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TRANSIÇÃO RUMO À MATURIDADE TECNOLÓGICA

PESQUISA DA UFAM MEDE O NÍVEL DE MATURIDADE TECNOLÓGICA E PRONTIDÃO DA INDÚSTRIA 4.0 EM SETORES DO POLO INDUSTRIAL DE MANAUS COM RECURSOS PARA INVESTIR EM P&D

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Pelo menos 57% das empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) com recursos para investir em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) reconhecem a importância da chamada Indústria 4.0, embora ainda não façam uso das novas tecnologias. Por outro lado, 92% dos empregados dessas empresas têm pouca ou nenhuma habilidade digital.

Essas informações constam de pesquisa realizada pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com apoio da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) e Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), para medir o nível de maturidade e prontidão da Indústria 4.0 nesse universo que representa 47% das empresas do PIM.

Ao apresentar a pesquisa, em reunião de diretoria da instituição, o diretor adjunto da FIEAM e professor da Ufam, Sandro Breval, disse que o resultado mostra oportunidades de melhorias na produção e até de treinamento de mão de obra. “Percebemos, por exemplo, que 71% das lideranças apoiam a transição para Indústria 4.0, muito embora não contemplem nas suas estratégias, então é de se pensar e observar melhorias”, ressaltou. As indústrias que possuem recursos para investir em P&D são das áreas de eletroeletrônico, termoplástico, papel e papelão.

De acordo com Breval, na primeira amostragem desenvolvida pelo estudo, o modelo adotado na pesquisa se baseia em quatro níveis de maturidade: digital, tecnológico, transição e avançado, com três grandes eixos, Tecnologia e Operações, Ecossistema de Negócios e Interoperabilidade, sendo este último o principal item da indústria 4.0. As indústrias foram avaliadas na entrada dos seus processamentos e na saída, tentando enxergar os conceitos da Indústria 4.0. “Não adianta eu ter ferramentas se eu não tiver pessoas com capacidade para executar e operacionalizar. Precisamos andar e acompanhar esse movimento de melhoria e esse estudo nos mostra diferentes oportunidades de melhoria que podemos aplicar nas empresas do PIM”, disse o 1º vice-presidente da FIEAM, Nelson Azevedo.

Por meio de análise das variáveis do estudo, é possível calcular o nível de maturidade das empresas pesquisadas. Na variável que vai de 1 a 4, empresas com 1 e 2 já têm algo de Tecnologia da Informação (TI) e digitalização, mas quase nada de Tecnologia em Automação (TA); nível 3, empresas que têm algo de automação, mas muito incipiente; e o nível 4 as empresas que já têm uma carga maior de TI e TA, que é exatamente a manufatura avançada e inserção de tecnologia de forma aprofundada.

“O PIM está em 2,54, ou seja, encontra-se exatamente no momento de transição em seu nível de maturidade. Precisamos olhar para algumas características desse resultado. É necessário aumentar a interoperabilidade, melhorando a visibilidade da cadeia de suprimentos e, sobretudo, colocando a indústria 4.0 no âmbito das estratégias das empresas”, analisou Breval.

A pesquisa também detectou baixa customização de produtos, baixa modelagem digital e baixa evidência de indústria 4.0 na estratégia, além da ausência de visibilidade e estoque em tempo real. “Os resultados mostram quais são os gaps para a gente poder evoluir no que se chama Indústria 4.0. Então, mais do que saber que ainda tem muita coisa por fazer é ter um mapa de onde você tem que atuar. Temos visto que não adianta colocar robôs, sensores e câmeras se as pessoas não tiverem preparadas para interagir com esse mundo”, observou o coordenador de Ciência, Tecnologia e Inovação da FIEAM, Roberto Garcia.

SENAI já oferece cinco cursos da Indústria 4.0

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Amazonas) já conta com cinco cursos básicos na área da Indústria 4.0. Ao longo do primeiro semestre de 2020, esses cursos serão oferecidos para turmas fechadas em atendimento ao edital da Secretaria Municipal de Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi). No segundo semestre, de acordo com o gerente de Educação Profissional do SENAI Amazonas, José Nabir de Oliveira Ribeiro, a grade Indústria 4.0 será oferecida às indústrias e ao público em geral. Os cursos da Indústria 4.0 são:

1. Conectando a Indústria Avançada - Entender os conceitos e simular a inserção de inteligência e conectividade na fabricação de um produto; 2. Internet das Coisas (IoT) - Principais ferramentas, protocolos de comunicação, linguagens de programação e dispositivos eletroeletrônicos; 3. Realidade Virtual e Aumentada - Conhecer sobre criação de simulações e aplicações, usando os softwares Unity3D e o SDK; 4. Explorando o Big Data - Compreender o que é e a importância que tem para as empresas; 5. Fundamentos da Inteligência Artificial - Fornecer o conhecimento necessário para construir um sistema inteligente e realizar aplicações.

MUNDO ÁRABE VÊ POTENCIAL PARA INVESTIR NO AMAZONAS

O potencial para investimento e as novas oportunidades de negócios com o Brasil foram alguns dos assuntos apresentados por representantes da Liga dos Estados Árabes (LEA) em reunião com empresários amazonenses na sede da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM). No centro de interesse do grupo despontaram segmentos como fármacos, cosméticos e alimentos.

O presidente da FIEAM, Antonio Silva, disse que a aproximação do Amazonas com os países árabes possibilita um importante elo comercial, turístico e cultural, pelos laços históricos que a região possui com o Oriente Médio, com destaque para os países árabes. “Reunimos aqui na FIEAM representantes de produtos sustentáveis nos segmentos de cosméticos, fármacos e também alimentícios que estão voltados a abrir novas oportunidades que possam vir a beneficiar a economia e o intercâmbio entre as nossas nações amigas”, disse Antonio Silva.

Para o embaixador da Palestina e decano do Conselho de Embaixadores, Ibrahim Alzeben, o Brasil e o Amazonas têm potencial para oferecer muito mais

do que oferecem hoje e é preciso que as relações firmadas sejam de mão dupla para beneficiar os dois lados.

Sobre as oportunidades, o secretário da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Tamer Mansour, revelou grande interesse dos países árabes na importação de produtos fármacos e cosméticos. Segundo o representante da missão árabe em Manaus, os produtos brasileiros são de qualidade, mas não são bem vendidos.

“Fizemos uma pesquisa no final do ano passado para saber o que ainda distancia o mundo árabe do brasileiro e os resultados apontaram que mais de 70% dos brasileiros e dos árabes se reconhecem como bons parceiros comerciais, portanto, existem alguns obstáculos dentro dessa relação que precisamos resolver”, apontou ele.

Para fortalecer as relações entre os estados membros e o Brasil, segundo Mansour, é preciso romper obstáculos como as barreiras linguísticas, ausência de acordos bilaterais para livre comércio e isenção de bitributação, transporte e logística, além de agilidade para obtenção de visto. Para ele, uma das principais soluções para esses obstáculos está no relacionamento dos investidores com a Câmara de Comércio Árabe Brasileira, que articulam e é a “casa dos árabes” no país para articular negócios com os empresários.

“Percebemos que dentre os estados brasileiros para os árabes, o Amazonas foi o 20º principal estado exportador e o 12º estado importador, isso certamente pela Zona Franca de Manaus (ZFM). É preciso conectar mais as duas partes e promover o desenvolvimento, econômico, social e cultural”, disse ele.

Conforme dados apresentados pelo secretário da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, 22% dos brasileiros desejam conhecer os países árabes e isso, segundo ele, é muito pouco em relação a um universo muito maior de habitantes existentes no país. Outra possível área de investimento está no turismo que, de acordo com Mansour, é o primeiro passo para atrair negócios de ambos os lados, levando o empresário a conhecer e, posteriormente, negociar investimentos.

O encontro contou com a presença dos representantes das empresas Pronatus do Amazonas, Pharmakos D’ Amazônia, Virrosas e Real Bebidas, além dos 22 integrantes da Liga Árabe, os embaixadores da Palestina, da Mauritânia, Marrocos, Tunísia, Sudão, Egito, Estados Árabes), e os encarregados de negócios da Embaixada do Reino Hashemita da Jordânia, e da Embaixada da Líbia (Osama Ibrahim Ayad Sawan).

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