FORTISSIMO Nº 6 — 2018
ALLEGRO VIVACE
26 / ABR
27 / ABR
Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais apresentam
ALLEGRO VIVACE
Marcos Arakaki, regente Victor Julien-Laferrière, violoncelo
26 / ABR
27 / ABR
PROGRAMA
ROBERT SCHUMANN EDWARD ELGAR
Genoveva, op. 81: Abertura
Concerto para violoncelo em mi menor, op. 85 Adagio Lento – Allegro molto Adagio Allegro
INTERVALO
DMITRI SHOSTAKOVICH
Sinfonia nº 5 em ré menor, op. 47 Moderato Allegretto Largo Allegro non troppo
FOTO: DANIELA PAOLIELLO
FOTO: RAFAEL MOTTA
CAROS AMIGOS E AMIGAS,
A Filarmônica, sob a batuta de nosso Regente Associado Marcos Arakaki, apresenta a bela Abertura da ópera
Há algumas temporadas temos tido o
Genoveva, de Schumann, e a intensa
prazer de apresentar vencedores do
e dramática Quinta Sinfonia de
Concurso Internacional Rainha Elizabeth
Shostakovich, obra emblemática da
da Bélgica. Considerada uma das com-
resistência do compositor à ditadura
petições mais versáteis (pois a cada ano
stalinista.
o instrumento em destaque é diferente) e de prestígio, ela legitima e consagra
Certamente uma noite de contrastes,
jovens solistas de grande talento. É as-
descoberta e envolvimento emocional.
sim que recebemos o vencedor da última edição do concurso, o violoncelis-
Bom concerto a todos.
ta francês Victor Julien-Laferrière, interpretando o Concerto de Edward Elgar.
FABIO MECHETTI
regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.
FABIO MECHETTI
Diretor Artístico e Regente Titular
Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008, Fabio Mechetti posicionou a orquestra mineira no cenário mundial da música erudita. Além dos prêmios conquistados, levou a Filarmônica a quinze capitais brasileiras, a uma turnê pela Argentina e Uruguai e realizou a gravação de oito álbuns, sendo três para o selo internacional Naxos. Natural de São Paulo, Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro
Nos Estados Unidos, Mechetti esteve quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville e, atualmente, é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane, da qual hoje é Regente Emérito. Regente Associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio. Da Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Continua dirigindo inúmeras orquestras norte-americanas e é convidado frequente dos festivais de verão norte-americanos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello. Suas apresentações se estendem ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Escandinávia, Escócia, Espanha, Finlândia, Itália, Japão, México, Nova Zelândia, Suécia e Venezuela. No Brasil, regeu todas as importantes orquestras brasileiras. Fabio Mechetti é Mestre em Regência e em Composição pela Juilliard School de Nova York e vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.
MARCOS ARAKAKI Regente Associado da Filarmônica, Marcos Arakaki colabora com a Orquestra desde 2011. Sua trajetória artística é marcada por prêmios como o primeiro lugar no Concurso Nacional Eleazar de Carvalho para Jovens Regentes (2001) e no Prêmio Camargo Guarnieri (2009). Foi semifinalista no Concurso Internacional Eduardo Mata (2007).
Natural de São Paulo, é Bacharel em Música pela Universidade Estadual Paulista, na classe de Violino de Ayrton Pinto, e Mestre em Regência Orquestral pela Universidade de Massachusetts. Participou do Aspen Music Festival and School, recebendo orientações de David Zinman na American Academy of Conducting at Aspen. Esteve em masterclasses com Kurt Masur, Charles Dutoit e Sir Neville Marriner. Seu trabalho contribui para a formação de novas plateias, em apresentações didáticas, bem como para a difusão da música de concerto em turnês a mais de setenta cidades brasileiras. Atua como coordenador pedagógico, professor e palestrante em projetos culturais, instituições musicais e universidades.
Arakaki tem acompanhado importantes artistas do cenário erudito, como Pinchas Zukerman, Gabriela Montero, Sergio Tiempo, Anna Vinnitskaya, Sofya Gulyak, Ricardo Castro, Rachel Barton Pine, Chloë Hanslip, Luíz Filíp, Günter Klauss, Eddie Daniels, David Gerrier, Yamandu Costa.
FOTO: RAFAEL MOTTA
O maestro foi regente assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), bem como titular da OSB Jovem e da Sinfônica da Paraíba. Dirigiu as sinfônicas do Estado de São Paulo (Osesp), do Teatro Nacional Claudio Santoro, do Paraná, de Campinas, do Espírito Santo, da Paraíba, da Universidade de São Paulo, Filarmônica de Goiás, Petrobras Sinfônica e Orquestra Experimental de Repertório. No exterior, regeu as filarmônicas de Buenos Aires e da Universidade Autônoma do México, Sinfônica de Xalapa, Kharkiv Philharmonic da Ucrânia e Boshlav Martinu Philharmonic da República Tcheca.
Vencedor do Concurso Rainha Elisabeth da Bélgica em 2017, Victor JulienLaferrière também foi primeiro prêmio da Competição Internacional da Primavera de Praga em 2012. Ele completou seus estudos no Conservatório de Paris com Roland Pidoux. Estudou na Universidade de Viena com Heinrich Schiff e com Clemens Hagen no Mozarteum de Salzburgo. Integrou a Academia Internacional de Música Seiji Ozawa-Suíça. Victor Julien-Laferrière foi solista com orquestras como a Nacional da Bélgica, Filarmônica da Rádio França, Filarmônica de Bruxelas, Orquestra de Câmara Real de Wallonie, Orquestra Nacional d’Ile de France, Filarmônica de Bogotá, State Hermitage Orchestra, Filarmônica de Pilsen, Filarmônica do Sul da Boêmia, Filarmônica de Câmara Tcheca Pardubice e Academy of St Martin in the Fields. Entre outros, trabalhou com os maestros Andrey Boreyko, Peter Oundjian e Stéphane Denève. Na música de câmara é convidado dos festivais de Lucerna, MecklenburgVorpommern, Pâques d’Aix-en-Provence, Tonhalle Zürich, Sommets Musicaux
FOTO: LYODOH KANEKO
VICTOR JULIENLAFERRIÈRE
de Gstaad, Al Bustan, Ticino Musica, EuroArt Prague, Kuhmo, Berna, Autunno Musicale, Musical Olympus, Besançon Franche-Comté e Deauville, bem como das salas Nantes, Cité de la Musique, Gaveau, Auditorium, Théâtre des Champs Elysées e Louvre. Sua primeira gravação, de sonatas de Debussy, Franck e Brahms, com o pianista Adam Laloum, pelo selo Mirare, recebeu os prêmios Diapason d’Or, CHOC da revista Classica, fff da Télerama e foi Escolha do Editor da revista France Musique. Com Adam Laloum e Mi-Sa Yang fundou o trio les Esprits e gravou CD com obras de Beethoven e Schumann. O trio apresentou-se na sala Gaveau e no Théâtre des Champs-Elysées. Victor também fez parcerias com Augustin Dumay, Renaud Capuçon, Christian Ivaldi, Alain Planès, Vladimir Mendelssohn e Frank Braley.
ROBERT
SCHUMANN
Zwickau, Alemanha, 1810 – Endenich, Alemanha, 1856
GENOVEVA, OP. 81: ABERTURA
1847/1848 / 10 minutos
Durante boa parte de sua vida,
germânica. No entanto, uma severa
Schumann compôs quase exclusi-
crise de depressão o acomete e
vamente para piano e disso surgi-
ele deixa de lado a empresa até
ram obras não apenas definitivas
1844, quando ele e Clara, já casa-
do repertório pianístico, mas fun-
dos, se estabelecem em Dresden.
damentais na história da música.
A partir daí, nascem as principais
Suas reais incursões pelo universo
obras sinfônicas de Schumann,
sinfônico não se deram senão tar-
incluindo o Concerto para piano em
diamente: sua primeira sinfonia
lá menor. Genoveva, sua única ópera,
data de 1841. É que a sombra de
foi estreada em Leipzig, em 1850,
Beethoven ainda pairava sobre
conduzida pelo próprio compositor.
Schumann e seus contemporâneos.
A ideia inicial se manteve, apesar
A ideia, inaugurada por Beethoven,
do desaconselhamento de Wagner
de que o artista tinha a missão de
sobre o libreto. O enredo é baseado
deixar um legado para a posteridade
na lenda me-dieval de Genoveva
fazia crescer, nos compositores que
de Brabant, esposa do duque da
o sucederam, um senso de respon-
Bavária, cuja vida já havia inspirado
sabilidade. Daí, ao menos em parte,
ao menos duas peças de teatro: uma
a parcela modesta (em números)
de Ludwig Tieck (Vida e Morte de
de obras sinfônicas de Schumann:
Santa Genoveva) e outra de Christian
apenas quatro sinfonias, um único
Friedrich Hebbel (Genoveva). Ambas
concerto para piano, uma única ópera
as peças foram a base do libreto
e algumas outras poucas obras.
de Genoveva, escrito por Robert Reinick e pelo próprio Schumann.
A ideia de compor uma ópera começou a ser acalentada por Schumann
A despeito das divergências entre
ainda em 1842, e sua vontade era
Schumann e Wagner quanto ao
a de se basear em alguma lenda
libreto, na música de Genoveva
Instrumentação
Primeira apresentação
2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, cordas.
com a Filarmônica
Weber inaugurou e que Wagner levou às últimas consequências. A Abertura de Genoveva é um dado à parte. A capacidade de síneles são curiosamente coinciden-
tese (mais poesia que prosa) que
tes. De fato, sem nunca deixar de
Schumann sempre logrou atingir
ser genuinamente Schumann,
nas suas canções ou na sua obra
a música de Genoveva lembra
para piano raramente transparece
de alguma forma o Lohengrin de
em sua obra sinfônica. A abertura
Wagner, composto no mesmo pe-
de sua ópera é uma exceção a isso.
ríodo e estreado no mesmo ano
A atmosfera sombria que abre a
que a ópera de Schumann. Em sua
peça, tão próxima das atmosferas
obra, Schumann parece encontrar
de Wagner, não é senão o início de
na linguagem de Wagner um mo-
uma narrativa completa, que diz, por
delo eficiente, no drama musical,
si, o que tem que dizer. Heresias
para se opor a Rossini, cuja música
à parte, a Abertura de Genoveva é
ele sempre combateu ferozmente.
como os coros das tragédias gre-
Assim, o fluxo musical contínuo,
gas, que anunciam o porvir, sem,
sem a interrupção dos recitativos,
no entanto, interferir no enredo.
e a esparsa presença de passagens virtuosísticas para a voz (tão caras a Rossini e à linguagem italiana) alinham a ópera de Schumann com a tradição operística alemã que
Moacyr Laterza Filho Pianista e cravista, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa, professor da Universidade do Estado de Minas Gerais e da Fundação de Educação Artística.
Referências Para ouvir CD Robert Schumann – Genoveva – Leipzig Gewandhaus Orchestra – Kurt Masur, regente – Brilliant Classics – 2015
Para assistir London Symphony Orchestra – Sir John Eliot Gardiner, regente – Acesse: fil.mg/sgenoveva
Para ler André Boucourechliev – Schumann – Solfèges – Seuil – 1995
Editora Breitkopf & Härtel
EDWARD
ELGAR
Broadheath, Inglaterra, 1857 – Worcester, Inglaterra, 1934
CONCERTO PARA VIOLONCELO EM MI MENOR, OP. 85
1919 / 30 minutos
Desde a morte de Purcell, em 1695,
sua imagem popular é a do artista
a Inglaterra (que tivera influentes
que melhor expressou o orgulho
compositores medievais e renascen-
patriótico dos súditos da rainha
tistas) desenvolvia suas atividades
Vitória e de Eduardo VII. Embora
musicais em torno, sobretudo, de
impregnado de romantismo alemão,
compositores estrangeiros. A obra
Elgar soube reencontrar a sonori-
de Elgar, o primeiro compositor
dade e o sentimento peculiares à
britânico a ter um lugar certo no
música inglesa.
repertório sinfônico internacional, foi decisiva para a renovação da
Depois da Primeira Guerra Mundial,
música inglesa, a partir dos últimos
Elgar voltou-se para a música de
anos do século XIX.
câmara, compondo peças mais austeras, despojadas e repletas de tristeza
Na era vitoriana, os corais de ama-
e ternura. Última grande obra do
dores tornaram-se uma prática
período outonal de Elgar, o Concerto
nacional. Várias cidades provin-
para violoncelo apresenta uma or-
cianas organizavam festivais (alguns
questração contida, poética e opaca
ainda hoje em vigor) com cantores
que “deixa livre a alma do instrumen-
locais e a participação de solistas
to”, nas palavras de Pablo Casals.
e orquestras convidados. O jovem violinista Edward Elgar, filho do
A obra inicia-se com uma inusitada
organista da igreja de Worcester,
introdução declamada, pelo solista,
participava assiduamente desses
antes da entrada do tema principal
eventos tradicionais – um longo
(A) nas violas orquestrais. O tema B
caminho seria percorrido antes
é anunciado pelo clarinete. No todo,
que ele se livrasse do estigma de
o movimento mantém o caráter de
compositor de festivais, para se
melancólico solilóquio, até se des-
tornar o músico mais reconhecido
fazer sutil e ininterruptamente no
da época eduardiana. Ainda hoje
andamento seguinte.
Instrumentação
Última apresentação
2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, cordas.
04/10/2011 Josep Caballé Domenech, regente convidado Alisa Weilerstein, violoncelo
loncelo levam ao amplo quarto movimento, que atinge surpreendente intensidade expressiva e exige grande virtuosidade do solista. Perto do Os violoncelos e os contrabaixos
final, o violoncelo permite-se dois
da orquestra sustentam uma nota
momentos de poética recordação:
grave, e o solista relembra, com
relembra apaixonadamente o tema
efeitos de guitarra dedilhada, a
do movimento e retoma os compas-
introdução do Concerto. O segundo
sos de abertura do Concerto. Uma
movimento sustenta-se impetuoso
breve coda conclui então de forma
até o final, marcado pelo padrão
abrupta a partitura, mesclando,
rítmico constante das notas arti-
pela primeira vez, o violoncelo e o
culadas no violoncelo.
tutti orquestral.
O breve Adagio é notável por sua
O Concerto para violoncelo estre-
eloquência. Inicia-se com uma frase
ou em Londres em 26 de outubro
interrogativa da orquestra, seguida
de 1919, tendo como solista Felix
de arrebatadora melodia do vio-
Salmond e regência do compositor.
loncelo. O movimento lembra uma elegíaca canção sem palavras, passa por tonalidades remotas e deixa sem resposta a pergunta inicial. Alguns compassos da orquestra, um recitativo e uma cadência do vio-
Paulo Sérgio Malheiros dos Santos Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado. Apresenta o programa semanal Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
Referências Para ouvir CD Elgar – Concerto para violoncelo – Philadelphia Orchestra – Daniel Barenboim, regente – Jacqueline du Pré, violoncelo – Sony Classical – 2004
Para assistir London Symphony – Daniel Barenboim, regente – Jacqueline du Pré, violoncelo – Acesse: fil.mg/ evioloncelodb
Para assistir Baltimore Symphony Orchestra – David Zinman, regente – Yo-Yo Ma, violoncelo – Acesse: fil.mg/ evioloncelodz
Editora Bärenreiter
DMITRI
SHOSTAKOVICH
São Petersburgo, Rússia, 1906 – Moscou, Rússia, 1975
SINFONIA Nº 5 EM RÉ MENOR, OP. 47
1937 / 45 minutos
Em 1932, o Comitê Central do Partido
lista Victor Kubatsky, Shostakovich
Comunista da União Soviética lançou
decidiu assistir a uma récita de sua
uma resolução de controle artístico
ópera Lady Macbeth do Distrito de
intitulada “Sobre a reestruturação
Mtsensk, coincidentemente no dia
das organizações literárias e artís-
escolhido por Stalin para conhe-
ticas”. Todas as obras de arte, a
cer a ópera que havia atingido a
partir de então, deveriam conter a
marca de 180 apresentações em
“descrição verdadeira e historica-
dois anos. Shostakovich estranhou o
mente concreta da realidade, em
fato de Stalin e os demais membros
seu desenvolvimento revolucio-
da cúpula do Partido deixarem o
nário”. Era, na prática, a tentativa
teatro no intervalo entre o terceiro
de fazer com que os artistas repre-
e o quarto atos. Dois dias depois o
sentassem a realidade de maneira
Pravda publica um artigo anônimo
extremamente otimista, como de-
intitulado “Caos, ao invés de música”,
veria ser na utopia socialista. Os
atacando a ópera como formalista,
escritores foram os primeiros a se
imoral, sem melodias e de extremo
enquadrarem na resolução.
mau gosto. Na semana seguinte, Stalin foi ao Bolshoi assistir ao balé
Para os compositores, seriam neces-
O córrego límpido, que Shostakovich
sários alguns anos para compreen-
compusera no ano anterior. Em
derem como transpor a realidade
6 de fevereiro, mais um artigo no
utópica socialista para a música de
Pravda atacava sua música.
concerto. O terror que se instaurou quatro anos mais tarde não era previsto por nenhum dos compositores, muito menos por Shostakovich. Em 1936, ao passar por Moscou, vindo de uma turnê com o violonce-
Referências Para ouvir CD Shostakovitch under Stalin’s shadow – Symphonies 5, 8, 9 – Boston Symphony Orchestra – Andris Nelsons, regente – Deutsche Grammophon – 2016
Instrumentação
Última apresentação
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, requinta, 2 clarinetes, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, piano, celesta, cordas.
17/04/2015 Fabio Mechetti, regente
levar a consequências trágicas, já que era muito distante do classicismo heroico desejado pelo Comitê Central. Ao perceber o risco que “Dois ataques no Pravda em dez
corria, Shostakovich cancelou os
dias eram excessivos para qualquer
ensaios e começou a compor uma
um. A partir daquele momento,
nova sinfonia, mais em conformi-
eu era rotulado como ‘inimigo do
dade com as diretrizes do Partido.
povo’, e não preciso explicar o que
Assim surgiu a Sinfonia nº 5, com-
aquele rótulo significava naqueles
posta entre abril e julho de 1937.
dias”, escreveu Shostakovitch. Mas ele conseguiu uma segunda chan-
Sua estreia se deu em 21 de novem-
ce, aparentemente porque Stalin
bro de 1937, em Leningrado,
apreciava suas composições para o
pela Orquestra Filarmônica de
cinema. Ao que tudo indica, o líder
Leningrado, sob a regência de
soviético ainda o considerava capaz
Yevgeny Mravinsky. O imenso su-
de compor obras que atingissem as
cesso ajudou a reabilitação de
grandes massas.
Shostakovich, permitindo-lhe encontrar uma linguagem para conti-
A resposta de Shostakovich aos
nuar a compor, com toda a força do
ataques foi uma mudança drástica
seu talento, por mais trinta anos.
em seus planos. Mas tal mudança não ocorreu subitamente, pois na época dos ataques no Pravda ele terminava a sua Quarta Sinfonia; uma execução da obra poderia
Para assistir New York Philharmonic – Leonard Bernstein, regente – Acesse: fil.mg/ssinf5lb
Para assistir The State Academic Symphony Orchestra of the USSR – Evgeny Svetlanov, regente – Acesse: fil.mg/ssinf5es
Guilherme Nascimento Compositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Escola de Música da UEMG, autor dos livros Os sapatos floridos não voam e Música menor.
Para ler Lauro Machado Coelho – Shostakovitch: vida, música, tempo – Perspectiva – 2006
Editora DSCH – Kompositor Representante: Barry Editorial
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS Primeiros Violinos Anthony Flint – Spalla Ivan Perez Nunez – Spalla convidado ***** Rommel Fernandes – Spalla associado Ara Harutyunyan – Spalla assistente Ana Paula Schmidt Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic Dante Bertolino Joanna Bello Roberta Arruda Rodrigo Bustamante Rodrigo M. Braga Rodrigo de Oliveira
Segundos Violinos Frank Haemmer * Hyu-Kyung Jung **** Gideôni Loamir Jovana Trifunovic Luka Milanovic Martha de Moura Pacífico Matheus Braga Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch
Violas João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta Gerry Varona Gilberto Paganini Katarzyna Druzd Luciano Gatelli
Marcelo Nébias Nathan Medina
Violoncelos Philip Hansen * Robson Fonseca *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Emília Neves Lina Radovanovic Lucas Barros William Neres
Contrabaixos Nilson Bellotto * André Geiger *** Marcelo Cunha Marcos Lemes Pablo Guiñez Rossini Parucci Walace Mariano
Flautas Cássia Lima * Renata Xavier *** Alexandre Braga Elena Suchkova
Oboés Alexandre Barros * Públio Silva *** Israel Muniz Moisés Pena
Clarinetes Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno *** Ney Franco
Fabio Mechetti Diretor Artístico e Regente Titular
Marcos Arakaki Regente Associado
Fagotes Catherine Carignan * Victor Morais *** Andrew Huntriss Francisco Silva
Harpa Clémence Boinot *
Teclados Ayumi Shigeta *
Trompas Alma Maria Liebrecht *
Gerente
Evgueni Gerassimov ***
Jussan Fernandes
Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos
Inspetora
Lucas Filho
Karolina Lima
Fabio Ogata
Trompetes Marlon Humphreys *
Assistente Administrativa Débora Vieira
Érico Fonseca ** Daniel Leal ***
Arquivista
Tássio Furtado
Ana Lúcia Kobayashi
Trombones
Assistentes
Mark John Mulley *
Claudio Starlino
Diego Ribeiro **
Jônatas Reis
Wagner Mayer *** Renato Lisboa
Tuba
Supervisor de Montagem Rodrigo Castro
Eleilton Cruz *
Tímpanos
Montadores Hélio Sardinha
Patricio Hernández
Klênio Carvalho
Pradenas *
Risbleiz Aguiar
Percussão Rafael Alberto * Daniel Lemos *** Sérgio Aluotto Werner Silveira
Alexandre Silva
* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal assistente substituta ***** músico convidado
Governador do Estado de Minas Gerais
Secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais
Fernando Damata Pimentel
Angelo Oswaldo de Araújo Santos
Vice-governador do Estado de Minas Gerais
Secretário de Estado Adjunto de Cultura de
Antônio Andrade
Minas Gerais João Batista Miguel
INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA
Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público — Lei 14.870 / Dez 2003
Conselho Administrativo
Equipe Técnica Gerente de
Presidente emérito
Comunicação
Jacques Schwartzman
Merrina Godinho Delgado
Presidente Roberto Mário Soares
Gerente de Produção Musical
Conselheiros
Claudia da Silva
Angela Gutierrez
Guimarães
Arquimedes Brandão Berenice Menegale
Assessora de
Bruno Volpini
Programação Musical
Celina Szrvinsk
Gabriela de Souza
Fernando de Almeida Ítalo Gaetani
Produtores
Marco Antônio Pepino
Luis Otávio Rezende
Marco Antônio Soares da
Narren Felipe
Cunha Castello Branco Mauricio Freire
Analistas de
Octávio Elísio
Comunicação
Paulo Brant
Marciana Toledo
Sérgio Pena
Mariana Garcia
Diretoria Executiva
Renata Gibson Renata Romeiro
Diretor Presidente Diomar Silveira
Analista de Marketing de Relacionamento
Diretor Administrativo- Mônica Moreira financeiro Estêvão Fiuza
Analistas de Marketing e Projetos
Diretora de Comunicação Itamara Kelly Jacqueline Guimarães
Mariana Theodorica
Ferreira
Assistente de Diretora de Marketing
Marketing de
e Projetos
Relacionamento
Zilka Caribé
Eularino Pereira
Diretor de Operações
Assistente de Produção
Ivar Siewers
Rildo Lopez
Auxiliares de Produção
Mensageiros
André Barbosa
Bruno Rodrigues
Jeferson Silva
Douglas Conrado
Equipe Administrativa
Jovem Aprendiz
Gerente Administrativo- Geovana Benicio financeira Ana Lúcia Carvalho
Sala Minas Gerais Gerente de
Gerente de
Infraestrutura
Recursos Humanos
Renato Bretas
Quézia Macedo Silva
Gerente de Operações Analistas
Jorge Correia
Administrativos João Paulo de Oliveira
Técnicos de Áudio
Paulo Baraldi
e de Iluminação Pedro Vianna
Analista Contábil
Rafael Franca
Graziela Coelho
Assistente Operacional Secretária Executiva
Rodrigo Brandão
Flaviana Mendes
Assistente Administrativa Cristiane Reis
Assistente de Recursos Humanos Vivian Figueiredo
Recepcionista Meire Gonçalves
Auxiliar Administrativo Pedro Almeida
Auxiliares de Serviços Gerais Ailda Conceição Rose Mary de Castro
Fortissimo Abril nº 6 / 2018 ISSN 2357-7258 Editora Merrina Godinho Delgado
Edição de texto Berenice Menegale O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site.
No Haus München música e gastronomia se harmonizam.
Apresentando seu ingresso, compre um prato e ganhe outro para seu acompanhante.*
50 Esperamos vocês! /hausrestaurante
/hausmunchenoficial
Rua Juiz de Fora, 1257 - Belo Horizonte, MG | Telefone: (31) 3291-6900 *Promoção válida para prato de igual ou menor valor.
NO CONCERTO... Seja pontual.
Cuide da Sala Minas Gerais.
Traga seu ingresso ou cartão de assinante.
Não coma ou beba.
Desligue o celular (som e luz).
Deixe para aplaudir ao fim de cada obra.
Não fotografe ou grave em áudio / vídeo.
Se puder, devolva seu programa de concerto.
Faça silêncio e evite tossir.
Evite trazer crianças abaixo de 8 anos.
AGENDA
N A C A PA
Maio / 2018
DIA 6, 11h Juventude DIAS 10 E 11, 20h30 Presto e Veloce DIAS 17 E 18, 20h30 Allegro e Vivace DIA 26, 18h Fora de Série / Rússia
Genoveva, de Ludwig Richter
Restaurantes
Nos dias de concerto, apresente seu ingresso em um dos restaurantes parceiros e obtenha descontos especiais.
Rua Pium-í, 229 Cruzeiro
Rua Juiz de Fora, 1.257 Santo Agostinho
MANT ENEDOR
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DIVULGAÇÃO
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