12 13 DEZ Presto
Veloce
F O RT I SS I M O N ยบ 24 / 20 1 9
Ministério da Cidadania, Governo de Minas Gerais e Itaú A P R E S E N T A M
Presto
12/12
Veloce
13/12
FA B I O M E C H E T T I , R E G E N T E ELIANE COELHO, SOPRANO
PROGRAMA
RICHARD WAGNER Tannhäuser: Música da montanha de Vênus
HECTOR BERLIOZ Cleópatra I N T E R VA L O
NIKOLAI RIMSKY-KORSAKOV Anthony Flint, solos
Sheherazade, op. 35
Largo e maestoso – Allegro non troppo (O mar e o navio de Simbá) Lento – Andantino – Allegro molto – Con moto (A lenda do príncipe Kalender) Andantino quasi allegretto – Pochissimo più mosso –
Come prima – Pochissimo più animato
(O jovem príncipe e a jovem princesa)
Allegro molto – Vivo – Allegro non troppo maestoso
(Festa em Bagdá – O mar – O navio se choca contra um
rochedo encimado por um guerreiro de bronze)
CAROS AMIGOS E AMIGAS,
uma obra emblemática que confere ao compositor russo lugar privile-
Vênus, Cleópatra e Sheherazade
giado na história da música.
são exemplos marcantes do feminino na música. Wagner, em seu
Hoje, muito especialmente, recebe-
Tannhäuser, evoca a deusa sedu-
mos de volta Anthony Flint, que foi
tora com sinuosidade melódica e
nosso spalla por uma década, tra-
harmônica. Já Berlioz trata daquela
zendo sua indiscutível contribuição
que, na história antiga, serviu como
ao processo de desenvolvimento
modelo real da força de uma mulher
de nossa Orquestra. A ele, nossos
que pode influenciar civilizações.
profundos agradecimentos e votos
Nossa grande diva, Eliane Coelho,
de sucesso e felicidade.
mostra a energia contida na obra do compositor francês.
Também agradecemos a vocês pelo continuado aplauso e incentivo du-
Ao finalizarmos as comemorações
rante mais uma temporada, espe-
dos 175 anos de nascimento de
rando vê-los novamente em breve.
Rimsky-Korsakov, evocaremos ou-
Desejamos a todos um Feliz Natal
tra mulher que, com charme e sa-
e um harmonioso Ano Novo.
bedoria, trocou a morte anunciada por amor conquistado noite a noite.
Muito obrigado.
Sheherazade, com sua riqueza me-
FOTO: RAFAEL MOTTA
lódica e orquestração invejável, é
FA B I O M E C H E T T I
FABIO MECHETTI DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR
Diretor Artístico e Regente Titular
sua estreia no Carnegie Hall de Nova
da Orquestra Filarmônica de Minas
York conduzindo a Sinfônica de Nova
Gerais desde sua criação, em 2008,
Jersey. Continua dirigindo inúme-
Fabio Mechetti posicionou a orques-
ras orquestras norte-americanas e
tra mineira no cenário mundial da
é convidado frequente dos festivais
música erudita. Além dos prêmios
de verão norte-americanos, entre
conquistados, levou a Filarmônica
eles os de Grant Park em Chicago e
a quinze capitais brasileiras, a uma
Chautauqua em Nova York.
turnê pela Argentina e Uruguai e realizou a gravação de nove álbuns,
Igualmente aclamado como regente
sendo quatro para o selo interna-
de ópera, estreou nos Estados Unidos
cional Naxos. Ao ser convidado,
dirigindo a Ópera de Washington. No
em 2014, para o cargo de Regente
seu repertório destacam-se produções
Principal da Filarmônica da Malásia,
de Tosca, Turandot, Carmem, Don
Fabio Mechetti tornou-se o primeiro
Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,
regente brasileiro a ser titular de
Madame Butterfly, O barbeiro de
uma orquestra asiática.
Sevilha, La Traviata e Otello.
Nos Estados Unidos, Mechetti esteve
Suas apresentações se estendem
quatorze anos à frente da Orquestra
ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca,
Sinfônica de Jacksonville e, atual-
Escócia, Espanha, Finlândia, Itá-
mente, é seu Regente Titular Emérito.
lia, Japão, México, Nova Zelândia,
Foi também Regente Titular das
Suécia e Venezuela. No Brasil,
sinfônicas de Syracuse e de Spokane,
regeu todas as importantes orques-
da qual hoje é Regente Emérito.
tras brasileiras.
Regente Associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti,
Nacional de Washington, com ela
é Mestre em Regência e em Composição
dirigiu concertos no Kennedy Center
pela Juilliard School de Nova York e
e no Capitólio. Da Sinfônica de San
vencedor do Concurso Internacional de
Diego, foi Regente Residente. Fez
Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.
FOTO: EUGÊNIO SÁVIO
ELIANE COELHO
Uma de suas interpretações mais marcantes foi o papel-título em Salomé, de Richard Strauss. Elo-
Carioca, Eliane Coelho diplomou-se na
giada internacionalmente, deu vida
Escola Superior de Música e Teatro
e voz à princesa da Judeia centenas
de Hannover, para depois seguir uma
de vezes, nos maiores teatros, por
brilhante carreira internacional. De 1983
todo o mundo, ao lado de artistas
a 1991 esteve contratada pela Ópera
como Bryn Terfel, Leonnie Rysanek,
de Frankfurt e, em seguida, pela Ópera
Sigfried Jerusalem, Hans Zednik,
de Viena, na qual recebeu o título de
Bernd Weikl e Brigitte Fassbaender,
Kammersängerin. Nesse prestigioso
sob a regência de Zubin Mehta e
espaço e em muitas outras cidades,
Donald Runnicles, entre outros.
como Estocolmo, Munique, Berlim, Dresden, Nice, Marselha, Copenha-
Seu extenso repertório continua se
gue, Nápoles, Torino, Catânia, Sofia,
enriquecendo com novos papéis.
Bucareste, Praga, São Petersburgo,
Nos últimos anos, abordou com
Valência, Zurique, Tóquio, no Festival
grande êxito Isolda, Brunnhilde (As
Aix-en-Provence e nos teatros
Valquírias e O crepúsculo dos deuses),
La Scala e Bastille, atuou em nume-
La Gioconda, Lucrezia Contarini (I due
rosos papéis. Entre eles, destacam-
Foscari), Lady Macbeth de Mtsensk,
-se Tosca, Butterfly, Turandot, Maria
Kostelnicka (Jenufa, de Janacek, no
Stuart, Fedora, Madeleine (Andrea
Theatro Municipal do Rio de Janeiro).
Chenier), Arabella, Margherita e Elena (Mefistofele), Elettra (Idomeneo), Lady Macbeth, Leonora (Trovatore), Aida, Desdemona (Otello), Lina (Stiffelio), Elena (Vespri Siciliani), Elisabetta (Don Carlo), Elvira (Ernani), Abigaille (Nabucco), Helene (Jerusalém). Teve como companheiros de palco Plácido Domingos, José Carreras, Leo Nucci, Renato Bruson, Ferruccio Furlanetto e Samuel Ramey; esteve sob a regência de Zubin Metha, Riccardo Chailly, Apresentou-se com a Filarmônica de Minas Gerais em 2009 e em 2015.
FOTO: ANTONIO GUERREIRO
Sir Colin Davis e Donald Runnicles.
Richard
WAGNER LEIPZIG, ALEMANHA, 1813
V E N E Z A , I TÁ L I A , 1 8 8 3
Filho de um oficial da polícia de Leipzig, Wagner tinha seis meses quando seu pai morreu. Aos dois anos foi morar em Dresden, onde sua mãe se casou com Ludwig Geyer, homem de múltiplas atividades: ator, pintor, cantor e poeta. O amor e o carinho que esse artista dedicou ao enteado sugeriu à maledicência dos antiwagnerianos a lenda de que o compositor, I N S T R U M E N TA Ç Ã O
antissemita notório, seria filho ilegítimo do padrasto
Piccolo, 3 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, 2 tímpanos, percussão, harpa, cordas.
de origem judaica. A vasta bibliografia wagneriana, repleta de casos como esse, reúne, ao lado de uma exegese apaixonada, obras de caráter filosófico, político, exotérico; panfletos apologéticos divulgados pela publicidade de Bayreuth; biografias que ressaltam o lado inescrupuloso e egoísta de sua personalidade.
EDITORA
Fato inegável é que, em sua época, Wagner exerceu
Kalmus
influência profunda, como nenhum outro músico. Dois
PA R A O U V I R
CD Wagner – The Complete Overtures & Orchestral Music from the Operas – The Philharmonia – Yuri Simonov; Francesco d’Avalos, regentes – Brilliant Classics – 1990 (3 CDs) PA R A A S S I S T I R
Orchestre National de France – Emmanuel Krivine, regente Acesse: fil.mg/wvenus
marcos sinalizam sua carreira de cinquenta anos, dois momentos decisivos para a história da Música: em Tristão e Isolda (1859), ele emprega uma linguagem musical cromática que leva à fronteira do sistema tonal. Nesse limite crítico da harmonia romântica, Wagner recuou. Volta-se, então, para terreno mais firme; e na Abertura de Os mestres cantores de Nurenberg (1867) escreve uma peça sinfônica em que a polifonia instrumental torna-se protagonista e atinge extraordinária e segura mestria. Ainda criança, Wagner revelou idêntico interesse pelas
PA R A L E R
François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990
letras e pela música. Adolescente, mostrou aptidões
Tannhäuser: Música da montanha de Vênus 1845/1861
Primeira apresentação com a Filarmônica
12 MINUTOS
literárias notáveis – apaixonou-se
posterior estilo pessoal do com-
por Shakespeare, pela mitologia
positor. A verdadeira vocação de
greco-latina e chegou a escrever um
Wagner era o teatro.
drama. Entre seus oito irmãos, quatro também se dedicaram a carreiras
De fato, o repertório instrumental
artísticas – foi o contrato assinado
wagneriano mais tocado em con-
por sua irmã Rosalie com o teatro
certos é retirado de suas óperas:
de Leipzig que levou a família de
aberturas, prelúdios, intermezzi e
volta à cidade natal. Nesse teatro,
finais. A música de Venusberg é
Wagner assistiu a uma representa-
uma exceção. Foi escrita em 1861
ção da peça Egmont, de Goethe. A
para uma apresentação parisiense
música de cena era de Beethoven
de Tannhäuser (1845), atendendo
e impressionou-o profundamente.
ao apelo do público francês, que
Wagner decidiu então intensificar
exigia um balé logo após a abertura
seus estudos musicais. Na Tho-
da ópera. Ninfas, sátiros e sereias
masschule de Leipzig, sob a dire-
dançam para Vênus. Mas trata-se,
ção do mestre de capela Theodor
aqui, de uma Vênus medieval, não
Weinlig, dedicou-se, maravilhado, às
grega; mais próxima do Inferno das
partituras de Mozart, Beethoven e
lendas germânicas que do Olimpo
Weber. Suas primeiras composições
mitológico.
são exercícios de estilo, segundo o modelo desses clássicos vienenses
PA U L O S É R G I O
– peças para piano, um quarteto de
MALHEIROS DOS SANTOS
cordas, duas aberturas de concerto,
Pianista, Doutor em Letras, professor na
a Sinfonia em Dó maior... Wagner
UEMG, autor dos livros Músico, doce
começou, portanto, como compo-
músico e O grão perfumado – Mário
sitor instrumental. Muitas dessas
de Andrade e a arte do inacabado.
composições se perderam e as que
Apresenta o programa semanal Recitais
nos chegaram pouco revelam do
Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
Hector
BERLIOZ L A C Ô T E S A I N T- A N D R É , F R A N Ç A , 1 8 0 3
PA R I S , F R A N Ç A , 1 8 6 9
A figura quase caricatural de Berlioz poderia parecer pitoresca, hoje, se não fosse a sua verdadeira sinceridade. A cabeleira farta e cuidadosamente desalinhada, o nariz e o olhar agudos, a maneira emotiva e enfática de expressar as suas paixões, um certo senso de humor, raro em uma figura tão cônscia de si, lhe dão um aspecto de ator shakespeariano, entre o louco e o trágico. Mesmo sua atividade frenética tem um certo traço I N S T R U M E N TA Ç Ã O
de impulsividade e exagero: investe sobre ministérios,
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, cordas.
monta espetáculos, reúne orquestras monumentais, organiza festivais de música. Como Schumann, Berlioz também encontra na literatura e na crítica um canal de ativismo estético, e sua produção é pródiga nesse campo: escreveu desde suas memórias a ensaios so-
EDITORA
bre estética musical. Seu tratado de orquestração, até
Breitkopf & Härtel
hoje um clássico exemplar, mais que uma obra técnica, é uma obra sobre estética, sobre a linguagem musi-
PA R A O U V I R
CD Berlioz – Cléopâtre – Orquestra Sinfônica de Londres – Sir Colin Davis, regente – Janet Baker, mezzosoprano – Polygram – 2002
cal e sobre o Zeitgeist romântico. Por isso, vê-se que, nas coisas sérias, ele retoma a lucidez e reencontra o rigor intelectual. Sua música é o espelho de sua personalidade, principalmente no que se refere à inventividade melódi-
PA R A A S S I S T I R
Colorado Symphony Orchestra – Andrés Cárdenes, regente – Michelle DeYoung, soprano – Acesse: fil.mg/bcleopatra
ca e ao virtuosismo orquestral, suas características principais. Sua impetuosidade criativa, associada ao brilho sinfônico, desenvolve, no campo da construção melódica, a sua percepção das possibilidades rítmicas e melódicas dos instrumentos da orquestra, o que fez dele uma das referências para a orquestração moderna.
PA R A L E R
Melinda O’Neal – Experiencing Berlioz – Rowman & Littlefield – 2018
Até seu ativismo parece se refletir em sua música, na
Primeira apresentação com a Filarmônica
Cleópatra 1829
22 MINUTOS
medida em que recorre frequente-
entanto, o interesse pela obra res-
mente ao emprego de ideias fixas,
surgiu no século XX e hoje é uma
ou temas característicos, dotados
de suas obras que mais desperta
de valor simbólico, que anunciam
curiosidade e admiração entre intér-
o Leitmotiv de Wagner.
pretes e o público, tendo se tornado peça quase obrigatória no repertório
É natural que tal personalidade im-
das vozes mezzo-soprano.
pulsiva e um tanto egocêntrica não fosse muito resiliente ao fracasso.
Composta em 1829, mas estreada
No entanto, Berlioz sofreu três. Três
apenas muitos anos depois, quan-
vezes fracassou em ganhar o Grande
do Berlioz a conduziu em alguns
Prêmio de Roma até que, em 1830, o
concertos que fez pela Alemanha,
conquistou. Tratava-se de um con-
essa Cena Lírica Dramática (como o
curso de composição, dificílimo, no
compositor a designou), com texto de
qual, em uma das provas, se deveria
Pierre-Ange Vieillard, assombrou o
criar, em curto lapso de tempo, uma
júri do Grande Prêmio de Roma por
obra original, proposta pela comissão
sua ousadia. É que Berlioz, como
julgadora. Como prêmio, o compositor,
sempre, se afirmava em sua liber-
entre outras coisas, era convidado
dade, sua personalidade criativa e
a passar uma temporada na Itália,
seu próprio estilo, o que fez dessa
na Villa dos Medici, para dedicar-se
obra um importante legado para os
inteiramente a seu trabalho.
anos que viriam.
Berlioz concorreu quatro vezes, com quatro cantatas: La Mort D’Orphée,
M O A C Y R L AT E R Z A
Herminie, Cléopâtre e Sardanapale.
FILHO
Passou de 1831 a 1832 na Villa dos
em Literaturas de Língua Portuguesa,
Medici, não por Cleópatra, mas por
professor da Universidade do Estado
Sardanapale. Cleópatra foi uma da-
de Minas Gerais e da Fundação de
quelas tentativas fracassadas. No
Educação Artística.
Pianista e cravista, Doutor
Nikolai
RIMSKYKORSAKOV TIKHVIN, RÚSSIA, 1844
I N S T R U M E N TA Ç Ã O
2 piccolos, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, cordas. EDITORA
Kalmus
LY U B E N S K , R Ú S S I A , 1 9 0 8
Nos anos 1860/1870, Rimsky-Korsakov fez parte do Grupo dos Cinco, formado por jovens compositores que se reuniam frequentemente em casa de Mily Balakirev, para estudar música. Eram eles Alexander Borodin, César Cui, Modest Mussorgsky e o próprio Rimsky-Korsakov. Após sua dissolução, um novo grupo pouco a pouco se formou em torno do rico comerciante e mecenas Mitrofan Belyayev que, a partir dos anos 1880, reunia alguns dos maiores artistas de São Petersburgo. O grupo, conhecido como Círculo
PA R A O U V I R
Belyayev, tinha Rimsky-Korsakov como seu líder musi-
CD Rimsky-Korsakov – Shéhérazade; Russian easter overture; Capriccio espagnol – Philadelphia Orchestra – Eugene Ormandy, regente – Sony Classical – 1966
cal. Belyayev criou em 1886 a série Concertos Sinfônicos Russos, destinada a permitir que os jovens compositores russos tivessem suas obras sinfônicas executadas. Para essa série, Rimsky-Korsakov compôs algumas de suas obras mais conhecidas: o Capricho Espanhol (1887), Sheherazade (1888) e A Grande Páscoa Russa (1888).
PA R A A S S I S T I R
Sinfónica de Galicia – Leif Segerstam, regente | Acesse: fil.mg/rksheherazade PA R A L E R
Nikolai Rimsky-Korsakov – Ma vie musicale – Pierre Lafitte – 1914
Sheherazade é a protagonista das Mil e uma noites, coletânea de contos populares medievais da Ásia ocidental e meridional, originalmente escritos em árabe. Desde que foram traduzidos para o francês, pela primeira vez, no início do século XVIII, esses contos passaram a ser considerados na Europa como a representação máxima do fantástico mundo da fábula oriental. Algumas são populares ainda hoje. As fábulas são ligadas, entre si, por meio de um conto base: o
Richard Taruskin – On Russian music – Berkeley – University of California Press – 2009
Última apresentação: 7 de março / 2013 Fabio Mechetti, regente
Sheherazade, op. 35 1888
42 MINUTOS
sultão, traído por sua primeira esposa,
folclórica; e o de sacrificar a própria
manda executá-la e decide casar-se
entonação folclórica para adequá-la
com uma jovem virgem a cada noite,
às demandas artísticas. Sua decisão
fazendo executá-la no dia seguinte
foi capturar a substância folclórica –
para se prevenir de uma futura in-
melódica e rítmica – e preservar sua
fidelidade. Sheherazade, filha mais
essência, sem adequá-la a parâmetros
velha do vizir, decide casar-se com
estruturais eruditos. A matéria bruta
o sultão. Na noite de núpcias, conta-
restaria praticamente intocada, e a ên-
-lhe uma estória cujo final é deixado
fase seria dada ao colorido orquestral.
para a noite seguinte, a fim de que o sultão tivesse que adiar a sua execu-
Nas palavras do compositor, a suíte
ção para saber o desfecho. Na noite
sinfônica Sheherazade foi inspirada
seguinte, tão logo ela termina a estó-
“em imagens singulares e episódios
ria, começa imediatamente outra, sem
separados das Mil e uma noites, dis-
terminá-la. E assim, sucessivamente,
tribuídas nos quatro movimentos da
Sheherazade prende o sultão por mil
suíte. Como ligação entre os quadros,
e uma noites até que, como prova de
criei os breves trechos para violino
afeição, ele perdoa-lhe a sentença, e
solo, que são atribuídos à sultana
ela lhe apresenta os três filhos que,
Sheherazade”. Sua estreia se deu
nesse período, dera à luz.
em 3 de novembro de 1888, na série Concertos Sinfônicos Russos, em
Para dar vida às fábulas das Mil e uma
São Petersburgo, sob a regência
noites e, ao mesmo tempo, preservar
do compositor.
o colorido russo, Rimsky-Korsakov explorou ao máximo os timbres da
GUILHERME
orquestra. Ao evitar a mera combina-
NASCIMENTO
ção de folclore com música erudita,
em Música pela Unicamp, professor na
ele se livrava de dois possíveis erros:
Escola de Música da UEMG, autor dos
o de fazer degenerar a obra em ama-
livros Os sapatos floridos não voam
dorismo, ao amarrá-la à entonação
e Música menor.
Compositor, Doutor
tem p o r a d a
20 20
ILUSTRAÇÃO: CAROLINA MORAES SANTANA
Filarmônica, nosso encontro na Música.
NEST E NATAL, D Ê UM A ASSINAT URA D E PRESENT E. Um ano inteiro de música para você e para quem você gosta.
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CA: 2018.13609.0021
FOTO: EUGÊNIO SÁVIO
Nesse encontro, tivemos ao nosso lado o PÚBLICO , os AMIGOS DA FILARMÔNICA e os PARCEIROS .
A VOCÊS, NOSSO MUITO OBRIGADO.
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
Diretor Artístico e Regente Titular FABIO MECHETTI Regente Associado MARCOS ARAKAKI
PRIMEIROS VIOLINOS
Mikhail Bugaev
FAGOTES
HARPA
Anthony Flint –
Nathan Medina
Catherine Carignan *
Clémence Boinot *
Spalla convidado
Victor Morais ***
Rommel Fernandes –
VIOLONCELOS
Spalla associado
Philip Hansen *
Ara Harutyunyan –
Robson Fonseca ***
TROMPAS
Spalla assistente
Camila Pacífico
Alma Maria Liebrecht *
Ana Paula Schmidt
Camilla Ribeiro
Evgueni Gerassimov ***
Ana Zivkovic
Eduardo Swerts
Gustavo Trindade
GERENTE
Arthur Vieira Terto
Emília Neves
José Francisco dos Santos
Jussan Fernandes
Joanna Bello
Lina Radovanovic
Lucas Filho
Laura von Atzingen
Lucas Barros
Fabio Ogata
Luis Andrés Moncada
William Neres
Francisco Silva
TECLADOS Ayumi Shigeta *
INSPETORA Karolina Lima
TROMPETES
Roberta Arruda Rodrigo Bustamante
CONTRABAIXOS
Marlon Humphreys -Lima *
Rodrigo M. Braga
Nilson Bellotto *
Érico Fonseca **
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Rodrigo de Oliveira
André Geiger ***
Daniel Leal ***
Risbleiz Aguiar
Wesley Prates
Marcelo Cunha
Tássio Furtado
ARQUIVISTA
Marcos Lemes
SEGUNDOS VIOLINOS
Pablo Guiñez
TROMBONES
Frank Haemmer *
Rossini Parucci
Mark John Mulley *
Hyu-Kyung Jung ***
Walace Mariano
Diego Ribeiro **
ASSISTENTES
Wagner Mayer ***
Claudio Starlino
Renato Lisboa
Jônatas Reis
Gideôni Loamir
Ana Lúcia Kobayashi
Jovana Trifunovic
FLAUTAS
Luka Milanovic
Cássia Lima *
Martha Pacífico
Renata Xavier ***
TUBAS
Matheus Braga
Alexandre Braga
Eleilton Cruz *
SUPERVISOR DE MONTAGEM
Radmila Bocev
Elena Suchkova
Rafael Mendes ****
Rodrigo Castro
Tiago Ellwanger
OBOÉS
TÍMPANOS
MONTADORES
Valentina Gostilovitch
Alexandre Barros *
Daniel Lemos ***
Hélio Sardinha
Rodolfo Toffolo
Públio Silva ***
Jussan Meireles
VIOLAS
Israel Muniz
PERCUSSÃO
João Carlos Ferreira *
Maria Fernanda Gonçalves
Rafael Alberto *
Roberto Papi ***
Klênio Carvalho
Sérgio Aluotto
Flávia Motta
CLARINETES
Werner Silveira
Gerry Varona
Marcus Julius Lander *
John Boudler ****
Gilberto Paganini
Jonatas Bueno ***
Danilo Valle ****
Katarzyna Druzd
Ney Franco
Luciano Gatelli
Alexandre Silva
Marcelo Nébias
* principal
** principal associado
*** principal assistente
**** musicista convidado
INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA CONSELHO ADMINISTRATIVO
Oscip — Organização da Sociedade Civil de Interesse Público Lei 14.870 / Dez 2003
OS — Organização Social Lei 23.081 / Ago 2018
EQUIPE TÉCNICA
Presidente Emérito
Gerente de Comunicação
Jacques Schwartzman
Merrina Godinho Delgado
Roberto Mário
Conselheiros
Douglas Conrado
Jovem Aprendiz Sunamita Souza
SALA MINAS GERAIS
Gerente de Produção Musical
Gerente Contábil
Claudia da Silva
Graziela Coelho
Guimarães
Angela Gutierrez Arquimedes Brandão
Gerente Administrativofinanceira
Mensageiro
Ana Lúcia Carvalho
Presidente Gonçalves Soares Filho
EQUIPE ADMINISTRATIVA
Berenice Menegale
Assessora de Programação Musical
Bruno Volpini
Gabriela de Souza
Celina Szrvinsk
Gerente de Infraestrutura Renato Bretas
Gerente de Recursos Humanos
Gerente de Operações
Quézia Macedo Silva
Jorge Correia
Fernando de Almeida
Produtor
Analistas Administrativos
Técnicos de Áudio e de Iluminação
Frederico César
Luis Otávio Rezende
João Paulo de Oliveira
Daniel Hazan
Letícia Cabral
Diano Carvalho
Ítalo Gaetani
Analistas de Comunicação
Secretária Executiva
Assistente Operacional
Marco Antônio Pepino
Carolina Moraes Santana
Flaviana Mendes
Rodrigo Brandão
Mauricio Freire
Fernando Dornas
Octávio Elísio
Lívia Aguiar
Sérgio Pena
Renata Romeiro
Assistente Administrativa
FORTISSIMO
Cristiane Reis
Dezembro nº 24 / 2019
Silva Melo Iran Almeida Pordeus
DIRETORIA EXECUTIVA Diretor Presidente
Analistas de Marketing
Diomar Silveira
Diretor Administrativofinanceiro
Editora Merrina
Eventos — Lívia Brito Projetos — Larissa
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Edição de texto
Scarpelli
Godinho Delgado Berenice Menegale
Relacionamento —
Recepcionistas
Capa Scheherazade,
Itamara Kelly
Meire Gonçalves
desenho de Alberto
Vivian Figueiredo
Vargas
Auxiliar Contábil
O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site.
Joaquim Barreto
Diretor de Comunicação
Assistente de Marketing e Relacionamento
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Diretora de Marketing e Projetos
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Zilka Caribé
Rildo Lopez
Diretor de Operações
Auxiliar de Produção
Ivar Siewers
ISSN 2357-7258
Assistente de Recursos Humanos
Jeferson Silva
Pedro Almeida
Auxiliar Administrativa Geovana Benicio
Auxiliares de Serviços Gerais Ailda Conceição Rose Mary de Castro
Este programa foi impresso em papel doado pela Resma Papéis.
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Rua Pium-í 229 – (31)3227-7764
Venha celebrar o fim de ano no Albanos!
Boas Festas! Apresentando seu ingresso do concerto peรงa um prato e ganhe outro!*
*Parceria vรกlida em todos os dias de funcionamento da unidade BAR ALBANOS LOURDES. Rua Rio de Janeira, 2076 | Lourdes RESERVAS: 31 3292-6221 | 31 9 8341-3817
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FOTO: BRU NA BR ANDÃO
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NO CONCERTO Cuide da Sala Minas Gerais.
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Traga seu ingresso ou cartão de assinante.
Não coma ou beba.
Desligue o celular (som e luz).
Deixe para aplaudir ao fim de cada obra.
Se puder, devolva seu programa de concerto.
Não fotografe ou grave em áudio / vídeo. Faça silêncio e evite tossir.
Evite trazer crianças menores de 8 anos.
PRÓXIMOS CONCERTOS 18 e 19 dez, 20h30 13 e 14 fev, 20h30 5 e 6 mar, 20h30 14 mar, 18h
E S P E C I A L D E N ATA L PRESTO E VELOCE A L L E G R O E V I VA C E
FORA DE SÉRIE / SUÍTES
19 e 20 mar, 20h30
A L L E G R O E V I VA C E
26 e 27 mar, 20h30
PRESTO E VELOCE
Restaurantes parceiros Nos dias de concerto, apresente seu ingresso, cartão de Amigo ou Assinante e obtenha descontos especiais. Saiba mais: fil.mg/restaurantes
R. Rio de Janeiro, 2076
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Lourdes
Cruzeiro
Santo Agostinho
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COMU NI CA ÇÃO IC F / 20 19
Sala Minas Gerais