11 12 ABR Presto
Veloce
FORTISSIMO Nยบ 5 / 2019
Ministério da Cidadania e Governo de Minas Gerais A P R E S E N TA M
Presto
11/04
Veloce
12/04
MARCOS ARAKAKI, REGENTE V L A D I M I R F E LT S M A N , P I A N O
PROGRAMA
RONALDO MIRANDA Suíte Festiva
Entrada
Sombras e luzes
Toccata
EDVARD GRIEG Concerto para piano em lá menor, op. 16
Allegro molto moderato
Adagio
Allegro moderato molto e marcato
I N T E R VA L O
CÉSAR FRANCK Sinfonia em ré menor
Lento – Allegro non troppo
Allegretto
Allegro non troppo
CAROS AMIGOS E AMIGAS, Um dos mais populares e admirados
maior. Essa característica confere à
concertos para piano se destaca
Sinfonia de Franck uma dramatici-
na apresentação desta noite, sob a
dade ímpar, produto de uma singular
hábil e experiente interpretação do
linguagem harmônica que expandiu
pianista russo VIadimir Feltsman. O
ainda mais as possibilidades do
compositor norueguês Edvar Grieg
Romantismo tardio.
expressa toda a riqueza melódica proveniente do nacionalismo de seu
Em contraponto e contraste abso-
país e a melancolia que caracteriza
luto, o concerto é aberto com uma
a estética romântica.
importante obra de Ronaldo Miranda, de caráter efusivo e de celebração.
A mesma profundidade melódica é explorada na Sinfonia em ré menor
A todos, um bom concerto.
do belga César Franck, mas aqui
FOTO: ALEXANDRE REZENDE
aliada a uma dimensão formal
FA B I O M E C H E T T I
FABIO MECHETTI DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR
Diretor Artístico e Regente Titular
sua estreia no Carnegie Hall de Nova
da Orquestra Filarmônica de Minas
York conduzindo a Sinfônica de Nova
Gerais desde sua criação, em 2008,
Jersey. Continua dirigindo inúmeras
Fabio Mechetti posicionou a orques-
orquestras norte-americanas e é
tra mineira no cenário mundial da
convidado frequente dos festivais
música erudita. Além dos prêmios
de verão norte-americanos, entre
conquistados, levou a Filarmônica
eles os de Grant Park em Chicago
a quinze capitais brasileiras, a uma
e Chautauqua em Nova York.
turnê pela Argentina e Uruguai e realizou a gravação de nove álbuns,
Igualmente aclamado como regente
sendo quatro para o selo interna-
de ópera, estreou nos Estados Unidos
cional Naxos. Natural de São Paulo,
dirigindo a Ópera de Washington. No
Mechetti serviu recentemente como
seu repertório destacam-se produções
Regente Principal da Filarmônica
de Tosca, Turandot, Carmem, Don
da Malásia, tornando-se o primeiro
Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,
regente brasileiro a ser titular de
Madame Butterfly, O barbeiro de
uma orquestra asiática.
Sevilha, La Traviata e Otello.
Nos Estados Unidos, Mechetti esteve
Suas apresentações se estendem
quatorze anos à frente da Orquestra
ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca,
Sinfônica de Jacksonville e, atual-
Escócia, Espanha, Finlândia, Itá-
mente, é seu Regente Titular Emérito.
lia, Japão, México, Nova Zelândia,
Foi também Regente Titular das sin-
Suécia e Venezuela. No Brasil, re-
fônicas de Syracuse e de Spokane,
geu todas as importantes orques-
da qual hoje é Regente Emérito.
tras brasileiras.
Regente Associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica
Fabio Mechetti é Mestre em Regência
Nacional de Washington, com ela
e em Composição pela Juilliard
dirigiu concertos no Kennedy Center
School de Nova York e vencedor do
e no Capitólio. Da Sinfônica de San
Concurso Internacional de Regência
Diego, foi Regente Residente. Fez
Nicolai Malko, da Dinamarca.
MARCOS ARAKAKI
Sofya Gulyak, Ricardo Castro, Pinchas Zukerman, Rachel Barton Pine, Chloë Hanslip, Luíz Fílip, Victor JulienLaferrière, Günter Klaus, Eddie Daniels,
Marcos Arakaki teve seu talento reco-
David Gérrier e Yamandu Costa.
nhecido a partir de 2001, quando venceu o I Concurso Nacional Eleazar
Desenvolve atividades como coorde-
de Carvalho para Jovens Regentes,
nador pedagógico, professor e pales-
promovido pela Orquestra Petrobras
trante em projetos culturais, univer-
Sinfônica. Desde então, tem dirigido as
sidades e conservatórios. Professor
principais orquestras brasileiras, além
visitante da Universidade Federal da
da Filarmônica de Buenos Aires, de
Paraíba por dois anos, contribuiu
Karkhiv na Ucrânia, a Boshlav Martinu
para a consolidação da recém-criada
na República Tcheca, a Sinfônica de
Orquestra Sinfônica da UFPB.
Xalapa e da Universidade Autônoma do México. Concluiu bacharelado em
Marcos Arakaki é regente associado
Música pela Universidade Estadual
da Filarmônica de Minas Gerais e
Paulista (Unesp) e mestrado em
colabora com a Orquestra desde 2011,
Regência Orquestral pela University
com destacada atuação nos concer-
of Massachusetts. No Aspen Music
tos para formação de público. É autor
Festival and School, Estados Unidos,
do livro A História da Música Clássica
recebeu orientações de David Zinman,
Através da Linha do Tempo, lançado
Kurt Masur, Charles Dutoit e Sir Neville
em 2019.
Marriner. Atuou como regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba e assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB). Como regente titular, promoveu uma elogiada reestruturação na Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem. Recebeu o Prêmio Camargo Guarnieri, concedido pelo Festival Internacional de Campos do Jordão, e gravou com a OSB a trilha do filme Nosso Lar, composta por Philip Glass. Arakaki tem acompanhado importantero, Sergio Tiempo, Anna Vinnitiskaya,
FOTO: RAFAEL MOTTA
tes artistas, tais como Gabriela Mon-
VLADIMIR FELTSMAN
de Leningrado (atual St. Petersburgo). Em 1971 recebeu o Grande Prêmio na Competição Internacional de Piano Marguerite Long, em Paris, realizando, em seguida, turnê pela então União Soviética,
Pianista e regente, Vladimir Feltsman é
Europa e Japão.Mudou-se para os Esta-
um dos mais versáteis e interessantes
dos Unidos em 1987. Realizou seu primei-
músicos do nosso tempo. Seu repertório
ro recital na Casa Branca e, no mesmo
abarca desde o Barroco até o século
ano, estreou no Carnegie Hall, estabele-
XXI. Apresentou-se com as mais impor-
cendo-se como um pianista de destaque
tantes orquestras norte-americanas e
na cena norte-americana e internacional.
nos mais prestigiados festivais e salas do mundo. Feltsman foi solista com a
Feltsman é professor na Universidade
Filarmônica de Minas Gerais em 2013.
Estadual de Nova York, New Paltz, e na Mannes College of Music. Fundou
Destaques de temporadas recentes fo-
e é diretor artístico do International
ram concertos em Moscou e St. Peters-
Festival-Institute Piano Summer at New
burgo, Montevidéu, Cidade do México,
Paltz. Sua discografia inclui mais de
Naples e nos festivais de Aspen, Ravínia e
sessenta CDs pelos selos Melodiya, Sony
Verbier. Apresentou-se com a Orquestra
Classical, Musical Heritage e Nimbus.
Mozart de Nova York e Gerard Schwarz, com a Filarmônica Boca del Rio e Jorge
Vladimir Feltsman é um cidadão norte
Mester, realizou recitais em Nova York
-americano e vive com sua esposa
e na Universidade da Califórnia.
Haewon no estado de Nova York.
Para expressar sua devoção à música de J. S. Bach, Feltsman realizou, em quatro anos consecutivos, um ciclo de concertos com as principais obras para piano do compositor. Produziu também um panorama da música russa contemporânea, com obras de quatorze compositores, incluindo estreias. Nascido em Moscou, Feltsman estreou com a Filarmônica de Moscou aos onze anos. Estudou piano no Conservatório no mesmo conservatório e também no
FOTO: DIVULGAÇÃO
Tchaikovsky com Jacob Flier e regência
Ronaldo
MIRANDA RIO DE JANEIRO, BRASIL, 1948
I N S T R U M E N TA Ç Ã O
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, celesta, harpa, cordas.
Ronaldo Miranda, com a qualidade do seu trabalho composicional, tem reatado a criação musical contemporânea brasileira com o público da música clássica. Sua obra reflete o momento no qual o criador, o improvisador, o intérprete, o crítico musical e o mestre são uma mesma figura. Crítico competente, escreve
EDITORA
a música destilada pela sua apreciação, voltada para
Academia Brasileira de Música
a beleza e para os valores intrínsecos dessa arte.
PA R A O U V I R
CD Concerto de Louvação – obras comemorativas da visita do Papa João II ao Rio de Janeiro – Orquestra Sinfônica Brasileira – Roberto Tibiriçá, regente – RioArte Digital – 1997 PA R A A S S I S T I R
Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas – Ricardo Bologna, regente Acesse: fil.mg/mfestiva
O resultado impressiona pela singularidade e originalidade num tempo de escassez inventiva de muitos autores. A linguagem musical de Ronaldo Miranda se alterna entre o neomodalismo, o atonalismo e o neotonalismo, que, em suma, se caracterizam, respectivamente, pela sistemática descentralização, dissolução e expansão do sentido tonal. Em 1997, a Prefeitura do Rio de Janeiro comissionou cinco obras a cinco compositores brasileiros – Edino Krieger, Ricardo Tacuchian, Dawid Korenchendler, Ronaldo Miranda e Almeida Prado – para celebrar a segunda visita do Papa João Paulo II à capital
PA R A L E R
carioca. Da apresentação de estreia, realizada a 30
Vasco Mariz – História da Música no Brasil – Nova Fronteira – 2000
de novembro daquele ano na Sala Cecília Meireles
Manoel Roberto Batista Lopes – Temas gregorianos em quatro obras orquestrais entre os séculos XIX e XX – Dissertação apresentada ao Instituto de Artes da Unicamp – 2006
de Ronaldo Miranda foi executada pela Orquestra
(RJ), foi confeccionado o CD Concerto de Louvação, lançado no mesmo ano. Na ocasião, a Suíte Festiva Sinfônica Brasileira sob a regência do maestro Roberto Tibiriçá. A gravação e as partituras foram enviadas
Primeira apresentação com a Filarmônica
Suíte Festiva 1997
15 MINUTOS
posteriormente ao Vaticano, onde
Rio de Janeiro: o Colégio Zaccaria
se encontram arquivadas.
e Santo Inácio, administrados pela Ordem dos Padres Barnabitas e
Estruturada em três partes, a Suíte
pela Companhia de Jesus, respec-
Festiva lança flashes sobre elemen-
tivamente. Foi nesse tempo que o
tos musicais medievais, gregoria-
compositor travou contato com o
nos, barrocos, neoclássicos e mo-
canto gregoriano. Segundo o pes-
dernos numa colagem sonora clara
quisador Manoel Lopes, “Ronaldo
e acessível. Os movimentos extre-
Miranda usou primeiramente o Veni
mos – Entrata e Toccata – comparti-
Creator Spiritus no segundo ato de
lham do mesmo tom expansivo e fes-
sua ópera Dom Casmurro, com o
tivo. O movimento central – Sombras
coro masculino e o coro infantil, pa-
e luzes – contrasta seções de melo-
ra sublinhar as cenas de Bentinho
dias tortuosas, cromáticas, escuras,
no Seminário. A ópera foi estreada
com a singela luminosidade do hino
em 1992, no Teatro Municipal de
gregoriano em evocação ao Espírito
São Paulo. [...] Ronaldo Miranda
Santo – Veni Creator Spiritus –, ento-
lembrou-se de novo do Veni Creator
ado em eventos solenes da liturgia
e, ao compor a Suíte Festiva,
católica. Martinho Lutero usou-o co-
resolveu usá-lo novamente, desta
mo base para o coral de Pentecostes,
vez, de maneira exclusivamente
e muitos compositores, em diferentes
instrumental”.
épocas, empregaram-no em suas obras, entre eles, Hector Berlioz, Gustav Mahler, Paul Hindemith, Maurice Duruflé e Krzysztof Penderecki.
MARCELO COR RÊA
Pianista, Mestre em Piano pela Universidade Federal de Minas Gerais,
Ronaldo Miranda frequentou duas
professor na Universidade do Estado de
tradicionais instituições católicas no
Minas Gerais.
Edvard
GRIEG BERGEN, NORUEGA, 1843
1907
Numa carta aos pais, escrita em Roma em 1870, Grieg narra o episódio em que ele mostra a Franz Liszt seu Concerto para piano: “estávamos curiosos para ver se ele seria capaz de tocar meu concerto à primeira I N S T R U M E N TA Ç Ã O
vista. Por mim, achava isso impossível. Liszt era de
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, cordas.
outra opinião. E pôs-se a tocar. Ao terminar, pôs-se de pé, afastou-se e, em grandes passadas pela sala, vociferava: ‘Sol, sol e não sol sustenido!’ E então, como entre parênteses, baixinho: ‘Smetana trouxe-me recentemente qualquer coisa nesse gênero’. Por fim,
EDITORA
devolvendo-me o trabalho, disse-me com aquele seu
Peters
modo estranho e profundo: ‘Continue assim, é o que lhe digo; você possui as qualidades precisas; não se
PA R A O U V I R
CD Grieg – Peer Gynt Suites; Piano Concerto – The Philadelphia Orchestra – Eugene Ormandy, regente – RCA Victor/BMG Music – 1991
deixe amedrontar’”. Narrado em tom de anedota, o episódio revela pontos cruciais acerca dessa obra fundamental tanto da literatura pianística quanto do universo sinfônico. Em primeiro lugar, a grande bravura técnica que deman-
PA R A A S S I S T I R
da do intérprete. Em segundo, a inserção de Grieg
London Symphony Orchestra – André Previn, regente – Arthur Rubinstein, piano Acesse: fil.mg/gpiano16
em um braço do Romantismo que se volta para ori-
PA R A L E R
François-René Tranchefort – Guia da música sinfônica – Nova Fronteira – 1990 Kurt Pahlen – História Universal da Música – Melhoramentos – 1963
gens nacionais, como uma busca por novos materiais expressivos para embasar expressões artísticas individuais. Por fim, as proféticas palavras de Liszt, que posicionam Grieg em um lugar importante da música ocidental, para além do próprio movimento romântico. Grieg vive em um período de grande efervescência política e cultural da Noruega, que acabara de se
Concerto para piano em lá menor, op. 16 1868, VERSÃO F INAL 1906
Última apresentação: 9 de maio / 2014 Roberto Tibiriçá, regente convidado Jon Nakamatsu, piano
30 MINUTOS
libertar da Dinamarca após quatro
feitas na partitura desde a primeira
séculos de dominação. A postura
execução em público, a última delas
de voltar seus olhos para a imagem
datando do ano anterior ao de sua
de uma Noruega pitoresca, alegre,
morte. Essa última versão é a que
poética e livre, então, parece ser
comumente se executa.
quase natural. Por isso, sua atitude em relação ao folclore não
Formalmente, o Concerto em lá
toma ares de manifesto político,
menor não traz grandes novidades,
mas de uma necessidade interior.
exceto pelo tratamento dado à forma
Assim como outros compositores
sonata no primeiro movimento, que
contemporâneos seus, oriundos
tem um desenvolvimento relativa-
de periferias dos grandes centros
mente curto em relação às outras
culturais europeus, o movimento
partes, principalmente a extensa
que realiza em relação ao folclore
cadência e a coda que a segue.
é o de apropriação de um material
Não é na inovação formal que Grieg
musical que ele remodela no seio de
se destaca, mas na riqueza de seu
uma linguagem romântica já então
trabalho melódico e harmônico, e em
plenamente consolidada.
uma rítmica viva, como a do terceiro movimento. Nesses parâmetros é
O Concerto para piano em lá menor
que se observa sua relação com o
foi composto quando Grieg contava
folclore e, nela, seu próprio caminho
24 anos de idade, durante uma de
de expressão pessoal.
suas muitas viagens à Dinamarca, aonde costumava ir em busca de um clima mais ameno. Foi estreado
M O A C Y R L AT E R Z A F I L H O
em Copenhagen no ano seguin-
Pianista e cravista, Doutor em Literaturas
te, tendo como solista Edmund
de Língua Portuguesa, professor da
Neupert, sob a batuta de Holger
Universidade do Estado de Minas Gerais
Simon Paulli. Várias revisões foram
e da Fundação de Educação Artística.
César
FRANCK LIÈGE, BÉLGICA, 1822
PA R I S , F R A N Ç A , 1 8 9 0
Como organista da igreja de Sainte-Clotilde – onde um I N S T R U M E N TA Ç Ã O
2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, 4 trompas, 4 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, harpa, cordas. EDITORA
Breitkopf & Härtel PA R A O U V I R
CD César Franck – Sinfonia em ré menor – Royal Concertgebouw Orchestra – Ricardo Chailly, regente – Decca – 1987 CD César Franck – Sinfonia em ré menor – Royal Philharmonic Orchestra – Raymond Leppard, regente – Publifolha, Coleção Folha de Música Clássica – 2006 PA R A A S S I S T I R
Orchestre National de France – Leonard Bernstein, regente Acesse: fil.mg/ fsinfremenor
instrumento maravilhoso, construído por Cavaillé-Coll, correspondia à sua inigualável maestria de intérprete e improvisador –, César Franck levava uma vida metódica. Religioso, dava aulas particulares e compunha regularmente. O reconhecimento público traduzia-se na gratidão dos fiéis e dos músicos que frequentavam a igreja para ouvi-lo. Entre outros, Franz Liszt, admirador incondicional, cuja influência foi fundamental para Franck, principalmente quanto à elaboração da forma cíclica presente em todas as suas grandes obrasprimas da maturidade. As preferências modelares do compositor belga continuaram sendo Bach e Beethoven, mas ele soube contemporizá-las com seu gosto pelo cromatismo e pelas modulações incessantes. Habituado a longas reflexões, Franck tornou-se extremamente meditativo, meticuloso e exigente como compositor. Sua produção realmente valiosa foi composta a partir dos cinquenta anos, quando passou a dedicar-se cada vez a um gênero, para nele lapidar apenas uma e definitiva obra-prima. Assim nasceram o Quinteto para piano e cordas (1879), as Variações sinfônicas (1885), o Quarteto em Ré maior (1889), o Prelúdio, coral e fuga (1884), a Sonata para violino e piano (1886) e a Sinfonia em ré menor (1888). A importância histórica dessas obras é enorme – elas foram decisivas para a mudança do cenário musical parisiense, indiferente ou até hostil à música instrumental sinfônica e camerística.
PA R A L E R
Ralph Hill – Sinfonia – Editora Ulisseia – 1959
Última apresentação: 26 de junho / 2015 Yoav Talmi, regente convidado
Sinfonia em ré menor 1886/1888
37 MINUTOS
Sob tal aspecto a Sinfonia de César
Divide-se, assim, em duas seções,
Franck marca um ponto culminante
absolutamente simétricas quanto
na renovação da música orquestral
ao número de compassos. A parte
do final do século XIX. Foi elaborada
conclusiva estabelece um diálogo
dentro dos princípios cíclicos – a
apaixonado dos temas apresenta-
semelhança entre os elementos bá-
dos e termina sobre o acorde de Si
sicos (motivos intervalares e rítmicos)
bemol maior.
dos temas de todos os movimentos cria uma sintonia entre as seções,
O Finale – Allegro non troppo foi
dando maior unidade à composição.
concebido dentro da forma sonata. Mas, seguindo o princípio cíclico,
O primeiro movimento, Lento –
recapitula motivos dos movimen-
Allegro non troppo, centrado em
tos precedentes, transfigurados em
duas tonalidades de base — ré me-
suas novas funções e acrescidos de
nor e fá menor —, deixa-se marcar
outras ideias adjacentes. A enorme
por muitas modulações. Suas melo-
Coda transforma-se numa síntese
dias predominantemente cromáticas
dos principais temas de toda a
circulam por vários campos tonais,
Sinfonia. A rica orquestração e a tona-
tornando o discurso sonoro bastante
lidade de Ré maior levam a uma con-
dinâmico. A Coda condensa os prin-
clusão grandiosa, repleta de alegria.
cipais motivos e conclui o movimento de maneira apoteótica, em Ré maior.
Extraído do texto de
PA U L O
S É RG I O M A L H E I RO S D O S SA N TO S
Ao longo do Allegretto, o andamento
Pianista, Doutor em Letras, professor na
mantém-se inalterado, mas esse
UEMG, autor dos livros Músico, doce
segundo movimento apresenta um
músico e O grão perfumado – Mário
duplo caráter, de forma a cumprir
de Andrade e a arte do inacabado.
habilmente os papéis do Andante e
Apresenta o programa semanal Recitais
do Scherzo das sinfonias clássicas.
Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
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FOTO: JAKU B DZI UBAK — U NS P L AS H
Confira os benefícios para o público da Filarmônica
R. Rio de Janeiro, 2076 — Lourdes — Tel: 3292-6221
• Segundo prato de cortesia (de igual ou menor valor) PROGRAMA AMIGOS E ASSINANTES:
válido para todos os dias PÚBLICO DO DIA:
válido para a data do concerto
R. Pium-í, 229 — Cruzeiro — Tel: 3227-7764
PROGRAMA AMIGOS E ASSINANTES:
válido para todos os dias • 15% de desconto para o titular do cartão e acompanhante • uma taça de vinho ou espumante (até R$ 25) ou uma sobremesa • possibilidade de reserva tardia (após 22h15) para mesa de até 4 pessoas PÚBLICO DO DIA:
válido para a data do concerto • 15% de desconto para o titular do cartão e acompanhante
Necessária a apresentação do cartão de Amigo ou Assinante ou, no caso de público do dia do concerto, a apresentação do ingresso.
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
Diretor Artístico e Regente Titular FABIO MECHETTI Regente Associado MARCOS ARAKAKI
PRIMEIROS VIOLINOS
Mikhail Bugaev
FAGOTES
HARPA
Anthony Flint – Spalla
Nathan Medina
Catherine Carignan *
Clémence Boinot *
Rommel Fernandes –
Victor Morais ***
Spalla associado
VIOLONCELOS
Andrew Huntriss
TECLADOS
Ara Harutyunyan –
Philip Hansen *
Francisco Silva
Ayumi Shigeta *
Spalla assistente
Robson Fonseca ***
Ana Paula Schmidt
Camila Pacífico
TROMPAS
Ana Zivkovic
Camilla Ribeiro
Alma Maria Liebrecht *
GERENTE
Arthur Vieira Terto
Eduardo Swerts
Evgueni Gerassimov ***
Jussan Fernandes
Joanna Bello
Emília Neves
Gustavo Garcia Trindade
Laura Von Atzingen
Lina Radovanovic
José Francisco dos Santos
INSPETORA
Luis Andrés Moncada
Lucas Barros
Lucas Filho
Karolina Lima
Roberta Arruda
William Neres
Fabio Ogata
Rodrigo M. Braga
CONTRABAIXOS
TROMPETES
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Rodrigo de Oliveira
Nilson Bellotto *
Marlon Humphreys *
Risbleiz Aguiar
Wesley Prates
André Geiger ***
Érico Fonseca **
Rodrigo Bustamante
Marcelo Cunha
Daniel Leal ***
ARQUIVISTA
SEGUNDOS VIOLINOS
Marcos Lemes
Tássio Furtado
Ana Lúcia Kobayashi
Frank Haemmer *
Pablo Guiñez
Hyu-Kyung Jung ****
Rossini Parucci
TROMBONES
ASSISTENTES
Gideôni Loamir
Walace Mariano
Mark John Mulley *
Claudio Starlino
Diego Ribeiro **
Jônatas Reis
Jovana Trifunovic Luka Milanovic
FLAUTAS
Wagner Mayer ***
Martha de Moura Pacífico
Cássia Lima *
Renato Lisboa
Matheus Braga
Renata Xavier ***
SUPERVISOR DE MONTAGEM
Radmila Bocev
Alexandre Braga
TUBA
Rodrigo Castro
Rodolfo Toffolo
Elena Suchkova
Eleilton Cruz *
OBOÉS
TÍMPANOS
Hélio Sardinha
Alexandre Barros *
Patricio Hernández
Klênio Carvalho
VIOLAS
Públio Silva ***
Pradenas *
João Carlos Ferreira *
Israel Muniz
Roberto Papi ***
Maria Fernanda Gonçalves
MONTADORES
Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch
Flávia Motta
PERCUSSÃO Rafael Alberto *
Gerry Varona
CLARINETES
Daniel Lemos ***
Gilberto Paganini
Marcus Julius Lander *
Sérgio Aluotto
Katarzyna Druzd
Jonatas Bueno ***
Werner Silveira
Luciano Gatelli
Ney Franco
Marcelo Nébias
Alexandre Silva
* principal
** principal associado
**** principal / assistente substituta
*** principal assistente
INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA CONSELHO ADMINISTRATIVO
Oscip — Organização da Sociedade Civil de Interesse Público Lei 14.870 / Dez 2003
OS — Organização Social Lei 23.081 / Ago 2018
EQUIPE TÉCNICA
Presidente Emérito
Gerente de Comunicação
Jacques Schwartzman
Merrina Godinho Delgado
Gonçalves Soares Filho
Conselheiros
Douglas Conrado
Jovem Aprendiz Sunamita Souza
SALA MINAS GERAIS
Gerente de Produção Musical
Gerente Contábil
Claudia da Silva
Graziela Coelho
Guimarães
Angela Gutierrez Arquimedes Brandão
Gerente Administrativofinanceira
Mensageiro
Ana Lúcia Carvalho
Presidente Roberto Mário
EQUIPE ADMINISTRATIVA
Berenice Menegale
Assessora de Programação Musical
Bruno Volpini
Gabriela de Souza
Celina Szrvinsk
Gerente de Infraestrutura Renato Bretas
Gerente de Recursos Humanos
Gerente de Operações
Quézia Macedo Silva
Jorge Correia
Fernando de Almeida
Produtor
Analistas Administrativos
Técnicos de Áudio e de Iluminação
Ítalo Gaetani
Luis Otávio Rezende
João Paulo de Oliveira
Diano Carvalho
Paulo Baraldi
Rafael Franca
Cunha Castello Branco
Analistas de Comunicação
Secretária Executiva
Assistente Operacional
Mauricio Freire
Fernando Dornas
Flaviana Mendes
Rodrigo Brandão
Octávio Elísio
Lívia Aguiar
Sérgio Pena
Renata Gibson
Assistente Administrativa
FORTISSIMO
Cristiane Reis
Abril nº 5 / 2019
Marco Antônio Pepino Marco Antônio Soares da
Renata Romeiro
DIRETORIA EXECUTIVA Diretor Presidente Diomar Silveira
Analista de Marketing de Relacionamento Mônica Moreira
ISSN 2357-7258
Assistente de Recursos Humanos
Editora Merrina
Jessica Nascimento
Edição de texto
Godinho Delgado
Diretor Administrativofinanceiro
Analistas de Marketing e Projetos
Recepcionistas
Capa
Joaquim Barreto
Itamara Kelly
Meire Gonçalves
Grieg e amigos —
Lilian Sette
Vivian Figueiredo
Bergen Public Library
Assistente de Produção
Auxiliar Contábil
O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site.
Diretor de Comunicação Agenor Carvalho
Berenice Menegale
Pedro Almeida
Rildo Lopez
Diretora de Marketing e Projetos Zilka Caribé
Auxiliares de Produção
Auxiliar Administrativa Geovana Benicio
André Barbosa
Diretor de Operações Ivar Siewers
Jeferson Silva
Auxiliares de Serviços Gerais Ailda Conceição Rose Mary de Castro
Este programa foi impresso em papel doado pela Resma Papéis.
INGRESSO SOLIDÁRIO Algo aconteceu e você não pode ir a um concerto? A P R O V E I T E PA R A A P R E S E N TA R A F I L A R M Ô N I C A A O S A M I G O S , PA R E N T E S O U ESTUDANTES DE MÚSICA. O Assinante pode doar seu ingresso pelo aplicativo da Filarmônica até 30 minutos antes do concerto. Pode também falar com a Assessoria de Relacionamento até 2 horas antes do concerto. O aplicativo é compatível com Android e IOS. No seu celular, baixe-o na Google Play ou na App Store.
PARA USAR, BAIXE O APP GRATUITAMENTE NO SEU CELULAR
Assessoria de Relacionamento de segunda a sexta, das 9h às 18h (31) 3219-9009 assinatura@filarmonica.art.br
NO CONCERTO SEJA PONTUAL.
TRAGA SEU INGRESSO O U C A R TÃ O D E ASSINANTE. DESLIGUE
CUIDE DA SAL A MINAS GERAIS.
NÃO COMA OU BEBA.
D E I X E PA R A
O CELULAR (SOM E LUZ).
NÃO FOTOGRAFE O U G R AV E E M ÁUDIO / VÍDEO.
FA Ç A S I L Ê N C I O E EVITE TOSSIR.
APL AUDIR AO F IM DE CADA OBRA.
S E P U D E R , D E V O L VA SEU PROGRAMA DE CONCERTO. EVITE TRAZER CRIANÇAS MENORES DE 8 ANOS.
EM ABRIL
4 E 5 Allegro e Vivace 11 E 12 Presto e Veloce 14 Juventude 25 E 26 Presto e Veloce 30 Filarmônica em Câmara 20h30
20h30
11h
R I T M O S L AT I N O - A M E R I C A N O S
20h30
20h30
MANTENEDOR
DIVULGAÇÃO
PAT R O C Í N I O
REALIZAÇÃO
www.filarmonica.art.br / FILARMONICAMG
RUA T E N E N T E B R I TO M E LO , 1. 090 — BA R RO PR E TO C E P 3 0 .1 8 0 - 0 7 0
|
T E L : ( 3 1 ) 3 2 1 9. 9 0 0 0
BELO HORIZONTE – MG |
FA X : ( 3 1 ) 3 2 1 9. 9 0 3 0
COMU NI CA ÇÃO IC F / 20 19
Sala Minas Gerais