secretaria Estadual da
alunos. Como gestora da instituição, acompanho a evolução
Educação. Na terceira, iniciada em 2012, o objetivo é a expansão
do sistema como um todo, o que também é fascinante”.
do curso técnico integrado ao médio e da educação a distância e o investimento em inovação, com a criação da agência Inova Paula FFWMAG
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Leia a seguir os principais trechos da entrevista com Laura Laganá.
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IMpacto Da tecnologIa no aprenDIzaDo
ForMaÇÃo proFIssIonal
Incorporar tecnologia às práticas didáticas é imprescindível e esta-
Como não há vagas em faculdades públicas para toda a popula-
mos atrasados. O Brasil já devia estar investindo nisso há muito
ção, a escola técnica passa a ser uma forma de viabilizar o acesso
mais tempo. O setor privado investe mais rapidamente do que o
ao ensino superior privado. O aluno que faz uma Etec pode traba-
setor público. Negar a importância da utilização da tecnologia é
lhar e pagar a faculdade. Além de abrir possibilidade de prossegui-
ignorar a expectativa dos nossos jovens, que hoje exigem uma mu-
mento nos estudos, a formação profissional agrega muito valor à
dança de metodologia. O celular está nas mãos deles o tempo todo,
formação desse aluno, e não só na questão do conhecimento técni-
o computador, as redes sociais. Nós temos que incorporar tudo isso
co. Você agrega valor que chamamos de competências atitudinais.
para que o aluno possa aprender por meio desses recursos.
O aluno que passou por uma Etec é mais responsável, mais envolvido, mais maduro. Todos eles fazem um trabalho de conclusão de
o papel Do proFessor
curso em que essas competências são trabalhadas, tendo que inte-
Em escolas como as nossas, que são escolas técnicas, faculdades
ragir com os colegas, pesquisar, respeitar a posição do outro, resol-
de tecnologia, a incorporação da tecnologia acontece mais natu-
ver problemas. Os alunos das escolas técnicas hoje são mais valori-
ralmente. Nas nossas escolas temos, no mínimo, três ou quatro
zados tanto no mundo acadêmico quanto no mundo empresarial.
laboratórios de informática. Isso é o mínimo, porque tem escolas com 15 ou 20. Mas acho que, dentro do sistema público, ainda so-
eXpansÃo Do sIsteMa
mos uma ilha. O sistema público como um todo ainda está muito
Quando assumi o Centro Paula Souza, meu primeiro desafio foi
defasado. Mas não adianta só colocar computador nas escolas.
ampliar a oportunidade dos jovens do Estado de São Paulo de estar
Temos que pensar em sistemas de ensino que utilizem as tecnolo-
em um sistema que profissionaliza com qualidade. Era uma expan-
gias de TI (tecnologias da informação) e o professor tem papel
são que já tinha começado na gestão anterior e foi se intensifican-
fundamental nisso. Ele deixa de ser o expositor de conteúdos para
do por dois motivos. Primeiro, em razão da necessidade do setor
ser um orientador de estudos, de pesquisas, de metodologias, fa-
produtivo, que demanda profissionais qualificados para o cresci-
zendo com que o aluno tenha uma aula mais atraente e movimen-
mento. Segundo, porque a população foi acreditando cada vez
tada. Não cabe mais uma aula apenas expositiva. No nosso caso,
mais no Paula Souza. Estar numa Etec ou numa Fatec virou uma
temos a facilidade de ter empresas como Microsoft, Google e Ado-
oportunidade muito importante para os alunos e suas famílias. O
be próximas de nós. Ter essa aproximação com a tecnologia nos
governo estadual fez do Centro Paula Souza uma de suas principais
auxilia muito.
metas na expansão da educação profissional, e nós iniciamos um planejamento para levar as escolas para um número maior de municípios. Fomos estabelecendo parcerias com as prefeituras, que nos ajudam muito, viabilizando instalações, por exemplo. Não tem prefeito que não queira ter uma Etec ou Fatec em seu município.
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MÉtoDo na gestÃo
as parcerIas
O maior orgulho para mim e para todo mundo que trabalha no
O que mais acontece são empresas e instituições nos procurarem
Centro Paula Souza é a avaliação que a população faz dos nossos
propondo algum curso. A partir daí, elaboramos uma proposta
cursos, como um sistema com educação de qualidade. A outra
curricular em conjunto, que esteja de acordo com os nossos parâ-
questão que me orgulha muito foi ter implantado escolas em mu-
metros e, depois, escolhemos uma das escolas para implantar o
nicípios com populações que, de fato, precisavam da profissionali-
curso. Há cursos que acabam sendo replicados em outras escolas;
zação para o progresso profissional e pessoal. Implantamos, por
outros, pela própria natureza, limitam-se a uma determinada uni-
exemplo, uma escola num quilombo no Vale do Ribeira. Isso foi um
dade. Em Marília, por exemplo, que tem vocação para a indústria
desafio enorme, porque nem água chegava lá. Também implanta-
de alimentos, criamos o primeiro curso de Tecnologia em Alimen-
mos escolas técnicas em Heliópolis e Paraisópolis, as duas maiores
tos. É bom atuar em parceria porque você pode fazer um plano
favelas de São Paulo. Ou seja, fizemos uma grande ampliação,
curricular bem atualizado, de acordo com aquilo que o mercado
mas sem que o Paula Souza perdesse a qualidade do ensino. Este é
está necessitando, e o mercado passa a conhecer a ação da esco-
o maior desafio: ampliar mantendo a qualidade. Para conseguir
la, o que gera uma empregabilidade maior. Sempre que a gente faz
isso, a instituição tem que ser muito bem organizada, com princí-
as parcerias, a gente pensa no atendimento daquela necessidade
pios e método. Se você não tiver método na sua gestão, não tiver
no mercado, mas também na oportunidade de uma inserção efe-
pessoas capacitadas, empenhadas e envolvidas à frente de setores
tiva, que não seja um curso descolado da realidade.
fundamentais, não chega a lugar nenhum. Hoje nós temos equipes muito competentes lá na ponta garantindo o mesmo padrão. Te-
Metas para o Futuro prÓXIMo
mos muito cuidado na seleção dos nossos dirigentes e isso é um
Ampliar o que a gente chama de curso técnico integrado ao médio.
dos segredos da qualidade do nosso sistema.
Queremos dar uma formação mais completa para os alunos do período diurno, que não trabalham. São três anos de curso, em
os DesaFIos
período integral. Também queremos ampliar o ensino a distância.
Quando você trabalha com realidades diferentes, pessoas diferen-
Acredito que o Brasil está atrasado no ensino a distância, e essa vai
tes, cada um com o seu perfil, a padronização é sempre um desafio
ser uma metodologia muito utilizada. Hoje as pessoas se qualifi-
grande. O curso de mecânica de Ilha Solteira, por exemplo, tem
cam a vida toda e, muitas vezes, não têm tempo de frequentar os
que ser o mesmo que o de Ribeirão Preto. Claro que os nossos dire-
bancos escolares todos os dias. Tem também a questão da inova-
tores têm liberdade para criar, mas precisam obedecer a parâme-
ção. Criamos uma agência de inovação que está mapeando as
tros curriculares que a instituição definiu. O sistema vai crescendo
competências dos nossos professores e fazendo essa aproximação
e você tem que pensar nessa padronização. Outro desafio, que é
com setores produtivos importantes e vitais para o desenvolvimen-
muito o segredo do nosso sucesso, é fazer com que as pessoas que
to econômico do país, como as áreas de TI, automação e gás e
atuem no sistema se orgulhem de fazer parte dele. Uma escola
petróleo. Vamos ampliar a nossa formação nessas áreas.
que é bem avaliada vira referência e, quando vira referência, os professores se orgulham de participar, e isso vai contagiando. Além de envolvidos, os professores são muito entusiasmados. E também temos alunos que acreditam no nosso ensino.
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cursos — etecs – 135 cursos O Centro Paula Souza mantém 135 cursos técnicos voltados para os setores industrial, agropecuário e de serviços. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
Açúcar e Álcool Administração Agenciamento de Viagem Agente Comunitário de Saúde Agricultura Agrimensura Agroecologia Agroindústria Agronegócio Agropecuária Alimentos Arte Dramática Automação Industrial Avicultura Biblioteca Bioquímica Biotecnologia Cafeicultura Calçados Canto Celulose e Papel Comércio Comunicação Visual Contabilidade Cozinha Cuidados de Idosos Curtimento Dança Desenho de Construção Civil Design de Interiores Design de Móveis Edificações Eletroeletrônica Eletromecânica Eletrônica Eletrotécnica Enfermagem Eventos Fabricação de Instrumentos Musicais Farmácia Finanças Florestas Gestão de Políticas Públicas Guia de Turismo Hidrologia Hospedagem Informática Informática para Internet Instrumentação Instrumento Musical Lazer Legislativo Logística Manutenção Automotiva Manutenção de Aeronaves Manutenção e Suporte em Informática Marketing Mecânica Mecanização Agrícola Mecatrônica Meio Ambiente Metalurgia (Produção de Peças Metálicas) Metalurgia (Siderurgia) Mineração Modelagem do Vestuário Móveis Multimídia Museologia Nutrição e Dietética Organização Esportiva
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71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99
Orientação Comunitária Órteses e Próteses Paisagismo Portos Processos Fotográficos Produção de Áudio e Vídeo Produção de Cana-de-Açúcar Programação de Jogos Digitais Projetos Mecânicos Prótese Dentária Química Recursos Humanos Redes de Computadores Regência Saneamento Saúde Bucal Secretariado Segurança do Trabalho Seguros Serviços de Restaurante e Bar Serviços Jurídicos Telecomunicações Têxtil Transações Imobiliárias Transporte Metroferroviário Transporte Rodoviário Turismo Receptivo Vestuário Zootecnia
cursos tÉcnIcos IntegraDos ao ensIno MÉDIo São compostos de três séries anuais articuladas. Ao completá-las, os alunos recebem o diploma de técnico, possibilitando que eles exerçam a habilitação profissional e prossigam os estudos no nível da educação superior. 100 Administração 101 Agropecuária 102 Agropecuária (Modalidade Alternância) 103 Alimentos 104 Automação Industrial 105 Comunicação Visual 106 Contabilidade 107 Design de Interiores 108 Edificações 109 Eletrônica 110 Eletrotécnica 111 Eventos 112 Florestas 113 Hospedagem 114 Informática 115 Informática para Internet 116 Logística 117 Marketing 118 Mecânica 119 Mecatrônica 120 Meio Ambiente 121 Modelagem do Vestuário 122 Nutrição e Dietética 123 Química 124 Segurança do Trabalho 125 Serviços Jurídicos 126 Secretariado cursos tÉcnIcos IntegraDos ao ensIno MÉDIo na MoDalIDaDe De jovens e aDultos (eja) O objetivo é oferecer a jovens e adultos trabalhadores oportunidades de escolarização que aliem educação básica em nível médio e educação profissional, desenvolvendo competências e habilidades que propiciem a formação
integral do aluno como cidadão e profissional de qualidade. 127 128 129 130
Administração Calçados Contabilidade Edificações
cursos tÉcnIcos MoDalIDaDe seMIpresencIal – telecurso tec Oferecido por meio do Telecurso TEC, programa de educação profissional a distância desenvolvido pelo Governo do Estado de São Paulo em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Os alunos têm aulas presenciais aos sábados ou durante a semana, complementadas por mediação pedagógica em ambiente virtual de aprendizagem. 131 Administração 132 Comércio 133 Secretariado cursos tÉcnIcos MoDalIDaDe eDucaÇÃo a DIstâncIa Os cursos semipresenciais aliam a metodologia de aprendizagem a distância com encontros presenciais para aulas em laboratórios e avaliações, além de oferecer oportunidade de certificação em cada etapa estudada. 134 Eletrônica 135 Informática — para saber mais sobre os cursos, acesse: centropaulasouza.sp.gov.br/ cursos/etec/ — Fatecs – 71 cursos O Centro Paula Souza mantém 71 cursos de graduação tecnológica, com carga horária de 2.400 horas e três anos de duração. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Agroindústria Agronegócio Alimentos Análise e Desenvolvimento de Sistemas Automação de Escritórios e Secretariado Automação Industrial Automação e Manufatura Digital Banco de Dados Biocombustíveis Comércio Exterior Construção Civil Modalidade Edifícios Construção Civil - Movimento de Terra e Pavimentação Construção de Edifícios Construção Naval Controle de Obras Cosméticos Eletrônica Automotiva Eletrônica Industrial Eventos Fabricação Mecânica Gestão Ambiental Gestão Comercial Gestão Empresarial Gestão Financeira
25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43
44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
Gestão de Negócios e Inovação Gestão Portuária Gestão da Produção Industrial Gestão de Recursos Humanos Gestão de Serviços Gestão da Tecnologia da Informação Gestão de Turismo Geoprocessamento Hidráulica e Saneamento Ambiental Informática para Negócios Instalações Elétricas Jogos Digitais Logística Logística Aeroportuária Manutenção de Aeronaves Manutenção Industrial Marketing Materiais (Poliméricos, Cerâmicos ou Metálicos) Materiais, Processos e Componentes Eletrônicos (Processos Eletrônicos) Mecânica - Modalidade Processos de Produção Mecânica - Modalidade Projetos Mecânica Automobilística Mecânica de Precisão Mecânica: Processos de Soldagem Mecanização em Agricultura de Precisão Mecatrônica Industrial Meio Ambiente e Recursos Hídricos Polímeros Processos Metalúrgicos Processos Químicos Produção Fonográfica Produção Industrial Produção Têxtil Projetos de Estruturas Aeronáuticas Projetos Mecânicos Radiologia Redes de Computadores Refrigeração, Ventilação e Ar-condicionado Secretariado Segurança da Informação Silvicultura Sistemas Navais Sistemas Biomédicos Sistemas para Internet Soldagem Transporte Terrestre
MoDalIDaDe eDucaÇÃo a DIstâncIa O programa foi desenvolvido em parceria com a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). Semipresencial, o curso tem 2.400 horas, o equivalente a seis semestres. 71 —
Gestão Empresarial
para saber mais sobre os cursos, acesse: centropaulasouza.sp.gov.br/ cursos/fatec/
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agora é moda Foto: Agência Fotosite
o centro paula souza oferece quatro cursos técnicos ligados à área de moda – Modelagem do vestuário, Modelagem do vestuário Integrado ao ensino Médio, têxtil e vestuário – e um no ensino superior, de produção têxtil
Exposição Inspiração e Formação Transformam no lounge do São Paulo Fashion Week
A
38ª edição do São Paulo Fashion Week (Inverno 2015)
técnicas, desenho técnico de vestuário e modelagem digitalizada”,
expôs projetos feitos por alunos do curso técnico de
além de “relacionar a produção visual de arte e do design de moda
Modelagem do Vestuário oferecido pelo Centro Paula
em contextos histórico, social, político, estético e econômico,
Souza em três Etecs da capital paulista: José Rocha Mendes, na
associados a diversos países”.
Vila Prudente; Carlos de Campos, no Brás; e Tiquatira, na Zona
Além do curso de Modelagem do Vestuário, o Centro Paula
Leste. Os projetos foram realizados tendo como inspiração a moda
Souza tem outros três cursos técnicos ligados à área de moda:
inclusiva e a sustentabilidade.
Modelagem do Vestuário Integrado ao Ensino Médio, Têxtil e
No curso de Modelagem do Vestuário da Etec, com duração de
Vestuário. Em 2014, 869 estudantes fizeram um desses cursos e,
um ano e meio, os jovens aprendem “a representar graficamente
em 2015, 400 novas vagas serão abertas. Um ou mais desses cursos
peças de vestuário planificadas, criar e adaptar modelos das
também são ministrados fora da capital paulista, nas cidades de
principais peças do vestuário, atendendo às necessidades dos
Americana, Cerquilho, Ibitinga, Nova Odessa e Peruíbe. No ensino
diversos públicos, utilizando técnicas de modelagem básica e
superior, a Fatec de Americana, município a 126 quilômetros
moulage masculino e feminino”. Eles também aprendem a “utilizar
de São Paulo, oferece o curso de Produção Têxtil, que teve 347
ferramentas da computação gráfica para moda, elaborando fichas
matriculados em 2014.
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TATIANE LIMA MOTA CORREIA ETEC JOSÉ ROCHA MENDES
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EXPERIÊNCIAS TRANSFORMADORAS Entre os alunos formados no curso de Modelagem do Vestuário que tiveram a oportunidade de expor seus projetos no São Paulo Fashion Week está Tatiane Lima Mota Correia, 28, que estudou na Etec José Rocha Mendes, na Vila Prudente. Ela apresentou um vestido com retalhos de jeans inspirado no pintor ítalo-brasileiro Alfredo Volpi. Tatiane conta que seus principais interesses na área de moda são a modelagem e a costura. Sobre a relevância de fazer um curso técnico, avalia que é importante para ajudar as pessoas a encontrar um rumo profissional. “Mesmo que a pessoa ainda não saiba que área vai seguir, é bom para ela ter um direcionamento. É uma oportunidade. Na Etec, eu aprendi coisas que realmente não conhecia, como pesquisar tendências, criar looks, organizar desfiles.”
FoTo ADRIANO DAMAS STyLiNg gI MACEDO bELEzA kRISNA CARvAlhO ModELo DAIANE CONTERATO (MEgA PARTNERS)
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V창NIA VIEIRA PEREIRA ETEC CARLOS DE CAMPOS
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Apaixonada por moda desde criança, Vânia Vieira Pereira, 40, estudou na Etec Carlos de Campos, no Brás. Em seu trabalho de conclusão de curso, elaborou a coleção O Interior de Gaudí, inspirada no arquiteto catalão Antoni Gaudí. Vânia conta que sempre desejou estudar moda. “Desde que eu era adolescente e morava em São José do Rio Preto, queria fazer um curso de moda. Como era difícil pra mim fazer uma faculdade, pesquisei sobre cursos de moda e descobri a Etec, que, além de gratuita, é muito conceituada.” Vânia segue com o sonho de se tornar estilista e, sentindo-se mais preparada depois de estudar na Etec, diz que vai fazer faculdade de moda. Era a sua primeira vez no SPFW. “Estou muito feliz. É tudo aquilo que eu sonhava. Estou me sentindo importante. Eu respiro moda e amo isso aqui.”
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CILMAR SILVA ETEC TIQUATIRA
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Cilmar Silva, 40, prefere ser chamado de Danillo Vianna (nome artístico). Vindo de uma família de costureiras e bordadeiras, ele começou a se interessar por moda ainda na infância. “Com 5 anos, eu via minha vó franzindo renda e achava aquilo bonito.” Adolescente, o sonho dele era fazer um curso técnico. “E o Centro Paula Souza era um glamour”, diz. Na época, não conseguiu realizar o sonho. Acabou cursando o segundo grau regular, formou-se em Tecnologia em Design de Moda e só depois fez o curso de Modelagem do Vestuário na Etec Tiquatira. “Eu me sinto mais profissional e mais seguro depois de ter feito o curso técnico. A Etec me deu respaldo. É uma instituição que cuida do aluno, acredita nele. Estar dentro de uma Etec é como fazer parte de uma elite.” Para ele, as escolas da rede Paula Souza, desde a concepção arquitetônica, são feitas pensando nas pessoas, para integrar as pessoas. “As Etecs contribuem muito para sua transformação.” Danillo é professor na área de moda e trabalha como figurinista freelance para teatro e no Carnaval. “Eu tinha o sonho de ser estilista e hoje quero ser carnavalesco.”
Para saber mais sobre o curso de Modelagem do Vestuário, acesse: centropaulasouza.sp.gov.br/cursos/etec/MoDelageM-De-vestuarIo.asp
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Foto: Eudes de Santana/ Texto: Joana Cardoso
A modelo Waleska Gorczevski no backstage de Reinaldo Lourenço, no SPFW
Nas redes sociais, 42.519 foi o número de citações públicas sobre o São Paulo Fashion Week nos cinco dias de semana de moda. Antes da internet, a moda dos desfiles, dos grandes designers e dos famosos chegava às revistas seis meses depois de ser desfilada, quase ao mesmo tempo que as coleções desembarcavam nas lojas. A web transformou radicalmente essa forma de consumir e desejar moda. Da inspiração ao desenho, passando pela cadeia de produção até o desfile, temos acesso imediato ao registro desse processo. A #fashion já foi usada 150 milhões de vezes desde que nasceu o Instagram e, em 2013, esteve no top 5 das mais populares, enquanto no português a #moda já apareceu mais de 8,5 milhões de vezes. O Instagram se tornou indissociável das semanas de moda, dos eventos, da comunicação e do marketing das marcas, do cotidiano dos designers, dos preparativos das modelos, dos anseios dos bloggers. Graças a ele, fomos todos convidados para a festa.
até a próxima
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