Temporada 2011 | Setembro

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SETEMBRO 2011

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Caros amigos e amigas, Dois dos maiores nomes da música brasileira de hoje estarão se apresentando com a Filarmônica no mês de setembro. O retorno do grande pianista Arnaldo Cohen é sempre festejado e desta vez não será diferente, especialmente pela execução de um dos mais importantes concertos brasileiros escritos para o piano, o Concerto em formas brasileiras de Hekel Tavares. Encerrando esse programa a Filarmônica executa uma das mais belas sinfonias do Romantismo tardio, a Segunda de Rachmaninoff. Não só os mineiros terão a oportunidade de desfrutar desse concerto, pois, logo em seguida, mostraremos nosso trabalho a várias cidades do Sul do Brasil, realizando uma série de concertos em Porto Alegre, Florianópolis, Blumenau, Curitiba, Londrina e Paulínia.

Setembro 2011 A música sinfônica está em toda parte. Ela é presente não só na vida dos apaixonados por essa arte, como também no dia a dia de quem ainda não se sente íntimo dela. Você pode não ter percebido, mas a música sinfônica está no cinema antigo, no cinema contemporâneo, nas animações, nos comerciais de TV, nas discotecas dos anos 1970, em novelas, nas artes plásticas e até nos toques de aparelhos celulares do mundo todo. Em 2011, os cadernos das séries Allegro e Vivace vão recordar esses momentos e lugares inesperados em que a música sinfônica se apresenta para todos, mesmo aqueles que não costumam frequentar as salas de concerto. Assim, convidamos você a sempre voltar a esta sala, onde poderá sentir a força e a sutileza de obras criadas em períodos diferentes, conhecer compositores geniais e intérpretes que emocionam. São grandes as chances de você também se apaixonar. Os ritmos ouvidos nas ruas foram inspiração para inúmeros compositores ao longo dos tempos. Famosa por suas máscaras e fantasias exuberantes, a festa popular da cidade italiana de Veneza não ficou de fora, e o tema folclórico Carnaval de Veneza correu mundo com as variações para trompete criadas pelo músico francês Jean-Baptiste Arban.

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Já em fins de setembro receberemos a visita uma vez mais do maestro Isaac Karabtchevsky interpretando a famosa e admirada Sinfonia do Novo Mundo de Antonin Dvorák. Nesse programa subirá também ao palco um dos maiores virtuoses de instrumentos de sopro: o trompetista russo Sergei Nakariakov. Será certamente um concerto lembrado por muito tempo e, assim, espero que vocês venham nos prestigiar. Também no fim do mês de setembro anunciaremos com muito entusiasmo e alegria a Temporada 2012, celebrando o quinto aniversário deste projeto cultural que vem encantando os mineiros e o Brasil. Convido todos vocês a analisarem a programação para o próximo ano e renovarem suas assinaturas para que não percam um só momento de nossos concertos. Muito obrigado e bom concerto,

Fabio Mechetti

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Fabio Mechetti Diretor Artístico e Regente Titular Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra Sinfônica de Jacksonville desde 1999. Foi também Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse e da Orquestra Sinfônica de Spokane, da qual é, agora, Regente Emérito. Desde 2008 é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, trabalho que lhe deu o XII Prêmio Carlos Gomes na categoria Melhor Regente brasileiro em 2008. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York. Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá. Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia dirigindo a Filarmônica de Tampere, com a qual voltará a realizar uma série de concertos em 2011. No Brasil foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.

foto | Eugênio Sávio

Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmen, Don Giovanni, Cosi fan Tutte, Bohème, Butterfly, Barbeiro de Sevilha, La Traviata e As Alegres Comadres de Windsor. Fabio Mechetti recebeu títulos de Mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.

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sÉRIE VIVACE 6 de SETEMBRO 20h30 GRANDE TEATRO DO PALÁCIO DAS ARTES

Fabio Mechetti regência Arnaldo Cohen piano Programa Hekel TAVARES Concerto “em formas brasileiras” para piano e orquestra nº 2, op. 105 (1938) [21 min] I. Modinha: Tempo de batuque – Lento con simplicità II. Ponteio: Largo – Molto cantabile ed expressivo III. Maracatu: Lento, ma vigoroso Solista: Arnaldo Cohen INTERVALO Sergei RACHMANINOFF Sinfonia nº 2 em mi menor, op. 27 (1907) [60 min] I. Largo – Allegro moderato II. Allegro molto III. Adagio IV. Allegro vivace

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Arnaldo Cohen piano

Arnaldo Cohen foi o único aluno, na história da universidade brasileira, a graduar-se com grau máximo em piano e violino pela Escola de Música da UFRJ. Teve no grande pianista brasileiro Jacques Klein seu principal mestre. Cohen conquistou por unanimidade o 1º Prêmio no Concurso Internacional Busoni, na Itália e, desde então, apresentou-se em mais de dois mil concertos pelo mundo, como solista das mais importantes orquestras do mundo. A BBC Magazine definiu-o como um “raro fenômeno”. Para o selo sueco BIS, Cohen gravou um CD dedicado inteiramente à música brasileira e, sobre essa gravação, o crítico do jornal inglês The Times escreveu: “Cohen é possuidor de uma técnica extraordinária e capaz de chamuscar as teclas do piano ou derreter nossos corações”.

Cohen é um dos melhores pianistas não só do nosso tempo, mas de todos os tempos. Steve Wigler, Baltimore

Em 2006, a revista Gramophone escolheu a gravação de Cohen para o selo BIS, com obras de Liszt, para integrar a prestigiosa e seleta lista do “Editor’s Choice” e justificou: “Sua interpretação de Liszt não fica nada a dever à famosa gravação feita por Horowitz, tanto em cores como em temperamento. Sua maturidade musical e virtuosidade estonteante o colocam na mesma categoria de Richter. A mesma Gramophone não poupou elogios ao CD de Cohen, que acaba de ser lançado, como solista da Orquestra Sinfônica de São Paulo (Osesp), regida por John Neschling. Sobre a execução dos dois concertos de Liszt e a Totentanz, o crítico Jeremy Nicholas resumiu: “difícil de superar”. Após viver mais de vinte anos em Londres, Cohen transferiu-se para os Estados Unidos em 2004, tornando-se o primeiro músico brasileiro a assumir uma cátedra vitalícia na Escola de Música da Universidade de Indiana. Na Inglaterra, Cohen lecionou na Royal Academy of Music e no Royal Northern College of Music, onde recebeu o título de Fellow Honoris Causa. Seu interesse pela vida acadêmica levou-o a participar, como jurado, de vários concursos internacionais, como o Concurso Chopin, em Varsóvia. Os destaques da última temporada incluem apresentações de Cohen como solista das orquestras, entre outras, de Cleveland, Filadélfia, Los Angeles e Seattle. Em dezembro de 2006, o crítico Steve Smith, do The New York Times, definiu a arte de Cohen: “Com uma técnica infalível, sua performance foi um modelo de equilíbrio e de imaginação.”

foto | Bella Cardim

Yehudi Menuhin, um dos mais importantes músicos do século XX, foi mais longe: “Arnaldo Cohen é um dos mais extraordinários pianistas que já ouvi”.

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Apesar do sucesso do Concerto, Hekel Tavares é discriminado por compositores acadêmicos e parte da crítica, devido à sua formação informal e linguagem híbrida, entre o popular e o erudito.

Hekel Tavares (Brasil, 1896 – 1969) Concerto “em formas brasileiras” para piano e orquestra nº 2 No trânsito entre os universos da música popular e da música erudita, no Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XX, inúmeros compositores valiam-se de pseudônimos para resguardar a imagem de pureza construída pelas elites para o músico erudito. Hekel Tavares, alagoano chegado ao Rio em 1921, foi uma dissonância nesse quadro. Compõe para o teatro de revista desde 1926 e escreve mais de cem canções, influenciado pelo folclore e pela música popular urbana, alcançando reconhecimento de público e sucesso financeiro. Em meados da década de 1930 volta-se para a composição orquestral com o poema sinfônico André de Leão e o Demônio do cabelo encarnado.

foto | Rafael Motta ilustrações compositores | Mariana Simões

Em 1939 estreia em São Paulo o Concerto em Formas Brasileiras, em transmissão nacional pela Rádio Cultura, com Antonieta Rudge ao piano e regência do autor. Apesar do sucesso dessa obra, o autor é discriminado por compositores acadêmicos e parte da crítica, devido à sua formação informal e linguagem híbrida, entre o popular e o erudito. Explora no Concerto elementos melódicos e rítmicos da música popular, num estilo nacionalista neorromântico, com três movimentos inspirados em gêneros da música popular brasileira: Modinha (Tempo de Batuque); Ponteio; Maracatu. Igor Reyner

pianista e mestrando em música pela UFMG.

PARA OUVIR_ CD Grandes Pianistas Brasileiros: Concerto em Formas Brasileiras – Orquestra Sinfônica Nacional – H. Tavares, regente – Souza Lima, piano – Gravado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro – 1959

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Rachmaninoff jamais amou a música moderna, o que não o impediu de ser moderno à sua maneira. Ele acreditava que a música não deveria seguir modismos, mas expressar a personalidade do compositor. Só assim ela seria eterna.

Sergei RACHMANINOFF (Rússia, 1873 – EUA, 1943) Sinfonia no 2 em mi menor, op. 27 No verão de 1906, sobrecarregado com inúmeros compromissos e brigas políticas, Rachmaninoff pediu demissão do cargo de regente titular do Teatro Bolshoi e transferiu-se, com a família, para a Alemanha. Em Dresden, longe da agitação musical de Moscou e dos tumultos políticos que começavam a assolar a Rússia, ele viveu momentos de paz e intensa felicidade e pôde se dedicar com mais atenção à composição. Em outubro começava a compor sua Segunda Sinfonia, que seria finalizada em abril do ano seguinte. Dedicada a Sergei Taneyev, sua estreia se deu em 8 de fevereiro de 1908, em São Petersburgo, sob a direção do compositor. A Sinfonia no 2 inicia-se com uma longa introdução, lenta e melancólica (Largo). Logo após um curto solo do corne inglês, tem início o Allegro moderato. Os violinos introduzem o primeiro tema, ao que toda a orquestra responde. Após uma transição agitada (Poco a poco più vivo), o clarinete executa o segundo tema (Moderato), imediatamente retomado pelos violinos e, em seguida, pelos violoncelos. A música vai, pouco a pouco, se acalmando até alcançarmos a seção central (Tempo I – Allegro moderato), introduzida por um violino solo com acompanhamento de duas trompas, sendo que a primeira executa notas em bouché (os sons ligeiramente metálicos chamados bouchés se obtêm fechando a campana com a mão direita). Esta seção nos levará ao clímax do movimento quando, logo após, ouviremos a reexposição do primeiro tema, relativamente transformado. Uma transição nos conduz à reexposição do segundo tema (Moderato, come prima) e uma inesperada seção agitada (Più mosso) fecha o movimento. O segundo movimento é extremamente alegre, possui três temas e a forma de um Rondó: A-B-A-C-A-B-A. Sendo A, B e C diferentes temas, temos uma forma onde B e C são intercalados por aparições de A. O tema A (Allegro molto) aparece logo no início do movimento,

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apresentado pelas trompas, enquanto os violinos tocam uma passagem rítmica alegre e marcante. Logo depois temos o tema B (Moderato), calmo, lírico e belíssimo, executado pelos violinos. Uma agitação nos conduz, novamente, ao tema A (Tempo I). O tema C (Meno mosso) é ouvido em seguida, consistindo de um fragmento temático frenético dos segundos violinos que, pouco a pouco, contagia os primeiros violinos, as violas e toda a orquestra. A partir do clímax deste movimento, um acelerando em toda a orquestra nos conduz ao Tempo I. Assim, temos uma reexposição de A, seguida da reexposição de B (Moderato) e, novamente, de A (Tempo I) para atingirmos o final onde ouvimos, nos metais, um breve e enigmático coral. O terceiro movimento (Adagio) é pleno daquele lirismo tão típico de Rachmaninoff, com melodias belíssimas e encantadoras. O primeiro tema, amplo e lírico, é ouvido apenas uma vez nos violinos. A sensação de que este tema tão belo poderia ter sido mais longo persistirá até o final do movimento, quando Rachmaninoff finalmente o desenvolverá, expandindo-o por toda a orquestra. O clarinete executa uma doce cantilena (segundo tema) e ouvimos, novamente, o primeiro tema nos violinos. Uma seção central anunciada pelo corne inglês e oboé nos leva ao primeiro clímax do movimento, quando ouvimos o motivo inicial do primeiro tema, nos violinos. O tumulto se dissipa e a trompa reexpõe o motivo inicial do primeiro tema, respondida primeiramente por um violino solo, depois pelo corne inglês, flauta e oboé, até que o clarinete reexpõe o tema na sua totalidade. Os violinos executam o segundo tema, ao mesmo tempo em que ouvimos fragmentos do primeiro tema em toda a orquestra. Um fortissimo, com toda a orquestra tocando o motivo inicial do primeiro tema, nos leva ao segundo clímax e aos momentos finais, onde ainda ouviremos reminiscências dos temas principais. O quarto movimento (Allegro vivace) incorpora ideias dos movimentos iniciais, na mais pura tradição russa. A primeira seção inicia-se com o primeiro tema, cheio de vitalidade, em uma erupção de sons em toda a orquestra. Após sua repetição modificada temos uma nota longa na trompa, em bouché, que anuncia o segundo tema – uma marcha com fragmentos nas madeiras respondidos pelos violoncelos e contrabaixos. O final da marcha nos conduz a uma reapresentação do primeiro tema e desemboca, inesperadamente, na seção central, onde ouvimos o terceiro tema, um tema lírico executado nos violinos enquanto, ao fundo, a orquestra permanece agitada. Pouco a pouco a música se acalma e temos uma breve aparição do primeiro tema do terceiro movimento (Adagio). A música torna-se misteriosa, a orquestra expõe fragmentos do primeiro tema e nos conduz ao clímax do movimento quando, logo após, temos a reexposição da primeira seção (primeiro tema, segundo tema e primeiro tema novamente). Estamos caminhando para o fim e a aparição de fragmentos dos três temas nos conduz a um final majestoso e imponente.

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Ao longo de sua vida, Rachmaninoff soube construir uma carreira de sucesso como compositor, concertista e regente comparável à de Liszt no século anterior. Ele jamais amou a música moderna, o que não o impediu de ser moderno à sua maneira. Ele acreditava que a música não deveria seguir os modismos da época, mas apenas expressar a personalidade do compositor. Só assim ela seria eterna. Para ele, a originalidade não derivava das características técnicas da obra, mas da substância íntima da personalidade de seu criador. A Sinfonia no 2 foi, talvez, sua obra mais pessoal. Guilherme Nascimento Compositor, professor da Escola de Música da UEMG e da Fundação de Educação Artística.

PARA ouvir_ CD Rachmaninov: Symphonie nº 2 – Berliner Philharmoniker – Lorin Maazel, regente – Deutsche Grammophon – 1999

Max Harrison – Rachmaninoff: life, works, recordings – London – Continuum – 2007

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foto | André Fossati

PARA LER_ Sergei Bertensson, Jay Leyda – Sergei Rachmaninoff: a lifetime in music – Bloomington – Indiana University Press – 2001

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sÉRIE ALLEGRO 22 de SETEMBRO 20h30 GRANDE TEATRO DO PALÁCIO DAS ARTES

Isaac Karabtchevsky regente convidado Sergei Nakariakov trompete Programa Johann N. HUMMEL Concerto para trompete e orquestra em Mi bemol maior (1803) [21 min] I. Allegro con spirito II. Andante III. Rondò Solista: Sergei Nakariakov Jean-Baptiste ARBAN Arranjo de Mikhail Nakariakov O carnaval de Veneza (Variações) (1864) [8 min] Solista: Sergei Nakariakov INTERVALO Antonín DVORÁK Sinfonia nº 9 em mi menor, op. 95, “Do Novo Mundo” (1893) [40 min] I. Adagio – Allegro molto II. Largo III. Scherzo – Molto vivace IV. Allegro con fuoco

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Isaac Karabtchevsky regente convidado Isaac Karabtchevsky é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Petrobras Sinfônica do Rio de Janeiro desde 2004. Foi diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre durante sete anos e em 2011 assumiu a direção artística do Instituto Baccarelli, instituição formada na maior comunidade carente de São Paulo, com quatro orquestras sinfônicas e 17 corais. Gravou com a Osesp, em fevereiro de 2011, as Sinfonias nos 3, 4, 6 e 7 de Villa-Lobos, dando início ao projeto de registro do ciclo completo das sinfonias até 2016. Foi diretor artístico da Orchestre National des Pays de la Loire, França, e recebeu do governo francês a comenda Chevalier des Arts et des Lettres em reconhecimento ao seu trabalho. Na Áustria, onde foi diretor artístico da Orquestra Tonkünstler, de Viena, foi o primeiro artista brasileiro a ser condecorado com a medalha Grande Mérito à Cultura. Como diretor artístico do Teatro La Fenice, em Veneza, realizou uma ousada programação e turnês na Europa, Japão e Coreia.

Isaac Karabtchevsky conduziu a Kennedy Center Opera House Orchestra com conhecimento e autoridade eloquentes, e os músicos deram o máximo de si por ele. Tim Page, The Washington Post, fevereiro de 1999.

De 1969 a 1996 participou ativamente da vida musical brasileira, dirigindo a Orquestra Sinfônica Brasileira. Com a OSB gravou todas as Bachianas Brasileiras de Villa-Lobos, uma referência ainda hoje. Em turnês na Europa e nos Estados Unidos, recebeu excelentes críticas. Sua carreira internacional levou-o a dirigir concertos e óperas nos mais prestigiosos teatros e orquestras, como a Staatsoper e o Musikverein, Viena, o Concertgebouw, Amsterdan, o Royal Festival Hall, Londres, a Salle Pleyel, Paris, o Kennedy Center, Washington, o Carnegie Hall, Nova York, a Accademia de Santa Cecilia, Roma, o Teatro Comunal, Bolonha, o Teatro Real, Madrid, a RAI, Turin, a Deutsche Oper am Rhein, Dusseldorf, a Orquestra Gurzenich, Colônia e a Orquestra Filarmônica de Tóquio. Foi também diretor artístico do Theatro Municipal de São Paulo, onde realizou a primeira audição de Wozzek, de Alban Berg, e do Navio Fantasma, de Wagner. Desde 2000 dirige, no Musica Riva Festival, Itália, masterclasses para maestros do mundo inteiro. Na Mostra Internacional de Música de Olinda realiza o mesmo curso com enorme sucesso. Com Roberto Marinho e Péricles de Barros, foi o criador do Projeto Aquarius, o maior movimento de popularização da música clássica no Brasil.

foto | Divulgação

Isaac Karabtchevsky foi considerado, em 2009, pelo jornal inglês The Guardian, um dos “ícones vivos” do país.

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Sergei Nakariakov trompete

Sergei Nakariakov quebrou não poucas das barreiras que demarcavam o mundo do trompete na música clássica. Apelidado pela imprensa finlandesa de “o Paganini do trompete” e de “Caruso do trompete” pela revista Musik und Theater, Sergei desenvolveu uma voz musical ímpar que é muito mais que um veículo para sua impressionante virtuosidade. Seu repertório inclui toda a gama da literatura original para trompete e se expande em direção a outros territórios, incluindo várias transcrições fascinantes, numa busca incessante de novas formas de expressão musical. Nascido em Gorky em 1977, começou a tocar piano aos seis anos, passando depois ao trompete. Serguei deve muito aos dons técnicos e musicais recebidos de seu pai, Mikhail Nakariakov, que transcreveu um largo repertório de concertos clássicos para o trompete – e com quem estudou diariamente desde o início.

Sergei Nakariakov toca trompete como o resto de nós, com sorte, respira. San Francisco Chronicle

A partir dos dez anos de idade, Sergei começou a se apresentar com orquestras nas maiores salas de concerto da União Soviética e aos onze obteve um diploma numa competição de metais para adultos. Apresentou-se com sucesso na Alemanha e na Áustria e em 1992 recebeu o Prix Davidoff no Schleswig – Holstein Musikfestival. Desde então, esteve nos principais centros da música mundial, incluindo o Hollywood Bowl em Los Angeles, o Lincoln Center em Nova York, e, em Londres, o Royal Festival Hall e o Royal Albert Hall. Todos os anos, faz turnês no Japão e é solista convidado nos Estados Unidos e Canadá. Sergei colabora com alguns dos músicos, orquestras e regentes mais aclamados do mundo, caso mais recente em Paris, no Théâtre des Champs Élysées, com a Filarmônica de St. Petersburgo e Yuri Temirkanov. Estreou com a Orquestra de Câmara de Munique concerto composto por Jörg Widmann especialmente para ele, obra que destaca a incomum respiração circular de Serguei. A discografia de Sergei Nakariakov na gravadora Teldec Classics International é sucesso de público e crítica e incorpora, além dos mais famosos concertos para trompete, dois álbuns com recitais para trompete de Bizet, Paganini, de Falla, Gershwin e Rimski-Korsakov, em que é acompanhado pelo pianista Alexander Markovitch. Seu CD mais recente é Echoes from the past, com concertos de trompete escritos originalmente para fagote por Hummel, Mozart, Weber e Saint-Saëns.

foto | Thierry Cohen

Premiado com o ECHO Klassik 2002 como instrumentista do ano pela Fono-Academia Alemã, Sergei Nakariakov toca instrumentos de Antoine Courtois Paris.

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Hummel era um músico completo, no sentido da abrangência de seus interesses. Escreveu preferentemente para o seu instrumento [piano], mas compôs também para instrumentos de sopro, missa, balés e óperas

Johann N. HUMMEL (Hungria, 1778 – Alemanha, 1837) Concerto para trompete e orquestra em Mi bemol maior Hummel, de origem eslovaca, filho de músico eminente, foi criança prodígio. Seu pai levou-o desde cedo para turnês europeias em que o menino impressionava por um precoce virtuosismo ao piano. Teve contato com todos os grandes músicos da época, os quais sempre tiveram grande prazer em lhe dar orientação. Em Viena, para onde foi quando o pai se transferiu para essa cidade, Mozart o ouviu e literalmente levou-o para casa e lhe deu aulas em 1787-1788. Em uma das turnês, Hummel encontrou-se com Muzio Clementi em Londres e nessa cidade permaneceu quatro anos, estudando com o mestre italiano. Mais tarde, em Viena, foi aluno de Albrechtsberger, de Haydn (para quem Hummel também tocara em Londres) e de Antonio Salieri. Beethoven (1770-1827) também recebera ensinamentos de Haydn, Salieri e Albrechtsberger. Viena era o centro da música europeia, e Hummel conviveu ali – além desses mestres, com Franz Schubert (1797-1828) e com outros compositores que eram grandes pianistas, como Chopin, Liszt, Czerny (que fora aluno de Beethoven e com quem Chopin tocou a quatro mãos), Mendelssohn, Hiller e tantos outros.

foto | André Fossati

Chopin já tivera contato com Hummel em Varsóvia e observara com interesse as características da técnica do pianista alemão, uma celebridade. Por sua vez, Hummel se impressionou com Chopin, com quem voltou a encontrar-se em Viena quando este esteve instalado nessa cidade (fim de 1830-1831). A maneira de tocar de Chopin encantava os vienenses pelo cantabile, pela suavidade e personalidade, mas diferia muito dos pianistas locais, que tinham uma técnica mais brilhante e mais seca. Hummel exerceu forte influência na técnica pianística do século XIX, fato que pode ser verificado, até certo ponto, com a linhagem Hummel, Czerny, Liszt. Sua atuação junto aos fabricantes de pianos, em Paris e em Viena, foi igualmente marcante, com propostas de aprimoramento da mecânica do instrumento. Hummel era um músico completo, no sentido da abrangência de seus interesses, e, após ocupar durante sete anos o cargo de Kapellmeister

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– que tinha sido de Haydn – junto aos Esterházy, em Eisenstadt, exerceu também essas funções em Stuttgart e em Weimar (onde se relacionou com Goethe). Escreveu preferentemente para o seu instrumento – concertos, sonatas, música de câmara com piano. Mas compôs também para instrumentos de sopro, missa, balés e óperas. Não foi um músico que se dedicasse a divulgar apenas as suas obras. As sinfonias de Beethoven, por exemplo, através de suas transcrições para piano a quatro mãos, tornaram-se familiares a um número enorme de músicos amadores. O Concerto para Trompete e Orquestra em Mi bemol continua a ser estimado e executado, e é uma das raras obras do autor com constantes gravações comerciais. Essa obra evidencia o processo de transição vivido por Hummel, do Classicismo ao Romantismo. Podemos perceber inicialmente o rigor da forma sonata clássica, após uma introdução marcial, trazendo a bela e impressionante entrada do trompete. A influência sensível da ópera romântica aparece nos dois primeiros movimentos e no cantabile, à Bellini, especialmente nas linhas melódicas. E o rondó final surge do andante, sem interrupção, solto, exuberante e virtuosístico. Paulo Sérgio Malheiros dos Santos Professor na Escola de Música da UEMG.

Arban foi o grande inovador no aperfeiçoamento de seu instrumento e responsável por sua popularização; por outro lado, causava impacto em excursões pela Europa, pelo extraordinário virtuosismo de sua técnica.

Jean-Baptiste ARBAN (França, 1825 – 1889) O Carnaval de Veneza Jean-Baptiste Arban, músico francês nascido em Lyon, foi um virtuose do trompete, regente e pedagogo emérito. Primeiramente engajado na marinha como músico, veio a estudar no Conservatório Nacional Superior de Música de Paris, onde obteve um Primeiro Prêmio em 1845. Terminados seus estudos no Conservatório, e estimulado pela técnica fantástica de Paganini, Arban dedicou-se a sistematizar sua técnica e a propor aprimoramentos na construção do trompete. Participa então de diversas orquestras, publica seu livro, Grande Méthode complète pour cornet à pistons et saxhorn, em que figuram as célebres Variações sobre o Carnaval de Veneza e, em 1869, é contratado pelo Conservatório como professor. Em 1874 deixa o Conservatório para dirigir concertos na Rússia, com imenso êxito. Por um lado, Arban foi o grande inovador no aperfeiçoamento de seu instrumento e responsável por sua divulgação e popularização; por outro lado, causava impacto no público, em suas excursões pela Europa, pelo extraordinário virtuosismo de sua técnica. Mas foi como pedagogo que Arban passou à posteridade, com a elaboração do Método que se celebrizou, entre muitos volumes de exercícios ainda hoje utilizados. Paulo Sérgio Malheiros dos Santos Professor na Escola de Música da UEMG.

PARA OUVIR_ CD Classic Winton – Johann Nepomuk Hummel: Concerto for Trumpet & Orchestra in E-Flat Major – English Chamber Orchestra – Raymond Leppard, regente – Winton Marsalis, trompete – Sony Classical – 1998

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PARA OUVIR_ CD Classic Winton – Winton Marsalis, trompete – Sony Classical – 1998

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Quem ouve Dvorák reconhece traços da linguagem romântica, ao mesmo tempo em que percebe-lhe um traço distintivo, genuinamente tcheco. Em “Do Novo Mundo” surge um novo elemento musical: o folclore norte-americano.

Antonin DVORÁK (Tchecoslováquia, 1841 – 1904) Sinfonia nº 9 em mi menor, op. 95, “Do Novo Mundo” Sem querer tecer grandes elaborações conceituais, pode-se dizer que aquilo que se costuma chamar “estilo” é composto, ao menos em parte, de elementos observáveis e redutíveis a certos “esquemas” distintivos mais ou menos genéricos. A noção, porém, é inegavelmente complexa: ela não se reduz apenas àqueles elementos observáveis, nem tampouco à maneira em que são articulados, embora ambos os fatores sejam fundamentais para a sua constituição. A “resultante” (no sentido matemático do termo) desses e de outros fatores estaria mais para o estilo do que cada um deles em separado. Mais complexa se torna a noção, quanto mais se lhe observa a abrangência: pode-se aplicá-la tanto no que se refere a linguagens individuais, quanto a grandes conjuntos dessas linguagens, açambarcadas em recortes cronológicos específicos ou em recortes regionais, nacionais, ou culturais. “Conceitualismos” à parte, fato é que, na música, aquilo que se costuma chamar “estilo” é, na maior parte das vezes, percebido intuitivamente, tanto por leigos quanto por especialistas. Assim é que, quem ouve Debussy, sabe que ali está Debussy; quem ouve Vivaldi, nota que ali há algo de inegavelmente barroco; quem ouve Villa-Lobos, reconhece em sua obra um “não sei quê” indelevelmente brasileiro. Da mesma forma, quem ouve a obra de Antonin Dvorák reconhece, ali, por certo, os elementos da linguagem romântica, mas, ao mesmo tempo, percebe-lhe um traço distintivo, genuinamente tcheco. Há quem queira, por isso, posicionar Dvorák como um nacionalista. Os argumentos para isso, porém, não são suficientemente sólidos: não há, em Dvorák, a preocupação consciente de construir uma identidade nacional através da expressão musical. Nem tampouco há a intenção manifesta de pontilhar de “exotismos” regionais os fundamentos da linguagem romântica. Se isso transparece em sua obra, é mais por uma identificação profunda entre seu espírito criativo e as fontes regionais de que se origina, que por ação planejada.

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No entanto, Dvorák pertence a uma “Escola Nacional” tcheca, que nasce no seio do Romantismo, inaugurada por Smetana, e que se estende até pelo menos a primeira metade do século XX, com Leos Janacek. Dvorák, assim, tem a fonte de sua linguagem no folclore nacional boêmio – de onde elabora o seu próprio lirismo –, cujas características específicas ele assimila e que nunca procura negar ou mascarar em sua obra. Sua linguagem não se destaca por inovações formais ou por quaisquer experiências em outros campos estruturais da música. Tendo crescido no berço do Romantismo, contenta-se com ele para seus caminhos expressivos, mas é um grande melodista, na esteira de Schubert e Brahms. Nascido em 1841, em uma pequena aldeia da Boêmia, Dvorák construiu, na capital tcheca, de forma gradual e sólida, sua carreira de músico. Em 1891, já internacionalmente célebre, assume o posto de professor de Composição no Conservatório de Praga. No ano seguinte, instala-se nos Estados Unidos, onde assume a direção do então Conservatório de Nova York, onde permanece até 1895. São desse período obras significativas de sua produção, como as Humoresques para piano, o Quarteto op. 96, o Concerto para Violoncelo op. 104 e a Sinfonia em mi menor op. 95, “Do Novo Mundo”. É de se notar que, dentre seus alunos em Nova York, havia um rapaz negro, que lhe deu a conhecer os spirituals americanos, cantos religiosos que abordavam, sob a metáfora das imagens bíblicas, a tragédia e o sofrimento da escravidão na América do Norte e dos africanos desterrados. O interesse despertado em Dvorák por esse gênero musical é o fundamento do célebre tema do segundo movimento da Nona Sinfonia, cujo solo de corne inglês constitui claramente a evocação da melodia pungente que muitas vezes caracteriza os negro spirituals. Composta em 1893 e estreada no Carnegie Hall em dezembro do mesmo ano, a obra conquistou sucesso caloroso e imediato, que perdura até hoje. O interessante dessa sinfonia em particular é que, aí, Dvorák realiza também com o elemento musical folclórico norte-americano um processo de assimilação análogo ao que se observa em relação ao folclore boêmio no contexto geral de sua obra. O fato é que esse processo, aqui, é relativamente consciente, e manifesto pelo próprio compositor, que afirma, pouco depois da estreia da obra, não ter utilizado efetivamente temas da música nativa (autóctone ou não) norte-americana, mas, sim, ter-se utilizado dos fundamentos essenciais dessa música para elaborar seus próprios elementos originais. Não se pode dizer, com isso, que, na Sinfonia op. 95, Dvorák tenha abandonado suas fontes boêmias em função da descoberta de uma nova linguagem. Ao contrário, esses novos elementos agregam-se, na Nona Sinfonia, àqueles que até então lhe haviam servido de fonte, para, aí, criar uma espécie de linguagem “multicultural”, por assim dizer.

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Dessa forma, não é apenas pela qualidade artística e pela franqueza espontânea de seu trabalho melódico que a Sinfonia op. 95 adquiriu o papel importante que tem até hoje no rol do repertório sinfônico. Esse processo de “destilação” dos elementos de linguagens musicais regionais e a associação desses elementos a outros – esse multiculturalismo – anunciam processos criativos que hão de nortear correntes importantes da música do século XX, fundamentando obras como a de Bartók, Falla, Villa-Lobos, Ginastera e diversos compositores norte-americanos.

Qual a diferença entre Orquestra Sinfônica e Orquestra Filarmônica? Não existe diferença entre uma orquestra e outra se a dúvida é sobre seu tamanho ou composições que cada uma pode tocar. Uma orquestra pode ser de câmara se tem um número pequeno de instrumentos, mas, se for completa, com todas as famílias de instrumentos, ela será sinfônica ou filarmônica. Esses prefixos serviram, durante muitos anos, para designar a natureza da orquestra, se “pública” ou “privada”. Isso porque se convencionou chamar de filarmônica a orquestra mantida por uma sociedade de amigos admiradores da música, enquanto sinfônica era a orquestra mantida pelo Estado. Hoje não se pode mais fazer essa distinção, seja no Brasil ou em outros países, já que ambas dependem do auxílio tanto da iniciativa privada como dos governos.

Moacyr Laterza Filho Professor na Escola de Música da UEMG e na Fundação de Educação Artística.

PARA ouvir_ CD Antonin Dvorák – Sinfonia nº 9, op. 95 – Orquestra da Filadélfia – Wolfgang Sawallich, regente – EMI – 1993

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foto | Rafael Motta

Originalmente, a palavra orquestra vem do grego para se referir a um grupo de instrumentistas tocando juntos. Sinfônico quer dizer “em harmonia” e filarmônico, “amigo da harmonia”. Uma orquestra filarmônica é, portanto, sinfônica, pois seus músicos devem tocar em harmonia e ser capazes de executar as composições sinfônicas criadas pelos compositores de todos os períodos da música clássica, especialmente as mais complexas, a partir do século XIX. Queremos que a nova orquestra de Minas seja de todos nós, amigos da harmonia, o que motivou a escolha do nome Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

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PARA APRECIAR UM

CONCERTO Silêncio

Programa

Em uma sala de concerto, o silêncio é fundamental para que você possa ouvir cada detalhe da música. Ruídos incomodam e dificultam a apreciação das obras e a concentração dos músicos.

A leitura do programa oferece uma oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a música, os compositores e os intérpretes que se apresentam. Ele será seu guia para a boa compreensão das obras executadas. Você também poderá consultá-lo no site antes de vir para o concerto.

Aparelhos eletrônicos O celular perturba o silêncio necessário à apreciação do concerto. Tenha certeza de que o seu está desligado.

Aplausos O aplauso é o elogio da plateia. E, como todo elogio, faz toda a diferença usá-lo na hora certa. É tradição na música clássica aplaudir apenas no final das obras, que, muitas vezes, se compõem de duas, três ou mais partes. Quando uma dessas partes termina, não significa que a música chegou ao fim. Consulte o programa para saber o número de movimentos e o final de cada obra e fique de olho na atitude e gestos do regente e dos músicos.

Tosse Tosse chama a atenção. Como um apreciador da música, você não vai querer desviar os olhares para sua direção. Por isso, se estiver com tosse, experimente usar uma pastilha antes do concerto e aliviar alguma irritação na garganta antes de entrar na sala e durante os intervalos.

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Pontualidade Atraso e procura de lugares As portas do Grande Teatro são fechadas após o terceiro sinal. Depois do início da apresentação, a entrada só é permitida em momentos que não interrompam o concerto. Quando você puder entrar, escolha silenciosamente um lugar vago ao fundo da sala. Evite andar e trocar de poltrona durante a execução das músicas. Se tiver de sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.

Outras recomendações Crianças Se você estiver com crianças muito novas, prefira os assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se a criança se sentir desconfortável. Registros Fotos e gravações em áudio e vídeo não são permitidos. Aproveite o concerto ao vivo.

Comidas e bebidas O consumo de comidas e bebidas não é permitido no interior da sala de concerto.

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SÉRIES E OUTROS

PRÓXIMOS

Concertos

Concertos SETEMBRO

Allegro e Vivace São séries realizadas em noites de terça (Vivace) e quinta-feira (Allegro), no Grande Teatro do Palácio das Artes. Ambas apresentam repertório que inclui sinfonias e outras músicas de diferentes períodos históricos, trazendo frequentemente obras pouco conhecidas e inéditas, com a presença de convidados de renome internacional.

Turnê Nacional 8 a 14 de setembro Porto Alegre, Florianópolis, Blumenau, Curitiba, Londrina e Paulínia Fabio Mechetti, regência Arnaldo Cohen, piano HEKEL TAVARES / RACHMANINOFF Série Allegro 22 de setembro, quinta-feira, 20h30, Palácio das Artes Isaac Karabtchevsky, regente convidado Sergei Nakariakov, trompete HUMMEL / ARBAN / DVORÁK

Concertos para a Juventude A iniciativa recupera a tradição de concertos sinfônicos nas manhãs de domingo, dedicados à família. As apresentações têm ingressos a preços populares e contam com a participação de jovens solistas.

Concertos para a Juventude 25 de setembro, domingo, 11h, Sesc Palladium Marcos Arakaki, regência Lucas Thomazinho, piano DVORÁK / SAINT-SAËNS

Clássicos no Parque Com um repertório que abrange música sinfônica diversificada, os concertos proporcionam momentos de descontração e entretenimento a um público amplo e heterogêneo. Realizados aos domingos, nos parques da cidade.

Concertos Didáticos (evento fechado) 26 de setembro, segunda-feira, 9h30, Sesc Palladium Marcos Arakaki, regência Fausto Borém, contrabaixo / interpretação GLINKA / BIZET / FAUSTO BORÉM / KATCHATURIAN

Concertos Didáticos São concertos de caráter didático, com entrada franca, para grupos de crianças e jovens da rede escolar pública e particular, instituições sociais e universidades. Além de apreciar a boa música, o público recebe informações sobre a orquestra, os instrumentos e as diversas formas musicais.

Festivais São eventos idealizados para oferecer ao público experiências musicais específicas. O Festival Tinta Fresca procura identificar e promover novos compositores brasileiros. O Laboratório de Regência tem por finalidade dar oportunidade a jovens regentes brasileiros, de comprovada experiência, de desenvolver, na prática, a habilidade de lidar com uma orquestra profissional.

OUTUBRO

Série Vivace 4 de outubro, terça-feira, 20h30, Palácio das Artes Josep Caballé Domenech, regente convidado Alisa Weilerstein, violoncelo CHABRIER / ELGAR / DEBUSSY / TURINA Temporada de Ópera da Fundação Clóvis Salgado 19 a 29 de outubro, Palácio das Artes Roberto Tibiricá, regência PUCCINI

Turnês Estaduais As turnês estaduais levam a música de concerto a diferentes regiões de Minas Gerais, possibilitando que novos públicos tenham o contato direto com música sinfônica de excelência.

Turnês Nacionais A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais percorre importantes regiões e centros culturais do Brasil, a fim de divulgar a boa música e representar o estado no cenário nacional erudito.

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ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS | Setembro | 2011 Primeiros Violinos

Anthony Flint spalla

Eliseu Martins de Barros concertino

Rommel Fernandes assistente de spalla

Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic Marcio Cecconello Martha de Moura Pacífico Mateus Freire Patrick Desrosiers Rodolfo Marques Toffolo Rodrigo de Oliveira Anderson Farinelli **** André Cunha **** Luiza de Castro **** Thiago Paganini **** Segundos Violinos

Frank Haemmer * Jovana Trifunovic ** Eri Lou Miyake Nogueira Gláucia de Andrade Borges José Augusto de Almeida Leonardo Ottoni Luka Milanovic Marija Mihajlovic Radmila Bocev Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch Anderson Cardoso **** Tércia Oliveira **** Violas

João Carlos Ferreira * Bruno Leandro da Silva Cleusa de Sana Nébias Glaúcia Martins de Barros Marcelo Nébias Nathan Medina Katarzyna Druzd Vitaliya Martsinkevich William Martins Violoncelos

Elise Pittenger ***

Fabio Mechetti

REGENTE ASSISTENTE

Camila Pacífico Camilla Ribeiro Lina Radovanovic Matthew Ryan-Kelzenberg Pedro Bielschowsky Renato de Sá **** Robson Fonseca **** Contrabaixos

Colin Chatfield * Mark Wallace ** Brian Fountain Hector Manuel Espinosa Marcelo Cunha Nilson Bellotto Valdir Claudino Flautas

Cássia Lima* Renata Xavier ** Alexandre Braga Caroline Lohmann Oboés

Alexandre Barros * Ravi Shankar ** Israel Silas Muniz Moisés Pena

Marcos Arakaki

Erico Oliveira Fonseca ** Daniel Leal Romilso Curvelo **** Trombones

Mark John Mulley * Wagner Mayer ** Renato Lisboa Tuba

Eleilton Cruz * Tímpanos

Ambjorn Lebech * Percussão

Rafael Costa Alberto * Daniel Lemos ** Werner Silveira Sérgio Aluotto Harpa

Mareike Burdinski * Teclados

Ayumi Shigeta * Gerente

Jussan Fernandes Inspetora

Karolina Lima

Clarinetes

Dominic Desautels * Marcus Julius Lander ** Ney Campos Franco Alexandre Silva Fagotes

Catherine Carignan * Laurence Messier ** Raquel Carneiro Ariana Pedrosa

Assistente Administrativo

Débora Vieira Arquivista

Vanderlei Miranda Assistentes

Klênio Carvalho Sergio Almeida Yan Vasconcellos Supervisor de Montagem

Trompas

Evgueni Gerassimov * Ailton Ramez Ferreira Gustavo Garcia Trindade ** José Francisco dos Santos Trompetes

PatrocÍNIO

Rodrigo Castro MONTADORES

Carlos Natanael Felix de Senna Matheus Luiz Ferreira

Marlon Humphreys *

Apoio Cultural

*chefe de naipe **assistente de chefe de naipe ***chefe/assistente substituto ****músico convidado

DIRETOR ARTÍSTICO e REGENTE TITULAR

Divulgação

APOIO INSTITUCIONAL

REALIZAÇÃO

INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA Diretoria Executiva Diretor Presidente

Produtor

Luis Otávio Amorim

Diomar Silveira

Auxiliar de Produção

Diretor Administrativo-financeiro

Analista de Comunicação

Tiago Cacique Moraes Diretor de Comunicação

Fernando Lara

Analista Financeiro

Thais Boaventura

Andréa Mendes

Analista Administrativo

Eliana Salazar

Analista de Comunicação

Marcela Dantés

Analista de Marketing de Relacionamento

Mônica Moreira

Thiago Nagib Hinkelmann

Mariana Theodorica

Gerente de Produção Musical

Claudia Guimarães

Analista de Recursos Humanos

Quézia Macedo Silva

Lucas Paiva

Diretor de Marketing e Relacionamento

Equipe Técnica

Equipe Administrativa

Analista de Marketing e Projetos Assistente de Comunicação

Mariana Garcia

Assistente de Programação Musical

Francisco César Araújo

Gerente de Comunicação

Secretária Executiva

Flaviana Mendes Auxiliares Administrativos

Cristiane Reis, João Paulo de Oliveira e Vivian Figueiredo Recepcionista

Lizonete Prates Siqueira Auxiliar de Serviços Gerais

Ailda Conceição Mensageiro

Merrina Godinho Delgado

Jeferson Silva

Produtora

Estagiário

Carolina Debrot

Alexandre Moreira

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www.filarmonica.art.br R. Paraíba, 330 | 120 andar | Funcionários Tel. 31 3219 9000 | Fax 31 3219 9030 CEP 30130-917 | Belo Horizonte | MG contato@filarmonica.art.br

REALIZAÇÃO

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