FORTISSIMO Nº 11 — 2018
PRESTO VELOCE
5 / JUL
6 / JUL
Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú apresentam
PRESTO VELOCE
Marcos Arakaki, regente Alexandre Barros, oboé Catherine Carignan, fagote
5 / JUL
6 / JUL
PROGRAMA
FRANCISCO BRAGA JOÃO GUILHERME RIPPER
Paysage, Prelúdio sinfônico
Concertino para oboé, fagote e cordas Orla Bossa-nova
INTERVALO
LUDWIG VAN BEETHOVEN
Sinfonia nº 7 em Lá maior, op. 92 Poco sostenuto – Vivace Allegretto Presto – assai meno presto – Presto Allegro con brio
FOTO: RAFAEL MOTTA
CAROS AMIGOS E AMIGAS, Em celebração aos 150 anos de nas-
popular, a vida carioca. Nossos talen-
cimento do compositor brasileiro
tosos Alexandre Braga e Catherine
Francisco Braga, a Filarmônica apre-
Carignan, integrantes veteranos da
senta seu curto poema sinfônico
Filarmônica, são os solistas.
Paysage, de forte inspiração romântica. Marcos Arakaki conclui a noite com a Outro importante compositor bra-
vibrante Sétima Sinfonia de Beethoven,
sileiro, atuando de forma intensa
obra consagrada pela sua energia,
no cenário musical nacional, é João
vitalidade e espírito pulsante.
Guilherme Ripper. Dele, escutaremos o Concertino para oboé, fagote e
A todos, um bom concerto.
cordas, obra que retrata de maneira inspirada, e com marcante apelo
FABIO MECHETTI
regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.
FABIO MECHETTI
Diretor Artístico e Regente Titular
Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008, Fabio Mechetti posicionou a orquestra mineira no cenário mundial da música erudita. Além dos prêmios conquistados, levou a Filarmônica a quinze capitais brasileiras, a uma turnê pela Argentina e Uruguai e realizou a gravação de oito álbuns, sendo três para o selo internacional Naxos. Natural de São Paulo, Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro
Nos Estados Unidos, Mechetti esteve quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville e, atualmente, é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane, da qual hoje é Regente Emérito. Regente Associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio. Da Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Continua dirigindo inúmeras orquestras norte-americanas e é convidado frequente dos festivais de verão norte-americanos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello. Suas apresentações se estendem ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Escandinávia, Escócia, Espanha, Finlândia, Itália, Japão, México, Nova Zelândia, Suécia e Venezuela. No Brasil, regeu todas as importantes orquestras brasileiras. Fabio Mechetti é Mestre em Regência e em Composição pela Juilliard School de Nova York e vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.
MARCOS ARAKAKI Regente Associado da Filarmônica, Marcos Arakaki colabora com a Orquestra desde 2011. Sua trajetória artística é marcada por prêmios como o primeiro lugar no Concurso Nacional Eleazar de Carvalho para Jovens Regentes (2001) e no Prêmio Camargo Guarnieri (2009). Foi semifinalista no Concurso Internacional Eduardo Mata (2007).
FOTO: RAFAEL MOTTA
O maestro foi regente assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), bem como titular da OSB Jovem e da Sinfônica da Paraíba. Dirigiu as sinfônicas do Estado de São Paulo (Osesp), do Teatro Nacional Claudio Santoro, do Paraná, de Campinas, do Espírito Santo, da Paraíba, da Universidade de São Paulo, Filarmônica de Goiás, Petrobras Sinfônica e Orquestra Experimental de Repertório. No exterior, regeu as filarmônicas de Buenos Aires e da Universidade Autônoma do México, Sinfônica de Xalapa, Kharkiv Philharmonic da Ucrânia e Boshlav Martinu Philharmonic da República Tcheca.
Arakaki tem acompanhado importantes artistas do cenário erudito, como Pinchas Zukerman, Gabriela Montero, Sergio Tiempo, Anna Vinnitskaya, Sofya Gulyak, Ricardo Castro, Rachel Barton Pine, Chloë Hanslip, Luíz Filíp, Günter Klauss, Eddie Daniels, David Gerrier, Yamandu Costa. Natural de São Paulo, é Bacharel em Música pela Universidade Estadual Paulista, na classe de Violino de Ayrton Pinto, e Mestre em Regência Orquestral pela Universidade de Massachusetts. Participou do Aspen Music Festival and School, recebendo orientações de David Zinman na American Academy of Conducting at Aspen. Esteve em masterclasses com Kurt Masur, Charles Dutoit e Sir Neville Marriner. Seu trabalho contribui para a formação de novas plateias, em apresentações didáticas, bem como para a difusão da música de concerto em turnês a mais de setenta cidades brasileiras. Atua como coordenador pedagógico, professor e palestrante em projetos culturais, instituições musicais e universidades.
FOTO: ALEXANDRE REZENDE
ALEXANDRE BARROS Alexandre Barros começou sua formação musical junto a seu pai, Joaquim Inácio Barros. Prosseguiu seus estudos com Afrânio Lacerda, Gustavo Napoli, Carlos Ernest Dias e Arcádio Minczuk. Com o Quinteto de Sopros da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), ganhou o primeiro prêmio no V Concurso de Música de Câmara daquela instituição. Com o Trio Jovem de Palhetas, recebeu menção honrosa no concurso Jovens Solistas da Faculdade Santa Marcelina e o prêmio Jovem Solista da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo). Recebeu ainda o Prêmio Eleazar de Carvalho no Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão.
Como solista, Alexandre esteve à frente das orquestras Sinfônica de Minas Gerais, Sinfônica da UFMG, Sinfônica da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), Sesiminas, Filarmônica Nova, Sinfônica de Ribeirão Preto, Osesp e Filarmônica de Minas Gerais por duas vezes. De 1996 a 1997, Alexandre integrou a Osesp e, a convite do maestro Roberto Minczuk, atuou posteriormente como Primeiro Oboé da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto. Atualmente, além de atuar na Filarmônica, é professor do Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado e mantém uma intensa atividade camerística.
CATHERINE CARIGNAN Catherine Carignan nasceu e cresceu na província francófona de Québec, Canadá. Apaixonou-se pelo fagote aos doze anos e, aos quinze, entrou no Conservatoire de Musique du Québec à Montréal para estudar com Michel Bettez, Fagote Principal da Orchestre Métropolitain du Grand Montréal e do Nouvel Ensemble Moderne. Trabalhou como convidada em várias orquestras canadenses, enquanto se aperfeiçoava com alguns dos melhores fagotistas do mundo, na América do Norte e na Alemanha. Estudou com a solista virtuosa Nadina Mackie-Jackson na Glenn Gould School of the Royal Academy of Music, em Toronto.
FOTO: ALEXANDRE REZENDE
Concluiu o bacharelado no Conservatoire de Musique du Québec, sob instrução de Mathieu Harel, da Orchestre Symphonique de Montréal. Logo depois, tornou-se segunda fagotista da Victoria Symphony Orchestra. Catherine encomendou e estreou a peça Three Conjoined Trifles, para fagote e piano, do canadense
Alex Eddington, e estreou a peça Dulcian Patterns, do também canadense Peter Hatch, com o Aventa Ensemble, liderado por Bill Linwood. Mudou-se para Belo Horizonte em 2008 para integrar a Filarmônica de Minas Gerais como Fagote Principal. Embora seja dedicada principalmente ao seu trabalho na Filarmônica, Catherine vem desenvolvendo atividades paralelas, atuando em grupos de câmara, ministrando palestras e tocando em recitais no Brasil e no Uruguai. Foi professora substituta na Universidade Federal de Minas Gerais e participou das duas primeiras edições do Encontro Internacional de Oboístas e Fagotistas de Santa Maria, Rio Grande do Sul. No Primeiro Encontro Internacional da Associação Brasileira de Palhetas Duplas, na Paraíba, estreou a obra Omeomereo da belo-horizontina Patrícia Bizzotto. Apresentou-se recentemente com o Quarteto Horizonte no Ciclo de Artistas Internacionales do Teatro Sodre, em Montevidéu. Esta é sua quarta atuação como solista junto à Filarmônica.
FRANCISCO
BRAGA
Rio de Janeiro, Brasil, 1868 – 1945
PAYSAGE, PRELÚDIO SINFÔNICO
1892 / 9 minutos
Francisco Braga nasceu no Largo
no concurso para a escolha de um
da Glória. Perdeu o pai muito cedo
hino comemorativo do advento
e aos sete anos foi internado no
da República, sendo recompen-
Asilo de Meninos Desvalidos do
sado com uma bolsa de estudos
Rio de Janeiro, integrando a banda
na Europa. Em Paris, obtém o
de música da instituição como
primeiro lugar no concurso de
clarinetista. Sua vocação musical
admissão ao Conservatório, na
chamou a atenção dos mestres,
classe de Jules Massenet. E o célebre
que o encaminharam ao Imperial
compositor empenha-se pesso-
Conservatório de Música, onde
almente para conseguir junto ao
estudou com um discípulo de
governo brasileiro a prorrogação
César Franck e Massenet – Carlos
da bolsa concedida.
de Mesquita. Esse regente fora o criador dos prestigiados Concertos
O período europeu foi enriquece-
Populares e apresentou ao público
dor. Ao final do curso, o jovem de
a F a n t a s i a - a b e r t u r a , p r i m e i ra
vinte e sete anos regeu na Salle
incursão do jovem compositor na
d’Harcourt um programa exclusi-
música sinfônica. Laureado, aos
vamente de compositores brasi-
dezoito anos Francisco Braga volta
leiros. No ano seguinte, viajou para
ao Asilo, agora como dirigente da
Dresden, onde fixou residência e
banda, formação para a qual com-
assistiu à apresentação de seu po-
poria muitas peças durante toda sua
ema sinfônico Paysage. Visitou por
carreira, incluindo grande quanti-
duas vezes Bayreuth, onde travou
dade de hinos patrióticos – o mais popular é o Hino à Bandeira (1906), com letra de Olavo Bilac. Instrumentação Em 1890, Braga classifica-se entre os quatro primeiros colocados
2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 2 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, cordas
Primeira apresentação com a Filarmônica
contato mais decisivo com a obra
a criar e da qual foi diretor artístico
de Wagner. Em Capri, terminou
por vinte anos.
uma ópera baseada em conto regionalista de Bernardo Guimarães
Músico de técnica sólida e acaba-
– Jupyra –, com traços wagnerianos
mento refinado, Braga manteve-
e libreto traduzido para o italiano.
se fiel às normas estéticas român-
O sucesso da estreia, em 1900, no
ticas do final do século XIX, mesmo
Rio de Janeiro, marcou o retorno
vivendo no momento em que no-
do compositor ao Brasil, depois de
vas correntes modernistas surgiam
dez anos de ausência.
na Europa e no Brasil.
Foi constante e variada sua atua-
Paysage foi composto em Paris e
ção no ambiente musical do país
demonstra a vocação prioritaria-
como maestro, animador cultural
mente sinfônica do compositor –
e professor. Nomeado para o Insti-
em sua produção variada e nume-
tuto Nacional de Música em 1902,
rosa, o poema sinfônico é o gê-
durante três décadas Braga for-
nero em que realizou suas obras
mou muitos músicos importantes
principais: Paysage, Cauchemar,
(entre outros, Villa-Lobos). Regen-
Insônia, Marabá.
do seu poema sinfônico Insônia, em 1909, inaugurou o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, do qual se tornou o primeiro maestro titular. A seguir atuará como regente também à frente da Sociedade de Concertos Sinfônicos, que ajudou
Paulo Sérgio Malheiros dos Santos Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado. Apresenta o programa semanal Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
Referências Para ouvir CD Francisco Braga –Cauchemar; Jupyra – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – John Neschling, regente – Coro da Osesp – Naomi Munakata, regente – BIS Records AB – 2002
Para ler Bruno Kiefer – História da Música Brasileira – Movimento – 1977
Para ler Vasco Mariz – História da Música no Brasil – Nova Fronteira – 2005
Editora Osesp
JOÃO GUILHERME
RIPPER
Rio de Janeiro, Brasil, 1959
CONCERTINO PARA OBOÉ, FAGOTE E CORDAS 2013 / 15 minutos
Um dos mais bem-sucedidos com-
o Prêmio Especial pelo Conjunto
positores de sua geração, o atual
da Obra da Associação Paulista de
presidente da Academia Brasileira
Críticos de Artes.
de Música, João Guilherme Ripper, não apenas colabora com as princi-
Embora consagrado compositor de
pais orquestras e grupos musicais
óperas, Ripper expressa-se através
do país, mas também tem desta-
de gêneros sinfônicos com igual
cada atuação como professor e
inteligência musical e força poética.
gestor cultural. Estudou na Escola
E se as obras concertantes se des-
de Música da Universidade Federal
tacam em sua produção sinfônica,
do Rio de Janeiro (UFRJ) com Henrique
o oboé parece despontar como um
Morelenbaum, Ronaldo Miranda e
solista dileto; assim nos sugerem
Roberto Duarte, antes de tornar-se,
obras como a premiada Matinas
em 1988, professor de composição,
(1996), para oboé e orquestra de
harmonia e análise. Sob orientação
cordas, a Abertura Concertante (1999),
do violinista e compositor Helmut
para oboé, corne inglês e orquestra,
Braunlich e da musicóloga Emma
e o Concertino, para oboé, fagote
Garmendia, doutorou-se em Com-
e cordas. A recorrência do oboé
posição musical pela The Catholic
como solista, bem como o apreço do
University of America, Estados
compositor por concertos duplos,
Unidos. Dirigiu a Escola de Música
reflete seu gosto confesso pelo “tra-
da UFRJ entre 1999 e 2003 e a Sala
balho de construção melódica e
Cecília Meireles, de 2004 a 2015,
jogo polifônico (...) necessário para
ano em assumiu a presidência da
a criação de melodias secundárias
Fundação Theatro Municipal do Rio
e do acompanhamento”.
de Janeiro. Em reconhecimento à sua diversificada produção musical e competente atuação como gestor cultural, Ripper recebeu, em 2017, Instrumentação Cordas.
Primeira apresentação com a Filarmônica
O Concertino para oboé, fagote e
sileiro por meio de seu tonalismo
cordas é o resultado da orques-
estendido e elementos rítmicos
tração do primeiro e do terceiro
característicos. A obra foi estreada
movimentos da primeira obra da
no dia 7 de março de 2013, no con-
série From my Window. Essa série,
certo de abertura do Oboefest, na
produzida durante a residência de
cidade de Rosário, Argentina, pela
Ripper na Kean University, entre
orquestra do festival, tendo como
2011 e 2012, compreende três obras
solistas o oboísta Luis Carlos Justi
que representam, segundo o com-
e o fagotista Aloysio Fagerlande.
positor, um momento de reavaliação
Ao retratar musicalmente o Rio
de suas experiências artísticas e de
de Janeiro, o Concertino retrata
suas tendências estéticas prévias.
ainda o desenvolvimento musical
From my Window nº 1, para oboé,
do carioca João Guilherme Ripper,
viola ou fagote e piano, evoca, em
uma vez que redesenha, com os
três movimentos, elementos tipica-
traços de uma linguagem musical
mente cariocas: as pedaladas pe-
madura, suas origens musicais e
la orla, o pôr do sol e a Bossa Nova.
sua iniciação na composição atra-
Orla, primeiro movimento do
vés da música popular, do jazz e da
Concertino, explora a fluidez de dois
Bossa Nova.
temas complementares a partir de uma ideia modificada de forma sonata. Já Bossa-nova, o segundo movimento da obra, remete-nos ao celebrado gênero musical bra-
Igor Reyner Pianista, Mestre em Música pela Universidade Federal de Minas Gerais e Doutor em Literatura pelo King’s College London.
Referências Para ouvir CD Desvelo – João Guilherme Ripper – Tons e Sons – UFRJ TS9810 – 1998 Para ouvir CD Ciclo Portinari e outras telas sonoras – João Guilherme Ripper – Biscoito Fino – 2015
Para assistir 1º mov. – Músicos da Filarmônica de Berlim e da Osesp – Christoph Hartmann, oboé – Guillaume Santana, fagote – Acesse: fil.mg/rconcertino1
Para assistir 2º mov. – Orquestra Oboefest 2013 – Luis Carlos Justi, oboé – Aloysio Fagerlande, fagote – Acesse: fil.mg/rconcertino2
Para ler Vasco Mariz – História da Música no Brasil – Nova Fronteira – 2000 Editora Jeanné
LUDWIG VAN
BEETHOVEN
Bonn, Alemanha, 1770 – Viena, Áustria, 1827
SINFONIA Nº 7 EM LÁ MAIOR, OP. 92 1811/1812 / 36 minutos
Afastada do momento circunstancial
Basta um ligeiro golpe de vista sobre
de sua estreia – em Viena, em 8 de
a primeira parte do segundo movi-
dezembro de 1813, num concerto
mento para se notar que, a despeito
dado em benefício de soldados feri-
da sobreposição de dois elementos
dos na Batalha das Nações (ocorrida
melódicos, o que é aí trabalhado à
seis semanas antes, contra as tropas
exaustão não é exatamente o desen-
de Napoleão Bonaparte) –, a Sinfonia
volvimento temático, mas grandes
op. 92 se coloca numa posição sui
diferenças de densidade, tessitura,
generis. Beethoven a concluiu em
intensidade e timbre, encadeados
1812. Na década anterior foram
com uma arrojada inovação, mas-
produzidas obras do porte da Appas-
carada na segurança arcaizante do
sionata, da Sonata a Kreutzer, do ter-
contraponto.
ceiro e quarto concertos para piano e da quinta e sexta sinfonias. Um
O tratamento da exposição temá-
lapso de quatro anos separa a Pastoral
tica, da mesma forma, toma, aqui,
da Sinfonia op. 92. Se, na primeira
uma nova feição. Se, na linguagem
década do século XIX, os insucessos
clássica, os temas são expostos sem
amorosos e o avanço inexorável
rodeios, em motivos mais ou menos
da surdez ajudam a fazer explodir
delineados e de clareza inconteste,
o gênio criativo em Beethoven, a
na Sétima Sinfonia há certa ambigui-
década seguinte vê a consolidação
dade expositiva que garante, ao com-
definitiva de sua linguagem e de suas
positor, potencialidades múltiplas para
posturas estéticas e ideológicas.
o trabalho de desenvolvimento: há
Pode-se dizer que, na Sétima Sinfonia, há marcadamente o início de um Beethoven anunciador da música do futuro. Nela, os elementos do som adquirem valor de significante.
Instrumentação 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, tímpanos, cordas.
Última apresentação 24/10/2015 Fabio Mechetti, regente
como que uma nova proposta con-
papel fundamental. Daí Wagner tê-la
ceitual para o elemento temático, que
chamado de “a apoteose da dança”.
se transforma em fomentador da liberdade criativa ao invés de proposta
O grau de abstração a que Beethoven
lógica a ser demonstrada. Se isso já
submete os elementos formais da
pode ser observado na Sexta Sinfonia,
linguagem musical do Classicismo
talvez seja na Sétima que isso trans-
posiciona a Sétima Sinfonia num
pareça como proposta amadurecida.
lugar sem precedentes no todo de sua obra e no campo da música sin-
A própria ideia de melodia que, na
fônica em geral. A angústia dialética
música instrumental do Classicismo,
que o acomete como compositor,
era sempre associada à ideia de tema
fundamentada, por um lado, na
e consequente desenvolvimento ou
ideologia romântica e, por outro, na
variação, aparece aqui modificada.
sua dificuldade em abandonar os
É certo que, em Beethoven, quase
modelos clássicos, descortina-lhe,
nunca se pode observar a franqueza
na Sétima, uma possibilidade expres-
melódica de Mozart ou de Schubert.
siva até então pouco explorada.
A melodia, em Beethoven, sempre demonstra trabalho árduo. No entanto, o Beethoven da Sinfonia op. 92 parece subverter a noção clássica de melodia para dela explorar outros caminhos, em que a rítmica assume
Extraído do texto de Moacyr Laterza Filho Pianista e cravista, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa, professor da Universidade do Estado de Minas Gerais e da Fundação de Educação Artística.
Referências Para ouvir CD Beethoven – Sinfonias nos. 5 & 7 – Leningrad Philharmonic Orchestra – Evgeny Mravinsky, regente – Elatus – 2006
Para assistir Royal Concertgebouw Orchestra – Iván Fischer, regente – Acesse: fil.mg/bsinf7if
Para assistir Wiener Philharmoniker – Christian Thielemann, regente – Acesse: fil.mg/bsinf7ct
Para ler Barry Cooper (org.) – Beethoven, um compêndio – Zahar – 1996 Editora Bärenreiter
DIA 21 DE JULHO, 18h Árias e barcarolas Trouble in Tahiti
DIAS 2 E 3 DE AGOSTO, 20h30 Candide: Abertura On the waterfront: Suíte Sinfônica Sinfonia nº 2, “A Era da Ansiedade”
DIAS 9 E 10 DE AGOSTO, 20h30 Serenata Fancy Free West Side Story: Danças Sinfônicas
FESTIVAL BERNSTEIN
FOTO: COURTESY OF THE LEONARD BERNSTEIN OFFICE
Mais de 100 orquestras. Mais de 100 cidades. 5 continentes.
com a nossa Filarmônica, na Sala Minas Gerais. JÁ GARANTIU SEU INGRESSO?
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
Fabio Mechetti Diretor Artístico e Regente Titular
Marcos Arakaki Regente Associado
Primeiros Violinos
Violoncelos
Anthony Flint – Spalla
Philip Hansen *
Catherine Carignan *
Rommel Fernandes –
Robson Fonseca ***
Victor Morais ***
Spalla associado
Camila Pacífico
Andrew Huntriss
Ara Harutyunyan –
Camilla Ribeiro
Francisco Silva
Spalla assistente
Eduardo Swerts
Ana Paula Schmidt
Emília Neves
Ana Zivkovic
Lina Radovanovic
Alma Maria Liebrecht *
Gerente
Arthur Vieira Terto
Lucas Barros
Evgueni Gerassimov ***
Jussan Fernandes
Dante Bertolino
William Neres
Gustavo Garcia Trindade
Joanna Bello Jovana Trifunovic
Contrabaixos
Fagotes
Harpa Clémence Boinot *
Teclados Ayumi Shigeta *
Trompas
José Francisco dos Santos
Inspetora
Lucas Filho
Karolina Lima
Roberta Arruda
Nilson Bellotto *
Rodrigo Bustamante
André Geiger ***
Rodrigo M. Braga
Marcelo Cunha
Rodrigo de Oliveira
Marcos Lemes
Marlon Humphreys *
Pablo Guiñez
Érico Fonseca **
Rossini Parucci
Daniel Leal ***
Arquivista
Walace Mariano
Tássio Furtado
Ana Lúcia Kobayashi
Segundos Violinos Frank Haemmer * Hyu-Kyung Jung **** Gideôni Loamir
Flautas
Fabio Ogata
Trompetes
Trombones
Assistente Administrativa Débora Vieira
Assistentes
Luka Milanovic
Cássia Lima *
Mark John Mulley *
Claudio Starlino
Martha de Moura Pacífico
Renata Xavier ***
Diego Ribeiro **
Jônatas Reis
Matheus Braga
Alexandre Braga
Wagner Mayer ***
Radmila Bocev
Elena Suchkova
Renato Lisboa
Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch
Violas João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta
Oboés
Tubas
Alexandre Barros *
Eleilton Cruz *
Públio Silva ***
Rafael Mendes *****
Israel Muniz Moisés Pena
Clarinetes
Tímpanos Patricio Hernández
Supervisor de Montagem Rodrigo Castro
Montadores Hélio Sardinha Klênio Carvalho Risbleiz Aguiar
Pradenas *
Gerry Varona
Marcus Julius Lander *
Gilberto Paganini
Jonatas Bueno ***
Katarzyna Druzd
Ney Franco
Rafael Alberto *
Luciano Gatelli
Alexandre Silva
Daniel Lemos ***
Percussão
Marcelo Nébias
Sérgio Aluotto
Nathan Medina
Werner Silveira
* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal assistente substituta ***** músico convidado
Governador do Estado de Minas Gerais
Secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais
Fernando Damata Pimentel
Angelo Oswaldo de Araújo Santos
Vice-governador do Estado de Minas Gerais
Secretário de Estado Adjunto de Cultura de
Antônio Andrade
Minas Gerais João Batista Miguel
INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA
Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público — Lei 14.870 / Dez 2003
Conselho Administrativo
Equipe Técnica Gerente de
Presidente emérito
Comunicação
Jacques Schwartzman
Merrina Godinho Delgado
Presidente Roberto Mário Soares
Gerente de Produção Musical
Conselheiros
Claudia da Silva
Angela Gutierrez
Guimarães
Arquimedes Brandão Berenice Menegale
Assessora de
Bruno Volpini
Programação Musical
Celina Szrvinsk
Gabriela de Souza
Fernando de Almeida Ítalo Gaetani
Produtores
Marco Antônio Pepino
Luis Otávio Rezende
Marco Antônio Soares da
Narren Felipe
Cunha Castello Branco Mauricio Freire
Analistas de
Octávio Elísio
Comunicação
Paulo Brant
Mariana Garcia
Sérgio Pena
Renata Gibson
Diretoria Executiva
Renata Romeiro
Diretor Presidente
Analista de Marketing
Diomar Silveira
de Relacionamento Mônica Moreira
Diretor Administrativofinanceiro
Analistas de
Estêvão Fiuza
Marketing e Projetos Itamara Kelly
Diretora de Comunicação Mariana Theodorica Jacqueline Guimarães Ferreira
Assistente de Marketing de
Diretora de Marketing
Relacionamento
e Projetos
Eularino Pereira
Zilka Caribé
Assistente de Produção Diretor de Operações Ivar Siewers
Rildo Lopez
Auxiliares de Produção
Mensageiros
André Barbosa
Bruno Rodrigues
Jeferson Silva
Douglas Conrado
Equipe Administrativa
Jovem Aprendiz
Gerente Administrativo- Geovana Benicio financeira Ana Lúcia Carvalho
Sala Minas Gerais Gerente de
Gerente de
Infraestrutura
Recursos Humanos
Renato Bretas
Quézia Macedo Silva
Gerente de Operações Analistas
Jorge Correia
Administrativos João Paulo de Oliveira
Técnicos de Áudio
Paulo Baraldi
e de Iluminação Pedro Vianna
Analista Contábil
Rafael Franca
Graziela Coelho
Assistente Operacional Secretária Executiva
Rodrigo Brandão
Flaviana Mendes
Assistente Administrativa Cristiane Reis
Assistente de Recursos Humanos Vivian Figueiredo
Recepcionista Meire Gonçalves
Auxiliar Administrativo Pedro Almeida
Auxiliares de Serviços Gerais Ailda Conceição Rose Mary de Castro
Fortissimo Julho nº 11 / 2018 ISSN 2357-7258 Editora Merrina Godinho Delgado
Edição de texto Berenice Menegale O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site. Este programa foi impresso em papel doado pela
Resma Papéis.
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NO CONCERTO... Seja pontual.
Cuide da Sala Minas Gerais.
Traga seu ingresso ou cartão de assinante.
Não coma ou beba.
Desligue o celular (som e luz).
Deixe para aplaudir ao fim de cada obra.
Não fotografe ou grave em áudio / vídeo.
Se puder, devolva seu programa de concerto.
Faça silêncio e evite tossir.
Evite trazer crianças abaixo de 8 anos.
AGENDA
N A C A PA
Julho / 2018
DIAS 5 E 6, 20h30 Presto e Veloce DIAS 12 E 13, 20h30 Allegro e Vivace DIA 21, 18h Fora de Série / Estados Unidos DIA 29 Clássicos na Praça / Betim
Ludwig van Beethoven, de Josef K. Stieler
Restaurantes
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Rua Pium-í, 229 Cruzeiro
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