Temporada 2011 | Agosto

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AGOSTO 2011

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Ministério da Cultura apresenta PATroCÍNIo

Caros amigos, Depois de intensa e exitosa série de concertos durante o mês de julho, a Filarmônica traz em agosto apresentações que estão sendo esperadas com grande ansiedade. Receberemos dois dos maiores violinistas da atualidade, Vadim Gluzman e Joshua Bell, que, unidos à Filarmônica, proporcionarão momentos de rara beleza para todos APoIo CULTUrAL os nossos ouvintes. Além disso, apresentaremos o pianista francês Pascal Rogé, detentor de inúmeros prêmios que o consagram como um dos músicos mais importantes daquele país.

SérieS AlleGrO e vivAce

Como parte de nossa constante missão de fomentar e incentivar jovens talentos, estrearemos a peça Aura, do compositor mineiro Sergio Rodrigo, obra esta encomendada pela Filarmônica como resultado do Festival Tinta Fresca, realizado no ano passado.

DIVULgAção

AGOSTO 2011 A música sinfônica está em toda parte. Ela é presente não só na vida dos apaixonados por essa arte, como também no dia a dia de quem ainda não se sente íntimo dela. Você pode não ter percebido, mas a música sinfônica está no cinema antigo, no cinema contemporâneo, nas animações, nos comerciais de TV, nas discotecas dos anos 1970, em novelas, nas artes plásticas e até nos toques de aparelhos celulares do mundo todo. Em 2011, os cadernos das séries Allegro e Vivace vão recordar esses momentos e lugares inesperados em que a música sinfônica se apresenta para todos, mesmo aqueles que não costumam frequentar as salas de concerto.

A Filarmônica continuará divulgando esse nosso grande projeto cultural de Minas Gerais em participações importantes nas APoIo INSTITUCIoNAL temporadas de reabertura dos teatros municipais de São Paulo e Rio de Janeiro, além de trazer a beleza da música clássica sinfônica em concerto aberto na Praça JK e na série de Concertos para a Juventude que, agora, passam a ser apresentados no mais novo espaço cultural da cidade, o Sesc Palladium. Sempre grato pelo continuado entusiasmo que temos recebido do público mineiro, desejo a todos que desfrutem desse calendário rEALIZAção vigoroso proporcionado pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

Assim, convidamos você a sempre voltar a esta sala, onde poderá sentir a força e a sutileza de obras criadas em períodos diferentes, conhecer compositores geniais e intérpretes que emocionam. São grandes as chances de você também se apaixonar. Leonard Bernstein, cuja Serenata poderá ser ouvida pelo público da Filarmônica de Minas no mês de agosto, é um dos personagens mais importantes da música do século XX. Compositor e regente, dividiu seu talento entre a música sinfônica e o teatro musical.

Fabio Mechetti

West Side Story – música de Bernstein e letra de Stephen Sondheim – estreou na Broadway em 1957. Uma das maiores obras do teatro musical, sua montagem original teve mais de setecentas apresentações.

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Fabio Mechetti Diretor Artístico e Regente Titular Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra Sinfônica de Jacksonville desde 1999. Foi também Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse e da Orquestra Sinfônica de Spokane, da qual é, agora, Regente Emérito. Desde 2008 é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, trabalho que lhe deu o XII Prêmio Carlos Gomes na categoria Melhor Regente brasileiro em 2008. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York. Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá. Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia dirigindo a Filarmônica de Tampere, com a qual voltará a realizar uma série de concertos em 2011. No Brasil foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.

foto | André Fossati

Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmen, Don Giovanni, Cosi fan Tutte, Bohème, Butterfly, Barbeiro de Sevilha, La Traviata e As Alegres Comadres de Windsor. Fabio Mechetti recebeu títulos de Mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.

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sÉRIE ALLEGRO 4 de AGOSTO 20h30 GRANDE TEATRO DO PALÁCIO DAS ARTES

Fabio Mechetti regência Vadim Gluzman violino Programa Leonard BERNSTEIN Serenata (1954) [31min] I. Phaedrus: Pausanias – Lento e Allegro marcatto II. Aristophanes: Allegretto III. Erixymathus: Presto IV. Agathon: Adagio V. Sócrates: Alcibíades – Molto tenuto e Allegro molto vivace Solista: Vadim Gluzman INTERVALO Richard WAGNER Tristão e Isolda: Prelúdio e Morte de Isolda (1857) [17 min] Piotr Ilitch TCHAIKOVSKY Francesca da Rimini, op. 32 (1877) [22 min]

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Vadim Gluzman violino

Em técnica e sensibilidade, o violinista israelense Vadim Gluzman remonta à idade de ouro dos violinistas dos séculos XIX e XX, possuindo a paixão e a energia do século XXI. Louvado por crítica e público como um intérprete de grande intensidade, virtuosismo e técnica brilhante, Gluzman vem se apresentando em todo o mundo como solista e em duo formado com sua esposa, a pianista Angela Yoffe. Logo que iniciou sua carreira, Gluzman recebeu incentivo e apoio de Isaac Stern e, em 1994, recebeu o prestigiado Henrik Szeryng Foudation Carrer Award. O violinista se apresenta com um extraordinário Stradivarius de 1690, cedido ao artista pela Sociedade Stradivari de Chicago.

O maravilhoso Vadim Gluzman foi tecnicamente preciso, dramaticamente feroz e simplesmente estarrecedor do começo ao fim. The Guardian, novembro de 2008, sobre execução do Concerto para Violino de Tchaikovsky

Vadim Gluzman apresenta-se regularmente com as maiores orquestras do mundo, como a Filarmônica de Londres, Sinfônica de Chicago, Filarmônica de Israel, sinfônicas de San Francisco, Cincinnati, Detroit, Houston, Vancouver e Seattle, Orquestra Real Nacional da Escócia, Deutsches Symphonie Orchester Berlin, Orquestra de Minnesota, filarmônicas de Munique, Dresden e Czech, Orquestra da Rádio de Stuttgart, Orquestras NHK e KBS, colaborando com os mais destacados regentes do mundo, como Yehudi Menuhin, Neeme Järvi, Andrew Litton, Marek Janowski, Itzhak Perlman, Peter Oundjian, Dmitri Kitaenko, Paavo Järvi, Jésus López-Cobos, Yan Pascal Tortellier, Claus Peter Flor e James DePriest. Grandes festivais também já contaram com sua participação, entre eles Verbier, Ravinia, Lockenhaus, Pablo Casals, Colmar, Jerusalem, the Schwetzinger Festspiele e Festival de Radio France. Na próxima temporada, Vadim Gluzman estreiará com a Sinfônica de Chicago, sob regência de Paavo Järvi, e no Wigmore Hall de Londres, em recital. Fará turnê nos EUA com a Orquestra de Câmara Orpheus, incluindo um concerto no Carnegie Hall, e fará apresentações com várias orquestras nos EUA, Europa e Austrália. Artista exclusivo do selo BIS Records tem, entre lançamentos recentes, gravações dos concertos para violino de Glazunov e Tchaikovsky, com regência de Andrew Litton à frente da Bergen Philharmonic, álbum destacado pelas revistas ClassicFM Magazine, Strad Magazine e Fireworks.

foto | John Kringas

Nascido em 1973 na Ucrânia, Gluzman começou seus estudos de violino aos sete anos, sendo aluno de Zakhar Bron. Em Israel teve aulas com Yair Kless; nos EUA, estudou com Arkady Fomin e, na Juilliard School, com Dorothy DeLay e Masao Kawasaki.

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Bernstein disse uma vez que todas as suas composições poderiam ser consideradas peças teatrais. A Serenata é um concerto em cinco movimentos que refletem a carga emocional dos discursos do livro O Banquete, de Platão.

Leonard BERNSTEIN (EUA, 1918 – 1990) Serenata (segundo “O Banquete” de Platão) para violino, cordas, harpa e percussão Leonard Bernstein foi um importante regente e compositor norteamericano. De estilo eclético, sua música combina características de jazz e de compositores contemporâneos, como Copland, Stravinsky e Gershwin. Bernstein disse uma vez que todas as suas composições poderiam ser consideradas peças teatrais. A Serenata (segundo “O Banquete” de Platão) é um concerto em cinco movimentos. No livro O Banquete, Platão descreve um diálogo de diferentes personagens sobre o tema do amor, onde cada um fala de uma perspectiva diferente. Os cinco movimentos da Serenata refletem, em seu andamento e caráter, a carga emocional presente na argumentação dos diversos discursos apresentados no debate.

foto | Rafael Motta ilustrações compositores | Mariana Simões

I) Phaedrus: Pausanias – Lento e Allegro marcatto O primeiro movimento inicia-se com um solo de violino, muito leve, no registro agudo. À medida que outras linhas instrumentais vão entrando e se acumulando, o violino solista intensifica seu caráter passional e lírico. Após um clímax, a forma se articula com uma mudança de andamento e caráter. Essa segunda seção, mais rápida e dançante, subdivide-se em trechos diferenciados pela densidade da orquestração. Há seções mais fortes, com caráter festivo e brilhante, alternando-se com outras mais leves, onde o solista se projeta de modo mais claro. II) Aristophanes – Allegretto O segundo movimento apresenta uma forma do tipo A B A. Nas seções inicial e final, uma figura melódica em ostinato – com pequenas variações – acompanha o violino solista com frases calmas e sustentadas. Na parte B ouve-se um tema com variações. Sua textura caracteriza-se pela presença de dois planos melódicos complementares, por vezes imitativos. III) Erixymathus – Presto Esse movimento inicia-se com alternâncias entre solista e orquestra,

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como em um desafio de virtuosidade. Após a exposição do tema cromático, ouve-se um fugato onde o tema é apresentado sucessivamente em diferentes naipes instrumentais, e outras camadas melódicas são superpostas à textura contrapontística. Após o clímax, o tema é reexposto no diálogo entre solista e conjunto. IV) Agathon – Adagio O movimento é muito expressivo, evocando algo dos adagios de Mahler. O motivo que havia iniciado a peça retorna, imitado entre violinos e violoncelos, com função de acompanhamento. Sobre esse fundo tranquilo, o solista expõe uma melodia de caráter lírico, no registro agudo. Após um clímax, ouve-se a cadência do solista, sustentado por acordes em tremolo na orquestra. V) Sócrates: Alcibíades – Molto tenuto e Allegro molto vivace A “voz” de Sócrates irrompe forte e dramática, em uma textura de acordes dissonantes pontuada pelos sinos. Em uma segunda seção, ouve-se um dueto de violino e violoncelo, cada qual em uma tonalidade diferente. Seria uma metáfora do diálogo amoroso? Após esse momento, a tensão se apazigua, progressivamente. O Allegro molto vivace é um rondó em que um tema rítmico retorna, incessantemente variado, e é intercalado por seções contrastantes. Ouvem-se referências a Stravinsky (História do Soldado) e mesmo ao jazz. Rogério Vasconcelos Barbosa Professor da Escola de Música da UFMG.

Do Orfeu de Monteverdi ao Tristão e Isolda de Wagner, passando pela Flauta Mágica de Mozart, há um diálogo entre música, mitologia e teatro. A ópera traz uma revolução: uma nova música expressa as paixões e os afetos humanos.

Richard WAGNER (Alemanha, 1813 – Itália, 1883) Tristão e Isolda: Prelúdio e Morte de Isolda Do Orfeu de Monteverdi ao Tristão e Isolda de Wagner, passando pela Flauta Mágica de Mozart, há um diálogo complexo entre música, mitologia e representação teatral. No século XVII, surgindo a ópera, ocorre uma revolução: uma nova música expressa as paixões e os afetos humanos. O princípio psicológico que a orienta é a expectativa de resolução e afrouxamento produzidos por tensões e dissonâncias: o movimento se dirige para o repouso e a dissonância, para a consonância. Como resultado desses fatos psicológicos e musicais aparentemente simples emerge um modo de expressão complexo e sutil: o discurso tonal. O Prelúdio do drama wagneriano Tristão e Isolda sintetiza os procedimentos utilizados pelo compositor e leva o discurso tonal a um extremo que o coloca em xeque. Seu cromatismo expressa a ideia do desejo como tensão em direção a um fim que se desloca continuamente; o ponto de chegada dessa melodia infinita é a libertação pela morte. Os leitmotiven do filtro do amor, do desejo e da morte tecem uma trama sonora que influencia toda a geração de Bruckner, César Franck, Mahler e Richard Strauss. A lenta agonia do discurso tonal provocada pelo Tristão termina em 1908, quando Schoenberg compõe O livro dos jardins suspensos, extraordinário ciclo de canções, e anuncia uma nova música e um novo tempo. Rubner de Abreu Júnior Professor da Fundação de Educação Artística.

PARA OUVIR_ CD Bernstein – Symphony 2 – Serenade After Plato’s Symposium – New York Philharmonic – Leonard Bernstein, regente – Isaac Stern, violino – Sony Music

PARA ouvir_ CD Wagner – Prelúdio e Morte de Isolda – Orquestra Filarmônica de Nova York – Leonard Bernstein, regente – Sony – 1993 Para ler_ História da Música Ocidental – Jean e Brigitte Massin – Nova Fronteira – 1997

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Escrita em um único movimento, a peça inicia-se com a descida de Dante ao inferno. A seção dedicada a Francesca e suas memórias tem algumas das mais belas melodias de Tchaikovsky. O final é forte e comovente.

Piotr Ilitch TCHAIKOVSKY (Rússia, 1840 – 1893) Francesca da Rimini Francesca, filha de Guido da Polenta, Senhor de Ravena, nasceu por volta de 1260. Partidário do Papa, Guido precisou se aliar a Malatesta da Verucchio, Senhor de Rimini, para expulsar os partidários do Sacro Império Romano-Germânico. Para selar a aliança entre as duas famílias, Guido deu sua jovem e bela filha de 15 anos em casamento ao filho mais velho de Malatesta, Giovanni, homem rude e feio. A lenda conta que os Malatesta, imaginando que Francesca poderia recusar o casamento, enviaram o irmão mais jovem de Giovanni, Paolo, o Belo, para realizar o enlace por procuração. Francesca teria visto Paolo pela janela e imaginara que seria seu esposo. Ao acordar em Rimini, quão surpresa ela deve ter ficado ao ver Giovanni ao seu lado. O casal teve uma filha e um filho: Concordia e Francesco. Isso é tudo que sabemos de Francesca pelos documentos históricos. A continuação da história devemos a um contemporâneo seu, Dante Alighieri, que a encontra, juntamente com Paolo, no inferno (A Divina Comédia, Inferno, Canto 5). No segundo círculo do inferno, onde se encontram os que viveram uma vida de luxúria, uma tempestade de vento atormenta a todos, fazendo-os rodopiar no ar, sem descanso. Dante percebe que duas almas giram constantemente abraçadas e pergunta a Virgílio como fazer para conversar com elas. Virgílio lhe diz que espere passar perto mais uma vez e lhes dirija a palavra com amor. As duas almas param de girar e se aproximam. Francesca vem contar sua história. Diz que não há dor maior que recordar-se do tempo feliz, quando se está na miséria. Mas, como o poeta deseja sinceramente saber de sua história, ela conta que ambos se apaixonaram enquanto liam as histórias de Lancelot. Um belo dia, começaram a se observar. Dos olhares vieram os sorrisos e dos sorrisos, o primeiro beijo: “desse dia em diante não lemos mais”. Um dia, seu marido os surpreendeu e os matou violentamente. Francesca e Paolo continuaram juntos no inferno e, enquanto Francesca contava sua história, Paolo chorava copiosamente, ao ponto de Dante sentir tanta piedade de ambos que tombou como tomba um corpo morto. 12

Em agosto de 1876, Tchaikovsky, que já havia desejado transformar a história em uma ópera, escrevia de Paris ao irmão, dizendo estar “inflamado pelo desejo de escrever um poema sinfônico sobre a Francesca”. No início de outubro, de volta a Moscou, ele pôde, finalmente, se dedicar à obra. Em cinco semanas esta obra monumental de aproximadamente 25 minutos estava pronta. Sua estreia se deu em 9 de março de 1877, em Moscou, pela Sociedade Musical Russa, sob a regência de Nikolai Rubinstein. Escrita em um único movimento, a peça inicia-se com a representação da descida de Dante ao inferno (Andante lugubre). Desta seção somos conduzidos à seção seguinte (Allegro vivo) que representa o momento em que Dante testemunha o fenômeno da tempestade de vento que faz as almas girarem. Francesca e Paolo param de girar e ela conta sua história (Andante cantabile non troppo). A seção dedicada a Francesca e suas memórias inicia-se com um belo solo de clarineta e apresenta algumas das mais belas melodias de Tchaikovsky. A tempestade de vento retorna (Allegro vivo), levando embora as duas almas, e a obra chega ao fim, de maneira forte e comovente. Guilherme Nascimento Professor da Escola de Música da UEMG e da Fundação de Educação Artística.

PARA ouvir_ CD Tchaikovsky – Symphony nº 4, Francesca da Rimini – New York Philharmonic Orchestra – Leonard Bernstein, regente – Deutsche Grammophon – 1991 PARA LER_ Dante Alighieri – A divina comédia – São Paulo – Editora 34 – 2010

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sÉRIE Vivace 16 de AGOSTO 20h30 GRANDE TEATRO DO PALÁCIO DAS ARTES

Fabio Mechetti regência Pascal Rogé piano Programa Sergio RODRIGO Aura (2011) [15 min] *Estreia mundial. Obra comissionada pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Camille SAINT-SAËNS Concerto para piano e orquestra nº 5 em Fá maior, op. 103, “Egípcio” (1896) [30 min] I. Allegro animato II. Andante III. Finale: Molto Allegro Solista: Pascal Rogé INTERVALO Maurice RAVEL Daphnis et Chloé: Suíte nº 1 (1911) [12 min] I. Noturno II. Interlúdio III. Dança guerreira Maurice RAVEL Daphnis et Chloé: Suíte nº 2 (1913) [18 min] I. Nascer do dia II. Pantomina III. Dança geral

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PASCAL Rogé piano

Pascal Rogé representa hoje o que há de melhor na performance pianística da música do seu país; suas interpretações de Poulenc, Satie, Fauré, Saint-Saëns e, especialmente, de Ravel, são caracterizadas pela elegância, beleza e delicadeza no fraseado – é artista reconhecido mundialmente quando se trata de repertório francês. Nascido em Paris, Pascal Rogé tornou-se, aos dezessete anos, artista exclusivo do selo Decca. Conquistou inúmeros prêmios de prestígio, incluindo dois Gramophone, um Grand Prix du Disque e um prêmio Edison por suas destacadas interpretações de concertos de Ravel e Saint-Saëns. Outras gravações incluem um ciclo de Debussy e um ciclo de Bartók com a Orquestra Sinfônica de Londres. Para o especial de Poulenc, lançado em 1999, Rogé executou dois concertos para piano – Aubade e Champêtre Concerto – sob regência de Charles Dutoit.

Rogé sabe como capturar a personalidade de cada obra, alcançando um efeito acumulativo de cor extraordinária. The Guardian, janeiro de 2003

Para o Oehms Classics, Rogé gravou o Concerto em Sol e o Concerto para Mão Esquerda, ambos de Ravel, além da Rhapsody in Blue e Um Americano em Paris, de Gershwin, com a Orquestra Sinfônica da Rádio de Viena. Seu projeto mais recente é o Rogé Edition, lançado pelo selo Onyx Classics. O primeiro CD inaugurou seu primeiro ciclo completo de Debussy contendo os Prelúdios, seguido de um segundo CD com Estampas e ainda um terceiro contendo Imagens. O selo Onyx também lançou os Concertos para piano e orquestra de Mozart, com a Orquestra Sinfônica de Indianápolis, um álbum dedicado ao repertório francês para quatro mãos e dois pianos, com a participação de sua esposa, a pianista Ami Rogé, e finalmente o álbum Poètes du Piano – gravação ao vivo de um recital dedicado a Chopin, Debussy, Fauré , Poulenc e Ravel.

foto | Nick Granito

Pascal Rogé já esteve em quase todas as grandes salas de concerto do mundo. Entre as orquestras com as quais se apresentou estão a Orquestra da Filadélfia, Sinfônica de Montreal, Orquestra de Paris, Orquestra Nacional da Radio France, Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam, NHK Orquestra Sinfônica de Tóquio, Orquestra Sinfônica de Viena, Orchestre de la Suisse Romande, Orquestra Gewandhaus de Leipzig e as principais orquestras de Londres. Pascal Rogé apresenta-se regularmente nos Estados Unidos e é convidado frequente no Japão, Austrália e América Latina.

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Compositor, violonista e pianista, Sergio Rodrigo foi duas vezes vencedor do prêmio de composição Camargo Guarnieri e vencedor da edição 2010 do Festival Tinta Fresca, promovido pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

Sergio Rodrigo (Brasil, 1983) Aura

foto | Rafael Motta

Sergio Rodrigo é compositor, violonista e pianista. Estudou na Fundação de Educação Artística e na Escola de Música da UFMG. Tem participado de importantes festivais nacionais e internacionais de composição. Foi duas vezes vencedor do prêmio de composição Camargo Guarnieri (2009 e 2010) e vencedor da edição 2010 do Festival Tinta Fresca, promovido pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. No dicionário, a palavra “aura” remete a duas definições diferentes: 1) vento brando, aragem ou sopro; 2) atmosfera que rodeia ou emana de um corpo. Sergio Rodrigo parece partir do primeiro significado para irrigar sua imaginação. Assim, na partitura, há algumas palavras emblemáticas marcando o início de seções da peça: “linha,” “giro”, “gesto”, “paisagem” e “atmosfera”. Essas palavras estão associadas a qualidades do movimento: movimento linear, por oposição a circular; movimento com deslocamento, em contraste à mobilidade interna. A partir dessa espécie de “pontos cardeais”, o espaço dos movimentos se estrutura e dá nascimento aos diferentes tipos sonoros presentes em Aura. O compositor explora a interação dessas forças de movimento e organiza o percurso temporal de suas ideias sonoras através do contraste apropriado entre elas. Assim, há seções estáticas seguidas por trechos movidos ou precipitados; há momentos em que a escuta se perde em uma indiferenciação harmônica e outros, onde há referências nítidas de notas pivôs. Nesse caso, a recorrência das mesmas notas estabelece um retorno ao mesmo lugar, ou um tipo de movimento sem deslocamento espacial: mobilidade interna. E todas essas forças se apresentam à nossa imaginação, podendo se associar, de modo imprevisível, às metáforas mais sutis. Tudo depende de nossa imaginação criadora, ou da capacidade de nossa escuta se aliar às provocações e desafios do compositor para completar sua obra. Isso porque a música só se completa em nós, isto é, ela necessita de nossos sonhos para abrigar sua efemeridade; suas construções voláteis se elevam sobre nossa memória, sua intensidade nos atravessa e torna-se preciso converter as sensações em sentidos.

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Entretanto, a segunda definição de “aura”, mencionada acima, retorna após a escuta da música de Sergio Rodrigo. Há uma atmosfera expressiva que nos envolve e que nasce – ou emana – diretamente do som. Isso ocorre, acredito, de modo crescente no desdobramento temporal da composição, de modo que, ao final, a escuta é presenteada de modo surpreendente com algo que, até então, aparecia de modo elusivo e pouco evidente. Habituamo-nos a associar ideias musicais a melodias. As melodias recortam-se com clareza do fundo harmônico e da trama orquestral. Quando a escuta é desafiada a compreender qualidades de movimento, precisamos apreender outro tipo de relações de natureza diferente. Trata-se de buscar características globais que se definem entre conjuntos de elementos, a textura. Para isso, é necessário alargar o campo da escuta e ouvir as interferências que os diversos elementos estabelecem entre si. Precisamos perceber as direções que os sons parecem criar, as sensações de proximidade e distância, as impressões de velocidade e lentidão. Precisamos, ainda, captar as atmosferas, seguir as linhas, reconhecer a direção dos gestos, a recorrência dos giros e a imobilidade das paisagens sonoras. Rogério Vasconcelos Barbosa Professor da Escola de Música da UFMG.

Saint-Saëns marcou profundamente a vida intelectual de seu tempo. Produto e artífice de uma época, manteve-se fiel à estética romântica que ajudara a consolidar e que lhe parecia suficiente aos seus propósitos expressivos.

Camille SAINT-SAËNS (França, 1835 – 1921) Concerto para piano n° 5, op. 103 Camille Saint-Saëns começou a estudar piano antes dos três anos e, aos dez, já se apresentava em público tocando concertos de Beethoven e de Mozart. Sua primeira sinfonia, composta na adolescência, recebeu elogios de Liszt e suscitou o célebre comentário de Berlioz: “ele sabe tudo, só lhe falta inexperiência”. Em 1896, comemorando o Jubileu de Ouro como compositor, Saint-Saëns estreou, na sala Pleyel, seu quinto e último concerto para piano. Chamado “O egípcio”, foi motivado por uma viagem ao país do Nilo e contém alguns trechos que evocam o Oriente, embora de maneira apenas convencionalmente estilizada. No primeiro movimento, Allegro animato, após breve introdução da orquestra, o piano apresenta o tema principal, de simplicidade arcaica, sobre o acorde de Fá maior. O segundo tema, de caráter lírico, desenho melódico instável e sincopado, em tom menor, é também confiado ao solista. Um elaborado diálogo entre os temas, com contrastes por vezes dramáticos, atinge grande densidade polifônica. No desenvolvimento, curiosamente, há uma citação da ária Mon coeur s’ouvre à ta voix, da ópera Sansão e Dalila, de autoria de Saint-Saëns. No final, omite-se a tradicional cadência virtuosística e a coda termina com o piano retomando o segundo tema. O movimento seguinte, Andante, tem caráter rapsódico e pretensamente oriental. O tema do Allegretto central deriva, segundo indicações precisas do compositor, de uma nativa canção de amor ouvida por ele enquanto descia o Nilo. Entretanto, transfigurado pela sensibilidade europeia do compositor, o canto dos barqueiros núbios mostra-se aqui pouco característico e superficialmente exótico.

PARA LER_ Sérgio Freire, Alice Belém, Rodrigo Miranda – Do conservatório à escola: 80 anos de criação musical em Belo Horizonte – Editora UFMG – 2006

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O Finale, molto allegro, exuberante e expansivo, desenvolve seus temas em numerosas variações pianísticas, sobre uma orquestração refinada. A coda apresenta um turbilhão de oitavas cintilantes e conclui a obra de maneira eminentemente virtuosística.

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Saint-Saëns marcou profundamente a vida intelectual de seu tempo com a multiplicidade de suas atividades – compositor, pianista, organista, professor, maestro, influente crítico musical, revisor e editor de grandes autores do passado, poeta, dramaturgo, geólogo e astrônomo amador. Com o passar dos anos, consagrou-se internacionalmente, recebendo importantes títulos honorários e empreendendo longas turnês pelos cinco continentes. Em 1899 esteve no Brasil, apresentando na capital paulista seu Scherzo para dois pianos, ao lado de Henrique Oswald. Sua cantata Le feu céleste abriu a Exposição Universal de Paris (1900) e uma nova turnê norteamericana, em 1915, confirmou o imenso prestígio do compositor e pianista de oitenta anos. Mas todo esse brilho não impediu o eclipse parcial de sua música, face às inúmeras correntes vanguardistas das primeiras décadas do século XX. O longevo compositor, ainda em plena atividade, parecia, então, anacrônico. Produto e artífice de uma época, Saint-Saëns manteve-se fiel à estética romântica que ajudara a consolidar e que lhe parecia suficiente aos seus propósitos expressivos. Inquestionável é sua importância histórica no renascimento da música instrumental francesa: em 1871, Saint-Saëns fundou a Sociedade Nacional da Música (à qual se filiaram César Franck, Massenet, Lalo, Fauré e Duparc, entre outros), voltada exclusivamente para a interpretação de obras de compositores franceses vivos. Paulo Sérgio Malheiros dos Santos Professor na Escola de Música da UEMG.

PARA ouvir_ CD Camille Saint-Saëns – Concertos para Piano nº 2 e nº 5 – Orquestra da Rádio de Luxemburgo – Louis de Froment, regente – Gabriel Tacchino, piano – Padrão Distribuição de fonogramas Ltda – 1976 CD Saint-Saëns – Concertos para Piano – Royal Philharmonic Orchestre – Charles Dutoit, regente – Pascal Rogé, piano – DECCA Para ler_ Otto Maria Carpeaux – Uma nova história da música – Ediouro – 1999

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“Meu trabalho de composição começa com um longo período de gestação consciente e, em geral, necessário. Posso ficar ocupado por anos sem escrever uma única nota. Após esse período, a escrita flui rapidamente.” Maurice Ravel

MAURICE RAVEL (França 1875 – 1937) Daphnis et Chloé, suítes nos 1 e 2 Ravel não parece se encaixar na imagem popular dos gênios subjugados por inspirações arrebatadoras, que passam dias compondo à exaustão e que emergem do transe com uma obra que parece ter surgido por vontade própria. Ravel não compunha diariamente, embora fosse capaz de compor rapidamente, quando necessário. Suas ocupações diárias eram as mesmas de qualquer pessoa comum: ele gostava não apenas de música, mas também de cuidar do jardim, de passear ao ar livre e de observar as estrelas. “Meu trabalho de composição começa com um longo período de gestação consciente e, em geral, necessário. Posso, portanto, ficar ocupado por anos sem escrever uma única nota. Após esse período, a escrita flui rapidamente.” Existia, entretanto, algo que despertava nele o ímpeto de compor: a aparição de um novo “problema” a ser solucionado. E os “problemas” geralmente vinham na forma de encomendas de novas obras. As encomendas costumavam trazer sugestões de universos sonoros que dificilmente lhe ocorriam se deixado por conta própria. Em 1909, Sergei Diaghilev encomendou, a Ravel, um balé sobre a história de Daphnis e Chloé, no mesmo ano em que encomendava, a Stravinsky, um balé sobre o conto de fadas russo O Pássaro de Fogo. O jovem Stravinsky, de 27 anos, era desconhecido fora da Rússia, enquanto Ravel, sete anos mais velho, já se tornava relativamente famoso em toda a Europa. Ravel começou imediatamente a compor o balé, mas só viria a terminá-lo três anos mais tarde, em 1912. Nesse meio tempo, os Ballets Russes estrearam o Pássaro de Fogo de Stravinsky, assim como seu segundo balé, Petrushka, enquanto Ravel orquestrava suas próprias composições Ma mère l’oye e Valses nobles et sentimentales.

Daphnis e Chloé é um dos mais antigos e conhecidos romances gregos. Escrito por volta do século II d.C., sua autoria é atribuída a um

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autor de nome Longus, a respeito do qual pouco se sabe. A história fala da vida do pastor Daphnis e da pastora Chloé, seu amor e suas aventuras. Ambos foram abandonados pelos respectivos pais quando muito pequenos, na ilha de Lesbos, e criados por pastores: Daphnis por Lamon e Chloé por Dryas. À medida que cresciam, as crianças Daphnis e Chloé se apaixonavam um pelo outro, sem compreenderem o significado do amor que sentiam. Em um dia de festa, Chloé é sequestrada por piratas, Daphnis chora e reza para que ela retorne com vida. O deus Pan o ajuda e resgata Chloé. Todos comemoram seu regresso, uma grande festa é armada e os dois podem, finalmente, se casar. O balé é dividido em três partes. A primeira inicia-se com uma dança religiosa em que vários pastores tomam parte, incluindo Daphnis e Chloé, até o momento em que Chloé é sequestrada pelos piratas e os pastores invocam o deus Pan. A segunda parte se passa no acampamento dos piratas; Chloé tenta, em vão, fugir, mas é recapturada. O deus Pan surge. Na terceira parte, Chloé é trazida de volta, os pastores se alegram, dançam uma dança frenética e Daphnis e Chloé se reúnem finalmente.

também, como habilidoso construtor de cenas. Em 1911, antes de terminar a orquestração do balé, Ravel extraiu, da música que havia composto até aquele momento, uma suíte de concerto. Intitulada Suíte no 1, ela foi estreada antes do balé, no dia 2 de abril de 1911, pela Orquestra Colonne, com regência de Gabriel Pierné. Após a estreia do Balé, Ravel trabalhou na elaboração da Suíte no 2, que só seria estreada em 1913. O material musical da Suíte no 1 (Nocturne, Interlude e Danse guerrière) foi retirado das partes 1 e 2 do balé, desde a dança dos pastores e o sequestro de Chloé até o seu resgate pelo deus Pan. O material musical da Suíte no 2 (Lever du jour, Pantomime e Danse générale) foi retirado da parte 3 do balé: do dia seguinte ao resgate até a dança final da união dos amantes. Guilherme Nascimento Professor na Escola de Música da UEMG e na Fundação de Educação Artística.

Ravel participou da elaboração do argumento, juntamente com Michel Fokine, coreógrafo dos Ballets Russes. A partitura para piano ficou pronta em maio de 1910, mas a orquestração só seria finalizada no dia 5 de abril de 1912, dois meses antes da estreia. A primeira apresentação, no dia 8 de junho de 1912, no Théâtre du Châtelet, em Paris, teve Pierre Monteux como regente, Vaslav Nijinsky no papel de Daphnis, Tamara Karsavina no de Chloé, coreografia de Michel Fokine, cenário e figurinos de Léon Bakst e corpo de bailarinos do Ballets Russes. A apresentação foi um sucesso e ajudou a estabelecer a reputação de Ravel como um dos principais compositores franceses da época. O balé Daphnis et Chloé emprega a maior orquestra já utilizada por Ravel. Seu papel é imprescindível, não apenas interpretando as cenas como dando suporte à dança. A orquestra é ainda responsável por garantir a clareza das passagens, em um balé cuja ação é extremamente complexa. As cordas sustentam o edifício musical, tocando constantemente em divisi, permitindo, assim, uma maior liberdade às madeiras para interpretar as sutilezas dos personagens, e aos metais para representar as multidões. Um coro, colocado atrás da cena, canta as notas sem texto e adiciona efeitos maravilhosos a diversas passagens (nessas suítes de concerto, o coro pode ser substituído por uma versão gravada).

Daphnis et Chloé, uma das obras essenciais da música do século XX, nos permite apreciar Ravel em um de seus melhores momentos, não apenas como grande compositor e refinado orquestrador, mas,

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PARA OUVIR_ CD Ravel – Daphnis et Chloé, La Valse – Berliner Philharmoniker – Pierre Boulez, regente – Deutsche Grammophon – 1995 CD Lorin Maazel conducts Ravel – Boléro, Daphnis et Chloé suites 1 & 2, La Valse, Rapsodie Espagnole – Berliner Philharmoniker – Lorin Maazel, regente – RCA Victor – 1997

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sÉRIE ALLEGRO 25 de AGOSTO 20h30 GRANDE TEATRO DO PALÁCIO DAS ARTES

Fabio Mechetti regência Joshua Bell violino Programa Alberto GINASTERA Variaciones concertantes, op. 23 (1953) [21 min] Mozart CAMARGO GUARNIERI (*) Suíte Vila Rica (1958) [19 min] I. Maestoso II. Andantino III. Misterioso IV. Scherzando V. Agitato VI. Alegre VII. Valsa VIII. Saudoso IX. Humorístico X. Gingado INTERVALO Piotr Ilitch TCHAIKOVSKY Concerto para violino e orquestra em Ré maior, op. 35 (1881) [35 min] I. Allegro moderato II. Canzonetta III. Allegro vivacissimo Solista: Joshua Bell (*) Osesp – Edição Criadores do Brasil

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Joshua Bell VIOLINO

Joshua Bell tem encantado plateias em todo mundo com seu tom de rara beleza e um virtuosismo de tirar o fôlego, qualidades que lhe renderam o título de “superstar da música clássica”. Ganhador do Prêmio Avery Fisher e premiado como melhor instrumentista de 2010 pelo Musical America’s, Joshua Bell foi recentemente nomeado Diretor Musical da Academia de Saint Martin in the Fields. O violinista chamou a atenção aos quatorze anos em sua estreia com Riccardo Muti e a Orquestra da Filadélfia. Atualmente atua como concertista, músico de câmara, líder de orquestra e compositor que executa suas próprias cadências em muitos dos maiores concertos do repertório. Sua agenda em 2011 inclui participações em diversos festivais, como o Ravinia, Tanglewood, Verbier e Mostly Mozart. Apresenta-se com a Filarmônica de Los Angeles e com as sinfônicas de Montreal, Dallas, Colorado, Atlanta, San Francisco e a National Symphony Orchestra. Para este ano ainda estão previstos um recital no Carnegie Hall, apresentações com a Filarmônica de Nova York e turnês pela Europa.

Bell evoluiu do gênio técnico para o verdadeiro artista e intelectual, cuja música se alimenta tanto de seu cérebro quanto de seu coração. Newsweek, agosto de 1999

Em 2012 Joshua Bell fará turnês nos EUA com a Academy of Saint Martin in the Fields. Também estão agendadas viagens pela Europa com a Orquestra Filarmônica de Londres e Vladimir Jurowski, além de recital ao lado de Jeremy Denk. Artista exclusivo do selo Sony Classical, terá um novo álbum lançado em janeiro de 2012: French Impressions, dedicado às sonatas francesas e com participação de Jeremy Denk. Desde seu primeiro LP, lançado aos 18 anos, Bell já gravou mais de 36 CDs que lhe renderam os prêmios Mercury, Grammy, Gramophone e Echo Klassik Awards. Lançamentos recentes incluem At Home With Friends, a trilha sonora do filme Defiance, As Quatro Estações de Vivaldi e o Concerto para violino e orquestra de Tchaikovsky com a Orquestra Filarmônica de Berlim. Foi especialmente aclamado pela crítica por suas gravações de Sibelius, Goldmark e os concertos de Beethoven e Mendelssohn, ambos com cadências escritas por ele mesmo, além da trilha sonora vencedora do Oscar do filme O Violino Vermelho. Joshua Bell ganhou seu primeiro violino aos quatro anos e aos doze dedicava-se com seriedade ao instrumento graças à orientação do violinista e pedagogo Josef Gingold.

foto | Marc Hom

O artista apresenta-se com um violino Gibson ex-Huberman Stradivarius de 1713.

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[...] um tema para violoncelo e harpa e onze variações e interlúdios. Cada variação destaca as possibilidades e a beleza de um instrumento solista, enquanto os interlúdios se destinam a grupos, um de cordas, outro de sopros.

Alberto GINASTERA (Argentina, 1916 – Suíça, 1983) Variaciones Concertantes, op. 23 Alberto Ginastera ocupa um dos mais importantes lugares no panorama da música argentina. Sua linguagem conheceu inúmeras transformações, desde a inspiração no folclore até todas as experiências do século XX. A partir da Sonata nº 1 para piano (1952) e das Variações Concertantes op. 23 começa sua carreira internacional, após um período de meditação e escolha de caminhos. As Variações, dedicadas a Igor Markevitch, foram estreadas por esse regente. A orquestração é composta por madeiras, metais, tímpanos, harpa e cordas. Consta de um tema para violoncelo e harpa e de onze variações e interlúdios. Cada variação destaca as possibilidades e a beleza de um instrumento solista, enquanto os interlúdios se destinam a grupos, um de todas as cordas, outro de sopros. O acorde formado pelas cordas soltas do violão aparece na exposição do tema. Enquanto a harpa toca essas notas, o violoncelo expõe o tema. Em outras passagens reaparece esse acorde que se encontra em muitas obras do autor, adquirindo valor simbólico. Na última variação surge o ritmo do Malambo, tradicional dança dos gaúchos argentinos. Equilíbrio formal, orquestração refinada, interessante uso do material temático e exemplar poder de síntese são características da obra. Mirta Herrera

foto | Rafael Motta

pianista

PARA OUVIR_ CD Alberto Ginastera – Obras – Israel Chamber Orchestra – Gisele Ben-Dor, regente – Naxos – 2010 Alberto Ginastera – Obras – Royal Philarmonic Orchestra – Enrique Arturo Diemecke, regente – Sum Records – 2005

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Em ambiente sonoro singular, os temas da Suíte ilustram o contexto do filme inspirado nos ideais da Inconfidência Mineira, transpostos para os anos 1940 em Ouro Preto, onde estudantes se rebelam em tempos de ditadura.

Camargo Guarnieri (Brasil, 1907 – 1993) Suíte Vila Rica

solo dos instrumentos de sopro em caráter leve e jocoso, ilustrando o reencontro do herói com sua amada. É no Agitato que Guarnieri emprega o tema da canção folclórica mineira Tim, tim oi lá lá. No sexto movimento, Alegre, destaca-se o diálogo entre cordas e sopros em espírito festivo. Esse movimento foi empregado durante a cena em que o poeta socorre sua musa após sofrer uma queda. A musa, em momento posterior, executa ao piano a Valsa, também apresentada no filme em versão orquestral. O Saudoso nos remete às modinhas brasileiras e ilustra o momento em que os alunos são informados do afastamento de um querido professor. Em seguida surge o Humorístico, movimento com caráter vivo e ritmado, ouvido quando os rebeldes se retiram da república onde residiam e passam a morar nas ruas da cidade. A conclusão da Suíte efetiva-se com o Gingado, em ritmo de baião, empregado quando o professor detestado pelos alunos é levado a abdicar da disputa.

A Suíte Vila Rica foi composta a partir da trilha sonora produzida por Guarnieri em 1957 para o filme Rebelião em Vila Rica. A peça, inicialmente escrita para ilustrar as cenas do filme, foi reelaborada, no ano seguinte, sob formato orquestral e estreada em 1958 pela Orquestra Sinfônica Brasileira, no Rio de Janeiro, sob a regência do autor.

Este ciclo foi a única obra produzida por Guarnieri com finalidade cinematográfica. A composição foi dedicada ao então Ministro da Educação e Cultura Clóvis Salgado, no período em que Guarnieri atuou como assessor musical junto ao Ministério. Rebelião em Vila Rica foi um dos primeiros filmes coloridos produzidos no Brasil, com roteiro dos mineiros Geraldo e Renato Santos Pereira.

A obra desse período de Guarnieri constituiu-se em uma expressão emblemática de aspectos peculiares do “nacional-modernismo” através de configurações rítmicas e melódicas diretamente ligadas à identidade brasileira. É possível reconhecer, na Suíte, elementos inspirados nas modinhas, toadas, cantigas infantis, rodas das violas caipiras e danças de origem africana.

César Buscacio Professor na Universidade Federal de Ouro Preto.

Em ambiente sonoro singular, os temas apresentados na Suíte ilustram o contexto dramático do filme inspirado nos ideais da Inconfidência Mineira, transpostos para os anos de 1940 em Ouro Preto, onde estudantes universitários se rebelam em tempos opressivos de ditadura reivindicando a demissão de um tirânico reitor. Os personagens da trama são batizados com nomes de personalidades históricas da Inconfidência, como o poeta Gonzaga, a musa Marília, o herói Xavier e o traidor Silvério. A Suíte é composta de dez curtos movimentos. O movimento de abertura, Maestoso, empregado nas cenas finais do filme, abre a Suíte com um tema executado por toda a orquestra em caráter magnificente. Já no segundo movimento, Andantino, sombrio e introspectivo, destaca-se um delicado solo de flauta na seção intermediária. O Andantino ilustra o momento de abertura do filme durante a exibição de belas imagens da cidade ao fundo. O terceiro movimento, Misterioso, enfatiza o momento de conflito da trama, no qual se revela a ação do traidor do enredo. Em contraste, surge o Scherzando, com um breve

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PARA OUVIR: CD Guarnieri – Sinfonias nos 5 e 6, Suíte Vila Rica – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – John Neschling, regente – BIS – 2009 Para ler: Flávio Silva (org.) – Camargo Guarnieri: o tempo e a música – Funarte/Imprensa Oficial – 2001

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Composto em apenas um mês, é ainda hoje considerado um dos concertos mais difíceis escritos para o violino. Tchaikovsky inicialmente dedicou-o ao violinista Leopold Auer, que o considerou impossível de ser tocado.

depois. Quando já ultrapassamos a metade do movimento e caminhamos para o fim, o violino inicia uma longa cadência virtuosística, escrita pelo próprio compositor. Logo após, em uma passagem extremamente suave nas cordas, a flauta anuncia o tema principal. Tem início a reexposição temática, que nos conduzirá à explosão do tutti final.

Piotr Iilitch TCHAIKOVSKY (Rússia, 1840 – 1893) Concerto para violino e orquestra Em 1877, aos 37 anos de idade, Tchaikovsky fugia para o balneário suíço de Clarens, à beira do Lago de Genebra. Após uma união desastrada com sua ex-aluna Antonina Miliukova, ele precisava se recuperar do colapso nervoso causado por um casamento que durara apenas seis semanas. A estada em Clarens, entretanto, parece ter-lhe feito muito bem. Nos seis meses que lá ficou, compôs algumas de suas obras mais importantes: a Sinfonia nº 4, a ópera Eugene Onegin e o Concerto para violino e orquestra. Enquanto em Clarens, Tchaikovsky recebeu a visita de um antigo aluno, o violinista Yosif Kotek, que lhe deu a assistência técnica que precisava para compor o Concerto. Composto em apenas um mês, é ainda hoje considerado um dos concertos mais difíceis jamais escritos para o violino. Tchaikovsky inicialmente dedicou o Concerto ao violinista Leopold Auer, professor do Conservatório e primeiro violino do quarteto de cordas da Sociedade Musical Russa e das orquestras dos teatros imperiais de São Petersburgo (Teatro Imperial Bolshoi Kamenny, Teatro Imperial Mariinsky, Teatro Imperial Hermitage e Teatro Imperial de Peterhof). Porém, Leopold Auer não se entusiasmou muito com o Concerto e o considerou impossível de ser tocado. Triste com a demora de Auer em estreá-lo, Tchaikovsky providenciou uma segunda edição, desta vez dedicada ao violinista Adolph Brodsky, que o estreou em Viena, no dia 4 de dezembro de 1881, sob a regência de Hans Richter. O Concerto para violino e orquestra possui três movimentos. O primeiro (Allegro moderato) inicia-se com uma breve introdução da orquestra, seguida por um pequeno trecho em que o violino toca sozinho, preparando a entrada do tema principal (Moderato assai). O violino apresenta os temas em passagens extremamente virtuosísticas, ficando a orquestra encarregada de reapresentá-los logo

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O segundo movimento, uma Canzonetta (Andante), inicia-se com um belo coral das madeiras. Este coral não apenas prepara a entrada do solista como, ao final, fechará o movimento criando, assim, uma moldura onde, no centro, solista e orquestra travam um belíssimo diálogo musical. O Finale (Allegro vivacissimo) deve ser atacado logo após o segundo movimento, sem intervalo. Com temas eslavos e um jogo constante de acelerar e desacelerar, o terceiro movimento parece uma festa cigana onde o violino toca como se estivesse improvisando o tempo todo. Este movimento incomodou profundamente o crítico Eduard Hanslick, presente na estreia. Para ele, a maneira direta com que Tchaikovsky cria a atmosfera festiva cigana era obscena e incivilizada: “quando se escuta esta música é possível ver uma série de rostos selvagens, ouvir seu linguajar bárbaro e sentir o cheiro de bebida”. Talvez para ele, e para os vienenses da época, isto fizesse sentido. Para nós, não é nada mais que uma música divina e encantadora, com um sabor exótico de um mundo distante. Guilherme Nascimento Professor da Escola de Música da UEMG e da Fundação de Educação Artística.

PARA ouvir_ CD Tchaikovsky – Violin Concerto – Berliner Philharmoniker – Michael Tilson Thomas, regente – Joshua Bell, violino – Sony – 2005 CD Tchaikovsky: Violin Concerto/Souvenir d’un lieu cher – Mahler Chamber Orchestra – Daniel Harding, regente – Janine Jansen, violino – Decca – 2009

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PARA APRECIAR UM

CONCERTO Silêncio

Programa

Em uma sala de concerto, o silêncio é fundamental para que você possa ouvir cada detalhe da música. Ruídos incomodam e dificultam a apreciação das obras e a concentração dos músicos.

A leitura do programa oferece uma oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a música, os compositores e os intérpretes que se apresentam. Ele será seu guia para a boa compreensão das obras executadas. Você também poderá consultá-lo no site antes de vir para o concerto.

Aparelhos eletrônicos O celular perturba o silêncio necessário à apreciação do concerto. Tenha certeza de que o seu está desligado.

Aplausos O aplauso é o elogio da plateia. E, como todo elogio, faz toda a diferença usá-lo na hora certa. É tradição na música clássica aplaudir apenas no final das obras, que, muitas vezes, se compõem de duas, três ou mais partes. Quando uma dessas partes termina, não significa que a música chegou ao fim. Consulte o programa para saber o número de movimentos e o final de cada obra e fique de olho na atitude e gestos do regente e dos músicos.

Tosse Tosse chama a atenção. Como um apreciador da música, você não vai querer desviar os olhares para sua direção. Por isso, se estiver com tosse, experimente usar uma pastilha antes do concerto e aliviar alguma irritação na garganta antes de entrar na sala e durante os intervalos.

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Pontualidade Atraso e procura de lugares As portas do Grande Teatro são fechadas após o terceiro sinal. Depois do início da apresentação, a entrada só é permitida em momentos que não interrompam o concerto. Quando você puder entrar, escolha silenciosamente um lugar vago ao fundo da sala. Evite andar e trocar de poltrona durante a execução das músicas. Se tiver de sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.

Outras recomendações Crianças Se você estiver com crianças muito novas, prefira os assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se a criança se sentir desconfortável. Registros Fotos e gravações em áudio e vídeo não são permitidos. Aproveite o concerto ao vivo.

Comidas e bebidas O consumo de comidas e bebidas não é permitido no interior da sala de concerto.

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Foto: Alexandre Motta

SÉRIES E OUTROS

Concertos

Música clássica faz bem para o coração. Se faz bem para o coração, o Instituto Unimed-BH apoia.

Allegro e Vivace São séries realizadas em noites de terça (Vivace) e quinta-feira (Allegro), no Grande Teatro do Palácio das Artes. Ambas apresentam repertório que inclui sinfonias e outras músicas de diferentes períodos históricos, trazendo frequentemente obras pouco conhecidas e inéditas, com a presença de convidados de renome internacional.

Concertos para a Juventude A iniciativa recupera a tradição de concertos sinfônicos nas manhãs de domingo, dedicados à família. As apresentações têm ingressos a preços populares e contam com a participação de jovens solistas.

Clássicos no Parque Com um repertório que abrange música sinfônica diversificada, os concertos proporcionam momentos de descontração e entretenimento a um público amplo e heterogêneo. Realizados aos domingos, nos parques da cidade.

Concertos Didáticos São concertos de caráter didático, com entrada franca, para grupos de crianças e jovens da rede escolar pública e particular, instituições sociais e universidades. Além de apreciar a boa música, o público recebe informações sobre a orquestra, os instrumentos e as diversas formas musicais.

Festivais São eventos idealizados para oferecer ao público experiências musicais específicas. O Festival Tinta Fresca procura identificar e promover novos compositores brasileiros. O Laboratório de Regência tem por finalidade dar oportunidade a jovens regentes brasileiros, de comprovada experiência, de desenvolver, na prática, a habilidade de lidar com uma orquestra profissional.

A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais conta com o apoio do Instituto Unimed-BH. Com a captação de recursos de pessoas físicas, o Programa Cultural Unimed-BH promove a dança, o teatro, a música instrumental e erudita, oferecendo ao público mineiro uma intensa programação cultural, gratuita ou a preços acessíveis. Para a Unimed-BH, é uma emoção comemorar 40 anos levando mais arte e alegria para todos.

Turnês Estaduais

CULTURA

As turnês estaduais levam a música de concerto a diferentes regiões de Minas Gerais, possibilitando que novos públicos tenham o contato direto com música sinfônica de excelência.

Turnês Nacionais A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais percorre importantes regiões e centros culturais do Brasil, a fim de divulgar a boa música e representar o estado no cenário nacional erudito.

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Originalmente, a palavra orquestra vem do grego para se referir a um grupo de instrumentistas tocando juntos. Sinfônico quer dizer “em harmonia” e filarmônico, “amigo da harmonia”. Uma orquestra filarmônica é, portanto, sinfônica, pois seus músicos devem tocar em harmonia e ser capazes de executar as composições sinfônicas criadas pelos compositores de todos os períodos da música clássica, especialmente as mais complexas, a partir do século XIX. Queremos que a nova orquestra de Minas seja de todos nós, amigos da harmonia, o que motivou a escolha do nome Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

Respeite a sinalização de trânsito.

Não existe diferença entre uma orquestra e outra se a dúvida é sobre seu tamanho ou composições que cada uma pode tocar. Uma orquestra pode ser de câmara se tem um número pequeno de instrumentos, mas, se for completa, com todas as famílias de instrumentos, ela será sinfônica ou filarmônica. Esses prefixos serviram, durante muitos anos, para designar a natureza da orquestra, se “pública” ou “privada”. Isso porque se convencionou chamar de filarmônica a orquestra mantida por uma sociedade de amigos admiradores da música, enquanto sinfônica era a orquestra mantida pelo Estado. Hoje não se pode mais fazer essa distinção, seja no Brasil ou em outros países, já que ambas dependem do auxílio tanto da iniciativa privada como dos governos.

Mercedes-Benz, marca do Grupo Daimler.

Qual a diferença entre Orquestra Sinfônica e Orquestra Filarmônica?

Peças em perfeita harmonia, que despertam emoções e nos levam a vários lugares. É, temos muito em comum com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. A Mercedes-Benz acredita que investir em cultura é ajudar no desenvolvimento das pessoas e do país.

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PRÓXIMOS

Concertos AGOSTO

Série Allegro 4 de agosto, quinta-feira, 20h30, Palácio das Artes Fabio Mechetti, regência Vadim Gluzman, violino BERNSTEIN / WAGNER / TCHAIKOVSKY Clássicos no Parque 7 de agosto, domingo, 18h, Praça JK Marcos Arakaki, regência GLINKA / MOZART / BIZET / J. STRAUSS / KATCHATURIAN Série Vivace 16 de agosto, terça-feira, 20h30, Palácio das Artes Fabio Mechetti, regência Pascal Rogé, piano SERGIO RODRIGO / SAINT-SAËNS / RAVEL Rio de Janeiro 17 de agosto, quarta-feira, 20h, Theatro Municipal do Rio de Janeiro Fabio Mechetti, regência Pascal Rogé, piano SERGIO RODRIGO / SAINT-SAËNS / RAVEL São Paulo 18 de agosto, quinta-feira, 21h, Theatro Municipal de São Paulo Fabio Mechetti, regência Pascal Rogé, piano SERGIO RODRIGO / SAINT-SAËNS / RAVEL

SETEMBRO

Série Vivace 6 de setembro, terça-feira, 20h30, Palácio das Artes Fabio Mechetti, regência Arnaldo Cohen, piano H. TAVARES / RACHMANINOFF Turnê Nacional 8 a 14 de setembro Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Blumenau, Londrina e Paulínia Fabio Mechetti, regência Arnaldo Cohen, piano H. TAVARES / RACHMANINOFF Série Allegro 22 de setembro, quinta-feira, 20h30, Palácio das Artes Isaac Karabtchevsky, regente convidado Sergei Nakariakov, trompete HUMMEL / ARBAN / DVORÁK Concertos para a Juventude 25 de setembro, domingo, 11h, Sesc Palladium Marcos Arakaki, regência Lucas Thomazinho, piano DVORÁK / SAINT-SAËNS Concertos Didáticos 26 de setembro, segunda-feira, 9h30, Sesc Palladium Marcos Arakaki, regência Fausto Borém, contrabaixo / narrador GLINKA / FAUSTO BORÉM / KATCHATURIAN / BIZET

Série Allegro 25 de agosto, quinta-feira, 20h30, Palácio das Artes Fabio Mechetti, regência Joshua Bell, violino GINASTERA / GUARNIERI / TCHAIKOVSKY Concertos para a Juventude 28 de agosto, domingo, 11h, Sesc Palladium Marcos Arakaki, regência Rommel Fernandes, violino Nilson Bellotto, contrabaixo GUARNIERI / BOTTESINI / GINASTERA Concertos Didáticos 29 de agosto, segunda-feira, 9H30, Sesc Palladium Marcos Arakaki, regência Fausto Borém, contrabaixo / narrador GLINKA / FAUSTO BORÉM / KATCHATURIAN / BIZET

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ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS | Agosto | 2011 Fabio Mechetti

REGENTE ASSISTENTE

Camila Pacífico

Primeiros Violinos

Camilla Ribeiro Ministério da Cultura apresenta

Anthony Flint spalla

Eliseu Martins de Barros concertino

Rommel Fernandes assistente de spalla

Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic Marcio Cecconello Martha de Moura Pacífico Mateus Freire SérieS AlleGrO Patrick Desrosiers Rodolfo Marques Toffolo Rodrigo de Oliveira Anderson Farinelli **** Elias Martins de Barros **** Luciana Arraes **** Pedro Della Rolle **** Thiago Paganini **** Segundos Violinos

Lina Radovanovic Matthew Ryan-Kelzenberg Pedro Bielschowsky Renato de Sá **** Robson Fonseca ****

Marcos Arakaki

Daniel Leal Romilso Curvelo **** Trombones

Mark John Mulley * Wagner Mayer ** Renato Lisboa

PATroCÍNIo

Tuba

Contrabaixos

Colin Chatfield * Mark Wallace ** Fountain e Brian vivAce Hector Manuel Espinosa Marcelo Cunha Nilson Bellotto Valdir Claudino Flautas

Cássia Lima* Renata Xavier ** Alexandre Braga Caroline Lohmann

Eleilton Cruz * Tímpanos

Ambjorn Lebech * Percussão

Rafael Costa Alberto * Daniel Lemos ** Werner Silveira Sérgio Aluotto Fernando Rocha **** John Boudler **** Leonardo Gorosito **** Piero Guimarães ****

Frank Haemmer * Harpa Oboés Jovana Trifunovic ** Mareike Burdinski * Alexandre Barros * Eri Lou Miyake Nogueira Jennifer Campbell **** Ravi Shankar ** Gláucia de Andrade Borges Israel Silas Muniz José Augusto de Almeida Teclados Moisés Pena Leonardo Ottoni Ayumi Shigeta * Luka Milanovic Clarinetes Gerente Marija Mihajlovic Dominic Desautels * Jussan Fernandes Radmila Bocev Marcus Julius Lander ** Inspetora AEllwanger música sinfônica estáNey em toda Franco parte. Tiago Campos Karolina Lima Valentina Gostilovitch Alexandre Silva Ela éCardoso presente essa arte, como Anderson **** não só na vida dos apaixonados por Assistente Administrativo Fagotes Luiza de Castro **** também no dia a dia deCatherine quem ainda não se senteDébora íntimo dela. Vieira Carignan * Rodrigo Bustamante **** Laurencemas Messier ** Arquivista Você pode não ter percebido, a música sinfônica está no cinema Violas Raquel Carneiro Vanderlei Miranda no cinema contemporâneo, nas animações, nos comerciais Joãoantigo, Carlos Ferreira * Ariana Pedrosa Bruno da discotecas Silva deLeandro TV, nas dos anos 1970, em novelas,Assistentes nas artes plásticas Romeu Rabelo Klênio Carvalho Cleusa de Sana Nébias e até nos toques de aparelhos celulares do mundo todo. Trompas Sergio Almeida Glaúcia Martins de Barros Evgueni Gerassimov * Yan Vasconcellos Marcelo Nébias Em 2011, os cadernos das Allegro e Vivace vão recordar esses Ailtonséries Ramez Ferreira Nathan Medina Supervisor de Montagem momentos e lugares inesperados que**a música sinfônica se Gustavo Garcia em Trindade Katarzyna Druzd Rodrigo Castro José Francisco dos Santos apresenta para todos, mesmo aqueles que não costumam frequentar Vitaliya Martsinkevich MONTADORES André Gonçalves **** William Martinsde concerto. as salas Carlos Natanael Trompetes Violoncelos Felix de Senna Assim, convidamos você a sempre voltar a esta sala, onde poderá Marlon Humphreys * Elise Pittenger *** Matheus Luiz Ferreira Erico Oliveira Fonseca ** sentir a força e a sutileza de obras criadas em períodos diferentes,

AGOSTO 2011

APoIo CULTUrAL

*chefe de naipe **assistente de chefe de naipe ***chefe/assistente substituto ****músico convidado

DIRETOR ARTÍSTICO e REGENTE TITULAR

DIVULgAção

APoIo INSTITUCIoNAL

rEALIZAção

conhecer compositores geniais e intérpretes que emocionam. São grandesCULTURAL as chances de você também se apaixonar. INSTITUTO FILARMÔNICA Diretoria Executiva

Produtora

Equipe Administrativa

Andréa Mendes

Secretária Executiva

poderá serAnalista ouvida pelo público da Leonard Bernstein,Carolina cuja Serenata Debrot de Recursos Humanos Produtor Quézia Macedo Silva Diomar Silveira Filarmônica de Minas no mês de agosto, é um dos personagens mais Luis Otávio Amorim Analista Financeiro Diretor Administrativo-financeiro Auxiliar de Produção Thais Boaventura importantes da música do século XX. Compositor e regente, dividiu Lucas Barbosa Tiago Cacique Moraes Analista Administrativo de Comunicação seu talento entre a Analista música sinfônica e o teatro musical. Diretor de Comunicação Eliana Salazar Diretor Presidente

Fernando Lara

Flaviana Mendes Marcela Dantés Auxiliares Administrativos Analista de Marketing de Relacionamento Cristiane Reis, João Paulo de Oliveira West SideHinkelmann Story – música de Bernstein e letra de Stephen Sondheim – estreou na Broadway Thiago Nagib Mônica Moreira e Vivianoriginal Figueiredo em 1957. Uma das maioresAnalista obrasde doMarketing teatro musical, sua montagem teve mais de e Projetos Diretor de Produção Musical Recepcionista setecentas apresentações. Mariana Theodorica Richard Santana Lizonete Prates Siqueira Analista de Comunicação

Diretor de Marketing e Relacionamento

Equipe Técnica Gerente de Produção Musical

Claudia Guimarães

Assistente de Comunicação

Mariana Garcia

Assistente de Programação Musical

Francisco César Araújo

Mensageiro

Jeferson Silva Estagiário

Alexandre Moreira

Gerente de Comunicação

Merrina Godinho Delgado

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www.filarmonica.art.br R. Paraíba, 330 | 120 andar | Funcionários Tel. 31 3219 9000 | Fax 31 3219 9030 CEP 30130-917 | Belo Horizonte | MG contato@filarmonica.art.br

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