Fevereiro de 2018 | Presto e Veloce 1

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FORTISSIMO Nº 1 — 2018

PRESTO VELOCE

22 / FEV

23 / FEV


MinistĂŠrio da Cultura e Governo de Minas Gerais apresentam

PRESTO VELOCE

Fabio Mechetti, regente Cristian Budu, piano Leonardo Hilsdorf, piano

22 / FEV

23 / FEV


PROGRAMA

ALBERTO NEPOMUCENO FRANCIS POULENC

O Garatuja: Prelúdio

Concerto para dois pianos em ré menor Allegro ma non troppo Larghetto Finale

INTERVALO

PIOTR ILITCH TCHAIKOVSKY

Sinfonia nº 5 em mi menor, op. 64 Andante – Allegro con anima Andante cantabile con alcuna licenza Valse: Allegro moderato Finale: Andante maestoso – Allegro vivace


FOTO: DANIELA PAOLIELLO



FOTO: BRUNA BRANDÃO

CAROS AMIGOS E AMIGAS,

pianístico criado no Brasil, envolvendo dois de nossos mais importantes jovens pianistas: Cristian

Nossa segunda década se inicia com

Budu e Leonardo Hilsdorf, e na força

sonhos renovados de um futuro cada

dramática e vibrante da Quinta

vez mais brilhante. É com grande

Sinfonia de Tchaikovsky. A energia

alegria e com a energia revigorada

demonstrada nesta noite será o

que apresentamos o primeiro capítulo

impulso inicial para que novas con-

da nova temporada da Filarmônica.

quistas e realizações marquem o futuro de nossa Orquestra.

Essa alegria se manifesta na leveza e humor do Prelúdio de O Garatuja

Bem-vindos.

de Alberto Nepomuceno, na efusiva interpretação do mais recente duo

FABIO MECHETTI


regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.

FABIO MECHETTI

Diretor Artístico e Regente Titular

Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008, Fabio Mechetti posicionou a orquestra mineira no cenário mundial da música erudita. Além dos prêmios conquistados, levou a Filarmônica a quinze capitais brasileiras, a uma turnê pela Argentina e Uruguai e realizou a gravação de oito álbuns, sendo três para o selo internacional Naxos. Natural de São Paulo, Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro

Nos Estados Unidos, Mechetti esteve quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville e, atualmente, é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane, da qual hoje é Regente Emérito. Regente Associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio. Da Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Continua dirigindo inúmeras orquestras norte-americanas e é convidado frequente dos festivais de verão norte-americanos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello. Suas apresentações se estendem ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Escandinávia, Escócia, Espanha, Finlândia, Itália, Japão, México, Nova Zelândia, Suécia e Venezuela. No Brasil, regeu todas as importantes orquestras brasileiras. Fabio Mechetti é Mestre em Regência e em Composição pela Juilliard School de Nova York e vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.


CRISTIAN BUDU

Cristian Budu é considerado um dos expoentes de sua geração. Dotado de musicalidade genuína e uma calorosa comunicação, sua personalidade artística e sensível pianismo vêm sendo internacionalmente reconhecidos. Venceu diversos concursos nacionais, como o Nelson Freire (2010) e o Programa Prelúdio da TV Cultura (2007).

Apresentou-se com a Orchestre de la Suisse Romande, orquestras sinfônicas Brasileira, de Sergipe, da Rádio de Stuttgart, de Jerusalém, Osesp e Opes; filarmônicas de Minas Gerais e de Montevidéu, entre outras. Dividiu o palco com Antonio Meneses, Frédéric Chaslin, Sebastian Baverstam, Cláudio Cruz, Roberto Minczuk, George Li, Iosif Ion Prunner, Guilherme Mannis e Júlio Medaglia. Cristian é Mestre em Performance Pianística pelo New England Conservatory na classe de Wha Kyung Byun, com quem ainda estuda. Bacharel em Música pela USP na classe de Eduardo Monteiro, também estudou com Elsa Klebanowsky, Marina Brandão e Cláudio Tegg. Participou de masterclasses com Russell Sherman, Menahem Pressler, Maria João Pires, Leif Ove Andsnes, Gilberto Tinetti, Marisa Lacorte, Flavio Augusto, entre outros.

Em 2013, tornou-se o primeiro brasileiro a vencer o 25º Concours International de Piano Clara Haskil, na Suíça. A crítica brasileira apontou a premiação como a mais importante dada a um pianista brasileiro nos últimos vinte anos.

Cristian desenvolve carreira como solista e camerista, apresentando-se na América do Sul, Europa, Estados Unidos e Israel em salas como Jordan Hall, Ateneu de Bucareste, teatros municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro, Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, Museu da Casa Brasileira, entre outras. É convidado frequente dos festivais da Radio France e Klavier-Festival Ruhr. Dedica-se também à música popular.

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Seu CD de estreia no selo suíço Claves foi reconhecido com a Editor’s Choice da revista inglesa Gramophone e o selo 5 Diapasom da revista francesa Diapasom.


Um dos principais expoentes da nova geração de pianistas brasileiros, Leonardo Hilsdorf vem se apresentando com sucesso no Brasil, Estados Unidos e Europa. Aclamado pela crítica especializada, sua performance foi saudada como “fenomenal” (Fuldaer Zeitung) e “encantadora e magistral” (L’Independent). Nos dois últimos anos foi um dos seletos solistas em residência na Capela Musical Rainha Elisabeth da Bélgica, onde trabalhou sob os cuidados de Maria João Pires, sua atual mentora.

FOTO: MARIA CALFOPOULOS

LEONARDO HILSDORF

de Yucatán e, no Brasil, junto à Osesp, OSB e Filarmônica de Minas Gerais.

Recebeu o 1º prêmio em competições internacionais na Alemanha, França, Espanha, México e Brasil. Entre elas, o prestigioso prêmio Nadia et Lilit Boulanger, em Paris, o prêmio especial da União Europeia de Concursos de Música para a Juventude, em San Sebastián, e, por unanimidade, o Concurso Internacional J. J. C. Yamaha do México.

Em 2016 foi eleito Jovem Talento do ano pela revista Concerto. Em 2014, foi destaque na renomada revista francesa Pianiste, que lançou um CD com seu recital na Salle Cortot de Paris. Realizou gravações para a France Musique e Musiq3 na Europa; Rádio e TV Cultura e Rádio MEC no Brasil. É regularmente convidado de festivais ao redor do mundo, entre eles o de Ravínia, Estados Unidos, e o de Campos do Jordão.

Compromissos recentes e futuros incluem aparições no Concertgebouw de Amsterdã, Flagey e Bozar em Bruxelas, Maison de la Radio em Paris e BeethovenHaus de Bonn, além da Sala São Paulo e do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Leonardo já se apresentou com a Filarmônica da Radio France, Orquestra Royal Wallonie, Sinfônica

Bacharel em Piano na Universidade de São Paulo sob os cuidados de Eduardo Monteiro, concluiu seu mestrado em Performance no New England Conservatory de Boston, orientado por Wha Kyung Byun e Russell Sherman. Atualmente estuda com Claudio Martinez Mehner na escola de música de Colônia, Alemanha.


ALBERTO

NEPOMUCENO

Fortaleza, Brasil, 1864 — Rio de Janeiro, Brasil, 1920

O GARATUJA: PRELÚDIO

1904 / 9 minutos

A crítica modernista do final da

estreia como pianista no Rio de

primeira metade do século XX con-

Janeiro e tornou-se professor de

sagrou Alberto Nepomuceno como

piano no Clube Beethoven, associa-

um arauto do nacionalismo musical

ção pioneira no incentivo à criação

brasileiro. De fato, o compositor foi

e ao cultivo dos gêneros instrumen-

dos primeiros a empregar sistemati-

tais de câmara no Brasil. A partir

camente elementos do nosso folclore

de 1888, Nepomuceno estudou em

em suas composições e empreendeu

Roma, Berlim, Viena e Paris. Casou-

uma intensa campanha pelo canto

se com uma pianista noruegue-

em Português, enfrentando a reação

sa, aluna de Grieg, representante

violenta de críticos que considera-

máximo do nacionalismo românti-

vam nosso idioma impróprio para

co nórdico. A amizade duradoura

a canção lírica. No contexto da obra

com Grieg reavivou seus interesses

de Nepomuceno, porém, esses as-

pelos estudos folclóricos. Por outro

pectos nacionalizantes representam

lado, de forma mais abrangente,

apenas uma possibilidade estética,

Nepomuceno entendeu como “na-

entre muitas outras. Pois uma das

cionalista” a missão de modernizar o

características mais marcantes desse

ambiente musical brasileiro, com um

prolífico compositor é a capacidade

questionamento estético da cultura

de conciliar, em uma linguagem

de seu tempo. Homem de ação, já

bastante pessoal, as diversas escolas

em sua juventude, Nepomuceno

de composição que o influenciaram

tornara-se um defensor atuante das

ao longo de sua formação.

causas republicana e abolicionista. Seu grande interesse pela literatura

Alberto Nepomuceno passou a

brasileira e pela valorização da

infância e a adolescência em

canção em língua portuguesa

Fortaleza e no Recife. Aos dezoito

aproximou-o de alguns dos mais

anos, tornou-se o mais jovem dire-

importantes escritores da época,

tor de concertos do Clube Carlos

em parcerias com Coelho Netto,

Gomes, de Recife. Em 1885, fez sua

Machado de Assis e Olavo Bilac. Sua


Instrumentação Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, cordas.

incansável atuação como diretor

cipal do Rio de Janeiro. Este Prelúdio

do Instituto Nacional de Música e

destinava-se a uma comédia lírica

maestro da Associação de Concertos

que ficou inacabada, baseada na

Populares teve consequências de-

obra homônima de José de Alencar,

terminantes para a cultura musical

com libreto do próprio Nepomuceno.

do país. Nepomuceno apresentava,

Segundo o compositor, seria uma

em primeiras audições brasileiras,

ópera verdadeiramente brasileira

obras contemporâneas de composi-

quanto à ambientação carioca, ao

tores europeus – como o Prélude à

uso atualizado da língua portuguesa

L’après midi d’un faune, de Debussy

e à valorização dos ritmos popula-

– e realizou diversos concertos de

res, com a marcação sincopada do

música brasileira na Europa. Iniciou

maxixe e do lundu. Nepomuceno

o trabalho de recuperação da obra

dedicou a este Prelúdio um longo

do Padre José Maurício e respon-

trabalho, concluindo-o em 1904.

sabilizou-se pela publicação das

O tema apresenta um lundu popu-

obras do jovem Villa-Lobos. Em 1916,

lar, e sua première ocorreu no Rio

traduziu o Tratado de Harmonia de

de Janeiro, sob a direção do autor,

Schoenberg, cuja pretendida adoção

em 26 de outubro de 1904.

no Instituto Nacional de Música encontrou muitas resistências. Poucos dias antes da morte de Alberto Nepomuceno, Richard Strauss regeu O Garatuja no Theatro Muni-

Paulo Sérgio Malheiros dos Santos Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado. Apresenta o programa semanal Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.

Referências Para ouvir CD Alberto Nepomuceno – Orquestra Sinfônica Brasileira – Edoardo de Guarnieri, regente – Tratore/Selo Festa – 2009

Para ler Luiz Heitor Corrêa de Azevedo – 150 Anos de Música no Brasil (1800-1950) – Livraria José Olimpio – 1956

Para ler Vasco Maris – História da Música no Brasil – Nova Fronteira – 2000

Editora Funarte Última apresentação 07/05/2009 — Carlos Moreno, regente convidado


FRANCIS

POULENC

Paris, França, 1899 — 1963

CONCERTO PARA DOIS PIANOS EM RÉ MENOR

1932 / 20 minutos

Em 16 de janeiro de 1920, o hebdo-

Poulenc dividiu-se desde jovem

madário parisiense Comœdia publi-

entre a carreira de intérprete e a

cou uma resenha de Henri Collet

de compositor. Estudou piano com

sobre um concerto coletivo de Louis

Ricardo Viñes, artista responsável

Durey, Arthur Honegger, Darius

pela estreia de algumas de suas obras

Milhaud, Germaine Tailleferre,

de juventude e por apresentá-lo a

Georges Auric e Francis Poulenc.

Auric, Satie e Falla. Buscou orien-

Numa analogia aos nacionalistas

tação formal de composição junto

russos do Grupo dos Cinco, Collet

a Charles Koechlin, pois sentia que

batizou de Les Six (Os Seis) o grupo

compunha segundo os ditames do

de jovens compositores que, em-

instinto ao invés dos da inteligência.

bora donos de linguagens muito

Viu-se obrigado a lidar com crises

diferentes, gravitavam em torno

frequentes de depressão, conse-

dos ideais apregoados por Jean

quência da morte prematura de

Cocteau em O galo e o arlequim

amigos próximos e da relação con-

(1918). Inspirado por Erik Satie,

flituosa com sua homossexualidade.

Cocteau propunha que a música

Tais desafios e duplicidades fizeram

francesa deveria desapegar-se da

dele um compositor paradoxal, autor

arte alemã, do wagnerianismo e

de uma obra que mescla religiosi-

de Debussy, a fim de, com humor

dade e ironia. Nas palavras de Claude

e engenhosidade, dar vazão às

Rostand, “em Poulenc há algo de

idiossincrasias e vicissitudes do

monge e algo de malandro”.

cotidiano. O triunfo do Grupo, e em especial de suas figuras mais

Embora seu primeiro grande sucesso

populares, Milhaud e Poulenc,

de crítica seja o balé Les biches, uma

residiria sobretudo na promoção

parceria com Diaghilev, a obra que

de uma música de caráter irô-

sinaliza seu amadurecimento musi-

nico, na contramão da grandilo-

cal é o Concerto para dois pianos e

quência e seriedade do repertório

orquestra, em ré menor. Em carta

de outrora.

ao musicólogo belga Paul Collaer,


Instrumentação Piccolo, flauta, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, 2 trombones, tuba, percussão, cordas.

Poulenc comunica a estreia da obra

O Concerto compõe-se de um Allegro

e refere-se à grande distância esté-

ma non troppo em forma ternária

tica entre suas obras anteriores e o

que desemboca em uma coda hip-

Concerto, que marcaria o começo

nótica sobre seis graus diatônicos

de sua grande fase. Composto

que sugere gamelões, um Larghetto

por encomenda da princesa de

melodioso que evoca o andante do

Polignac, o Concerto foi estreado em

Concerto para piano em dó maior,

5 de setembro de 1932, no Festival

K. 467, de Mozart, e um vibrante

Internacional de Música Contempo-

Finale que funde, no mais caracte-

rânea de Veneza, pela orquestra do

rístico estilo moderno, elementos

Teatro alla Scala regida por Desiré

do music hall, dos clubes de jazz e

Defauw e tendo como solistas Poulenc

das orquestras de gamelões. Nas

e Jacques Février. Servindo-se de influ-

palavras de seu compositor, a obra

ências do vaudeville, do circo, da jazz

é “puro Poulenc”.

band e dos gamelões balineses, que Poulenc ouvira na Exposição Colonial de Paris de 1931, a obra é um exemplar extraordinário do ecletismo estilístico associado ao Grupo dos Seis.

Igor Reyner Pianista, Mestre em Música pela Universidade Federal de Minas Gerais e Doutor em Literatura pelo King’s College London.

Referências Para ouvir CD Francis Poulenc – Œuvres completes 1963-2013, L’Édition du 50e Anniversaire – Orquestra do Conservatório de Paris – Pierre Dervaux, regente – Jacques Février e Francis Poulenc, pianos – EMI Classics 5099997216551 – 2012 (Caixa com 20 CDs)

Para assistir Orquestra Jovem da Bahia (Neojiba) – Ricardo Castro, regente – Martha Argerich e Theodosia Ntokou, pianos – Acesse: fil.mg/p2pianos

Editora Edition DurandSalabert-Eschig (Universal Music Publishing Classical Group), Paris Representante  Melos Ediciones Musicales S.A., Buenos Aires

Última apresentação 10/11/2011 — Fabio Mechetti, regente | Celina Szrvinsk e Miguel Rosselini, pianos


PIOTR ILITCH

TCHAIKOVSKY

Votkinsk, Rússia, 1840 – São Petersburgo, Rússia, 1893

SINFONIA Nº 5 EM MI MENOR, OP. 64

1888 / 45 minutos

Na Rússia, a obra de Tchaikovsky

Compostas ao longo da sua vida

torna-se referência para as gera-

(a primeira delas foi escrita quando

ções que o sucederam, desde com-

o compositor contava vinte e seis

positores ultrarromânticos, como

anos e a última, no ano de sua

Rachmaninov, até, em certo sen-

morte), elas expressam sintetica-

tido, Prokofiev e mesmo Stravinsky,

mente vários aspectos do percurso

numa fase posterior à Sagração da

da sua carreira como compositor,

Primavera.

desde o dilema entre o nacionalismo e a universalidade, até sua própria

Tchaikovsky é conhecido, pelo gran-

procura por um caminho pessoal

de público, principalmente por suas

de expressão artística dentro do

obras para balé, que lhe valeram

universo romântico.

divergências de opinião: de um lado o desprezo por uma espécie de sen-

A Quinta Sinfonia, em mi menor,

timentalismo aliciador, ainda que

op. 64, foi composta entre maio

cativante, e, de outro lado, excessiva

e agosto de 1888 e estreada em

admiração. Os diferentes aspectos

novembro do mesmo ano, em São

de sua obra, porém, a fazem manter-

Petersburgo, sob a regência do pró-

se sólida diante das intempéries da

prio Tchaikovsky. Ela e a Quarta

opinião ou da crítica. São inúmeras

Sinfonia dialogam em termos de

obras para piano, dez óperas, várias

concepção estrutural: em ambas

composições para música de câmara,

há um tema principal recorrente

numerosas canções, três concertos

que alinhava a obra, conferindo-

para piano e orquestra, um concerto para violino, outras tantas aberturas sinfônicas. No entanto, é nas suas seis sinfonias (considerando-se Manfredo uma obra à parte) que o gênio de Tchaikovsky se exprime melhor.

Referências Para ouvir CD Tchaikovsky – Symphonies 4, 5 & 6 – Orquestra Filarmônica de Leningrado – Evgeny Mravinsky, regente – Deutsche Grammophon – 2006


Instrumentação Piccolo, 3 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, cordas.

no seio de uma linguagem romântica genuína e, por fim, transmutado em elaborações melódicas originais e próprias do compositor, que nunca ousa explorá-lo com excessos patrio-

lhe unidade. Essa forma cíclica, por

teiros. No entanto, paradoxalmente,

assim dizer, não constituía exata-

o segundo movimento – com seu

mente uma novidade na história da

célebre solo de trompa – apresenta

música, mas foi largamente abra-

um Tchaikovsky de inventividade

çada por compositores do final do

livre e plena, inclusive nas técnicas

Romantismo, em parte como

de orquestração.

artifício para reelaborar o trabalho com a forma sonata. Ao con-

A crítica não recebeu com unanimi-

trário da Quarta Sinfonia, porém,

dade a Quinta Sinfonia. Na própria

esse tema recorrente é ouvido em

Rússia e até na América do Norte

todos os quatro movimentos da

ressalvas foram levantadas, princi-

Quinta, recurso já utilizado na

palmente quanto à parte final da

Sinfonia Manfredo, composta entre

obra. A despeito disso, ela é hoje

uma e outra.

uma das obras mais aclamadas desse artista que trouxe a música

Na Quinta Sinfonia, se isso for real-

russa para o universo dos grandes

mente possível em Tchaikovsky,

patrimônios da Humanidade.

a presença do elemento russo é evidente. Não se trata, porém, de citações ou releituras de material melódico da música tradicional russa, mas de uma filtragem e apropriação desse material, estilizado ao máximo

Para assistir Boston Symphony Orchestra – Leonard Bernstein, regente – Acesse: fil.mg/tsinf5lb

Para assistir Leningrad Philharmonic – Evgeny Mravinsky, regente – Acesse: fil.mg/tsinf5em

Extraído do texto de Moacyr Laterza Filho Pianista e cravista, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa, professor da Universidade do Estado de Minas Gerais e da Fundação de Educação Artística.

Para ler John Hamilton Warrack – Tchaikovsky – C. Scribner’s Sons – 1973

Editora Breitkopf & Härtel Última apresentação 25/02/2014 — Marcos Arakaki, regente


ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS Primeiros Violinos Anthony Flint – Spalla Rommel Fernandes – Spalla associado Ara Harutyunyan – Spalla assistente Ana Paula Schmidt Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic Dante Bertolino Joanna Bello Roberta Arruda Rodrigo Bustamante Rodrigo M. Braga Rodrigo de Oliveira

Segundos Violinos Frank Haemmer * Hyu-Kyung Jung **** Gideôni Loamir Jovana Trifunovic Luka Milanovic Martha de Moura Pacífico Matheus Braga Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch

Violas João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta Gerry Varona Gilberto Paganini Juan Díaz Katarzyna Druzd Luciano Gatelli

Marcelo Nébias Nathan Medina

Violoncelos Philip Hansen * Robson Fonseca *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Emilia Neves Lina Radovanovic Lucas Barros William Neres

Contrabaixos Nilson Bellotto * André Geiger *** Marcelo Cunha Marcos Lemes Pablo Guiñez Rossini Parucci Walace Mariano

Flautas Cássia Lima * Renata Xavier *** Alexandre Braga Elena Suchkova

Oboés Alexandre Barros * Públio Silva *** Israel Muniz Moisés Pena

Clarinetes Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno *** Ney Franco

Fabio Mechetti Diretor Artístico e Regente Titular

Marcos Arakaki Regente Associado

Fagotes Catherine Carignan * Victor Morais *** Andrew Huntriss Francisco Silva

Harpa Cleménce Boinot *

Teclados Ayumi Shigeta *

Trompas Alma Maria Liebrecht *

Gerente

Evgueni Gerassimov ***

Jussan Fernandes

Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos

Inspetora

Lucas Filho

Karolina Lima

Fabio Ogata

Trompetes Marlon Humphreys *

Assistente Administrativa Débora Vieira

Érico Fonseca ** Daniel Leal ***

Arquivista

Tássio Furtado

Ana Lúcia Kobayashi

Trombones

Assistentes

Mark John Mulley *

Claudio Starlino

Diego Ribeiro **

Jônatas Reis

Wagner Mayer *** Renato Lisboa

Tuba

Supervisor de Montagem Rodrigo Castro

Eleilton Cruz *

Tímpanos

Montadores André Barbosa

Patricio Hernández

Hélio Sardinha

Pradenas *

Jeferson Silva

Percussão

Klênio Carvalho Risbleiz Aguiar

Rafael Alberto * Daniel Lemos *** Sérgio Aluotto Werner Silveira

Alexandre Silva

* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal assistente substituta ***** musicista convidado(a)


Governador do Estado de Minas Gerais

Secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais

Fernando Damata Pimentel

Angelo Oswaldo de Araújo Santos

Vice-governador do Estado de Minas Gerais

Secretário de Estado Adjunto de Cultura de

Antônio Andrade

Minas Gerais João Batista Miguel

INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA

Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público — Lei 14.870 / Dez 2003

Conselho Administrativo

Equipe Técnica

Equipe Administrativa Jovem Aprendiz

Gerente de

Gerente Administrativo-

Presidente emérito

Comunicação

financeira

Jacques Schwartzman

Merrina Godinho

Ana Lúcia Carvalho

Delgado

Presidente Roberto Mário Soares

Gerente de Gerente de

Recursos Humanos

Produção Musical

Quézia Macedo Silva

Conselheiros

Claudia da Silva

Angela Gutierrez

Guimarães

Arquimedes Brandão

Analistas Administrativos

Berenice Menegale

Assessora de

João Paulo de Oliveira

Bruno Volpini

Programação Musical

Paulo Baraldi

Celina Szrvinsk

Gabriela de Souza

Fernando de Almeida

Analista Contábil

Ítalo Gaetani

Produtores

Marco Antônio Pepino

Luis Otávio Rezende

Marco Antônio Soares da

Narren Felipe

Cunha Castello Branco

Graziela Coelho

Secretária Executiva

Analistas de

Octávio Elísio

Comunicação

Assistente

Paulo Brant

Marciana Toledo

Administrativa

Sérgio Pena

Mariana Garcia

Cristiane Reis

Renata Romeiro

Renato Bretas

Gerente de Operações Jorge Correia

Técnicos de Áudio e de Iluminação Pedro Vianna Rafael Franca

Assistente Operacional Rodrigo Brandão

Recursos Humanos Analista de Marketing

Vivian Figueiredo

Fortissimo

Diretor Administrativo- Mônica Moreira

Recepcionista

financeiro

Meire Gonçalves

Diretora de Comunicação Itamara Kelly

Auxiliar Administrativo Pedro Almeida

Mariana Theodorica

Ferreira

Fevereiro nº 1 / 2018 ISSN 2357-7258

Analistas de Marketing e Projetos

Jacqueline Guimarães

Infraestrutura

Assistente de

de Relacionamento

Estêvão Fiuza

Gerente de

Renata Gibson

Diretor Presidente Diomar Silveira

Sala Minas Gerais

Flaviana Mendes

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Diretoria Executiva

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Editora Merrina Godinho Delgado

Auxiliares de

Edição de texto

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Marketing de

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e Projetos

Relacionamento

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Zilka Caribé

Eularino Pereira

O Fortissimo está indexado aos

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Diretor de Operações

Assistente de Produção

Bruno Rodrigues

e internacionais de

Ivar Siewers

Rildo Lopez

Douglas Conrado

pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site.


FOTO: ALEXANDRE REZENDE

CUIDE BEM DO SEU PROGRAMA Além disso, se não for guardá-lo, devolva-o na saída da Sala Minas Gerais. Assim, ele poderá ser reutilizado e, posteriormente, reciclado. A Filarmônica e a natureza agradecem.


NO CONCERTO... Seja pontual.

Cuide da Sala Minas Gerais.

Traga seu ingresso ou cartão de assinante.

Não coma ou beba.

Desligue o celular (som e luz).

Deixe para aplaudir ao fim de cada obra.

Não fotografe ou grave em áudio / vídeo.

Se puder, devolva seu programa de concerto.

Faça silêncio e evite tossir.

Evite trazer crianças abaixo de 8 anos.

AGENDA

N A C A PA

Março / 2018

DIAS 1 E 2, 20h30 Allegro e Vivace DIAS 8 E 9, 20h30 Presto e Veloce DIA 11, 11h Juventude DIA 17, 18h Fora de Série / Itália DIAS 22 E 23, 20h30 Allegro e Vivace

Partitura do Concerto para dois pianos em ré menor, de Francis Poulenc

Restaurantes

Nos dias de concerto, apresente seu ingresso em um dos restaurantes parceiros e obtenha descontos especiais.

Rua Pium-í, 229 Cruzeiro

Rua Juiz de Fora, 1.257 Santo Agostinho


MANT ENEDOR

APO IO CULTURA L

DIVULGAÇÃO

BMPI

COM UNI CA ÇÃ O IC F

REALIZAÇÃO

Sala Minas Gerais Rua Tenente Brito Melo, 1.090 - Barro Preto CEP 30.180-070     | Belo Horizonte – MG (31) 3219.9000  | Fax (31) 3219.9030

Online

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WWW.FILARMONICA.ART.BR


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