abril 2012
ima de frescor, janela aberta, ra Filarmônica rais já está no lhores do país.”
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A família das cordas é a maior de uma orquestra e se compõe dos violinos, violas, violoncelos e contrabaixos. Os violoncelos se situam entre as violas e os contrabaixos, tanto em relação ao tamanho, à extensão e à largura das cordas, bem como na altura do som que produz, localizando-se, geralmente, à direita do maestro, na frente da orquestra. O violoncelo surgiu na Itália no início do século XVI, como uma evolução de antigos instrumentos de corda, como a viola de gamba. No século seguinte ganhou destaque no acompanhamento nas composições do período barroco (1600 a 1750), mas suas reais possibilidades como instrumento solista só se dão no século XVIII, quando são criadas as primeiras obras e concertos específicos para o cello. No início do século XX, o instrumento ganha ainda mais destaque, sobretudo a partir do trabalho de virtuoses como o espanhol Pablo Casals que, além de revigorarem obras antigas (como as Seis Suítes de Bach), estrearam diversas obras novas que continuaram a expandir a técnica do instrumento. Nove instrumentistas compõem o naipe de violoncelos da Filarmônica, liderados pela chefe em exercício deste naipe, Elise Pittenger.
A Filarmônica é toda sua.
Cristina Ramalho
Brasil Econômico_SET 2011
Estão falando sobre você. Sobre você que é o motivo da Orquestra Filarmônica existir. Sobre você que é exigente com o que ouve. Sobre você que às terças e quintas espera se surpreender. Estão falando sobre você. Você que colabora para que a Filarmônica seja uma das melhores orquestras do país. Você que faz diferença a cada concerto. Você é a razão disso tudo. Quando falam sobre a Orquestra Filarmônica estão falando de você. Receba cada aplauso. Você é a orquestra. A Filarmônica é toda sua.
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foto | Rafael Motta
Pode se orgulhar.
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Ministério da Cultura e Governo de Minas apresentam
20h30
3 ABRIL série VIVACE Grande Teatro do Palácio das Artes
Francesco La Vecchia regente convidado Fabio Mar tino PIANO PROGRAMA Gioacchino ROSSI N I Nicolas MEDTN ER
Uma italiana na Algéria: Abertura [9 min] Concerto para Piano e Orquestra nº2 em dó menor, op. 50 [37 min] Toccata (Allegro risoluto) Romance (Andante con moto) Divertimento (Allegro risoluto e molto vivace)
Fabio Mar tino
Solista
I NTERVALO Goffedro PETRASSI
Partita para Orquestra [20 min] Gagliarda Ciaccona Giga
Alfredo CASELLA
Elegia Heroica, op. 29 [17 min] 1
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20h30
12 ABRIL série ALLEGRO Grande Teatro do Palácio das Artes
Fabio Mechetti REGente Conrad Tao piano PROGRAMA Nicolai RIMSKY-KORSAKOV Sergei RACHMAN I NOFF
Conrad Tao
A Grande Páscoa Russa, op. 36 [14 min] Rapsódia sobre um tema de Paganini para piano e orquestra, op. 43 [22min] Solista
foto | André Fossati ilustrações compositores | Mariana Simões
I NTERVALO
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P. I. TCHAI KOVSKY
Sinfonia nº 2 em dó menor, op. 17, “Pequena Russa” [32 min] Andante sostenuto – Allegro vivo Andantino marziale, quasi moderato Scherzo, allegro molto vivace Moderato assai
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20h30
24 ABRIL série VIVACE Grande Teatro do Palácio das Artes
Marcos Arakaki REGente Antonio Lauro Del Claro violoncelo PROGRAMA Aaron COPLAN D Claudio SANTORO Antonio Lauro Del Claro
El Salón México [11 min] Concerto para Violoncelo e Orquestra [20 min] Solista
I NTERVALO Johannes BRAHMS
Sinfonia nº 1 em dó menor, op. 68 [45 min]
foto | Eugênio Sávio
Un poco sostenuto – Allegro Andante sostenuto Un poco allegretto e grazioso Adagio – Più andante – Allegro non troppo, ma con brio
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Caros amigos e amigas, O ano de 2012 foi designado como o Momento Itália-Brasil, e a Filarmônica inicia a programação deste mês recebendo o regente titular da Orquestra Sinfônica de Roma, Francesco La Vecchia. Ele vai dirigir um repertório que mostra vários estilos da música sinfônica italiana, desde Rossini até os mais contemporâneos Casella e Petrassi. Abril pode também ser definido como o mês de apresentação da mais nova geração de excepcionais talentos pianísticos, como o brasileiro Fabio Martino, que executará o dificílimo Concerto nº 2 de Medtner, e o norte-americano Conrad Tao interpretando a Rapsódia sobre um tema de Paganini de Rachmaninoff. Tenho certeza absoluta de que o talento e a competência desses dois jovens contagiarão nosso público de maneira total, transformando essas duas participações em momentos marcantes da Temporada 2012. Além do desafiador programa que abre o mês, nossa Filarmônica mostrará sua diversidade ao se enveredar pelo repertório russo, com obras de Korsakov e Tchaikovsky, assim como em uma nova leitura da celebrada Sinfonia nº 1 de Brahms, dirigida pelo nosso regente assistente Marcos Arakaki. Vale uma menção especial à participação do violoncelista brasileiro Antonio Lauro Del Claro, que celebra em 2012 seus 50 anos de carreira profissional. Tal marco não poderia deixar de ser celebrado pela Filarmônica, já que sua missão inclui a valorização e o reconhecimento de grandes artistas nacionais que, com seu talento e exemplo, colaboram no contínuo processo de engrandecimento da sociedade pela música de qualidade. Parabéns, Antonio Lauro! Tenham todos um bom concerto, Fab i o M e ch e tt i
foto | Eugênio Sávio
Diretor Artístico e Regente Titular
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FABIO
Mechetti Diretor Artístico e Regente Titular Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é também Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra Sinfônica de Jacksonville desde 1999. Foi Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse e da Orquestra Sinfônica de Spokane, da qual é, agora, Regente Emérito. Desde 2008 é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, trabalho que lhe deu o XII Prêmio Carlos Gomes na categoria Melhor Regente brasileiro em 2008. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norteamericanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York. Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá. Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia dirigindo a Filarmônica de Tampere. No Brasil foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro.
foto | Eugênio Sávio
Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmen, Don Giovanni, Cosi fan Tutte, Bohème, Butterfly, Barbeiro de Sevilha, La Traviata e As Alegres Comadres de Windsor. Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York. 9 LN-0022-12 MIOLO_15X26 PROGRAMA ABRIL.indd 8-9
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Aos nove anos, Stephanie Jeong era Daqueles casos raros em que se tem pele uma das mais jovens estudantes de concertista... Monteiro tem o poder de admitidas no famoso Curtis Institute, sensibilizar o público através da epiderme, na Filadélfia, para estudar com o fazendo com que o espectador viva a música renomado violinista Aaron Rosand. com ele, em uma espécie de comunhão.
FRANCESCO LA
VECCHIA regente convidado
É um dom muito especial...
Goffredo Petrassi assim descreveu o maestro: “eu conheci Francesco La Vecchia quando ele era o aluno favorito de Franco Ferrara. Ele é um regente talentoso, com sensibilidade musical rara e com uma das mais avançadas técnicas de regência da atualidade. Suas apresentações são animadas por um fervor interior que ilumina a música, um fervor que é compatível com a plateia igualmente estusiástica. Um grande artista”.
Albert Mallofré, La Vanguardia, Espanha
foto | Antonio Tirocchi
Giuseppe Pennisi, La Scena Musical, Itália
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Em 2002 foi contratado como diretor artístico e regente permanente da Orchestra Sinfonica di Roma. Sob sua liderança a orquestra se tornou, em poucos anos, uma das mais aclamadas e prestigiosas da Europa. Com ela realizou turnês triunfantes em São Petersburgo, Madri, Belgrado, Bruxelas, Rio de Janeiro, Brasília, Londres, Atenas, Berlim, Pequim, Xangai, Viena e Estados Unidos. Em oito temporadas desde a fundação da orquestra, Francesco La Vecchia regeu cerca de 300 apresentações com mais de cem programas sinfônicos diferentes, 18 missas e oratórios e 21 óperas.
Natural de Roma, Francesco La Vecchia começou seus estudos musicais sob os cuidados do avô materno. Aos nove anos, realizou seu primeiro concerto. Aos dezoito liderou e fundou o Quinteto Boccherini e, aos 23, concebeu a ideia da Fondazione Arts Academy em Roma. Aos 27 foi declarado Regente Permanente da Orchestra della Istituzione Sinfonica di Roma.
Sob a batuta do maestro Francesco La Vecchia, a Orquestra Sinfônica de Roma alcançou maturidade plena, comparada às maiores orquestras da Europa.
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diretor artístico, principal regente visitante e diretor musical em orquestras, teatros e festivais na Hungria, Brasil, México e Portugal.
No ano europeu da música, recebeu um prêmio em reconhecimento à sua carreira. Recebeu, ainda, honras diversas de presidentes e ministros da cultura em repúblicas como Brasil, Hungria, Moldávia, França, México e África do Sul, além da cidadania honorária concedida em muitas cidades ao redor do mundo.
La Vechia regeu mais de cem entre as mais ilustres orquestras do mundo e fez gravações no Japão, México, Canadá, Brasil e Itália. A sua série de gravações Maestro, nomeada depois La Vecchia por ele mesmo na publicação semanal Avvenimenti, alcançou o topo das paradas em 1999. Fundou a Orchestra Sinfonica del Lazio, a New World Young Orchestra, dois festivais de música na Itália e um no Brasil. Também foi
Francesco La Vecchia grava para os selos Brilliant e Naxos e é diretor artístico da série de gravações Italian Classics. 11 3/29/12 6:46 PM
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FABIO
MARTINO Fabio Martino é premiado em diversos concursos nacionais e internacionais no Brasil, Portugal e Alemanha.
Speidel com uma bolsa particular cedida pelo senhor Paulo Bilyk. Participou de masterclasses com grandes nomes da música erudita como Lilya Zilberstein, Antonio Meneses, Joaquín Achúcarro, Jerome Rose, Joaquín Soriano e Rudolf Kehrer.
O 1° Prêmio no II Concurso Internacional de Piano BNDES Guiomar Novaes, além do prêmio de melhor interpretação de música brasileira executando os Estudos Intervalares de Edino Krieger, lhe trouxeram convites para vários concertos no Brasil, Estados Unidos e Europa, incluindo apresentações com a Orquestra Sinfônica de Des Moines e recitais em Fresno, Miami, Berlim, Munique e Hamburgo, entre outras. Em maio de 2011 Fabio Martino venceu por unanimidade o Concurso Internacional promovido em Munique pelo Bundesverband der Deutsche Industrie (BDI). Na final e no concerto de premiação executou o Concerto nº 5 para Piano e Orquestra de Ludwig van Beethoven com a Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera sob a direção de Ulf Schirmer.
[...] após um momento de concentração, foi como se Martino tivesse se inserido em uma outra esfera e entrado inteiramente na obra-prima de Beethoven, com toque sensível e interpretação soberana [...] foto | Friedrun Reinhold
Neue Musikzeitung e Münchner Merkur, Alemanha
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Desde 2009 Fabio Martino integra o quadro de jovens solistas do Keyboard Charitable Trust, organização europeia que realiza concertos na Europa e América do Norte, e teve como debut um recital na Steinway Hall de Londres em março de 2010. Fabio Martino foi solista da Orquestra Sinfônica Brasileira, Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo, Orquestra Sinfônica de Santo André, Orquestra da TV Cultura e Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera, com os maestros Ulf Schirmer, Yeruham Scharowsky, Johannes Schlaefli, Carlos Moreno e Mateus Araujo, entre outros.
Fabio Martino nasceu em 1988 em São Paulo e iniciou seus estudos de piano aos cinco anos. Como bolsista da Fundação Magda Tagliaferro foi aluno de Armando Fava Filho. Em 2008 ingressou na Universidade de Música de Karlsruhe, Alemanha, onde estuda sob orientação de Sontraud 13 3/29/12 6:46 PM
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Gioacchino
ROSSINI Itália, 1792 – França, 1868 Filho do trompista municipal de Pesaro e de uma cantora pouco talentosa, Rossini estudou com os conceituados irmãos Malerbi, em cuja biblioteca teve acesso a partituras de Haydn e Mozart. O contato com os grandes mestres vienenses tanto marcou o estilo peculiar de Rossini que o jovem compositor, em começo de carreira, recebeu de seus contemporâneos a alcunha de Il tedeschino (o alemãozinho). Podem-se assinalar em suas obras indícios da elegância, ornamentação e graça mozartianas, porém de forma a torná-los acessíveis a um público de gosto musical menos cultivado e curta memória. Efetivamente, na Itália dos últimos anos do século XVIII, a ópera tornara-se verdadeira paixão nacional e os italianos exigiam títulos novos a cada temporada. Acompanhando esse ritmo alucinante, o catálogo de Rossini impressiona: 38 óperas, vinte oratórios, cantatas, coros e peças vocais com acompanhamento instrumental, que fizeram dele o compositor mais conhecido e idolatrado de seu tempo. Toda essa produção (em que se encontram preciosos tesouros musicais ao lado de inevitáveis páginas apressadas e superficiais) concentrou-se em vinte anos de trabalho. Depois de Guillaume Tell (1829), Rossini viveu os seguintes 39 anos em silêncio, pragmaticamente
Uma italiana na Algéria: Abertura
O catálogo de Rossini impressiona: 38 óperas, vinte oratórios, cantatas, coros e peças vocais que fizeram dele o compositor mais conhecido e idolatrado de seu tempo. PARA OUVIR
CD Rossini: Aberturas de óperas cômicas – Royal Philharmonic Orchestra – Evelino Pidò, regente – Mediasat Group S.A. Espanha/Brasil – 2006
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repousando sobre os louros que colhera na primeira metade da vida.
Rossini despede-se definitivamente da antiga ópera italiana com L’italiana in Algeri, ópera bufa com ambientação oriental, composta em 1813 (como O rapto do serralho, composta por Mozart em 1781). A Abertura mostra uma cintilante orquestração, de brilho e habilidade ímpares, na qual os instrumentos de madeira extravasam seus recursos para dar cor e variedade às irresistíveis melodias. Inicia-se com um breve Andante – as cordas em pizzicato e terna melodia no oboé, ao qual se juntam os clarinetes. O ritmo se precipita e os impetuosos primeiros violinos apresentam o Allegro seguinte. Uma nova melodia estabelece um diálogo do oboé com a flauta, antes que um vigoroso crescendo termine a primeira seção. Na segunda parte, o tema principal (confiado à flauta, ao oboé e ao clarinete) torna-se mais dramático com suas modulações. O segundo tema apresenta uma pergunta da flauta e do fagote à qual o oboé responde. E a música se precipita, novamente, em mais um crescendo tipicamente rossiniano.
O segredo do criador de O barbeiro de Sevilha reside na incomparável vivacidade de sua música, concretizada em recursos sem antecedentes à época, como os crescendi de efeito irresistível – um tema, a princípio apenas esboçado, caminha em repetições de intensidade crescente até um fulgurante estrondo orquestral. Por outro lado, as onomatopeias cômicas atestam a capacidade rossiniana de tirar partido de situações absurdas dos libretos. Assim, em determinado trecho, a música acompanha o cuidado excessivo de um sexteto, cantando, sílaba por sílaba, os versos: “isto é um nó complicado, uma meada muito intrincada”. Em outro, um baixo imita, com trinados e gorjeios, os floreados próprios das vozes agudas. Rossini se diverte e encanta seu público. Entretanto, mais admirável é sua capacidade de escrever delicadas e cativantes melodias, expressivas de afetos como a melancolia, a tristeza e outros sentimentos do gosto pré-romântico e que o impõem como o compositor mais original do primeiro Romantismo italiano, fugindo do convencionalismo de seus ilustres predecessores, Cimarosa e Paisiello.
Paulo Sérgio Malheiros dos Santos
Pianista, Doutor em Letras pela PUC Minas, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais, autor do livro Músico, doce músico.
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Nicolas
MEDTNER Rússia 1880 – Inglaterra 1951
Concerto para Piano e Orquestra nº 2 em dó menor, op. 50 Em suas aparições públicas, Medtner tocava como se estivesse em transe; com os olhos semicerrados e o mínimo de gestos, em comunhão quase religiosa com a música. Para ouvir
CD Medtner: Piano Concertos Nr.2 & 3 (1947) – Philharmonia Orchestra – Issay Dobrowen, regente – Melodya/Série Testament – 1993 Para ler
Ralph Hill – O Concerto – Ulisseia (Portugal) – 1960
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Nicolas Medtner é o membro menos conhecido da trindade de pianistascompositores russos da Era de Ouro, constituída também por seus contemporâneos Alexander Scriabin e Sergei Rachmaninoff. Ao contrário de Rachmaninoff, Medtner raramente deixou a emoção guiar sua obra, talhada nos moldes germânicos de Beethoven e Brahms, sendo apelidado de “Brahms russo”. Pessoalmente, era avesso à fama e desapegado aos bens materiais, o que por vezes deixou-o em situação difícil. Entre sua produção, cada vez mais conhecida, estão as 38 peças para piano denominadas Contos de Fadas, que se referem à capacidade de contar histórias que possui a música sem palavras, como tentativa de se tornar uma linguagem narrativa. Dar significado ao signo musical pode ser complexo, visto que implica transcender seu próprio conceito, limitado ao som pré-organizado. Mas, a mágica dos sons abstratos do dificílimo piano de Medtner está fora do alcance de quem ouve, vê ou tenta imaginar histórias: ela reside em sua gênese, o teclado do piano, e é percebida somente pelo pianista que, trilhando os caminhos do parnasso, pôde descobrir uma escrita milagrosamente desenhada para a mão humana. Em suas aparições públicas, Medtner tocava como se estivesse em transe; com os
olhos semicerrados e o mínimo de gestos, em comunhão quase religiosa com a música. “Eu não quero comunicar meus pensamentos em música e sim minha fé na música. Um tema musical é, acima de tudo, intuição. Ele é adquirido, não inventado”, escreveu Medtner em seu livro A Musa e a Moda, publicado em 1935 com a ajuda de Rachmaninoff.
Mysore, entusiasta da música ocidental e pianista amador. Hoje podemos ouvir as gravações de Medtner executando seus três concertos para piano graças à Medtner Society e à Philharmonia Orchestra, fundadas e patrocinadas pelo devotado marajá indiano.
Nicolas Medtner nasceu na noite de Natal e por isso recebeu o nome do padroeiro São Nicolau. Durante a Revolução Russa, apaixonou-se e foi correspondido por Anna, esposa de seu irmão Emil que, por viver distante, acabou por consentir com a união entre os afins. A saída de Medtner da Rússia e seu estabelecimento em Londres nos últimos 16 anos de vida, somados às muitas viagens, só foram possíveis através da generosidade de Rachmaninoff, que muito o admirava e que lhe dedicou seu Quarto Concerto para Piano.
Pianista, Mestre em Piano pela Universidade Federal de Minas Gerais e professor na Universidade do Estado de Minas Gerais.
Marcelo Corrêa
Em retribuição, Medtner dedicou-lhe a Sonata O Vento da Noite e o Segundo Concerto para Piano, composto e estreado em 1927, tendo o autor como solista, sob a regência do irmão, Alexander, na Grande Sala da Filarmônica de São Petersburgo. Como num conto de fadas, Nicolas Medtner foi descoberto e apoiado financeiramente pelo Marajá de 17 3/29/12 6:46 PM
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Goffedro
PETRASSI Itália, 1904 – 2003 Goffredo Petrassi faz parte, com Luigi Dallapiccola, Luigi Cortese, Giorgio Ghedini e Giacinto Scelsi, da geração de compositores italianos nascidos no início do século XX que se firmaram no cenário musical logo após a Segunda Guerra Mundial (Scelsi é geralmente incluído nessa geração por ter nascido na mesma época, mas seu reconhecimento se deu apenas postumamente). Esses compositores situam-se entre a generazione dell’ottanta (Casella, Respighi, Alfano, Malipiero e Pizzetti) e a geração dos compositores vanguardistas da segunda metade do século: Bruno Maderna, Luigi Nono e Luciano Berio.
Partita para Orquestra
A Partita per orchestra projetou o nome do compositor fora das fronteiras italianas. Iniciava-se, para o jovem Petrassi, uma carreira nacional e internacional.
Goffredo Petrassi nasceu em uma família humilde em Zagarolo, pequena cidade próxima a Roma. Aos quinze anos, para ajudar a família, conseguiu emprego em uma loja de instrumentos musicais. Começava, nesse momento, sua paixão pela música. Ingressou no Conservatório de Santa Cecília, em Roma, aos vinte e quatro anos, onde estudou órgão com Fernando Germani e composição com Alessandro Bustini. Quatro anos mais tarde conhecia Alfredo Casella, que o incentivou a tentar a carreira de compositor e o introduziu no meio musical romano. Em 1932 o sindicato dos músicos promoveu um concurso
Para ouvir
CD Goffredo Petrassi: Partita, Arnold Schoenberg: Erwartung – Orchestra Sinfonica di Roma – Francesco La Vecchia, regente – Orchestra Sinfonica di Roma/Fondazione Roma – Temporada 2007-2008 Para ler
Enzo Restagno (ed.) – Petrassi – E.D.T. Edizioni di Torino – 1986
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de composição em que só poderiam concorrer partitas e sinfonias. Ottorino Respighi e Alfredo Casella estavam entre os jurados. Petrassi recebeu o 1º prêmio concorrendo com a sua recém-composta Partita per orchestra. Foi estreada em 1º de abril de 1933, no Teatro Augusteo, em Roma, pela Orchestra dell’Accademia Nazionale di Santa Cecilia, sob a direção de Bernardino Molinari. Nesse mesmo ano a Partita venceu um concurso internacional em Paris e foi regida por Alfredo Casella em concertos em Amsterdam e Leningrado. A Partita per orchestra projetou o nome do compositor fora das fronteiras italianas. Iniciava-se, para o jovem Petrassi de apenas 29 anos, uma carreira ao mesmo tempo nacional e internacional, antes do término de seus estudos no Conservatório.
originária da América espanhola, tornou-se muito popular na Itália do século XVII. Muitas vezes associada à Passacaglia, a Ciaccona é geralmente concebida como um conjunto de variações sobre tema apresentado nos baixos. A Giga, dança popular rápida de origem inglesa, do século XV, espalhou-se pela Europa, tornando-se muito conhecida na França e Itália no século XVII. Na Partita per orchestra podemos perceber o estilo composicional de Petrassi dos anos 1930, o qual se caracteriza pelo neoclassicismo da corrente de Casella com preocupação formal rigorosa e escolha de temáticas do século XVIII. São perceptíveis também a força rítmica de Paul Hindemith, com seus gestos rápidos e imprevisíveis, e a modernidade vibrante de Stravinsky, com a inserção de acentos assimétricos e o uso essencialmente rítmico e percussivo da orquestra.
Embora nos séculos XVI e XVII o termo partita se relacionasse a uma peça instrumental única ou a um conjunto de variações, passou a referir-se, a partir do início do século XVIII, a um conjunto de danças, à moda da suite. A Partita per orchestra, de Petrassi, possui três movimentos/danças: Gagliarda, Ciaccona e Giga. A Gagliarda foi uma dança de corte do século XVI e início do XVII, rápida e em métrica ternária. A Ciaccona, provavelmente
Guilherme Nascimento
Compositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais e Fundação de Educação Artística, autor dos livros Música menor e Os sapatos floridos não voam.
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Alfredo
CASELLA Itália, 1883 – 1947
Elegia Heroica
Além de grande compositor, Casella foi um pianista brilhante e regente apaixonado, dedicado professor, editor musical impecável e um incansável organizador cultural. Para ouvir
CD Alfredo Casella: Symphony no 3, Elegia eroica – Orchestra Sinfonica di Roma – Francesco La Vecchia, regente – Naxos – 2011
Casella entrou no Conservatório de Paris em 1896, aos 13 anos de idade. Foi aluno de Gabriel Fauré, colega de classe de George Enescu e amigo íntimo de Ravel e Alfred Cortot. Nos quase vinte anos em que viveu na capital francesa, foi amigo de Stravinsky e Manuel de Falla e conheceu Debussy, Busoni e outros grandes nomes da música. De volta à Itália, em 1915, lecionou piano no Liceo di Santa Cecilia (mais tarde renomeado Conservatorio di Santa Cecilia), em Roma. Fundou, em 1923, juntamente
Para ler
Alfredo Casella – Music in my time: the memoirs of Alfredo Casella – University of Oklahoma Press – 1955
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Alfredo Casella faz parte da hoje chamada “Geração dos anos 80”, juntamente com Ottorino Respighi, Franco Alfano, Gian Francesco Malipiero e Ildebrando Pizzetti. A generazione dell’ottanta é o termo utilizado para designar o grupo de compositores, nascidos por volta dos anos 1880, que dominaram a vida musical italiana entre as duas guerras mundiais, ou seja, o período imediatamente posterior à geração de Puccini (Puccini, Mascagni, Leoncavallo e Busoni) e anterior à geração de Dallapiccola (Dallapiccola, Petrassi, Cortese, Ghedini e Scelsi). Embora Casella tenha sido um dos mais inovadores compositores italianos do início do século XX, vem ocupando, entre seus contemporâneos, um lugar modesto na história da música contemporânea.
com Malipiero e Gabriele d’Annunzio, a Corporazione delle nuove musiche, associação destinada à difusão da música moderna italiana. Nos anos 1930 foi professor da classe de aperfeiçoamento de piano na Accademia Nazionale di Santa Cecilia e coordenador do Festival Internazionale di Musica Contemporanea di Venezia. Nos últimos anos de vida, como um dos responsáveis pela redescoberta de Vivaldi, participou ativamente da edição e difusão das obras do compositor barroco, bem como das obras de Bach, Mozart, Beethoven e Chopin. Deixou inúmeros escritos, dentre eles duas obras didáticas adotadas em todos os conservatórios de música do século XX: o célebre guia introdutório ao piano Il pianoforte e o manual de orquestração La tecnica dell’orchestra contemporanea, escrito em colaboração com Virgilio Mortari. Além de grande compositor, Alfredo Casella foi um pianista brilhante e regente apaixonado, dedicado professor, editor musical impecável e um incansável organizador cultural.
um estilo extremamente pessoal. A Elegia Heroica contém, ao final, uma citação da canção popular Fratelli d’Italia, que mais tarde se tornaria o hino nacional italiano. Estreada em Roma em janeiro de 1917, em plena guerra, foi mal recebida pelo público que, curiosamente, acusou o compositor de anti-italiano. A obra tenta contar, através da música, os horrores da Primeira Guerra Mundial. O fracasso da estreia deixou Casella com um profundo sentimento de solidão: “o maior que eu jamais senti, antes ou depois”. Nas palavras do compositor, a Elegia Heroica consiste de “uma marcha fúnebre heroica; um episódio central profundamente triste e intimista; e, finalmente, uma saraivada de tiros que rasga a orquestra e se decompõe em uma canção de ninar que evoca a imagem de nosso país como uma mãe carinhosamente embalando seu filho morto”. Guilherme Nascimento
Compositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais e Fundação de Educação Artística, autor dos livros Música menor e Os sapatos floridos não voam.
Composta em 1916, a Elegia eroica, alla memoria di um soldato morto in guerra faz parte da segunda fase composicional de Casella (1913-20), uma época em que ele já estava suficientemente maduro para conseguir mesclar as influências de Debussy, Stravinsky, Schoenberg e Bartók em 21
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foto | André Fossati
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Conrad
TAO Aclamado pelo renomado crítico musical Harris Goldsmith (Musical America) como “o mais empolgante prodígio que já cruzou o meu caminho”, o pianista de 17 anos sinoamericano Conrad Tao foi descoberto tocando músicas infantis no piano aos 18 meses de idade. Nascido em Urbana, Illinois, ele deu o primeiro recital de piano aos quatro anos e, aos oito, estreou em concerto tocando o Concerto para Piano em Lá maior, K. 414 de Mozart.
A julgar por sua estreia com a Orquestra Sinfônica de Detroit, Tao já é dono de um lugar entre os virtuoses do mundo da música. Prodigioso ele é de fato. Tao explodiu as portas do Concerto para piano nº 2 em Sol menor de SaintSaëns com uma performance não menos sedutora em sua beleza lírica do que em seu brilhantismo técnico de arrepiar os cabelos.
Aos oito anos, como vencedor da Competição Nacional de Concerto de Walgreens de 2003, Conrad interpretou o Concerto para Violino em mi menor de Mendelssohn com a Orquestra de Concerto de Artistas Jovens do Meio Oeste.
Conrad tem se apresentado como solista com a Orquestra da Fildélfia, a Orquestra Nacional da Rússia, a Sinfônica de São Francisco e as sinfônicas de Dallas e Baltimore, entre outras. Seus recitais solo incluem o Museu do Louvre em Paris, os festivais Ravinia e Verbier, a UC Berkeley’s Cal Performance Series e Gilmore Series. Em turnês, esteve na Itália, México, Chile, Rússia, China e Cingapura.
Nomeado Aluno Presidencial para as Artes na Música de 2011, recebeu medalha do presidente Barack Obama, na Casa Branca.
Sua agenda para 2011-12 inclui um retorno a Utah, estreia na Sinfônica de Detroit, onze concertos na Flórida, três turnês na Europa, incluindo recitais em Paris, Berlim e Verbier, e concertos com orquestras no México, Brasil, Alemanha e Polônia. foto | Nadja Kilchhofer
Detroit News, Estados Unidos
Elementos para Piano e Orquestra, foi patrocinado pela Orquestra de Câmara Pró-Música de Columbus e estreado em outubro de 2007. Na temporada 2009-2010, Conrad foi compositor residente na série Chicago’s Music in the Loft. O Quarteto de Cordas nº 2, patrocinado pela Brooklyn Friends of Chamber Music, para o grupo Jasper Quartet, foi executado ao redor dos Estados Unidos durante a temporada 2010-11.
Conrad estuda piano com Yoheved Kaplinsky na Juilliard Pre-College Division e composição com Christopher Theofanidis da Universidade de Yale. Estudou violino com Catherine Cho na Juilliard School. Graduou-se recentemente no Ensino Médio e prepara-se para entrar na Universidade de Colúmbia /Juilliard, em Nova York. Ele reside em Nova York com os pais e uma irmã.
Como compositor, Conrad venceu oito vezes o prêmio Ascap Morton Gould Young Composer. Seu primeiro concerto para piano, Os Quatro 25
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Nicolai
RIMSKY-KORSAKOV Rússia, 1844 – 1908 Em São Petersburgo, na segunda metade do século XIX, quatro jovens aspirantes a compositores se reuniam na casa de Mily Balakirev para estudar música. Eram eles Alexander Borodin, César Cui, Modest Mussorgsky e Nikolai Rimsky- Korsakov. Conhecidos como o Grupo dos Cinco, seus membros dedicavam-se a produzir obras nacionalistas, baseadas na tradição folclórica russa, e rejeitavam qualquer música produzida no Conservatório, por considerar o estudo acadêmico nocivo à formação de jovens compositores. O Grupo dos Cinco se dissolveu nos anos 1870 e, na década seguinte, um novo grupo se formava em São Petersburgo, desta vez em torno do rico comerciante, mecenas e editor musical Mitrofan Belyayev. O Círculo Belyayev, como ficou conhecido, era formado pelos compositores RimskyKorsakov, Alexander Glazunov, Anatoly Lyadov, Nikolai Tcherepnin e Félix Blumenfeld; o musicólogo Alexander Ossovsky; o crítico Vladimir Stasov; e tantos outros que eram aceitos no Círculo tão logo concluíam seus estudos no Conservatório. Rimsky-Korsakov era o líder musical do Círculo. Assim como o Grupo dos Cinco, os membros do Círculo Belyayev pregavam uma música nacionalista, mas acreditavam que a grande música russa somente poderia ser criada através de uma
A Grande Páscoa Russa A música representa, nas palavras do compositor, uma “transição entre o sombrio e misterioso ambiente do Sábado da Paixão ao júbilo do Domingo da Ressurreição”. Para ouvir
CD Rimsky-Korsakov: Shéhérazade, Russian Easter overture, Capriccio espagnol – Philadelphia Orchestra – Eugene Ormandy, regente – Sony Classical – 1991 Para ler
Nikolai Rimsky-Korsakov – Ma vie musicale – Pierre Lafitte – 1914 Richard Taruskin – On Russian music – University of California Press – 2009 Stuart Campbell (ed.) – Russians on Russian music: 1880-1917, an anthology –Cambridge University Press – 2003
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sólida formação musical dos compositores. Belyayev, além de publicar e divulgar as obras dos autores russos com seus próprios recursos, sem se preocupar com o retorno financeiro imediato, criou, em 1886, a série Concertos Sinfônicos Russos, para a qual Rimsky-Korsakov compôs suas obras mais conhecidas: o Capricho Espanhol (1887), Shéhérazade (1888) e A Grande Páscoa Russa (1888).
do Obikhod “Deus levantando-se” nas madeiras, seguido do tema “um anjo lamentando”, no violoncelo solo. Ambos os temas são trabalhados até que se atinja a seção central, dividida em três partes: na primeira, (Allegro agitato) os primeiros violinos e o primeiro oboé apresentam o tema “fugirão de diante Dele os que O odeiam” (Salmo 68), entrecortado com fragmentos do primeiro tema (“Deus levantando-se”). Ao atingir o primeiro clímax da peça somos levados a um momento tranquilo (Poco più sostenuto e tranquillo), quando então ouvimos o tema “Cristo ressuscitou” nos primeiros violinos. Após toques de sino e uma fanfarra nos trompetes, somos conduzidos à segunda parte dessa seção central: um recitativo lento e misterioso do segundo trombone. Tem início, imediatamente, a terceira parte da seção central, que se constitui de uma reexposição da primeira parte, com ligeiras modificações. O tema “Cristo ressuscitou” reaparece na coda, desta vez nos trombones e tuba, enquanto toda a orquestra imita o repique dos sinos. Um tutti nos conduz a um majestoso desfecho.
A Grande Páscoa Russa: abertura sobre temas da igreja russa para grande orquestra, composta entre agosto de 1887 e abril de 1888, foi dedicada à memória de Mussorgsky e Borodin. Sua estreia se deu no dia 3 de dezembro de 1888, sob a direção do compositor. Os temas dessa Abertura são, em grande parte, retirados do Obikhod, uma coleção popular de velhos cânticos da igreja ortodoxa, incluindo cânticos russos, gregos, búlgaros e ucranianos, adotados como cânticos litúrgicos oficiais pela Corte Imperial dos Romanov. Em apenas um movimento, a música representa, nas palavras do compositor, uma “transição entre o sombrio e misterioso ambiente do Sábado da Paixão ao júbilo sem limites do Domingo da Ressurreição”.
Guilherme Nascimento
A peça se divide em introdução, seção central e coda. A introdução (Lento mistico) inicia-se com o tema
Compositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais e Fundação de Educação Artística, autor dos livros Música menor e Os sapatos floridos não voam.
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Sergei
RACHMANINOFF Rússia, 1873 – Estados Unidos, 1943 Em “conversas” com Robert Craft, depois transformadas em livro, o compositor Igor Stravinsky dá um depoimento um tanto anedótico e no mínimo curioso sobre Rachmaninoff: “Lembro-me das primeiras composições de Rachmaninoff. Eram ‘aquarelas’, canções e peças para piano influenciadas por Tchaikovsky. Depois, aos 24 anos, voltou-se para a ‘pintura a óleo’, e tornou-se, na verdade, um compositor velho. Não se pensa, porém, que eu vá desprezá-lo por isso. Ele era, como já disse, um homem apavorante e, além do mais, há muitos outros para serem desprezados antes dele. [...] E ele era o único pianista que jamais encontrei que não fazia caretas. Isto já é muito”.
Rapsódia sobre um tema de Paganini para piano e orquestra, op. 43 A linguagem de Rachmaninoff permanece ligada às formas tradicionais e às técnicas de composição herdadas do Romantismo. Mas ele foi, antes de tudo, um pianista.
Este depoimento, dado por um compositor engajado com as mudanças revolucionárias por que passa a música no século XX, traduz bem a figura de Rachmaninoff no contexto musical contemporâneo: aos artistas criadores e aos musicólogos, em sua grande maioria, sua obra não causa entusiasmo ou desprezo. Por outro lado, aos intérpretes e ao público em geral, ela habitualmente soa atraente e desafiadora... Por vezes, mesmo comovente. É certo que a linguagem de Rachmaninoff parece ignorar os caminhos abertos por Debussy desde o final do século
Para ouvir
CD Sergei Rachmaninoff: Rapsódia sobre um Tema de Paganini – Cleveland Orchestra – George Szell, regente – Leon Fleisher, piano – Phillips – 1998 Para LER
Igor Stravinsky e Robert Craft – Conversas com Igor Stravinsky – Tradução Stella Rodrigo Octavio Moutinho – Perspectiva – 1984
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XIX e permanece ligada às formas tradicionais e às técnicas de composição herdadas do Romantismo. No entanto, ele foi, antes de tudo, um pianista. A parcela mais importante de sua obra, dedicada ao piano, o atesta. Essa ligação visceral com o seu instrumento o faz adotar uma estética “ultrarromântica”, que leva a graus exponenciais o tratamento pianístico, transcendendo (e às vezes superando, à sua maneira), inclusive, as grandes investidas de Liszt. À parte as pequenas obras para piano (a exemplo dos Prelúdios e dos Études-Tableaux), nota-se esse “pianismo ultrarromântico” sobretudo em seus concertos para piano (em especial no Segundo e Terceiro Concertos) e na celebrada Rapsódia Sobre um Tema de Paganini, op. 43.
justamente os vinte e quatro Caprichos. De alguns deles, Schumann e Liszt fizeram transcrições para piano, e Brahms elaborou, com o tema principal do último, duas séries de variações para piano. É nessa mesma tradição romântica que Rachmaninoff compõe sua Rapsódia, op. 43. Na obra, notam-se três seções distintas: a primeira, fundamentada no tema original; a segunda, que começa a partir da sétima variação, é marcada pela exposição de um tema extraído de cantochão, que evoca um trecho do Dies Irae, da missa para os defuntos; a terceira, que começa com a décima terceira variação, se fundamenta na inversão do tema original. A obra termina, depois de um crescendo contínuo, com o retorno do tema original e do Dies Irae, antes expostos. Sem querer reabrir a polêmica sobre a importância estética ou histórica de Rachmaninoff, é fato que a sua Rapsódia, op. 43 constitui amostragem clara de seu pianismo e de sua linguagem, merecendo, por isso mesmo, a atenção e entusiasmo, se não de todos, pelo menos de seus intérpretes e de seu público.
Composta em 1934, esta obra foi estreada no mesmo ano em Baltimore (EUA), pela Orquestra da Filadélfia, sob a regência de Leopold Stokowski, tendo como solista o próprio compositor. Trata-se de uma obra concertante, para piano e orquestra, constituída de vinte e quatro variações sobre o tema do vigésimo quarto Capricho de Paganini (composto para violino solo). A figura mítica de Paganini, que ajudou a moldar a mentalidade romântica, transparece em suas obras, de grande dificuldade, cujo exemplo mais célebre são
Moacyr Laterza Filho
Pianista e cravista, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa pela PUC Minas, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais e na Fundação de Educação Artística.
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Piotr Iliich
TCHAIKOVSKY Rússia, 1840 – 1893 Para Tchaikovsky a sinfonia era, antes de tudo, uma obra confessional, à qual confiava todo o seu mundo interior. Nesse sentido, o universo de suas sinfonias apresenta enorme riqueza e variedade de sentimentos. Por outro lado, o compositor sempre encontrou dificuldade em se moldar à tradicional e característica forma-sonata, que ele, entretanto, insistiu em cultivar por considerá-la um poderoso fator de unidade e coerência musicais. Em suas sinfonias, Tchaikovsky brilha, principalmente pela intuição do poder expressivo da instrumentação e pela ciência magistral do equilíbrio sonoro de sua orquestra. Suas peculiaridades nesse domínio manifestam-se em detalhes, como o emprego do registro grave das madeiras (responsável pelo obsessivo clima sombrio que ressoa até em suas peças de inspiração mais alegre); ou a especial predileção pela trompa solista.
Sinfonia nº 2 em dó menor, op. 17, “Pequena Russa” Ela difere das outras sinfonias do compositor, substituindo-lhes o caráter confessional pelas alegres impressões de um músico que passeia por pequenas aldeias e participa de festas populares. Para ouvir
CD Tchaikovsky – Sinfonia nº 2 op. 17, A tempestade op. 18 – Chicago Symphony Orchestra – Claudio Abbado, regente – Sony Classical – 1992
Durante o verão de 1872, na residência de sua irmã Alexandra, em Kamenka (Ucrânia, ou Pequena Rússia), Tchaikovsky começou a composição de sua segunda sinfonia. Inspirou-se em melodias da região, o que explica o subtítulo da obra. Ela difere consideravelmente das outras sinfonias do compositor, substituindo-lhes o caráter confessional característico — 30 LN-0022-12 MIOLO_15X26 PROGRAMA ABRIL.indd 30-31
o chamado “ciclo do fatum” — pelas alegres impressões de um músico que passeia por pequenas aldeias e participa de festas e danças populares. A estreia em Moscou, sob a direção de Nikolai Rubinstein, constituiu um triunfo memorável. Por seus elementos folclóricos, a sinfonia recebeu o apoio imediato dos compositores ligados ao famoso Grupo dos Cinco, de tendência nacionalista.
O terceiro movimento, Scherzo – Allegro molto vivace, possui a convencional forma “A-B-A”. Trata-se de uma página de enorme brilho. A primeira parte “A” trabalha fragmentos de temas populares, sobrepondo-os uns aos outros, sugerindo uma dança de aldeia ao som de balalaicas. O trio “B”, simples e rústico, contrasta perfeitamente com o clima dessa festa.
Na lenta introdução ao primeiro movimento, Andante sostenuto – Allegro vivo, a bucólica trompa cita uma variante da conhecida melodia ucraniana Descendo o Volga, antes que a música culmine no brilho efetivo do Allegro. O desenvolvimento inclui elementos da introdução em combinações contrapontísticas de grande habilidade técnica.
O Finale – Moderato assai baseia-se na canção campestre O grou (curiosamente, o mesmo tema, variado ritmicamente, foi usado por Beethoven no scherzo de sua nona sinfonia. Provavelmente, o compositor alemão o conheceu pelas mãos do conde Razoumovski). Tchaikovsky repete o tema oito vezes, em uma série de variações puramente instrumentais, com exuberante virtuosismo orquestral. Outro tema, de beleza melódica cativante, coloca-se em oposição ao anterior, até que os dois, combinados, conduzam a uma agitada dança aldeã, de alegria comunicativa e brilhante conclusão.
O segundo movimento, Andantino marziale, quasi moderato, introduz, sobre os pizzicati das cordas, uma marcha, de orquestração bem dosada, típica dos pequenos conjuntos instrumentais da Pequena Rússia. Na parte central, uma melodia relembra a lenta introdução da Sinfonia, antes que a banda reapareça, agora transfigurada por coloridas variações orquestrais. O movimento termina com o cortejo marcial se afastando progressivamente.
Paulo Sérgio Malheiros dos Santos
Pianista, Doutor em Letras pela PUC Minas, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais, autor do livro Músico, doce músico.
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Marcos
Arakaki REGENTE
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regente assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira.
Conduziu ainda as filarmônicas de Boshulav Martinu na República Tcheca, Kharkov na Ucrânia, de Buenos Aires, da Universidade Nacional do México e também a orquestra da Academia Americana de Regência, em Aspen.
Formado pela Unesp em 1998, concluiu mestrado em Regência Orquestral pela Universidade de Massachusetts em 2004, com apoio da Fundação Vitae. À frente da Orquestra Sinfônica Brasileira, gravou em 2010 a trilha sonora para o filme Nosso Lar, composta por Philip Glass.
Como regente titular, o maestro promoveu a reestruturação da Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem entre os anos 2008 e 2010, obtendo grande reconhecimento da crítica especializada e do público na cidade do Rio de Janeiro.
Em 2001, Marcos Arakaki venceu o I Concurso Nacional Eleazar de Carvalho para Jovens Regentes, promovido pela Orquestra Petrobras Sinfônica e, oito anos depois, o I Prêmio Camargo Guarnieri promovido pelo Festival Internacional de Campos do Jordão.
foto | Miguel Aun
Como regente titular, o maestro promoveu a reestruturação da Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem entre os anos 2008 e 2010, obtendo grande reconhecimento da crítica especializada e do público na cidade do Rio de Janeiro.
Marcos Arakaki já esteve à frente de importantes orquestras no Brasil e no exterior, dentre elas as sinfônicas dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte e Paraíba, a Petrobras Sinfônica, as sinfônicas de Campinas, Recife, da USP e da Unicamp, a Orquestra de Câmara da Osesp e a Experimental de Repertório.
Marcos Arakaki atua como regente assistente da Filarmônica de Minas Gerais desde o começo da Temporada 2011, tendo conduzido a Orquestra em concertos nas cidades de Betim, Brumadinho, Tiradentes, Ouro Preto, Mariana, São João del-Rei, Juiz de Fora, Governador Valadares, Ipatinga, Teófilo Otoni, Montes Claros, Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí e Varginha, além das séries Vivace, Concertos Didáticos, Concertos para a Juventude e Clássicos no Parque.
Entre 2000 e 2002, Marcos Arakaki foi o principal regente convidado da Camerata Fukuda e regente assistente da Orquestra Sinfônica de Santo André. Em 2005, foi o principal regente da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto. Entre 2007 e 2010, trabalhou como regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba e 33
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Antonio Lauro
Del Claro Sobre Antonio Lauro Del Claro o consagrado violoncelista Pierre Fournier dizia ser ele um dos instrumentistas mais brilhantes de sua geração e um dos mais sinceros intérpretes da literatura musical do violoncelo. Natural de São Paulo, Del Claro começou a estudar música aos sete anos com o pai, violoncelista, e, mais tarde, com Jean Jacques Pagnot. Na Itália foi aluno de Radu Aldulescu (violoncelo) e de Enrico Mainardi (música de câmara). Classificou-se em 1º lugar no Concurso de Verão Musical de Taormina.
W. Roldán, El Pais, URUGUAI
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Del Claro foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Artes três vezes – Melhor Solista Jovem de 1967 e 1972, Melhor Solista de 1992 – e recebeu o Prêmio Carlos Gomes de 1999 como Melhor Solista Instrumentista. Grande divulgador da música brasileira, gravou discos de Camargo Guarnieri, Henrique Oswald, VillaLobos, Radamés Gnattali e GuerraPeixe. Apresentou em primeira audição mundial obras para violoncelo que lhe foram dedicadas por Camargo Guarnieri, Osvaldo Lacerda, Claudio Santoro, Almeida Prado e Sérgio Vasconcelos Corrêa. Suas gravações mais recentes são o CD Tributo a Guerra-Peixe, com José Staneck (gaita) e Flavio Augusto (piano), e o DVD Contraponto 2, com obras de Aloísio Didier, com a pianista Maria Tereza Madeira.
Com bolsa concedida pelo Governo do Estado de São Paulo, estudou em Paris com Roberto Salles, aperfeiçoando-se em Genebra como discípulo de Pierre Fournier. Foi o mais jovem integrante da Orquestra de Câmara Pró-Música de São Paulo e da Orquestra Filarmônica de São Paulo, além de primeiro violoncelista da Orquestra do Theatro Municipal de São Paulo e da Orquestra da USP.
foto | Devanir Parra
Del Claro é um dos instrumentistas mais completos do Brasil, um virtuoso e um músico que se destaca tanto no terreno da música de câmara como em concerto com orquestra.
Antonio Del Claro foi professor da Unicamp e professor convidado da Fundação Carlos Gomes de Belém. Realiza seminários e masterclasses no Brasil e EUA e participa dos mais importantes festivais de música.
Com os grupos Trio de Genebra, Artistrio e Trio Americas realizou gravações e turnês pela França, Suíça, Itália, Alemanha, EUA e Brasil. Atua como solista com as maiores orquestras brasileiras e também na França, Suíça, Itália, América Latina e EUA. Foi solista convidado da Orquestra de Câmara de Moscou, quando em turnê pelo Brasil.
Durante este ano, além das atividades como solista, será regente convidado das orquestras Sinfônica de Americana, Camerata Fukuda e Orquestra Jovem do FML.
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Aaron
COPLAND Estados Unidos, 1900 – 1990 Copland atravessou o século XX e viveu constantes mudanças políticas e estilísticas que o influenciaram profundamente. Criou um estilo norte-americano próprio, sintetizando influências das músicas judaicas, negro-americanas, angloamericanas e latino-americanas. Criticava tanto a intelectualidade excessiva quanto a afetação romântica na música. Identificava-se com a imagem, atribuída a Schubert, de Beethoven como um compositor que alcançou “soberba frieza sob o fogo da fantasia criativa”.
El Salón México
A Grande Depressão aproximou Copland das ideias socialistas. Em 1932, visitou pela primeira vez o México, encontrando inspiração nas pessoas e no governo revolucionário.
Foi profundamente influenciado por Nadia Boulanger, com quem estudou em Paris entre 1921 e 1924. Admirava-lhe a ampla compreensão da literatura musical, o senso de clareza, elegância e continuidade formal: “la grande ligne”. Pôde discutir filosofia, literatura e estética em seus “chás das quartas-feiras”, tomando contato com músicos e escritores, como André Gide, que lhe causou forte impressão.
Para ouvir
CD Aaron Copland – El Salón México – New York Philharmonic Orchestra – Leonard Bernstein, regente – Deutsche Grammophon – Gravação de 1969
O intenso intercâmbio com compositores de diferentes países, e com o que se fazia de mais avançado em termos musicais na Europa, fertilizou o trabalho que viria a desenvolver mais tarde nos EUA. Referência para seus colegas americanos,
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Copland abriu mão de uma posição segura de professor universitário acreditando na possibilidade de viver de suas composições. Tornou-se integrante ativo da Liga de Compositores de Nova York, escrevendo intensamente para o Modern Music e para outras revistas especializadas. Fomentou espaços diversos para a difusão da música de seu tempo e fez da abrangência e da diversidade não apenas determinantes estéticas, mas imperativos éticos. Organizou festivais e séries de concertos (Copland-Sessions Concerts, Yaddo Festival), foi supervisor de publicação de música contemporânea americana (Cos Cob Press), tornou-se líder da American Composer Alliance e cofundador do American Music Center.
sica “caracteristicamente sua”. Balés, trabalhos patrióticos e obras ligeiras como El salón México trouxeram-lhe a aclamação da crítica e do público na passagem da década. Trabalhou na composição sinfônica de El salón México, “cartão-postal sonoro”, menos essência nacional do que “impressões turísticas”, de 1932 a 1936. Ao invés de canções que ouviu, utilizou ideias extraídas das partituras de El palo verde, La jesusita, El mosco e El malacate. O refrão de El palo verde aparece três vezes na passagem de uma ideia a outra neste conjunto de temas mexicanos. O pensamento composicional desta fantasia para orquestra revela-se na frase de Copland: “eu não componho, eu reúno materiais”. Leonard Bernstein arranjou a obra para piano solo, para piano a quatro mãos e para dois pianos. Carlos Chávez estreou-a com a Orquestra Sinfónica de México em 1937. A obra, de sugestões por vezes dançantes, leva o nome da tradicional casa mexicana, El salón México: uma típica e popular casa de dança na Cidade do México.
De especial importância em sua vida foram os anos 1930, quando viajou e viveu com o fotógrafo Victor Kraft, de quem não se separaria até meados dos anos 1940. A Grande Depressão aproximou-o das ideias socialistas. E quando em 1932 visitou pela primeira vez o México, encontrou inspiração nas pessoas e no governo revolucionário. Seu estilo americano próprio combinava com sua inclinação para os estilos nacionais em geral. Declarava que o ouvinte tinha “profunda necessidade psicológica” de encontrar “a nota” que faz a mú-
Igor Reyer
Pianista, Mestre em Música pela Universidade Federal de Minas Gerais.
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Claudio
SANTORO Brasil, 1919 – 1989 O talento musical de Claudio Santoro foi descoberto através do violino que ganhara do tio aos dez anos. Em três anos obteve tão impressionante progresso que, com bolsa de estudos do governo amazonense, foi enviado para se aperfeiçoar no Conservatório de Música Rio de Janeiro. Lá, aos 18 anos, foi designado professor ao concluir o curso. Em 1940, dedicouse à composição e aproximou-se de seu primeiro mestre, Hans-Joachim Koellreutter, com o qual estudou até meados de 1941. Não foi Koellreutter o iniciador da inquietude estética de Santoro, mas, certamente, o mestre ajudou-o a fortalecer sua crença no método dodecafônico e no mote “não há arte sem ideologia”. Na década de 1950, Santoro iniciou uma nova fase composicional como fruto dos estudos com Nadia Boulanger em Paris. Suas ideias musicais subitamente tornaram-se líricas, subjetivas e leves, no sentido da assimilação popular. Tal transformação foi também a resposta musical de um ativista comunista à censura dos governos Dutra e Vargas. Para ele, os termos popular e nacionalista transcendiam o Brasil e iam direto à Rússia. Dedicou-se a compor sob os preceitos do Realismo Soviético e a transpô-los para seu país: “a forma e o conteúdo da música devem expressar o entusiasmo do nosso povo,
Concerto para Violoncelo e Orquestra “A revolução espiritual que o mundo atualmente atravessa não deixará de influenciar a produção contemporânea.” Claudio Santoro, década de 1940. Para ouvir
CD Claudio Santoro: Um Concerto, três Sonatas, uma Sonatina, um Canto, um Vocalise e uma Música para Orquestra de Cordas – Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC – Claudio Santoro, regente – Soarmec – 1998 Para LER
Vasco Mariz – História da Música no Brasil – Nova Fronteira – 2000
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suas lutas, suas esperanças”. Em 1952 conquistou em Viena o Prêmio Internacional da Paz pela obra orquestral Canto de Amor e Paz. Em 1953, compôs a Sinfonia da Paz, da qual foi retirada a palavra “paz” pelos órgãos de censura, que permitiam somente o título Sinfonia nº 4. Na década de 1960, Santoro retornou ao dodecafonismo e ousou ao criar experimentos eletroacústico visuais. Faleceu em Brasília em 1989, em pleno palco, regendo um ensaio da Orquestra do Teatro Nacional de Brasília, da qual foi fundador e maestro titular. Em sua homenagem, a partir daquele ano a casa passou a se chamar Teatro Nacional Claudio Santoro.
3º Festival Internacional de Música de Washington, nos Estados Unidos. Reverenciado instrumentista e professor, Parisot vive hoje seu nonagésimo ano, quase como uma lenda, e faz parte do corpo docente da prestigiosa Yale School of Music. Entre os compositores que conheceu e lhe dedicaram obras estão também Camargo Guarnieri, José Siqueira e Villa-Lobos. Parisot e Santoro, além de músicos, dedicaram-se à pintura, e vale a pena lembrar que seus nomes encabeçaram a lista dos Manifestos do Grupo Música Viva, movidos por Koellreutter na década de 1940: “A revolução espiritual que o mundo atualmente atravessa não deixará de influenciar a produção contemporânea. Essa transformação radical que se faz notar também nos meios sonoros é a causa da incompreensão momentânea frente à música nova. As ideias, porém, são mais fortes do que preconceitos!”. De fato, tal declaração, escrita há quase setenta anos, continua audaciosamente viva.
Escreveu 28 obras para orquestra e instrumento solista, e provavelmente teve a intenção de compor mais de um concerto para violoncelo. Seu único Concerto para Violoncelo e Orquestra foi composto em Berlim, Alemanha, em outubro de 1961, após um período de intensa atividade na Europa, como regente. As relações de Santoro com a Alemanha foram tão profícuas que ele posteriormente residiu por quase uma década naquele país. Não é possível fazer referências ao Concerto para Violoncelo sem citar a figura do violoncelista brasileiro Aldo Parisot, que estreou a obra em 1965, regendo a Orquestra Sinfônica de Buffalo no
Marcelo Corrêa
Pianista, Mestre em Piano pela Universidade Federal de Minas Gerais e professor na Universidade do Estado de Minas Gerais.
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Johannes
BRAHMS Alemanha, 1833 – Áustria, 1897 Quando apresentou ao público sua primeira sinfonia, Brahms tinha já 43 anos – fato surpreendente para um compositor que sempre se dedicara exclusivamente à música. Ainda criança, abandonou os estudos escolares para trabalhar com o pai, músico humilde que tocava trompa e contrabaixo em tabernas, concertos ao ar livre e pequenos saraus, muitas vezes em ambientes absolutamente impróprios para a sua idade. Orgulhoso do talento do filho, Jakob Brahms convenceu o notável professor de piano Otto Cossel a aceitá-lo como aluno, sem qualquer remuneração. Como não pudesse dispor de um instrumento em casa, conseguiu que o fabricante Baumgartner o autorizasse a praticar nos pianos de seu estabelecimento. Assim, a partir dos sete anos, Brahms já se dedicava ao aprendizado musical com seriedade e constância. Aos dez anos, seu primeiro concerto público atraiu a atenção de Eduard Marxsen, homem de grande prestígio artístico, excelente professor de piano e teoria. Marxsen incentivou o novo aluno com o estudo metódico dos antigos mestres do contraponto (Lassus, Palestrina, Bach) e a prática dos modelos formais do classicismo vienense (Haydn, Mozart, Beethoven).
Sinfonia nº 1 em dó menor, op. 68
A Primeira Sinfonia é uma obra absolutamente pessoal e profundamente unitária na sólida arquitetura de seus quatro movimentos. Para ouvir
CD Brahms – Symphonies n 1-4 – CD1 – Berliner Philharmoniker – Herbert von Karajan, regente – Deutsche Grammophon – 2011 os
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Por volta de seus vinte anos, Brahms passou a realizar turnês com músicos de renome, entre outros os violinistas Reményi e Joachim, que o levaram até Liszt e Schumann. O generoso Liszt o recebeu com cordialidade, mas Brahms mostrou-se intimidado pelo sofisticado cerimonial em torno do poderoso artista na corte de Weimar e, simplesmente, desconsiderou seu convite para integrar a “nova escola alemã”. Ao contrário, uma amizade inquebrantável se estabeleceu por toda vida entre Brahms e o casal Clara e Robert Schumann. Este o recomendou a seus editores e dedicou-lhe um apaixonado artigo na influente revista que dirigia. Na sequência, outros importantes músicos contemporâneos, como o crítico Hanslick, preocupados com a tradição musical alemã, elegeram Brahms como a figura emblemática do movimento de reação à “música do futuro”, preconizada pelos poemas sinfônicos de Liszt e pelo drama musical wagneriano.
fonia. Antes de terminá-la, Brahms acumulara obras de peso, como o Concerto em ré menor para piano op.15, as Variações sobre um tema de Haydn op.56 e as duas Serenatas op.11 e op.16. A partitura da Sinfonia passou por um longo processo de elaboração que se arrastou por mais de vinte anos: foi iniciada em 1854, logo após o encontro de Brahms com Schumann, só sendo retomada e concluída em 1876. E a ansiedade do compositor manteve-se até o final, concretizada nas alterações que fez, de última hora, nos dois movimentos centrais. A espera mostrou-se frutífera – a primeira sinfonia de Brahms (como as três seguintes) marca um ponto culminante desse gênero no Romantismo. Logo após a estreia da Primeira, o maestro von Bülow a denominou a Décima, aludindo à continuidade que ela representava em relação às nove sinfonias de Beethoven. Entretanto, Brahms retorquiu com rude desprezo quando um crítico vienense observou que o tema final de sua sinfonia se parecia com o do Coral da Nona: – É verdade; e os estúpidos o percebem mais rapidamente – respondeu. De qualquer modo, a Primeira é uma obra absolutamente pessoal e profundamente unitária na sólida arquitetura de seus quatro movimentos. Evitando a monotonia
Quando, em 1862, Brahms – um homem solitário, com fama de áspero e insociável – fixou-se definitivamente em Viena, o público já o respeitava como o herdeiro de Beethoven e é provável que o receio de uma comparação direta com o legado do grande clássico determinasse a demora da estreia de sua primeira sin41
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com absoluta coerência de ideias, Brahms constrói a unidade da obra dosando com inteligência a variedade de recursos e os elementos de contraste, como o uso de tonalidades e compassos diferentes para cada andamento. Quanto à forma cíclica, ela nunca é ostensiva, extraindo de apenas uma célula básica os temas dos diversos movimentos. Seguindo tal princípio, a complexa introdução e o primeiro movimento (Un poco sostenuto – Allegro) já contêm os elementos fundamentais para o desenvolvimento de toda a sinfonia. Os dois andamentos extremos adotam a forma sonata (com introdução e coda) e se apresentam complementares – as tensões e o clima de inquietação criados no primeiro movimento só se resolvem no brilhantismo do último (Adagio – Più andante – Allegro non troppo, ma con brio). Brahms reduz as proporções dos dois movimentos intermediários, conformando-os a uma envergadura menor que a das grandes construções beethovenianas e dando-lhes um caráter mais intimista. O meditativo segundo movimento (Andante sostenuto) traz a estrutura de Lied (A-B-A). Na seção central aparece uma bucólica melodia, confiada sucessivamente ao oboé e ao clarinete. O terceiro movimento (Um poco allegretto e grazioso) tem a forma de um scherzo com trio, mas renuncia ao caráter de scherzo humorístico e agitado, tão importante em Beethoven. O encantador tema principal soa como uma melodia entoada por um despreocupado caminhante que passeia pelo campo.
contribuem para realçar os aspectos inovadores dessa monumental obra – suas sutilezas rítmicas, mudanças de acentuação, ruptura da regularidade dos compassos e a genial habilidade em variar os temas com fragmentações e inversões.
Paulo Sérgio Malheiros dos Santos
Pianista, Doutor em Letras pela PUC Minas, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais, autor do livro Músico, doce músico.
foto | André Fossati
Brahms limitou-se à orquestra usada por Beethoven na Nona sinfonia e conseguiu cores e planos sonoros absolutamente originais que 42 LN-0022-12 MIOLO_15X26 PROGRAMA ABRIL.indd 42-43
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ACOMPANHE A FILARMÔNICA EM OUTRAS
SÉRIES DE CONCERTOS
A música clássica está cada vez mais pop.
exclusivamente a grupos de crianças e jovens da rede escolar pública e particular e instituições sociais. Serão realizados três grandes concertos no auditório do Sesc Palladium.
Concertos para a Juventude Realizados em manhãs de domingo, são concertos dedicados aos jovens e às famílias, buscando ampliar e formar público para a música clássica. As apresentações têm ingressos a preços populares e contam com a participação de jovens solistas. Local: Teatro Sesc Palladium Horário: 11 horas da manhã Datas: 27 de maio 12 de agosto 30 de setembro 21 de outubro 11 de novembro
Festivais O Festival Tinta Fresca procura identificar e promover novos compositores brasileiros. O concerto de encerramento será realizado no Sesc Palladium no dia 20 de setembro. O Laboratório de Regência tem por finalidade dar oportunidade a jovens regentes brasileiros, de comprovada experiência, de desenvolver, na prática, a habilidade de lidar com uma orquestra profissional. Concerto no Sesc Palladium, dia 8 de dezembro.
Clássicos no Parque Realizados em parques e praças da RMBH, proporcionam momentos de descontração e entretenimento, buscando democratizar o acesso da população em geral à música clássica. Em 2012 serão realizados os seguintes concertos:
Turnês Estaduais As turnês estaduais levam a música de concerto a diferentes cidades e regiões de Minas Gerais, possibilitando que o público do interior do Estado tenha o contato direto com música sinfônica de excelência. Nove municípios serão contemplados em 2012.
6 de maio Praça do Papa, Mangabeiras, 19 horas 20 de maio Praça Floriano Peixoto, Santa Efigênia, 11 horas
Turnês Nacionais e Internacionais
19 de agosto Praça Duque de Caxias, Santa Tereza, 11 horas
Com essas turnês, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais busca colocar o Estado de Minas dentro do circuito nacional e internacional da música clássica. Em 2012, a Orquestra se apresentará no Festival de Campos do Jordão e fará sua primeira turnê internacional para o Cone Sul, com concertos na Argentina (Buenos Aires, Rosário e Córdoba), no Chile (Santiago) e no Uruguai (Montevideo).
2 de setembro Praça da Liberdade, Funcionários, 11 horas 16 de setembro Inhotim, Brumadinho, 15h30
Concertos Didáticos De caráter educativo, não são concertos abertos ao público, mas destinados
A Globo Minas se orgulha de incentivar a popularização da música clássica, por meio da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.
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ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS ABRIL 2012
Cássia Lima* Renata Xavier ** Alexandre Braga Mechthild Bier ****
Yan Vasconcellos
Oboés
Carlos Natanael Felix de Senna Matheus Luiz Ferreira
DIRETOR ARTíSTICO e REGENTE TITULAR
Fabio Mechetti
Alexandre Barros * Ravi Shankar ** Israel Silas Muniz Moisés Pena
REGENTE ASSISTENTE
Clarinetes
Marcos Arakaki
Primeiros Violinos Anthony Flint spalla
Rommel Fernandes
spalla
assistente de
Ana Zivkovic Ar thur Vieira Ter to Bojana Pantovic Eliseu Mar tins de Barros Jovana Trifunovic Marcio Cecconello Mar tha de Moura Pacífico Mateus Freire Rodolfo Marques Toffolo Rodrigo de Oliveira Tiago Ellwanger Elias Mar tins de Barros **** Segundos Violinos
Frank Haemmer * Eri Lou Miyake Nogueira Gláucia de Andrade Borges José Augusto de Almeida Leonardo Ottoni Luka Milanovic Marija Mihajlovic Radmila Bocev Rodrigo Bustamante Valentina Gostilovitch Simone Mar tins **** Anderson Farinelli **** Tiago Paganini **** Violas
João Carlos Ferreira * Cleusa de Sana Nébias Gerry Varona Gilber to Paganini Glaúcia Mar tins de Barros Marcelo Nébias Nathan Medina Katarzyna Druzd William Mar tins Daniel Prazeres **** Violoncelos
Elise Pittenger *** Ana Zorro Camila Pacífico Camilla Ribeiro Lina Radovanovic Matthew Ryan-Kelzenberg Pedro Bielschowsky Robson Fonseca Contrabaixos
Colin Chatfield * Nilson Bellotto ** Brian Fountain Hector Manuel Espinosa Marcelo Cunha Valdir Claudino Flautas
Supervisor de Montagem
Rodrigo Castro
Dominic Desautels * Marcus Julius Lander ** Ney Campos Franco Alexandre Silva
Instituto Cultural Filarmônica
Fagotes
Diretor Presidente
Catherine Carignan * Ariana Pedrosa Andrew Huntriss Romeu Rabelo Fábio Cury **** Saxofones
Robson Saquett soprano **** César Baracho alto **** Trompas
Diretoria Executiva
Diomar Silveira
Diretor Administrativo-financeiro
Tiago Cacique Moraes Diretora de Comunicação
Jacqueline Guimarães Ferreira Diretor de Marketing e Relacionamento
Thiago Nagib Hinkelmann Diretor de Produção Musical
Marcos Souza
Evgueni Gerassimov * Gustavo Garcia Trindade ** José Francisco dos Santos Lucas Filho Fabio Ogata Douglas Costa **** Tiago Mar tins ****
Equipe Técnica
Trompetes
Luis Otávio Amorim
Marlon Humphreys * Erico Oliveira Fonseca ** Daniel Leal Trombones
Mark John Mulley * Wagner Mayer ** Renato Lisboa
Gerente de Comunicação
Merrina Godinho Delgado Gerente de Produção Musical
Claudia Guimarães Produtora
Carolina Debrot Produtor Produtor
Narren Felipe
Analista de Comunicação
Andréa Mendes
Mariana Theodorica
Patricio Hernández *
Assistente de Comunicação
Percussão
Auxiliar de Produção
Teclados
Ayumi Shigeta * Gerente
Jussan Fernandes Inspetora
Karolina Lima
Mariana Garcia Lucas Paiva
Equipe Administrativa Analista Administrativo
Eliana Salazar
Analista de Recursos Humanos
Quézia Macedo Silva Analista Financeiro
Thais Boaventura Secretária Executiva
Flaviana Mendes
Auxiliares Administrativos
Cristiane Reis, João Paulo de Oliveira e Vivian Figueiredo Recepcionista
Assistente Administrativo
Lizonete Prates Siqueira
Débora Vieira
Auxiliar de Serviços Gerais
Arquivista
Mensageiro
Ailda Conceição
Sergio Almeida Assistentes
Klênio Car valho Maíra Cimbleris
Jeferson Silva Menor Aprendiz
Pietro Tayrone Consultora de programa
Berenice Menegale
Clássicos no Parque 20 de maio 11h, Praça Floriano Peixoto Marcos Arakaki regente Verdi / Villa-Lobos / Dukas / Piazzolla J. Williams / Tchaikovsky
Série Vivace 24 de abril terça-feira, 20h30 Palácio das Artes Marcos Arakaki regente Antonio Lauro Del Claro
Série Allegro 24 de maio quinta-feira, 20h30 Palácio das Artes Carl St. Clair regente convidado Nicola Benedetti violino Leonardo Elschenbroisch
COPLAND / SANTORO BRAHMS
Ticheli / Brahms Prokofieff
violoncelo
SÉRIE Allegro 3 de maio quinta-feira, 20h30 Palácio das Artes Fabio Mechetti regente Yolanda Kondonassis harpa Debussy / Ginastera Bartók / Dukas
Analista de Marketing e Projetos
Marcelo Penido **** Jennifer Campbell ****
Série Allegro 12 de abril quinta-feira, 20h30 Palácio das Artes Fabio Mechetti regente Conrad Tao piano KORSAKOV / RACHMANINOFF TCHAIKOVSKY
Analista de Marketing de Relacionamento
Marcela Dantés
Tímpanos
Harpas
ABRIL
MAIO
Mônica Moreira
Rafael Costa Alber to * Daniel Lemos ** Werner Silveira Sérgio Aluotto
concertos
Analista de Comunicação
Tuba
Eleilton Cruz *
PRóximos
MONTADORES
Clássicos no Parque 6 de maio domingo, 11 h Praça do Papa Marcos Arakaki regente Verdi / Villa-Lobos Dukas / Piazzolla J. Williams / Tchaikovsky Série Vivace 15 de maio terça-feira, 20h30 Palácio das Artes Kazuyoshi Akiyama
violoncelo
Concertos para a Juventude 27 de maio 11h, Sesc Palladium Marcos Arakaki regente Rafael Costa Alberto percussão Toyama / Rosauro Anderson / Korsakov Concertos Didáticos 28 de maio 10 h, Sesc Palladium Marcos Arakaki regente Diomar Silveira narrador Britten / Tchaikovsky Gounod / Copland Bernstein
regente convidado
Barry Douglas piano Toyama / Beethoven Sibelius
*chefe de naipe **assistente de chefe de naipe ***chefe/assistente substituto ****músico convidado
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Aparelhos Celulares
A Filarmônica é toda sua.
Confira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro. Tosse
Perturba a concentração dos músicos e da plateia. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha. Aplausos Aplauda apenas no final das obras, que, muitas vezes, se compõem de dois ou mais movimentos. Veja no programa o número de movimentos e fique de olho na atitude e gestos do regente.
PatrocÍNIO
Pontualidade
Uma vez iniciado um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.
Apoio Cultural
Crianças
Caso esteja acompanhado por crianças, escolha assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir desconfortável.
Divulgação
Fotos e gravações em áudio e vídeo
Não são permitidos na sala de concertos.
APOIO INSTITUCIONAL
Comidas e bebidas
Seu consumo não é permitido no interior da sala de concerto.
w w w. i n c o n f i d e n c i a . c o m . b r
foto | Rafael Motta
REALIZAÇÃO
CUIDE DO SEU PROGRAMA DE CONCERTOS O programa mensal impresso é elaborado com a participação de diversos especialistas e objetiva oferecer uma oportunidade a mais para se conhecer música, compositores e intérpretes. Desfrute da leitura e estudo. Solicitamos a todos que evitem o desperdício, pegando apenas um programa por mês. Se você vier a mais de um concerto no mês, traga o seu programa ou, se o esqueceu em casa, use o programa entregue pelas recepcionistas e devolva-o, depositando-o em uma das caixas colocadas à saída do Grande Teatro. O programa se encontra também disponível em nosso site: www.filarmonica.art.br.
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“Com esse clima de a Orquestra de Minas Gerais pódio das mel www.filarmonica.art.br R. Paraíba, 330 | 120 andar | Funcionários CEP 30130-917 | Belo Horizonte | MG Tel. 31 3219 9000 | Fax 31 3219 9030 contato@filarmonica.art.br
REALIZAÇÃO
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