FGM 2017 | Volume 01 | 1
Diretora Administrativa BIANCA MITTELSTÄDT 2 | FGM 2017 | Volume 01
Diretor Técnico FRIEDRICH GEORG MITTELSTÄDT
o cenário perfeito para a inovação Em 25 anos, a implantodontia no Brasil saiu do zero e alcançou destaque extraordinário, tornando-se o segundo maior mercado mundial neste segmento. Não restam dúvidas de que esta posição foi amparada, principalmente, pela excelência clínica dos implantodontistas brasileiros, especialidade que cresceu nos últimos quatro anos - mais de 260%. Esta expansão trouxe oportunidades de evolução e nos motivou a imergir em seis anos de estudos e desenvolvimento, apresentando ao mercado uma forma única de realizar implantes: o Sistema Arcsys. A novidade percorreu o mundo da implantodontia, que prontamente reconheceu se tratar de algo inovador. Arcsys rompeu paradigmas, colocou professores e alunos para refletir sobre novas possibilidades, propôs e provou que é possível fazer mais e melhor pelo planejamento, estética, função e saúde. Um ano após o seu lançamento comercial, Arcsys realiza o feito de minimizar etapas exaustivas, planejar com mais recursos e reduzir o volume de componentes em estoque, redescobrindo a simplicidade. Agora, está prestes a sair pelo mundo, recebendo aprovação da Conformité Européene (CE), fascinando os avaliadores que tiveram contato com o Sistema. Simultaneamente à criação Arcsys, nos aprofundamos no fascinante mundo da regeneração óssea. Nanosynt, biomaterial sintético bifásico, fruto de pesquisa e desenvolvimento FGM em universidades internacionais, mostrou-se o “garoto prodígio” dos substitutos ósseos, surpreendendo especialistas com resultados superiores a seus competidores premium, em estudos clínicos cientificamente comprovados. Neste cenário de inovação, inspiração e conhecimento nasce a 1ª edição da FGM News Implantes, a fim de contextualizar o trabalho clínico e científico e dividir o DNA presente na FGM NEWS Estética, reconhecida nacional e internacionalmente pelo seu conteúdo significativo à classe odontológica global. Quando pensamos em ir além, só pensamos em uma coisa: antecipar necessidades, sem desperdício de forças, sem dispersão de energias. Ser simples e surpreendente. Sejam bem-vindos ao universo FGM Implantes.
ex p ed i ente CORPO EDITORIAL Aline Adami Rosa Barbara Girotto L. Aguiar Bianca Mittelstädt Bruno Lippmann Friedrich Georg Mittelstädt Mateus Ferreira Balieiro Rafaella Ronchi Zinelli Rafael Cury Cecato Thaline Minatti Beltrame Thiago Roberto Gemeli COLABORADORES DESTA EDIÇÃO Américo Mendes Carneiro Junior Bernardo Born Passoni Bruno Alves Paim Cesar Augusto Magalhães Benfatti Cláudio João Chedid Gustavo Diniz Greco Edwin Andrés Ruales Carrera Piero Rocha Zanardi Rafael Cury Cecato Raquel Laia Rocha Zanardi Renato Carlos Burger Renato Savi de Carvalho Ricardo de Souza Magini Rogério Goulart da Costa Rodrigo Melim Ferreira Thiago Roberto Gemeli Stefani Guimarães William de Souza Wiggers CONSELHO EDITORIAL Bianca Mittelstädt Friedrich Georg Mittelstädt Rafael Cury Cecato Thiago Roberto Gemeli PROJETO GRÁFICO Barbara Girotto L. Aguiar JORNALISTA RESPONSÁVEL Meg Guida MTB 11.748
FGM NEWS IMPLANTES É UMA PUBLICAÇÃO DA FGM VOLUME 01 – Nº1 – JANEIRO 2017 PERIODICIDADE: ANUAL Dentscare Ltda Endereço: Av. Edgar Nelson Meister, 474 CEP 89210-501, JoInville- SC 0800 644 6100 www.fgm.ind.br | implantes@fgm.ind.br
Esse periódico é uma produção independente. O conteúdo dos textos publicados e opiniões, idéias e conceitos emitidos nos artigos são de inteira responsabilidade de seus autores.
FGM 2017 | Volume 01 | 3
20 32
06 26 16
34
46
SUMÁRIO
60 50 74
06
O nascimento de um conceito
08
7 motivos para se surpreender
14
É fácil perceber as vantagens!
16
Passo a passo - Procedimento cirúrgico e protético
20
Caso clínico | Reabilitação total maxilo-mandibular em paciente portador de doença periodontal generalizada
26
Caso clínico | Reabilitação oral estética multidisciplinar: periodontia, implantodontia e prótese
32
Cone Morse de Verdade
34
Caso clínico | Reabilitação de canino transmigrado na mandíbula com implante dentário
40
Caso clínico | Protocolo inferior com Implantes e Componentes Friccionais Arcsys
46
Desmistificando a resistência mecânica de componentes protéticos anguláveis
50
Caso clínico | Otimizando a resolução cirúrgico-protética em área estética
54
Caso clínico | Reabilitação bimaxilar com utilização de guia multifuncional na prótese sobre implantes
60
Caso clínico | Refinamento da resolução protética sobre implante por meio do Sistema Arcsys: relato de caso clínico
66
Brocas FGM: novos conceitos de instrumentação
68
Caso clínico | Reabilitação oral total por meio de prótese total superior e prótese do tipo protocolo inferior
74
Nanosynt. O futuro da enxertia óssea
78
Caso clínico | Levantamento de seio maxilar para posterior reabilitação com coroas unitárias confeccionadas pelo sistema CAD/CAM
86
Veja alguns profissionais que já aprovaram e estão fazendo sucesso
90
Alta estética do início ao fim
94
Balanço de eventos
95
Autores - Casos clínicos
97
Normas para aprovação de casos clínicos
o nascimento de um conceito O Sistema Arcsys é resultado de 6 anos de estudos e desenvolvimento que consideraram as experiências de 25 anos de implantodontia dental científica de mercado. As melhores tendências e também os problemas crônicos de sistemas existentes puderam ser considerados durante todo o processo. Ao final, foi desenvolvido um sistema que apresenta não só inovação, mas também soluções criativas para problemas recorrentes existentes nos diversos sistemas. A grande inovação do Sistema Arcsys consiste na solução protética, parte bastante crítica do processo de implantodontia, pois dela depende o êxito funcional da futura prótese, a saúde peri-implantar e também o resultado estético do processo.
Os
sistemas atuais, devido à forma construtiva de sua solução protética, parecem ter estagnado no limite das possibilidades, atingindo o limite técnico e mecânico que um componente “tradicional” permite obter. Além de problemas com o parafuso de fixação (danificação do encaixe da chave, quebra de rosca, soltura involuntária) existem ainda limitações com os componentes angulados que, quando necessários, invariavelmente apresentam prejuízos estéticos à reabilitação devido à pouca opção de angulação, ou à posição que eles permitem obter, ou devido ao volume metálico que apresentam na região cervical. Pode ser mencionado ainda eventual dificuldade logística, pois geralmente não estão em estoque nas clínicas e necessitam ser encomendados especialmente. O
Sistema Arcsys
apresenta
uma
solução
completamente liberta destes problemas clássicos. A solução protética Arcsys foi concebida de tal forma que o próprio profissional pode personalizar, na própria clínica ou no laboratório de prótese, o ângulo dos componentes e assim otimizar facilmente (e a qualquer tempo) sua posição. Com diversas alturas de transmucoso, todos os componentes são fornecidos retos e podem ser utilizados tal qual ou então angulados conforme a necessidade, dentro
6 | FGM 2017 | Volume 01
de uma faixa estabelecida entre 0 e 20 graus. Esta possibilidade de angulação dos componentes representa
ferramenta
completamente
inédita
dentro da implantodontia, tanto para o planejamento da cirurgia como um todo quanto para a simples otimização da posição do componente.
O seu
uso permite solucionar muitos dos problemas relacionados à confecção das próteses (espessura de parede, posição do parafuso de fixação, etc) e também facilitar a execução técnica do processo. Do ponto de vista estético, nenhum prejuízo ocorre se o componente for angulado, pois seu design é tal que o volume metálico na cervical não se altera. Do ponto de vista mecânico, a robustesa e resistência dos componentes são outras características marcantes do sistema, já comprovadas pelos resultados de diversas pesquisas. Além da possibilidade de angular componentes protéticos, foram trabalhados pontos considerados críticos em sistemas convencionais, como por exemplo, o formato da chave do implante para evitar seu trancamento quando um torque mais alto é aplicado, uma embalagem primária que permite fácil manipulação e controle do implante, brocas com alta eficiência e que permitem furação única, plataforma única para os implantes e componentes protéticos que facilitam e otimizam sua utilização, acessórios multifuncionais, etc. Tudo somado resulta em um sistema extremamente enxuto, fácil de operar, econômico na necessidade de componentes e ainda assim com versatilidades e possibilidades que nenhum outro sistema apresenta. O Sistema Arcsys é, definitivamente, uma nova maneira de pensar, planejar e realizar implantes dentários. Vale a pena conhecer.
FRIEDRICH GEORG MITTELSTÄDT Diretor Técnico FGM 2017 | Volume 01 | 7
8 | FGM 2017 | Volume 01
FGM 2017 | Volume 01 | 9
1COMPONENTES
ANGULÁVEIS ARCSYS Os Componentes Protéticos Anguláveis do Sistema Arcsys permitem ao cirurgião-dentista e ao técnico em prótese dentária um trabalho ágil, conduzindo para o melhor resultado estético e funcional para o paciente.
e prática, a angulação de acordo com a necessidade de cada paciente, em seu consultório ou laboratório.
São personalizáveis e desenvolvidos em ligas especiais de alta resistência e biocompatibilidade. O profissional tem a chance de customizar de forma rápida
• Ângulo personalizável: permite angulação de 0º a 20º, obtendo melhor resultado estético e funcional. • Próteses aparafusadas, cimentadas,
Principais vantagens
unitárias ou múltiplas. • Interface Cone Morse Friccional. • Componentes intercambiáveis entre os diferentes diâmetros de implantes. • Disponíveis com diferentes alturas para atender as variações de espessura de mucosa. • Material de fabricação: aço inoxidável destinado a produtos implantáveis, em conformidade com a norma ASTM F138 e ABNT NBR ISO 5832-1.
2angulador ARCSYS O Angulador é um dispositivo inovador exclusivo, desenvolvido para permitir a angulação de componentes protéticos do Sistema Arcsys. Através dele o profissional consegue personalizar o ângulo de um pilar ou munhão final, em poucos segundos, em seu consultório, sem a dependência de qualquer processo adicional de compra ou logística. O profissional poderá contar com componentes angulados e otimizados onde nunca antes pensou em utilizar. Capas protetoras acompanham o Angulador para proteger a porção protética do componente no momento da angulação, mantendo sua integridade dimensional.
10 | FGM 2017 | Volume 01
Referenciador Angular O Referenciador Angular é um componente de uso descartável, confeccionado em polímero sem memória elástica, que permite ao operador angulálo manualmente em boca, de forma a planejar a inclinação do componente protético (angulável).
3BROCAS FGM As Brocas FGM possuem um design exclusivo, patenteado, com alta eficiência de corte e canais laterais que auxiliam na irrigação e na capacidade de coleta do tecido ósseo. Possuem também ponta ativa que proporciona a possibilidade de perfuração em uma única etapa (quando optado pelo profissional), evitando o escalonamento, oferecendo maior controle e gerando economia de tempo para o paciente e para o profissional. Além disso, possibilita um encaixe rápido e preciso dos limitadores de profundidade (stops), intercambiáveis entre os diferentes diâmetros de Brocas FGM.
Principais vantagens • Alta performance: possibilidade de perfuração única (sem escalonamento). • Estabilizam e direcionam a perfuração por meio de sua ponta guia (ponta ativa substitui a broca lança). • Canais laterais: ótimo potencial de irrigação e capacidade de coleta de tecido ósseo. • Autocontrole de profundidade durante toda a preparação cirúrgica. • Revestimento de TiN (Nitreto de titânio) oferece maior dureza de superfície, menor atrito (menor geração de calor) e maior durabilidade. • Conjunto de limitadores de profundidade que proporcionam mais segurança durante a instrumentação.
4Componentes Multifuncionais em PEEK O PEEK é um polímero de alto desempenho, biocompatível, dotado de propriedades únicas que o torna a escolha ideal para as aplicações mais complexas na atualidade. Considerado um dos termoplásticos de engenharia de mais alta performance no mundo, com mais de 35 anos de desempenho comprovado em ambientes exigentes. A FGM desenvolveu componentes do Sistema Arcsys em PEEK, proporcionando assim multifuncionalidade, diferente de todos no mercado.
Principais vantagens • Polímero biocompatível de alta resistência mecânica. • Baixa absorção de umidade, com baixa permeabilidade.
• Alta resistência e rigidez, excelente propriedade de fluência e fadiga em longo prazo. • Mantém as suas propriedades quando expostos a diferentes temperaturas. • Alta resistência ao desgaste, abrasão e corrosão.
Cicatrizador Multifuncional • Função 1 - cicatrizador dos tecidos peri-implantares após a instalação do implante ou em sua reabertura. • Função 2 - suporte para prótese provisória sobre implante. • Função 3 - transferente de moldagem do implante Arcsys.
Transfers Multifuncionais • Função 1 - transferente de moldagem do componente protético. • Função 2 - suporte para prótese provisória. • Função 3 - protetor dos componentes protéticos.
FGM 2017 | Volume 01 | 11
5IMPLANTE FRICCIONAL ARCSYS Cone Morse de verdade Os implantes do Sistema Arcsys apresentam interface protética Cone Morse Friccional com macrogeometria que permite instalação segura em substrato ósseo de diferentes densidades. Quando se trata de qualidade na reabilitação, as vantagens do sistema Cone Morse Friccional são imensas, como qualidade biológica, mais estética do tecido peri-implantar e menor contaminação bacteriana entre o implante e o componente protético.
Entenda o que é e como funciona um Cone Morse Friccional O Cone Morse Friccional é um sistema de fixação comumente utilizado na mecânica quando se necessita unir, de forma estável, dois corpos sem precisar de parafusos. Ele funciona através do princípio mecânico da conexão cônica, que justaposiciona o cone dentro de uma cavidade também cônica de pequeno ângulo. Assim, a interface do metal sofre um embricamento micromecânico chamado solda fria. Este embricamento oferece alta resistência de união e pode ser revertido com técnica específica.
Maior Segurança e Selamento bacteriano Nos sistemas tipo Cone Morse Puro, a pressão exercida para o travamento do componente no implante gera uma resistência friccional suficiente para uma conexão segura. O não uso do parafuso passante elimina o problema da eventual soltura do mesmo e favorece o desempenho em longo prazo do sistema, diferente do que ocorre com implantes que apresentam plataforma HE e HI. Outra questão bastante importante para a longevidade do sistema friccional é a infiltração e colonização bacteriana na interface componente/ implante. O acúmulo microbiano ao redor de implantes dentais pode levar a uma condição de peri-implantite, que, se não tratada adequadamente, poderá comprometer o implante culminando em sua perda. Considerando essas informações, conforme diversos estudos publicados, o selamento promovido pelo encaixe Cone Morse demonstra ser mais favorável no que tange a infiltração bacteriana.
6CHAVE PARA IMPLANTE ARCSYS Uma solução para proporcionar mais segurança ao procedimento de implantação são as chaves do Sistema Arcsys, desenvolvidas para que não exista qualquer tipo de travamento durante a instalação dos Implantes Arcsys.
12 | FGM 2017 | Volume 01
características • Interface Cone Morse Friccional (3° Locking Taper). • Plataforma Switching. • Interface protética única para todos os diâmetros de implantes. • Chave de instalação trilobular - sistema antitravamento. • Indicado para todas as densidades ósseas: Tipo I, II, III e IV. • Material de fabricação: liga Ti6Al4V. • Tratamento de superfície Arcsys Duoattack.
características • Possui ponta trilobular, proporcionando maior segurança ao profissional (sistema antitravamento). • Torque máximo 70N.cm. • Por ser fabricada em aço inoxidável nobre, possui ótima resistência mecânica e à corrosão. • São indicadas para auxiliar a instalação (torque final) dos implantes regulares e shorts. • Opções de Chave para Implante Longa (24.38.01) e Chave para Implante Curta (24.38.02).
7TAPA FRICCIONAL ARCSYS O Tapa de Cobertura Friccional é fabricado em silicone de uso irrestrito (material que pode ser utilizado a longo prazo em contato com qualquer fluido corporal ou tecido humano, em qualquer região do corpo). Ele é fornecido com o implante, fazendo parte da embalagem primária.
características • Fabricado em silicone biocompatível para uso a longo prazo. • Expande no interior do cone proporcionando total vedação. • Fornecido com o implante. • Utilizar com o Insersor de Tapa (20.34.01) e Extrator de Tapa (21.35.01).
dúvidas frequentes Como é possível realizar a angulação do componente? Os componentes Anguláveis da FGM são fabricados conforme a norma ASTM F138-13a e ABNT NBR ISO 58321:2008, que definem as características da composição química, propriedades mecânicas, microestrutura e requisitos para aplicação deste material em produtos implantáveis. Os componentes foram aprovados em uma série de testes, tanto de fadiga estática (ensaio de compressão), quanto de fadiga dinâmica. A angulação dos componentes só pode ser realizada com o uso do Angulador Arcsys e o Referenciador Arcsys. Mas então, não existe a possibilidade de quebra? Com base nos testes realizados, a força limite de resistência alcança o valor médio de 3067N (angulados a 17º). Segundo estudo realizado por Ferrario et al (2004), a média da força máxima aplicada sobre um dente unitário (primeiro molar) de um indivíduo adulto, saudável e do sexo masculino é de aproximadamente 306N. Sendo assim, a força necessária para que exista a possibilidade de ruptura é 10 vezes maior que a força aplicada pelo paciente. E existe a possibilidade de soltura? Quando acionado conforme protocolo (3 batidas completas com o uso do Martelete Arcsys) a possibilidade de soltura é nula. A interface Cone Morse garante estabilidade
funcional e estética ao longo do tempo, pois componentes colocados sobre implantes Cone Morse tendem a apertar ao longo dos anos, diferente das demais interfaces aparafusáveis, que durante a mastigação tendem a afrouxar.
que define o tempo de osseointegração de um implante dentário, logo mantêmse os padrões de espera tradicionais já descritos na literatura.
A conexão Cone Morse é segura? O Sistema Arcsys foi idealizado para ser um encaixe friccional puro, maciço e sem a presença do parafuso, o qual é muitas vezes o responsável pela soltura de componentes protéticos, em função do processo de fadiga ocasionada pelas cargas mastigatórias. Este conceito friccional traz maior segurança para o paciente, pois a retenção do componente protético no implante é assegurada pela contínua ação das forças mastigatórias, o que mantém a conexão componente/ implante segura.
Como é a interação dos materiais aço inox com o titânio grau v? A norma ABNT NBR 16044:2012 define os requisitos gerais para implantes dentários. Nela são especificadas diversas questões, dentre elas, o contato com materiais de diferentes composições químicas. Esta norma faz citação a outra (ABNT ISO 21534), que define que a combinação do aço inoxidável ASTM F138-13a, a ser utilizado como material de fabricação do componente, e do Ti6Al4V, que é utilizado na fabricação do implante, é considerada adequada para aplicação, podendo ser utilizada sem maiores problemas.
Qual o tratamento de superfície e o tempo de osseointegração do Implante Friccional Arcsys? O Implante Friccional Arcsys possui um tratamento de duplo ataque ácido (DuoAttack), desenvolvido na Universidade de Nova Iorque, pelo Professor Paulo Guilherme Coelho. Este tratamento proporciona aceleração da integração dos tecidos ósseos com a superfície do implante quando comparado a outros tratamentos (jateamento com ataque ácido e sem tratamento). Importante salientar que não há uma metodologia padronizada
O que possibilita a perfuração única, sem a necessidade do escalonamento? Os principais fatores que permitem a realização da perfuração em uma única etapa são: A geometria das Brocas FGM, contendo canais laterais que possuem alta profundidade e reduzem a espessura do metal, proporcionando rápida troca de calor com o líquido refrigerante; a ponta guia que estabiliza a direção de penetração do instrumental e o revestimento em TiN (Nitreto de Titânio) que reduz o coeficiente de atrito entre a Broca FGM e o tecido ósseo. FGM 2017 | Volume 01 | 13
é fácil perceber as vantagens! IMPLANTE
Apresentamos nesta primeira edição
BROCA
para a etapa protética da reabilitação.
ID
AD
E SUIÇ
A
ÇÃ
O
Q UA
OSSO TIPO I
Arcsys e todos os seus benefícios, tanto para a etapa cirúrgica quanto
L
da FGM News Implantes o Sistema
CATÁLOGO COM APENAS 35 PÁGINAS
Falamos sobre as vantagens do Cone
DE PROD
U
ÚNICA
OSSO TIPO II
Morse Friccional, da chave de implante
POSSIBILIDADE
DE PERFURAÇÃO
antitravamento, das exclusivas brocas com potencial para perfuração única, dos
OSSO TIPO III
componentes multifuncionais em PEEK e sua personalização, além de ser compacto e completo e ter novidades que só o Entre todos estes benefícios, podemos destacar os diferenciais que o Sistema traz para dentro do consultório, muitas vezes, somente experimentados quando o sistema já está em uso, como por exemplo,
a
redução
no
número
de
componentes, resultando na expressiva
SISTEMA ARCSYS
Sistema Arcsys oferece.
OSSO TIPO IV
TAPA. VEM COM O
IMPLANTE
!
OS MELHORES CONCEITOS DE GEOMETRIAS EM 1 ÚNICO IMPLANTE
ECONOMIA
DE TEMPO
diminuição na ocupação do estoque, a economia de tempo de perfuração, que pode proporcionar mais conforto para o paciente e mais rentabilidade para o profissional, minimizando o tempo de angulação dos componentes, tornandoos personalizáveis a cada caso clínico e proporcionando novas possibilidades de planejamento. Compare agora as vantagens do Sistema Arcsys com os sistemas convencionais e descubra porque ele surpreendeu o mundo.
IMPLANTE
SISTEMAS CONVENCIONAIS
consulta, e a exclusiva tecnologia de
CATÁLOGO COM + DE 200 PÁGINAS
14 | FGM 2017 | Volume 01
OSSO TIPO I
OSSO TIPO II
OSSO TIPO III
OSSO TIPO IV
PA R A F U S O DE C O B E RT U R A
N ÃO I N C LUS O !
BROCA
!
C I C AT R I Z A D O R E S
EM SEU CONSULTÓRIO!
NÚMERO DE COMPONENTES
IO IMEDIATO ÓR
3
em
1
0º a 20º
4
MODELOS
PERSONALIZADA
ZrO2
CAD-CAM
PARA CADA PACIENTE
IO IMEDIATO ÓR
CoCr
e-Max
ANGULAÇÃO
CUSTOMIZÁVEIS
TE RMI PROV IS PE
TE RMI PROV IS PE
POSSIBILIDADE DE ANGULAÇÃO
PERSONALIZE A ALTURA
RESOLUÇÃO PROTÉTICA
TRANSFERÊNCIA E MOLDAGEM
COMPONENTE PROTÉTICO
Transfere o componente
TECNOLOGIA
REDUÇÃO
DE ESTOQUE =ECONOMIA
C I C AT R I Z A D O R E S
$
EXCLUSIVA
COMPONENTE PROTÉTICO
Apoia a infraestrutura da restauração provisória
Proteje o componente protético durante a fase de confecção da prótese
TRANSFERÊNCIA E MOLDAGEM
RESOLUÇÃO PROTÉTICA
POSSIBILIDADE DE ANGULAÇÃO NÚMERO DE COMPONENTES
CoCr ZrO2 e-Max CAD-CAM
+ESTOQUE
+ESTOQUE
APENAS
TRANSFERE
FGM 2017 | Volume 01 | 15
PASSO A PASSO
PROCEDIMENTO CIRÚRGICO E PROTÉTICO Planejamento Planejamento O respeito ao melhor posicionamento do(s) implante(s) deve ser encarado com muita seriedade pelo cirurgiãodentista. Tal importância é demonstrada através da extensa evidência clínica e científica apresentada nas últimas décadas. Além, muitas das agruras presentes no dia a dia dos profissionais estão relacionadas justamente ao incorreto posicionamento do implante. Seguindo tal filosofia, o profissional deverá planejar a implantação de acordo com o ideal posicionamento, respeitando as condições anatômicas, dentes e estruturas
Inicial.
Radiografia inicial.
Análise radiográfica.
16 | FGM 2017 | Volume 01
adjacentes, necessidades estéticas e mecânicas, etc. Porém, o grande diferencial do Sistema Arcsys é que este posicionamento não precisa obrigatoriamente coincidir com o longo eixo do intermediário protético, já que este poderá facilmente ter sua angulação customizada em até 20°. Desta forma, o planejamento cirúrgico torna-se deveras simples e eficiente, pois a localização do implante dependerá praticamente exclusivamente da disponibilidade anatômica do paciente sem que haja prejuízos estéticos e mecânicos com componentes pré-angulados de fábrica.
Planejamento cirúrgico
Cirurgia Cirurgia
O preparo do leito poderá ser realizado de 02 maneiras: • Uso de uma única broca, de acordo com o diâmetro do implante que será instalado e da densidade óssea, • Com escalonamento (perfuração tradicional). As brocas FGM são capazes de efetuar ambas as técnicas, oferecendo versatilidade ao cirurgião. Após a implantação, o profissional tem as seguintes opções: • Manter o implante submerso durante osteointegração Instalar o Tapa (fornecido junto com o implante) com o Insersor de Tapa. • Manter o implante com Cicatrizador Multifuncional durante osteointegração.
Escolher o cicatrizador ideal para a região (cinta alta ou baixa / diâmetro de 4mm ou 5mm) e adaptá-lo (fresas) se necessário, de acordo com a altura interoclusal. • Provisória sobre Cicatrizador Multifuncional. Usar o Cicatrizador como suporte para coroa provisória, reembasando com resina acrílica ou resina composta fluida (ex. Opallis Flow – FGM). Manter este provisório sempre infraoclusal. • Ativar o componente protético final (pilar ou munhão). Selecionar o componente protético de acordo com o planejamento (prótese cimentada ou aparafusada) e proceder de acordo com protocolo protético.
Incisão.
Posicionamento do implante.
Perfuração única com Broca FGM e limitadores de profundidade: precisão e segurança.
Instalação do Implante Friccional Arcsys.
Instalação do implante 2mm infra ósseo.
Instalação do tapa.
Sutura.
Reabertura e retirada do tapa friccional com o extrator de tapa.
Instalação do cicatrizador multifuncional.
Após cicatrização, verificação do posicionamento do componente protético.
Utilização do Referenciador Angular para correção do ângulo do componente protético.
Referenciador Angular com angulação otimizada por simples pressão digital.
FGM 2017 | Volume 01 | 17
Prótese Prótese
1ª OPÇÃO: ATIVAÇÃO DO COMPONENTE E TRANSFERÊNCIA DESTE EM BOCA.
Definir o componente protético que será utilizado, de acordo com o planejamento (prótese aparafusada ou cimentada) e a altura de seu transmucoso com o Medidor Transmucoso. Caso seja uma prótese cimentada, deve-se definir também o diâmetro e altura do componente. Em ambas as situações, caso o transmucoso seja maior que 2.5mm (o que ocorrerá geralmente quando o implante for posicionado corretamente - infra-ósseo), ele poderá ter sua angulação customizada. Caso contrário, transmucosos mais curtos são disponibilizados (0.5mm/1.0mm/1.5mm), porém sem possibilidade de angulação. Para definir a angulação do componente, adaptar o Referenciador Angular no implante com pressão digital e direcioná-lo de acordo com a necessidade protética, para quaisquer lado. Após esta definição, remover o Referenciador Angular do implante e adaptá-lo no Dispositivo Angulador, em seu local específico (no lado do disco com gravações de ângulo). Girar o disco até que a angulação do Referenciador coincida com a angulação do disco. Adaptar o componente protético escolhido no outro lado do
disco (sem gravações de ângulo) e protegê-lo com sua Capa Protetora (munhão Ø3, munhão Ø4.2 ou pilar aparafusável). Fechar a alavanca coincidindo o nicho interno na capa protetora e exercer força para baixo, até seu curso total. Remover o conjunto componente protético + capa protetora do Dispositivo Angulador. Caso seja necessário, utilizar o Parafuso Extrator (posicionado na lateral do Dispositivo Angulador). Remover a Capa Protetora. Caso necessário, utilizar também o Parafuso Extrator. Posicionar o componente protético no implante e ativá-lo com o Martelete.
2ª OPÇÃO: ATIVAÇÃO DO CONJUNTO MUNHÃO + COROA PROTÉTICA. Caso o profissional prefira, a seleção do componente poderá ser feita no modelo, bastando realizar a moldagem de transferência do Implante com o cicatrizador multifuncional. A seleção e angulação será então realizada no laboratório de prótese. Também, a cimentação (caso seja a opção do profissional) será extra-oral e a ativação do conjunto componente + coroa protética deverá ser feita com o martelete apoiado em anteparo de acrílico, confeccionado sobre a coroa protética.
Posicionar o Referenciador Angular e o Componente Protético (munhão ou pilar) no Angulador.
Após posicionar o Referenciador Angular, girar o disco central até que a parede do Referenciador Angular fique paralela ao disco.
Posicionar o Componente Angulável em seu orifício especifico.
Proteger o Componente Angulável com sua capa de proteção específica.
Deslizar a tampa do Angulador de forma que a capa de proteção se encaixe no orifício correpondente.
Pressionar para que ocorra a angulação.
18 | FGM 2017 | Volume 01
Instalar o Componente Angulável e realizar a ativação conforme indicado no manual de instruções.
O ângulo do componente Protético fica idêntico ao do Referenciador Angular.
Posicionar o Transfer multifuncional correspondente para realizar a moldagem.
Empregar silicone fluido ao redor do transferente.
Empegar silicone denso no interior da moldeira pré-selecionada.
Encaixar a moldeira no arco.
Após tomada da presa, remover a moldeira e verificar integridade da moldagem.
Adaptar o Análogo correspondente no Transferente Multifuncional.
Encaminhar ao laboratório para confecção da prótese.
Assista o vídeo completo em nosso canal do YouTube FGM Implantes, ou acesse pelo QR code ao lado. instalar a prótese.
Caso finalizado.
FGM 2017 | Volume 01 | 19
Reabilitação total maxilo-mandibular em paciente portador de doença periodontal generalizada AUTOR: Prof. Dr. Renato Savi de Carvalho.
FINAL
INTRODUÇÃO Apesar dos avanços técnico-filosóficos objetivando maior
vez que a doença periodontal, mal que responde por grande
prevenção à perda dentária, o número de pacientes portadores
parte do edentulismo, acomete mais comumente pacientes
de algum tipo de edentulismo permanece alto. Dados do
em idade avançada2-4. Vale ressaltar que mesmo pacientes
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam
portadores de todos os dentes podem ser considerados
que 16 milhões de brasileiros são totalmente desdentados –
inaptos à função mastigatória (pré-desdentados) quando
números que representam 11% de toda população nacional.
apresentam mobilidade dentária avançada. Tais casos, via de
Ainda segundo o Instituto, 41,5% dos brasileiros com mais de
regra, requerem intervenção por parte do cirurgião-dentista/
60 anos já perderam todos os dentes1.
implantologista “antecipando” a perda dos dentes através de
C onsiderando o aumento na expectativa de vida no país - que saltou de 54 anos em 1960, para 72 anos em 2012 -
o número de desdentados poderá ser ainda maior, uma
20 | FGM 2017 | Volume 01
manobras de exodontias, a fim de preservar tecido ósseo em volume que viabilize a instalação de implantes5,6.
O TRATAMENTO
Paciente com 53 anos, gênero masculino, negro, não tabagista, apresentou-se à clínica com queixa de mobilidade dentária generalizada em ambos os arcos. Anamnese e exames laboratoriais evidenciaram bom estado geral de saúde e ausência de outras doenças em curso.
INICIAL
Ao exame clínico e de imagem se observou doença periodontal generalizada em estágio avançado, com comprometimento de todos os dentes de ambas as arcadas - exceção feita ao elementos 44 e 45 que não apresentavam mobilidade. A análise radiográfica permitiu ainda constatar exuberante perda óssea na base dos seios
FICHA
maxilares, região ocupada pelos molares. Este padrão de perda
Paciente do gênero masculino, 53 anos de idade.
óssea é comum em pacientes periodontopatas e, rotineiramente, impossibilita a instalação de implantes em áreas posteriores da maxila, obrigando o CD a incliná-los para anterior (pré-seio maxilar) caso não se deseje realizar manobras de “sinus lift”. Ao se inclinar implantes para a região anterior se gera, inevitavelmente, uma dificuldade na obtenção do plano de inserção para a futura prótese, exigindo a utilização de pilares angulados para a obtenção adequada da função e da estética. 01
A QUEIXA Mobilidade dentária generalizada em ambos os arcos.
ANAMNESE Bom estado geral de saúde e ausência de outras doenças em curso.
PLANEJAMENTO Exodontia dos elementos remanescentes e reabilitação bimaxilar. A escolha do sistema se deve à possibilidade de customizar a angulação dos componentes selecionados, que permite um melhor posicionamento dos implantes concomitante a um melhor posicionamento dos componentes, sem introduzir prejuízos estruturais, mecânicos, estéticos ou funcionais ao resultado final.
03
Fig. 01 – Áreas de retração gengival e acúmulo de placa bacteriana/cálculo. Ao exame clínico notava-se alta mobilidade dentária. 02
Fig. 02 - Radiografia exibindo perda óssea generalizada e bolsas periodontais.
Fig. 03 – Apesar do alto grau de mobilidade e de terem sua remoção indicada, os elementos dentários mantinham a dimensão vertical satisfatória. Desta forma, procedeu-se a tomada da DV que seria mantida até o final do tratamento.
FGM 2017 | Volume 01 | 21
ANGULAÇÃO DOS PILARES Embora
muitas
vezes
necessários,
pilares
04
angulados
aparafusáveis apresentam problemas clínicos7. Dentre os principais podemos citar: dificuldade de instalação e parafusamento; além da perda precoce do torque inicial aplicado ao parafuso retentor resultando em desempenho biomecânico duvidoso justamente numa região de alta demanda funcional.
Pilares angulados
convencionais apresentam ainda angulação padrão fornecida
Fig. 04 – Procedimento de fresagem única dispensando o escalonamento, com redução significativa no tempo clínico. 05
pelo(s) seu(s) fabricante(s) não oferecendo ao clínico a possibilidade de se personalizar a angulação destes para cada caso em particular – outro aspecto desfavorável. Nesta abordagem clínica, utilizamo-nos do Sistema Arcsys – FGM cujo grande diferencial reside na possibilidade de personalização da angulação do pilar que, por ser impactado (friccional) dispensa a necessidade de parafusos, evitando problemas de perda de torque e denotando importante aspecto garantidor de melhor comportamento mecânico.
Fig. 05 – Instalação do implante Arcsys 3.8 x 13mm tangenciando a parede mesial do seio maxilar direito. 06
A CIRURGIA Em sessão única procedeu-se exodontia dos dentes superiores e instalação de quatro implantes – sendo dois inclinados na região de segundos prés-molares e dois retos na região de incisivos laterais. Instalação dos pilares personalizados e prótese imediata cinco horas após a instalação destes. Vinte e quatro horas após reabilitação da arcada superior procedeu-se atuação na arcada antagonista com extração dos elementos dentários, instalação de implantes e pilares personalizados seguido de moldagem e assentamento de uma prótese provisória imediata.
REABILITAÇÃO FINAL As próteses imediatas permaneceram sessenta dias em função
Fig. 06 – Fresagem da região anterior com anilha redutora de profundidade limitando a penetração da fresa a 13mm. Desta forma pode-se inserir um implante de 11mm deixando sua plataforma a aproximadamente 2mm infra-ósseo. 07
quando, após confirmação da osseointegração dos implantes, próteses permanentes foram instaladas sobre os pilares impactados aos implantes.
Fig. 07 – Instalação do implante Arcsys 3.8x11mm.
22 | FGM 2017 | Volume 01
08
09
10
11
Fig. 08 – Referenciadores de angulação adaptados aos implantes. Observar a divergência angular existente entre si devido a inclinação do implante distal para evitar injúria ao seio maxilar.
Fig. 09 – Correção da angulação distal (lado direito) através da angulação do referenciador.
Fig. 10 – Angulação divergente do lado esquerdo evidenciada pelos referenciadores angulares.
12
13
14
Fig. 12 – Transferentes multifuncionais unidos em boca através de resina acrílica previamente a moldagem.
Fig. 13 – Após moldagem, os mesmos transferentes foram utilizados como base para registro de relação oclusal. A dimensão vertical estabelecida nesse momento é a mesma aferida previamente à extração dos dentes.
Fig. 11 – Correção da angulação.
15 Fig. 14 – Prótese total acrílica instalada imediatamente após inserção dos implantes.
16
Fig. 15 – Imagem inicial dos dentes inferiores.
17
Fig. 16 – Exodontia total e osteotomia parcial. A redução vertical do rebordo alveolar se inicia na metade da arcada a fim de manter a referência da quantidade de desgaste já realizado.
Fig. 17 – Fresagem única lado direito.
18
19
20
Fig. 18 – Instalação do implante Arcsys 3.8x13mm – região póstero-inferior direita.
Fig. 19 – Referenciadores de angulação evidenciando a divergência existente entre os implantes distal e mesial direitos.
Fig. 20 – Correção da divergência entre os implantes, às expensas da angulação do referenciador angular distal, paralelizando-o ao mesial.
FGM 2017 | Volume 01 | 23
21
22
Fig. 21 – Etapa de personalização do Pilar Angulável Arcsys no angulador.
Fig. 22 – Comparação entre o referenciador angular (plástico) e pilar após manobra de angulação.
23
24
25
Fig. 23 – Assentamento do pilar angulado sobre o implante distal esquerdo.
Fig. 24 – Instalação dos quatro pilares sobre os implantes. Após conferência do paralelismo entre eles procede-se a ativação por impacção.
Fig. 25 – União dos transferentes por resina acrílica previamente à moldagem. Observar o paralelismo entre os implantes, obtido após personalização da angulação dos pilares distais.
26
27 28
Fig. 26 – Próteses temporárias imediatas. Figs. 27 e 28 – Aspecto clínico e confirmação da osseointegração 60 dias após instalação dos implantes.
24 | FGM 2017 | Volume 01
29
30
Fig. 30 - Cilindros em posição no modelo de trabalho e matriz em silicone (verde) obtida a partir da montagem de dentes que deve preceder o enceramento da infra-estrutura. Fig. 29 – Cilindro protético em cobalto – cromo (base para enceramento e fundição da infraestrutura metálica) e seu respectivo parafuso.
33
31
32
Fig. 31 – Infraestrutura metálica finalizada. As projeções verticais garantem apoio adequado a cada dente individualmente.
Fig. 32 – Montagem dos dentes sobre a infraestrutura. Cada dente recobre sua respectiva projeção vertical. Essas projeções funcionarão como “esqueletos metálicos” aos dentes, reforçando-os.
34
Fig. 33 – Radiografia final após instalação das próteses permanentes.
Fig. 34 – Próteses permanentes instaladas sobre os implantes.
REFERÊNCIAS 1. www.ibge.gov.br
5. Irinakis T. Rationale for socket preservation after extraction of a single-rooted tooth when planning
2. Ferraiolo DM. Predicting periodontitis progression? Evid Based Dent. 2016 Mar;17(1):19-20.
for future implant placement. J Can Dent Assoc. 2006 Dec;72(10):917-22.
3. Harikishan G, Triveni VS, Sai Sujay GS. Evaluation of clinical parameters to select high prevalence
6. Agarwal G, Thomas R, Mehta D. Postextraction maintenance of the alveolar ridge: rationale and
populations for periodontal disease: A cross-sectional study. J Pharm Bioallied Sci. 2015 Aug;7(Suppl
review. Compend Contin Educ Dent. 2012 May;33(5):320-4.
2):S623-7.
7. Sannino G, Barlattani A. Straight Versus Angulated Abutments on Tilted Implants in Immediate
4. Locker D, SladeGD, Murray H. Epidemiology of periodontal disease among older adults: a review.
Fixed Rehabilitation of the Edentulous Mandible: A 3-Year Retrospective Comparative Study. Int J
Periodontol 2000. 1998 Feb;16:16-33.
Prosthodont. 2016 May-Jun;29(3):219-26.
FGM 2017 | Volume 01 | 25
Reabilitação oral estética multidisciplinar: periodontia, implantodontia e prótese AUTORES: Prof. Bernardo Born Passoni, Prof. Rodrigo Melim Ferreira, Prof. Edwin Andrés Ruales Carrera, Prof. Dr. Ricardo de Souza Magini e Prof. Dr. Cesar Augusto Magalhães Benfatti
FINAL
INTRODUÇÃO Os implantes têm oferecido um grande serviço para muitas pessoas que perderam os dentes devido à trauma, cárie,
que possível deve respeitar a realização de um approach palatino e a não elevação do retalho.
reabsorção radicular interna/externa ou fratura de raiz (Quirynen
Além dos cuidados da estética rosa, a estética branca tem
et al., 2005). Os benefícios biológicos de não preparar os dentes
um papel fundamental no sucesso de tratamentos reabilitadores
adjacentes para uma fabricação de prótese parcial fixa devem ser
do setor anterior. O tratamento restaurador começa com o uso
enfatizados. A conservação dos tecidos dentários, a preservação
apropriado de restaurações provisórias que permitam a preparação
da vitalidade da polpa, o respeito ao periodonto e a manutenção
da arquitetura gengival e um apropriado perfil de emergência
da crista residual são os fatores mais importantes a serem
(Bulser et al., 2011). Para as restaurações finais, os materiais
considerados (Quaranta et al., 2010).
cerâmicos são indicados na odontologia estética, permitindo uma
Em consideração a área a ser reabilitada através de implantes,
abordagem biomimética ao possibilitar a preservação do tecido
sabe-se que após a exodontia de um elemento dental há um
dental e o uso de sistemas adesivos, obtendo longevidade e
remodelamento da parede óssea vestibular que deve ser considerado
resultados estéticos superiores (Tirlet et al., 2013). Os materiais
durante o planejamento protético e cirúrgico (Araújo e Lindhe, 2005).
cerâmicos possuem importantes características que incluem
A instalação do implante em um alvéolo fresco de exodontia e a
estabilidade físico-química, compatibilidade biológica, resistência
provisionalização imediata foram propostas como alternativas para
à compressão, reprodução de propriedades visuais e estabilidade
manter o volume e o contorno do tecido mole, diminuindo os custos
da cor (Pini et al., 2012). Porém, frente a casos clínicos onde
e o tempo de tratamento (Park, 2010). No entanto, deve-se sempre
se apresentam diferentes substratos, a seleção do material
preencher o gap entre a superfície do implante e a parede vestibular,
restaurador e sua espessura são fundamentais (Volpato et al.,
buscando prevenir e/ou diminuir a perda de volume inerente ao
2009). Portanto, o planejamento multidisciplinar do tratamento e
remodelamento ósseo da parede vestibular. Outro fator que deve ser
a comunicação com o paciente desempenham um papel crucial
considerado é a técnica cirúrgica, que em áreas estéticas, sempre
para o resultado estético de casos complexos.
26 | FGM 2017 | Volume 01
RELATO DO CASO
1A
Paciente com 42 anos de idade, sexo feminino, leucoderma, boa condição sistêmica, apresentou-se no curso de especialização em Implantodontia - Unique Ensino Odontológico, com queixa principal de reabsorção interna e externa do elemento 21 (identificada pelo cirurgião-dentista particular), e consequente, necessidade de realização de implante dentário. Durante a
INICIAL
anamnese a paciente também se queixou de escurecimento da gengiva na região dos elementos 12 e 22.
FICHA
Ao exame clínico (Figs. 1A, 1B e 1C), constatou-se que a paciente possuía 4 coroas em zircônia nos 4 incisivos superiores, realizadas a
Paciente do gênero feminino, 42 anos de idade.
aproximadamente 6 anos, e também facetas provisórias em resina composta nos elementos 23 e 24. Após a realização da tomografia
A QUEIXA
computadorizada cone beam, constatou-se que existiam altura e
Reabsorção interna e externa do elemento 21 (observada pelo dentista da família) e “gengiva acinzentada” na região dos incisivos laterais.
espessura óssea suficientes para instalação imediata de implante. Após enceramento diagnóstico, o planejamento reabilitador estético consistiu em 4 coroas metalo-cerâmicas nos incisivos
ANAMNESE
(sendo a coroa da região do 21 sobre implante) e 6 facetas
Paciente de 42 anos, leucoderma, motivada e apta aos procedimentos cirúrgicos propostos.
feldspáticas de caninos a pré-molares. O primeiro passo cirúrgico realizado foi a exodontia minimamente traumtática do elemento 21 através de incisão
PLANEJAMENTO
intra-sulcular com lâmina 15C, periótomo e fórceps (Figs. 2A,
Para a etapa cirúrgica, planejou-se implante com carga imediata no elemento 21 e enxerto de tecido conjuntivo subepitelial para ganho de volume tecidual na região vestibular do 12 e 22. Após o período de cicatrização, a reabilitação estética consistiria em 4 coroas e 6 facetas metalo-cerâmicas.
2B e 2C). Após a exodontia, foi feita a curetagem do alvéolo e irrigação com clorexidina 0,12%. A cirurgia procedeu de acordo com o preconizado pela fabricante (FGM) para instalação de Implante Cone Morse Arcsys 3.3x13mm (FGM). Foi realizada a subinstrumentação através de fresagem única com broca 2.4mm (Figs. 3A e 3B) até a profundidade de 15mm. Em busca da estabilidade primária para realização da carga imediata, a fresagem foi realizada através da técnica do approach palatino,
1B
buscando ancoragem na parede palatina do alvéolo de extração. O implante foi instalado 2mm abaixo da parede vestibular e 5 mm da margem gengival (Figs. 4A, 4B e 4C). Como componente protético foi instalado um munhão angulável para prótese cimentada de 3.3x6 com cinta de 3,5mm (Figs. 5A e 5B), que foi ativado através de 3 batidas como martelete ativador Arcsys. No entanto, pelo correto posicionamento tridimensional do implante, não foi necessária a angulação do componente. A parte cirúrgica seguiu com enxertos conjuntivos subepiteliais na região do elemento 12 e 22, para mascarar a coloração das raízes que
Fig. 1B - Foto intra-oral vestibular. 1C
estavam transparecendo por baixo da gengiva (Figs. 6A e 6B) e preenchimento do gap deixado entre a superfície do implante e a parede vestibular com biomaterial xenógeno (Fig. 7). O provisório foi confeccionado a partir da coroa antiga (Fig. 8) da paciente e capturado em um cilindro calcinável do munhão angulável com auxilio de uma guia de resina composta confeccionada previamente a cirurgia (Fig. 9). A coroa foi unida ao coping com resina composta e complementado com resina flow, dando um adequado perfil de emergência (Figs. 10A e 10B).
Fig. 1C - Dentes ântero-superiores.
FGM 2017 | Volume 01 | 27
2A
2B
2C
Fig. 2A - Elemento 21 deslocado de seu alvéolo.
Fig. 2B - Constatação da preservação tecidual pós exodontia.
Fig. 2C - Lesão periapical do elemento 21 em detalhe.
3A
3B
Fig. 3A - Perfuração em passo único com broca 2.4 (FGM).
Fig. 3B - Verificação da angulação obtida.
4A
4B
4C
Fig. 4A - Instalação do implante 3.3X13mm (FGM).
Fig. 4B - Sondagem da parede vestibular, aproximadamente 4mm abaixo da margem gengival.
Fig. 4C - Vista oclusal do implante dentro do alvéolo cirúrgico.
Após 60 dias de pós-operatório (Fig. 11) foi solicitada
copiar a arquitetura gengival adquirida durante o processo de
uma tomografia para avaliar a manutenção / neoformação
condicionamento tecidual. Em seguida, moldagem foi feita
óssea peri-implantar (Fig. 12) e iniciar os procedimentos da
em 2 passos com a técnica do duplo fio (Fig. 14). A opção de
reabilitação definitiva, que consistia na troca das coroas
se trabalhar com coroas metalocerâmicas está relacionada a
antigas dos elementos 11, 12 e 22 e confecção de facetas
presença de núcleo metálico fundido nos dentes 12 e 22 (Figs.
nos elementos 13, 14, 15, 23, 24 e 25. Neste caso não foi
15 A e 15B). Caso a opção fosse trabalhar com dissilicato, seria
necessário a realização de enceramento diagnóstico, pois o
necessário trabalhar com pastilhas diferentes nas coroas e
desejo da paciente era manter o tamanho e formato dos dentes
facetas para mascarar os substratos escurecidos, o que poderia
e próteses antigas. Os dentes 11, 12, 21 e 22 foram preparados
gerar diferença de cor entre as peças, por isso optou-se por
em modelo de gesso e facetas de estoque foram adaptadas
realizar todo o trabalho em cerâmica feldspática.
sobre estes elementos, mantendo o mesmo comprimento das
Na sessão seguinte realizou-se a moldagem de transferência
coroas antigas. Em seguida uma guia de resina composta foi
dos copings metálicos, moldagem dos preparos das facetas
confeccionada apoiada na borda incisal do 13 até o 23 para
(Fig. 16) e seleção de cor, que em acordo com a paciente foi
que as facetas pudessem ser adaptadas em boca sobre os
estabelecida em BL4. Após 10 dias, as peças (Figs. 17A, 17B e
preparos (Fig. 13)
17C), que foram confeccionadas pelo Laboratório Vieira (Curitiba -
Foi realizado o condicionamento gengival do 21 afim de copiar
PR) foram provadas, sendo feita primeiramente a prova seca para
o formato do zênite gengival do 11. Além disto, o transferente
verificação de adaptação das peças e a prova úmida com Allcem
de moldagem foi personalizado com resina flow, a fim de
Veneer Try-in (FGM).
28 | FGM 2017 | Volume 01
5A
5B
Fig. 5A - Conferência da emergência do munhão (3.3X6mm com cinta de 3,5mm).
Fig. 5B - Vista vestibular do munhão em posição após ativação.
6A
6B
Fig. 6B - Suturas de estabilização do enxerto conjuntivo subepitelial.
7
Fig. 7 - Preenchimento do GAP com biomaterial xenógeno.
Fig. 6A - Tecido conjuntivo coletado do palato. 8
9
Fig. 9 - Averiguação da posição do provisório com auxílio de guia apoiada na incisal dos dentes adjacentes. 10A
10B
Fig. 8 - Reaproveitamento da coroa cerâmica para provisionalização imediata.
Fig. 10B - Pós-operatório imediata após cimentação do provisório.
Fig. 10A - Conformação do provisório com resina Flow (FGM) para condicionamento gengival.
FGM 2017 | Volume 01 | 29
Para o preparo das facetas utilizou-se o ácidio fluorídrico 10%
adesivo de frasco único Ambar (FGM) e cimento Allcem Veneer
Condac porcelana 10% (FGM) por 1 minuto (Fig. 18A), aplicação de
(FGM) na cor A1. Já a cimentação das coroas foi feita com cimento
ácido fosfórico 37% Condac 37 (FGM) para remoção dos resíduos
resinoso dual Allcem (FGM) seguindo as instruções do fabricante.
do ataque ácido (Fig. 18B), aplicação do silano Prosil (FGM) (Fig.
Apesar da complexidade do caso, o tratamento foi realizado
18C) e adesivo de frasco único Ambar (FGM). Para o tratamento
em um período relativamente curto, necessitando de apenas
do dente foi realizado condicionamento ácido por 30 segundos
quatro meses entre a cirurgia de instalação do implante até a
no esmalte e 15 na dentina com Condac 37 (FGM), aplicação do
cimentação do trabalho definitivo (Figs. 19A, 19B e 19C).
11
12
Fig. 13 - Checagem da guia de reembasamento múltiplo.
Fig. 11 - Pós-operatório de 3 meses.
14
Fig. 12 - Comprovação tomográfica da adequada inserção implantar.
15A
Fig. 15A - Vista vestibular do preparo das coroas e facetas. Observar os diferentes substratos a serem reabilitados: Dente, núcleo metálico fundido e munhão Arcys.
17A
13
15B
Fig. 15B - Vista oclusal. Observar a manutenção da arquitetura gengival ao redor do implante no elemento 21 através do preenchimento do GAP e ao redor do 12 e 22 através dos enxertos conjuntivos sub-epiteliais.
Fig. 14 - Fio retrator nos elementos 12, 11 e 22 e transferente multi-funcional Arcsys personalizado na região do elemento 21. 16
Fig. 16 - Moldagem de transferência copings metálicos do implante e das coroas sobre dente.
17B
Fig. 17B - Peças adaptadas ao modelo de gesso. 17C
Fig. 17A - Peças finalizadas pelo laboratório.
30 | FGM 2017 | Volume 01
Fig. 17C - Detalhe das peças adaptadas ao modelo.
18A
18B
18C
Fig. 18A - Condicionamento com ácido fluorídico.
Fig. 18B - Condicionamento com ácido fosfórico.
Fig. 18C - Aplicação de silano.
19A
19C
Fig. 19A - Cimentação das peças cerâmicas.
19B
Fig. 19B - Vista intra-orall do caso finalizado.
CONCLUSÃO A reabilitação oral estética é extremamente previsível, desde que sejam respeitados os passos do planejamento reverso multidisciplinar.
Fig. 19C - Constatação da harmonia alcançada entre os elementos protéticos e a face da paciente.
REFERÊNCIAS 1. Quirynen M, Vogels R, Alsaadi G, Naert I, Jacobs R and van Steenberghe D. Predisposing conditions
contour augmentation and esthetic outcomes of implant-supported single crowns in the esthetic
for retrograde peri-implantitis, and treatment suggestions. Clinical Oral Implants Research 2005;
zone: 3-year results of a prospective study with early implant placement postextraction. Journal of
16:599–608.
periodontology, 82(3), 342-349.
2. Quaranta A, Andreana S, Pompa G and Procaccini M. Active implant peri-apical lesion: A case report
6. Tirlet, G., Crescenzo, H., Crescenzo, D., & Bazos, P. (2013). Ceramic adhesive restorations and
treated via guided bone regeneration with a 5-year clinical and radiographic follow-up. Journal of Oral
biomimetic dentistry: tissue preservation and adhesion. The international journal of esthetic dentistry,
Implantology 2010; 15:313-319.
9(3), 354-369.
3. Araujo, M.G. & Lindhe, J. (2005) Dimensional ridge alterations following tooth extraction. An experi-
7. Volpato, C. Â. M., Monteiro, S., de Andrada, M. C., Fredel, M. C., & Petter, C. O. (2009). Optical influence
mental study in the dog. Journal of Clinical Peri- odontoly 32: 212–218.
of the type of illuminant, substrates and thickness of ceramic materials. Dental materials, 25(1), 87-93.
4. Park JB. Restoration of the maxillary anterior tooth using immediate implantation with simultaneous
8. Pini, N. P., Aguiar, F. H. B., Lima, D. A., Lovadino, J. R., Terada, R. S., & Pascotto, R. C. (2012). Advances in
ridge augmentation. Indian Journal of Dental Research 2010; 21:454-456.
dental veneers: materials, applications, and techniques. Clinical, Cosmetic and Investigational Dentistry,
5. Buser, D., Wittneben, J., Bornstein, M. M., Grütter, L., Chappuis, V., & Belser, U. C. (2011). Stability of
4(10), 9-16.
FGM 2017 | Volume 01 | 31
32 | FGM 2017 | Volume 01
AUTOR: Prof. Dr. Gustavo Diniz Greco
Arcsys. Um novo tempo na implantodontia moderna!
com o implante Arcsys, com grande frequência. É muito bom falar
Um sistema que chegou para simplificar a vida do
em ganho de estrutura e qualidade óssea e não em perda óssea
implantodontista e do protesista, com etapas cirúrgicas muito
peri-implantar, o que era muito comum nos implantes de conexões
seguras e rápidas, que se traduzem em conforto ao paciente
externas, com o tão falado 1mm de perda no primeiro ano; ou
associado a uma possibilidade de planejamento reverso
conexões internas, mesmo as do tipo cone morse aparasafusáveis,
extremamente efetivo, com uma infinidade de soluções
com algum histórico de afrouxamento de parafuso.
protéticas em um número reduzido de componentes. Apaixonante à primeira vista e cativante a partir do desenvolvimento dos primeiros casos.
A longevidade e sucesso dos implantes, principalmente unitários, encontra suas principais dificuldades quando ocorrem os deslocamentos entre a parte protética, coroa e
Estamos falando de um sistema de implantes que
componente protético do implante. Isto se deve em grande
carrega muita tecnologia em sua engenharia e design, muita
parte devido ao afrouxamento ou fratura do parafuso que
efetividade em suas estruturas de roscas e tratamentos
une este sistema. Além disto, ainda pode existir a fadiga do
de superfície e uma conexão interna de cone morse real,
parafuso e desadaptação dos componentes. Somado a tudo
friccional, dispensando aparafusamento entre componente
isto, ainda podemos contabilizar hábitos parafuncionais e
protético e implante.
sobrecargas oclusais.
C one morse, conhecido como solda a frio, possibilita, como
Na contramão deste histórico, podemos incluir o sistema
o próprio nome diz, um contato extremamente íntimo entre o
de conexão morse, friccional, sem a presença de parafuso
cone do interior do implante (fêmea) e o cone do componente
para unir o intermediário protético ao implante. Isto se deve
protético (macho). Esta característica influencia diretamente o
à natureza do sistema, que quanto mais bem adaptado e mais
selamento biológico e a formação do biofilme, proporcionando
estável estará, conforme maiores cargas axiais lhe forem
melhores condições para o desenvolvimento e manutenção
fornecidas. Respeitando sempre os limites da tolerância
da saúde peri-implantar, com redução de queixas sobre
biológica.
mau hálito, tudo isto somado à grande segurança gerada ao
componente e dos implantes, mais efetivo será este conceito.
paciente e ao profissional, devido ao baixo índice de soltura ou remoção da prótese e/ou componente protético.
Quanto mais criteriosa for a fabricação deste
Ainda temos que falar nas infinitas possibilidades de personalizar os componentes protéticos, do modo mais
Este selamento biológico é responsável por minimizar a presença
adequado ao meu caso clínico. Personalização total, sem que
e proliferação bacteriana na região de união entre implante e
tenhamos alterações na estrutura transmucosa, o que em
intermediário protético, tendo relatos na literatura (Dibart et
muitos sistemas, compromete a estética final. Cito ainda a
al 2005) que classificam este vedamento como hermético,
comodidade de sempre trabalhar com plataformas semelhantes,
totalmente livre de bactérias. Este é também um dos fatores que
o que minimiza a necessidade de estoque de componentes
permite uma instalação intra-óssea do implante com consequente
protéticos, análogos, transfers, cicatrizadores, etc.
neoformação óssea sobre parte da plataforma e até mesmo
Eu recomendo que todo Implantodontista, Protesista
parte do intermediário protético. Esta característica tem sido
ou mesmo os Clínicos Gerais que se interessam pela área
observada por nossa equipe de trabalho, nos casos reabilitados
conheçam o Sistema Arcsys da FGM.
FGM 2017 | Volume 01 | 33
Reabilitação de canino transmigrado na mandíbula com implante dentário AUTORES: Prof. Rafael Cury Cecato e Prof. Thiago Roberto Gemeli.
FINAL
INTRODUÇÃO Dentes transmigrados são definidos como aqueles que
muita cautela e discernimento. É justamente este o objetivo
transpassam a linha média durante a fase pré-eruptiva .
prioritário dos pacientes ao buscar o cirurgião-dentista,
Sua ocorrência é rara e varia de 0,14% a 0,31%2,3, porém
podendo ter a resolução ainda mais complexa em pacientes
pode ocasionar consequências como: mau posicionamento
parcialmente edêntulos8.
1
do dente impactado, migração dos dentes vizinhos e perda
Um dos mais críticos cenários para o planejamento (e
de comprimento do arco, reabsorção radicular externa do
consequentemente a reabilitação) é a restrição do espaço
dente impactado, assim como dos adjacentes, infecção
protético. Principalmente nestas situações, o posicionamento
(principalmente quando há erupção parcial) e até mesmo dor4.
e direcionamento do intermediário assume crucial importância
A reabilitação oral, devido ao seu desenvilvimento atual,
para que o profissional e/ou o técnico em prótese reconstrua a
permite compensar as ausências dentárias e reparar nos
coroa dental respeitando os quesitos de sucesso apresentados.
pacientes sequelas eventualmente ocorridas por estas perdas
Logo, o planejamento consiste em, caso necessário, compensar
ou inexistências. Porém, os critérios utilizados para calcular
o posicionamento deste quando seu longo eixo não coincidir
índices de sucesso apontados no passado5,6,7 não podem
com o do implante em sua melhor posição viável10, ocorrido
mais ser considerados como únicos. Atualmente, devemos
nos casos em que o espaço para implantação é restrito.
obrigatoriamente considerar saúde, estética e função8,9 como
Também, é fundamental que a geometria do implante utilizado,
critérios primordiais que envolvem todas as reabilitações.
mais precisamente na sua plataforma, seja compatível com
A exigência estética é em inúmeras oportunidades,
as distâncias e posicionamento que o mesmo irá ocupar em
diretamente proporcional à complexidade de resolução do
relação aos dentes e estruturas adjacentes. Neste quesito, a
caso. Portanto, não há mais razões para que o profissional
conexão “cone morse” tende a ser inquestionável em relação
deixe de planejar adequadamente cada passo da terapia, com
às demais11.
34 | FGM 2017 | Volume 01
RELATO DO CASO Paciente do sexo masculino, leucodermo, com 18 anos, procurou atendimento na clínica privada com queixa de “dente de leite inferior”. Durante o exame clínico, constatou-se que o dente 73 estava presente. Radiograficamente, o dente
INICIAL
33 apresentou-se impactado na região do mento e além da linha média, definido na literatura como “transmigrado”, além
FICHA
de lesão na região do dente 33 compatível com odontoma (Fig. 01). O paciente apresentou durante anamnese estado
Paciente do sexo masculino, 18 anos de idade.
de saúde compatível com procedimentos cirúrgicos. O dente 33 foi então removido e a lesão enucleada, confirmando
A QUEIXA
diagnóstico no exame anátomo-patológico (Fig. 02).
1ª etapa: presença de canino decícuo inferior esquerdo. 2ª etapa: reabilitação na região do dente 33.
Após 10 anos, o paciente retornou e relatou que o dente 73 havia sido extraído após apresentar ampla mobilidade, com queixa
ANAMNESE
principal neste momento para reabilitação desta área (Fig. Inicial).
Saúde compatível com procedimentos cirúrgicos planejados.
O dente 34 apresentou recessão gengival classificada em classe I 12, sendo indicado enxerto gengival livre conjuntivo
PLANEJAMENTO
(Figs. 03 a 05).
1ª etapa: enucleação do odontoma e exodontia do dente 33 transmigrado. 2ª etapa: instalação de implante com plataforma Cone Morse Friccional (devido a proximidade com o dente 32) na região do dente 33, concomitantemente com enxerto gengival livre conjuntivo.
01
03
Fig. 01 - Radiografia inicial evidenciando o dente 33 transmigrado e lesão compatível com odontoma na região do dente 33.
04
02
05
Fig. 02 - Radiografia de controle de 03 anos após exodontia do dente 33 e enucleação do odontoma. Nesta época, o dente 73 ainda estava presente. Figs. 03 a 05 - Após 10 anos da extração do dente 33 transmigrado e enucleação do odontoma, paciente retornou sem o dente 73 – extra e intra-oral.
FGM 2017 | Volume 01 | 35
Após confecção dos modelos de estudo, interpretação das
Um cicatrizador (Cicatrizador Multifuncional Arcsys 4mm
imagens tomográficas (Figs. 06 a 08) e avaliação ortodôntica
– cinta alta) foi mantido por 30 dias, sendo então capturado
(opção descartada pela relação custo-benefício), optou-se
e reembasado com dente de estoque, a fim de proporcionar
pela reabilitação da área com prótese suportada por implante
provisionalização e continuidade do condicionamento tecidual
osteointegrado e enxerto gengival livre com conjuntivo
(Figs. 24 a 26). Após 03 meses, o intermediário final (Munhão Arcsys
removido do palato. O diminuto espaço protético foi desafiador, ocasionado
Angulável – 3X6X3.5mm) foi angulado, de acordo com a
provavelmente pela ausência do dente 33 em sua posição
posição estabelecida pelo Referenciador Angular, com cerca
normal. Portanto, é imprescindível ao implante a ser utilizado
de 6°, no Dispositivo Angulador Arcsys (Figs. 27 a 32).
conter propriedades suficientes para assegurar estabilidade
Após ativação com Martelete (03 golpes), nova prótese
dos tecidos peri-implantares, mesmo em proximidade com
provisória foi então confeccionada sobre o munhão (Fig. 35) e
dentes adjacentes. Um “slice” na face mesial do dente 34
realizado clareamento dos demais dentes com 02 sessões em
foi realizada para que a coroa protética do dente 33 tivesse
consultório (Whiteness HP – 35% - FGM-Brasil) (Fig. 36). Após 30 dias para finalização do condicionamento tecidual
anatomia mais harmônica. Também, deve-se considerar que o intermediário protético
(Figs. 37 e 38), foi realizada moldagem de transferência do
esteja corretamente posicionado, mesmo quando este não
munhão (silicone adição) e confecção de coroa total em
coincidir com o posicionamento do implante. Tais exigências
porcelana (dissilicato de lítio) (Fig. 39). A cimentação utilizando
foram contempladas com o Sistema Arcsys (FGM)10,13,14.
o cimento resinoso Allcem Core (FGM), na cor A1, foi efetuada
Foi –
realizada
3.8X11mm,
instalação obtendo
de
Implante
estabilidade
Arcsys
inicial
de
(FGM)
com extremo cuidado para não promover invasão do cimento
50N.cm,
nos tecidos peri-implantares (remoção dos excessos com
concomitante com enxerto gengival livre conjuntivo sob a raíz
análogo – extra-oral) (Figs. 40 a 42).
do dente 34, estendendo a enxertia até a área peri-implantar da região do dente 33 (Figs. 09 a 23).
Após 06 meses da cimentação, em consulta para controle, constata-se estabilidade dos tecidos peri-implantares (Figs. 43 a 45).
06
07
08
Figs. 06 a 08 - Imagens tomográficas.
09
Figs. 09 a 11 - Incisão e divisão do retalho.
36 | FGM 2017 | Volume 01
10
11
12
13
14
15
Figs. 12 e 13 - Perfuração (única) com Broca FGM 3.4 e Limitador de Profundidade de 13mm.
Fig. 14 - Verificação da angulação da perfuração.
Fig. 15 - Implantação (Arcsys 3.8X11mm).
16
18
19
Figs. 16 e 17 - Implantação concluída (02 a 03mm infra-ósseo).
Fig. 18 - Proximidade com o dente 32 (cerca de 1,0 a 1,5mm).
Fig. 19 - Coleta de tecido conjuntivo do palato – incisão única.
20
21
22
Fig. 20 - Estabilização do enxerto na raiz do dente 34 e área do dente 33 (fio de poliglactina 910 6/0).
Fig. 21 - Síntese na área doadora do tecido conjuntivo (fio de sutura nylon 5/0).
Fig. 22 - Síntese da área receptora (fio de sutura nylon 5/0) e instalação do Cicatrizador sobre o implante).
17
23
24
25
26 Fig. 23 - Radiografia periapical pós-operatória.
Figs. 24 a 26 - Após 30 dias, preparo do cicatrizador e reembasamento do dente de estoque para provisionalização sobre o implante.
FGM 2017 | Volume 01 | 37
27
28
29
Fig. 27 - Aspecto tecidual após 90 dias. Notar adequada espessura tecidual na área vestibular da região do dente 33.
Figs. 28 e 29 - Angulação do Referenciador Angular de acordo com necessidade protética (vista vestibular).
30
31
32
Figs. 30 e 31 - Angulação do Referenciador Angular de acordo com necessidade protética (vista oclusal).
Fig. 32 - Angulação do munhão selecionado (Munhão Arcsys 3X6X3.5mm) no Dispositivo Angulador – cerca de 6°.
33
35
34
Figs. 33 e 34 - Posicionamento do munhão para posterior ativação.
Fig. 35 - Coroa provisória sob munhão recém ativado.
CONCLUSÃO
36
A reabilitação de ausências de dentes não irrompidos, sejam inclusos e/ou transmigrados é viável com implantes osteointegrados, desde que sejam respeitados os quesitos referente ao planejamento protético. O posicionamento do componente protético pode ser devidamente compensado através da angulação destes de acordo com a necessidade protética. Tal propriedade não apenas soluciona de maneira ágil e prática a reabilitação, como propicia previsibilidade estética dos tecidos moles peri-implantares pela ausência de cinta pronunciada, existente nos componentes com angulação prédefinida de fábrica, conforme já relatada na literatura14. Os implantes com plataforma “cone morse” são viáveis para reabilitação em espaços restritos, pois aceitam menor distância aos dentes adjacentes e/ou demais implantes, assegurando com mais previsibilidade os tecidos peri-implantares nestes cenários.
38 | FGM 2017 | Volume 01
Fig. 36 - Clareamento em consultório (Whiteness HP 35%).
37
38
39
Figs. 37 e 38 - Aspecto após condicionamento tecidual. 40
41
Fig. 39 - Coroa total em dissilicato de lítio.
Figs. 40 e 41 - Cimentação da coroa e ajuste oclusal (oclusão em grupo). 42
45
Fig. 42 - Final extra-oral. 43
44
Figs. 43 e 44 - Controle após 06 meses da cimentação final evidenciando estabilidade dos tecidos peri-implantares.
Fig. 45 - Radiografia para controle (após 06 meses).
REFERÊNCIAS 1. Sharma G, Nagpal A. Transmigration of mandibular canine: report of four cases and review of
9. Weber HP, Kim DM, Ng MW, Hwang JW, Fiorellini JP. Peri-implant soft-tissue health surrounding
literature. Case Rep Dent 2011; 2011: 1–5.
cement- and screw-retained implant restorations: A multicenter, 3-year prospective study. Clin Oral
2. Aktan AM, Kara S, Akgünlü F, Malkoç S. The incidence of canine transmigration and tooth impaction in
Implants Res 2006; 17: 375–379.
a Turkish subpopulation. Eur J Orthod 2010; 32: 575–581.
10. Cecato RC, Lippmann B, Pinto NPJ. Utilização de componentes protéticos anguláveis do Sistema
3. Alaejos-Algarra C, Berini-Aytes L, Gay-Escoda C. Transmigration of mandibular canines: Report of six
Arcsys na reabilitação de indivíduo classe III - relato de caso. Rev Catarinense Implantodont 2016; :
cases and review of the literature. Orthodontics 1998; 29: 395–398.
58–60.
4. Bishara SE, Ortho D. Impacted maxitlary canines: A review. 1992.
11. Macedo JP, Pereira J, Vahey BR, Henriques B, Benfatti CAM, Magini RS et al. Morse taper dental
5. Albrektsson, T., Zarb, G., Worthington, P., & Eriksson AR. The long-term efficacy of currently used
implants and platform switching: The new paradigm in oral implantology. Eur J Dent 2016; 10: 148–154.
dental implants: a review and proposed criteria of success. Int J Oral Maxillofac Implant 1986; 1: 11–25.
12. Miller J, Preston D. A Classification of Marginal Tissue Recession. Int J Periodontics Restorative
6. Brånemark PI, Hansson BO, Adell R, Breine U, Lindström J, Hallén O et al. Osseointegrated implants
Dent 1985; 5: 8–13.
in the treatment of the edentulous jaw. Experience from a 10-year period. Scand J Plast Reconstr Surg
13. Pinto NPJ, Morsch CS, Bez LV, Benfatti CAM, Cecato RC, Magini R de S. Instalação de implante
Suppl 1977; 16: 1–132.
imediato cone morse friccional e reabilitação protética com pilar angulável:relato de caso. Rev
7. Adell R, Lekholm U, Rockler B, Brånemark PI. A 15-year study of osseointegrated implants in the
Catarinense Implantodont 2016; : 36–40.
treatment of the edentulous jaw. Int J Oral Surg 1981; 10: 387–416.
14. Sordi MB, Morsch CS, Magrin GL, Papaleo CV, Benfatti CAM, Magini R de S. Resolução de caso
8. Carvalho NB, Gonçalves SL de MB, Guerra CMF, Carreiro A de FP. Planejamento em Implantodontia:
estético complexo por meio de expansão óssea, manipulação tecidual e reabilitação protética com
uma visão contemporânea. Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Facial 2006; 6: 17–22.
componente protético angulável em tempo real. Implant News Perio 2016; 1: 1357–67.
FGM 2017 | Volume 01 | 39
Protocolo inferior com Implantes e Componentes Friccionais Arcsys AUTORES: Prof. Dr. Rogério Goulart da Costa, Prof. Rafael Cury Cecato e Prof. Thiago Roberto Gemeli.
FINAL
INTRODUÇÃO Desde que foram introduzidos por Branemark, implantes
Para que a estética da peça final e a possibilidade de higiene
dentários têm sido amplamente utilizados para reabilitar
do paciente não sejam comprometidos, é essencial que os
pacientes edêntulos1;2, contribuindo para significativa melhora
acessos aos parafusos estejam localizados em uma região
da qualidade de vida destes indivíduos. Atualmente, dentre as
entre a oclusal/incisal dos dentes e a borda lingual/palatina
opções propostas para reabilitação de pacientes totalmente
da prótese. Porém, caso o implante, por quaisquer motivos não
edêntulos, a prótese híbrida tipo “protocolo”, semelhante
esteja em sua inclinação ideal, a utilização de um intermediário
àquela sugerida na década de 60 ainda é uma das mais
angulado, de forma a corrigir sua angulação é imprescindível
efetuadas, frente às evidentes vantagens na relação custo-
para atingirmos os objetivos supracitados. Além, empregando
benefício proporcionada por tal técnica.
intermediários angulados nestas situações, percebe-se que
Tal terapia consiste em sustentar uma prótese total em
é favorecida a distribuição das cargas mastigatórias, em
implantes ancorados no tecido ósseo, e demonstra altos
comparação à utilização de um intermediário reto no mesmo
índices de sucesso
cenário.6
3;4;5
, desde que respeitadas determinadas
exigências como estabilidade inicial adequada (para carga
O uso de componentes angulados até 20 graus parecem
imediata), passividade, braço de alavanca compatível com a
estar dentro dos limites de tolerância do tecido ósseo7,
ancoragem, possibilidade de apropriada higiene, assim como
sugerindo que esta não será causa de reabsorção ao redor
fornecer devidas orientações ao paciente.
do
40 | FGM 2017 | Volume 01
implante/componente.
Também,
parece
não
haver
diferença significativa entre componentes retos e angulados em relação à rotação, deflexão e torque necessário para desparafusamento.8 Porém, a utilização de componentes pré-angulados não é a primeira opção dos clínicos, o que pode ser explicado pela maior dificuldade de manuseio, possibilidade de comprometimento estético e provável menor resistência mecânica.
INICIAL
Para tanto, o Sistema de Implantes Arcsys oferece a possibilidade de customizar a angulação dos intermediários protéticos, sem, no entanto, implicar nos prejuízos inerentes aos componentes pré-angulados, bastando customizar o
FICHA
direcionamento do componente imediatamente antes de sua
Paciente do sexo feminino, 52 anos de idade.
ativação, conforme demonstrado no caso a seguir. 01
A QUEIXA Desconforto da prótese total removível e busca por melhor estética e função.
ANAMNESE Paciente edêntula há mais de 30 anos com bom estado de saúde geral. Avaliações complementares indicaram aptidez ao procedimento cirúrgico. 02
PLANEJAMENTO Substituição da prótese total inferior por protocolo. A dificuldade de aliar o melhor posicionamento dos implantes aos desejados trajetos de emergência dos intermediários induziu à utilização do Arcsys. Este, permite o refinamento angular que confere o paralelismo desejado para o melhor assentamento das próteses com múltiplos suportes.
03
04
05 Figs. 01 a 03 - Imagens tomográficas.
Figs. 04 e 05 - Guia multifuncional.
FGM 2017 | Volume 01 | 41
RELATO DE CASO Paciente do sexo feminino, 52 anos; leucoderma, usuária
Na sequência foi feito o posicionamento dos Referenciadores
de prótese dentária total superior e inferior desde os 18 anos,
para avaliação da necessidade de angulação, onde se constatou
procurou atendimento na clínica insatisfeita com a instabilidade
necessidade em angular apenas um deles (Figs. 13 a 15).
da prótese inferior. A última troca das peças foi feita há 3 anos
De acordo com a profundidade dos implantes e espessura do
e os tecidos moles apresentavam características saudáveis (Fig.
tecido mucoso foram selecionados, instalados e ativados os pilares
Inicial). Desta forma, foi proposta uma reabilitação com prótese tipo
aparafusáveis Arcsys (FGM) de 2.5mm de transmucoso (Figs. 16 e 17).
protocolo para a arcada inferior e em um futuro próximo o mesmo
Em seguida, Transferentes Multifuncionais Arcsys (FGM) foram
tratamento para arcada superior.
posicionados, aparafusados e unidos com resina acrílica (Fig. 18).
O exame clínico revelou boas condições de saúde geral.
A moldagem foi realizada com material de moldagem à base de
Contudo, a critério de confirmação foram solicitados exames
poliéter e o registro interoclusal foi complementando com resina
complementares: hemograma completo, glicemia em jejum, tempo
acrílica sobre o guia multifuncional (Fig. 19).
de coagulação, tempo de protrobina e hemoglobina glicada.
A própria prótese total inferior foi utilizada para confecção da
O exame tomográfico da região em questão revelou boa qualidade
provisória, sendo unida a outros transferentes multifuncionais
e quantidade óssea para instalação dos implantes dentários (Figs.
(funcionando como cilindro provisório) com resina acrílica
01 a 03). Como as próteses apresentavam adequada função
autopolimerizável (Fig. 20).
estética e manutenção da DVO, foi feito um guia multifuncional a
Os análogos foram posicionados no molde de transferência,
partir da duplicação da prótese inferior (Figs. 04 e 05). A cirurgia
aparafusados e enviada ao laboratório para a confecção da
foi realizada com a instalação de 5 Implantes Arcsys (FGM), com
barra protocolo. Em 48 horas a barra foi provada quanto à
dimensões 3.8x11mm que tiveram estabilidade primária de 45N,
adaptação e passividade. No dia seguinte, a prótese final foi
orientados pelo guia multifuncional (Figs. 06 a 12).
ajustada e instalada (Figs. 21 a 23).
06
07
Figs. 06 e 07 - Regularização do rebordo.
Fig. 08 - Rebordo regularizado.
09
10
Fig. 09 - Guia multifuncional em posição.
Fig. 10 - Coleta de tecido ósseo durante as perfurações.
12
Fig. 12 - Instalação dos implantes.
42 | FGM 2017 | Volume 01
08
11
Fig. 11 - Paralelizadores em posição após perfurações.
PERSONALIZAÇÃO DA ANGULAÇÃO DO COMPONENTE PROTÉTICO 13
14
Fig. 13 - Referenciadores em posição - Antes da customização. Nota-se que existe a possibilidade de angulação de um dos componentes protéticos para melhor resultado funcional e estética. Fig. 14 - Referenciadores em posição - Após customização.
15
16
18
Fig. 16 - Componentes instalados.
Fig. 18 - Transferentes multifuncionais unidos.
17 Fig. 15 - Angulação do componente.
Fig. 17 - Síntese.
19
20
Fig. 19 - Molde de transferência.
Fig. 20 - Provisória imediata.
FGM 2017 | Volume 01 | 43
CONSIDERAÇÕES FINAIS Os Implantes Arcsys propiciam uma grande versatilidade para os tratamentos reabilitadores por possuírem uma característica inédita em um sistema de implantes: a possibilidade do próprio cirurgião-dentista ou protético promover a angulação dos intermediários, permitindo o melhor planejamento e uma consequente maior previsibilidade para o sucesso do tratamento. 21
Fig. 21 - Prótese final pronta. 22
23
Fig. 22 - Prova da barra.
Fig 23. - Final.
REFERÊNCIAS 1. Brånemark PI, Adell R, Breine U, Hansson BO, Lindström J, Ohlsson A. Intra-osseous anchorage
5. Shigehara S, Ohba S, Nakashima K, Takanashi Y, Asahina I. Immediate Loading of Dental Implants
of dental prostheses. I. Experimental studies. Scand J Plast Reconstr Surg 1969; 3: 81–100.
Inserted in Edentulous Maxillas and Mandibles: 5-Year Results of a Clinical Study. J Oral Implantol
2. Brånemark PI, Hansson BO, Adell R, Breine U, Lindström J, Hallén O et al. Osseointegrated
2015; 41: 701–5.
implants in the treatment of the edentulous jaw. Experience from a 10-year period. Scand J Plast
6. Tian K, Chen J, Han L, Yang J, Huang W, Wu D. Angled abutments result in increased or
Reconstr Surg Suppl 1977; 16: 1–132.
decreased stress on surrounding bone of single-unit dental implants: A finite element analysis.
3. Maló P, Rangert B, MechEng, Nobre M. ‘All-on-Four’ Immediate-Function Concept with
Med Eng Phys 2012; 34: 1526–1531.
Branemark System Implants for Completely Edentulous Mandibles : A Retrospective Clinical Study.
7. Bahuguna R, Anand B, Kumar D, Aeran H, Anand V, Gulati M. Evaluation of stress patterns in bone
Implant Dent 2003; 5: 2–9.
around dental implant for different abutment angulations under axial and oblique loading: A finite
4. Randow K, Ericsson I, Nilner K, Petersson A, Glantz PO. Immediate functional loading of
element analysis. Natl J Maxillofac Surg 2013; 4: 46–51.
Brånemark dental implants. An 18-month clinical follow-up study. Clin. Oral Implants Res. 1999;
8. Dixon DL, Breeding LC, Sadler JP, McKay ML. Comparison of screw loosening, rotation, and
10: 8–15.
deflection among three implant designs. J Prosthet Dent 1995; 74: 270–8.
44 | FGM 2017 | Volume 01
A característica inédita de angulação dos componentes protéticos Arcsys proporciona possibilidades únicas de planejamento e execução de casos clínicos, facilitando de sobremaneira a obtenção de resultados estéticos e funcionais. Tal possibilidade de angulação tornou-se possível por meio da combinação de design especial dos componentes protéticos com um dispositivo que permite converter a força de um aperto manual em força suficiente para curvar a região intermediaria dos componentes. Apesar de a rigidez mecânica dos componentes protéticos Arcsys ser perceptível e ter sido cuidadosamente planejada, o fato de se poder angular os componentes desperta no público um questionamento intuitivo: “Se os componentes podem ser angulados, será que são suficientemente resistentes?”. Esta questão nos levou a realizar testes específicos para avaliar a resistência à deformação de componentes angulados convencionais de duas empresas em comparação com os componentes Arcsys. Veja os resultados! FGM 2017 | Volume 01 | 45
Desmistificando a resistência mecânica de componentes protéticos anguláveis AUTOR: MSc. Ing. William de Souza Wiggers. Mestre em Ciência e Engenharia de Materiais pela UFSC, Graduado em Engenharia de Materiais pela UFSC, 10 anos de experiência no desenvolvimento de produtos e tecnologia de fabricação para indústria médica e odontológica e engenheiro pesquisador responsável pela linha de implantes FGM
INTRODUÇÃO Ao planejar uma reabilitação com implante dentário, o cirurgiãodentista tem como premissa posicionar o implante com seu longo eixo coincidindo com o longo eixo do futuro componente protético, de forma a utilizar este último preferencialmente reto. Infelizmente, é sabido que nem sempre este paralelismo será possível, principalmente em regiões de diminuto volume ósseo (espessura ou altura) e/ou proximidades com áreas anatômicas nobres[1]. Nestas situações, considerando que o implante esteja em seu melhor posicionamento quanto à ancoragem, caso esta compensação da angulação não ocorra no intermediário, o tecido peri-implantar ou a própria coroa protética poderão ter seu aspecto e/ou estabilidade sacrificados. Para tanto, têm-se utilizado componentes protéticos préangulados, disponibilizados pelas fabricantes há décadas, de forma a proporcionar tentativa de melhora na solução protética destas reabilitações. Porém, tais componentes são evitados na maioria dos casos devido às várias desvantagens em comparação aos componentes retos[2],[3], deixando o profissional com a ingrata decisão de qual opção tomar (reto ou pré-angulado), de acordo com as várias vantagens e desvantagens inerentes a cada um deles. O Sistema de Implantes Arcsys possibilita, de maneira inédita na implantodontia, a personalização da angulação do componente protético (figura 02), com o intuito de proporcionar a compensação de angulação do mesmo, sem, no entanto, implicar nos prejuízos inerentes dos intermediários pré-angulados. Os componentes protéticos anguláveis podem ter o ângulo personalizado para cada caso clínico. Com esta característica surgiram possibilidades inéditas de planejamento e execução das reabilitações, facilitando de sobremaneira a obtenção de resultados estéticos e funcionais. Tal possibilidade de angulação se tornou possível por meio da combinação de design avançado Figura 01: Conexão Cone Morse Friccional, Sistema de Implante Arcsys.
46 | FGM 2017 | Volume 01
dos componentes protéticos, aliando o uso de ligas especiais de alta resistência mecânica e biocompatibilidade (aço inoxidável fabricado conforme norma americana ASTM F138[10]) com
um dispositivo que permite converter a força de um aperto
Em razão do ineditismo do potencial deste componente, uma
manual em força suficiente para curvar a região intermediaria
das principais dúvidas que surge está associada à fragilização
dos componentes. Este dispositivo, chamado de Dispositivo
do material, em função do processo de angulação e também a
Angulador Arcsys, permite amplificar a força manual em um
associação da possibilidade de angulação do componente com a
jogo de alavancas a ponto de vencer a resistência mecânica dos
baixa resistência mecânica. Estas associações errôneas ocorrem
componentes e imprimir uma angulação pré-determinada.
principalmente, porque o usuário consegue manualmente, por meio do dispositivo angulador, deformar plasticamente o componente protético. Em contrapartida, os usuários não questionam a resistência mecânica do componente protético pré angulado (ex. 17 graus) utilizado no dia-a-dia em sua clínica. É de conhecimento comum que conexões morse ou cônicas possuem
estabilidade
mecânica
superiores
a
conexões
hexagonais internas e externas[11], contudo em função da ainda baixa disseminação em âmbito nacional, o cone morse friccional é pouco conhecido e utilizado pelos usuários, gerando desconfiança, principalmente quando o produto possibilita a aplicação de deformações mecânicas controladas no componente protético, como é o caso dos componentes protéticos anguláveis. Com intuito de desmistificar as dúvidas associadas a resistência mecânica do componente angulável, este trabalho tem como objetivo principal comparar a resistência mecânica de um componente protético angulável do Sistema Arcsys com outros dois componentes equivalentes, do tipo cônicos com parafuso Figura 02: A) Componente protético angulável não customizado; B) Componente protético angulável, angulado a 15°.
passante, pré-angulados de fábrica pertencentes à fabricantes concorrentes, instalados sobre respectivos implantes.
MATERIAIS E MÉTODOS A norma ISO 14801 especifica um método para realização de testes dinâmicos de fadiga em um conjunto unitário de implante dentário e respectivo componente protético[12]. Este método é o mais usual para comparação do comportamento mecânico entre implantes e componentes protéticos de diferentes configurações. A configuração do ensaio simula o uso de um implante dentário na condição mais crítica. A mesma
10º
1
α+1
1 - Punção para aplicação de carga 2 - Abutment 3 - Nível ósseo preconizado 4 - Semi-esfera para distribuição de cargas 5 - Implante dentário 6 - Bloco polimérico para fixação do conjunto
0º
α
3 2 5
4
configuração é utilizada também para avaliar um conjunto implante e abutment de maneira absoluta, comprimindo o conjunto até sua falha e não aplicando carregamento cíclico.
6
8
Para o caso de componentes pré-angulados a norma define a
3
l
configuração de ensaio conforme apresentado na figura 03. y
Figura 03: Desenho esquemático apresentado a configuração de montagem de componentes e aplicação de carga para os ensaios de fadiga estática e ciclagem de carga em conjuntos implante dentário/componente protético angulado (figura adaptada de ISO 14801, 2016).
FGM 2017 | Volume 01 | 47
Neste ensaio o implante é inserido em um bloco inclinado
Como o objetivo do ensaio é verificar a resistência mecânicas
de um material, com módulo elástico de aproximadamente
dos abutments, foram ensaiados 5 conjuntos de implantes/
3,3 GPa, e o abutment, contendo um capa metálica esférica
abutment de cada fabricante nas seguintes configurações:
com dimensões pré-estabelecidas, é montado e acionado
• FGM) Implante Friccional Arcsys 4,3X8mm (01.03.09) +
no implante. Então um punção, acoplado a uma máquina de ensaios, aplica uma força compressiva conforme apresentado na figura 04. As amostras são comprimidas até apresentarem falha, registrando-se a força máxima obtida.
Munhão Angulável Arcsys 3x6x3,5mm (02.06.02); • Concorrente 01)
Implante
cone
morse
aparafusável
4,3X13mm + Munhão universal angulado 17° 3x6x3,5mm; • Concorrente 02) Implante
cone
morse
aparafusável
4,3X13mm + Munhão universal angulado 17° 3x6x3,5mm; O munhão angulável foi angulado a 17°, utilizando o dispositivo angulador, para obtenção da mesma condição protética dos produtos concorrentes. Os ensaios foram realizados utilizando um equipamento universal de ensaios do fabricante EMIC, modelo DL-3000, acoplado a uma célula de carga com capacidade de 2000kgf. Foi utilizado resina acrílica, com módulo elástico próximo a 3,3 GPa, como bloco polimérico para fixação do conjunto implante/abutment . Como o objetivo deste estudo é avaliar Figura 04: Conjunto Implante friccional Arcsys e Munhão angulável, montado para realização do ensaio conforme ISO 14801.
a resistência dos abutments, os implantes foram inseridos ao nível da superfície do bloco para todas as amostras.
RESULTADOS E DISCUSSÃO Os gráficos apresentados na figura 05 apresentam as curvas de força (N) versus deformação (mm) obtidas com a realização dos ensaios mecânicos.
Figura 05: Curvas de força versus deformação das amostras ensaiadas mecanicamente.
48 | FGM 2017 | Volume 01
O gráfico apresentado na figura 05 apresenta a compilação dos resultados obtidos.
que distribuirá as tensões mecânicas, os componentes anguláveis são inteiramente maciços, proporcionando melhor dissipação de tensões do carregamento aplicado. Também, o uso de materiais mais resistentes (aço inoxidável ASTM F138 extra-encruado) que os convencionalmente utilizados para fabricação de componentes protéticos (liga de Ti6Al4V ASTM F136), que apresenta resistência superior a 50% quando comparado ao Ti6Al4V, contribui para obtenção destes valores de resistência[13]. Considerando os componentes anguláveis, a angulação do componente protético provoca um fenômeno físico no material, mais especificamente na região de pescoço do componente onde ocorre a deformação plástica, que provoca o aumento da tensão de escoamento em função da deformação do mesmo. Este aumento está associado à dificuldade de movimentação das discordâncias na estrutura cristalina
Figura 06: Comparativo da média da força máxima obtida nos ensaios mecânicos, realizados conforme configuração ilustrada na figura 04.
do metal em função da presença de outras discordâncias. O endurecimento por deformação ou encruamento é o mais
Observando os resultados apresentados nas figuras 05 e
utilizado dentre os mecanismos de aumento de resistência,
06 é possível verificar que o conjunto implante e abutment
pois praticamente todo metal ou liga pode ser submetido a
angulável que compõem o Sistema Arcsys apresentou
este tipo de endurecimento[14].
resultado até 3 vezes superior a conjuntos que possuem
O uso da liga de Ti6Al4V para fabricação do Implante
conexão cônica aparafusadas. Este resultado se deve
Friccional Arcsys também influencia os resultados obtidos,
principalmente ao projeto mecânico dos componentes.
pois o mesmo possui resistência superior a 50% quando
Diferentemente de sistemas que apresentam um parafuso
comparado com o titânio classe 4, comumente utilizado na
passante, reduzindo substancialmente a espessura de material
manufatura de implantes dentários[15].
CONCLUSÃO Os resultados apontaram que os componentes anguláveis
Os resultados obtidos são consequência de três principais
Arcsys apresentam resistência até 3 vezes superior a
fatores: encruamento do pescoço do componente angulável,
componentes usinados pré angulados, para uma mesma
materiais utilizados na fabricação tanto do componente
condição dimensional protética e de altura de transmucoso.
quanto do implante e projeto mecânico do abutment.
REFERÊNCIAS [1] Eger DE, Gunsolley JC, Feldman S (2000) Comparison of angled and standard abutments and their
[10] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM F138-13a, Standard Specification for
effect on clinical outcomes: a preliminary report. Int J Oral Maxillofac Implants 15:819–823
Wrought 18Chromium-14Nickel-2.5Molybdenum Stainless Steel Bar and Wire for Surgical Implants
[2] Ha C-Y, Lim Y-J, Kim M-J, Choi J-H (2010) The influence of abutment angulation on screw
(UNS S31673). ASTM International, 100 Barr Harbor Drive, West Conshohocken, PA 19428-2959, USA.
loosening of implants in the anterior maxilla. Int J Oral Maxillofac Implants 26:45–55
[11] ALMEIDA, E. O.; FREITAS JR, A. C.,; BONFANTE, E. A.; MAROTTA, L.; SILVA, N. R. F. A.; COELHO,
[3] Cecato RC, Lippmann B, Pinto NPJ (2016) Utilização de componentes protéticos anguláveis do Sistema
P. G. Mechanical testing of implant-supported anterior crowns with different implant abutment
Arcsys na reabilitação de indivíduo classe III - relato de caso. Rev Catarinense Implantodont 58–60
connections. The International Journal of Oral & Maxillofacial Implants. Volume 28, Number 1, 2013.
[4] BOZKAYA, D., MÜFTÜ, S. Mechanics of the tapered interference fit in dental implants. Journal of
[12] INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 14801:2007. Dentistry --
Biomechanics. 36 (11), pp. 1649-1658. 2003.
Implants -- Dynamic fatigue test for endosseous dental implants. ISO/TC 106/SC 8. ISO 2007.
[5] Urdaneta, R.A.; Marincola, M. The integrated abutment crownTM, a screwless and cementless
National Institute of Standards and Technology. 100 Bureau Drive - Stop 8546. US-Gaithersburg MD
restoration for single-tooth implants: a report on a new technique. Journal of Prosthodontics, Jul-
20899-8546.
Aug;16(4):311-8. 2007.
[13] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM F136-12a, Standard Specification
[6] BOZKAYA, D.; MÜFTÜ, S. Efficiency Considerations for the Purely Tapered Interference Fit (TIF)
for Wrought Titanium-6Aluminum-4Vanadium ELI (Extra Low Interstitial) Alloy for Surgical Implant
Abutments Used in Dental Implants. Journal of Biomechanical Engineering, v. 126, p. 393-401, 2004.
Applications (UNS R56401). ASTM International, 100 Barr Harbor Drive, West Conshohocken, PA
[7] Rorbacker, M.; Gomes, R.; Zielak, J.C. Avaliação da Força de Tração em Intermediários de Implantes
19428-2959, USA.
Dentários tipo Locking Taper (estudo in vitro). 20f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
[14] PADILHA, A.F. Capítulo 15, “Propriedades Mecânicas”. In: Materiais de Engenharia: Microestrutura
Odontologia), Centro Universitário Positivo, Curitiba-PR, Brasil, 2012.
e Propriedades. Hemus Editora Limitada, São Paulo, 349 páginas, 2000.
[8] Dibart, S.; Warbington, M.;Su, M.G.; Skobe, Z. In vitro evaluation of the implant-abutment bacterial
[15] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM F67-13, Standard Specification for
seal: the locking taper system. Oral Maxillifac Implants, v. 20, p. 732-737, 2005.
Unalloyed Titanium, for Surgical Implant Applications (UNS R50250, UNS R50400, UNS R50550,
[9] CHAPMAN, R.J.; GRIPPO, W. The locking taper attachment for implant abutments: use and
UNS R50700). ASTM International, 100 Barr Harbor Drive, West Conshohocken, PA 19428-2959,
reliability. Implant Dent, v. 5, n. 4, p. 257-261, 1996.
USA.
FGM 2017 | Volume 01 | 49
Otimizando a resolução cirúrgico-protética em área estética AUTOR: Prof. Dr. Renato Savi de Carvalho.
FINAL
INTRODUÇÃO Reabilitações implanto-suportadas unitárias em áreas
menos, comprometer a obtenção de máxima estética, uma
estéticas se configuram como um importante desafio clínico1,2.
vez que impede a instalação do implante na posição ideal
Nestes casos, aspectos como ausência de espaço mesio-
sob o ponto de vista tridimensional caso nenhuma manobra
distal (entre raízes naturais) para a instalação do implante e
prévia de enxertia seja realizada5. Sabendo-se que esse
acomodação da papila, bem como limitações da espessura
posicionamento tridimensional é fator de alta relevância no
óssea vestíbulo–palatina/lingual podem dificultar, ou até
sucesso estético de uma reabilitação implanto–suportada,
mesmo, inviabilizar a reabilitação através de implantes .
deve-se, imprescindivelmente, considerá-lo como meta a ser
3,4
Em circunstâncias nas quais a disponibilidade óssea não representa fator de impedimento definitivo poderá, ao
50 | FGM 2017 | Volume 01
atingida durante cada etapa do tratamento6,7.
RELATO DO CASO
Paciente com 19 anos, gênero feminino, branca, não tabagista, boa higiene oral, apresentando agenesia do dente 12, desejava reabilitar área edêntula através de coroa implanto suportada. Anamnese evidenciou bom estado geral de saúde e ausência de doenças em curso. Exames de
espaço
de
imagem
mesio
exibiram
distal
para
disponibilidade instalação
de
limitada
osseointegrável – especialmente na região mais próxima aos ápices radiculares – sugerindo a instalação de um implante de diâmetro reduzido. Tomografia computadorizada e reconstrução 3D demonstraram ligeira depressão vestibular sem, contudo, inviabilizar a implantação. Em etapa única foram instalados Implante Arcsys (FGM) 3.3x11mm, munhão angulável cimentável e coroa temporária. O conceito Arcsys de personalização do pilar protético nos permitiu adequar a angulação do intermediário em 12,5 graus otimizando a resolução protética em uma área de alta exigência estética. Após 60 dias foi realizada nova moldagem, confecção e cimentação de coroa cerâmica sobre o munhão impactado. 01
INICIAL
implante
FICHA Paciente do gênero feminino, 19 anos de idade.
A QUEIXA Ausência de dente anterior.
ANAMNESE Bom estado geral de saúde e ausência de doenças em curso.
PLANEJAMENTO Reabilitar o espaço protético priorizando a estética e a estabilidade. Para isso, planejou-se a individualização da angulação do componente, em razão da não coincidência de vetores entre a melhor solução protética, e o melhor posicionamento do implante. O Sistema Arcsys permite a simplificação de casos desafiadores.
02
Fig. 01 - Detalhe da área edêntula.
Fig. 02 - Radiografia periapical para análise de espaço mesiodistal e cervico-apical.
FGM 2017 | Volume 01 | 51
03
04
Fig. 03 - Reconstrução 3D exibindo ligeira depressão óssea vestibular na região do dente 12.
Fig. 04 - Imagem tomográfica com sobreposição de implante para análise de disponibilidade óssea vestíbulo-palatina. Observar que para um ótimo alojamento ósseo a emergência do implante fica ligeiramente vestibularizada.
05
06
07
Fig. 07 - Referenciador angular em posição evidenciando emergência ligeiramente vestibularizada do implante de acordo com planejamento inicial baseado no estudo das imagens. 08
Fig. 05 - Fresagem inicial. Adotou-se o procedimento de fresagem única com fresa 2.4mm e penetração total de 13mm.
Fig. 06 - Instalação de implante Arcsys FGM 3.3x11.0mm com estabilidade primária de 35Ncm.
09
Fig. 09 - Referenciador angular no angulador para correção de aproximadamente 12,5 graus.
52 | FGM 2017 | Volume 01
Fig. 08 - Correção da inclinação às expensas da angulação do referenciador angular.
10
Fig. 10 - Munhão angulável após angulação e referenciador angular.
11
12
13
Fig. 11 - Vista vestibular do munhão angulável impactado ao implante.
Fig. 12 - Vista incisal do munhão angulável impactado ao implante após refinamento da angulação.
14
15
Fig. 13 - Transferente sobre munhão angulável para confecção de coroa temporária. Optouse pela adaptação de uma faceta de dente de estoque e complemento palatino com resina acrílica auto-polimerizável.
Figs. 14 e 15 - Coroa temporária 60 dias após sua instalação com maturação completa do tecido periimplantar circundante. 16
17
Fig. 16 - Munhão angulável após osseointegracão do implante.
Fig. 17 - Coroa cerâmica dissilicato de lítio cimentada sobre munhão angulável através de cimento resinoso Allcem Core (FGM). REFERÊNCIAS 1. Norton MR. Single-tooth implant-supported restorations. Planning for an aesthetic and functional
prospective study. Clin Oral Implants Res. 2016 Jul 29.
solution. Dent Update. 2001 May;28(4):170-5.
5. Friberg B. Bone augmentation for single tooth implants: A review of the literature. Eur J Oral
2. Tischler M. Dental Implants in the Aesthetic Zone. Dent Today. 2016 Jan;35(1):104-106.
Implantol. 2016;9 Suppl 1(2):123-34.
3. Veltri M, Ekestubbe A, Abrahamsson I, Wennström JL. Three-Dimensional buccal bone anatomy and
6. Orentlicher G, Abboud M. Guided surgery for implant therapy. Oral Maxillofac Surg Clin North Am.
aesthetic outcome of single dental implants replacing maxillary incisors. Clin Oral Implants Res. 2016
2011 May;23(2):239-56.
Aug;27(8):956-63
7. Arisan V1, Karabuda CZ, Mumcu E, Özdemir T. Implant positioning errors in freehand and computer-
4. Arora H, Ivanovski S. Correlation between pre-operative buccal bone thickness and soft tissue
aided placement methods: a single-blind clinical comparative study. Int J Oral Maxillofac Implants. 2013
changes around immediately placed and restored implants in the maxillary anterior region: A 2-year
Jan-Feb;28(1):190-204.
FGM 2017 | Volume 01 | 53
Reabilitação bimaxilar com utilização de guia multifuncional na prótese sobre implantes AUTORES: Prof. Dr. Cláudio João Chedid, Prof. Dr. Américo Mendes Carneiro Junior e Prof. Dr. Renato Carlos Burger.
FINAL
INTRODUÇÃO O conceito original de uma prótese de protocolo proposto
procedimentos da forma mais eficaz, cômoda e num menor
por Brånemark consistia na reabilitação de mandíbulas
tempo de tratamento, concretizado atualmente graças
edêntulas através da confecção de uma prótese fixa sobre
aos procedimentos de carga imediata. A cirurgia de carga
quatro a seis implantes de titânio colocados na região anterior
imediata apresenta como propostas vantajosas oferecer um
(entre os forames). Após um período de cicatrização de três a
menor número de intervenções cirúrgicas, menor tempo entre
quatro meses submersos, os implantes eram expostos e se
a inserção dos implantes e a restauração protética final e,
confeccionava uma prótese em acrílico com uma barra central
conseqüentemente, menor custo e maior satisfação do paciente.
com extensão em cantiléver, retida a esses implantes por
O planejamento para uma prótese total sobre implantes com
meio de parafusos. Uma modificação desse protocolo prevê a
carga imediata inclui o enceramento e montagem de dentes
instalação de implantes na região após os forames mentuais
para avaliação estética e funcional. A partir desta prova, onde
com manutenção do mesmo tipo de prótese, conseguindo
são definidos os posicionamentos dentários, a estética e a
uma melhor distribuição mecânica no posicionamento dos
relação com o arco antagonista, este enceramento/montagem
implantes e até eliminando o cantléver.
é transformado em um guia multifuncional que servirá como
Pacientes edêntulos ou parcialmente edêntulos têm
guia cirúrgico, facilitando a distribuição ideal dos implantes, e
procurado cada vez mais a recuperação das funções
também servirá como moldeira individual, para a realização de
estética e mastigatória com tratamentos que pudessem
uma moldagem mais fiel com possibilidade da instalação da
abreviar esse tempo. Dessa maneira, deve-se viabilizar esses
prótese final até 72 horas.
54 | FGM 2017 | Volume 01
RELATO DO CASO • Exodontias dos dentes 34 ao 44 e regularização de rebordo. • Instalação de 06 Implantes Arcsys (FGM) – em região posterior 2 implantes 4,3X9 e entre forames mentuais 4 implantes 4,3X13. • Instalação de 04 pilares aparafusáveis anguláveis na região anterior com transmucoso de 3,5mm e 02 pilares
INICIAL
aparafusáveis não anguláveis nas regiões posteriores com transmucoso de 1mm.
FICHA
• Sutura. • Instalação dos transfers multifuncionais e moldagem de
Paciente do gênero feminino, 71 anos de idade.
transferência com o guia multifuncional. • Após 24 horas da cirurgia: prova da barra feita com cilindros
A QUEIXA
calcináveis com base em CoCr para pilares aparafusáveis.
Estética e não consegue mais usar a PPR inferior.
• Após 48 horas da cirurgia: prova dos dentes montados na barra.
ANAMNESE
• Após 72 horas da cirurgia: instalação do protocolo final e
A associação dos exames realizados no paciente permitiu constatar a perda óssea generalizada nos elementos ântero-inferiores. O tratamento proposto foi carga imediata com protocolo inferior final em resina, utilizando-se de guia multifuncional.
ajustes. • Controle pós-operatório: após uma semana e final após 10 dias. Preparo do guia multifuncional antes da cirurgia: - Base de prova mais rolete.
PLANEJAMENTO
- Prova de dentes.
• Confecção de prótese total superior; • Extração dos elementos remanescentes inferiores; • Instalação concomitante de 06 implantes na mandíbula com auxílio de guia multifuncional; • Instalação da prótese inferior com carga imediata.
- Confecção do guia multifuncional.
01
Fig. 01 - Inicial. 02
03
Fig. 02 - Radiografia inicial.
Fig. 03 - Guia multifuncional inferior e dentes superiores montados à espera da prova clínica.
FGM 2017 | Volume 01 | 55
04
05
06
07
Figs. 04 a 07 - Exodontias e regularização do rebordo.
08
09
10
Fig. 08 - Guia multifuncional em posição.
Figs. 09 e 10 - registro oclusal sobre o guia multifuncional.
11
12
Figs. 11 a 14 - Perfurações anteriores com guia multifuncional em posição. 13
56 | FGM 2017 | Volume 01
14
15
16
Figs. 15 e 16 - Verificação das perfurações com os paralelizadores. 17
18
Figs. 17 e 18 - Perfurações iniciais nas áreas posteriores.
19
20
21
22
23
Figs. 19 a 22 - Término das perfurações na área anterior (Brocas FGM 2.9 e 3.4 com limitador de profundidade de 15mm).
Fig. 23 - perfurações na área anterior finalizadas.
24
27
26
Fig. 27 - Demonstração do torque primário obtido na instalação do Implante Arcsys.
25
Figs. 24 a 26 - Instalações dos implantes na área anterior.
FGM 2017 | Volume 01 | 57
28
Fig. 28 - Implantes anteriores instalados.
29
30
31
Fig. 30 - Implantes instalados.
Fig. 31 - Instalação e acionamento dos intermediários (vista oclusal).
32
33
Fig. 29 - Término da perfuração na área posterior direita (Broca FGM 2.9 com limitador de profundidade de 11mm).
Fig. 32 - Instalação e acionamento dos intermediários (vista vestibular).
Fig. 33 - Transferentes multifuncionais instalados para moldagem de transferência.
34
36
35
Fig. 36 - Transferentes multifuncionais instalados para proteção dos componentes durante confecção da prótese. Figs. 34 e 35 - Moldagem de transferência com o guia multifuncional.
58 | FGM 2017 | Volume 01
37
38
39
Fig. 37 - Barra finalizada.
Figs. 38 e 39 - Prova da barra e dos dentes.
40
41
Fig. 40 - Próteses finalizadas.
Fig. 41 - Próteses instaladas.
42
Fig. 42 - Aspecto final do caso.
REFERÊNCIAS 1. Albrektsson T, Zarb G, Worthington P, Eriksson AR. The long-term eficacy of currently used dental
Berlim: Quintessence Books, 2001.
implants. A review and prognosis criteria for success. Int J Oral Maxillofac Implants 1986;28:175.
6. Brånemark, PI. et al. Osseointegrated dental implants in the treat- ment of edentulous jaw.
2. Becker, W et al. One-step surgical placement of Brånemark Implants: A prospective multicenter
Experience from a 10-year period. Scand J Plast Reconstr Hand Surg, v.16, n.1, p.1-132, 1977.
clinical study. Int J Oral Maxillofac Impl, 1997; 12(4):454-462.
7. Romanos GE, Toh CG, Siar CH, Wicht H, Yacoob H, Nentwig GH. Bone implant interface around
3. Bianchini MA. O passo a passo cirúrgico na Implantodontia – da instalação à prótese. São Paulo: Ed.
titanium implants under different loading condition. A histomorphometrical analysis in the macaca
Santos; 2008.p.339.
fasciculares monkey. J Periodontol Out 2003;74(10):1983-90.
4. Bottino MA, Valandro LF, Buso L. Complicações e erros em prótese sobre implante. Livro do 20o
8. Stoker GT, Wismeijer D. Prosthetic dilemmas. Immediate versus conventional loading of implants in
Ciosp 2000;24:557-71.
the edentulous mandible. Ned Tijdschr Tandheelkd 2008;115(11):589-95.
5. Brånemark, PI. The Brånemark Novum protocol for same-day teeth – A global perspective. 1.ed.
FGM 2017 | Volume 01 | 59
Refinamento da resolução protética sobre implante por meio do Sistema Arcsys: relato de caso clínico AUTORES: Prof. Piero Rocha Zanardi e Profª. Raquel Laia Rocha Zanardi.
FINAL
INTRODUÇÃO A manutenção da saúde do sistema formado por osso,
óssea. As conexões internas apresentam maior estabilidade e
implante, prótese e mucosa peri-implantar é fundamental
um menor grau de reabsorção óssea quando comparado com
para a estabilidade das restaurações protéticas. A perda do
as conexões externas 5. Partindo do princípio de uma conexão
tecido ósseo ao redor do implante dá início a um desafio: a
implante–prótese estável onde o selamento da conexão
estabilidade do resultado estético a longo prazo. Uma vez
protética é muito eficiente (conhecido na literatura como “the
que o osso ao redor do implante é reabsorvido, a margem
locking taper system”6), como o cone morse puro, podemos
gengival fica vulnerável ao mesmo evento. Em certas ocasiões,
ter a opção de posicionar a plataforma do implante abaixo da
essa recessão gengival pode expor o pilar intermediário ou,
crista óssea7,8. Esse posicionamento infra ósseo da plataforma
dependendo do nível, expor as expiras do implante. Na região
protética tem demostrado benefícios biomecânicos do ponto
proximal, a recessão gengival pode criar um triângulo escuro
de vista de uma melhor distribuição das tensões geradas ao
entre os dentes chamado “black space”. Em condições de
redor do implante9, bem como uma maior estabilidade do ponto
normalidade e saúde periodontal, este espaço é preenchido
de vista de reabsorção óssea10.
pela papila gengival, desde que a distância entre a crista
Dessa forma o objetivo desse relato é demonstrar a
marginal e o ponto de contato dental não seja superior a
sequência protética de um caso com dois implantes do
5mm1-4. O tipo de conexão protética tem se mostrado como
Sistema Arcsys, que foram previamente instalados em um
um significante fator de influência no grau de reabsorção
posicionamento 2mm infra-ósseo.
60 | FGM 2017 | Volume 01
RELATO DO CASO A paciente, mulher, leucoderma, 35 anos, procurou o serviço do Centro de Excelência em Prótese e Implante do Departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo com o interesse de substituir a
INICIAL
prótese parcial removível por implantes na região dos elementos 23 e 24. Após anamnese e exame clínico, foi constatado
FICHA
que a paciente se encontrava saudável e apta à cirurgia de implante. Foram planejados 2 implantes de diâmetro 3.8mm
Paciente do gênero feminino, 35 anos de idade.
e comprimento de 9mm, uma vez que a altura óssea era de 13mm, optou-se por trabalhar com uma margem de segurança
A QUEIXA
de 2mm. Dessa forma, a altura disponível para a instalação dos
Substituição da prótese parcial removível superior por implantes na região dos elementos 23 e 24.
implantes era de 11mm. O protocolo cirúrgico preconizado é de um implante 2mm infra-ósseo, sendo assim, a perfuração para o implante se mantém em 11mm que é a altura que sem tem
ANAMNESE
para a fresagem. A mudança ocorre na instalação do implante,
Saudável e apta à cirurgia de implante.
que será 2mm mais curto do que a fresagem, portanto 9mm.
PLANEJAMENTO 2 implantes na região dos elementos 23 e 24 em suas ideais posições independentemente da adequada angulação dos componentes protéticos. Estes poderão ter sua angulação idealizada com o Sistema Arcsys.
Após um prazo de 4 meses, a paciente foi chamada para controle radiográfico e cirurgia de reabertura dos implantes. Na radiografia de controle (Fig. 01) é possível observar a manutenção do osso acima da plataforma. A mesma condição foi observada durante a reabertura, onde a posição óssea sobre a plataforma permitiu apenas a visualização da conexão protética (Fig. 02). Também se observou durante a reabertura
02
o grau de biocompatibilidade do tapa-implante de silicone. A proximidade óssea foi tão grande que a textura do osso ficou lisa, copiando a superfície do silicone. Após a reabertura, se instalou os cicatrizadores sobre os implantes (Fig. 03). O cicatrizador de altura única do Sistema Arcsys permite a customização e individualização de cada caso, eliminando o risco de selecionar erroneamente a altura deste componente, conferindo não somente maior segurança, mas também permitindo diminuir o custo e a necessidade de estoque desses componentes. Dessa forma, o cicatrizador foi cortado e individualizado na altura do transmucoso da paciente em questão (Fig. 04). 01
Fig. 01 - Radiografia de controle após 4 meses.
Fig. 02 - Reabertura dos implantes.
FGM 2017 | Volume 01 | 61
03
04
05
Fig. 03 - Cicatrizadores em posição.
Fig. 04 - Cicatrizadores cortados na altura correta.
Fig. 05 - Preparo do cicatrizador para
06
07
08
Fig. 06 - Captura do cicatrizador com o
Fig. 07 - Coras temporárias instaladas.
Fig. 08 - Perfil de emergência obtido.
09
10
Fig. 09 - Individualização do perfil de
Fig. 10 - Modelo mestre confeccionado.
dente de estoque e resina nanohíbrida Opallis Flow (FGM).
11
emergência do transferente com Top Dam (FGM). Na
consulta
seguinte
com
Fig. 11 - Modelo digital com os pilares
evidenciando o espaço limitado para a restauração protética. cicatrizador
laboratório CNG para obtenção do modelo digital. Quando ocluído
multifuncional foi feito um preparo de redução de volume do
com o antagonista o técnico informou que para o elemento 23
mesmo (Fig. 05) e a captura com um dente de estoque e resina
tinha espaço para a restauração protética, porém a espessura de
Opallis Flow (FGM) para confecção de uma prótese temporária
porcelana ficaria fina (Fig. 11). A sequência da figura 12 mostra
(Fig. 06). Após a captura, o perfil de emergência foi corrigido e
todas as etapas da personalização da angulação do pilar. Como
as coroas temporárias foram instaladas (Fig. 07). Aguardou-se
observado no escaneamento, o pilar referenciador no modelo
um período de 15 dias para acomodação gengival. Após esse
apresentou-se ligeiramente para lingual (Fig. 12-A). A correção
período as coroas foram removidas (Fig. 08) e os implantes
é feita inclinando esse pilar para o posicionamento adequado
foram transferidos. Para a transferência dos implantes, utilizou-
(Fig. 12-B). Após, o pilar referenciador é levado ao angulador (Fig.
se o cicatrizador multifuncional novamente e a individualização
12-C) para aferição, em graus, da angulação obtida. Neste caso
do perfil de emergência foi feita com Top Dam (FGM) (Fig. 09),
observou-se que uma angulação do pilar em 4° para vestibular
evitando dessa forma o passo de duplicar o perfil de emergência
favoreceria a espessura de material na lingual. Do lado oposto
do provisório no transferente. O mesmo passo pode ser feito
do angulador é posicionado o pilar em questão (para peça
com resina nanohíbrida Opallis Flow (FGM). Obteve-se então o
cimentada) e o mesmo é protegido com um componente para que
modelo mestre com a transferência dos implantes (Fig. 10). Foi
a força de angulação não danifique a área cimentável (Fig. 12-D).
posicionado no modelo o pilar para peça cimentada com altura
Na figura 12–E bem como na figura 12–F se pode se observar o
transmucosa de 2.5mm e área cimentável de 4mm de altura.
pilar referenciador e o pilar para peça cimentada apresentando a
Após o posicionamento dos pilares, o modelo foi escaneado pelo
angulação obtida.
62 | FGM 2017 | Volume 01
e
caputra da prótese temporária.
um
novo
12
Fig. 12 - Sequência clínica da angulação do pilar; (A) Pilar referenciador em posição; (B) Correção da angulação no pilar
referenciador; (C) Conferência em graus da individualização; (D) Proteção do pilar para angulação; (E-F) Comparação da angulação entre o pilar referenciador e o pilar para peça cimentada; (G) Pilar angulado instalado no modelo.
A figura 12-G demonstra o pilar com
13
14
Fig. 13 - Peças confeccionadas em dissilicato de lítio.
Fig. 14 - Pilares instalados em boca para
15
16
Fig. 15 - Extravasamento do
Fig. 16 - Cimento removido da borda da área cimentável.
a angulação personalizada e instalada novamente no modelo. A partir desse ponto os pilares foram novamente escaneados e as peças foram confeccionadas em dissilicato de lítio na opção LT A1 (Fig. 13). Os pilares foram instalados em boca para o ajuste das peças (Fig. 14). Após, as mesmas foram maquiadas até se obter a cor A3 para o elemento 23 e A2 para o elemento 24, uma vez que o canino tem uma tendência de se apresentar um pouco mais saturado que os
ajuste das peças.
outros dentes. Para
a
cimentação
foi
selecionada
a técnica extra-oral. As peças foram preparadas de acordo com a orientação do fabricante. Os pilares foram removidos e o processo de cimentação ocorreu fora da boca como mostra a figura 15. Todo o cimento resinoso Allcem Dual (FGM)
cimento.
FGM 2017 | Volume 01 | 63
extravasado foi removido após 5 segundos de fotoativação
17
(Fig. 16). Após a cimentação, as peças foram levadas à boca e ativadas. Para que a ativação não fosse realizada direto sobre a porcelana, a mesma foi protegida com um pedaço de gaze. O resultado final pode ser visto nas figuras 17 e 18. A radiografia final pode ser observada na figura 19, ficando evidente a adaptação adequada das peças.
DISCUSSÃO Fig. 17 - Foto final do caso por uma vista vestibular imediatamente após a instalação.
A utilização de conexões protéticas mais estáveis é um fator que favorece a estabilidade óssea peri-implantar5. Associado a
18
esse fato, a técnica cirúrgica de instalação do implante em um posicionamento infra-ósseo é outro fato que parece favorecer a manutenção óssea ao redor do implante7-11. Dentro desse contexto, o desenho do implante é fundamental para um bom resultado biológico. A utilização de implantes com desenhos não projetados para a técnica da instalação infra-óssea podem prejudicar a estabilidade dos tecidos pelo acúmulo de tensões indesejadas12. Em contra partida, quando o desenho é adequado existe a possibilidade de aposição óssea sobre a plataforma13 como encontrado na figura 02.
CONCLUSÃO
Fig. 18 - Vista oclusal do caso finalizado imediatamente após a instalação. 19
Quando nos deparamos com situações intermediárias de inclinação de implantes onde a inclinação não é suficiente para justificar a utilização de um pilar angulado padrão, deixamos de resolver o caso da forma como gostaríamos. Quando utilizamos o Sitema Arcsys não temos motivo para deixar de utilizar o angulador quando necessário. Dessa forma, a utlização do Sistema Arcsys se mostrou eficiente no refinamento da resolução protética do caso em questão.
Fig. 19 - Radiografia final.
REFERÊNCIAS 1. Siqueira S, Pimentel SP, Alves RV, Sendyk W, Cury PR. Evaluation of the effects of buccal-palatal
8. Chou HY, Müftü S, Bozkaya D. Combined effects of implant insertion depth and alveolar bone quality
bone width on the incidence and height of the interproximal papilla between adjacent implants in
on periimplant bone strain induced by a wide-diameter, short implant and a narrow-diameter, long
esthetic areas. J Periodontol. 2013;84(2):170-5.
implant. J Prosthet Dent. 2010;104(5):293-300.
2. Gastaldo JF, Cury PR, Sendyk WR. Effect of the vertical and horizontal distances between adjacent
9. Zanardi PR, Stegun RC, Sesma N, Costa B, Shibli JA, Laganá DC. Stress Distribution Around Dental
implants and between a tooth and an implant on the incidence of interproximal papilla. J Periodontol.
Implants Placed at Different Depths. J Craniofac Surg. 2015;26(7):2163-6.
2004;75(9):1242-6.
10. Aimetti M, Ferrarotti F, Mariani GM, Ghelardoni C, Romano F. Soft tissue and crestal bone changes
3. Tarnow DP, Cho SC, Wallace SS. The effect of inter-implant distance on the height of inter-implant
around implants with platform-switched abutments placed nonsubmerged at subcrestal position: a
bone crest. J Periodontol. 2000;71(4):546-9.
2-year clinical and radiographic evaluation. Int J Oral Maxillofac Implants. 2015;30(6):1369-77.
4. Tarnow D, Elian N, Fletcher P, Froum S, Magner A, Cho SC, et al. Vertical distance from the
11. Qian L, Todo M, Matsushita Y, Koyano K. Effects of implant diameter, insertion depth, and loading
crest of bone to the height of the interproximal papilla between adjacent implants. J Periodontol.
angle on stress/strain fields in implant/jawbone systems: finite element analysis. Int J Oral Maxillofac
2003;74(12):1785-8.
Implants. 2009;24(5):877-86.
5. Koo KT, Lee EJ, Kim JY, Seol YJ, Han JS, Kim TI, et al. The effect of internal versus external abutment
12. Cesaretti G, Lang NP, Salata LA, Schweikert MT, Gutierrez Hernandez ME, Botticelli D. Sub-crestal
connection modes on crestal bone changes around dental implants: a radiographic analysis. J
positioning of implants results in higher bony crest resorption: an experimental study in dogs. Clin Oral
Periodontol. 2012;83(9):1104-9.
Implants Res. 2015;26(12):1355-60.
6. Dibart S, Warbington M, Su MF, Skobe Z. In vitro evaluation of the implant-abutment bacterial seal:
13. Huang B, Meng H, Zhu W, Witek L, Tovar N, Coelho PG. Influence of placement depth on bone
the locking taper system. Int J Oral Maxillofac Implants. 2005;20(5):732-7.
remodeling around tapered internal connection implants: a histologic study in dogs. Clin Oral Implants
7. Chu CM, Hsu JT, Fuh LJ, Huang HL. Biomechanical evaluation of subcrestal placement of dental
Res. 2015;26(8):942-9.
implants: in vitro and numerical analyses. J Periodontol. 2011;82(2):302-10.
64 | FGM 2017 | Volume 01
A etapa da fresagem óssea também foi contemplada pelo
A economia de tempo gerada pela perfuração em passo
Sistema Arcsys. Projetado para surpreender, o jogo de apenas
único não se dá às expensas de um alto custo biológico. Pelo
sete brocas (quatro regulares, duas shorts e uma lança -
contrário, quando comparada à outras marcas comprova seu
opcional), reduz, e muito, o tempo cirúrgico da implantação
eficiente mecanismo de refrigeração, mantendo-se menos
dentária.
aquecida que as concorrentes (dado pela liga metálica,
Cada detalhe de seu design inovador foi minuciosamente
macrogeometria e poder de corte).
pensado e desenvolvido para proporcionar ao cirurgião-
A simplificação com excelência fez deste um projeto
dentista mais conforto e mais segurança, para si, e para o seu
surpreendente. A quebra de paradigmas propiciados pela
paciente. É este conjunto de modificações que o difere dos
FGM através do Arcsys e de sua high performance, vem ao
outros sistemas conhecidos no mercado, e que permite obter
encontro do anseio da implantodontia contemporânea, o de
um desempenho clínico superior.
integrar Ciência, Tecnologia e Tempo.
FGM 2017 | Volume 01 | 65
BROCAS FGM:
NOVOS CONCEITOS DE INSTRUMENTAÇÃO AUTORES: Prof. Rafael Cury Cecato e Prof. Thiago Roberto Gemeli.
INTRODUÇÃO Ao realizar a perfuração durante o preparo do leito que receberá um implante dentário, o cirurgião-dentista deve ser criterioso quanto aos cuidados de instrumentação, de forma a jamais traumatizar o tecido ósseo circunjacente a ponto de inviabilizar a pretensa osteointegração. Tais cuidados contemplam um protocolo para reabilitação, composto por uma série de normas e regras e publicados no final da década de 601, a fim de promover um prognóstico previsível e favorável ao tratamento com implantes dentários. Através de pesquisas in vivo realizadas com metodologia inédita nos anos 802,3, iniciaram-se investigações para determinar quais os reais limites de temperatura versus tempo de perfuração durante a instrumentação para implantação. Posteriormente, em pesquisa in vivo efetuada em humanos, chegou-se a conclusão que a faixa limítrofe para que não haja desnaturação protéica do tecido ósseo submetido à instrumentação2, e consequentemente não comprometer a osteointegração, é de 44°C a 47°C4. Esta é até então a referência deste tema considerada pela literatura. Subsequentemente,
outras
metodologias
simulando
a
perfuração do tecido ósseo vivo foram produzidas a fim de facilitar a prova dos instrumentos destinados a perfuração5,6, sempre com objetivo em incrementar a segurança do cirurgião/paciente e aumentar as taxas de sucesso da terapia com implantes. A simplificação da perfuração já foi descrita na literatura como forma de otimizar o tempo cirúrgico e consequentemente diminuir o trauma operatório7. Tal trabalho comparou o preparo do leito de maneira tradicional (escalonado - de acordo com o fabricante) versus instrumentação simplificada (uma ou duas brocas – dependendo da densidade óssea). Chegou-se a conclusão que ambas as técnicas foram similares nas taxas de sucesso, porém o grupo submetido a técnica simplificada obteve tempo cirúrgico otimizado e menor morbidade no pós-operatório.
66 | FGM 2017 | Volume 01
PESQUISA PARA VALIDAÇÃO DA TÉCNICA DE PERFURAÇÃO ÚNICA
Além, o gume de corte das brocas foi analisado antes e após os ensaios de furação, através de um Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), modelo Hitachi TM3030.
Para investigar o potencial de perfuração e concomitantemente
RESULTADOS
atestar a segurança da técnica de perfuração com uma broca apenas – já no diâmetro requerido para implantação - foi desenvolvido um mecanismo que simula a instrumentação do leito receptor em corpos de prova produzidos para representar o
Na tabela a seguir (tabela 01) estão os resultados:
tecido ósseo em sua condição mais densa (PU 40 PCF - ASTM F-1839-08)8, logo a mais desafiadora. Os dados de saída foram:
Temperatura (°C)
Torque (N.cm)
Tempo (s)
torque aplicado ao corpo de prova, temperatura gerada durante a
Broca FGM
42,7 ± 2,80
1,3 ± 0,28
6,0 ± 0,97
perfuração e tempo de perfuração.
Broca 01
45,1 ± 2,23
2,6 ± 0,36
3,1 ± 0,64
Broca 02
45,3 ± 2,86
2,8 ± 0,56
4,8 ± 0,90
Três modelos de brocas de distintos sistemas de implantes foram comparados (FGM, 01 e 02). Ambos foram submetidos a
Tabela 01: Resultados
idêntica condição de perfuração: • 800 rpm;
CONCLUSÕES
• Irrigação com soro fisiológico à vazão de 60 ml/min e temperatura de 22±2 °C; • Corpos de prova pré-aquecidos à temperatura de 36±2 °C; • Análise da temperatura gerada com câmera térmica FLIR SC 7000 (Fig. 01).
Houve diferença significativa entre os modelos de brocas testados. A Broca FGM apresentou geração de temperatura e torque significantemente inferior, tais propriedades proporcionam segurança durante o preparo do leito que receberá o implante dentário e a tornam apta para a técnica de “perfuração única” (sem escalonamento)10. As brocas 02 e 03 não foram idealizadas para perfuração única, portanto não são indicadas para tal. Ao seguir protocolos específicos de furação (escalonamento) para estas brocas, valores diferenciados podem ser encontrados10. O maior tempo para realizar a perfuração apresentado pela Broca FGM pode ser atribuído ao fato que a geometria helicoidal das demais (01 e 02) tende a puxar o contra-ângulo de encontro ao corpo de prova. Ao evitar tal tracionamento, o corte ficará inteiramente a critério do cirurgião, aumentando a precisão e segurança durante a instrumentação adjacente a áreas nobres (ex. nervos)9,10. Finalmente, a análise em MEV mostrou que a Broca FGM manteve
Figura 01: Perfil de temperatura capturado.
os gumes de corte bem definidos e sem desgaste aparente.9
REFERÊNCIAS 1. Brånemark PI, Adell R, Breine U, Hansson BO, Lindström J, Ohlsson A. Intra-osseous anchorage of
em Eng Mecânica FEMEC/UFU 2007; : 2–10.
dental prostheses. I. Experimental studies. Scand J Plast Reconstr Surg 1969; 3: 81–100.
6. Bottino MA, FARIA R, TAKAHASHI FE. Avaliação do calor gerado durante o preparo do tecido ósseo
2. Eriksson A, Albrektsson T, Grane B, McQueen D. Thermal injury to bone. Int J Oral Surg 1982; 11:
utilizando-se brocas de diferentes sistemas de implantes. Cienc Odontol Bras 2005; 8: 56–67.
115–21.
7. Guazzi P, Grandi T, Grandi G. Implant site preparation using a single bur versus multiple drilling
3. Eriksson AR, Albrektsson T. Temperature threshold level for heatinduced bone tissue injury: A vital-
steps: 4-month post-loading results of a multicenter randomised controlled trial. Eur J Oral Implantol
microscopic study in the rabbit. J prosthe Dent 1983; 50: 101–107.
2015; 8: 283–90.
4. Eriksson RA, Adell R. Temperatures during drilling for the placement of implants using the
8. F1839-08 A. Standard Specification for Rigid Polyurethane Foam for Use as a Standard Material
osseointegration technique. J Oral Maxillofac Surg 1986; 44: 4–7.
for Testing Orthopaedic Devices and Instruments. 2012.
5. Carneiro MB, Lia R, Medeiros R, Gomes VL, Luiz NE. Determinação Da Vida De Brocas
9. Stares SL, Fredel MC, Merlo LE. Avaliação Funcional de Brocas Odontológicas. 2016.
Odontológicas Utilizadas Em Implantes Dentais : Pré-Testes. 17 Simpósio Programa Pós-Graduação
10. Dentscare-FGM. Perfil Técnico Arcsys. 2015.
FGM 2017 | Volume 01 | 67
Reabilitação oral total por meio de prótese total superior e prótese do tipo protocolo inferior AUTORES: Prof. Bernardo Born Passoni, Prof. Rodrigo Melim Ferreira, Prof. Dr. Ricardo de Souza Magini e Prof. Dr. Cesar Augusto Magalhães Benfatti.
FINAL
INTRODUÇÃO A introdução dos implantes osseointegrados na odontologia
e a estabilidade desses dispositivos. Nesse sentido, a substituição
proporcionou uma revolução nas técnicas de reabilitação de
dos dentes perdidos por meio de próteses totais consiste num
pacientes parcial ou totalmente edêntulos. No entanto, os
problema tanto para o cirurgião-dentista quanto para o paciente,
implantes podem ser a melhor ou a pior escolha para o paciente,
principalmente em se tratando de próteses totais inferiores. Entre
dependendo dos cuidados no planejamento, que devem seguir
as vantagens, as próteses implanto-suportadas apresentam maior
a clássica rotina: história médica e odontológica, exame clínico,
retenção, suporte e estabilidade, benefícios psicológicos, melhoria
modelos de estudo, enceramento diagnóstico, diagnóstico por
da fonética e da função mastigatória, trazendo um aumento da
imagem e avaliação da relação ósseo-alveolar remanescente e
qualidade de vida deste paciente3,4.
reabilitação protética. O planejamento cirúrgico é essencial para
A reabilitação de arco total através de implantes, proposta
a realização de reabilitações com estética e função adequadas1.
inicialmente por Branemark5 se caracterizada pela instalação de
O tratamento reabilitador por meio de implantes osseointegráveis
5 implantes na região anterior da mandíbula entre os forames
visa preservar a integridade das estruturas nobres intrabucais,
mentuais. No entanto, cada vez mais se utiliza a técnica do all-
recuperando
sistema
on-four, buscando uma inclinação dos implantes distais, para
estomatognático, possibilitando uma melhor qualidade de vida aos
a
estética
e
a funcionalidade
do
que a eminência da saída do parafuso protético seja o mais distal
pacientes2.
possível, diminuindo assim o cantilever e consequentemente o
Antes do surgimento da reabilitação oral através de implantes,
braço de alavanca.
a única opção para reabilitar um paciente edêntulo total eram as
O objetivo deste trabalho é apresentar um caso clínico de
próteses totais convencionais, ou seja, muco-suportadas, as quais
reabilitação oral através de prótese total superior e prótese inferior
possuem uma limitação representada pela perda óssea decorrente
do tipo protocolo, com o novo Sistema Arcsys de implantes e
do contínuo processo de reabsorção, comprometendo a retenção
componentes protéticos.
68 | FGM 2017 | Volume 01
RELATO DO CASO Paciente do sexo masculino, 52 anos de idade, leucoderma, boa
condição
sistêmica,
apresentou-se
no
consultório
odontológico privado com queixa principal de dificuldade mastigatória e necessidade de reabilitação dos dentes ausentes. Durante o exame clínico observou-se que o paciente possuía apenas os elementos 13, 23 e 25, não utilizando qualquer tipo
INICIAL
de prótese por dificuldade de adaptação (Figs. Inicial, 01 e 02). Após a realização da tomografia computadorizada cone bean,
FICHA
constatou-se que existia altura e espessura óssea suficiente para instalação de implantes. O planejamento reabilitador
Paciente do gênero masculino, 52 anos de idade.
consistiu em realização de prótese total superior imediata e prótese inferior do tipo protocolo, com carga imediata, através
A QUEIXA
da instalação de 4 Implantes Arcsys – FGM, entre forames.
Dificuldade mastigatória e necessidade de reabilitação dos dentes ausentes.
Foi realizado o planejamento reverso (moldagem, rodete de cera, reconstituição da dimensão vertical de oclusão, reconstituição fisionômica e prova de dentes) para gerar um guia cirúrgico que
ANAMNESE
foi utilizado para o correto posicionamento tridimensional dos
Paciente com condições de saúde favorável à reabilitação oral com implantes.
implantes. O primeiro passo cirúrgico consistiu na exodontia dos 3 elementos dentais restantes no arco superior e sutura. Logo após, foi realizada a anestesia do arco inferior e procedeu-
PLANEJAMENTO
se com a incisão com lâmina de bisturi 15C sobre a crista do
Realização de prótese total superior imediata e prótese inferior do tipo protocolo, com carga imediata, através da instalação de 4 implantes Arcsys – FGM, entre forames.
rebordo (Fig. 03). O descolamento do retalho foi realizado até expor os forames mentuais, de modo que durante a fresagem das brocas tivéssemos visualização direta da localização e consequentemente uma maior segurança (Fig. 04).
01
03
04 02
Figs. Inicial, 01 e 02 - Condição inicial do paciente: edentulismo parcial superior e total inferior.
Figs. 03 e 04 - Incisão linear sobre a crista do rebordo e descolamento do tecido.
FGM 2017 | Volume 01 | 69
Após o descolamento do retalho, foi realizada a regularização do rebordo com broca cirúrgica maxicut em peça reta (Figs. 05A e 05B). Este desgaste ósseo tem o intuito de facilitar a instalação dos implantes em uma mesma altura (platô),
05A
permitindo que a futura barra metálica e prótese protocolo tenham o mesmo formato em toda a sua extensão e fiquem justapostas à mucosa, diminuindo o acúmulo de alimentos e facilitando a higiene da peça protética. Por se tratar de um osso muito cortical, optou-se por iniciar a fresagem do leito receptor dos implantes com a broca lança (Fig. 06) e em seguida se utilizou apenas a broca 2.9 até o comprimento final dos implantes. Os implantes instalados na região dos dentes 32 e 42 foram de 3.8x11mm, já os implantes
05B
na região dos elementos 35 e 45 foram de 3.8x13mm, de modo que as fresagens com a broca 2.9 (utilizando os limitadores de pronfundidade Arcsys) foram até 13 e 15mm respectivamente. Isto porque o sistema Cone Morse Friccional Arcsys preconiza a instalação dos implantes 2mm infra-ósseo. A opção por utilizar apenas uma broca antes da instalação do implante é possível pelo design inovador e grande potencial de corte da Broca FGM. Além disso, as canaletas laterais possuem grande capacidade coletora de osso (Fig. 07).
Figs. 5A e 5B - Exposição e regularização óssea na forma de
platô.
O formato de roscas trapezoidais do Implante Arcsys possibilita uma grande estabilidade primária, que neste caso
06
foi de 60 N para todos os implantes instalados (Figs. 08 e 09). Após a instalação dos implantes, com o medidor transmucoso (Fig. 10) foram selecionadas as alturas dos pilares protéticos. Neste caso, foram utilizados 2 pilares não anguláveis de cinta de 2mm, 1 pilar angulável com cinta de 2,5mm e 1 pilar angulável com cinta de 3,5mm (Figs. 11 e 12). No entanto, não houve necessidade de angulação de nenhum destes componentes. A ativação destes componentes friccionais foi realizada de acordo com o recomendado pela empresa através de 3 batidas com o martelete de ativação Arcsys. É importante salientar, que o interior do implante esteja seco para que haja esta fricção entre o componente protético e a parede interna do implante. Este procedimento de secagem é fundamental
Fig. 06 - Utilização da broca lança.
para uma correta ativação, pode ser realizado com bolinhas de algodão, microbrush ou jato de ar. Em
seguida,
foram
instalados
07
os
transferentes
multifuncionais, os quais foram unidos com resina acrílica (Figs. 13 e 14).
Fig. 07 - Fotografia demonstrando a grande capacidade
coletadora da broca FGM e o controle de profundidade promovido pela anilha limitadora.
70 | FGM 2017 | Volume 01
08
09
Figs. 08 e 09 - Instalação cirúrgica dos implantes Arcsys.
10
Fig. 10 - Medidor transmucoso.
11
12
Figs. 11 e 12 - Adaptação e verificação dos intermediários.
A moldagem de transferência foi realizada através do guia
cera pela tarde. E então, 48 horas depois, foram instaladas as
multifuncional, onde os transferentes multifuncionais também
próteses definitivas (Figs. 23 e 24). Dois fatores extremamente
foram unidos, de forma que garantisse a estabilidade de todo o
importantes para a longevidade desta reabilitação protética
conjunto de transferência (Fig. 15). Além disto, foram realizados
são a correta distribuição dos implantes e o formato/
3 pontos (2 posteriores e 1 anterior) em resina acrílica para
polimento das peças protéticas. Na figura 25, é possível
registro da oclusão (Figs. 16 a 19).
observar que a boa distribuição espacial dos implantes
Antes do envio para o laboratório, os análogos foram
possibilitou a confecção de uma prótese com cantilever de
colocados em posição, aparafusados nos transferentes e
apenas um dente, protegendo os implantes de grandes forças
unidos com resina acrílica (Figs. 20 e 21). Após estabilizados,
de alavanca. Já na figura 26, observamos o formato da base
o modelo foi realizado (Fig. 22). Este cuidado é bastante
da prótese sem áreas côncavas, o que permite maior higiene
importante para que não haja nenhuma diferença entre o que
da peça. É importante salientar que resultados como estes são
há na boca e no modelo de trabalho, que possa resultar em
conseguidos durante o procedimento cirúrgico, e não somente
uma adaptação não passiva da barra metálica.
durante a fase protética, por isso uma boa comunicação entre
No dia seguinte, foi realizada a prova da barra metálica pela manhã e da barra metálica com a montagem dos dentes em
o cirurgião, o protesista e o técnico de prótese dentária é de suma importância nos casos de reabilitações extensas.
FGM 2017 | Volume 01 | 71
13
15
Fig. 13 - Adaptação dos análogos nos transferentes multifuncionais 14
Fig. 14 - União e estabilização do
conjunto com resina acrílica.
16
Fig. 16 - Tomada dos registros oclusais em resina acrílica.
Fig. 15 - Guia multifuncional e análogos parafusados em posição.
17
Figs. 17 a 19 - Registros oclusais em detalhe.
18
19
20
21
22
Fig. 20 - Moldagem de transferência.
Fig. 21 - União e estabilização dos análogos
Fig. 22 - Modelo de trabalho apto à
72 | FGM 2017 | Volume 01
com resina acrílica.
confecção da barra metálica.
23
24
25
26 Fig. 23 - Próteses finais. 28
Figs. 24 a 26 - Protocolo inferior em detalhe.
27
Figs. 27 e 28 - Aspecto final do caso.
CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
Os Implantes Arcsys – FGM e seus componentes friccionais se
Este caso clínico foi realizado sem custo ao paciente carente,
mostraram extremamente simples e seguros de se trabalhar em
através da parceria entre FGM, Dr. Bernardo Passoni, Dr. Rodrigo
próteses totais fixas (protocolo), assim como já era conhecido para
Ferreira e TPD Rodrigo Zani.
próteses unitárias e parciais.
Agradecimento especial ao Laboratório de Prótese Rodrigo Zani, de Florianópolis, que confeccionou as próteses sem custo ao paciente, para documentação deste caso clínico.
REFERÊNCIAS 1.Fischer K, Stenberg T, Hedin M, Sennerby L. Five-year results from a randomized, controlled trial on
paciente. Int J Dent. V.7 n.1: p.50-62, 2008.
early and delayed loading of implants supporting full-arch prosthesis in the edentulous maxilla. Clin Oral
4.BATISTA AUD, RUSSI S, ARIOLI FILHO, JN, OLIVA EA. Overdentures sobre implantes: Revisão de
Implants Res. 2008; 19 (5): 433-41.
Literatura. Rev Bras Implantodont Prótese Implant. V.12 n.45: p. 67-73, 2005.
2.VIANA NETO, Antônio et al. Cirurgia guiada virtual para reabilitação oral:. Cirurgia, Traumatologia Buco-
5.Brånemark PI, Hansson BO, Adell R, Breine U, Lindström J, Hallén O et al. Osseointegrated implants in
maxilo-facial, Camaragibe, p.45-52, 30 maio 2009.
the treatment of the edentulous jaw. Experience from a 10-year period. Scand J Plast Reconstr Surg
3.NOVAES LCGF, SEIXAS ZA. Prótese total sobre implante: técnicas contemporâneas e satisfação do
Suppl 1977; 16: 1–132 .
FGM 2017 | Volume 01 | 73
74 | FGM 2017 | Volume 01
o futuro da enxertia óssea AUTOR: Dr. Bruno Alves Paim Doutor e Pós Doutor em Bioquímica pela UNICAMP Pós Doutor em Imunologia de Tumores pela PUCRS Pesquisador responsável pela linha de Biomateriais da FGM. O preenchimento de defeitos ósseos com biomateriais é uma prática cada vez mais comum nos consultórios odontológicos. Utilizando-se de substitutos ósseos, o cirurgião-dentista consegue, hoje, alcançar excelentes resultados dentro do prazo desejado. O processo de enxertia é dependente de alguns fatores que garantam condições para que os osteoblastos possam se proliferar e levar a formação de novo tecido, promovendo a conversão do enxerto em osso, em um processo definido como osteointegração. No processo de enxertia óssea, as principais propriedades de um biomaterial são osteogenicidade, osteoindução e osteocondução. Estes conceitos podem ser definidos de maneira bem simples: 1-Osteogenicidade implica na presença de osteoblastos no biomaterial, o qual é capaz de promover a síntese de novo tecido ósseo logo após o procedimento cirúrgico; 2-Osteoindução é caracterizado como a capacidade de recrutar novas células formadoras de tecido ósseo para o local de enxertia; 3-Osteocondução se refere a capacidade de promover adesão, sobrevivência e proliferação de células ósseas, provendo uma estrutura interconectada para a sedimentação de novo tecido ósseo bem como a formação de novos vasos sanguíneos. Considerado padrão ouro em procedimentos de enxertia,
o osso autógeno é o único a reunir todas estas propriedades. Entretanto este procedimento está associado a diversos inconvenientes como maior tempo de recuperação do paciente, pós-operatório doloroso, perda sanguínea, danos em nervos adjacentes ao local de coleta do tecido ósseo, infecção, apenas para citar alguns pontos que são consenso entre os profissionais. Neste cenário o uso de biomateriais de origem sintética surge como alternativa ao osso autógeno. Estes biomateriais sintéticos são em sua maior parte compostos por cerâmicas a base de hidróxiapatita (HA) e β-tricálcio fosfato (β-TCP). Tanto HA quanto β-TCP são altamente biocompatíveis, sendo que a HA possui um maior tempo de degradação, permanecendo no local de implantação por um tempo maior que o β-TCP. Como toda cerâmica sintética, sozinhos estes materiais não possuem propriedades de osteogênese e osteoindução. Assim a eficácia destes materiais depende em muito de quão eficiente é sua osteocondução. Analisando mais profundamente a organização do tecido ósseo, notamos que o osso é um tecido nanohíbrido composto por nanocristais de HA e nanofibras de colágeno, que assumem uma estrutura altamente porosa, com diversos poros interconectados. FGM 2017 | Volume 01 | 75
Uma vez que o osso é naturalmente nanoestruturado, materiais sintéticos com estruturas nanométricas se apresentam como a melhor escolha para procedimentos de enxertia. A vantagem deste tipo de material reside na semelhança com o tamanho das partículas de HA, alta porosidade e elevada área de superfície. Os cristais de HA em escala nanométrica aumentam a adesão de osteoblastos, elevando a proliferação e a força de adesão entre estas células e o biomaterial1. Da mesma forma que a adesão celular, a proliferação e deposição de cálcio são substancialmente maiores em cerâmicas de HA com superfície nanométrica, quando comparadas com as tradicionais cerâmicas micrométricas disponíveis no mercado atualmente1,2. Fato possivelmente relacionado à elevada área de superfície das nanocerâmicas, a qual possibilita uma maior deposição de proteínas relacionadas com o processo de adesão celular. Além do tamanho dos cristais de HA, o tamanho dos grânulos de HA também interfere com a produção de diversas proteínas relacionadas com o processo de sinalização celular, chamadas de citocinas3, 4. Estas citocinas são pequenas proteínas produzidas por diversas células com capacidade de modular a formação de tecido ósseo. Citocinas como Interleucina 6 (IL-6) e o fator de
necrose tumoral alfa (TNF-α) estão relacionados à ativação de osteoclastos (células ósseas relacionadas com a reabsorção do tecido ósseo). De modo oposto age outra citocina, a IL-187. Esta citocina produzida por células do sistema imune e por osteoblastos é capaz de inibir indiretamente a ativação de osteoclastos ao elevar a produção de GM-CSF5, 6, 7. Foi demonstrado em estudo, que grânulos esféricos de HA com tamanho entre 150 e 300µm levam células do sistema imune a produzir menores quantidades de IL-6 e TNF-α, quando comparados ao grupo controle3. Ao diminuir o tamanho do granulo de HA, os níveis destas citocinas tendem a aumentar, o que poderia levar a uma maior quantidade de osteoclastos e consequente redução na quantidade de osso formado. Da mesma forma como observado para as citocinas IL-6 e TNF-α, partículas esféricas de HA com tamanho entre 150 e 300µm também podem estimular a produção de IL-18, o que leva a uma menor quantidade de osteoclastos4. Este balanço entre menores níveis de IL-6 e TNF-α, conjugado a uma elevação nos níveis de IL-18 poderia levar a uma maior quantidade de tecido ósseo formado quando partículas de HA com tamanho igual ou superior a 200 µm são utilizados. Este conhecimento sobre alta porosidade, nanoestrutura e
Figura 1 - Vias de ativação e regulação de osteoclastos. Citocinas como TNF-α, IL-6 e IFN-γ estão
relacionadas com o processo de maturação dos precursores de osteoclastos em osteoclastos. Este processo é regulado por outras citocinas como IL-18, IL-2 e GM-CSF. 76 | FGM 2017 | Volume 01
poros interconectados em biomateriais foram aplicados no novo biomaterial da FGM. Recém lançado no mercado, Nanosynt possui poros micro e nanoestruturados alinhados com cristais de HA e β-TCP em escala nanométrica. Imagens obtidas da superfície do Nanosynt mostram que os nanocristais de HA e β-TCP possuem tamanho médio de 200nm (Figuras 2 e 3). A união destes nanocristais forma uma intrincada rede de poros nano e micro conectados, que eleva ainda mais a área de superfície e a porosidade do biomaterial da FGM. Com esta organização, Nanosynt apresenta cerca de 80 a 90% de porosidade em sua superfície, o que lhe garante uma excelente molhabilidade. Estas características de superfície conferem ao Nanosynt uma
maior capacidade de formação de tecido ósseo quando comparado a outros biomateriais com superfície micro estruturada. Em trabalho conduzido na Universidade Federal Fluminense (manuscrito no prelo), realizado em pacientes de diversas idades, Nanosynt se mostrou mais eficaz que um enxerto sintético similar largamente conhecido no mercado, apresentando uma formação óssea até 20% maior quando comparado ao outro biomaterial, e cerca de 40% maior quando comparado ao grupo controle (coágulo). Esta maior formação de tecido ósseo também pode ser observada quando Nanosynt é comparado a biomateriais de origem bovina. Trabalho utilizando coelhos mostrou que quando comparado aos mais tradicionais substitutos ósseos do mercado (sintético e bovino), Nanosynt se mostrou mais eficaz que ambos8. Após 4 semanas de aplicação, o grupo de animais que fez uso de Nanosynt apresentou cerca de 23% de novo osso, comparado a 11% do outro biomaterial sintético e 17% do biomaterial de origem bovina. Após 8 semanas esta diferença se manteve, onde Nanosynt apresentou cerca de 30% de novo osso formado, comparado a 27% do outro biomaterial sintético e a 24% do biomaterial de origem bovina. A escolha do biomaterial pelo cirurgião-dentista sempre foi pautada por aspectos relacionados a facilidade de uso e preço dos biomateriais. A chegada de produtos mais eficientes e com melhores resultados traz ao profissional um novo horizonte a ser explorado. A possibilidade de realizar a colocação do implante de maneira mais segura e em menor tempo faz com que o cirurgiãodentista passe a buscar por novas alternativas em detrimento de opções que pouco evoluíram na última década. Este avanço tecnológico é alcançado com a aplicação de novas tecnologias, agregado ao conhecimento sobre os processos bioquímicos de sinalização celular que regulam a formação de novos tecidos.
Figura 2 - Imagem de FEG realizada em amostra de Nanosynt. Aumento de 200x.
REFERÊNCIAS 1- Deligianni DD, Katsala ND, Koutsoukos PG, Missirlis YF. Effect of surface roughness of hydroxyapatite on human bone marrow cell adhesion, proliferation, differentiation and detachment strength. Biomaterials. 2001 Jan;22(1):87-96. 2- Kubinová, S.; Syková, E. Nanotechnologies in regenerative medicine. Minim. Invasive Ther. Allied Technol. 2010, 19, 144–156. 3- Laquerriere P, Grandjean-Laquerriere A, Jallot E, Balossier G, Frayssinet P, Guenounou M. Importance of hydroxyapatite particles characteristics on cytokines production by human monocytes in vitro. Biomaterials. 2003 Jul;24(16):2739-47. 4- Grandjean-Laquerriere A, Laquerriere P, Laurent-Maquin D, Guenounou M, Phillips TM. The effect of the physical characteristics of hydroxyapatite particles on human monocytes IL-18 production in vitro. Biomaterials. 2004 Dec; 25(28):5921-7. 5-Yamada N, Niwa S, Tsujimura T, Iwasaki T, Sugihara A, Futani H, Hayashi S, Okamura H, Akedo H, Terada N. Interleukin-18 and interleukin-12 synergistically inhibit osteoclastic bone-resorbing activity. Bone. 2002 Jun;30(6):901-8. 6-Costa-Rodrigues J, Silva A, Santos C, Almeida MM, Costa ME, Fernandes MH. Complex effect of hydroxyapatite nanoparticles on the differentiation and functional activity of human pre-osteoclastic cells. J Biomed Nanotechnol. 2014 Dec;10(12):3590-600.
Figura 3 - Imagem de FEG realizada em amostra de
Nanosynt. Aumento de 20.000x.
7- Grandjean-Laquerriere A, Laquerriere P, Laurent-Maquin D, Guenounou M, Phillips TM. Biomaterials. The effect of the physical characteristics of hydroxyapatite particles on human monocytes IL-18 production in vitro. 2004 Dec;25(28):5921-7.
FGM 2017 | Volume 01 | 77
Levantamento de seio maxilar para posterior reabilitação com coroas unitárias confeccionadas pelo sistema CAD/CAM AUTORES: Prof. Rafael Cury Cecato, Prof. Thiago Roberto Gemeli e Profª Stefani Guimarães.
FINAL
INTRODUÇÃO Durante o planejamento para reabilitar a área posterior da
indicada nas últimas décadas como eleição para reconstruções
maxila, não é incomum o cirurgião-dentista se deparar com
nestas áreas, caso apresentem pouca altura do rebordo
insuficiente altura no rebordo residual para ancorar o implante
alveolar. Quando o planejamento prevê coroas dentárias
dentário1, inviabilizando a implantação sem que a área seja
unitárias, é ainda mais importante que o suporte ósseo seja
previamente reconstruída.
mecanicamente compatível com a função mastigatória.
Diante
desta
necessidade,
levantamento do seio maxilar
2,3,4
a
técnica
descrita
para
A confecção de coroas protéticas através de sistemas CAD/
é considerada segura e com
CAM (Computer Aided Design/Computer Aided Manufacturing)
previsível prognóstico para reconstrução visando a reabilitação1.
apresenta uma opção precisa e rápida ao clínico7,
Também, é importante considerar que a natureza do enxerto
permite a conclusão do trabalho não apenas otimizada, mas
já que
ósseo (autógeno ou substituto) para preenchimento parece não
com adequada precisão na linha de término8 e ótima adaptação
influenciar na taxa de sucesso da reconstrução , possibilitando
entre a superfície interna da coroa e o intermediário. Embora
redução considerável da morbidade pós-operatória ao evitar a
ainda necessitem de estudos de acompanhamento a longo
coleta de osso do próprio paciente.
prazo, tal tecnologia parece ser promissora na reabilitação oral.
5,6
Estas razões justificam tal técnica ter sido amplamente 78 | FGM 2017 | Volume 01
RELATO DO CASO Paciente do sexo feminino, 64 anos, leucoderma, fumante, procurou atendimento na clínica privada com queixa de ausência dentária na região posterior da maxila do lado esquerdo. Durante a anamnese a paciente demostrou ter saúde compatível com os procedimentos propostos para reabilitação com implantes dentários e exames de imagens e sangue
INICIAL
(hemograma, glicemia em jejum e coagulograma) foram solicitados. Ao exame clínico, foram identificadas ausências dos
FICHA
dentes 24, 25 e 26, porém com espaço protético para apenas um pré-molar e um molar (25 e 26) (Figs. Inicial e 01).
Paciente do sexo feminino, 64 anos de idade.
Os exames sanguíneos não apresentaram alterações, porém as imagens mostram que a altura do rebordo ósseo
A QUEIXA
residual seria incompatível com instalação de implantes com
Desconforto da prótese parcial removível e anseio por melhor estética.
comprimento regular, mais especificamente na área distal (Fig. 02). A opção de implante curto (Short) foi descartada pela
ANAMNESE
diminuta espessura desta região.
Embora fumante, paciente apta a realizar intervenções cirúrgicas para reabilitação com implantes.
O planejamento consistiu em reconstruir o rebordo em altura através da técnica de levantamento do seio maxilar por acesso lateral, com preenchimento do antro sinusal com
PLANEJAMENTO
substituto ósseo sintético, composto por Hidroxiapatita (60%) e
Coroas unitárias cimentadas sobre implantes nas regiões dos dentes 25 e 26, posteriormente a reconstrução da área do dente 26.
ß fosfato tricálcio Nanosynt (FGM). Uma membrana de cortical óssea bovina foi utilizada previamente à inserção do granulado ósseo devido a uma perfuração na membrana de Schneiderian classificada como classe I9, ocorrida durante sua elevação (Figs. 03 a 07). Tal manobra condiz com o sugerido na literatura neste cenário, onde a taxa de sucesso não é prejudicada por tal intercorrência
10,11
02
, desde que dentro dos limites aceitativos de
controle e remediação. Nenhuma membrana no acesso lateral ao antro foi utilizada12. 01
Fig. 02 - Imagem radiográfica inicial.
Fig. 01 - Aspecto inicial.
FGM 2017 | Volume 01 | 79
O pós-operatório aconteceu sem intercorrências, e foi
reembasadas sob os respectivos transferentes multifuncionais,
aguardado cerca de 06 meses para planejamento das
devolvendo estética e função e dando continuidade ao
implantações (Fig. 08), sendo 02 Implantes Arcsys (FGM), um na
condicionamento tecidual (Figs. 20 e 21).
região do dente 25 (Ø3.8X11mm) e outro na região do dente 26
Para
moldagem
de
transferência
dos
componentes,
(Ø4.3X11). Ambos obtiveram travamento de 40N.cm e 30N.cm
concomitante com a forma tecidual conquistada com o
respectivamente, porém como a paciente fazia uso de prótese
condicionamento, os transferentes foram posicionados e envoltos
parcial removível, optou-se por sepultá-los ao invés de instalar
por material resinoso fotopolimerizável (originalmente utilizado
cicatrizadores (Fig. 09).
para proteção gengival) Top Dam (FGM) (Figs. 22 e 23). A saúde
A reabertura ocorreu em 06 meses (Figs. 10 e 11), onde duas coroas provisórias foram reembasadas sobre cicatrizadores
peri-implantar foi confirmada com sondagem da área, confirmando estabilidade tecidual (Figs. 24 e 25).
multifuncionais (5mm – cinta alta), iniciando neste momento
As coroas foram confeccionadas com blocos de compósito
o condicionamento tecidual peri-implantar e permaneceram
polimerizado para CAD/CAM Brava Block (FGM) (Fig. 26)
por 02 meses (Figs. 12 a 14). A qualidade do tecido mucoso
e as cimentações com cimento resinoso Allcem Core
conquistado com as provisórias sobre os cicatrizadores foi
(FGM) foram realizadas com absoluto cuidado para não
excelente e condiz com sua biocompatibilidade (PEEK) (Fig. 15).
haver extravasamento deste nos tecidos peri-implantares
Durante a ativação dos componentes finais (munhões
(extravasamento extra-oral com análogo dos componentes).
4,2x6x2,5mm el. 25 e 4,2x6x3,5mm el. 26), percebeu-se que
A oclusão foi então ajustada e o polimento final efetuado
o componente protético sobre o implante distal (dente 26)
com discos de lixa Diamond Pro (FGM) e discos de feltro
poderia ter seu posicionamento melhorado com tênue alteração
Diamond (FGM) com pasta de polimento Diamond Excel (FGM).
de direção, possibilitada pela capacidade de customização da
Combinou-se portanto ótimo custo-benefício, resistência
angulação dos intermediários do Sistema Arcsys (FGM) (Figs.
mecânica, estética (Figs. 27 e 28), excelente adaptação/
16 e 17). Esta foi aparentemente pequena, mas suficiente para
assentamento das peças e ótima resposta dos tecidos peri-
potencializar a capacidade estética da futura coroa protética.
implantares (Fig. 29).
Os intermediários foram então posicionados e ativados (Figs.
Conclui-se que o planejamento, a técnica e os materiais utilizados são condizentes com um excelente e previsível
18 e 19). Após a ativação, outras duas coroas provisórias foram
resultado para tal indicação.
04
03
06
05
Figs. 03 a 06 - Levantamento do seio maxilar.
80 | FGM 2017 | Volume 01
07
08
Fig. 07 - Imagem radiográfica pós operatória imediata. Fig. 08 - Imagem tomográfica após 06 meses da reconstrução.
09
Fig. 09 - Implantes instalados.
13
10
12
11
Figs. 10 e 11 - Reabertura após 06 meses das implantações.
Fig. 12 - Condicionamento tecidual com provisórias reembasadas sobre cicatrizadores de PEEK.
14
15
Figs. 13 e 14 - Condicionamento tecidual com provisórias reembasadas sob cicatrizadores de PEEK.
Fig. 15 - Após 02 meses da reabertura, excelente condição tecidual peri-implantar.
FGM 2017 | Volume 01 | 81
16
17
18
Figs. 16 e 17 - Suave angulação do componente do implante distal (dente 26) para potencializar a estética da futura coroa protética.
Fig. 18 - Componentes protéticos ativados.
19
21
20
Fig. 19 - Componentes protéticos ativados. Figs. 20 e 21 - Coroas provisórias reembasadas sobre transferentes multifuncionais e cimentadas sobre os munhões.
22
23
Figs. 22 e 23 - Moldagem de transferência com personalização dos transferentes.
24
Figs. 24 e 25 - Sondagem dos tecidos peri-implantares.
82 | FGM 2017 | Volume 01
25
26
27
Fig. 26 - Coroas de compósito para fresagem em CAD/CAM Brava Block (FGM).
Fig. 27 - Final (vista oclusal).
28
29
Fig. 29 - Radiografia final.
Fig. 28 - Final (vista vestibular).
REFERÊNCIAS 1. Monteiro HCC, Cecato RC. Levantamento de seio maxilar com osso particulado de torus mandibular -
Aust Dent J 2011; 56: 97–106.
relato de caso com análise histológica. Implantnews 2015; 12: 227–33.
8. Tsitrou EA, Northeast SE, van Noort R. Evaluation of the marginal fit of three margin designs of resin
2. Boyne PJ, James RA. Grafting of the maxillary sinus floor with autogenous marrow and bone. J Oral
composite crowns using CAD/CAM. J Dent 2007; 35: 68–73.
Surg 1980; 38: 613–6.
9. Vlassis JM, Fugazzotto PA. A Classification System for Sinus Membrane Perforations During
3. Boyne PJ, Cole MD, Shafqat JONP, Stringer D. Deficient Eden tulous Maxillary Ridges. J Oral
Augmentation Procedures With Options for Repair. J Periodontol 1999; 70: 692–699.
Maxillofac Surg 1985; 43: 87–91.
10. Ardekian L, Oved-Peleg E, Mactei EE, Peled M. The clinical significance of sinus membrane
4. Tatum H. Maxillary and sinus implant reconstructions. Dent Clin North Am 1986; 30: 207–29.
perforation during augmentation of the maxillary sinus. J Oral Maxillofac Surg 2006; 64: 277–282.
5. Al-Nawas B, Schiegnitz E. Augmentation procedures using bone substitute materials or autogenous
11. Zinser MJ, Randelzhofer P, Kuiper L, Zöller JE, De Lange GL. The predictors of implant failure after
bone - a systematic review and meta-analysis. Eur J Oral Implantol 2014; 7: 219–235.
maxillary sinus floor augmentation and reconstruction: A retrospective study of 1045 consecutive
6. Nkenke E, Stelzle F. Clinical outcomes of sinus floor augmentation for implant placement using
implants. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol 2013; 115: 571–582.
autogenous bone or bone substitutes: A systematic review. Clin Oral Implants Res 2009; 20: 124–133.
12. Mardinger O, Nissan J, Chaushu G. Sinus floor augmentation with simultaneous implant placement
7. Miyazaki T, Hotta Y. CAD/CAM systems available for the fabrication of crown and bridge restorations.
in the severely atrophic maxilla: technical problems and complications. J Periodontol 2007; 78: 1872–7.
FGM 2017 | Volume 01 | 83
84 | FGM 2017 | Volume 01
FGM 2017 | Volume 01 | 85
86 | FGM 2017 | Volume 01
FGM 2017 | Volume 01 | 87
88 | FGM 2017 | Volume 01
FGM 2017 | Volume 01 | 89
ALTA ESTÉTICA DO INÍCIO
AO FIM!
Desde a fundação da FGM, há 21 anos, apresentamos soluções odontológicas, associando investimentos com pesquisa de ponta e desenvolvimento técnico, sempre mantendo o foco no apoio aos nossos principais parceiros estratégicos: os cirurgiões-dentistas. Pioneira na fabricação e líder de vendas de clareadores dentais no Brasil e em vários países, produzimos mais de 300 itens, entre os quais estão dessensibilizantes, selantes, cimentos para facetas, cimentos ortodônticos, pinos de fibra de vidro, materiais de acabamento e polimento de restaurações, adesivos, compósitos e acessórios. Entre os lançamentos, apresentamos o clareador mais completo do mercado, o Whiteness HP Automixx, as modernas resinas Opus Bulk Fill e Opus Bulk Fill Flow, utilizadas para a técnica de preenchimento único, o adesivo de 7ª geração Ambar Universal e a exclusiva tecnologia APS (Advanced Polymerization System), que irá fazer você repensar o conceito de polimerização. Quando associada aos nossos produtos, APS se propõe a uma série de benefícios que garantem refinamento estético e funcional e irão conferir um nível excelente de previsibilidade, como por exemplo, em nosso novo lançamento, a resina nanoparticulada Vittra APS, que devido a esta tecnologia, não apresentará mudança de cor e opacidade visualmente perceptíveis após sua polimerização. Tecnologia que também será aplicada a itens já consagrados da nossa linha de produtos, como por exemplo, o Ambar APS, tornando-o o primeiro adesivo para esmalte e dentina incolor do mercado. Outra inovação chama-se Brava Block, o primeiro bloco de compósito fotopolimerizado genuinamente brasileiro feito para os tecnológicos sistemas de CAD CAM, que se destaca por possuir alta resistência mecânica aliada a alta estética. Tanta inovação reflete na forma colaborativa entre seus pesquisadores e à comunidade científica, aplicando estudos em instituições de ensino parceiras de todo o mundo e associando investimentos em P&D e tecnologia de ponta, para oferecer soluções odontológicas de primeira linha.
Líder de mercado
Líder de mercado
Tecnologia APS
Tecnologia APS
Tecnologia APS
Excelentes propriedades mecânicas
Kit completo
Excelentes propriedades mecânicas
Tecnologia MDP
Excelente polimento
Vendido em mais de 100 países
Carga com Nanopartículas
Excelente polimento
Cimentação da coroa
Carga com Nanopartículas
Alta fidelidade de cor
Alta tecnologia aplicada
Excelente viscosidade
Polimento universal
Excelente viscosidade
Práticicade: primer + adesivo em um só frasco
Carga com Nanopartículas
CLAREAMENTO
ORTHO
ACABAMENTO
CIMENTOS
ADESIVO
COMPÓSITOS
Linha completa: consultório e caseiros
Rastreabilidade
90 | FGM 2017 | Volume 01
FGM 2017 | Volume 01 | 91
REPENSE SEU CONCEITO DE POLIMERIZAÇÃO. Fotoquímica de polímeros é uma área de grande interesse
direta na polimerização dos monômeros e consequentemente nas
na odontologia, haja visto que a fotopolimerização de materiais
propriedades mecânicas do compósito formado. Porém, devido
resinosos trouxe para o profissional o controle do tempo de trabalho
a forte coloração amarelo-alaranjada da canforoquinona, há uma
durante restaurações ou cimentações adesivas. As resinas ativadas
significativa interferência na cor do material no qual o fotoiniciador
por luz visível iniciam o processo de polimerização através da
está contido.
absorção de luz de um fotoiniciador, que uma vez ativado reage com
Buscando melhorar a performance de polimerização dos seus
um agente redutor para produzir radicais livres. A partir daí ocorre a
materiais, a FGM desenvolveu um novo sistema de polimerização
polimerização dos monômeros metacrílicos que formam uma matriz
que potencializou componentes e permitiu reduzir drasticamente
polimérica com ligações cruzadas (Rodrigues, M.R. e Neumann, M.G.,
a concentração de canforoquinona. À esta nova tecnologia de
2003).
polimerização foi dado o nome de APS: Advanced Polymerization
Nos materiais resinosos de uso odontológico, normalmente
System. O sistema está presente na nova linha de compósitos,
o fotoiniciador que irá absorver luz e conduzir à formação de
cimentos e adesivos da FGM, e permite aos materiais alcançarem
espécies reativas é a canforoquinona. O espectro de absorção da
qualidades estéticas únicas, aumentar seu tempo de manipulação
canforoquinona encontrase no intervalo de 400 a 500nm, fato
sob a luz ambiente e ainda melhorar suas propriedades mecânicas.
que demanda um equipamento fotopolimerizador que emita luz
Tecnicamente, APS é uma combinação de diferentes fotoiniciadores
nesse comprimento de onda, na faixa do azul. A quantidade de
que interagem entre si e permitem amplificar a capacidade de
canforoquinona contida em um material resinoso tem relação
polimerização que a luz dos aparelhos fotopolimerizadores provê.
Fig. 1a
Fig. 1b
Na fig. 1a vemos uma representação do que seria a incidência de luz azul em uma resina composta com sistema fotoiniciador convencional. Percebe-se alta concentração de canforoquinona e co-iniciadores e, ao receber o estímulo da luz, ocorre a liberação de radicais livres que irão desencadear a polimerização do material. Na fig. 1b está a representação ilustrativa do APS, com baixa concentração de Canforoquinona e a adição de outros iniciadores/co-iniciadores. O resultado é um material com menor interferência pela cor da Canforoquinona e que consegue potencializar a energia proveniente do fotopolimerizador, liberando maior número de radicais livres ampliando a capacidade de polimerização. 92 | FGM 2017 | Volume 01
CONHEÇA OS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DO APS INCORPORADO NOS MATERIAIS DA FGM: • Baixa interferência na cor do material: diferentemente da
polimerização dos monômeros metacrílicos ocorra de
Canforoquinona, que aumenta significativamente o tom
maneira mais eficiente, aumentando o grau de conversão dos
amarelado nos compósitos, o APS praticamente não possui
polímeros formados.
cor e assim permite que os compósitos que o contém tenham visualmente a mesma cor antes e depois de polimerizados.
• Aumento do tempo de trabalho: Por ser uma composição
Na prática, a grande vantagem é poder prever a cor final da
balanceada e de pouca coloração, o APS possui pouca
restauração mesmo antes de fotopolimerizá-la, dispensando
sensibilidade à luz ambiente e assim proporciona maior tempo
a tradicional prova de cor ou a necessidade de prever a perda
de manipulação e trabalho aos produtos. Isso significa que,
de amarelo dos compósitos convencionais.
à luz ambiente ou mesmo com a luz do refletor direcionada ao dente, o profissional terá mais tempo para esculpir
• Aumento no grau de conversão: A combinação sinérgica de diferentes fotoiniciadores permite que o processo de
restaurações, o que é muito interessante em casos que demandam alta estética.
DESCUBRA OS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DO APS ADICIONADO AOS PRODUTOS FGM: Vittra APS (resina composta nanoparticulada): O compósito de última geração da FGM não apresenta mudança de cor e opacidade perceptíveis visualmente após sua polimerização. Isso confere ao profissional um nível excelente de previsibilidade, que pode ser decisivo para escolher a cor/ opacidade corretas para o caso inclusive durante sua confecção, caso seja necessário. Ainda, o APS contribui para incrementar as propriedades mecânicas do compósito, que superam em vários aspectos as de seus principais concorrentes.
Allcem Veneer APS (cimento resinoso para facetas): A fidelidade de cor de um agente cimentante é uma característica muito importante para essa classe de materiais, particularmente se considerarmos lâminas muito finas como facetas ou lentes de contato cerâmicas. A incorporação de APS no cimento Allcem Veneer permite que a mudança de cor antes/após fotopolimerização seja praticamente imperceptível, o que provê maior segurança no momento da cimentação já que o profissional saberá, ainda antes de cimentar definitivamente a peça, como esta irá se combinar com a cor do cimento.
Ambar APS (adesivo fotopolimerizável): Além da marcante capacidade adesiva conferida pela presença do MDP, Ambar APS é praticamente incolor apresentando imperceptível interferência na cor da camada adesiva. Ainda, o APS permitiu aumentar o grau de conversão do adesivo, gerando um polímero mais resistente.
FGM 2017 | Volume 01 | 93
Há um ano lançamos o Sistema Arcsys e apresentamo-nos ao mercado tendo apenas uma coisa em mente: colocar profissionais, professores e alunos para refletir sobre as novas possibilidades da implantodontia. Desejo que percorreu este universo e por muitas vezes participou da fala eloquente dos profissionais que buscavam explicar a seus pares como esse novo sistema de implantes era simples e funcional. Hoje, temos a certeza de que a nossa colaboração neste meio acadêmico tem sido de grande valor. Um trabalho extremamente valorizado por toda nossa equipe de profissionais que buscou incansavelmente uma relação ética e alinhada com a comunidade científica desde a criação de nosso Sistema.
Este último ano tornou-se um marco para a FGM e para o mundo da implantodontia, todavia, contextualizar estas inovações e desenvolver soluções
que
inspirarão
continuarão latentes. 94 | FGM 2017 | Volume 01
este
universo
autores - casos clínicos Prof. Dr. Américo Mendes C. Junior • Mestre e doutor em dentística (USP - SP - Brasil) • Especialista em Implantodontia (CIODONTO - SP - Brasil) • Especialista em dentística (CROSP - SP - Brasil) • Coordenador do curso de Atualização em Dentística Estética no Centro Catarinense de Educação Superior - FACESC (SC - Brasil) • Professor do curso Especialização em Implantodontia na FACSETE (SP - Brasil) • Professor do curso de Atualização em Implantes na Chedid Odontológica (SP - Brasil) • Professor do curso Excelência em Estética na CETAO (SP - Brasil)
PROF. Cláudio João Chedid • Mestre em implantodontia (CPO São Leopoldo Mandic - SP Brasil) • Especialista em implantodontia (UMESP – SP – Brasil) • Especialista em cirurgia e traumatologia buco maxilo facial (UNIP - SP - Brasil) • Coordenador dos Cursos de Especialização em Implantodontia da Ciodonto (SP, RS e GO - Brasil)
Prof. Dr. Gustavo Diniz Greco • Doutor em odontologia (Clínica Odontológica - UFMG - Brasil) • Mestre e especialista em prótese dentária (PUCMinas - MG Brasil) • Coordenador do curso de Especialização em Prótese Dentária na ABO (MG - Brasil) • Coordenador de Cursos Intensivos em Laminados Cerâmicos (diversos estados) • Professor do curso Prótese Dentária e Dentistica Restauradora da Faculdade de Odontologia da FEAD (MG - Brasil) • Autor do livro Odontologia de Alta Performance: Laminados Cerâmicos Ultra Conservadores
Prof. Piero Rocha Zanardi • Mestre e doutorando em prótese (USP - SP - Brasil) • Professor do curso de Especialização de Prótese da FUNDECTO - USP (SP - Brasil)
Prof. Bernardo Born Passoni • Doutorando em implantodontia (CEPID/UFSC - SC - Brasil) • Mestre em implantodontia e especialista periodontia (CEPID/ UFSC - SC - Brasil) • Professor do curso Especialização em Implantodontia na UNIQUE Ensino Odontológico (SC - Brasil) • International Scholar Student (Katholieke Universiteit Leuven Bélgica)
Prof. Dr. Cesar Augusto M. Benfatti • Mestre e doutor em Implantodontia (UFSC - SC - Brasil) • Coordenador do Centro de Ensino e Pesquisa em Implantes Dentários - CEDIP da UFSC (SC - Brasil) • Professor adjunto da UFSC (SC - Brasil) • Professor permanente do Programa de Pós-graduação em Odontologia, área de concentração Implantodontia da instituição (UF - Brasil)
Prof. Edwin Andrés Ruales Carrera • Mestrando em odontologia (UFSC - SC - Brasil) • Graduação em odontologia (Universidade Central do Equador Quito - Equador)
Prof. Rafael Cury Cecato • Mestrando em odontologia - Área de concentração em implantodontia (UFSC - SC - Brasil) • Especialista em periodontia (PUC - PR - Brasil) • Consultor científico sênior - Biomateriais - na empresa FGM Produtos Odontológicos (SC - Brasil) FGM 2017 | Volume 01 | 95
profª. Raquel Laia Rocha Zanardi • Graduação em odontologia (USP - SP - Brasil) • Responsável técnica pelas reabiltacões em dissilicato de lítio no curso de Especialização em Prótese Dentária da ABO (SP - Brasil) • Participação com o prof. Carlos Francci das pesquisas de lançamento da resina Opallis pela USP (SP - Brasil)
Prof. Dr. Renato Savi de Carvalho • Especialista, mestre e doutor em implantologia (USP - SP - Brasil) • Graduação em odontologia (FOB/USP - SP - Brasil) • Professor dos cursos de especialização, mestrado e doutorado da Faculdade São Leopoldo Mandic (SP - Brasil)
Prof. Dr. Rogério Goulart da Costa • Doutor em dentística (PUC - PR - Brasil) • Mestre em odontologia clínica (Universidade Positivo - PR - Brasil) • Especialista em prótese dentária pela (UFPR - PR - Brasil) • Pós-graduado em Oclusão e DTM (UFPR - PR - Brasil) • Professor e coordenador do Curso Técnico em Prótese Dentária do Instituto Federal do Paraná (PR - Brasil) • Professor dos cursos de Especialização em Prótese Dentária e Implantodontia da Universidade Positivo (PR - Brasil)
prof. Thiago Roberto Gemeli • Mestrando em ortodontia São Leopoldo Mandic – Capinas – SP – Brasil • Especializando em implantodontia EPOG – Joinville – SC - Brasil • Especialista em Ortodontia ESO – FUBORTE São Paulo – SP – Brasil • Pós-graduado em cirurgia oral menor Florianópolis – SC - Brasil • Membro da Academia Brasileira do Sono • Consultor científico - Biomateriais - na empresa FGM Produtos Odontológicos (SC - Brasil) • Damon System Certified Provider – ORMCO - São Paulo – SP - Brasil 96 | FGM 2017 | Volume 01
prof. dr. Renato Carlos Burger • Mestre em Dentística pela Faculdade de Odontologia da USP • Doutor em Dentística pela Faculdade de Odontologia da USP • Especialista em Dentística pelo CROSP • Coordenador do Curso de Dentística do IPE na cidade de Cuiabá e Palmas • Pós-graduado em Cirurgia Oral pela Universidade Camilo Castelo Branco (UNICASTELO) • Especialista em Implantodontia pela Faculdade Sarandi (FAISA) • Doutorando em Implantodontia na São Leopoldo Mandic (Campinas) • Coordenador dos Cursos de Especialização da FAIPE na cidade de Cuiabá (MT) • Professor do Curso de Excelência Estética em Dentística no CETAO –São Paulo e FACESC – Chapecó
Prof. Dr. Ricardo de Souza Magini • Especialista, mestre e doutor em periodontia (FOB/USP - SP - Brasil) • Professor titular da UFSC (SC - Brasil) • Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Odontologia, área de concentração em Implantodontia, da UFSC (SC - Brasil)
prof. Rodrigo Melim Ferreira • Especialista em prótese dentária (UFSC - SC - Brasil) • Pós-Graduado em Implantes Dentários pela CETRODONTO – Florianópolis • Graduação em odontologia (UFSC - SC - Brasil)
PROFª. Stefani Guimarães • Formada em Odontologia pela Univille (SC), em 2013 • Ceramista desde 2003 • 18 anos de experiência laboratorial • Aperfeiçoamento no curso de Estratificação de Anteriores por Murilo Calgaro • Participou do curso de Escultura dental dos dentes posteriores do mestre Dr. Paulo Kano • Aperfeiçoamento em diversos cursos com professores de renome nacional e internacional.
NORMAS
p a r a a p ro v a ç ã o d e
CASOS CLÍNICOS PREZADO (A) DOUTOR (A). Padronizando a qualidade dos casos clínicos publicados na revista FGM News Implantes (ISSN nº2526-088X), a FGM informa seus parceiros os critérios para recebimento de casos clínicos com intenção de publicação.
1. NORMAS GERAIS 1.1 Somente serão avaliados os casos contendo: • Fotos em formato “jpeg”, “tiff” ou “bmp” conforme normas descritas no item 2.1; • Textos em formado Word (Microsoft Office) conforme normas descritas no item 2.2; • Autorização de publicação assinada pelo profissional*; • Autorização de publicação de imagens assinada pelo paciente. *A FGM disponibiliza modelo destes documentos. Caso necessário, solicitar através do e-mail: kettrim.till@fgm.ind.br.
2. NORMAS ESPECÍFICAS 2.1 Fotos
• Resolução acima de 300dpi; • Recorte 10x15 enquadrando o assunto (foco do tema) adequadamente, sem cortes; • Apresentar profundidade de foco adequada que permita visualização correta do assunto (foco em todos os dentes); • Fotografias retratando superfície oclusal deverão ser realizadas através de espelhos; • Todas as fotos deverão ser realizadas sob mesma configuração de máquina (ISO, tempo de exposição, abertura, etc.) para correta comparação; • O limite é de 40 fotos.
2.2 Textos • O texto deverá iniciar pelo título e listagem dos autores. Não há limites de autor e cada um deverá conter fotografia (formato 3x4 ou 5x7) e minicurrículo; • O texto deverá compreender dois ou três tópicos: a) introdução, b) relato ou descrição do caso e c) conclusão (se necessário); • A Introdução deverá conter até 25 linhas em formato Word (texto justificado, fonte Times New Roman tamanho 12) e abordar literatura (se aplicável) referente ao tema, bem como conteúdo para demonstrar a relevância do tema; • O relato de caso deverá conter até 40 linhas em formato
Word (texto justificado, fonte Times New Roman tamanho 12) e abordar o passo a passo referente ao caso clínico, incluindo dicas e detalhes relevantes; • A conclusão deverá conter até 10 linhas em formato Word (texto justificado, fonte Times New Roman tamanho 12); • Se houver referências bibliográficas no caso, estas deverão ser incluídas em norma Vancouver.
2.3 Procedimento técnico • O caso clínico deverá utilizar em sua sequência os produtos FGM que forem pertinentes. Produtos de outras marcas comerciais necessários ao caso poderão ser utilizados desde que não estejam disponíveis na linha FGM; • As fotos deverão ilustrar uma sequência coerente para o correto entendimento do caso; • A técnica deverá ser retratada exatamente como preconiza o manual de instruções do produto em questão. O uso de isolamento absoluto é preferível sempre que aplicável ao caso (restaurações, cimentações, instalação de pinos de fibra, etc.); • O campo operatório deverá estar limpo. A equipe editorial da Revista FGM News irá receber e avaliar o caso no prazo de 15 dias úteis.
SE O CASO FOR ACEITO PARA PUBLICAÇÃO, CABEM AS CONSIDERAÇÕES:
• O caso estará sujeito a modificações solicitadas pelo corpo editorial; • Antes da publicação impressa, o profissional terá direito a uma revisão do caso e terá o prazo de 10 dias para conclusão e reenvio; • O caso não deverá ser publicado em outro veículo impresso ou eletrônico.
SE O CASO NÃO FOR ACEITO PARA PUBLICAÇÃO, CABEM AS CONSIDERAÇÕES:
• Os casos não aceitos serão devolvidos com a devida notificação e, quando solicitado, com a justificativa; • Em algumas ocasiões, o caso poderá ser publicado em outro meio como, por exemplo, sites ou revistas de parceiros da empresa, desde que previamente acordado com o autor.
PARA SOLUÇÃO DE DÚVIDAS REFERENTES À APROVAÇÃO DE ARTIGOS, CONTATE: 0800 644 6100. FGM 2017 | Volume 01 | 97
98 | FGM 2017 | Volume 01
FGM 2017 | Volume 01 | 99
100 | FGM 2017 | Volume 01