Fortissimo 2015 | Dezembro

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FORTISSIMO Nº 10 — 2015

DEZEMBRO



Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais

apresentam

SUMÁRIO p. 8

ALLEGRO

V I VA C E

Quinta

Sexta

03/12

04/12

Fabio Mechetti, regente Fabio Martino, piano

GUARNIERI BARTÓK KHATCHATURIAN PROKOFIEV

Abertura festiva Concerto para piano nº 3 Spartacus: Suíte nº 2 Alá e Lolli: Suíte Cita, op. 20 p. 24

PRESTO

VELOCE

Quinta

Sexta

10/12

11/12

Fabio Mechetti, regente Antonio Meneses, violoncelo

MEHMARI SHOSTAKOVICH

Divertimento Concerto para violoncelo nº 1 em Mi bemol maior, op. 107

MAHLER

Sinfonia nº 1 em Ré maior, “Titã”


FOTO: RAFAEL MOTTA


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CAROS AMIGOS E AMIGAS, É incrível estarmos chegando ao final da nossa primeira temporada na Sala Minas Gerais. Concertos grandiosos e solistas renomados celebram este grande momento. Do jovem Fabio Martino, que volta a se apresentar conosco depois de enorme sucesso, ao consumado violoncelista Antonio Meneses, amigo inseparável de nossa Orquestra, encerramos o ano de forma arrebatadora. Da festividade de uma abertura sinfônica de Camargo Guarnieri ao som avassalador da Suíte Cita de Prokofiev. Da novidade presente em mais uma encomenda da Filarmônica a um dos compositores mais ecléticos do Brasil, André Mehmari, à manifestação triunfal de mais uma sinfonia de Mahler a revelar a competência e pujança de nossa Orquestra. É com a música de qualidade e sua eterna presença no coração das pessoas que devolvemos a todos os que nos prestigiam, e confirmam nossa relevância, a nossa gratidão e apreço, reconhecendo a crescente responsabilidade que temos em mostrar o que há de melhor para aqueles que do melhor procuram. Será com a sublime música de Beethoven e com sua mensagem humanista de harmonia e fraternidade que concluiremos a Temporada 2015.

Uma temporada inesquecível: o nascimento de uma nova Sala, a descoberta de um novo som, encontros com velhos e novos amigos, a consolidação de nossa Orquestra em sua nova casa, o entusiástico aplauso de nosso público, a presença cada vez mais marcante da Filarmônica na vida das pessoas e da cidade. Esses são alguns dos motivos que me levam a agradecer profundamente àqueles que tornaram este sonho realidade. Aos idealizadores e facilitadores, aos patrocinadores e trabalhadores, aos que viveram intensamente cada momento desta desafiadora trajetória, que hoje revela, com resultados palpáveis e positivos, tudo o que é possível, quando o ideal se sobrepõe ao conforto da realidade assumida. Em nome de todos os músicos da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e dos funcionários do Instituto Cultural Filarmônica, agradeço pelo carinho e apoio que todos vocês demonstraram ao longo deste novo capítulo de nossa história. Tenham todos boas férias e esperamos contar com a presença de vocês para vivenciar mais uma aventura musical em 2016.

FABIO MECHETTI Diretor Artístico e Regente Titular



FOTO: ALEXANDRE REZEN DE

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Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Com seu trabalho, Mechetti posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo Uruguai e Argentina e realizou

FOTO: RAFAEL MOTTA

gravações para o selo Naxos.

FABIO MECHETTI

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro


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regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York. Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as orquestras sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Orquestra da Rádio e TV Espanhola em Madrid, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.

Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia dirigindo a Filarmônica de Tampere e na Itália, dirigindo a Orquestra Sinfônica de Roma. Em 2016 fará sua estreia com a Filarmônica de Odense, na Dinamarca. No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmen, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O Barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello. Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.


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FABIO MECHETTI, regente FABIO MARTINO, piano

ALLEGRO Quinta

03/12 V I VA C E Sexta

04/12

PATROCÍNIO


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PROGRAMA

Camargo GUARNIERI Abertura festiva

Béla BARTÓK Concerto para piano nº 3 • Allegretto

FABIO MARTINO piano

• Adagio religioso • Allegro vivace

– I N T E RVA L O –

Aram KHATCHATURIAN Spartacus: Suíte nº 2 • Adagio de Spartacus e Frígia • Entrada dos mercadores – Dança da cortesã romana – Dança geral • Entrada de Spartacus – A desavença – Traição de Harmodius • Dança dos piratas

Sergei PROKOFIEV Alá e Lolli: Suíte Cita, op. 20 • A Adoração de Veles e Alá • O Deus Inimigo e a Dança dos Espíritos das Trevas • A Noite • A Gloriosa Partida de Lolli e o Cortejo do Sol


F OTO: FRIEDRU N REIN HOLD

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ALLEGRO E VIVACE

FABIO MARTINO

Já aos cinco anos de idade Fabio Martino começou a tocar piano: no instrumento de sua avó, uma professora em São Paulo. Dezessete anos mais tarde – após uma rigorosa formação nas principais universidades do Brasil e Alemanha –, Martino compra seu primeiro instrumento Steinway. O dinheiro para tal veio do primeiro lugar no maior concurso internacional de piano da América Latina, o BNDES, com quantia equivalente a 48 mil dólares. Na final, seus concorrentes eram um japonês e um russo com respectivos 28 e 29 anos de idade. Um ano mais tarde, 2011, Martino conquista o primeiro


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lugar com um prêmio de dez mil euros no concurso internacional de piano Ton und Erklärung (som e palavra), promovido pelo Círculo Cultural da Economia Alemã. Martino é considerado ousado e ao mesmo tempo aberto a desafios no cenário pianístico internacional. Como uma marca registrada, apresenta-se sempre com uma gravata borboleta de laço feito a mão. Como próximo importante marco em sua carreira está o lançamento do seu primeiro CD solo com obras de Brahms, Schumann e as primeiras audições mundiais da 3ª Sonata para piano de York Höller e dos três estudos intervalares de Edino Krieger. O compositor Höller elogia “a sua expressividade, o seu poder, a sua sensibilidade, sem deixar de mencionar a sua perfeita técnica ao piano...”. Como solista, Fabio Martino interpreta internacionalmente concertos para piano e orquestra de Prokofiev, Rachmaninoff, Beethoven, Schumann, Medtner, Mozart, entre outros, acompanhado por importantes orquestras nacionais e internacionais como Osesp, OSB, Filarmônica de Minas Gerais, Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera, Orquestra Filarmônica de Duisburg, entre tantas outras. Seus concertos e recitais no Seoul Arts Center, Coreia do Sul, no

Festival Internacional de Piano de Miami ou no Gilmore Festival, nos Estados Unidos, no Heidelberger Frühling, na Rádio NDR em Hannover ou no Gasteig em Munique, Alemanha, na Sala Cecília Meireles ou na Sala São Paulo, Brasil, deixaram o público e a crítica especializada extremamente impressionados. Em agosto de 2015, Martino solou com a BBC Ulster Orchestra o Concerto nº 5 de Villa-Lobos com gravação ao vivo para a Rádio BBC. Em janeiro de 2016 interpretará o Concerto nº 1 de Rachmaninoff com a Badische Staatskapelle Karlsruhe, na Alemanha, sob regência de Asher Fisch. Após ouvi-lo, o crítico e compositor Ronaldo Miranda disse que “a Fantasia, op. 17 de Schumann interpretada por Fabio Martino ficará na minha memória musical: algo de que não nos esquecemos. E nessas memórias pianísticas estão também a interpretação da Fantasia, op. 17 de Schumann com Nelson Freire, as Variações Sérias de Mendelssohn com Alicia de Larocha, a Partita em dó menor de Bach com Martha Argerich e a Sonata, op. 2, nº 3 de Beethoven com Vladimir Ashkenazy.” Para o Hannover Allgemeine Zeitung, Martino é “mágico ao piano”.


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ALLEGRO E VIVACE

Camargo Guarnieri |

Brasil, 1907 – 1993

ABERTURA FESTIVA (1971) 6 min

Nascido em Tietê, no interior paulista, Mozart Camargo Guarnieri transferiu‑se com a família para a capital em 1923 a fim de estudar música. Em São Paulo foi principalmente orientado por Lamberto Baldi e, posteriormente, por Mário de Andrade, que se tornou o mentor intelectual do jovem compositor. Camargo Guarnieri (que abandonara seu primeiro nome), como consequência de prêmio recebido em 1938, segue para a França, onde estuda com Nadia Boulanger, Charles Koechlin e François Ruhlmann. Na década de 1930, Camargo Guarnieri, em suas composições camerísticas mais recentes, sistematiza o uso de instrumentos típicos brasileiros e evita empregar nas partituras as usuais expressões italianas, indicando em vernáculo: com alegria, bem dengoso, requebrando, tristemente... Em 1938, vencedor do Prêmio de Aperfeiçoamento Artístico, realiza estudos musicais na França, notadamente com Charles Koechlin (contraponto, composição e instrumentação), François Ruhlmann (regência) e Nadia Boulanger, mestra centralizadora do movimento musical neoclássico,

que lhe transmitiu a sabedoria e a eficiência das formas tradicionais. A partir de prêmio recebido na Filadéfia, em 1942, o compositor visitou os Estados Unidos em diversas oportunidades. Tornou-se amigo de Aaron Copland (também ex-aluno de Nadia Boulanger) e Leonard Bernstein, aos quais dedicou, respectivamente, a Abertura concertante e a Sinfonia nº 4. Participou de concursos e encontros internacionais de compositores, apresentando suas obras à frente de importantes orquestras, entre elas a Sinfônica de Boston, a convite de Sergei Koussevitzky. Em São Paulo, Guarnieri dirigiu o Coral Paulistano (criado por Mário de Andrade) e regeu a orquestra do Departamento de Cultura de São Paulo. Em 1976, fundou a Orquestra de Cordas da USP (Universidade de São Paulo), que dirigiu até 1992. Foi durantes longos anos professor de Composição. Entre seus alunos, citam-se Oswaldo Lacerda, Sérgio Vasconcelos Corrêa, Almeida Prado, Marlos Nobre, Aylton Escobar. A Abertura festiva foi escrita em vinte dias, em janeiro de 1971,


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INSTRUMENTAÇÃO piccolo, 3 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, 2 fagotes,

contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, cordas.

para abrir a temporada anual da Orquestra Filarmônica de São Paulo. Neoclassicismo e elementos rítmicos nacionalistas aliam-se nesta obra pequena e rica em percussão. Camargo Guarnieri emprega três temas principais: o tema A que aparece na flauta, antecedido por breve introdução orquestral. O tema B é confiado ao clarinete, após um momento de repouso estabelecido pelas trompas. Esses dois primeiros temas são bastante rítmicos e contrastam com a longa linha melódica do tema C, apresentado pelos trompetes e violinos. Elementos dos três temas são trabalhados, com destaque para um pequeno cânone dos sopros sobre os

violoncelos. Na reapresentação dos dois primeiros temas, o B (agora no oboé) antecede o A (no clarinete e, depois, nos violinos), dando à arquitetura uma forma espelhada AB-C-BA. A Coda é construída em crescendo gradativo até o clímax conclusivo. Guarnieri deixou um catálogo com mais de setecentos títulos, que o coloca entre os mais prolíficos e significativos compositores brasileiros. PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado. Apresenta o programa semanal Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.

PARA OUVIR CD Camargo Guarnieri – Sinfonia nº 1; Abertura Festiva; Sinfonia nº 4, “Brasília” – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – John Neschling, regente – Biscoito Fino – CD 1 – 2007 PARA LER Flávio Silva (org.) – O tempo e a música – Funarte – 2001 PARA ASSISTIR DVD Notas soltas sobre um homem só – Carlos de Moura Ribeiro Mendes, diretor – Berço Esplêndido, produtora – 2010 (Documentário)


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ALLEGRO E VIVACE

Béla Bartók |

Hungria, atual Romênia, 1881 – Estados Unidos, 1945

CONCERTO PARA PIANO Nº 3 (1945) 23 min

Grande pianista, Béla Bartók atuou sob a direção de célebres regentes, convidado por famosas orquestras europeias e americanas. Fez seu primeiro recital aos dez anos, quando ainda estudava com sua mãe. Dentre outros mestres, aperfeiçoou‑se com Istvan Thoman, aluno de Liszt. Durante três décadas, Bartók lecionou piano no Conservatório de Budapeste, consolidando a fama de excelente pedagogo. Dedicou a seu instrumento predileto obras didáticas de inegável valor artístico e um repertório fundamental para a música moderna. Dos três concertos que escreveu para piano, Bartók estreou os dois primeiros. O êxito do Segundo Concerto, no início de 1933, marcou a última apresentação pública do compositor na Alemanha. O Concerto nº 3, escrito no exílio americano, simultaneamente ao Concerto para viola, foi sua obra derradeira – os quatorze compassos finais foram orquestrados por Tibor Serly, seu discípulo, seguindo instruções do próprio compositor. A estreia (póstuma) ocorreu em 1946,

com o pianista György Sandor e o maestro Eugene Ormandy. Dedicado à esposa de Bartók, Ditta Pásztory, o Concerto nº 3 mantém um clima basicamente cantabile, notável pela flexibilidade e transparência melódica. A orquestração é fluida, leve. A linguagem emotiva e misteriosa tem algo de mágico, quase místico. O piano não é tratado de maneira percussiva, como na técnica predominantemente contrapontística do Primeiro Concerto; nem com a verve rítmica do Segundo. No Allegretto inicial, em forma sonata, os violinos e as violas preparam a entrada do piano, que expõe o cantante primeiro tema, acentuadamente magiar. O segundo tema, com caráter scherzando, liga-se ao precedente por uma passagem das madeiras. O curto desenvolvimento utiliza, sobretudo, elementos do primeiro tema. O refinamento extraordinário da partitura culmina na sutileza dos compassos finais, destinados à flauta e ao piano. O Adagio religioso central tem forma ternária (A-B-A), com os diferentes períodos ligados pelas


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INSTRUMENTAÇÃO piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes,

4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, cordas.

cordas. Estas iniciam a introdução – motivo pentatônico, tratado polifonicamente. O Coral (parte A), de grande simplicidade e serenidade atemporal, é enunciado pelo piano. O episódio central (parte B) mantém o clima reflexivo, apesar do virtuosismo dos arabescos pianísticos. O colorido orquestral se enriquece pelos trinados nas cordas e pelas breves interferências dos metais. O retorno do Coral (parte A) faz-se apenas nas madeiras, em torno das quais o piano tece delicadas figurações. Na transição para o Allegro vivace final, após introdução de caráter húngaro, os tímpanos preparam a entrada de um fugato iniciado pelo piano. O movimento tem forma de rondó, com os trechos melódicos alternando-se com danças de ritmos sincopados. Esses elementos constituintes apresentam‑se entrecortados de fugati. No final, o tema do rondó aparece nos violinos e uma figuração virtuosística do piano colore a conclusão. Além da obra pianística, a produção de Béla Bartók – incontestavelmente um dos compositores mais originais,

inovadores e influentes do século XX – abrange variados gêneros, incluindo obras orquestrais, música para teatro (ópera, balé e pantomima), música vocal, coral e para combinações de câmara. Sua arte atingiu um ponto culminante nos seis quartetos de cordas, associados em linha direta aos quartetos da última fase de Beethoven e que fazem de Bartók o expoente moderno dessa modalidade camerística. Aos dezoito anos, Bartók começou a pesquisar metodicamente as manifestações musicais populares de seu país. Até o começo do século XX, a música húngara confundia‑se com a música dos ciganos daquela região, como nos exemplos célebres das Rapsódias de Liszt e nas Danças húngaras de Brahms. A redescoberta do folclore magiar foi obra de Bartók e de seu amigo, o compositor Zoltán Kodály. Bartók estendeu suas pesquisas por países como Eslováquia, Romênia, Arábia, Sérvia, Croácia, Anatólia e Bulgária, chegando ao norte da África e à Turquia. Seu método implicava uma ética – o respeito absoluto pelas diferentes etnias e a superioridade do humanismo sobre o nacionalismo.


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ALLEGRO E VIVACE

Guiado por um espírito científico, o compositor recolheu, classificou e analisou milhares de canções, em busca de procedimentos musicais comuns a diversas culturas camponesas. Assimilou a surpreendente riqueza rítmica do folclore e libertou-se da hegemonia do sistema tonal (pelo uso sistemático de modos e escalas seculares). Renunciando aos efeitos fáceis de exotismo superficial, Béla Bartók se serviu do folclore não apenas num sentido ornamental. Paralelamente às pesquisas de etnomusicologia, ele elaborou uma síntese original de certos aspectos do cânone musical ocidental. Reconhecia-se tributário

do pianismo de Liszt e, sobretudo (como declarou, em entrevista ao maestro Serge Moreux), da influência de três grandes compositores: Debussy, Beethoven e Bach. Ao recuperar e incorporar elementos primitivistas à melhor tradição erudita ocidental, Bartók contribuiu decisivamente para a renovação da linguagem musical contemporânea.

PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado. Apresenta o programa semanal Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.

PARA OUVIR CD Bartók – Piano Concertos – Berlin Radio Symphony Orchestra – Ferenc Fricsay, regente – Géza Anda, piano – Deutsche Grammophon, Alemanha – 1995 PARA ASSISTIR Orquestra Toho Gakuen – Yuri Bashmet, regente – Martha Argerich, piano Acesse: fil.mg/bpiano3 PARA LER Pierre Citron – Bartók – Éditions du Seuil – Solfèges – 1963 François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990


FOTO: RAFAEL MOTTA

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ALLEGRO E VIVACE

Aram Khatchaturian | Império Russo, atual Geórgia, 1903 – Rússia, 1978 SPARTACUS: SUÍTE Nº 2 (1955) 20 min

Ícone da escola soviética de composição, com Prokofiev e Shostakovich, Khatchaturian é o mais importante compositor armênio – embora tenha nascido em Tbilisi, capital da Geórgia. Responsável pela internacionalização da música de seu país, seu estilo articula a tradição dramática romântica e os elementos do chamado novo folclorismo. Khatchaturian mudou‑se para Moscou para estudar biologia em 1922. Seus estudos de composição seguiram paralelamente. Ingressou no Conservatório de Moscou em 1929 e associou-se ao sindicato dos compositores em 1932. Durante a Segunda Guerra Mundial, tornou-se um dos mais influentes compositores soviéticos, tanto pelo caráter de sua produção, que se adequava perfeitamente aos preceitos do regime, quanto por sua rede de contatos, que se estendia para além das fronteiras da URSS. Khatchaturian era próximo de Rostropovich, Rubinstein, Stravinsky,

com Zhdanov (o comissário cultural do regime) e, em 1948, foi afastado do sindicato, para o qual retornaria como secretário em 1957.

Nádia Boulanger, Messiaen, Sibelius, Hemingway, Chaplin, Karajan, entre outros. Nesse período foi premiado pelo Estado por sua Segunda Sinfonia e pelo balé Gayane. Após a guerra, Khatchaturian caiu em desgraça

Khatchaturian, embora este já considerasse a possibilidade de compor algo inspirado no lendário escravo romano. Para a redação de seu argumento, Volkov apropria-se livremente de referências clássicas.

Em 22 de fevereiro de 1954, após três anos e meio de trabalho, Khatchaturian assina a última página do manuscrito de seu balé Spartacus. Em 1955, rearranja o balé em quatro suítes. Além das suítes, o material musical de Spartacus foi retrabalhado em três rapsódias concertantes e sete marchas para banda sinfônica. Na montagem de Leonid Jakobson, a obra é estreada em 1956, em Leningrado. Igor Moiseev coreografa o balé para o Teatro Bolshoi em 1958, mas é apenas a versão revista de 1968, na montagem de Yury Grigorovich para a mesma companhia, que consagraria Spartacus como um dos carros-chefes do balé russo. A ideia para a peça veio do crítico e libretista Nikolai Volkov e foi recebida com ceticismo por


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INSTRUMENTAÇÃO piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 3 clarinetes, clarone,

2 fagotes, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, piano, cordas.

No balé, o rei trácio Spartacus e sua esposa são feitos prisioneiros pelo cônsul romano Crasso. Spartacus é vendido como gladiador, e Frígia, sua esposa, mandada para o harém de Crasso. Spartacus rebela-se após ter sido obrigado a matar um de seus amigos e lidera a mais famosa revolta de escravos da Roma Antiga. Com sua armada de quase quarenta mil rebeldes, resgata sua esposa e foge. Conflitos internos, no entanto, enfraquecem sua armada e, assim, Spartacus é descoberto por Crasso. Morto, seu corpo é encontrado por aliados que o levam

para Frígia. O balé termina num desesperado lamento de luto. A segunda suíte divide-se em quatro seções: o famoso adágio de Spartacus e Frígia; a entrada dos mercadores, seguida da dança de uma cortesã romana e de uma dança coletiva; a entrada de Spartacus, seguida de uma briga e da traição de Harmodius; e a dança dos piratas.

IGOR REYNER Pianista, Mestre em Música pela UFMG, doutorando de Francês no King’s College London e colaborador do ARIAS/Sorbonne Nouvelle Paris 3.

PARA OUVIR CD Khachaturian – Spartacus, Ballet Suites 1-3 – Scottish National Orchestra – Neemi Jarvi, regente – Chandos B000000AM8 – 1999 PARA ASSISTIR Filarmônica de Berlim – Ion Marin, regente Acesse: fil.mg/kspartacus2 PARA LER Donald Jay Grout e Claude Palisca – História da Música Ocidental – Gradiva – 2011


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ALLEGRO E VIVACE

Sergei Prokofiev |

Império Russo, atual Ucrânia, 1891 – Rússia, 1953

ALÁ E LOLLI: SUÍTE CITA, OP. 20 (1914/1915) 20 min

Sergei Prokofiev nasceu numa abastada família de agricultores no interior da atual Ucrânia. O contato com línguas estrangeiras e artes e as constantes visitas à Ópera de Moscou revelaram ainda muito cedo o talento daquele que se tornaria uma das principais referências musicais na Rússia pós-revolução. Aos onze anos, Prokofiev já trabalhava na composição de sua segunda ópera, da qual apenas algumas páginas são conhecidas. Iniciou seus estudos formais de composição com Reinhold Glière em 1902 e, no ano seguinte, foi apresentado a Glazunov, que convenceu seus pais a mandá-lo para o Conservatório de São Petersburgo. Entre os anos de 1904 e 1914, Prokofiev estudou composição, piano e regência nessa instituição. Ao final, como presente de formatura, ganhou de sua mãe uma viagem para Londres. Na Inglaterra, Prokofiev descobriu Daphnis et Chloé de Maurice Ravel e teve a oportunidade de assistir aos balés O Pássaro de Fogo, Petrushka e A Sagração da Primavera, de Igor Stravinsky. Foi apresentado a Sergei Diaghilev por um amigo e pôde mostrar-lhe

seu Segundo Concerto para Piano, op. 16. Acreditando ter conhecido o novo Stravinsky, Diaghilev encomendou‑lhe a composição de um balé e sugeriu‑lhe que procurasse o poeta simbolista Sergei Gorodetsky para que este lhe providenciasse um libreto. Gorodestsky era, à época, o principal promotor do retorno ao paganismo russo entre os compositores de vanguarda. Seu livro de poemas Yar, publicado em 1906, servira de inspiração tanto para a ópera A Donzela da Neve, de Rimsky‑Korsakov, quanto para o balé A Sagração da Primavera. Entre 1914 e 1915, Prokofiev e Gorodetsky trabalharam na história de Ala e Lolli. Trata-se de uma história do antigo povo cita, popularmente associado, na Rússia da época, à selvageria e à violência. É essa associação que Prokofiev explora musicalmente em seu balé através da acumulação de dissonâncias, do uso insistente de ostinato e do recurso a longas passagens em fortíssimo, intensificadas pela grandiosidade da orquestração. Antes mesmo do término da composição, Diaghilev abandonou o projeto, e o descontente Prokofiev


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INSTRUMENTAÇÃO piccolo, 3 flautas, 3 oboés, corne inglês, requinta, 3 clarinetes, clarone,

3 fagotes, contrafagote, 8 trompas, 5 trompetes, 4 trombones, tuba, tímpanos, percussão, 2 harpas, celesta, piano, cordas.

decidiu transformar o material em uma suíte de quatro movimentos formalmente convencionais. O primeiro movimento – A Adoração de Veles e Ala – é um allegro com dois temas que, através da exploração de frenéticos ostinati, sugere o ritual cita de invocação do deus Veles, o deus Sol. Na forma de um scherzo e trio, o movimento O Deus Inimigo e a Dança dos Espíritos das Trevas retrata o momento em que os citas, realizando seus sacrifícios para Ala, filha de Veles, são cercados pelo Deus Inimigo acompanhado de seus sete espíritos da noite. O movimento

lento A Noite evoca os infortúnios de Ala que, cativa do Deus Inimigo, é ajudada e consolada pelas filhas da lua. O rondó final – A Gloriosa Partida de Lolli e o Cortejo do Sol – apresenta o herói cita Lolli. Apaixonado por Ala, Lolli enfrenta o Deus Inimigo numa batalha desigual, mas, ajudado pelo Deus Sol, derrota seu oponente ao nascer do dia.

IGOR REYNER Pianista, Mestre em Música pela UFMG, doutorando de Francês no King’s College London e colaborador do ARIAS/Sorbonne Nouvelle Paris 3.

PARA OUVIR CD Prokofiev – Alexander Nevsky; Scythian Suite; Lieutenant Kijé – London Symphony Orchestra; Chicago Symphony Orchestra – Claudio Abbado, regente – Decca (UMO) B001N241C2 – 1995 PARA ASSISTIR Orquestra Filarmônica de Roterdã – Valery Gergiev, regente Acesse: fil.mg/ palaelollicita PARA LER Richard Taruskin – On Russian Music – University of California Press – 2008


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Na página da história musical de 2015, ano de abertura da Sala Minas Gerais, certamente há um espaço especial dedicado ao nosso público, patrocinadores, divulgadores, apoiadores e governos. Todos comprometidos com a vivência da arte numa ação conjunta de pessoas que vivem e fazem a história.


A vocês, nosso

MUITO OBRIGADO.

FOTO: AL E X ANDR E R E ZE NDE

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FABIO MECHETTI, regente ANTONIO MENESES, violoncelo

PRESTO Quinta

10/12 VELOCE Sexta

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PROGRAMA

ESTREIA MUNDIAL Obra encomendada pela Filarmônica

André MEHMARI Divertimento

Dmitri SHOSTAKOVICH Concerto para violoncelo nº 1 em Mi bemol maior, op. 107 • Allegretto

ANTONIO MENESES violoncelo

• Moderato • Cadenza • Allegro con moto

– I N T E RVA L O –

Gustav MAHLER Sinfonia nº 1 em Ré maior, “Titã” • Lagsam, schleppend (Lentamente, arrastando-se) • Kräftig bewegt, doch nicht zu schnell (Possante, agitado) • Feierlich und gemessen, ohne zu schleppen (Solene e compassado, sem se arrastar) • Stürmisch bewegt (Tempestuoso, comovido)


PRESTO E VELOCE

FOTO: STUDIO FOTOG R AFIC O G IE L L E

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Antonio Meneses nasceu em 1957 em Recife, no seio de uma família de músicos – seu pai era Primeira Trompa da Ópera do Rio de Janeiro. Começou a estudar violoncelo aos dez anos. Aos dezesseis conheceu o famoso violoncelista italiano Antonio Janigro, que o convidou a frequentar suas aulas em Düsseldorf e, mais tarde, em Stuttgart. Em 1977, ganhou o 1º Prêmio no ARD Concurso

ANTONIO MENESES

Internacional de Munique e, em 1982, o 1º Prêmio e Medalha de Ouro no Concurso Tchaikovsky, em Moscou. Apresenta-se regularmente com as mais importantes orquestras


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do mundo, como a Filarmônica de Berlim, Sinfônica de Londres, Sinfônica da BBC, a Orquestra do Concertgebouw de Amesterdã, Sinfônica de Viena, a Filarmônica tcheca, a Filarmônica de Moscou, Filarmônica de São Petersburgo, Filarmônica de Israel, a Orchestre de la Suisse Romande, a Orquestra da Rádio da Baviera, Filarmônica de Nova York, National Symphony Orchestra e a Sinfônica NHK de Tóquio. Com a Filarmônica de Minas Gerais, Antonio Meneses apresentou‑se em quatro temporadas. O artista colaborou com os maestros Herbert von Karajan, Riccardo Muti, Mariss Jansons, Claudio Abbado, André Previn, Andrew Davis, Semion Bychkov, Herbert Blomstedt, Gerd Albrecht, Yuri Temirkanov, Kurt Sanderling, Neeme Järvi, Mstislav Rostropovich, Vladimir Spivakov e Riccardo Chailly. Antonio Meneses é convidado frequente do Festival Pablo Casals, Porto Rico; dos festivais de Salzburgo, Lucerna, Viena, Berlim; Festival de Primavera, Praga; Mostly Mozart, Nova York; festivais La Grange de Meslay e Colmar, França. Apresenta‑se regularmente em recitais de música de câmara e colaborou com os quartetos Emerson, Vermeer, Amati

e Carmina. Desde outubro de 1998 é membro do Beaux-Arts Trio. Realizou duas gravações para a Deutsche Grammophon com Herbert von Karajan e a Orquestra Filarmônica de Berlim – Don Quixote de Richard Strauss e o Concerto Duplo para Violino e Violoncelo de Brahms, com a violinista Anne‑Sophie Mutter. Gravou também obras de Eugene D’Albert e David Popper com a Orquestra Sinfónica de Basileia; os três concertos para violoncelo de Carl Philip Emanuel Bach, com a Orquestra de Câmara de Munique (Pan Classics); as seis suítes para violoncelo solo de J. S. Bach (Nippon Phonogram e AVIE); o Trio com Piano de Tchaikovsky (EMI-Angel). De Villa-Lobos gravou os Concertos e a Fantasia para Violoncelo e Orquestra (Auvidis), além da obra completa para violoncelo e piano, com Cristina Ortiz (Pan Classics). Sua mais recente gravação contém obras de Schumann e Schubert com Gérard Wyss ao piano (AVIE). Antonio Meneses orienta cursos de aperfeiçoamento na Europa, nas Américas e no Japão e é professor no Conservatório de Berna, Suíça. O artista toca um violoncelo de Alessandro Gagliano feito em Nápoles, 1730.


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PRESTO E VELOCE

André Mehmari |

Brasil, 1977

DIVERTIMENTO (2015) 17 min

A versatilidade musical e amplitude estética de André Mehmari são atestadas por sua diversificada produção. Atuou junto aos grupos Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo, Big Band do Festival de Campos do Jordão e Banda Sinfônica do Estado de São Paulo. Com Célio Barros e Sérgio Reze, lançou um trabalho baseado em improvisação total e com Ná Ozetti, Hamilton de Holanda e Gabriele Mirabassi desenvolveu projetos premiados. Prolífico, sua discografia conta com mais de uma dezena de álbuns e entre suas premiações estão o Prêmio Nascente (USP/Editora Abril), o prêmio do Concurso Nacional de Composição Camargo Guarnieri e o Prêmio Carlos Gomes. Pianista e multi-instrumentista, compositor e arranjador, Mehmari combina as qualidades de uma educação formal – é Bacharel em Piano pela Universidade de São Paulo (USP) sob orientação de Amílcar Zani – e informal – é arranjador

encomendadas pelas maiores orquestras brasileiras, como momentos de um único projeto. Sua obra foge às classificações convencionais, pois aproxima jazz, improvisação e música popular brasileira da música de concerto de tradição europeia. Assim, define-se simplesmente como “um criador brasileiro contemporâneo” que busca responder às “inquietudes de seu tempo e do seu lugar”. Seu ouvido musical fora despertado em casa, onde, durante toda a infância, pôde ouvir o mais variado repertório musical executado pela mãe ao piano da sala. E, embora incontáveis influências musicais sejam percebidas em seu trabalho, tem em Igor Stravinsky uma de suas mais completas referências composicionais. Admira no compositor russo a capacidade de transformação ao longo da carreira e o trânsito destemido por entre diferentes “territórios estéticos”, sem prejuízo de sua “essência musical”.

e compositor autodidata. Mehmari entende toda sua produção, das participações em bandas de baile no interior de São Paulo, ainda quando criança, às composições

Divertimento integra-se livremente ao conjunto de suas outras obras para grande orquestra: Suíte de Danças Reais e Imaginárias, encomendada pela Osesp em 2005,


29

INSTRUMENTAÇÃO piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, 4 trompas,

2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, cordas.

e Contraponto, Ponte e Ponteio, escrita para a Orquestra Petrobrás Sinfônica em 2010. O título da obra sugere tanto a graça e leveza de uma escrita que brinca com métricas irregulares e assimetrias harmônicas e melódicas, quanto a diversidade do discurso musical de Mehmari, caracteristicamente poliestilístico. Trata-se de uma obra episódica, na qual seções se sucedem por transformação. Embora apresente uma forma fluida e livre, a obra é pontuada por um tema excentricamente cerimonioso, algo entre dança e marcha. Passagens

jocosas e divertidas se intercalam conduzindo a uma seção central mais lírica. Desta, segue-se uma longa sequência de episódios que elaboram e reelaboram os variados temas da obra, culminando em um final festivo. Divertimento é a celebração de uma música que, apesar de compromissos técnicos, não se dobra às regras e, por isso, ela mesma se diverte; é o prazer da música.

IGOR REYNER Pianista, Mestre em Música pela UFMG, doutorando de Francês no King’s College London e colaborador do ARIAS/Sorbonne Nouvelle Paris 3.

PARA OUVIR CD Lachrimae – CAVI Records – 2003 CD Piano e Voz – André Mehmari & Ná Ozetti – MCD – 2005 CD ... De Árvores e Valsas – Tratore – B001GM5XM6 – 2008 PARA VISITAR andremehmari.com.br


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PRESTO E VELOCE

Dmitri Shostakovich |

Rússia, 1906 – 1975

CONCERTO PARA VIOLONCELO Nº 1 EM MI BEMOL MAIOR, OP. 107 (1959) 28 min

Shostakovich dedicou os dois concertos que escreveu para violoncelo ao seu ex-aluno do Conservatório de Moscou, o promissor Mstislav Rostropovich. Aos dezoito anos, Rostropovich havia chamado atenção do público soviético ao ganhar a medalha de ouro no primeiro concurso da União Soviética para jovens músicos. Sergei Prokofiev dedicara-lhe duas obras: a Sonata para Violoncelo (op. 119), em 1949, quando o violoncelista tinha apenas vinte e dois anos de idade; e a Sinfonia‑Concerto (op. 125), em 1951. Quando Shostakovich compôs seu Concerto para violoncelo nº 1, Rostropovich estava com trinta e dois anos de idade e pronto para iniciar uma brilhante carreira internacional. A composição teve início em junho de 1959, e em 20 de julho a partitura completa já estava pronta. A redução para piano e violoncelo se fez em uma semana e, na noite de 2 de agosto, Rostropovich recebeu em casa a sua cópia. Em quatro dias

(São Petersburgo), com Rostropovich ao violoncelo e a Orquestra Filarmônica de Leningrado, sob a direção de Yevgeny Mravinsky. O sucesso estrondoso fez com que a obra tivesse sua estreia em Moscou apenas cinco dias depois, com a Orquestra Filarmônica de Moscou e Rostropovich ao violoncelo, regência de Aleksandr Gauk. Já em menos de um mês Rostropovich dava a primeira apresentação internacional do Concerto para violoncelo nº 1, na Filadélfia, com a Orquestra Sinfônica da Filadélfia, sob a regência de Eugene Ormandy. O que poucos sabem é que Shostakovich esteve presente a esse concerto. Entre 22 de outubro e 21 de novembro de 1959, Shostakovich foi um dos membros da delegação soviética que viajou aos Estados Unidos como parte de um intercâmbio cultural promovido pelo governo norte‑americano. Lá ele não apenas assistiu a apresentações de suas obras como firmou as bases para a primeira gravação do

aprendeu toda a obra de cor e correu, acompanhado do pianista Alexander Dedyukhin, para a casa de campo de Shostakovich, a fim de tocar-lhe a música. O Concerto foi estreado em 4 de outubro de 1959, em Leningrado

seu Concerto para violoncelo nº 1 com o mesmo time de intérpretes, lançada no ano seguinte. O Concerto tem uma estrutura incomum. Seus quatro movimentos


31

INSTRUMENTAÇÃO piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, contrafagote,

trompa, tímpanos, celesta, cordas.

são organizados em duas partes. A primeira parte contém o primeiro movimento e, a segunda, os movimentos restantes, que são executados sem intervalo. O primeiro movimento (Allegretto) é vigoroso e o mais dramático dos quatro. O segundo (Moderato), doce e calmo, possui, em seus últimos minutos, um diálogo de rara beleza entre a celesta e o violoncelo tocando harmônicos. O terceiro movimento (Cadenza) é a cadência do solista,

que faz uma bela ponte entre a leveza do segundo movimento e a agitação do último. O quarto movimento (Allegro con moto) é o mais brilhante de todos e, como habitualmente na música russa, desde Tchaikovsky, busca sintetizar o material musical dos movimentos anteriores.

GUILHERME NASCIMENTO Compositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Escola de Música da UEMG, autor dos livros Os sapatos floridos não voam e Música menor.

PARA OUVIR CD Shostakovich – Concerto for Cello in E flat (primeira gravação mundial, 1960); Symphony no. 1 in F major – The Philadelphia Orchestra – Eugene Ormandy, regente – Mstislav Rostropovich, violoncelo – Sony Classical B000G7PNL8 – Great Performances – 2006 PARA ASSISTIR Orquestra Sinfônica de Londres – Sir Charles Groves, regente – Mstislav Rostropovich, violoncelo | Acesse: fil.mg/svioloncelo1 PARA LER Pauline Fairclough e David Fanning (eds.) – The Cambridge companion to Shostakovich – Cambridge University Press – 2008


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PRESTO E VELOCE

Gustav Mahler | Boêmia, atual República Tcheca, 1860 – Áustria, 1911 SINFONIA Nº 1 EM RÉ MAIOR, “TITÔ (1885/1888) 53 min

Mário Quintana, em trecho citado na orelha da terceira edição de sua Nova Antologia Poética (Ed. Globo, 1985), refere-se a si e à sua poesia, com a lucidez que lhe é habitual, nos seguintes termos: “na música de Mahler, como na minha poesia, há uma inquietação terrível, aqueles motivos que nunca chegam... Que nunca chegam a uma solução... Mas pelo menos acho que expressamos nossa angústia... Ele na sua música, eu na minha poesia”. É raro ver tamanha agudeza de percepção: de fato, embora toda grande generalização seja sempre um risco, pode-se dizer que tudo em Mahler é polvilhado, em maior ou menor grau, de uma angústia insolúvel: mesmo em suas citações de temas folclóricos, não raro festivos, depreende-se essa sensação de inquietude a que se refere Quintana – certo grau de absurdo (no sentido poético do termo) que gera dilaceramentos melódicos.

de variação, Mahler faz renovar a melodia sem que ela perca de todo sua identidade. Em seus processos de desenvolvimento melódico, por sua vez, há uma frequente desconstrução e dissolução da melodia, em lugar de sua ampliação ou reelaboração, procedimento que já faz antever aquilo que seria levado a graus exponenciais pela Segunda Escola de Viena.

Quintana, sem saber, toca num

Isso possa talvez explicar um pouco da sensação de falta de lugar que acomete o ouvinte, para citar apenas um exemplo, diante do terceiro movimento da Sinfonia nº 1: a sucessão de fragmentos de temas tradicionais judaicos elabora uma espécie de mosaico temático, pleno de contrastes, que posiciona o ouvinte numa espécie de atitude de assombro, ante uma aparente incompletude que parece nunca se solucionar. Além disso, essas evocações de temas festivos são colocadas, nesta obra, na sequência

dos aspectos mais autênticos da linguagem mahleriana: em seu tratamento temático, Mahler evita quase totalmente a repetição ou reexposição literal. Assim, fazendo uso de processos muito refinados

do trabalho inusitado com outro tema folclórico da tradição ocidental (a que os franceses intitulam Frère Jacques): esse tema é transformado em uma marcha fúnebre e exposto pelos timbres


33

INSTRUMENTAÇÃO 3 piccolos, 4 flautas, 4 oboés, corne inglês, requinta, 4 clarinetes,

clarone, 3 fagotes, contrafagote, 7 trompas, 4 trompetes, 3 trombones, tuba, 2 tímpanos, percussão, harpa, cordas.

mais graves da orquestra, a começar por um solo de contrabaixo. Percebe-se, com isso, certo trabalho irônico que, por sua própria natureza traduz, ele mesmo, aquela angústia a que se referia Quintana. Se esse aspecto de sua linguagem pode ter sido determinado por sua biografia ou por sua personalidade, são especulações de outra ordem. No entanto, são raros os casos em que, na história da música ocidental, observa-se tamanha aderência entre uma e outra. A Sinfonia nº 1 em Ré maior foi concluída em 1888, tendo sido estreada em Praga, no ano seguinte, como um poema sinfônico. Em 1893, o compositor a rebatizou “Titã, um Poema Sinfônico em Forma de Sinfonia”. O título se deve a uma personagem romântica do poeta Jean-Paul Richter. O herói de Richter, diferentemente de seus homônimos clássicos, ocupa-se, no poema, de diálogos com a natureza e com suas aventuras não realizadas. Reelaborada e revista diversas vezes, essa obra só em 1906 tomou sua forma definitiva, na qual Mahler suprimiu um movimento inteiro. Seguindo a tradição do poema sinfônico,

Mahler estabelece um roteiro literário que, embora possa ter sido determinante para a elaboração da obra, não é fundamental para a sua compreensão, no contexto da linguagem mahleriana. Não deixa de ser interessante, porém, conhecer as referências literárias que o compositor atribuiu originalmente aos seus movimentos: os dois movimentos iniciais corresponderiam simbolicamente a “dias da juventude – flores, frutos e espinhos”, o primeiro deles tendo sido batizado de “Primavera sem Fim”. Aos dois movimentos seguintes, Mahler denominou “Comédia Humana”, o primeiro deles intitulado “Uma marcha fúnebre à maneira de Callot” (gravurista do século XVIII) e o último, simbolizando a trajetória do herói de Richter, que vai “do Inferno ao Paraíso”. Essas referências literárias, porém, foram suprimidas na versão final, de 1906. No conjunto das sinfonias de Mahler, distinguem-se tradicionalmente dois grupos: o das quatro primeiras e o das sinfonias restantes. Àquele, costuma-se também denominar “Sinfonias Wunderhorn”, por fazerem direta ou indiretamente


34

PRESTO E VELOCE

referência a Des Knaben Wunderhorn, compilação de poemas e canções populares alemães feita por Achim Von Arnim e Clemens Brentano. De fato, Theodor Adorno chamou a atenção para a “dimensão novelesca” dessas sinfonias. Ademais, na primeira delas, Mahler faz citações completas ou fragmentárias de outra obra sua, composta entre 1883 e 1885: Lieder eines fahrenden Gesellen (Canções de um Andarilho). Das quatro canções que compõem esse ciclo, a segunda oferece o tema principal do primeiro movimento da Sinfonia, além de outras citações esparsas no todo da obra.

Mahler construiu sua linguagem dividido entre o século XIX e o século XX. Daí, talvez, outro elemento que explique a sensação de angústia gerada por sua música, em que, nas palavras do musicólogo Roland de Candé, “as fanfarras e as marchas evocam a morte; as valsas e os ländler, a loucura”.

MOACYR LATERZA FILHO Pianista e cravista, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa, professor da Universidade do Estado de Minas Gerais e da Fundação de Educação Artística.

PARA OUVIR CD Mahler – The complete Symphonies – New York Philharmonic Orchestra – Leonard Bernstein, regente – Sony Classical – 2012 PARA ASSISTIR Orquestra do Festival de Lucerna – Claudio Abbado, regente | Acesse: fil.mg/mtita PARA LER Michael Kennedy – Mahler – Zahar Editor – 1988


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N E S T E N ATA L , P R O P O R C I O N E M A I S D E U M A NOITE FELIZ.

D锚 de presente a temporada completa da Orquestra Filarm么nica de Minas Gerais.


36

ACOMPANHE A FILARMÔNICA EM OUTRAS SÉRIES DE CONCERTO

CONCERTOS PARA A JUVENTUDE

LABORATÓRIO DE REGÊNCIA

Realizados em manhãs de domingo,

Atividade pioneira no Brasil, este

são concertos dedicados aos jovens

laboratório é uma oportunidade

e às famílias, buscando ampliar

para que jovens regentes brasileiros

e formar público para a música

possam praticar com uma orquestra

clássica. As apresentações têm

profissional. A cada ano, quinze

ingressos a preços populares.

maestros, quatro efetivos e onze ouvintes, têm aulas técnicas, teóricas e

CLÁSSICOS NA PRAÇA

ensaios com o regente Fabio Mechetti.

Realizados em praças da Região

O concerto final é aberto ao público.

Metropolitana de Belo Horizonte, os concertos proporcionam momentos

TURNÊS NACIONAIS E INTERNACIONAIS

de descontração e entretenimento,

Com essas turnês, a Orquestra

buscando democratizar o acesso da

Filarmônica de Minas Gerais

população em geral à música clássica.

busca colocar o estado de Minas dentro do circuito nacional e

CONCERTOS DIDÁTICOS

internacional da música clássica.

Concertos destinados a grupos de crianças e jovens da rede escolar

TURNÊS ESTADUAIS

e a instituições sociais, mediante

As turnês estaduais levam a música de

inscrição prévia. Seu formato busca

concerto a diferentes cidades e regiões de

apoiar o público em seus primeiros

Minas Gerais, possibilitando que o público

passos na música clássica.

do interior do Estado tenha contato direto com música sinfônica de excelência.

FESTIVAL TINTA FRESCA Com o objetivo de fomentar a criação

CONCERTOS DE CÂMARA

musical entre compositores brasileiros e

Realizados para estimular músicos

gerar oportunidade para que suas obras

e público na apreciação da música

sejam apresentadas em concerto, este

erudita para pequenos grupos. A

Festival é sempre uma aventura musical

Filarmônica conta com grupos de

inédita. Como prêmio, o vencedor recebe

Metais, Cordas, Sopros e Percussão.

a encomenda de outra obra sinfônica a ser estreada pela Filarmônica no ano seguinte, realimentando o ciclo da produção musical nos dias de hoje.


37

PRÓXIMOS CONCERTOS

Aqui estão todas as apresentações da Filarmônica no mês corrente, a partir do segundo concerto das séries de quinta e sexta, depois que o Fortissimo começa a circular. Havendo espaço, divulgaremos também os concertos do mês seguinte. Para programação completa, visite www.filarmonica.art.br.

Dezembro DIAS 10 E 11, PRESTO 12, VELOCE 12

quinta e sexta, 20h30, Sala Minas Gerais Fabio Mechetti, regente Antonio Meneses, violoncelo MEHMARI / SHOSTAKOVICH / MAHLER

DIA 14, CONCERTO DE CÂMARA QUINTETO DE METAIS

segunda, 17h, Aeroporto de Confins MICHEL / GABRIELI / RIMSKY-KORSAKOV / DEBUSSY / DVORÁK / KREISLER / BERNSTEIN

DIA 19, FORA DE SÉRIE 9

sábado, 18h, Sala Minas Gerais Fabio Mechetti, regente

PREPARE-SE PARA A TEMPORADA 2016 Fevereiro

Pablo Rossi, piano Mariana Ortiz, soprano

DIAS 18 E 19, ALLEGRO 1, VIVACE 1

Melina Peixoto, soprano

quinta e sexta, 20h30, Sala Minas Gerais

Denise de Freitas, mezzo-soprano

Fabio Mechetti, regente

Fernando Portari, tenor

Celina Szrvinsk, piano

Márcio Bocca, tenor

Miguel Rosselini, piano

Stephen Bronk, baixo barítono

VILLA-LOBOS / RACHMANINOFF

Coral Lírico de Minas Gerais BEETHOVEN

DIAS 25 E 26, PRESTO 1, VELOCE 1

quinta e sexta, 20h30, Sala Minas Gerais DIA 20, FORA DE SÉRIE

Marcos Arakaki, regente

APRESENTAÇÃO EXTRA

Luíz Filíp, violino

domingo, 17h, Sala Minas Gerais

HINDEMITH / BARTÓK / WEBER / SHOSTAKOVICH


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Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR

Fabio Mechetti REGENTE ASSOCIADO

Marcos Arakaki

PRIMEIROS VIOLINOS

VIOLONCELOS

TROMPAS

GERENTE

Anthony Flint – Spalla Rommel Fernandes – Spalla Associado Ara Harutyunyan – Spalla Assistente Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic Dante Bertolino Hyu-Kyung Jung Joanna Bello Marcio Cecconello Roberta Arruda Rodrigo Bustamante Rodrigo Monteiro Rodrigo de Oliveira

Philip Hansen * Robson Fonseca **** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Emilia Neves Eneko Aizpurua Pablo Lina Radovanovic Francisca Garcia *****

Alma Maria Liebrecht * Evgueni Gerassimov *** Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos Lucas Filho Fabio Ogata André Gonçalves ***** Priscila Viana *****

Jussan Fernandes

TROMPETES

ARQUIVISTA

Marlon Humphreys * Érico Fonseca ** Daniel Leal *** Tássio Furtado

Sergio Almeida

SEGUNDOS VIOLINOS

Frank Haemmer * Leonidas Cáceres *** Gideôni Loamir Jovana Trifunovic Luka Milanovic Martha de Moura Pacífico Mateus Freire Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch Camilo Simões *****

CONTRABAIXOS

Colin Chatfield * Nilson Bellotto *** Brian Fountain Marcelo Cunha Marcos Lemes Pablo Guiñez Wallace Mariano FLAUTAS

Cássia Lima * Renata Xavier *** Alexandre Braga Elena Suchkova

TROMBONES

Mark John Mulley * Diego Ribeiro ** Wagner Mayer *** Renato Lisboa

Alexandre Barros * Ravi Shankar *** Israel Muniz Moisés Pena

VIOLAS

CLARINETES

João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta Gerry Varona Gilberto Paganini Juan Díaz Katarzyna Druzd Luciano Gatelli Marcelo Nébias Nathan Medina

Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno *** Ney Franco Alexandre Silva FAGOTES

Catherine Carignan * Victor Morais *** Andrew Huntriss Francisco Silva

Karolina Lima ASSISTENTE ADMINISTRATIVA

Débora Vieira

ASSISTENTES

Ana Lúcia Kobayashi Claudio Starlino Jônatas Reis SUPERVISOR DE MONTAGEM

Rodrigo Castro

TUBA

MONTADORES

Eleilton Cruz *

André Barbosa Hélio Sardinha Jeferson Silva Klênio Carvalho Risbleiz Aguiar

TÍMPANOS OBOÉS

INSPETORA

Patricio Hernández Pradenas * PERCUSSÃO

Rafael Alberto * Daniel Lemos *** Sérgio Aluotto Werner Silveira John Boudler ***** HARPAS

Giselle Boeters * Marcelo Penido ***** TECLADOS

Ayumi Shigeta *

* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal / assistente substituto ***** músico convidado


39 GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS

Fernando Damata Pimentel

Angelo Oswaldo de Araújo Santos

VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE

SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESTADO DE CULTURA DE

MINAS GERAIS

MINAS GERAIS

Antônio Andrade

Bernardo Mata Machado

Instituto Cultural Filarmônica

(OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003)

Conselho Administrativo PRESIDENTE EMÉRITO

Jacques Schwartzman PRESIDENTE

Roberto Mário Soares CONSELHEIROS

Angela Gutierrez Berenice Menegale Bruno Volpini Celina Szrvinsk Fernando de Almeida Ítalo Gaetani Marco Antônio Pepino Marcus Vinícius Salum Mauricio Freire Mauro Borges Octávio Elísio Paulo Brant Sérgio Pena

Diretoria Executiva DIRETOR PRESIDENTE

Diomar Silveira DIRETOR ADMINISTRATIVOFINANCEIRO

Estêvão Fiuza DIRETORA DE COMUNICAÇÃO

Jacqueline Guimarães Ferreira DIRETORA DE MARKETING E PROJETOS

Zilka Caribé DIRETOR DE OPERAÇÕES

DIRETOR DE

ASSISTENTE DE

AUXILIARES DE

PRODUÇÃO MUSICAL

MARKETING DE

SERVIÇOS GERAIS

Kiko Ferreira

RELACIONAMENTO

Eularino Pereira

Ailda Conceição Márcia Barbosa

Equipe Técnica

ASSISTENTE DE

MENSAGEIRO

GERENTE DE

PRODUÇÃO

Serlon Souza

COMUNICAÇÃO

Rildo Lopez

Merrina Godinho Delgado GERENTE DE

Equipe Administrativa

PRODUÇÃO MUSICAL

Claudia da Silva Guimarães

Sala Minas Gerais GERENTE DE

GERENTE

INFRAESTRUTURA

ADMINISTRATIVO-

Renato Bretas

FINANCEIRA ASSESSORA DE

Ana Lúcia Carvalho

Carolina Debrot

GERENTE DE OPERAÇÕES

Jorge Correia

PROGRAMAÇÃO MUSICAL GERENTE DE RECURSOS HUMANOS

TÉCNICO DE ÁUDIO E

PRODUTORES

Quézia Macedo Silva

ILUMINAÇÃO

Geisa Andrade Luis Otávio Rezende Narren Felipe

ANALISTAS

Mauro Rodrigues ADMINISTRATIVOS

TÉCNICO DE

João Paulo de Oliveira Paulo Baraldi

ILUMINAÇÃO E ÁUDIO

Andréa Mendes (Imprensa) Marciana Toledo (Publicidade) Mariana Garcia (Multimídia) Renata Gibson Renata Romeiro (Design gráfico)

ANALISTA CONTÁBIL

ASSISTENTE

Graziela Coelho

OPERACIONAL

ANALISTA DE

ASSISTENTE DE

MARKETING DE

RECURSOS HUMANOS

RELACIONAMENTO

Vivian Figueiredo

ANALISTAS DE

Rafael Franca

COMUNICAÇÃO

Rodrigo Brandão SECRETÁRIA EXECUTIVA

Flaviana Mendes ASSISTENTE ADMINISTRATIVA

Cristiane Reis

Mônica Moreira RECEPCIONISTA ANALISTAS DE MARKETING E

Lizonete Prates Siqueira

PROJETOS

Itamara Kelly Mariana Theodorica

Ivar Siewers FOTO DA CAPA: ANDRÉ FOSSATI

FORTISSIMO

dezembro nº 10 / 2015 ISSN 2357-7258 EDITORA Merrina

Godinho Delgado AUXILIAR ADMINISTRATIVO

EDIÇÃO DE TEXTO

Pedro Almeida

Berenice Menegale

ILUSTRAÇÕES: MARIANA SIMÕES


40

PARA APRECIAR UM CONCERTO

PONTUALIDADE Uma vez iniciado um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.

CUIDE DO SEU PROGRAMA DE CONCERTOS Fortissimo, além de seu programa mensal de concertos, é uma publicação indexada aos sistemas nacionais e internacionais de catalogação. Elaborado com a participação de especialistas, ele oferece uma oportunidade a mais para se conhecer música. Desfrute da leitura e estudo. Para evitar o desperdício, pegue apenas um exemplar ao mês. Caso não precise dele após o concerto, devolva-o nas caixas receptoras. O programa se encontra também disponível em nosso site, na agenda de concertos. www.filarmonica.art.br

APLAUSOS Aplauda apenas no final das obras. Veja no programa o número de movimentos de cada uma e fique de olho na atitude e gestos do regente.

TOSSE Perturba a concentração dos músicos e da plateia. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha.

APARELHOS CELULARES Confira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro.

CONVERSA A experiência do concerto inclui o encontro com outras pessoas. Aproveite essa troca antes da apresentação e no seu intervalo, mas nunca converse ou faça comentários durante a execução das obras. Lembre-se de que o silêncio é o espaço da música.

CRIANÇAS Caso esteja acompanhado por criança, escolha assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir desconfortável.

FOTOS E GRAVAÇÕES EM ÁUDIO E VÍDEO Não são permitidas na sala de concertos.

COMIDAS E BEBIDAS Seu consumo não é permitido no interior da sala de concertos.

CUMPRIMENTOS Após a apresentação, caso queira cumprimentar os músicos e convidados, dirija-se à Sala de Recepções, à esquerda do foyer principal.

ESTACIONAMENTO Para seu conforto e segurança, a Sala Minas Gerais possui estacionamento, e seu ingresso dá direito ao preço especial de R$ 15 para o período do concerto.


41

OLÁ, ASSINANTE

CHEGAMOS AO FIM DO PRIMEIRO ANO NA SALA MINAS GERAIS. Sem dúvida, um ano cheio de novidades e constantes adaptações

dia, você foi o nosso grande parceiro com seu apoio, paciência e orientações na tarefa de ocupar esta que hoje é considerada uma das melhores salas de concertos do Brasil.

ESTA CONQUISTA É NOSSA!

Muito obrigado, boas festas e até nosso reencontro em 2016.

ASSESSORIA DE RELACIONAMENTO assinatura@filarmonica.art.br 3219-9009 (segunda a sexta, 9h a 18h)

www.filarmonica.art.br

FOTO: A LEXANDRE REZENDE

na estrutura e no funcionamento do novo espaço. Desde o primeiro


42


FOTO : ANDRÉ F OSSATI

43


44

SALA MINAS GERAIS

Um instrumento Ao longo de 2015, apresentamos

elementos foram construídos sob

aqui alguns dos elementos que

os mais rigorosos critérios acústicos

trabalham conjuntamente para que

e de ambiência, transformando a

a Sala Minas Gerais seja um espaço

Sala Minas Gerais em um instrumento

sonoro mais reverberante, mais vivo,

ímpar na audição de uma orquestra.

F OTOS: ANDRÉ FOSSATI

envolvente e capaz de amplificar naturalmente a orquestra. Mobiliário

Você já conhece, também, o espaço

de plateia e palco, difusor de teto

de acolhimento do público, com seus

e ajuste acústico do palco, velas e

três foyers, dotados de diferentes

bandeiras, entre outros, todos os

ambientes de estar e cafés, além


de parte dos bastidores, com suas três salas de naipes para ensaio e aquecimento dos músicos. Esperamos, no próximo ano, promover uma série de visitas guiadas para que você possa conhecer, pessoalmente, cada um dos espaços de sua casa, onde a construção de sons de sua orquestra não para nunca.

Feliz 2016, com a Filarmônica. Nossa!


MANTENEDORA

CA: 0266/001/2014

APOIO INSTITUCIONAL

DIVULGAÇÃO

REALIZAÇÃO

SALA MINAS GERAIS Rua Tenente Brito Melo, 1.090 | Barro Preto | CEP 30.180-070 | Belo Horizonte - MG (31) 3219.9000 | Fax (31) 3219.9030

WWW.FILARMONICA.ART.BR

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@filarmonicamg

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