FORTISSIMO Nº 7 — 2018
PRESTO VELOCE
10 / MAI
11 / MAI
MinistĂŠrio da Cultura e Governo de Minas Gerais apresentam
PRESTO VELOCE
Fabio Mechetti, regente Angela Cheng, piano
10 / MAI
11 / MAI
PROGRAMA
RICHARD WAGNER CLARA SCHUMANN
O idílio de Siegfried, WWV 103
Concerto para piano em lá menor, op. 7 Allegro maestoso Romance: Andante non troppo, con grazia Finale: Allegro non troppo
INTERVALO
RICHARD STRAUSS Anthony Flint, solos
Uma vida de herói, op. 40
FOTO: EUGÊNIO SÁVIO
CAROS AMIGOS E AMIGAS, Num espaço de apenas seis anos,
Outro alemão, Richard Strauss, viria
nasceram em Leipzig duas importan-
revolucionar a orquestra sinfônica,
tes figuras na história da música oci-
transformando-a em instrumento vir-
dental: o compositor Richard Wagner
tuosístico capaz de exprimir as mais di-
e uma das pianistas mais reconhe-
versas ideias e circunstâncias. O artista
cidas da época, Clara Schumann.
como herói (e aqui o herói é o próprio compositor) traduz as ambições, an-
Nesta noite, apresentamos uma das
seios, desafios, paixões, questões exis-
obras mais íntimas do compositor do
tenciais, triunfos e, finalmente, a eterni-
Anel, escrita em homenagem à sua mu-
dade. Essas são as qualidades que fazem
lher Cosima, seguida de um Concerto
de Uma vida de herói obra consagrada
da esposa de Robert Schumann es-
não só pela sua força musical, mas pela
crito para ela tocar em suas turnês
mensagem de idealismo que a define.
pela Europa. Esse Concerto, ainda pouco conhecido, revela a influência mu-
Certamente uma noite impactante.
sical do marido e a técnica pianística que caracteriza Clara Schumann.
FABIO MECHETTI
regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.
FABIO MECHETTI
Diretor Artístico e Regente Titular
Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008, Fabio Mechetti posicionou a orquestra mineira no cenário mundial da música erudita. Além dos prêmios conquistados, levou a Filarmônica a quinze capitais brasileiras, a uma turnê pela Argentina e Uruguai e realizou a gravação de oito álbuns, sendo três para o selo internacional Naxos. Natural de São Paulo, Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro
Nos Estados Unidos, Mechetti esteve quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville e, atualmente, é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane, da qual hoje é Regente Emérito. Regente Associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio. Da Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Continua dirigindo inúmeras orquestras norte-americanas e é convidado frequente dos festivais de verão norte-americanos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello. Suas apresentações se estendem ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Escandinávia, Escócia, Espanha, Finlândia, Itália, Japão, México, Nova Zelândia, Suécia e Venezuela. No Brasil, regeu todas as importantes orquestras brasileiras. Fabio Mechetti é Mestre em Regência e em Composição pela Juilliard School de Nova York e vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.
FOTO: LISA KOHLER
ANGELA CHENG Sempre elogiada por sua técnica brilhante, beleza tonal e excelente musicalidade, a pianista canadense Angela Cheng é um dos tesouros nacionais de seu país. Além de ser convidada frequente das orquestras do Canadá, ela já atuou com as sinfônicas de Annapolis, Alabama, Colorado, Houston, Indianapolis, Jacksonville, Flint, Saint Louis, San Diego, Siracuse e Utah; Orchestra London; filarmônicas de Buffalo, Louisiana e Israel. Realizou uma aclamada estreia no Carnegie Hall com a Edmonton Symphony. Em 2013 e 2016 apresentou-se com a Filarmônica de Minas Gerais.
A convite de Pinchas Zukerman, Angela foi membro do Zukerman Chamber Players e do Trio Zukerman. Com os grupos apresentou-se nos Estados Unidos, Europa, China e América do Sul, em salas como Kennedy Center, 92nd Street Y, Musikverein e Concertgebouw, além dos festivais Schleswig-Holstein, Salzburgo, Ravinia, Verbier, Edimburgo, Miyazaki, The Stars of the White Nights e Enescu. Angela é presença constante em recitais nos Estados Unidos e no Canadá, colaborando com grupos como os quartetos Takács, Colorado e Vogler. Esteve também nos festivais Banff, Bravo! Vail, Chautauqua, Colorado, Great Lakes, Vancouver, Lanaudière, MasterWorks, Toronto, Cartagena e La Jolla. Ela gravou concertos de Mozart com Mario Bernardi e a Orquestra de Vancouver da CBC; o Concerto de Clara Schumann com JoAnn Falletta e a Filarmônica das Mulheres; concertos espanhóis com Hans Graf e a Filarmônica de Calgary; concertos de Shostakovich com Mario Bernardi e a CBC Radio Orchestra; obras de Clara e Robert Schumann; Chopin. Angela Cheng foi Medalhista de Ouro no Arthur Rubinstein International Piano Masters Competition e a primeira canadense a vencer o Concurso Internacional de Piano de Montreal. Recebeu o cobiçado Career Development Grant pelo Canada Council e a Medalha de Excelência do Mozarteum Salzburgo.
FOTO: EUGÊNIO SÁVIO
FOTO
RICHARD
WAGNER
Leipzig, Alemanha, 1813 – Veneza, Itália, 1883
O IDÍLIO DE SIEGFRIED, WWV 103
1870 / 17 minutos
Ao contrário do que frequentemente
O idílio de Siegfried é uma peça inde-
acontece, e a despeito da coinci-
pendente e autônoma, que se tornou
dência dos nomes, O idílio de Sieg-
uma das páginas mais célebres da
fried não é um excerto de Siegfried,
música orquestral de Wagner.
terceiro drama musical de O Anel do Nibelungo. Na verdade, sucede quase
Ele compôs o Idílio como um presente
o contrário. O fato é que Siegfried, a
de aniversário para sua segunda
ópera, foi concluída em 1871, dois
esposa, Cosima, que havia dado à
anos depois da composição de O
luz Siegfried, filho do casal, nascido
idílio de Siegfried. A estreia da ópera
em 1869. Os Wagner residiam, então,
deu-se em 1876 e a do Idílio, no ano
em Tribschen, na Suíça, em uma
seguinte ao de sua composição.
villa pitoresca às margens do lago
Wagner começou a trabalhar em
de Lucerna. A composição do Idílio,
Siegfried ainda em 1851, a partir da
as razões que a motivaram, sua
elaboração do libreto, que ele mesmo
primeira performance, as evocações
escreveu. O processo de composição
pictóricas ou sonoras que ele traz,
musical propriamente dito começa
seu título e subtítulo, tudo isso trai
em 1856 e só é terminado quinze
uma espécie de confidência e inti-
anos depois. Depreende-se disso
midade doméstica que raramente
que ambas as obras tiveram um
se percebe na obra ou na vida de
momento comum de trabalho do
Wagner. Ele intitulou a obra, antes
compositor: O idílio de Siegfried foi
de sua publicação, apenas “Idílio”,
composto enquanto Wagner ainda
mas acresceu-lhe um rebuscado
trabalhava na ópera. Mas não se
subtítulo: “Idílio em Tribschen, com
pode afirmar que um seja a base
o canto de passarinho de Fidi e um
para o outro, ou vice-versa. O que
nascer do sol alaranjado”. Trata-se
se vê, no entanto, é que a música
quase de uma sinopse, que faz refe-
do Idílio é evocada em trechos da
rência à villa dos Wagner, ao filho
ópera. Conclui-se, portanto, que
do casal (cujo apelido familiar era
Instrumentação
Primeira apresentação
Flauta, oboé, 2 clarinetes, fagote, 2 trompas, trompete, cordas.
com a Filarmônica
1878, por causa de um desequilíbrio nas finanças. Saíram ganhando, porém, o público e a posteridade. Fidi), ao lago de Lucerna e até ao
Desde sua primeira publicação, a
papel de parede ao lado da porta
obra passou a ser conhecida por
do quarto de Cosima.
O idílio de Siegfried.
Mais íntima ainda foi a primeira
É raro ouvir um Wagner tão terno,
execução da peça: na manhã de
tão intimista e tão pouco afeito a
Natal de 1870, Wagner agremiou um
trágicos arroubos melodramáticos
pequeno conjunto da Orquestra do
como o que se vê no Idílio. Trata-se
Tonhalle de Zurique e a fez executar
de uma suave e amorosa contempla-
nas escadas da villa onde residia o
ção. Em O idílio de Siegfried, Wagner
casal. Hans Richter, o próprio regente
soube registrar em música um des-
da Orquestra do Tonhalle, tocou a
ses raros momentos epifânicos da
breve parte do trompete que des-
psiquê humana em que realidade e
ponta no clímax festivo que ocorre
sonho se confundem, os problemas
quando já andados três quartos da
se dissolvem e os desejos breve-
obra. Ao que parece, Cosima foi
mente não precisam existir.
despertada naquela manhã pela melodia de abertura. Não é de se
Moacyr Laterza Filho Pianista e
estranhar, portanto, o desagrado do
cravista, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa, professor da Universidade do Estado de Minas Gerais e da Fundação de Educação Artística.
casal Wagner ao ter que vender a partitura para a editora Schott em
Referências Para ouvir Wagner – Orchestral Music – Münchner Philarmoniker – Sergiu Celibidache, regente – EMI Classics – 1998
Para assistir BBC Scottish Symphony Orchestra – Donald Runnicles, regente – Acesse: fil.mg/widilio
Para ler Bryan Magee – Aspects of Wagner – Oxford University Press – 1988
Editora Kalmus & Co
CLARA
SCHUMANN
Leipzig, Alemanha, 1819 – Frankfurt, Alemanha, 1896
CONCERTO PARA PIANO EM LÁ MENOR, OP. 7
1833/1836 / 21 minutos
Clara Schumann nasceu em Leipzig,
certo” –, que viria a se tornar o finale
a 13 de setembro de 1819. Batizada
de seu Concerto para piano e orquestra.
Clara Josephine Wieck, foi a segun-
Por dois anos trabalhou na compo-
da criança dos cinco filhos do casal
sição de seu Concerto, seguindo à
Friedrich Wieck e Marianne Tromlitz.
risca os planos do pai. A obra seria
O pai mantinha em sua residência
um adequado cartão de visitas que
uma espécie de estabelecimento mu-
garantiria a Clara uma posição entre
sical, onde lecionava piano e teoria,
os virtuosos pianistas-compositores.
alugava pianos, vendia partituras e
Em 1834, o Concerto foi orquestrado
hospedava seus alunos. A mãe, filha
por Robert Schumann – futuro espo-
e neta de músicos, era talentosa
so de Clara e discípulo de Wieck. Em
pianista e cantora lírica. Foi aluna
9 de novembro de 1835 a obra foi
de piano de Wieck, com quem se
estreada com grande sucesso no
casou aos dezenove anos. Infeliz com
Gewandhaus de Leipzig, tendo ao
o casamento, pediu o divórcio em
piano a jovem compositora, então
1825 e casou-se com Adolf Bargiel,
com dezesseis anos, sob a regência
também aluno de Wieck, perdendo a
de Felix Mendelssohn. A revisão pos-
guarda dos filhos. A pequena Clara,
terior do trabalho foi seguida pela
entregue exclusivamente aos cuidados do pai, recebeu dele toda a educação escolar, moral e musical, iniciando os estudos de teoria, canto e piano. Dotada de prodigiosa aptidão musical, Clara fora desde cedo encorajada a compor. Suas primeiras obras foram publicadas quando ela tinha apenas doze anos. Aos treze, já uma pianista internacional, iniciou o Konzertsatz – “movimento de con-
Referências Para ouvir CD The Women’s Philharmonic – Clara Schumann; Fanny Mendelssohn; Germaine Tailleferre; Lili Boulanger – The Women’s Philharmonic Orchestra – JoAnn Falletta, regente – Angela Cheng, piano – Gillian Benet, harpa – Koch International Classics – 2008
Instrumentação 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, trombone, tímpanos, cordas.
Primeira apresentação com a Filarmônica
as obras do marido, ela lhe oferecia inspiração, orientação pianística e estética, com apurado senso musical e literário. A obra de Clara abrange apenas duas décadas dos 76 anos que viveu. Engravidou por dez vezes,
publicação, em janeiro de 1837, com
perdeu duas gestações e um bebê.
dedicatória a Louis Spohr.
Viveu quarenta anos após a morte do marido, depois dos dolorosos anos
Aos dezoito anos, fim da adoles-
nos quais ele sucumbira lentamente
cência, Clara entregou-se ao amor –
numa clínica psiquiátrica.
Robert Schumann – e lhe dedicou toda a existência, contrapondo-se à de-
Suas composições, dentre canções,
saprovação do pai e à sua promisso-
peças para piano e um belíssimo
ra carreira: “hoje um novo período
Trio, tiveram grande receptividade à
começa. Uma vida em que se ama
época. Franz Liszt vislumbrou nelas
acima de tudo e acima de si mesma”.
“a espontaneidade e a sinceridade de
Aos vinte anos, dissera: “uma mulher
sentimento” da alma feminina. Em-
não deve desejar compor”. Ainda
bora limitadas em número, refletem
assim, em 1847, aventurou-se a escre-
o cuidado da esmerada formação
ver um novo concerto, em fá menor,
musical que recebera do pai, elevada
dedicado a Robert, porém deixou-o
técnica e refinado gosto musical.
inacabado. A glória como pianista ofuscou a carreira de compositora – e o casamento ofuscou ambas. Ter Robert como compositor já lhe bastava. Ademais, além de executar e publicar
Para ouvir CD Clara & Robert Schumann – Concertos – Leipzig Gewandhaus Orchestra; Vogtland Philharmonic Orchestra Greiz-Reichenbach – Doron Salomon, regente – Elena Margolina, piano – ARS – 2001
Para assistir Collegia-MusicaChiemgau – Elke Burkert, regente – Christoph Declara, piano – Acesse: fil.mg/cspiano
Marcelo Corrêa Pianista, Mestre em Piano pela Universidade Federal de Minas Gerais, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais.
Para ler Catherine Lépront – Clara Schumann: a vida a quatro mãos – Coleção Uma Mulher – Martins Fontes – 1990
Editora Breitkopf & Härtel
RICHARD
STRAUSS
Munique, Alemanha, 1864 – Garmisch-Partenkirchen, Alemanha, 1949
UMA VIDA DE HERÓI, OP. 40
1897/1898 / 40 minutos
Entre 1886 e 1898, Richard Strauss
Composta em 1898, Uma vida de herói
compôs aquilo que muitos iriam
é a última das obras desse período
considerar as suas obras-primas.
de grande fertilidade sinfônica na
Levando às últimas consequências
carreira de Strauss. A partir daí, sua
as potencialidades e a complexidade
produção direciona-se principalmente
do poema sinfônico, a cada nova obra
para a ópera, fazendo surgir novas
Strauss encanta e assombra tanto
obras-primas: Salomé, O Cavaleiro
o público quanto o meio musical.
da Rosa (obra de rara genialidade)
Till Eulenspiegel, por exemplo, im-
e Arabella, dentre tantas outras.
pressiona, de um lado, Bruckner
Outras obras sinfônicas também
(que, gravemente doente, faz ques-
surgem, mas em número bem menor:
tão de ser levado duas vezes ao tea-
A Sinfonia Doméstica e a Sinfonia
tro para ouvi-lo) e, de outro, Debussy,
Alpina, por exemplo. É, portanto, em
que não esconde seu entusiasmo.
pleno amadurecimento do gênero
São claros o modelo wagneriano, a
a que se dedicou por mais de uma
origem em Liszt e a herança de Brahms
década, e depois de ter composto
nessas cerca de sete obras, compos-
sua primeira ópera (Guntram, escrita
tas em pouco mais de uma década.
em 1894), que Strauss fecha o ciclo
No entanto, a maestria e a audácia
de seus grandes poemas sinfônicos.
do tratamento formal, das técnicas de orquestração e das construções
Se em obras anteriores o motivo
melódicas vão para muito além de
literário possa ser percebido em
suas fontes. Sem abandonar as raízes românticas, Strauss elabora uma linguagem verdadeiramente moderna, dotada de tamanha originalidade que, se não precursora, pode mesmo ser situada (apesar das divergências cronológicas) no contexto do século XX.
Referências Para ouvir Richard Strauss – Ein Heldenleben; Four last songs – Vienna Philharmonic Orchestra – André Previn, regente – Telarc – 2006
Instrumentação
Última apresentação
Piccolo, 3 flautas, 4 oboés, corne inglês, requinta, 2 clarinetes, clarone, 3 fagotes, contrafagote, 8 trompas, 5 trompetes, 3 trombones, tuba, tuba tenor, tímpanos, percussão, 2 harpas, cordas.
17/07/2012 Fabio Mechetti, regente
Estreada em Frankfurt, sob a regência do compositor, em 1899, Uma vida de herói marca definitivamente certas evocações musicais – seja
a entrada de Strauss na aurora do
em aspectos narrativos, seja em
século XX, já ensaiada por suas
aspectos psicológicos das persona-
investidas anteriores, genialmente
gens –, em Uma vida de herói isso é
bem-sucedidas. Se com Dom Quixote
significativamente menos evidente
e, principalmente, Till Eulenspiegel,
e menos importante. Aqui Strauss
Strauss demonstra amadurecimento
parece levar a termo e a cabo o
e maestria na consolidação de sua
papel de mero pretexto do motivo
linguagem, enraizada no Romantismo,
literário, em razão de colocar sobe-
mas prodigamente ramificada pelo
ranamente em primeiro plano a
século XX, em Uma vida de herói ele
realidade sonora da construção
afirma e endossa um posiciona-
musical. Em seu aspecto formal,
mento musical que extrapola suas
Strauss faz emprego, em Uma vida
fontes românticas e abre caminho
de herói, da técnica wagneriana do
para novas possibilidades, que cul-
leitmotif. No entanto, esse artifício
minarão em obras como Salomé e
tem menos o papel de introduzir em
O Cavaleiro da Rosa.
cena a presença da personagem, e muito mais a função de elemento
Extraído do texto de
de unidade, linha que costura uma
Moacyr Laterza Filho Pianista e
estrutura híbrida de rondó e forma
cravista, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa, professor da Universidade do Estado de Minas Gerais e da Fundação de Educação Artística.
sonata, alargada e elevada a dimensões exponenciais.
Para assistir Symphonie-Orchestrer des Bayerischen Rundfunks – Mariss Jansons, regente – Anton Barachovsky, violino – Acesse: fil.mg/sheroi
Para ler Roland de Candé – “O século das metamorfoses” – História Universal da Música – Martins Fontes – 1994
Para ler Charles Youmans – The Cambridge Companion to Richard Strauss – Cambridge University Press – 2010
Editora Tomi Berg Representante: Barry Editorial
EM JUNHO, PARTE DO MUNDO SE ENCONTRA AQUI. DIAS 7 E 8, 20h30 Michal Nesterowicz, regente convidado Pablo Ferrández, violoncelo
A Sala Minas Gerais recebe
SIBELIUS | HAYDN | KORNGOLD
três concertos com jovens talentos e compositores de todos os tempos. Venha, nossa música se faz é com você.
Comprando na bilheteria, não há taxa de conveniência de 20% sobre o valor do ingresso. Aproveite!
DIAS 14 E 15, 20h30
DIA 23, 18h
Stilian Kirov, regente convidado
Marcos Arakaki, regente
Steven Osborne, piano
Rodrigo Bustamante, violino
BEETHOVEN | MOZART
Joanna Bello, violino
RESPIGHI | HINDEMITH
Gerry Varona, viola Camilla Ribeiro, violoncelo SCHULHOFF | KARLOWICZ DVORÁK | BARTÓK | SMETANA
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS Primeiros Violinos Anthony Flint – Spalla Rommel Fernandes – Spalla associado Ara Harutyunyan – Spalla assistente Ana Paula Schmidt Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic Dante Bertolino Joanna Bello Roberta Arruda Rodrigo Bustamante Rodrigo M. Braga Rodrigo de Oliveira Eliseu Barros *****
Segundos Violinos Frank Haemmer * Hyu-Kyung Jung **** Gideôni Loamir Jovana Trifunovic Luka Milanovic Martha de Moura Pacífico Matheus Braga Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch Anahit Asatrian *****
Violas João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta Gerry Varona Gilberto Paganini Katarzyna Druzd Luciano Gatelli
Marcelo Nébias Nathan Medina Renato Bandel *****
Violoncelos Philip Hansen * Robson Fonseca *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Emília Neves Lina Radovanovic Lucas Barros William Neres
Contrabaixos Nilson Bellotto * André Geiger *** Marcelo Cunha Marcos Lemes Pablo Guiñez Rossini Parucci Walace Mariano
Flautas Cássia Lima * Renata Xavier *** Alexandre Braga Elena Suchkova
Oboés Alexandre Barros * Públio Silva *** Israel Muniz Moisés Pena
Clarinetes Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno *** Ney Franco
Fabio Mechetti Diretor Artístico e Regente Titular
Marcos Arakaki Regente Associado
Fagotes
Percussão
Catherine Carignan *
Rafael Alberto *
Victor Morais ***
Daniel Lemos ***
Andrew Huntriss
Sérgio Aluotto
Francisco Silva
Werner Silveira
Trompas
Harpas
Alma Maria Liebrecht *
Clémence Boinot *
Evgueni Gerassimov ***
Jennifer Campbell *****
Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos
Teclados Ayumi Shigeta *
Lucas Filho Fabio Ogata Thiago Ariel Moreira *****
Gerente
André Gonçalves *****
Jussan Fernandes
Trompetes Marlon Humphreys *
Inspetora Karolina Lima
Érico Fonseca ** Daniel Leal ***
Assistente
Tássio Furtado
Administrativa
José Victor Assis *****
Débora Vieira
Trombones Mark John Mulley *
Arquivista Ana Lúcia Kobayashi
Diego Ribeiro ** Wagner Mayer ***
Assistentes
Renato Lisboa
Claudio Starlino
Tubas
Jônatas Reis
Eleilton Cruz *
Supervisor
Rafael Mendes *****
de Montagem
Tímpanos
Rodrigo Castro
Patricio Hernández
Montadores
Pradenas *
Hélio Sardinha Klênio Carvalho Risbleiz Aguiar
Alexandre Silva
* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal assistente substituta ***** musicista convidado(a)
Governador do Estado de Minas Gerais
Secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais
Fernando Damata Pimentel
Angelo Oswaldo de Araújo Santos
Vice-governador do Estado de Minas Gerais
Secretário de Estado Adjunto de Cultura de
Antônio Andrade
Minas Gerais João Batista Miguel
INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA
Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público — Lei 14.870 / Dez 2003
Conselho Administrativo
Equipe Técnica Gerente de
Presidente emérito
Comunicação
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Merrina Godinho Delgado
Presidente Roberto Mário Soares
Gerente de Produção Musical
Conselheiros
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Angela Gutierrez
Guimarães
Arquimedes Brandão Berenice Menegale
Assessora de
Bruno Volpini
Programação Musical
Celina Szrvinsk
Gabriela de Souza
Fernando de Almeida Ítalo Gaetani
Produtores
Marco Antônio Pepino
Luis Otávio Rezende
Marco Antônio Soares da
Narren Felipe
Cunha Castello Branco Mauricio Freire
Analistas de
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Comunicação
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Marciana Toledo
Sérgio Pena
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Diretoria Executiva
Renata Gibson Renata Romeiro
Diretor Presidente Diomar Silveira
Analista de Marketing de Relacionamento
Diretor Administrativo- Mônica Moreira financeiro Estêvão Fiuza
Analistas de Marketing e Projetos
Diretora de Comunicação Itamara Kelly Jacqueline Guimarães
Mariana Theodorica
Ferreira
Assistente de Diretora de Marketing
Marketing de
e Projetos
Relacionamento
Zilka Caribé
Eularino Pereira
Diretor de Operações
Assistente de Produção
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Auxiliares de Produção
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Sala Minas Gerais Gerente de
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e de Iluminação Pedro Vianna
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Flaviana Mendes
Assistente Administrativa Cristiane Reis
Assistente de Recursos Humanos Vivian Figueiredo
Recepcionista Meire Gonçalves
Auxiliar Administrativo Pedro Almeida
Auxiliares de Serviços Gerais Ailda Conceição Rose Mary de Castro
Fortissimo Maio nº 7 / 2018 ISSN 2357-7258 Editora Merrina Godinho Delgado
Edição de texto Berenice Menegale O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site.
No Haus München música e gastronomia se harmonizam.
Apresentando seu ingresso, compre um prato e ganhe outro para seu acompanhante.*
50 Esperamos vocês! /hausrestaurante
/hausmunchenoficial
Rua Juiz de Fora, 1257 - Belo Horizonte, MG | Telefone: (31) 3291-6900 *Promoção válida para prato de igual ou menor valor.
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Não coma ou beba.
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Não fotografe ou grave em áudio / vídeo.
Se puder, devolva seu programa de concerto.
Faça silêncio e evite tossir.
Evite trazer crianças abaixo de 8 anos.
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N A C A PA
Maio / 2018
DIA 6, 11h Juventude DIAS 10 E 11, 20h30 Presto e Veloce DIAS 17 E 18, 20h30 Allegro e Vivace DIA 26, 18h Fora de Série / Rússia
Clara Schumann Imagem: Franz Hanfstaengl
Restaurantes
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