Outubro de 2019 | Presto e Veloce 9

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FORTISSIMO Nยบ 18 / 2019

Presto

Veloce

10 11


Ministério da Cidadania, Governo de Minas Gerais e Itaú A P R E S E N T A M

Presto

10/10

Veloce

11/10

OLLI MUSTONEN, REGENTE CONVIDADO E PIANO


PROGRAMA

LUDWIG VAN BEETHOVEN Abertura “A consagração da casa”, op. 124

WOLFGANG AMADEUS MOZART Concerto para piano nº 24 em dó menor, K. 491

Allegro

Larghetto

Allegretto

I N T E R VA L O

OLLI MUSTONEN Tríptico

Misterioso

Furioso

Ad astra

JEAN SIBELIUS Sinfonia nº 5 em Mi bemol maior, op. 82

Tempo molto moderato – Allegro moderato – Presto

Andante mosso, quasi allegretto

Allegro molto – Misterioso


CAROS AMIGOS E AMIGAS, Não é comum encontrarmos músicos

Ele também se apresenta como so-

que tenham o talento e a capacidade

lista do belíssimo Concerto nº 24

técnica e artística de se projetarem

de Mozart. E, se isso não bastasse,

nas várias esferas de atividade dessa

é de sua autoria a peça Tríptico,

arte. Grandes compositores não são

escrita para orquestra de cordas.

e não foram, necessariamente, grandes regentes; grandes regentes não

Neste programa de grande variedade

são também grandes instrumentistas

tímbrica e estilística, nossos ouvintes

ou cantores. Mas esse não é o caso

terão a oportunidade de viajar através do

do nosso convidado desta noite.

tempo e presenciar os talentos múltiplos de um grande músico da atualidade.

Olli Mustonen faz sua estreia com a Filarmônica regendo uma das abertu-

A todos, um bom concerto.

ras mais tardias de Beethoven e tam-

FOTO: BRUNA BRANDÃO

bém a Quinta Sinfonia de Sibelius.

FA B I O M E C H E T T I


FABIO MECHETTI DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR

Diretor Artístico e Regente Titular

sua estreia no Carnegie Hall de Nova

da Orquestra Filarmônica de Minas

York conduzindo a Sinfônica de Nova

Gerais desde sua criação, em 2008,

Jersey. Continua dirigindo inúmeras

Fabio Mechetti posicionou a orques-

orquestras norte-americanas e é

tra mineira no cenário mundial da

convidado frequente dos festivais

música erudita. Além dos prêmios

de verão norte-americanos, entre

conquistados, levou a Filarmônica

eles os de Grant Park em Chicago

a quinze capitais brasileiras, a uma

e Chautauqua em Nova York.

turnê pela Argentina e Uruguai e realizou a gravação de nove álbuns,

Igualmente aclamado como regente

sendo quatro para o selo interna-

de ópera, estreou nos Estados Unidos

cional Naxos. Natural de São Paulo,

dirigindo a Ópera de Washington. No

Mechetti serviu recentemente como

seu repertório destacam-se produções

Regente Principal da Filarmônica

de Tosca, Turandot, Carmem, Don

da Malásia, tornando-se o primeiro

Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,

regente brasileiro a ser titular de

Madame Butterfly, O barbeiro de

uma orquestra asiática.

Sevilha, La Traviata e Otello.

Nos Estados Unidos, Mechetti esteve

Suas apresentações se estendem

quatorze anos à frente da Orquestra

ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca,

Sinfônica de Jacksonville e, atual-

Escócia, Espanha, Finlândia, Itá-

mente, é seu Regente Titular Emérito.

lia, Japão, México, Nova Zelândia,

Foi também Regente Titular das

Suécia e Venezuela. No Brasil,

sinfônicas de Syracuse e de Spokane,

regeu todas as importantes orques-

da qual hoje é Regente Emérito.

tras brasileiras.

Regente Associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica

Fabio Mechetti é Mestre em Regência

Nacional de Washington, com ela

e em Composição pela Juilliard

dirigiu concertos no Kennedy Center

School de Nova York e vencedor do

e no Capitólio. Da Sinfônica de San

Concurso Internacional de Regência

Diego, foi Regente Residente. Fez

Nicolai Malko, da Dinamarca.


FOTO: EUGÊNIO SÁVIO


OLLI MUSTONEN

Com o violoncelista Steven Isserlis apresenta-se em duo há trinta anos.

Olli Mustonen tem um lugar único na cena musical de hoje. Seguindo a tradi-

Intérprete destacado da música de

ção de grandes mestres, ele combina sua

Prokofiev, Mustonen tocou e gravou

musicalidade como compositor, pianista

todos os concertos para piano do

e regente em um balanço excepcional.

compositor com a Sinfônica da Rádio

Durante 35 anos de carreira, como solis-

Finlandesa e Hannu Lintu. Ele também

ta, regente, recitalista ou músico de câ-

apresenta o ciclo completo de sonatas

mara, relacionou-se com os mais emi-

para piano de Prokofiev. De Beethoven,

nentes músicos da atualidade e traba-

tocou e conduziu todos os concertos com

lhou com orquestras como as filarmôni-

a Sinfônica de Melbourne; apresentou

cas de Berlim, Nova York e Los Angeles,

o ciclo de concertos de Bartók com a

Sinfônica de Chicago, orquestras de

BBC Scottish Symphony.

Cleveland e de Paris, Royal Concertgebouw e todas as orquestras de Londres.

Seu catálogo de gravações inclui os concertos para piano de Prokofiev

Mustonen tem conduzido muitas obras

(Ondine), sua própria Sonata para

de sua autoria. Realizou a estreia mun-

violoncelo com Steven Isserlis (BIS) e

dial de sua Sinfonia nº 1, “Tuuri”, com a

os Prelúdios de Shostakovich e Alkan

Filarmônica de Tampere, e a Sinfonia

(Decca), álbum ganhador do prêmios

nº 2, “Johannes Angelos”, com a Filar-

Edison e Gramophone.

mônica de Helsinki. Também conduziu a estreia de sua Sonata para violino com a Sinfônica de Melbourne e a Sonata para violoncelo com a Australian Chamber Orchestra. Na música de câmara, estreou seu Piano Quintet no Spannungen Festival. Em 2017, foi compositor em residência no Festival de Davos. Umas das mais importantes amizades musicais de Mustonen é com Rodion Shchedrin, que dedicou seu quinto musical importante é Valery Gergiev.

FOTO: HEIKKI TUULI

concerto para piano a ele. Outro parceiro


Ludwig van

BEETHOVEN BONN, ALEMANHA, 1770

V I E N A , ÁUST R I A , 1 8 27

Nos doze anos finais de sua vida, Beethoven tende ao isolamento. A partir de 1815, passa cerca de cinco anos quase sem trabalhar, e sua saúde se agrava. Mas ele já era uma lenda. Entre 1822 e 1823 recebe as visitas de Rossini, Schubert, Weber e Liszt. Essas demonstrações de deferência talvez tenham animado de novo o espírito inquieto de Beethoven que, a partir de 1822, começa a legar à Humanidade obras monumentais nas quais, já completamente surdo, desenvolve uma abstração I N S T R U M E N TA Ç Ã O

2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, cordas.

e uma transcendência das formas clássicas até então nunca vistas. Essas obras impressionariam muitas gerações de compositores e até hoje se mostram surpreendentes. Em 1822, ele compõe a sua última sonata para piano. Em 1824 são ouvidas pela primeira vez a Nona Sinfonia e a Missa Solemnis. Entre 1825

EDITORA

Breitkopf & Härtel PA R A O U V I R

CD Beethoven – Overturen – The Philharmonia Orchestra – Otto Klemperer, regente – EMI – 1993

e 1826, ele compõe o Quarteto de Cordas op. 130, cujo último movimento é a assombrosa Grande Fuga. É interessante notar que, se por um lado ele transcende as formas clássicas, que nunca abandona, por outro lado, ele se volta para técnicas antigas de composição. Nelas, o contraponto toma protagonismo. Beethoven dominava o contraponto com mestria. Diversas obras

PA R A A S S I S T I R

Radio Symphony Orchestra Saarbrücken – Stanislaw Skrowaczewski, regente Acesse: fil.mg/bconsagracao

suas o atestam, principalmente em sua última fase: ouçam-se o Scherzo da Nona Sinfonia, ou o terceiro movimento da Sonata op. 110, por exemplo. Mas, em algumas obras, o contraponto parece ser realmente o norte do processo criador, e ele se volta, à sua maneira,

PA R A L E R

Roger Fiske – Beethoven, Concertos e Aberturas – Guias Musicais BBC – Zahar – 1983

para os oratórios de Haendel, dos quais era grande


Última apresentação: 21 de março / 2015 Fabio Mechetti, regente

Abertura “A consagração da casa”, op. 124 1822

12 MINUTOS

admirador. Já não se diga da Missa

A despeito da técnica do contra-

Solemnis ou da Grande Fuga (que,

ponto, não se pode em absoluto

mais tarde, ele tornou obra autô-

dizer que, em A consagração da

noma), por razões óbvias. Diga-se,

casa, ouve-se a um Beethoven

antes, de A consagração da casa,

arcaizante. Tampouco se pode

op. 124, cuja concepção não é nada

reduzir a obra a um mero prelúdio

mais do que a de um grande prelúdio

e fuga. Como forma e contraponto

e fuga. Uma grande reelaboração

se trata, aqui, da concepção e da

beethoveniana do prelúdio e fuga!

técnica: do substrato, da infrae s t r u t u ra . S e a s d u a s s e çõ e s

A consagração da casa foi com-

contrastantes da obra evocam

posta para a reinauguração, em

procedimentos antigos, proposi-

3 de outubro de 1822, do Theater

talmente ou não, basta lembrar-

in der Josefstadt, ainda hoje ativo

s e d o p r i m e i ro m ov i m e n t o d a

em Viena. Para o concerto de rea-

Sonata Patética op. 13, para se ter

bertura do teatro, Beethoven utilizou

certeza de que Beethoven nunca

a música de As ruínas de Atenas,

deixou de ser sempre ele mesmo,

obra incidental composta em 1811

do começo até o fim, em constante

para a peça homônima de August

afirmação. Paradoxalmente, o con-

von Kotzebue, mas fez nela algu-

traponto do Beethoven da última

mas modificações: acrescentou

fase o faz ainda mais moderno.

um novo coro, alterou algumas seções e substituiu a abertura por A consagração da casa. Em

MOACYR

7 de maio de 1824, a Abertura foi

L AT E R Z A F I L H O

executada novamente em Viena,

Doutor em Literaturas de Língua

no antológico concerto em que o

Portuguesa, professor da Universidade

mundo ouviu, pela primeira, vez a

do Estado de Minas Gerais e da Fundação

Nona Sinfonia.

de Educação Artística.

Pianista e cravista,


Wolfgang Amadeus

MOZART SA L Z BU RG O , ÁUST R I A , 1 75 6

V I E N A , ÁUST R I A , 1 79 1

A vida de Mozart pode ser dividida em três fases. A primeira vai do nascimento aos dezesseis anos de idade (1756 a 1772). Mozart passou praticamente esses dezesseis anos de sua vida em viagens pela Europa, I N S T R U M E N TA Ç Ã O

Flauta, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, tímpanos, cordas. EDITORA

Bärenreiter

exibindo-se como menino prodígio, estudando o cravo e o violino e aprendendo a compor. A segunda fase é a fase de Salzburgo, dos dezesseis aos 25 anos de idade (1772 a 1781). Embora fosse, provavelmente, o melhor músico da época, ele jamais conseguiu um emprego estável em qualquer das ricas cortes da Europa. Estabeleceu-se em sua cidade natal e tornou-se empregado do Arcebispo Colloredo, príncipe de Salzburgo. São

PA R A O U V I R

dessa fase, principalmente, grande número de obras

CD Mozart – The great piano concertos – Academy of St. Martin in the Fields – Sir. Neville Marriner, regente – Alfred Brendel, piano – Philips – 1994

sacras e a série de peças destinadas ao entretenimento,

PA R A A S S I S T I R

período extremamente fértil como compositor, quando

Wiener Philharmoniker – Rudolf Buchbinder, regência e piano Acesse: fil.mg/mpiano24

ele compôs suas obras mais admiráveis.

PA R A L E R

H. C. Robbins Landon (org.) – Mozart: um compêndio – Zahar – 1996

geralmente denominadas serenatas e divertimentos. A terceira e última fase de sua vida vai dos 25 aos 35 anos (1781 a 1791), fase em que, dispensado do serviço do Arcebispo Colloredo, Mozart viveu em Viena e iniciou uma carreira de músico freelancer. Foi um

A rica vida musical e intelectual da cidade, as possibilidades de apresentações públicas e as inúmeras encomendas foram o estímulo necessário para que, no universo de 28 concertos para piano (27 concertos, mais o Concerto Rondó, K. 382), dezoito fossem compostos em Viena. Os concertos para piano eram um importante meio de divulgação de suas habilidades como instrumentista e

Norbert Elias – Mozart: sociologia de um gênio – Zahar – 1995


Última apresentação: 25 de fevereiro / 2014 Marcos Arakaki, regente Joyce Yang, piano

Concerto para piano nº 24 em dó menor, K. 491 1786

30 MINUTOS

compositor. Mozart frequentemente

movimento (Larghetto) nos reserva

os compunha para alguma apresen-

momentos encantadores, como o

tação pública. Por isso, a composi-

delicado diálogo das madeiras com

ção de seus concertos para piano

o piano. Sua estrutura formal é a de

da fase de Viena está intimamente

um rondó, forma mais comumente

ligada à ascensão e queda de sua

utilizada, na época de Mozart, para

popularidade na cidade: de 1781 a

o terceiro movimento. Neste caso, o

1786, época de maior sucesso, Mozart

Finale (Allegretto) é um tema com

compôs dezesseis concertos (os

variações. Mozart evita o efeito mais

dois remanescentes foram compostos

comum de apresentar o tema ao

em 1788 e em 1791). O Concerto para

piano para, então, reapresentá-lo,

piano no 24 em dó menor, K.491, faz

em caráter forte, na orquestra. Ao

parte dessa última fase de sua vida.

contrário, ele apresenta o tema, deli-

Segundo seu catálogo temático, a

cadamente, na orquestra, para só

data final da composição foi 24 de

depois o ouvirmos ao som do piano,

março de 1786. Acredita-se que ele

que o reapresenta, surpreendente-

o tenha estreado em seu último con-

mente, ainda com muita leveza. A

certo por assinatura no Burgtheater,

grandiosidade do Finale é adquirida

em Viena, no dia 7 de abril de 1786.

apenas aos poucos, por um acúmulo progressivo de tensão ao longo de

O primeiro movimento (Allegro) pos-

todo o movimento. O concerto termina

sui uma profusão de temas, execu-

com uma longa e arrebatadora coda.

tados pela orquestra e pelo piano; ao serem apresentados com muita

GUILHERME

proximidade, criam a dramaticidade

NASCIMENTO

própria do movimento. Ao final somos

em Música pela Unicamp, professor na

surpreendidos por um desfecho mis-

Escola de Música da UEMG, autor dos

terioso. Extraordinário em sua simpli-

livros Os sapatos floridos não voam

cidade formal e melódica, o segundo

e Música menor.

Compositor, Doutor


Olli

MUSTONEN VA N DA , F I N L Â N D I A , 1 967

Conhecido na Finlândia como o menino de ouro dos anos de 1980, Olli Mustonen iniciou seus estudos de cravo aos cinco anos de idade. Aos sete, passou a estudar piano com Ralf Gothóni e, em 1977, ingressou na Academia de Música de Helsinki, onde foi orientado por Eero Heinonen. Entre 1975 e 1985, estudou composição com Einojuhani Rautavaara e conquistou, em 1987, o famoso Young Concert Artists International Auditions, o que lhe permitiu estrear no Carnegie Hall. Intérprete premiado, seu primeiro CD, com as gravações dos prelúdios de Shostakovich e Charles-Valentin Alkan, recebeu os prêmios Gramophone e Edison de 1992. Sua carreira distingue-se pelo balanceado modelo de atuação tripla. Mustonen apresenta-se igualmente como regente, compositor e solista. Considerado um intérprete criativo e inteligente, surpreende por sua excentricidade e iconoclastia. Sua performance é concebida em conjunto com sua persona composicional, I N S T R U M E N TA Ç Ã O

uma vez que defende que toda interpretação deve ser

Cordas.

capaz de restituir à obra o frescor e a inventividade de sua estreia. Para ele, cabe ao intérprete fazer com

EDITORA

Schott Music Representante: Barry Editorial

que toda obra seja ouvida em sua contemporaneidade, isto é, como produto do tempo em que é executada. Seu estilo composicional combina elementos carac-

PA R A O U V I R

teristicamente tonais com materiais tradicionalmente

CD Olli Mustonen – Triple Concerto; Petite Suite; Nonets 1 & 2 – Tapiola Sinfonietta – Olli Mustonen, regente – Ondine ODE 974-2 – 2001

finlandeses e linguagens neobarrocas, neoclássicas, românticas e minimalistas. Ele compartilha, desse modo,


Primeira apresentação com a Filarmônica

Tríptico 2016

12 MINUTOS

da tradição dos virtuosísticos com-

de cordas. Originalmente escrito para

positores-intérpretes, tais como

três violoncelos a cappella, esta última

Busoni, Enescu e Rachmaninov, e se

obra é uma homenagem póstuma

insere na linhagem de compositores

encomendada por Sam Steppel para sua

do século XX que valorizaram uma

mulher e apresenta três movimentos

escrita contrapontística e influências

contrastantes: Misterioso, Furioso e

estilísticas dos séculos XVII e XVIII,

Ad astra, este último, uma passacaglia

tais como Hindemith, Martinu, Res-

dissonante que termina em ascensão

pighi, Shostakovich e Stravinsky. A

extática e que, de algum modo, sinte-

paisagem de seu país perpassa sua

tiza os outros movimentos. Arranjado

compreensão musical. Sua casa à

para orquestra de cordas para os 50

beira do lago e no meio de uma flo-

anos do Instituto de Música Helsinki

resta, em Hausjärvi, estimula, desse

Leste, a pedido do Grupo de Cordas

modo, as diversas metáforas às quais

Júnior de Helsinki, o Tríptico foi estreado

o compositor recorre para falar de

na igreja São Miguel, Helsinki, no dia

música. Ele compara a música de

28 de janeiro de 2016, pelo conjunto

Bach, Beethoven e Sibelius a um

regido por Jukka Rantamäki. Com

passeio na floresta, onde sempre se

padrões rítmicos de caráter quase

descobre algo de novo, e descreve

minimalista, ele explora atmosferas

a obra musical como uma planta e

musicais que evocam Ligeti e Pende-

o compositor como um jardineiro.

recki, embora sua principal influência seja o misticismo de Rautavaara.

Mustonen confessa que não se interessa muito pela composição para piano, preferindo dedicar-se às cordas,

IGOR REYNER

como evidenciam seus dois nonetos

Pianista, Mestre em Música pela

(para dois quartetos de cordas e um

Universidade Federal de Minas Gerais

contrabaixo), seu Concerto para três

e Doutor em Literatura pelo King’s

violinos, e seu Tríptico para orquestra

College London.


Jean

SIBELIUS

HÄMEENLINNA, FINLÂNDIA, 1865

JÄ RV E N PÄ Ä , F I N L Â N D I A , 1 9 5 7

Sibelius viveu no conturbado período histórico da Finlândia, marcado pela resistência do país à ocupação russa. Foi violinista da primeira orquestra profissional do país e, em 1896, tornou-se professor de violino na Universidade de Helsinki. Com a independência de 1917, sua obra adquiriu o status de símbolo patriótico, e o Estado lhe ofereceu uma pequena pensão vitalícia para I N S T R U M E N TA Ç Ã O

2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tímpanos, cordas.

que pudesse dedicar mais tempo à composição. Curiosamente, Sibelius vinha de um ambiente familiar marcado pela cultura sueca – embora apaixonado pelas tradições literárias e pelos costumes finlandeses, ele nunca se considerou um estudioso do folclore nacional.

EDITORA

Entretanto, tendo expressado espontaneamente a lingua-

Whilhelm Hansen Copenhague Representante: Barry Editorial

gem de sua terra, tornou-se motivo de orgulho para seus

PA R A O U V I R

CD Sibelius – Symphony No.5 – Slovak Philharmonic Orchestra – Adrian Leaper, regente – Naxos 8550200 – 1991 PA R A A S S I S T I R

Wiener Philharmoniker – Leonard Bernstein, regente Acesse: fil.mg/ssinf5

compatriotas e recebeu o reconhecimento internacional. Mas manteve-se um artista solitário. Músico de rigorosa formação acadêmica e de expressão anacronicamente romântica, Sibelius manifestou intransigente severidade para com os artistas de seu tempo, apesar de admirar Debussy e Bartók. Ele próprio avaliou seu descompasso com as preocupações musicais contemporâneas e, em 1929, sentindo que nada de novo tinha a dizer, Sibelius retirou-se para sua residência em Järvenpää, permanecendo obstinadamente silencioso durante seus últimos 27 anos. Sua obra inclui vários poemas sinfônicos; o Concerto para violino; música coral e de cena; peças meno-

PA R A L E R

François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990

res para instrumentos solistas; além das sete sinfonias.


Última apresentação: 27 de março / 2015 Ariel Zuckerman, regente convidado

Sinfonia nº 5 em Mi bemol maior, op. 82 1915, REVISÃO 1916 E 1919

33 MINUTOS

Antes da versão definitiva, a Sinfonia

nas flautas. Como único contraste

nº 5 passou por duas grandes modi-

à permanente tranquilidade dessas

ficações. A versão original (que tinha

variações, surge um curto episó-

quatro movimentos) foi estreada em

dio sombrio (sobre sons ligados

Helsinque em 8 de dezembro de 1915

nos metais, como sinos). A coda é

– dia do 50º aniversário do músico.

dominada pelo fluente solo do oboé,

Mas a partitura que prevaleceu como

sobre o trêmulo das cordas.

definitiva foi a da terceira revisão, publicada em 1919, com apenas três

O Allegro molto final tem forma so-

movimentos. Tornou-se uma das

nata. Os segundos violinos estabe-

mais apreciadas obras de Sibelius.

lecem um acompanhamento para as violas, que apresentam um tema

O p r i m e i ro m ov i m e n t o ( Molto

com característica de moto perpetuo.

moderato), em Mi bemol maior,

O segundo motivo será introduzido

talvez seja o mais original de toda

pelas trompas; sobre um solene

a produção sinfônica do autor, por

tema dos sinos, as madeiras e os

sua forma muito livre, com uma

violoncelos cantam uma bela me-

dupla exposição de quatro elemen-

lodia. A Sinfonia termina com seis

tos temáticos e inusitada associação

acordes martelados, muito separa-

a um scherzo. Uma curta coda des-

dos entre si, breves e poderosos.

taca os metais, sobretudo os trompetes, em uma verdadeira fanfarra.

PA U L O S É R G I O MALHEIROS DOS SANTOS

No Andante mosso, quasi allegretto,

Pianista, Doutor em Letras, professor na

domina a simplicidade. Esse anda-

UEMG, autor dos livros Músico, doce

mento constrói-se inteiramente sobre

músico e O grão perfumado – Mário

a repetição de pequena frase rítmica

de Andrade e a arte do inacabado.

apresentada, primeiro, pelas cordas

Apresenta o programa semanal Recitais

em pizzicato; depois, mais melódica,

Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.


ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

Diretor Artístico e Regente Titular FABIO MECHETTI Regente Associado MARCOS ARAKAKI

PRIMEIROS VIOLINOS

VIOLONCELOS

FAGOTES

HARPA

Rommel Fernandes –

Philip Hansen *

Catherine Carignan *

Clémence Boinot *

Spalla associado

Robson Fonseca ***

Victor Morais ***

Ara Harutyunyan –

Camila Pacífico

Francisco Silva

Spalla assistente

Camilla Ribeiro

Ana Paula Schmidt

Eduardo Swerts

TROMPAS

Ana Zivkovic

Emília Neves

Alma Maria Liebrecht *

Arthur Vieira Terto

Lina Radovanovic

Evgueni Gerassimov ***

Joanna Bello

Lucas Barros

Gustavo Trindade

GERENTE

Laura von Atzingen

William Neres

José Francisco dos Santos

Jussan Fernandes

TECLADOS Ayumi Shigeta *

Luis Andrés Moncada

Lucas Filho

Roberta Arruda

CONTRABAIXOS

Rodrigo Bustamante

Nilson Bellotto *

INSPETORA

Rodrigo M. Braga

André Geiger ***

TROMPETES

Rodrigo de Oliveira

Marcelo Cunha

Marlon Humphreys-Lima *

Wesley Prates

Marcos Lemes

Érico Fonseca **

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO Risbleiz Aguiar

Fabio Ogata

Karolina Lima

Pablo Guiñez

Daniel Leal ***

SEGUNDOS VIOLINOS

Rossini Parucci

Tássio Furtado

Frank Haemmer *

Walace Mariano

ARQUIVISTA TROMBONES

Hyu-Kyung Jung ***

Ana Lúcia Kobayashi

Gideôni Loamir

FLAUTAS

Mark John Mulley *

Jovana Trifunovic

Cássia Lima *

Diego Ribeiro **

ASSISTENTES

Luka Milanovic

Renata Xavier ***

Wagner Mayer ***

Claudio Starlino

Martha Pacífico

Alexandre Braga

Renato Lisboa

Jônatas Reis

Matheus Braga

Elena Suchkova

TUBAS

Rodolfo Toffolo

OBOÉS

Eleilton Cruz *

SUPERVISOR DE MONTAGEM

Tiago Ellwanger

Alexandre Barros *

Rafael Mendes ****

Rodrigo Castro

Valentina Gostilovitch

Públio Silva *** Israel Muniz

TÍMPANOS

MONTADORES

Maria Fernanda Gonçalves

Patricio Hernández

Hélio Sardinha

Pradenas *

Klênio Carvalho

Radmila Bocev

VIOLAS João Carlos Ferreira * Roberto Papi ***

CLARINETES

Flávia Motta

Marcus Julius Lander *

PERCUSSÃO

Gerry Varona

Jonatas Bueno ***

Rafael Alberto *

Gilberto Paganini

Ney Franco

Daniel Lemos ***

Katarzyna Druzd

Alexandre Silva

Sérgio Aluotto

Luciano Gatelli

Werner Silveira

Marcelo Nébias Mikhail Bugaev Nathan Medina

* principal

** principal associado

*** principal assistente

**** musicista convidado


INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA CONSELHO ADMINISTRATIVO

Oscip — Organização da Sociedade Civil de Interesse Público Lei 14.870 / Dez 2003

OS — Organização Social Lei 23.081 / Ago 2018

EQUIPE TÉCNICA

Presidente Emérito

Gerente de Comunicação

Jacques Schwartzman

Merrina Godinho Delgado

Gonçalves Soares Filho

Conselheiros

Douglas Conrado

Jovem Aprendiz Sunamita Souza

SALA MINAS GERAIS

Gerente de Produção Musical

Gerente Contábil

Claudia da Silva

Graziela Coelho

Guimarães

Angela Gutierrez Arquimedes Brandão

Gerente Administrativofinanceira

Mensageiro

Ana Lúcia Carvalho

Presidente Roberto Mário

EQUIPE ADMINISTRATIVA

Berenice Menegale

Assessora de Programação Musical

Bruno Volpini

Gabriela de Souza

Celina Szrvinsk

Gerente de Infraestrutura Renato Bretas

Gerente de Recursos Humanos

Gerente de Operações

Quézia Macedo Silva

Jorge Correia

Fernando de Almeida

Produtor

Analistas Administrativos

Técnicos de Áudio e de Iluminação

Iran Almeida Pordeus

Luis Otávio Rezende

João Paulo de Oliveira

Daniel Hazan

Letícia Cabral

Diano Carvalho

Mauricio Freire

Analistas de Comunicação

Secretária Executiva

Assistente Operacional

Octávio Elísio

Carolina Moraes Santana

Flaviana Mendes

Rodrigo Brandão

Sérgio Pena

Fernando Dornas

Assistente Administrativa

FORTISSIMO

Cristiane Reis

Outubro nº 18 / 2019

Ítalo Gaetani Marco Antônio Pepino

Lívia Aguiar

DIRETORIA EXECUTIVA

Renata Romeiro

Diretor Presidente Diomar Silveira

Analistas de Marketing

ISSN 2357-7258

Diretor Administrativofinanceiro

Eventos — Lívia Brito

Assistente de Recursos Humanos

Projetos — Lilian Sette

Jessica Nascimento

Joaquim Barreto

Itamara Kelly

Diretor de Comunicação Agenor Carvalho

Diretora de Marketing e Projetos Zilka Caribé

Relacionamento —

Edição de texto

Godinho Delgado Berenice Menegale

Recepcionistas

Capa View of Vienna

Meire Gonçalves

from the Belvedere, pintura

Assistente de Marketing e Relacionamento

Vivian Figueiredo

de Bernardo Bellotto

Auxiliar Contábil

Henrique Campos

Pedro Almeida

Assistente de Produção

Auxiliar Administrativa

Rildo Lopez

Geovana Benicio

O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site.

Auxiliar de Produção

Auxiliares de Serviços Gerais

Jeferson Silva

Ailda Conceição

Diretor de Operações Ivar Siewers

Editora Merrina

Rose Mary de Castro

Este programa foi impresso em papel doado pela Resma Papéis.


SUA DOAÇÃO FAZ A

DIFERENÇA

Hoje temos Amigos que fazem a diferença na vida de milhares de crianças e jovens ao possibilitar cada vez mais o acesso ao universo sinfônico. Faça sua doação e ajude-nos na manutenção das nossas ações educacionais.

Conheça e veja como é fácil:

FOTO: BRU NA BR ANDÃO

FIL ARMONICA.ART.BR/AMIGOS 3219-9029


NO CONCERTO Cuide da Sala Minas Gerais.

Seja pontual.

Traga seu ingresso ou cartão de assinante.

Não coma ou beba.

Desligue o celular (som e luz).

Deixe para aplaudir ao fim de cada obra.

Não fotografe ou grave em áudio / vídeo.

Se puder, devolva seu programa de concerto.

Faça silêncio e evite tossir.

Evite trazer crianças menores de 8 anos.

PRÓXIMOS CONCERTOS 17 e 18 out, 20h30

A L L E G R O E V I VA C E

31 out e 1º nov, 20h30 7 e 8 nov, 20h30 16 nov, 18h 19 nov, 20h30 24 nov, 11h

A L L E G R O E V I VA C E

PRESTO E VELOCE F O R A D E S É R I E / M Ú S I C A E L I T E R AT U R A FILARMÔNICA EM CÂMARA C O N C E R T O S PA R A A J U V E N T U D E

Restaurantes parceiros Nos dias de concerto, apresente seu ingresso, cartão de Amigo ou Assinante e obtenha descontos especiais. Saiba mais: fil.mg/restaurantes

R. Rio de Janeiro, 2076

Rua Pium-í, 229

R. Rio Grande do Sul, 1236

Lourdes

Cruzeiro

Santo Agostinho

Rua Curitiba, 2244 Lourdes

Tel: 3292-6221

Tel: 3227-7764

Tel: 2515-6092

Tel: 3291-1447


MANTENEDOR

PAT R O C Í N I O M Á S T E R

PAT R O C Í N I O

A P O I O C U LT U R A L

DIVULGAÇÃO

BMPI REALIZAÇÃO

www.filarmonica.art.br / FILARMONICAMG

RUA T E N E N T E B R I TO M E LO , 1. 090 — BA R RO PR E TO C E P 3 0 .1 8 0 - 0 7 0

|

T E L : ( 3 1 ) 3 2 1 9. 9 0 0 0

BELO HORIZONTE – MG |

FA X : ( 3 1 ) 3 2 1 9. 9 0 3 0

COMU NI CA ÇÃO IC F / 20 19

Sala Minas Gerais


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