OUTUBRO 2011
Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais apresentam
séries allegro e vivace Caros amigos e amigas, Depois da exitosa turnê pelo Sul do Brasil, onde a Filarmônica foi recebida com carinho e admiração por um grande público, recebemos a visita de uma das maiores violoncelistas da atualidade, a norte-americana Alisa Weilerstein, executando o arrebatador Concerto de Elgar. Junta-se a ela o talentoso maestro espanhol Josep Caballé-Domenech, interpretando obras que refletem a rica tradição da música de seu país.
outubro 2011 A música sinfônica está em toda parte. Ela é presente não só na vida dos apaixonados por essa arte, como também no dia a dia de quem ainda não se sente íntimo dela. Você pode não ter percebido, mas a música sinfônica está no cinema antigo, no cinema contemporâneo, nas animações, nos comerciais de TV, nas discotecas dos anos 1970, em novelas, nas artes plásticas e até nos toques de aparelhos celulares do mundo todo. Em 2011, os cadernos das séries Allegro e Vivace vão recordar esses momentos e lugares inesperados em que a música sinfônica se apresenta para todos, mesmo aqueles que não costumam frequentar as salas de concerto. Assim, convidamos você a sempre voltar a esta sala, onde poderá sentir a força e a sutileza de obras criadas em períodos diferentes, conhecer compositores geniais e intérpretes que emocionam. São grandes as chances de você também se apaixonar.
No restante do mês, a Filarmônica participa da produção do Palácio das Artes da ópera La Bohéme, de Puccini. Espero que tenham tido a oportunidade de analisar a Temporada 2012 que anunciamos recentemente. Volto a convidar todos para que considerem a possibilidade de se tornarem parte da crescente família de assinantes que ano a ano vem prestigiando o trabalho de nossa orquestra. Um ótimo concerto para todos.
Fabio Mechetti
A Espanha é a grande estrela do concerto de outubro. O maestro espanhol Josep Caballé-Domenec vem reger peça de seu conterrâneo Turina e obras dos franceses Chabrier e Debussy que foram criadas utilizando, de diferentes maneiras, ritmos espanhóis. Em todas elas está um pouco da música que se ouve nas ruas da Andaluzia, uma das principais regiões da Espanha. Turina nasceu na capital da Andaluzia, Sevilha. Andaluz também é Pablo Picasso, nascido em Málaga. E é um detalhe do seu quadro Três Músicos que ilustra a capa deste mês.
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Fabio Mechetti Diretor Artístico e Regente Titular Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra Sinfônica de Jacksonville desde 1999. Foi também Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse e da Orquestra Sinfônica de Spokane, da qual é, agora, Regente Emérito. Desde 2008 é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, trabalho que lhe deu o XII Prêmio Carlos Gomes na categoria Melhor Regente brasileiro em 2008. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York. Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá. Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia dirigindo a Filarmônica de Tampere, com a qual voltará a realizar uma série de concertos em 2011. No Brasil foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.
foto | Eugênio Sávio
Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmen, Don Giovanni, Cosi fan Tutte, Bohème, Butterfly, Barbeiro de Sevilha, La Traviata e As Alegres Comadres de Windsor. Fabio Mechetti recebeu títulos de Mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.
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sÉRIE VIVACE 4 de OUTUBRO 20h30 GRANDE TEATRO DO PALÁCIO DAS ARTES
Josep Caballé-Domenech regente convidado Alisa Weilerstein violoncelo Programa Emmanuel CHABRIER Espanha: Uma rapsódia para orquestra (1883) [8min] Edward ELGAR Concerto para violoncelo e orquestra em mi menor, op. 85 (1919) [35 min] I. Adagio – Moderato II. Lento – Allegro molto III. Adagio IV. Allegro molto Solista: Alisa Weilerstein INTERVALO Claude DEBUSSY Imagens para orquestra: nº 2, “Ibéria” (1905) [20 min] I. Pelas ruas e pelos caminhos II. Os perfumes da noite III. A manhã de um dia de festa Joaquín TURINA Danças Fantásticas, op. 22 (1919) [17 min] I. Exaltação II. Sonho III. Orgia
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Josep Caballé-Domenech regente convidado
Diretor Titular da Colorado Springs Philharmonic Orchestra, Josep Caballé-Domenech nasceu em Barcelona, Espanha, em uma família de músicos. Estudou piano, percussão, canto e violino, e regência orquestral com David Zinnman e Jorma Panula no Festival de Música de Aspen, EUA, com Sergiu Comissiona e também na Universidade de Música e Artes Cênicas de Viena.
Caballé-Domenech tem um amplo, claro, explícito e eficiente gesto. Ele introduz variedade com pertinência e sabe como estabelecer uma comunicação notável com a orquestra. El País
Dirigiu orquestras como a Royal Philharmonic de Londres, Orquestra Tonhalle de Zurique, WDR Cologne, Sinfônica da Rádio Sueca, Czech Philharmonic, Deutsches Simfonie Orchester Berlin, Rundfunkorchester Munich, Staatsoper Stuttgart, Orquestra Sinfônica Giuseppe Verdi, de Milão, Trondheim Symphony, New Japan Philharmonic, Sinfônicas de Houston e San Antonio, Ofunam do México, entre outras. Destacam-se produções de Luisa Fernanda, de Moreno Torroba, no Theater an der Wien, com Plácido Domingo e a orquestra RSO Wien; a estreia mundial da ópera La Cabeza del Bautista, de E. Palomar, no Grande Teatro do Liceu de Barcelona, e uma nova produção de Tosca de Puccini na Volksoper de Viena. Foi o principal diretor convidado na Norrköping Symphony Orchestra. Nesta temporada destacam-se várias atuacões com a Royal Philharmonic de Londres, sua estreia no Royal Albert Hall, a gravação de um CD com obras de Respighi para o selo Onyx Classics, um programa de Beethoven no Cadogan Hall, a gravação do balé Negro Goya, de Enric Palomar, com a Orquestra Cidade de Granada; além de estreias com as orquestras Fort Worth Symphony, Colorado Springs Philharmonic, Baden Baden Philharmonic, Holland Symphony, Arnhem Philharmonic e Teatro Arriaga, bem como reapresentações com a Orquestra Cidade de Granada, Sinfônica de Barcelona, Orquestra da RTVE, Sinfônica de Bern e Graz Recreation, e festivais de verão como Festival de Música de Aspen e Wintergreen Festival, nos EUA. Compromissos futuros incluem estreias com a Semperoper de Dresden, Kömische Oper de Berlín, Temporada ABAO de Bilbao, Festival de Granada, Tampere Philharmonic e St. Gallen Philharmonic.
foto | Fred Solis
Josep Caballé-Domenech recebeu o Aspen Prize da Academia Americana de Regência de Aspen. Foi nomeado ‘Protégé de Sir Colin Davis’ no ciclo inaugural da primeira edição do programa Rolex Mentor and Protégé Arts Initiative (2002-2003).
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Alisa Weilerstein violoncelo
A violoncelista norte-americana Alisa Weilerstein, nascida em 1982, tem uma das mais brilhantes biografias artísticas dentre as jovens celebridades atuais. Fez sua estreia como solista de orquestra com apenas 13 anos de idade, com a Cleveland Orchestra, tocando as Variações Rococó de Tchaikovsky, e exibiu-se pela primeira vez no Carnegie Hall de Nova York aos 15 anos. A crítica especializada, em todos os países onde Alisa tem-se apresentado, destaca a intensidade de seu toque, assim como a espontaneidade e sensibilidade de suas interpretações.
Alisa Weilerstein irradiava tal concentração e prazer, não apenas enquanto estava tocando, mas também na sinfonia de som ao seu redor, que observá-la tornou-se uma lição da arte de escutar.
Em 2010 tornou-se artista exclusiva da DECCA Classics, inaugurando esse contrato com a gravação do Concerto de Elgar com a Filarmônica de Berlim, em Oxford, Inglaterra, sob a regência de Daniel Barenboim. Em 2012 a violoncelista fará sua estreia com a Philarmonia Orchestra, em Londres, tocando o Concerto de Dvorák. Fará também no próximo ano uma turnê europeia com o pianista Inon Barnatan. Alisa Weilerstein, com sincero empenho na expansão do repertório violoncelístico, tem estreado obras de compositores contemporâneos em festivais internacionais realizados em muitos países. Também em festivais tradicionais – Aspen, Bad Kissengen, Edinburgh, Jerusalém, Tanglewoog, entre outros – é reiteradamente convidada. Distinguida com significativos prêmios, Alisa é uma jovem muito representativa de seu tempo, dedicando esforços ao programa humanitário da Juvenile Diabetes Research Foundation.
foto | Lucio Lecce
New York Times
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Em sua curta carreira, Chabrier compôs poucas obras, mas a alta qualidade de sua música influenciou um número considerável de compositores franceses do início do século XX, como Debussy, Dukas, Ravel, Milhaud e Poulenc.
Emmanuel CHABRIER (França, 1841 – 1894) Espanha
foto | Eugênio Sávio ilustrações compositores | Mariana Simões
Filho de um advogado bem-sucedido, Chabrier começou seus estudos musicais aos seis anos de idade, em sua cidade natal. Mas, apesar de seu talento para a música ter-se manifestado precocemente, ele estava destinado a seguir a tradição familiar. Aos onze anos mudou-se com a família para Clermont-Ferrand, onde pôde se preparar para os estudos de Direito. Em 1856 a família se transferia para Paris, e o jovem Chabrier entrava para a Escola de Direito, onde viria a se formar em 1861. No mesmo ano conseguia um cargo no Ministério do Interior. Esse emprego lhe possibilitaria uma estabilidade material por vinte anos, enquanto se dedicava à sua verdadeira paixão: a música. Fascinado com a vida cultural de Paris, ele rapidamente se infiltrou nos meios literários e artísticos mais progressistas da capital. Chabrier era apreciado por sua personalidade animada e alegre, sua veia cômica e seu grande poder de observação. Os pintores impressionistas o adoravam, os poetas parnasianos o acolheram como a um companheiro. Com sua maneira bizarra de tocar piano, tornou-se indispensável nos salões parisienses. Foi amigo íntimo de Paul Verlaine, que escreveu dois libretos para suas primeiras operetas, e de Édouard Manet, que o retratou em três quadros. Seus amigos da vanguarda artística parisiense incluíam, ainda, os compositores Saint-Saëns, Massenet, Fauré, Duparc e Vincent d’Indy; os pintores Degas, Monet e Renoir e os escritores Émile Zola e Stéphane Mallarmé. Em sua primeira viagem à Alemanha, em 1879, na companhia de Duparc, Chabrier descobriu a ópera Tristão e Isolda, de Wagner. A apresentação, em Munique, o comoveu tanto que ele abandonou o Direito, pediu demissão do cargo no Ministério do Interior e dedicou o resto de sua vida à composição musical. Para completar a renda familiar, regia coros e dava aulas particulares.
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No verão de 1882 Chabrier viajou à Espanha com sua esposa. Encantado com tudo o que viu e ouviu, escreveu ao amigo Charles Lamoureux dizendo da intenção de transpor suas impressões de viagem para a música de concerto. Nascia, assim, em 1883, a alegre abertura España – Rhapsodie pour orchestre. Embora os temas de Espanha não sejam de todo arrebatadores, é a vitalidade da música, combinada com uma rítmica contagiante e um colorido orquestral único, que faz desta obra – escrita em um único movimento – uma das favoritas do repertório de concerto. Inicia-se com uma introdução viva, que prepara a aparição dos dois primeiros temas. Uma variação temática baseada nos motivos iniciais desemboca no terceiro tema, lírico, contrastante, ouvido nos violinos e violas. Nova variação temática e em seguida um quarto tema é apresentado, desta vez nos trombones. Esse tema nos conduz a uma reapresentação temática da obra com ligeiras modificações e, logo após, somos levados ao final forte e brilhante. A estreia de Espanha em Paris, nos Concertos Lamoureux, em 4 de novembro de 1883, foi um sucesso tremendo. Se Chabrier era, antes, considerado um compositor de operetas de pouco sucesso, com Espanha ele se transformou em celebridade da noite para o dia. Ao longo de sua curta carreira, Chabrier compôs poucas obras, mas a alta qualidade de sua música foi capaz de influenciar um número considerável de compositores franceses do início do século XX, tais como Debussy, Dukas, Satie, Ravel, Schmitt, Milhaud e Poulenc. Guilherme Nascimento
Professor na Universidade do Estado de Minas Gerais e na Fundação de Educação Artística.
PARA ouvir_ CD Chabrier: España; Fête Polonaise; Joyeuse Marche – Orchestre Philharmonique de Monte Carlo – Hervé Niquet, regente – Naxos – 2000
[...] Elgar voltou-se para a música de câmara, compondo peças mais austeras, despojadas e repletas de tristeza e ternura. O Concerto para violoncelo tem uma orquestração contida, que “deixa livre a alma do instrumento” (Pablo Casals).
Edward ELGAR (Inglaterra 1857 – 1934) Concerto para violoncelo e orquestra, op.85 Desde a morte de Purcell, em 1695, a Inglaterra (que tivera influentes compositores medievais e renascentistas) desenvolvia suas atividades musicais em torno, sobretudo, de compositores estrangeiros. A obra de Elgar, o primeiro compositor britânico a garantir um lugar fixo no repertório sinfônico internacional, foi decisiva para a renovação da música inglesa, a partir dos últimos anos do século XIX. Na era vitoriana, os corais de amadores tornaram-se uma prática nacional e várias cidades provincianas organizavam festivais (alguns ainda hoje em vigor) com cantores locais e a participação de solistas e orquestras convidados. O jovem violinista Edward Elgar, filho do organista da igreja de Worcester, participava assiduamente desses eventos – um longo caminho seria percorrido antes que ele se livrasse do estigma de compositor de festivais, para se tornar o músico mais reconhecido da época eduardiana. Ainda hoje sua imagem popular é a do artista que melhor expressou o orgulho patriótico dos súditos da rainha Vitória e de Eduardo VII. Embora impregnado de romantismo alemão, Elgar soube reencontrar a sonoridade e o sentimento peculiares à música inglesa. O ritmo de produção do compositor tornou-se bem mais lento depois da Primeira Guerra Mundial – a Inglaterra não era mais aquela que ele celebrara e sua crença no progresso e na boa convivência entre os homens estava abalada. Elgar voltou-se para a música de câmara, compondo peças mais austeras, despojadas e repletas de tristeza e ternura. Última grande obra do período outonal de Elgar, o Concerto para violoncelo apresenta uma orquestração contida, poética e opaca que “deixa livre a alma do instrumento” (Pablo Casals). A obra inicia-se com uma inusitada introdução declamada, pelo solista, (Adagio) antes da entrada do tema principal (A) nas violas orquestrais. O tema B é anunciado pelo clarinete. No todo, o movi-
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mento mantém o caráter de melancólico solilóquio, até se desfazer sutil e ininterruptamente no andamento seguinte. Os violoncelos e os contrabaixos da orquestra sustentam uma nota grave, e o solista relembra, com efeitos de guitarra dedilhada, a mesma introdução (Lento) do início do Concerto. O segundo movimento (Allegro molto) sustenta-se impetuoso até o final, marcado pelo padrão rítmico constante das notas articuladas no violoncelo. O breve Adagio é notável por sua eloquência. Inicia-se com uma frase interrogativa da orquestra, seguida de arrebatadora melodia do violoncelo. O movimento lembra uma elegíaca canção sem palavras, passa por tonalidades remotas e deixa sem resposta a pergunta inicial. Alguns compassos (Allegro) da orquestra, um recitativo (Moderato) e uma cadência do violoncelo levam ao amplo quarto movimento (Allegro ma non troppo), que atinge surpreendente intensidade expressiva e exige grande virtuosidade do solista. Perto do final, o violoncelo permite-se dois momentos de poética recordação: relembra apaixonadamente o tema do movimento lento (Allargando) e retoma os compassos de abertura do Concerto (Adagio). Uma breve Coda (Allegro molto) conclui então de forma abrupta a partitura, mesclando, pela primeira vez, o violoncelo e o tutti orquestral. O Concerto para violoncelo estreou em Londres em 26 de outubro de 1919, tendo como solista Felix Salmond e regência do compositor. Paulo Sérgio Malheiros dos Santos
Professor na Escola de Música da Universidade do Estado de Minas Gerais.
PARA OUVIR_ CD Elgar: Concerto para Violoncelo e Orquestra – Philadelphia Orchestra – Daniel Barenboim, regente – Jacqueline du Pré, violoncelo – Sony Classical – 1970 CD Elgar: Concerto para Violoncelo e Orquestra – Berliner Philharmoniker – Alfred Wallenstein, regente – Pierre Fournier, violoncelo – Deutsche Grammophon Collection – 1967
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Nem Debussy nem sua música se propuseram a criar uma “escola”, mas abriram as infindas possibilidades do caminho mais audacioso e mais “selvagem” para a linguagem musical da Modernidade: o da liberdade e do prazer.
Claude DEBUSSY (França, 1862 – 1918) Ibéria “A música moderna desperta com L’après-midi d’un faune”, escreveu uma vez o compositor Pierre Boulez (Apud Roland de Candé: História Universal da Música). De fato, na imensa complexidade das transformações por que passa a Música Ocidental na aurora de nossa era, Debussy talvez seja a porta de entrada mais amplamente aberta. Ao contrário das tendências da Segunda Escola de Viena (que, em certo sentido, se posicionam esteticamente num ponto diametralmente oposto ao seu), nem ele nem sua música criaram ou se propuseram a criar uma “escola”, mas abriram as infindas possibilidades do caminho mais audacioso e mais “selvagem” para a linguagem musical da Modernidade: o da liberdade e do prazer. Por isso mesmo é impossível enquadrar genuinamente a sua música em qualquer um dos muitos “ismos” que povoam as críticas e teorias das artes e da literatura já no começo do século XX. A associação de sua linguagem ao Impressionismo ou ao Simbolismo não pode ser senão superficial e forçada. Nesse sentido, Debussy é certamente o mais revolucionário dos compositores que despontam na virada para a era contemporânea. Ele escapa a todas as formas possíveis de academismos, o que levou seu mestre Ernest Guiraud a declarar-lhe, ao ouvi-lo encadear alguns acordes ao piano, que o que ouvira era inegavelmente bonito, mas teoricamente absurdo. A razão desse estranhamento se deve a Guiraud não reconhecer, na harmonia de Debussy, o princípio e a origem contrapontísticos que regem a harmonia tradicional: sua harmonia se dá a liberdade da “não direcionalidade” funcional e de explorar os acordes em seu efeito timbrístico, mais que numa relação de causa e efeito. Também em outros parâmetros da construção musical a linguagem de Debussy é de um empreendedorismo insuspeito: a aparência da fluidez rítmica de sua música relativiza a noção de uma métrica explicitamente marcada, que, a despeito disso, é paradoxalmente dotada de uma precisão quase cartesiana, inclusive
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em sua flexibilidade. A sua técnica de orquestração, que provocou discussões entre seus contemporâneos, explora descontinuidades e valoriza o próprio timbre como parâmetro musical autônomo e como material temático. A partir de uma determinada fase, da qual os Noturnos (1899) são marco, Debussy abandona o princípio clássico de desenvolvimento e a própria noção tradicional de tema: não há mais o desenvolvimento de uma proposição inicial, mas justaposição de ideias, entre as quais se estabelecem redes de relações e das quais derivam novas proposições.
mentos criadores a certas tendências plásticas, como o universo onírico do Surrealismo ou à pluridimensionalidade do Cubismo (que curiosamente tiveram grandes expoentes representados por artistas ibéricos), seria reduzir a música de Debussy a rótulos que ele sempre recusou: sua música é aquilo que ela fala por si. Moacyr Laterza Filho
Professor na Universidade do Estado de Minas Gerais e na Fundação de Educação Artística.
Não há uma única obra, na música sinfônica de Debussy, que esteja aquém dessa ruptura profunda com uma ideia tradicional da música, de sua linguagem ou de sua estrutura. No entanto, suas sonoridades não procuram intencionalmente chocar ou causar incômodo. Há algo de hedonista na sua música, que é produto da liberdade criativa a que ela se dá o direito: mesmo libertando a dissonância de sua função causal, a música de Debussy, posto que tenha causado (e ainda cause) certo estranhamento, sempre provoca uma sensação inequívoca de encanto. O tríptico Images pour orchestre, composto entre 1905 e 1912, tem “Ibéria” como quadro central, emoldurado por duas danças: “Gigues” e “Rondes de Printemps”. A despeito disso, as três partes da obra foram concebidas e mesmo estreadas separadamente. “Ibéria”, portanto, foi composta entre 1905 e 1908 e é, ela mesma, dividida em três movimentos, o que cria um sutil efeito de espelhamento ou de metalinguagem, no todo das Images. Apesar da sugestividade do título, “Ibéria”, não se trata de um resgate da cultura musical espanhola, nem sequer da representação, por um olhar estrangeiro, de seus exotismos característicos. Se é certo que a Debussy impressionam certos modalismos e certos esquemas rítmicos da música espanhola (assim como da música russa, que ele conheceu quando aí vivia, e da música oriental, com que teve contato nas Exposições Universais de Paris), Debussy faz deles argumentos para seu próprio processo de afastamento individual dos esquemas redutores de uma linguagem musical continuísta e homogeneizante. Dessa forma, há, por certo, em “Ibéria”, a presença de elementos característicos da música espanhola. Esses elementos, porém, são evocados, mas nunca citados: canções populares e uma rítmica vibrante, no primeiro movimento. A sensualidade do ritmo da habanera, no segundo movimento, e, de novo, uma rítmica imperiosa no terceiro movimento, que faz lembrar trechos de Petrushka, de Igor Stravinsky, composta cerca de dois anos depois. A presença sempre fragmentada dessas evocações é costurada ora pela retomada de algum elemento melódico já proposto, ora pela própria inventividade de Debussy, que nunca se camufla, guardando-se o direito à liberdade do sonho e da fantasia. Associar esses procedi-
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PARA OUVIR_ CD Debussy: Images pour Orchestre – Orquestra de Cleveland – Pierre Boulez, regente – Deutsche Grammophon – 1993
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Albéniz mostrou a Turina que ele deveria começar a resgatar suas origens andaluzas. A partir daquele momento sua música passou por uma mudança irreversível, tornando-se a expressão fiel da música folclórica espanhola.
Joaquín TURINA (Espanha, 1882 – 1949) Danças Fantásticas Turina começou a estudar música quando garoto, na sua cidade natal. Em 1902, aos 20 anos de idade, partiu para Madri, para aperfeiçoar suas técnicas pianística e composicional. Um dia, na galeria do Teatro Real, conheceu Manuel de Falla. Seis anos mais velho, Manuel de Falla era de Cadiz, vizinha de Sevilha, e também estudante de música em Madri. Os dois jovens andaluzes logo se tornaram grandes amigos. Em 1905 Madri ficara pequena para os estudos musicais e Turina mudou-se para Paris. Em Paris ele entrou em contato com as principais correntes musicais europeias. Pouco depois, escrevia a Manuel de Falla aconselhando-o a também mudar-se para a capital francesa. Manuel de Falla chegou a Paris em 1907 e, naquele ano, no Salão de Outono, sentou-se na plateia para assistir a uma apresentação do Quinteto em sol menor de Turina, com o próprio Turina ao piano. Um senhor gordo, de barba negra e chapéu com abas largas, sentou-se ao lado de Manuel de Falla e perguntou-lhe se o compositor daquele Quinteto era inglês. “Não. Ele é de Sevilha.” Logo após o concerto, escreve Turina: “o senhor gordo, acompanhado do vizinho de poltrona [Manuel de Falla], caminhou até mim e, com a maior cortesia, pronunciou seu nome: ‘Isaac Albéniz’. Meia hora depois caminhávamos os três de braços dados pelas ruas de Paris. Instalamo-nos em uma cervejaria e, ali, entre uma taça de champagne e uma fatia de torta, sofri a metamorfose mais completa de minha vida.” Albéniz mostrou a Turina que ele deveria parar de compor música internacional e começar a resgatar suas origens andaluzas. A partir daquele momento sua música passou por uma mudança irreversível, tornando-se a expressão fiel da música folclórica espanhola, principalmente daquela ouvida nas ruas de Sevilha.
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Em 1919, já vivendo em Madri, compôs as Danzas Fantásticas, a mais conhecida de suas obras, originalmente composta para piano, entre os dias 11 e 29 de agosto. Percebendo seu enorme potencial orquestral, Turina orquestrou-a entre 15 de setembro e 30 de dezembro do mesmo ano. A estreia deu-se no dia 13 de fevereiro de 1920, no Teatro Price, em Madri, pela Orquestra Filarmónica de Madrid, sob a regência de Bartolomé Pérez Casas. A estreia da versão para piano foi apresentada pelo próprio compositor, quatro meses mais tarde, no dia 15 de junho de 1920, na Sociedad Filarmónica de Málaga. A obra, escrita em três movimentos, foi inspirada na novela Orgía, de José Más. O primeiro movimento (Exaltación) é uma mistura da jota aragonesa com a seguidilla. Tanto a jota aragonesa como a seguidilla são danças ternárias. A jota aragonesa, manifestação musical folclórica de origem religiosa, é uma dança lenta. A seguidilla é uma dança rápida, originária da Espanha central, que alterna trechos improvisados na guitarra com trechos cantados. O segundo movimento (Ensueño) possui três seções (A-B-A), sendo as seções A baseadas no zortzico basco, e a seção central uma mistura de ritmos andaluzes. O zortzico é uma típica dança popular basca em cinco tempos que se subdividem em 1-2-2. O terceiro movimento (Orgía) é uma farruca andaluza. A farruca é uma dança rápida e dramática, em oito tempos, sendo acentuados todos os tempos ímpares (1-2, 3-4, 5-6, 7-8), o que lhe dá uma fluidez binária.
PARA LER_ Alfredo Morán – Joaquín Turina a través de sus escritos – Alianza Música – 1997
PARA OUVIR_ CD Turina: Danzas fantásticas; Danzas gitanas; Danzas andaluzas – Jordi Masó, piano – Naxos – 2005 CD Turina: Danzas fantásticas; La procesión Del Rocio; Ritmos; Sinfonia sevillana – Bamberger Symphoniker – Antonio de Almeida, regente – RCA Victor – 1992
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Qual a diferença entre Orquestra Sinfônica e Orquestra Filarmônica? Não existe diferença entre uma orquestra e outra se a dúvida é sobre seu tamanho ou composições que cada uma pode tocar. Uma orquestra pode ser de câmara se tem um número pequeno de instrumentos, mas, se for completa, com todas as famílias de instrumentos, ela será sinfônica ou filarmônica. Esses prefixos serviram, durante muitos anos, para designar a natureza da orquestra, se “pública” ou “privada”. Isso porque se convencionou chamar de filarmônica a orquestra mantida por uma sociedade de amigos admiradores da música, enquanto sinfônica era a orquestra mantida pelo Estado. Hoje não se pode mais fazer essa distinção, seja no Brasil ou em outros países, já que ambas dependem do auxílio tanto da iniciativa privada como dos governos.
foto | Fernando Lara
Originalmente, a palavra orquestra vem do grego para se referir a um grupo de instrumentistas tocando juntos. Sinfônico quer dizer “em harmonia” e filarmônico, “amigo da harmonia”. Uma orquestra filarmônica é, portanto, sinfônica, pois seus músicos devem tocar em harmonia e ser capazes de executar as composições sinfônicas criadas pelos compositores de todos os períodos da música clássica, especialmente as mais complexas, a partir do século XIX. Queremos que a nova orquestra de Minas seja de todos nós, amigos da harmonia, o que motivou a escolha do nome Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.
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PARA APRECIAR UM
CONCERTO Silêncio
Programa
Em uma sala de concerto, o silêncio é fundamental para que você possa ouvir cada detalhe da música. Ruídos incomodam e dificultam a apreciação das obras e a concentração dos músicos.
A leitura do programa oferece uma oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a música, os compositores e os intérpretes que se apresentam. Ele será seu guia para a boa compreensão das obras executadas. Você também poderá consultá-lo no site antes de vir para o concerto.
Aparelhos eletrônicos O celular perturba o silêncio necessário à apreciação do concerto. Tenha certeza de que o seu está desligado.
Aplausos O aplauso é o elogio da plateia. E, como todo elogio, faz toda a diferença usá-lo na hora certa. É tradição na música clássica aplaudir apenas no final das obras, que, muitas vezes, se compõem de duas, três ou mais partes. Quando uma dessas partes termina, não significa que a música chegou ao fim. Consulte o programa para saber o número de movimentos e o final de cada obra e fique de olho na atitude e gestos do regente e dos músicos.
Tosse Tosse chama a atenção. Como um apreciador da música, você não vai querer desviar os olhares para sua direção. Por isso, se estiver com tosse, experimente usar uma pastilha antes do concerto e aliviar alguma irritação na garganta antes de entrar na sala e durante os intervalos.
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Pontualidade Atraso e procura de lugares As portas do Grande Teatro são fechadas após o terceiro sinal. Depois do início da apresentação, a entrada só é permitida em momentos que não interrompam o concerto. Quando você puder entrar, escolha silenciosamente um lugar vago ao fundo da sala. Evite andar e trocar de poltrona durante a execução das músicas. Se tiver de sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.
Outras recomendações Crianças Se você estiver com crianças muito novas, prefira os assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se a criança se sentir desconfortável. Registros Fotos e gravações em áudio e vídeo não são permitidos. Aproveite o concerto ao vivo.
Comidas e bebidas O consumo de comidas e bebidas não é permitido no interior da sala de concerto.
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SÉRIES E OUTROS
PRÓXIMOS
Concertos
Concertos OUTUBRO Temporada de Ópera da Fundação Clóvis Salgado
Allegro e Vivace São séries realizadas em noites de terça (Vivace) e quinta-feira (Allegro), no Grande Teatro do Palácio das Artes. Ambas apresentam repertório que inclui sinfonias e outras músicas de diferentes períodos históricos, trazendo frequentemente obras pouco conhecidas e inéditas, com a presença de convidados de renome internacional.
Concertos para a Juventude A iniciativa recupera a tradição de concertos sinfônicos nas manhãs de domingo, dedicados à família. As apresentações têm ingressos a preços populares e contam com a participação de jovens solistas.
Clássicos no Parque Com um repertório que abrange música sinfônica diversificada, os concertos proporcionam momentos de descontração e entretenimento a um público amplo e heterogêneo. Realizados aos domingos, nos parques da cidade.
6 a 29 de outubro, 20h30, Palácio das Artes Roberto Tibiriçá, regente PUCCINI La Boheme
NOVEMBRO Concerto de encerramento do Laboratório de Regência 3 de novembro, quinta-feira, Teatro do Oi Futuro Klauss Vianna DVORÁK / WAGNER / DEBUSSY
Série Allegro 10 de novembro, quinta-feira, 20h30, Palácio das Artes Fabio Mechetti, regente Celina Srvinsk, piano Miguel Rosselini, piano DUTILLEUX / POULENC / BRAHMS
Concertos Didáticos
Série Vivace 22 de novembro, terça-feira, 20h30, Palácio das Artes Stefan Sanderling, regente convidado Anthony Flint, violino João Carlos Ferreira, viola MOZART / PROKOFIEFF
São concertos de caráter didático, com entrada franca, para grupos de crianças e jovens da rede escolar pública e particular, instituições sociais e universidades. Além de apreciar a boa música, o público recebe informações sobre a orquestra, os instrumentos e as diversas formas musicais.
Concertos para a Juventude 27 de novembro, domingo, 11h, Sesc Palladium Marcos Arakaki, regente Ronaldo Rolim, piano ROSSINI / DOHNANYI / GRIEG / KATCHATURIAN
Festivais São eventos idealizados para oferecer ao público experiências musicais específicas. O Festival Tinta Fresca procura identificar e promover novos compositores brasileiros. O Laboratório de Regência tem por finalidade dar oportunidade a jovens regentes brasileiros, de comprovada experiência, de desenvolver, na prática, a habilidade de lidar com uma orquestra profissional.
Turnês Estaduais As turnês estaduais levam a música de concerto a diferentes regiões de Minas Gerais, possibilitando que novos públicos tenham o contato direto com música sinfônica de excelência.
DEZEMBRO Série Vivace
6 de dezembro, terça-feira, 20h30, Palácio das Artes Fabio Mechetti, regente MAHLER Série Allegro 15 de dezembro, quinta-feira, 20h30, Palácio das Artes Fabio Mechetti, regente Vanessa Cunha, piano Martin Mühle, tenor Coral lírico (masculino) LISZT
Turnês Nacionais A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais percorre importantes regiões e centros culturais do Brasil, a fim de divulgar a boa música e representar o estado no cenário nacional erudito.
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ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS | Outubro | 2011 Primeiros Violinos
Anthony Flint spalla
Eliseu Martins de Barros concertino
Rommel Fernandes assistente de spalla
Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic José Augusto de Almeida Marcio Cecconello Marija Mihajlovic Martha de Moura Pacífico Mateus Freire Patrick Desrosiers Rodolfo Marques Toffolo Rodrigo de Oliveira Pedro Della Rolle **** Segundos Violinos
Frank Haemmer * Jovana Trifunovic ** Eri Lou Miyake Nogueira Gláucia de Andrade Borges Leonardo Ottoni Luka Milanovic Radmila Bocev Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch Anderson Farinelli **** Elias Martins de Barros **** Violas
João Carlos Ferreira * Bruno Leandro da Silva Cleusa de Sana Nébias Glaúcia Martins de Barros Marcelo Nébias Nathan Medina Katarzyna Druzd Vitaliya Martsinkevich William Martins Diemerson Sena Violoncelos
Elise Pittenger *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Lina Radovanovic Matthew Ryan-Kelzenberg
Fabio Mechetti
REGENTE ASSISTENTE
Pedro Bielschowsky Alberto Mota Kanji **** Fabrício Rodrigues **** Contrabaixos
Colin Chatfield * Mark Wallace ** Brian Fountain Hector Manuel Espinosa Marcelo Cunha Nilson Bellotto Valdir Claudino Flautas
Cássia Lima* Renata Xavier ** Alexandre Braga Oboés
Alexandre Barros * Ravi Shankar ** Israel Silas Muniz Moisés Pena
Marcos Arakaki
Trombones
Mark John Mulley * Wagner Mayer ** Renato Lisboa Tuba
Tímpanos
Daniel Lemos ** Percussão
Rafael Costa Alberto * Werner Silveira Sérgio Aluotto Fabio Oliveira **** Harpa
Dominic Desautels * Marcus Julius Lander ** Ney Campos Franco Alexandre Silva Fagotes
Catherine Carignan * Laurence Messier ** Raquel Carneiro Ariana Pedrosa Andrew Charles Trompas
Evgueni Gerassimov * Ailton Ramez Ferreira Gustavo Garcia Trindade ** José Francisco dos Santos Trompetes
Marlon Humphreys * Erico Oliveira Fonseca ** Daniel Leal Paulo Ribeiro **** Romilso Curvelo ****
Teclados
Ayumi Shigeta * Gerente
Inspetora
Karolina Lima Assistente Administrativo
Débora Vieira Arquivista
Vanderlei Miranda Assistentes
Klênio Carvalho Sergio Almeida Yan Vasconcellos Supervisor de Montagem
Rodrigo Castro MONTADORES
Carlos Natanael Felix de Senna Matheus Luiz Ferreira
INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA Diretoria Executiva Diretor Presidente
Produtor
Luis Otávio Amorim
Diomar Silveira
Analista de Comunicação
Diretor Administrativo-financeiro
Analista de Comunicação
Tiago Cacique Moraes Diretor de Comunicação
Fernando Lara Diretor de Marketing e Relacionamento
Thiago Nagib Hinkelmann Equipe Técnica Gerente de Produção Musical
Thais Boaventura
Marcela Dantés
Analista de Marketing de Relacionamento
Mônica Moreira
Analista de Marketing e Projetos
Mariana Theodorica
Assistente de Comunicação
Mariana Garcia
Assistente de Programação Musical
Francisco César Araújo
Auxiliar de Produção
Gerente de Comunicação
Auxiliares de marketing e projetos
Produtora
Carolina Debrot
Analista de Recursos Humanos Analista Financeiro
Claudia Guimarães
Merrina Godinho Delgado
Equipe Administrativa
Quézia Macedo Silva
Andréa Mendes
Analista Administrativo
Eliana Salazar
Secretária Executiva
Flaviana Mendes Auxiliares Administrativos
Cristiane Reis, João Paulo de Oliveira e Vivian Figueiredo Recepcionista
Lizonete Prates Siqueira Auxiliar de Serviços Gerais
Lucas Paiva
Maria Laura Scaranti Antonio Matta
Ailda Conceição Mensageiro
Jeferson Silva Menor aprendiz
Pietro Tayrone Estagiário
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Apoio Cultural
Mareike Burdinski * Marcelo Penido ****
Jussan Fernandes
Clarinetes
PatrocÍNIO
Eleilton Cruz *
Alexandre Moreira
*chefe de naipe **assistente de chefe de naipe ***chefe/assistente substituto ****músico convidado
DIRETOR ARTÍSTICO e REGENTE TITULAR
Divulgação
APOIO INSTITUCIONAL
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