FORTISSIMO Nº 9 — 2018
PRESTO VELOCE
7 / JUN
8 / JUN
Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú apresentam
PRESTO VELOCE
Michal Nesterowicz, regente convidado Pablo Ferrández, violoncelo
7 / JUN
8 / JUN
PROGRAMA
JEAN SIBELIUS
Pelléas et Mélisande, op. 46 Diante do portão do castelo Mélisande À beira-mar Uma fonte no parque Pastoral Mélisande à roca Interlúdio A morte de Mélisande
JOSEPH HAYDN
Concerto para violoncelo em Dó maior, Hob. VII b:1 Moderato Adagio Finale: Allegro molto
ERICH KORNGOLD
Concerto para violoncelo em Dó maior, op. 37 Allegro moderato ma con fuoco
INTERVALO
JEAN SIBELIUS
Sinfonia nº 3 em Dó maior, op. 52 Allegro moderato Andantino con moto, quasi allegretto Moderato – Allegro ma non tanto
FOTO: RAFAEL MOTTA
CAROS AMIGOS E AMIGAS, A música de Sibelius é sempre carre-
Com a participação do regente
gada de expressão profunda e român-
convidado Michael Nesterowicz, a
tica. Nas duas obras do compositor
Filarmônica une-se ao jovem violon-
apresentadas nesta noite, teremos
celista espanhol Pablo Ferrández
a oportunidade de vivenciar essas
para a execução de duas importan-
emoções. Pelléas et Mélisande, com a
tes obras do repertório solista desse
força introspectiva de um amor singelo,
instrumento. Teremos a oportuni-
mas proibido, inspirou vários com-
dade de apreciar a leveza, alegria e
positores. A versão de Sibelius retrata
otimismo expresso no Concerto de
de forma sublime essa estória contada
Haydn e a força dramática e romântica
originalmente pelo francês Maurice
transmitida pelo também austríaco
Maeterlinck. Já em sua Terceira Sinfonia,
Erich Korngold.
experimentaremos a busca das raízes nacionais finlandesas em prol de
Esperamos que todos tenham um
um discurso de expressão universal,
excelente concerto.
imbuída de riqueza de cores instrumentais e grande vitalidade rítmica.
FABIO MECHETTI
regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.
FABIO MECHETTI
Diretor Artístico e Regente Titular
Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008, Fabio Mechetti posicionou a orquestra mineira no cenário mundial da música erudita. Além dos prêmios conquistados, levou a Filarmônica a quinze capitais brasileiras, a uma turnê pela Argentina e Uruguai e realizou a gravação de oito álbuns, sendo três para o selo internacional Naxos. Natural de São Paulo, Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro
Nos Estados Unidos, Mechetti esteve quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville e, atualmente, é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane, da qual hoje é Regente Emérito. Regente Associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio. Da Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Continua dirigindo inúmeras orquestras norte-americanas e é convidado frequente dos festivais de verão norte-americanos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello. Suas apresentações se estendem ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Escandinávia, Escócia, Espanha, Finlândia, Itália, Japão, México, Nova Zelândia, Suécia e Venezuela. No Brasil, regeu todas as importantes orquestras brasileiras. Fabio Mechetti é Mestre em Regência e em Composição pela Juilliard School de Nova York e vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.
MICHAL NESTEROWICZ Principal regente convidado da Orquestra Sinfônica da Basileia, Suíça, Michal Nesterowicz é mundialmente requisitado por seu desempenho dinâmico e interpretações eloquentes do repertório sinfônico. Sua agenda na atual temporada inclui estreias com a Orquestra Gewandhaus, Filarmônica Holandesa, Orquestra Bruckner Linz, Orquestra Estadual de Kassel, Sinfônica de Lahti e Filarmônica da Malásia. Após visitas extremamente bem-sucedidas em temporadas passadas, ele retorna à Orquestra Filarmônica Real, sinfônicas de Barcelona, da Galícia, Siciliana, de Malmö e de Cingapura, Sinfônica da Rádio de Praga, Orquestra Sinfônica Nacional de Taiwan e à Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, com a qual se apresentou em 2015.
FOTO: LUKASZ RA JCHERT
Na temporada 2016/2017, Nesterowicz estreou com a Orquestra Real do Concertgebouw, com a Auckland Philharmonia e a Orquestra Sinfônica Nacional RTE da Irlanda, além de se apresentar pela
primeira vez em Berlim, com a Konzerthausorchester, e em Viena, com a Tonkünstler-Orchester Niederösterreich. Também consolidou sua relação com a Sinfônica de Bilbao, Orquestra Filarm ô n i ca A r t h u r Ru b i n s t e i n d e Lodz, Residentie Orkest, Orquestra do Norte da Holanda, Filarmônica Real da Galícia, Orquestra da Cidade de Granada e Sinfônica de Navarra. Nesterowicz apresentou-se em diversas oportunidades com a NDR Elbphilharmonie Orchester, Orquestra Tonhalle de Zurique, filarmônicas de Munique, de Nice e Filarmônica Real de Liverpool. Trabalhou com a Sinfônica WDR de Colônia, Orquestra Sinfônica Alemã de Berlim, Orquestra Gulbenkian, filarmônicas de Luxemburgo, de Buffalo e de Copenhague, Sinfônica da BBC, Orquestra Nacional Bordeaux Aquitaine e Orquestra da Suíça Italiana. Michal Nesterowicz venceu o Concurso Europeu de Regência da Orquestra de Cadaqués em 2008 e foi premiado na 6ª Competição Internacional de Regência Grzegorz Fitelborg, em Katowice, Polônia.
FOTO: KIRILL BASHKIROV
PABLO FERRÁNDEZ Detentor do cobiçado prêmio Jovem Artista do Ano ICMA (International Classic Music Award) 2016 e vencedor do XV Concurso Internacional Tchaikovsky, o espanhol Pablo Ferrández é elogiado por sua autenticidade e aclamado pelos críticos como “um dos melhores violoncelistas”, como escreveu Rémy Louis na Diapason Magazine. Como solista, já se apresentou com a Orquestra Mariinsky, Sinfônica de Viena, filarmônicas de São Petersburgo, de Stuttgart e de Helsinque, Kremerata Baltica, Tapiola Sinfonietta, Orquestra Nacional Espanhola, Orquestra RTVE e Maggio Musicale Fiorentino. Colaborou com artistas como Zubin Mehta, Valery Gergiev, Yuri Temirkanov, Adam Fischer, Heinrich Schiff, Dennis Russell Davies, John Storgards, Gidon Kremer, Ivry Gitlis e Anne-Sophie Mutter.
Pablo Ferrandéz fez sua estreia na Berliner Philharmonie na temporada passada com a Orquestra Sinfônica Alemã em Berlim. Apresentou-se com a BBC Philharmonic sob regência de Juanjo Mena e com a Filarmônica de São Petersburgo sob Yuri Temirkanov. Colaborou com Christoph Eschenbach executando o Concerto para violoncelo de Schumann com a HRSinfonieorchester e a Sinfônica Nacional Espanhola. Realizou recitais no Schloss Elmau e no Teatro Mariinsky e uma turnê europeia com a Kremerata Baltica. Participou dos festivais Verbier, Rheingau, Festival Internacional de Música de Câmara de Jerusalém, Festival de Artes Transiberiano, Festival Intonations e Festival Internacional das Ilhas Canárias. Ferrandez realizou concertos com a Orquestra Sinfonica Nazionale RAI, sinfônicas de Barcelona, de Munique, de Taipei, de Queensland e a Sinfônica Nacional da Estônia. Apresentou o Concerto Duplo de Brahms com AnneSophie Mutter e a Filarmônica de Londres. Pablo se apresenta com o violoncelo Stradivarius “Lord Aylesford” (1696), com agradecimentos à Nippon Music Foundation.
JEAN
SIBELIUS
Hämeenlinna, Finlândia, 1865 – Järvenpää, Finlândia, 1957
PELLÉAS ET MÉLISANDE, OP. 46
1904/1905 / 29 minutos
Figura central na criação de uma voz
mopolita, e outra, fino-úgrica, com
finlandesa para a música erudita
raízes no campesinato, inescrutável
no final do século XIX e início do
para o resto do mundo. Se o com-
século XX, Jean Sibelius tornou-
positor fracassa em firmar-se nos
se um herói nacional; contudo, a
círculos musicais dominantes do
recepção de sua obra em outros
neorromantismo franco-germânico,
países foi das mais controversas
seu desejo de reconduzir o som
na música erudita do século XX.
a uma crueza primordial e violar as convenções do establishment
A Finlândia foi controlada pela Suécia
europeu irá de mãos dadas com
do século XII até o início do século
o cultivo da cultura finlandesa em
XIX, quando se tornou um Grão-
ascensão. Sua música se distingue
ducado autônomo governado pela
pelo uso heterodoxo da harmonia
Rússia. Na segunda metade do século
triádica (do acorde de três sons),
XIX manifestavam-se ali mudanças
pela cor orquestral e por processos
econômicas e culturais. Uma elite
próprios de organização. Ele foi um
cosmopolita de extração sueca, à
mestre da continuidade sinfônica e
qual Sibelius pertencia linguisti-
da estrutura musical condensada.
camente, controlava o governo, a educação, o comércio costeiro e as
Sibelius começou a escrever a
belas artes, enquanto no interior
música de cena para uma mon-
a maioria da população falava fin-
tagem de Pelléas et Mélisande, de
landês e não tinha representação
Maurice Maeterlinck, em 1904. A
no poder, mas buscava legitimar a
obra é posterior à suíte homônima
própria língua como catalisadora
de Fauré (1898), à ópera de Debussy
de uma identidade autêntica e
(1902) e ao poema sinfônico de
assertiva. A vida e a carreira de
Schoenberg (1903). O drama narra
Sibelius refletem o embate entre
um amor impossível em tempo e
uma cultura escandinava e cos-
lugar indeterminados. Se o enredo
Instrumentação
Primeira apresentação
Piccolo, flauta, oboé, corne inglês, 2 clarinetes, 2 fagotes, 2 trompas, tímpanos, percussão, cordas.
com a Filarmônica
é simples, os locais (floresta, fonte,
o reconhecimento que os centros
gruta, castelo), os objetos (coroa,
principais da Europa continental
anel, lampião) e as situações (ce-
não lhe outorgavam senão com
gueira, escuridão) carregam denso
cautelosa parcimônia. Sibelius se
simbolismo. A montagem do Teatro
pergunta: seria possível continuar
Sueco de Helsinque estreou em
a ser considerado inequivocamente
17 de março de 1905 sob a regência
moderno – pela linguagem única,
do compositor. A suíte orquestral
pela radicalidade da cor orquestral
reteve nove dos dez movimentos da
e pela ousadia da ideia – e simul-
música de cena: Diante do portão
taneamente ir contra as correntes
do castelo; Mélisande; À beira-mar;
sensacionalistas do modernismo
Uma fonte no parque; As três irmãs
através da recuperação da eco-
cegas; Pastoral; Mélisande à roca;
nomia e da lógica do ideal clássico?
Entreato; A morte de Mélisande.
Esse classicismo moderno, abertamente hostil ao apelo popular,
Pelléas et Mélisande encerra o ciclo
será sua estratégia para os anos
imediatamente anterior ao perí-
seguintes.
odo intermediário da produção de Sibelius. Após a estreia, o compositor, então com 39 anos de idade, viaja para a Inglaterra e encontra lá
Carlos Palombini Musicólogo, professor da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais.
Referências Para ouvir Philharmonia Orchestra – Enrique Bátiz, regente – Acesse: fil.mg/ spelleaseb
Para assistir Mannheimer Philharmoniker – Boian Videnoff, regente – Acesse: fil.mg/ spelleasbv
Para ler Stanley Sadie – The New Grove Dictionary of Music and Musicians – Macmillan – 2001 / Dicionário Grove de Música – Zahar – 1994
Editora Shott Music Representante: Barry Editorial
JOSEPH
HAYDN
Rohrau, Áustria, 1732 – Viena, Áustria, 1809
CONCERTO PARA VIOLONCELO EM DÓ MAIOR, HOB. VII B:1
1761/1765 / 24 minutos
Homem simples, de origem cam-
rimentalismo, Haydn desenvolveu
ponesa, filho de um carpinteiro,
uma linguagem musical própria,
Haydn serviu por quarenta anos
detalhista, intelectual e espirituosa.
como músico da poderosa família
Sua obra foi decisiva para a fixação
Esterházy, combinando as funções
e a plena maturidade dos vários
de regente e compositor. O ritmo
gêneros ligados à forma sonata
de trabalho era alucinante, envol-
clássica (sobretudo a Sinfonia e o
vendo música de câmara, concertos
Quarteto de Cordas).
sinfônicos, óperas, música religiosa ou para o teatro. Felizmente, Haydn
Entre as músicas sinfônicas exigi-
dispunha de uma excelente orques-
das de um compositor de corte,
tra, permanentemente disponível
os concertos para instrumentos
para a imediata execução de suas
solistas possuíam características
obras, privilégio que ele soube
fundamentalmente diferenciais.
aproveitar com sabedoria. Mais
Eram compostos para ocasiões e
tarde, em uma carta ao biógrafo
solistas específicos, devendo con-
August Griesinger, o compositor
siderar os recursos individuais do
relembraria os longos anos passa-
instrumentista e o gosto particular
dos em Esterháza: “eu podia melho-
de quem fizera a encomenda. Haydn
rar, acrescentar, cortar, ousar. Estava
(ao contrário de Mozart) não era
isolado do mundo e tive que me
um instrumentista virtuose, e os
tornar original”. Optando pelo expe-
concertos de piano escritos para
Referências Para ouvir CD Haydn: Cello Concertos – English Chamber Orchestra – José Luis Garcia, regente – Yo-Yo Ma, violoncelo – Sony – 2009 – Acesse: fil.mg/hvioloncelojlg
Para ouvir English Chamber Orchestra – Daniel Barenboim, regente – Jacqueline du Pré, violoncelo – Acesse: fil.mg/hvioloncelodb
Para assistir DVD Mischa Maisky – Cello Concertos – Haydn; Schumann – Wiener Symphoniker; Wiener Philharmoniker – Leonard Bernstein, regente – Deutsche Grammophon – 2007
Para assistir The Buchmann-Mehta School of Music Symphony Orchestra – Zubin Mehta, regente – Teresa Beldi, violoncelo – Acesse: fil.mg/ hvioloncelozm
Instrumentação
Última apresentação
2 oboés, 2 trompas, cordas.
09/12/2014 Fabio Mechetti, regente Asier Polo, violoncelo
gáveis qualidades, o Concerto se impôs imediatamente ao repertório. seu uso próprio excluem a virtuosi-
O Moderato inicial corresponde à
dade inerente ao gênero. Mas, na
forma sonata clássica (exposição,
corte de Esterházy havia brilhantes
desenvolvimento e reexposição).
solistas, como o violinista Luigi Toma-
Constrói-se sobre um primeiro tema
sini, o trompetista Anton Weidinger,
– facilmente memorizável pelos seus
os violoncelistas Anton Kraft e Joseph
ritmos pontuados – e um maravilhoso
Weigl. Para eles, o compositor escre-
segundo tema contrastante. Apesar
veu vários concertos, cuja maioria se
do classicismo formal, o movimento
perdeu. Algumas dessas partituras,
mantém-se impregnado de espírito
pelo caráter utilitário e imediatista de
barroco pela alternância dos solos
sua gênese, permaneceram apenas
com os tutti orquestrais. O Adagio
esboçadas; outras foram destruídas
seguinte, um dos mais eloquentes de
no incêndio da Casa de Ópera de
Haydn, possui caráter mais clássico
Esterháza (1779) e muitas se extra-
e muito cantante. O Allegro molto
viaram. Alguns manuscritos só recen-
final possui um ímpeto irresistível,
temente foram descobertos, como
exigindo que o solista e a orquestra
é o caso do Concerto para violoncelo
se projetem em um turbilhão contí-
em Dó maior, cujo tema principal do
nuo de extraordinária virtuosidade.
primeiro movimento fora anotado pelo próprio Haydn no catálogo de suas obras, datado de 1765. A partitura foi reconstituída a partir das partes orquestrais encontradas por um zeloso bibliotecário de Praga, em 1961. Desde então, por suas ine-
Para assistir Wiener Symphoniker – Mischa Maisky, regente e violoncelo – Acesse: fil.mg/hvioloncelomm
Para ler H. C. Robbins Landon – Haydn, sinfonias – Guias Musicais BBC – Zahar – 1984
Paulo Sérgio Malheiros dos Santos Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado. Apresenta o programa semanal Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
Para ler François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990
Editora Bärenheiter
ERICH
KORNGOLD
Brno, República Tcheca, 1897 – Estados Unidos, 1957
CONCERTO PARA VIOLONCELO EM DÓ MAIOR, OP. 37
1946 / 13 minutos
Nascido em Brno, República Tcheca,
cinematográficos de Hollywood
Erich Korngold mudou-se com os
pertenciam a judeus – Universal,
pais, aos dois anos, para Viena.
Paramount, Fox, Columbia, MGM
Comparado a Mozart como um dos
e Warner – o que facilitou a absor-
mais notáveis fenômenos musicais
ção de diversos artistas de ascen-
da história, aos treze anos já havia
dência judia.
criado obras sinfônicas complexas ao estilo de Richard Strauss e Gustav
Um dos mais distintos trabalhos de
Mahler – que puderam pessoal-
Korngold – e o seu último para o cinema
mente constatar a genialidade do
– é a trilha para Deception, filme noir
pequeno prodígio. Korngold atingiu
de Irving Rapper lançado em 1946.
o ápice da carreira de compositor
Na trama, o violoncelista Karel Novak
aos 23 anos com a ópera A Cidade
(Paul Henreid), envolve-se com uma
Morta, estreada simultaneamente
antiga amante, a misteriosa pianis-
em Hamburgo e Colônia, em 1920.
ta Christine Radcliffe (Bette Davis).
Após esse trabalho, sua música não
Christine, acossada pelo irascível
mais evoluiu estilisticamente.
compositor Alexander Hollenius (Claude Rains), assassina-o na noite
Aos 37 anos, Korngold encontrou
de estreia de sua última composi-
um lugar no qual poderia dar vazão
ção: um concerto para violoncelo,
à sua escrita fluente e orquestração
a ser executado por Novak. Para as
precisa: os estúdios da Warner, em Hollywood. Ao lado de Max Steiner, Miklós Rózsa, Bernard Herrman e Franz Waxman, Korngold completa a plêiade de compositores da Era de Ouro do Cinema, constituída em sua maioria por emigrantes judeus fugindo da perseguição nazista na Europa. Todos os grandes estúdios
Referências Para ouvir CD Korngold – Orchesterwerke – vol. 3 – Nordwestdeutsche Philharmonie – Werner Andreas Albert, regente – Julius Berger, violoncelo – Classic Production Osnabrück – 1998
Instrumentação
Primeira apresentação
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, contrafagote, 2 trompas, 2 trompetes, 2 trombones, tuba, tímpanos, percussão, celesta, harpa, piano, cordas.
com a Filarmônica
O Concerto para violoncelo, ao lado do Concerto para violino, marca a despedida de Korngold da indústria cenas nas quais o personagem ensaia
cinematográfica e o seu retorno aos
e estreia a obra, Korngold escreveu
palcos e à música de concerto. A obra
um concerto para violoncelo e, pos-
teve sua primeira execução em 29 de
teriormente, o transformou em uma
dezembro de 1946, pela violoncelista
composição autônoma. Transportando
norte-americana Eleanor Aller-Sla-
a tradição operística wagneriana para o
tkin junto à Orquestra Filarmônica
cinema, Korngold criou temas musicais
de Los Angeles, sob a regência de
para retratar cada personagem prin-
Henry Svedrofsky. Eleanor gravou a
cipal. Concebido em um único movi-
trilha de Deception e, curiosamente,
mento, o Concerto alterna momentos
dublou, junto com seu pai, o tam-
tempestuosos e líricos. A abertura é
bém violoncelista Gregory Aller, as
dramática, turbulenta, e as três notas
mãos do personagem violoncelista
repetidas no início do tema aludem
no filme, escondendo-se por trás
a alguém que insistentemente bate
do ator e encaixando o braço por
à porta. O tema amoroso emoldura
dentro do terno dele para assim
o romance entre os protagonistas e
tocar o violoncelo.
proporciona um curto movimento lento central. Antes do heroico desfecho, o tema das três notas reaparece num nervoso fugato e introduz a cadência final do solista.
Para ouvir CD Korngold – BBC Philharmonic – Matthias Bamert, regente – Peter Dixon, violoncelo – Chandos – 2007
Para assistir Radio Sinfonie Orchester Frankfurt – Hugh Wolff, regente – Quirine Viersen, violoncelo – Acesse: fil.mg/kvioloncelo
Marcelo Corrêa Pianista, Mestre em Piano pela Universidade Federal de Minas Gerais, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais.
Para ler Attila Csampai; Dietmar Holland – Guia básico dos concertos: música orquestral de 1700 até os nossos dias – Editora Civilização Brasileira – 1995
Editora Shott Music Representante: Barry Editorial
JEAN
SIBELIUS
Hämeenlinna, Finlândia, 1865 – Järvenpää, Finlândia, 1957
SINFONIA Nº 3 EM DÓ MAIOR, OP. 52
1907 / 29 minutos
Em janeiro de 1905 Sibelius encon-
A Sinfonia nº 3 foi composta no ano
trava-se em Berlim, onde pôde assistir
de 1907, mas os rascunhos mostram
à Quinta Sinfonia de Mahler e a um
que alguns temas já se encontravam
concerto de Richard Strauss regendo
prontos desde 1904, oriundos de
suas obras Uma vida de herói e a
outras obras e reaproveitados. Em
Sinfonia doméstica. Ficou tão fasci-
março de 1906 Sibelius escreveu a
nado com a modernidade dessas
seu mentor, o barão Axel Carpelan,
obras que se viu logo compondo
dizendo que a Sinfonia estava quase
uma fantasia sinfônica monumental.
pronta e que ele desejava regê-la
Mas, no ano seguinte, assim que
em Londres no início de 1907, com
começou a compor, seu entusiasmo
a Royal Philharmonic Society. Mas
decresceu. A imponência da música
inúmeros problemas pessoais o
germânica, especialmente da música
assolaram na época e forçaram-no
de Strauss e Mahler (em 1906 e 1907,
a deixá-la de lado por um tempo. Em
Mahler estava compondo sua colos-
março de 1907, um ano após a carta
sal Sinfonia nº 8), já não mais o en-
a Carpelan, a Sinfonia continuava
cantava. Ele agora buscava um tipo
inacabada, e o concerto teve de ser
de música mais simples e austera,
cancelado. Ele só viria a terminá-la
em que a clareza formal e a economia
meses depois, a tempo de regê-la no
de material melódico, harmônico e
dia 25 de setembro de 1907 com a
rítmico eram mais importantes do
Sociedade Filarmônica de Helsinque.
que a grandiosidade musical. Iniciava, assim, sua fase conhecida como classicismo moderno – praticamente duas décadas antes da eclosão do neoclassicismo que influenciaria toda a música europeia a partir dos anos 1920 –, de que a Sinfonia nº 3 foi o primeiro fruto.
Referências Para ouvir CD Sibelius – The 7 symphonies; Finlandia; Kullerv; Valse triste and more – London Symphony Orchestra – Sir Colin Davis, regente – RCA Red Seal – 2004 (7 CDs)
Instrumentação
Primeira apresentação
2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, cordas.
com a Filarmônica
Londres e facilitou seu acesso à Royal Philharmonic Society. Profundamente agradecido, Sibelius dedicou a ele sua Sinfonia nº 3. Em 8 de janeiro de 1943, Sibelius dizia ao maestro finlandês Jussi Jalas:
A Sinfonia possui três movimentos.
“A audiência ficou desapontada com
O primeiro (Allegro moderato), com
a minha Terceira Sinfonia, pois todos
seu ritmo enérgico e insistente, é o
estavam esperando que ela fosse
mais vigoroso dos três. O segundo
como a Segunda. Eu comentei isso
(Andantino con moto, quasi allegretto)
com o Mahler, que me disse que
é um belíssimo noturno com sabor
‘a cada nova sinfonia você sempre
nacional, uma das mais belas músi-
perde os ouvintes que foram cati-
cas jamais escritas por Sibelius.
vados pelas sinfonias anteriores’.”
O terceiro (Moderato – Allegro ma non tanto), ligeiramente caótico no
Os ingleses tiveram de esperar até
início, pouco a pouco cede lugar a
fevereiro de 1908 para ouvi-la, regi-
uma atmosfera intensa e elegante.
da pelo hoje esquecido Sir Granville
Trata-se, de fato, da compactação de
Bantock, compositor, maestro e pro-
dois movimentos em um, o Scherzo
fessor inglês. Bantock foi o principal
e o Finale.
responsável pelo estabelecimento da reputação de Sibelius na Inglaterra.
Guilherme Nascimento Compo-
Sua generosa atitude de suporte
sitor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Escola de Música da UEMG, autor dos livros Os sapatos floridos não voam e Música menor.
e encorajamento ao compositor finlandês permitiu suas visitas a
Para assistir Frankfurt Radio Symphony – Jaime Martín, regente – Acesse: fil.mg/ssinf3
Para ler David Burnett – Sibelius – Illustrated lives of the great composers – Omnibus Press – 1989
Para ler Andrew Barnett – Sibelius – Yale University Press – 2010
Editora Shott Music Representante: Barry Editorial
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
Fabio Mechetti Diretor Artístico e Regente Titular
Marcos Arakaki Regente Associado
Primeiros Violinos
Violoncelos
Anthony Flint – Spalla
Philip Hansen *
Catherine Carignan *
Rommel Fernandes –
Robson Fonseca ***
Victor Morais ***
Spalla associado
Camila Pacífico
Andrew Huntriss
Ara Harutyunyan –
Camilla Ribeiro
Francisco Silva
Spalla assistente
Eduardo Swerts
Ana Paula Schmidt
Emília Neves
Ana Zivkovic
Lina Radovanovic
Alma Maria Liebrecht *
Arthur Vieira Terto
Lucas Barros
Evgueni Gerassimov ***
Gerente
Dante Bertolino
William Neres
Gustavo Garcia Trindade
Jussan Fernandes
Joanna Bello Roberta Arruda
Contrabaixos
Rodrigo Bustamante
Nilson Bellotto *
Rodrigo M. Braga
André Geiger ***
Rodrigo de Oliveira
Marcelo Cunha
Fagotes
Trompas
Harpa Clémence Boinot *
Teclados Ayumi Shigeta * Wagner Sander *****
José Francisco dos Santos Lucas Filho
Inspetora
Fabio Ogata
Karolina Lima
Trompetes
Assistente
Marcos Lemes
Marlon Humphreys *
Administrativa
Pablo Guiñez
Érico Fonseca **
Débora Vieira
Frank Haemmer *
Rossini Parucci
Daniel Leal ***
Hyu-Kyung Jung ****
Walace Mariano
Tássio Furtado
Segundos Violinos
Gideôni Loamir Jovana Trifunovic
Flautas
Trombones
Arquivista Ana Lúcia Kobayashi
Luka Milanovic
Cássia Lima *
Mark John Mulley *
Assistentes
Martha de Moura Pacífico
Renata Xavier ***
Diego Ribeiro **
Claudio Starlino
Matheus Braga
Alexandre Braga
Wagner Mayer ***
Jônatas Reis
Radmila Bocev
Elena Suchkova
Renato Lisboa
Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch
Violas João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta
Oboés Alexandre Barros * Públio Silva *** Israel Muniz Moisés Pena
Clarinetes
Tuba Eleilton Cruz *
Tímpanos
de Montagem Rodrigo Castro
Montadores
Patricio Hernández
Hélio Sardinha
Pradenas *
Klênio Carvalho
Percussão
Gerry Varona
Marcus Julius Lander *
Gilberto Paganini
Jonatas Bueno ***
Rafael Alberto *
Katarzyna Druzd
Ney Franco
Daniel Lemos ***
Luciano Gatelli
Alexandre Silva
Sérgio Aluotto
Marcelo Nébias
Supervisor
Risbleiz Aguiar
Werner Silveira
Nathan Medina
* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal assistente substituta ***** músico convidado
Governador do Estado de Minas Gerais
Secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais
Fernando Damata Pimentel
Angelo Oswaldo de Araújo Santos
Vice-governador do Estado de Minas Gerais
Secretário de Estado Adjunto de Cultura de
Antônio Andrade
Minas Gerais João Batista Miguel
INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA
Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público — Lei 14.870 / Dez 2003
Conselho Administrativo
Equipe Técnica Gerente de
Presidente emérito
Comunicação
Jacques Schwartzman
Merrina Godinho Delgado
Presidente Roberto Mário Soares
Gerente de Produção Musical
Conselheiros
Claudia da Silva
Angela Gutierrez
Guimarães
Arquimedes Brandão Berenice Menegale
Assessora de
Bruno Volpini
Programação Musical
Celina Szrvinsk
Gabriela de Souza
Fernando de Almeida Ítalo Gaetani
Produtores
Marco Antônio Pepino
Luis Otávio Rezende
Marco Antônio Soares da
Narren Felipe
Cunha Castello Branco Mauricio Freire
Analistas de
Octávio Elísio
Comunicação
Paulo Brant
Marciana Toledo
Sérgio Pena
Mariana Garcia
Diretoria Executiva
Renata Gibson Renata Romeiro
Diretor Presidente Diomar Silveira
Analista de Marketing de Relacionamento
Diretor Administrativo- Mônica Moreira financeiro Estêvão Fiuza
Analistas de Marketing e Projetos
Diretora de Comunicação Itamara Kelly Jacqueline Guimarães
Mariana Theodorica
Ferreira
Assistente de Diretora de Marketing
Marketing de
e Projetos
Relacionamento
Zilka Caribé
Eularino Pereira
Diretor de Operações
Assistente de Produção
Ivar Siewers
Rildo Lopez
Auxiliares de Produção
Mensageiros
André Barbosa
Bruno Rodrigues
Jeferson Silva
Douglas Conrado
Equipe Administrativa
Jovem Aprendiz
Gerente Administrativo- Geovana Benicio financeira Ana Lúcia Carvalho
Sala Minas Gerais Gerente de
Gerente de
Infraestrutura
Recursos Humanos
Renato Bretas
Quézia Macedo Silva
Gerente de Operações Analistas
Jorge Correia
Administrativos João Paulo de Oliveira
Técnicos de Áudio
Paulo Baraldi
e de Iluminação Pedro Vianna
Analista Contábil
Rafael Franca
Graziela Coelho
Assistente Operacional Secretária Executiva
Rodrigo Brandão
Flaviana Mendes
Assistente Administrativa Cristiane Reis
Assistente de Recursos Humanos Vivian Figueiredo
Recepcionista Meire Gonçalves
Auxiliar Administrativo Pedro Almeida
Auxiliares de Serviços Gerais Ailda Conceição Rose Mary de Castro
Fortissimo Junho nº 9 / 2018 ISSN 2357-7258 Editora Merrina Godinho Delgado
Edição de texto Berenice Menegale O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site. Este programa foi impresso em papel doado pela
Resma Papéis.
FESTIVAL TINTA FRESCA
CONCERTO DE ENCERRAMENTO
C O M O S C O M P O S I T O R E S F I N A L I S TA S
Encontramos novos sons! 19 DE JUNHO, 20h30
M A R C O S A R A K A K I , regente
ENTRADA GRATUITA
Distribuição de ingressos a partir de 15/06, às 12h, somente
BUTCHER | FACÓ | ROSSI | ATHAYDE | REIS
na bilheteria da Sala Minas Gerais, limitada a 4 por pessoa.
No Haus München música e gastronomia se harmonizam.
50 /hausrestaurante
/hausmunchenoficial
Rua Juiz de Fora, 1257 - Belo Horizonte, MG | Telefone: (31) 3291-6900
*Promoção válida para prato de igual ou menor valor.
Apresentando seu ingresso, compre um prato e ganhe outro para seu acompanhante.*
NO CONCERTO... Seja pontual.
Cuide da Sala Minas Gerais.
Traga seu ingresso ou cartão de assinante.
Não coma ou beba.
Desligue o celular (som e luz).
Deixe para aplaudir ao fim de cada obra.
Não fotografe ou grave em áudio / vídeo.
Se puder, devolva seu programa de concerto.
Faça silêncio e evite tossir.
Evite trazer crianças abaixo de 8 anos.
AGENDA
N A C A PA
Junho / 2018
DIA 3, 11h Juventude DIAS 7 E 8, 20h30 Presto e Veloce DIAS 14 E 15, 20h30 Allegro e Vivace DIA 19, 20h30 Festival Tinta Fresca DIA 23, 18h Fora de Série /
Pablo Ferrández Foto: Kirill Bashkirov
Leste Europeu DIAS 29 E 30 Turnê Estadual / Poços de Caldas e Passos
Restaurantes
Nos dias de concerto, apresente seu ingresso em um dos restaurantes parceiros e obtenha descontos especiais.
Rua Pium-í, 229 Cruzeiro
Rua Juiz de Fora, 1.257 Santo Agostinho
MANT ENEDOR
PATRO CÍ N IO MÁ STER
APO IO CULTURA L
DIVULGAÇÃO
BMPI
COM UNI CAÇÃO I CF
REALIZAÇÃO
Sala Minas Gerais Rua Tenente Brito Melo, 1.090 - Barro Preto CEP 30.180-070 | Belo Horizonte – MG (31) 3219.9000 | Fax (31) 3219.9030
Online
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