julho 2012
que existissem tras como esta: s com o desejo se superarem.” Josep Caballé-Domenech Regente convidado da série Vivace_OUT 2011
O contrabaixo é a voz mais grave e o maior entre os instrumentos de cordas. O seu desenvolvimento coincide com a evolução da própria história da música, quando a criação de novas harmonias e a introdução de sons mais graves estimularam a busca por instrumentos com registros baixos. Nessa busca, o contrabaixo surgiu no século XVI, pelas mãos dos principais luthiers italianos, tornando-se frequente em orquestras dois séculos depois. Embora bastante semelhante, ele difere dos demais instrumentos de cordas – violino, viola e violoncelo – nos ombros mais inclinados e, em alguns casos, na parte posterior plana, características herdadas das antigas violas. Na música sinfônica ele é usado principalmente na sustentação das cordas e tocado com o arco. A produção dos sons com os dedos, em pizzicato, é também frequente, porém, menos do que na música popular. Alguns músicos, como Bottesini e Koussevitsky, valorizaram o contrabaixo como instrumento solista, mas o jazz foi o grande responsável pela popularização do instrumento. Na orquestra, os contrabaixos ficam à direita do maestro. A Filarmônica de Minas Gerais possui sete contrabaixos, liderados pelo chefe de naipe Colin Chatfield.
A Filarmônica é toda sua.
Estão falando sobre você. Sobre você que é o motivo da Orquestra Filarmônica existir. Sobre você que é exigente com o que ouve. Sobre você que às terças e quintas espera se surpreender. Estão falando sobre você. Você que colabora para que a Filarmônica seja uma das melhores orquestras do país. Você que faz diferença a cada concerto. Você é a razão disso tudo. Quando falam sobre a Orquestra Filarmônica estão falando de você. Receba cada aplauso. Você é a orquestra. A Filarmônica é toda sua.
foto | Eugênio Sávio
Pode se orgulhar.
Ministério da Cultura e Governo de Minas apresentam
PÁG. 7
SÉRIE ALLEGRO 5 DE JULHO
Fabio Mechetti R EGENTE Nelson Freire PIANO BERIO Ritirata notturna di Madrid
MOZART Concerto para piano nº 20
FALLA Noites nos jardins de Espanha RAVEL La Valse PÁG. 23
SÉRIE VIVACE 17 DE JULHO
Fabio Mechetti R EGENTE Johannes Moser VIOLONC ELO WAGNER Rienzi: Abertura
HINDEMITH Concerto para violoncelo STRAUSS Uma vida de herói PÁG. 35
SÉRIE ALLEGRO 26 DE JULHO
Fabio Mechetti R EGENTE Luíz Filíp VIOLI NO GUARNIERI Concerto para violino nº 2 SHOSTAKOVICH Sinfonia nº 7
Caros amigos e amigas,
Receber Nelson Freire é sempre uma honra e um prazer, principalmente desta vez, quando ele interpretará não uma, mas duas peças extremamente belas do repertório pianístico: o dramático Concerto em ré menor de Mozart e a envolvente Noites nos Jardins de Espanha de Manuel de Falla. Na verdade, o mês de julho será marcado por grandes realizações de nossa Orquestra, que executará obras de grande desafio e complexidade, demonstrando, assim, o grau de amadurecimento que vem ganhando desde sua criação: o autobiográfico poema sinfônico de Richard Strauss, Uma vida de herói, e a monumental Sinfonia nº 7 de Shostakovich, fruto das impressões causadas pelo cerco de Leningrado durante a Segunda Guerra. Apresentamos também ao nosso público dois jovens solistas de reputação internacional. O violoncelista alemão Johannes Moser exibe o neoclássico Concerto de Hindemith, enquanto o violinista brasileiro Luíz Filíp, radicado na Alemanha, interpreta o belo Concerto nº 2 de Camargo Guarnieri. Ficamos muito honrados ainda com o convite para participar dos festivais de Campos do Jordão e de Juiz de Fora. É o reconhecimento cada vez maior do trabalho que vem sendo realizado em Minas Gerais, dividido com um público entusiasta que nos assiste em todo o Brasil. Tenham um bom concerto. FA B I O M E C H E T TI
foto | Fernando Lara
Diretor Artístico e Regente Titular
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FABIO
MECHETTI DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008. Por esse trabalho, recebeu o XII Prêmio Carlos Gomes/2009 na categoria Melhor Regente brasileiro. É também Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra Sinfônica de Jacksonville (EUA) desde 1999. Foi Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse e da Orquestra Sinfônica de Spokane, da qual é, agora, Regente Emérito. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norteamericanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York. Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá. Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia dirigindo a Filarmônica de Tampere. No Brasil foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro.
foto | André Fossati
Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmen, Don Giovanni, Cosi fan Tutte, Bohème, Butterfly, Barbeiro de Sevilha, La Traviata e As Alegres Comadres de Windsor. Fabio Mechetti recebeu títulos de Mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York. 5
20H30
5 JULHO SÉRIE ALLEGRO Grande Teatro do Palácio das Artes
Fabio Mechetti Nelson Freire
REGENTE PIANO
PROGRAMA Luciano BERIO W. A. MOZART
Ritirata notturna di Madrid Concerto para piano e orquestra nº 20 em ré menor, K. 466 Allegro Romanza Rondò
Nelson Freire
SOLISTA
foto | Rafael Motta ilustrações compositores | Mariana Simões
I NTERVALO Manuel de FALLA
Noites nos jardins de Espanha No Generalife Dança distante Nos jardins da serra de Córdoba
Nelson Freire SOLISTA Maurice RAVEL
La Valse
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SÉRIE ALLEGRO 5 JULHO
Aos nove anos, Stephanie Jeong era Daqueles casos raros em que se tem pele uma das mais jovens estudantes de concertista... Monteiro tem o poder de admitidas no famoso Curtis Institute, sensibilizar o público através da epiderme, na Filadélfia, para estudar com o fazendo com que o espectador viva a música renomado violinista Aaron Rosand. com ele, em uma espécie de comunhão.
NELSON
FREIRE
É um dom muito especial...
A imprensa internacional aclamou-o como um dos grandes pianistas do nosso tempo, comparando-o a figuras lendárias da história do piano. Integralmente dedicado à música, Nelson Freire inspira-se nos grandes pianistas que o impressionaram desde garoto, como Rachmaninov, Horowitz, Rubinstein e Guiomar Novaes.
ALBERT MALLOFRÉ, LA VANGUARDIA, ESPANHA
ÁLVARO SIVIERO, O ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL
Nascido na cidade mineira de Boa Esperança, estudou com Nise Obino e Lúcia Branco, às quais deve a sólida educação musical e pianística que obteve no Brasil. Nelson fez sua primeira apresentação pública aos quatro anos. Aos doze foi premiado no Primeiro Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro, de cuja comissão julgadora participavam, entre outros, Guiomar Novaes, Marguerite Long e Lili Kraus. Esse prêmio lhe valeu uma bolsa para estudar em Viena, sob orientação de Bruno Seidlhofer. Estreou na Academia de Música de Viena aos 15 anos.
foto | Benjamin Eolavega
Freire interpretou Mozart com a visão beethoveniana, dando à performance um caráter mais romântico, com a utilização de rubatos , pedal generoso e legatos. O rondo final recebeu do pianista accelerandos assumidos em algumas retomadas de tema.
Dentre as orquestras com as quais já colaborou, destacam-se as Filarmônicas de Berlim, Munique e Roterdã, Sinfônicas de Viena e Londres, Orquestras do Concertgebouw de Amsterdã e do Tonhalle de Zurique, Bayerische Rundfunk, Gewandhaus de Leipzig, Royal Philharmonic Orchestra de Londres, Orchestre National de France, Orchestre de Paris, Orchestre de la Radio France, Orquestras de Monte Carlo e da Suisse Romande, Filarmônica Checa, Sinfônica de São Petersburgo, Filarmônica de Israel e a Tóquio NHK. Na América do Norte, tocou com as Orquestras de Baltimore, Boston, Chicago, Cleveland, Los Angeles, Montreal, Nova York e Filadélfia. Como recitalista, Nelson Freire frequenta regularmente as mais prestigiosas salas de música de Paris, Nova York, Londres, Roma, Tóquio, Madri, Amsterdã, Roterdã, Bilbao, Bruxelas, Zurique, Genebra, São Francisco e Toronto. Em festejado duo com a pianista argentina Martha Argerich, apresentou-se no Japão, Argentina, Europa, Estados Unidos e no Brasil.
Apresentou-se em mais de 50 países, nos cinco continentes. Em 1964, foi vencedor do Concurso Internacional Vianna da Motta, Portugal, e conquistou a Medalha Dinu Lipatti, Inglaterra. Em cinco décadas de dedicação à música, tocou com inúmeros regentes ilustres, como Sir Colin Davis, Pierre Boulez, Riccardo Chailly, Charles Dutoit, Valery Gergiev, Eugen Jochum, Lorin Maazel, Rafael Kubelik, Kurt Masur, Rudolf Kempe, Vaclav Neumann, Seiji Osawa, Michel Plasson, André Previn, David Ziman.
Sua discografia inclui gravações de Chopin, Schumann, Beethoven e Debussy, entre elas várias premiações: Premio Edison, Diapason D´Or, Grand Prix de l´Académie Charles Cros, Choc du Monde de la Musique, 10 by Repertoire, Clássica, Grammy e revista Grammophon. Em 2011, recebeu o título de Doutor Honoris Causa na UFRJ. 9
SÉRIE ALLEGRO 5 JULHO
LUCIANO
BERIO ITÁLIA, 1925 – 2003 Boccherini?... Aquele que compôs o Minueto? Berio?... Aquele que usava temas dos Beatles?
Ritirata notturna di Madrid ANO DE COMPOSIÇÃO_
8 min
É precisamente o encontro de um compositor do século XVIII com outro, do século XX, falecido em 2003, que vai gerar o jogo de espelhos, ilusões e sugestões sobre o que é representar, alterar e brincar com um tema musical de origem espanhola, escrito há mais de 200 anos.
1975
O encontro de um compositor do século XVIII com outro do século XX gera o jogo de espelhos, ilusões e sugestões sobre o que é representar, alterar e brincar com um tema musical.
A obra Quatro versões originais da “Retirada Noturna de Madrid” de L. Boccherini sobrepostas e transcritas para orquestra, de autoria de Luciano Berio, composta em 1975 e estreada nesse mesmo ano em Milão, assume sem vaidades ou compromissos aquilo que o seu título sugere. Berio, quando questionado pelo compositor Smith Brindle a respeito desta obra, respondeu com brevidade e resumiu sem rodeios o processo de composição: “Peguei uma versão da obra de Boccherini para quarteto de cordas, outra para quinteto de cordas, outra para quinteto com piano e outra com guitarra (violão), e sobrepus todas, com alguns ajustes engraçados que tive que realizar”. Tal sobreposição resultou na versão orquestral que será ouvida hoje.
PARA OUVIR
CD Luciano Berio: Orchestral Transcriptions – Orchestra Sinfonica di Milano Giuseppe Verdi – Riccardo Chailly, regente – Decca Music Group – 2004 PARA LER
Paul Griffths – A Música Moderna – Capítulos 13 e 14 – Jorge Zahar Editor – 1998 PARA VISITAR
www.lucianoberio.org
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A obra original de Luigi Boccherini (1740 – 1805), intitulada Musica notturna delle strade di Madrid, composta para quinteto de cordas em 1780 – período em que o autor vivia na Espanha –, tem sete andamentos, dos quais a Ritirata é o último. Foi precisamente para esse andamento que, tendo alcançado grande fama junto ao público de sua época, Boccherini foi convidado a fazer diversas versões para grupos instrumentais distintos, em que cada uma apresenta pequenas variantes em relação às outras. Na “recomposição” desta obra, Berio limitou-se a sobrepor orquestralmente as quatro versões escolhidas, por vezes não obedecendo a um alinhamento exato entre elas, fazendo assim pequenos ajustes. A única parte, na obra, que não pertence ao original, mas é derivada dele, é a da percussão. Assim, iremos escutar as melodias, harmonias e ritmos de uma banda militar caminhando pelas ruas de Madrid, aproximando-se de nós e posteriormente afastandose, até se perder na distância e na escuridão.
rido na vanguarda musical estruturalista e racionalista da Europa do pós-guerra, cedo decidiu percorrer outros caminhos criativos. Neles, a experimentação musical e uma poética baseada, acima de tudo, nas potencialidades de comunicação do objeto sonoro, aliam-se a uma busca incessante de matéria composicional nas manifestações musicais de todas as culturas e todas as épocas. Encontramos na sua obra referências simultâneas a músicas díspares e aparentemente inconciliáveis; porém, a sua conjugação, realizada pela maestria do compositor, aportalhes novos significados. Desde Monteverdi aos Beatles, o jazz, o serialismo dodecafônico, as canções folclóricas e a polifonia africana, em Berio tudo se une para dar origem a uma música pessoal e inconfundível. João Pedro Oliveira
Compositor, professor da Universidade Federal de Minas Gerais.
Luciano Berio construiu, indubitavelmente, um dos percursos musicais mais interessantes do século XX. Tendo iniciado a sua produção como compositor inse11
SÉRIE ALLEGRO 5 JULHO
WOLFGANG AMADEUS
MOZART ÁUSTRIA, 1756 – 1791 Não houvesse os concertos para piano de Mozart, estariam irremediavelmente empobrecidas as histórias da música e do homem. Devido à originalidade e ao caráter diverso de cada uma dessas obras, seus vinte e três concertos – incluindo os concertos para dois e três pianos – configuram uma espécie de diário da extensa produção do compositor e alcançaram, na maturidade, um nível de expressividade sem precedentes no gênero.
Concerto para piano e orquestra em ré menor, K. 466 ANO DE COMPOSIÇÃO_
31 min
1785
O caráter apaixonado do Concerto em ré menor talvez tenha fascinado Beethoven, que ainda jovem o executou num concerto em benefício da viúva de Mozart.
Inovando pelo rico diálogo entre solista e orquestra, pelo refinamento das texturas e despojamento de todo virtuosismo supérfluo, Mozart exerceu forte influência sobre os compositores que o sucederam. Difícil imaginar, sem a iluminação de Mozart, que rumos poderia ter tomado o repertório posterior para piano e orquestra, ou se teríamos chegado aos concertos românticos e modernos na forma e no esplendor em que hoje os conhecemos.
PARA OUVIR
CD Mozart Piano Concertos – Camerata Academica des Mozarteums Salzburg – András Schiff, piano – Sandor Végh, regente – Decca – 1995
Entre todos os concertos, nenhum outro foi tão profético quanto o K. 466, estreado em Viena em 1785, com o próprio autor como solista. Após a estreia, Joseph Haydn declarou ser Mozart o maior compositor que conhecia, pessoalmente ou de nome. A obra transcende os limites estéticos da época e antecipa características da linguagem romântica, tais como
PARA LER
Olívio Tavares de Araújo – Procurar Mozart – Editora Síntese – 1991
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a individualidade e a espontaneidade da liberdade de expressão, sem transpor de forma radical a estrutura clássica. É o mais dramático e fervoroso dos dois escritos em modo menor (o outro é o Concerto K. 491, em dó menor), o que justifica ter sido tão popular no século XIX e que permaneça até hoje o mais famoso da coletânea. É significativa a escolha da tonalidade de ré menor, de pouco uso em Mozart, mas que, como nos casos do Réquiem e da cena do banquete de Don Giovanni, associa-se com frequência à tragicidade.
dias escritas por Mozart, atestando a predileção do compositor pelo instrumento (o novo tema em momento algum será compartilhado com a orquestra). Surpreende também que o movimento conclua não de forma impetuosa, como o ar revolucionário da obra poderia invocar, mas em gentil pianíssimo. A serenidade habitual do segundo movimento é reforçada, nesta sonhadora Romanza, pela tonalidade de si bemol maior. Piano e orquestra dialogam, assumindo mutuamente as frases um do outro. Construída em seções (A-B-A-C-A-Coda), revive, na agitada seção C, em súbita modulação para sol menor, a conflituosa atmosfera do Allegro. Finaliza de forma conciliadora, em pacífica amabilidade. O Rondó final mantém o espírito grave do primeiro movimento, mas sua longa e otimista coda em modo maior induz a especulações sobre as razões desse giro feliz na conclusão do concerto: mera e gentil concessão ao gosto predominante do público da época pelas tonalidades maiores, recurso de praxe para os finais dos primeiros e terceiros movimentos em modo menor, no estilo galante que Mozart representa, ou deliberado término vitorioso sobre os conflitos anunciados na obra?
O caráter apaixonado do Concerto em ré menor talvez tenha fascinado Beethoven, que ainda jovem o executou num concerto em benefício da viúva de Mozart. Suas cadências de uso próprio, escritas para o primeiro e terceiro movimentos, ficaram célebres e são tocadas com frequência. A abertura orquestral do Allegro arrebata o ouvinte desde o sombrio acorde de ré menor, reafirmado pelos violinos e violas em síncopes inquietantes, sobre o insistente e ameaçador motivo dos violoncelos e contrabaixos. Poucos compassos adiante, o clima passional da obra é francamente declarado na explosão tempestuosa do primeiro forte. Na entrada do solista, em soberano contraste com o tutti inicial, o piano canta uma das mais calorosas melo-
Miguel Rosselini
Pianista e Professor da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais.
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SÉRIE ALLEGRO 5 JULHO
MANUEL DE
FALLA ESPANHA, 1876 – ARGENTINA, 1946
Noites nos jardins de Espanha
(Impressões sinfônicas para piano e orquestra) ANO DE COMPOSIÇÃO_
23 min
1915
Sua escrita é bastante inovadora (evidentemente inspirada nos recursos da guitarra espanhola) e se desenvolve como que entregue a uma improvisação incessante. PARA OUVIR
Andaluz por parte de pai e catalão pelo lado materno, Manuel de Falla, nascido em Cádiz, desde criança familiarizou-se com a música folclórica espanhola na sua forma mais genuinamente popular, cotidiana. Sua vocação musical consolidou-se com as primeiras lições de piano e a audição frequente do oratório de Haydn As sete palavras de Cristo, obra-prima que, curiosamente, o mestre austríaco compôs especificamente para a catedral de Cádiz. Na Real Academia de Madrid, Falla estuda com o grande musicólogo Felipe Pedrell, mestre de Albéniz (1860 – 1909) e de Granados (1867 – 1916). Em 1905, ganha importante prêmio pela ópera La vida breve e, dois anos depois, sua carreira de compositor tomará o rumo definitivo, quando se transfere para Paris, onde permanecerá até 1914. Na capital francesa Falla apresenta sua ópera para Paul Dukas que, entusiasmado e generoso, torna-se seu professor particular de instrumentação e abre-lhe as portas do cenário vanguardista parisiense. O jovem compositor faz assim amizade com seus compatriotas Picasso e Albéniz, com Ravel e Debussy (que admirava especialmente). Nesse ambiente efervescente, apesar de seu temperamento discreto, da sincera modéstia e extrema discrição, Falla triun-
CD Manuel de Falla: Nights in the Gardens of Spain – Orquestra Filarmônica de Londres– Charles Dutoit, regente – Alicia de Larrocha, piano – Decca – 1984 PARA LER
Manuel Orozco Diaz – Falla – Orozco Salvat Editores S.A. – 1985
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fará pela originalidade e excelência de sua música. Nela, o compositor celebra a Espanha, com uma profusão de motivos e ritmos fulgurantes – o fandango andaluz, a seguidilla, boleros, toadas murcianas, sevillanas e a farruca típica do estilo flamenco –, mas sua abordagem do folclore revela-se comprometida e atualizada com as renovações musicais do começo do século XX e mantém intacto irresistível apelo universal.
En el Generalife (Allegretto tranquillo e misterioso) faz referência ao castelo medieval dos reis mouros em Granada, cujos jardins, em terraços, dão para a fortaleza da Alhambra e suas fontes. Há na partitura inflexões orientais, com o piano desenhando formosos arabescos sobre o prodigioso fundo orquestral, como para lembrar que a Espanha foi (e ainda é) o ponto mais ocidental do Oriente. Danza lejana (Allegretto giusto) apresenta uma constante figura rítmica de dança cigana e sugere os rumores das águas da Alhambra. A orquestração estabelece um jogo notável entre os sopros e as cordas. Após um momento de quietude, o movimento liga-se ao noturno final, sem pausa.
Falla começou a composição de Noches en los Jardines de España em Paris (1911), mas as crescentes exigências que impôs a si próprio dificultaram o término da obra, que só foi concluída em 1915, em Barcelona. Apesar da divisão tripartida, não se trata de um concerto para piano e orquestra. O piano não é solista e muito menos concertante, apenas um instrumento mais destacado da orquestra. Quanto à técnica pianística, sua escrita é bastante inovadora (evidentemente inspirada nos recursos da guitarra espanhola) e se desenvolve fluentemente, como que entregue a uma improvisação incessante.
En los jardines de la Sierra de Córdoba (Vivo), em forma de rondó com estribilho, faz brilhar toda a orquestra, com destaque para as sonoridades cintilantes do triângulo e dos pratos. Na seção central (Allegro moderato) o piano tem um solo magnífico. Ao final, percebemos que fomos transportados a uma cidade da Serra Morena, em noite de festa, com a música confiada à magia de uma orquestra cigana.
A obra não procura ser descritiva. Embora as peças tenham títulos e duas mencionem paisagens andaluzas, as três impressões sinfônicas são pura emoção musical:
Paulo Sérgio Malheiros dos Santos
Pianista, Doutor em Letras pela PUC Minas, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais, autor do livro Músico, doce músico.
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SÉRIE ALLEGRO 5 JULHO
MAURICE
RAVEL FRANÇA, 1875 – 1937
La Valse ANO DE COMPOSIÇÃO_
13 min
Ravel tem seu nome indissoluvelmente ligado à dança. Ela aparece, na obra do compositor, a evocar os mais diversos sentimentos e estados de espírito. Pavane pour une infante défunte; Menuet Antique; assim como a Forlane, o Rigaudon e o Menuet, da suíte Le Tombeau de Couperin, exemplificam, além da predileção pela dança, a segurança de ofício do compositor, ao verter para a orquestra obras que, no original para piano, já apresentavam um sentido de completude. A valsa, por sua vez, sempre atraiu, de modo especial, a atenção de Ravel, e as oito Valses Nobles et Sentimentales, para citar apenas um exemplo, conheceram idêntico percurso, da versão para piano à realização orquestral; esta, aliás, visando à realização coreográfica. Por outro lado, Ravel compôs, para balé, obras já concebidas diretamente para orquestra, como o Bolero, ou para um efetivo mais numeroso, como o acréscimo de um coro, em Daphnis et Chloé.
1920
É uma obra perturbadora, que integra, de forma orgânica, uma paleta de muitos matizes. Surpreende e desvela, de forma dramática, seu turbulento momento histórico. PARA OUVIR
CD Maurice Ravel – Orquestra Sinfônica de Montreal – Charles Dutoit, regente – Decca – 1999
A composição do Poema Coreográfico La Valse teve um percurso peculiar, que merece destaque. Desde 1906, Ravel acalentava a ideia de homenagear o célebre compositor vienense Johann Strauss. A homenagem tomou forma, em 1914, com o projeto de compor um Poema Sinfônico, intitulado Wien. A eclosão
PARA LER
Roland de Candé – História Universal da Música – Editora Martins Fontes – 1994
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da Primeira Guerra Mundial interrompeu o trabalho, retomado em 1919 quando Serge de Dhiaghilev, diretor dos Ballets Russes, convenceu o compositor a transformar o projeto. No entanto, o próprio Diaghilev (que, em 1912, já havia levado ao palco Daphnis et Chloé), ao ouvir La Valse em versão para piano a quatro mãos – apresentada, em 1920, por Ravel e Alfredo Casella – teria dito tratar-se de uma obra-prima, porém inadequada para uma versão coreográfica: era “apenas a pintura de um balé”. A estreia da obra se deu em 12 de dezembro de 1920, como peça de concerto, e La Valse teve que aguardar nove anos até que, graças aos esforços de Ida Rubinstein (célebre atriz e bailarina russa a quem o Bolero foi dedicado) – a Opéra de Paris apresentou a primeira coreografia, assinada, ironicamente, por uma ex-integrante do balé de Diaghilev, Bronislava Nijinska.
momentos de súbitos contrastes, ou ainda pelo virtuosismo orquestral, que passa também por uma escritura instrumental exigente em termos de apuração técnica. E para o ouvinte – a quem La Valse pede uma audição ativa, uma atenção por vezes difusa, em passagens nas quais, em vez de temas, o compositor emprega breves motivos melódicos, às vezes com relevo apenas no aspecto rítmico. Longe do melodismo de tantas outras obras do compositor, encontramonos, já nos compassos iniciais, diante de uma ambientação criada pelos acordes de contrabaixos, em tremolo e pontuações rítmicas com cordas de contrabaixos pinçadas, em pizzicati, associadas a tímpano e harpa. Dessa atmosfera emergem fragmentos melódicos, entregues aos fagotes, e o clima soturno é atravessado por certa luminosidade, nascida dos tremolos de violas e violinos, e dos glissandos de harpa. Fragmentos melódicos, derivados das intervenções iniciais dos fagotes, ganham cores variadas ao se expandirem para os sopros, e cabe ao naipe das violas a primeira e, ainda assim contida, expansão temática. Quando uma melodia ganha corpo, agora entregue aos violinos, secundados por violas e violoncelos, estamos diante de um dos crescendos arrebatadores de
Em La Valse, Ravel desmente, com ênfase, alguns epítetos associados ao seu nome: “relojoeiro da orquestra”, clássico, calculista... Esse Poema Coreográfico é todo fantasia, emoção, arrebatamento. É também um desafio: para os intérpretes – pela condução de um caleidoscópio de temas, atmosferas, pelo controle de dinâmicas em passagens com crescendos progressivos e em 17
Oiliam Lanna
ASSINANTE
do
Às 20h30, as portas do Grande Teatro são fechadas para dar início ao concerto. Quando você chega na hora, pode relaxar, se acomodar e preparar os ouvidos e a alma para cada acorde, cada composição, cada surpresa. Por isso, chegue no horário e aproveite toda a apresentação. Seja um propagador dessa ideia!
Compositor e professor da Universidade Federal de Minas Gerais.
Seu programa não acaba quando termina o concerto Com este programa, você conhece um pouco mais sobre música clássica e sobre a sua Filarmônica. Quando vier a mais de um concerto no mês, tenha sempre consigo o seu. Se o esqueceu, use um dos programas entregues pelas recepcionistas, depositando-o, ao final da apresentação, em uma das caixas colocadas junto às portas de saída do foyer. Assim, ele vai estar disponível para outras pessoas nos próximos concertos do mês. E lembre-se: você pode acessá-lo a qualquer momento em nosso site.
Seja um Assinante Filarmônica. Mande e-mail para: queroassinar@filarmonica.art.br
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Não perca um segundo dos grandes clássicos
leia + www.filarmonica.art.br
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ic a Vale lembrar que apenas uma passagem inicial de La Valse foi objeto dessa descrição. Através de um longo percurso composicional, temas se sucedem, retornam sob nova roupagem, com transformações tímbricas, dinâmicas, em contraponto com um tecido orquestral complexo, em que vários planos dão a ideia de uma rica perspectiva.
OLÁ,
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Por outro lado, a “precisão” de data e lugar, bem como as alusões à valsa vienense, podem ser entendidas através de um paralelo com o argumento de Daphnis et Chloé. Ao se inspirar em um texto grego, do século II, Ravel afirmou não se preocupar com a precisão arqueológica. Segundo o compositor, a obra era “fiel à Grécia de meus sonhos”, muito mais próxima de uma idealização dos pintores franceses do final do século XVIII. La Valse, por seu turno, é uma obra perturbadora, que integra, de forma orgânica, uma paleta de muitos matizes. Surpreende e desvela, de forma dramática, como “um turbilhão fantástico e fatal”, seu turbulento momento histórico. Vai muito além do salão e dos limites da dança.
Saiba tu
La Valse. Impossível não lembrar, nesse momento, a nota de programa, anexada à partitura original: “Nuvens turbilhonantes deixam entrever, através de frestas de luz, pares de valsistas. Elas se dissipam pouco a pouco: distingue-se uma imensa sala ocupada por uma multidão rodopiante.” A dinâmica em fortíssimo, resultante do crescendo, é, segundo o compositor, uma primeira explosão luminosa dos lustres de “uma Corte imperial, por volta de 1855”.
20 21 foto | AndrĂŠ Fossati
20H30
17 JULHO SÉRIE VIVACE Grande Teatro do Palácio das Artes
Fabio Mechetti
REGENTE
Johannes Moser
VIOLONCELO
PROGRAMA Richard WAGN ER Paul H I N DEMITH
Rienzi: Abertura Concerto para violoncelo e orquestra Moderadamente rápido Calmo; muito vivo; lento como no início Marcha: vivo; trio sobre uma velha marcha; mais vivo
Johannes Moser SOLISTA I NTERVALO Uma vida de herói, op. 40
foto | André Fossati
Richard STRAUSS
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SÉRIE VIVACE 17 JULHO
JOHANNES
Ele foi um encanto. Antevia com entusiasmo cada mudança de frase. Seu tom foi facilmente entoado e transmitido. Comprometeu-se com os músicos da orquestra, que pareciam crescer cada vez mais à medida que tocavam com ele. MARK SWED, LOS ANGELES TIMES, ESTADOS UNIDOS 24
foto | Manfred Esser_Hänssler Classic
MOSER O violoncelista germânico-canadense Johannes Moser foi saudado pela Gramophone Magazine como “um dos melhores entre a surpreendente galeria de jovens violoncelistas virtuosos.” Ele tem se apresentado com as principais orquestras do mundo, como as sinfônicas de Chicago, Londres e Tóquio, as filarmônicas de Nova York, Munique, Israel e Los Angeles, Orquestra de Cleveland, Concertgebouw, Tonhalle Zurique e Bayerische Rundfunk, entre outras. Trabalha regularmente com grandes maestros como Riccardo Muti, Lorin Maazel, Mariss Jansons, Valery Gergiev, Zubin Mehta, Vladimir Jurowski, Franz Welser-Möst, Manfred Honeck, Christian Thielemann, Pierre Boulez, Neeme Jarvi e Paavo Jarvi.
estrear nos Estados Unidos com a Sinfônica de Chicago no Rands Concerto. Johannes também tem paixão pelo violoncelo elétrico e está especialmente empenhado em alcançar públicos jovens. Em 2010, apresentou-se em campi e espaços alternativos dos Estados Unidos, culminando na Le Poisson Rouge, local mais importante de Nova York para shows ecléticos.
Em 2010/2011, excursionou com a Orquestra de Câmara de Munique e estreou com a Sinfônica de Pittsburgh e a Orquestra National Arts Centre em Ottawa, Filarmônica da Malásia, Orquestra Yomiuri Nippon em Tóquio, Sinfônica de Trondheim e Sinfônica da Galícia. E retornou à WDR Cologne, Orquestra RTE em Dublin, Sinfônica Escocesa BBC e à Sinfônica de Vancouver.
Johannes recebeu dois prêmios ECHO Klassik por suas gravações na Hänssler Classics. O disco de estreia de concerto, com obras completas de Saint-Saëns para violoncelo e orquestra, com a Sinfônica da Rádio de Stuttgart, foi considerado um dos Top 10 Clássicos de Hoje em 2008.
Músico de câmara dedicado, realizou concertos com Midori e amigos no Lincoln Center e no Kennedy Center e fez turnê na Europa com Midori e Jonathan Biss. Em festivais, apresentou-se no Verbier, Schleswig-Holstein, Gstaad, Kissinger, Música de Câmara Mehta, no Colorado e em Brevard.
Nascido em 1979, Johannes começou a estudar violoncelo aos oito anos e foi aluno de David Geringas. No concurso Tchaikovsky de 2002 foi vencedor do prêmio top e do prêmio especial pela interpretação das Variações Rococó.
O artista vem se destacando por suas apresentações de repertório novo. A paixão por música nova trouxe-lhe atenção de regentes como Boulez, que o convidou para 25
SÉRIE VIVACE 17 JULHO
RICHARD
WAGNER ALEMANHA, 1813 – ITÁLIA, 1883 Rienzi, o último dos tribunos, em cinco atos, foi a terceira ópera completa de Wagner. Escrita entre julho de 1838 e novembro de 1840, a ópera em sua versão original, hoje perdida, foi estreada no Teatro Real de Dresden, em outubro de 1842, sob a regência de Karl Gottlieb Reißiger.
Rienzi: Abertura ANO DE COMPOSIÇÃO_
11 min
1840
O jovem Wagner vivia com a esposa, Wilhelmine Planer, na cidade de Riga, quando iniciou a composição de Rienzi. Os dois primeiros atos estavam prontos quando, no outono de 1839, o casal precisou fugir da cidade, no meio da noite, para escapar dos credores. O destino foi Paris, considerada na época o centro musical do mundo. Em Paris, onde viveram até abril de 1842, Wagner acreditava que alcançaria o sucesso e a fortuna com suas óperas. Mas a cidade reservava, para ele, os maiores desapontamentos de sua carreira. O casal viveu seus anos de maior pobreza material na capital francesa. Na cidade onde metade da Europa competia por reconhecimento, Wagner logo descobriria que, embora recomendado pelo famoso compositor da época, Giacomo Meyerbeer, suas chances de apresentar uma ópera em Paris eram remotas. Terminou a composição de Rienzi pensando em montá-la não mais em Paris, mas em qualquer teatro alemão que lhe desse a oportunidade.
O recém-inaugurado Teatro de Dresden aceitou encenar Rienzi. A estreia foi um sucesso e transformou Wagner, de uma hora para outra, no novo herói do momento. PARA OUVIR
CD Wagner: Favourite overtures – Wiener Philharmoniker & Chicago Symphony Orchestra – Sir Georg Solti, regente – Decca – 1998 (abertura) PARA LER
Barry Millington (org.) – Wagner, um compêndio – Jorge Zahar Editor – 1995 Derek Watson – Richard Wagner: a biography – McGraw-Hill – 1983
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O recém-inaugurado Teatro de Dresden aceitou encenar Rienzi. A estreia foi um sucesso e transformou Wagner, de uma hora para outra, no novo herói do momento. O público não apenas amou a ópera como, de acordo com um crítico da época, ficou no teatro até o fim do espetáculo. E isto não é pouco: a versão original de Rienzi durava seis horas! Para um jovem e desconhecido compositor, manter os alemães acordados até tarde para assistir entusiasticamente à sua nova ópera era algo considerável.
3º Ato, antecipa a guerra dos nobres contra Rienzi e o povo. Em seguida, os violinos apresentam o tema da prece que Rienzi reza dentro do Capitólio, pedindo por fortalecimento e energia para suportar os acontecimentos, no início do 5º Ato. Este tema maravilhoso, um dos mais conhecidos da ópera, é reapresentado nas madeiras e metais. O toque do trompete anuncia o fechamento desta seção e o início da próxima. Em um momento vigoroso os metais apresentam o tema cantado pelo povo no Finale do 1º Ato, louvando Rienzi como seu protetor e proclamando-o rei. Ouvimos novamente o tema da prece de Rienzi e um novo tema é apresentado, nos violinos e madeiras, desta vez o tema do final do 2º Ato, quando Irene, Adriano e o povo elogiam o ato de clemência de Rienzi, que perdoa os nobres. O toque do trompete e a repetição deste último tema preparam um final grandioso.
O argumento da ópera é baseado na história de Cola di Rienzi, um político romano do século XIV que, admirado pelo povo, torna-se líder de Roma e investe contra a tirania dos nobres. Pressionado pela aliança entre os nobres e a Igreja, Rienzi perde gradativamente o apoio da massa e morre no Capitólio, incendiado pela fúria do povo. A mais longa das óperas de Wagner era, também, uma de suas mais tradicionais. A abertura, hoje tão tocada nas salas de concerto, consiste inteiramente de temas retirados da ópera. No início ouvimos um toque de trompete, o mesmo que no final do 1º Ato é identificado, por Adriano, como um toque de guerra estranho ao da família Colonna e, no Finale do
Guilherme Nascimento
Compositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais e Fundação de Educação Artística, autor dos livros Música menor e Os sapatos floridos não voam.
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SÉRIE VIVACE 17 JULHO
PAUL
HINDEMITH ALEMANHA, 1895 – 1963
Concerto para violoncelo e orquestra ANO DE COMPOSIÇÃO_
24 min
1940
Dois dos maiores violoncelistas da época, Emanuel Feuermann e Gregor Piatigorsky, também exilados, pleitearam a estreia dessa magnífica obra. PARA OUVIR
CD Paul Hindemith – BBC Philharmonic Orchestra – Yan Pascal Tortelier, regente – Raphael Wallfisch, violoncelo – Chandos – 1992 PARA LER
Attila C. Sampaio e Dietmar Holland – Guia básico de concertos – Editora Civilização Brasileira – 1995
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Lugar comum em qualquer tendência de vanguarda é o desejo de apresentar o novo, mesmo que para isso seja necessário vislumbrar o passado. O vanguardista, ao buscar sua imagem no espelho, vê também o que está por trás refletido nele. O artista inquieto, na busca do próprio estilo, vê, em suas raízes e em sua vontade, o caminho para o ato inovador. Na primeira década do século XX, o romantismo musical assistira à sua decadência, levada a cabo pelos movimentos impressionista, expressionista e neoclassicista. Dos três, o último foi o único a admirar as formas clássicas do passado, revalidando-as com novos processos composicionais. Ao ver ressurgir o clássico no neoclássico, a história da música já tivera um período apreciativo suficiente para julgar as velhas formas do barroco e a antiga escrita contrapontística (a técnica do contraponto remete à idade média musical e consiste na combinação de duas ou mais linhas melódicas submetidas a regras, por sua vez aplicadas ao tratamento das dissonâncias e consonâncias). No neoclassicismo de Hindemith, o sentido de consonância e tonalidade é substituído pela alquimia de um contraponto linear, baseado em relações intervalares mais livres e que resultam em harmonias mais complexas.
O neoclassicismo musical não nasceu sozinho, veio de mãos dadas com movimentos artísticos que fervilharam na Alemanha entre 1919 e 1933, reunidos sob a insígnia “nova objetividade”. Bertold Brecht no teatro, Walter Gropius e o Bauhaus na arquitetura e Paul Hindemith na música foram os grandes expoentes desse movimento de linhas óbvias e límpidas. Baseado também em ideais sociopolíticos, o movimento foi delimitado por dois acontecimentos marcantes: a criação da Constituição de Weimar em 1919, primeira a expressar ideais democráticos, e a sua anulação em 1933, quando da nomeação de Hitler como chefe do Estado Maior. Hindemith, cujo pai morrera em combate na 1ª Guerra, foi perseguido por ser abertamente contrário ao nazismo e, durante a 2ª Guerra, buscou exílio nos Estados Unidos. Lecionou na Universidade de Yale entre 1940 e 1953, ano no qual retornou ao seu país natal. O Concerto para Violoncelo foi composto no decorrer de 1940, em seu segundo ano de exílio, período no qual se autodenominava um músico apátrida. Dois dos maiores violoncelistas da época, Emanuel Feuermann e Gregor Piatigorsky, também exilados, pleitearam a estreia dessa magnífica obra. Hindemith escreveu que não tinha nenhum intérprete em mente: “eu só estava interessado em tentar escre-
ver uma peça para violoncelo como o Concerto para Violino”, de 1939. A estreia do Concerto para Violoncelo ocorreu em Cambridge, Massachusetts, em 1941, com Piatigorsky como solista e Serge Koussevitzky à frente da Orquestra Sinfônica de Boston. O compositor John Cage, presente na ocasião, registrou suas impressões, atribuindo à obra um conteúdo programático; observou que, nela, “as relações musicais também seriam relações entre pessoas. Fato evidenciado, em especial, na última parte, onde a orquestra toca de modo marcial, ao passo que o violoncelo permanece sozinho e afastado, poético e sem marchar, posto que dessa vez representa um outro ponto de vista. O violoncelo afirma seu individualismo com intensidade crescente até o último momento possível. Torna clara a necessidade de escolher entre a insanidade e a conformidade. O destino segue implacável e o violoncelo se torna parte subserviente de uma orquestra esmagadora.” Marcelo Corrêa
Pianista, Mestre em Piano pela Universidade Federal de Minas Gerais e professor na Universidade do Estado de Minas Gerais.
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SÉRIE VIVACE 17 JULHO
RICHARD
STRAUSS ALEMANHA, 1864 – 1949 Se se pode dizer, com relativa fundamentação, que o Poema Sinfônico traz em sua gênese um enredo literário, pode-se igualmente dizer que, nas empresas mais bem-sucedidas do gênero, esse enredo acaba por ser eclipsado pelo próprio construto musical. Embora muitas vezes o motivo literário possa até ser evocado pelo ouvinte, essas evocações, nos exemplos mais representativos do Poema Sinfônico, posto que legítimas, são, no mais das vezes, associações livres: nelas, a realidade concreta e sonora da obra é muito mais veraz do que o “pode ser” que tais evocações sugerem. Nesses casos, o programa literário é meramente pretexto (literal e simbolicamente), origem de associações de ideias musicais: o fio narrativo que as motiva é, para o ouvinte, irrelevante.
Uma vida de herói, op. 40 ANO DE COMPOSIÇÃO_
43 min
1898
Uma vida de herói marca definitivamente a entrada de Strauss na aurora do século XX, já ensaiada por suas investidas anteriores, genialmente bemsucedidas. PARA OUVIR
Ein Heldenleben – Orquestra Filarmônica de Berlim – Herbert von Karajan, regente – Deutsche Grammophon – 1996
Talvez seja por isso que, na forma, o Poema Sinfônico nunca tenha de fato escapado aos procedimentos clássicos: a forma-sonata, o rondó, o tema com variações. No entanto, se esses procedimentos tradicionais embasam a sua estrutura, raramente ali se configuram em suas feições mais tradicionais. A liberdade inerente ao gênero, fruto e conquista da ideologia romântica, o faz transcender tanto o argumento original que o motiva quanto a forma tradicional que o estrutura.
PARA LER
Roland de Candé – História Universal da Música – O século das metamorfoses – Eduardo Brandão, tradutor – Martins Fontes – 1994 Charles Youmans – The Cambridge Companion to Richard Strauss – Cambridge University Press – 2010
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Entre 1886 e 1889, Richard Strauss compôs aquilo que muitos iriam considerar as suas obras-primas. Levando às últimas consequências as potencialidades e a complexidade do poema sinfônico, a cada nova obra Strauss encanta e assombra tanto o público quanto o meio musical. Till Eulenspiegel, por exemplo, impressiona, de um lado, Bruckner (que, gravemente doente, faz questão de ser levado duas vezes ao teatro para ouvi-lo) e, de outro, Debussy, que não esconde seu entusiasmo. São claros o modelo wagneriano, a origem em Liszt e a herança de Brahms nessas cerca de sete obras, compostas em pouco mais de uma década. No entanto, a maestria e a audácia do tratamento formal, das técnicas de orquestração e das construções melódicas vão para muito além de suas fontes. Sem abandonar as raízes românticas, Strauss elabora uma linguagem verdadeiramente moderna, dotada de tamanha originalidade que, se não precursora, pode mesmo ser situada (apesar das divergências cronológicas) no contexto do século XX.
Rosa (obra de rara genialidade) e Arabella, dentre tantas outras. Outras obras sinfônicas também surgem, mas em número bem menor: A Sinfonia Doméstica e a Sinfonia Alpina, por exemplo. É, portanto, em pleno amadurecimento do gênero a que se dedicou por mais de uma década, e depois de ter composto sua primeira ópera (Guntram, escrita em 1894), que Strauss fecha o ciclo de seus grandes poemas sinfônicos. Se em obras anteriores o motivo literário possa ser percebido em certas evocações musicais – seja em aspectos narrativos, seja em aspectos psicológicos das personagens –, em Uma Vida de Herói isso é significativamente menos evidente e menos importante. Aqui Strauss parece levar a termo e a cabo o papel de mero pretexto do motivo literário, em razão de colocar soberanamente em primeiro plano a realidade sonora da construção musical. Daí, talvez, a supressão, por sugestão do autor, dos títulos dos seis episódios que tecem o fio da obra, entrelaçados uns nos outros (O Herói; Os Adversários do Herói; O companheiro do Herói; O Herói em Batalha; Os Trabalhos de Paz do Herói; O Herói se Retira Deste Mundo: consumação). Isso revela uma posição do próprio compositor, interessado em dar ao mundo apenas a realidade sonora da música, sem a interferência de sugestões extramusicais.
Composta em 1898, Uma Vida de Herói é a última das obras desse período de grande fertilidade sinfônica na carreira de Strauss. A partir daí, sua produção direciona-se principalmente para a ópera, fazendo surgir novas obras-primas: Salomé, O Cavaleiro da 31
Em seu aspecto formal, Strauss faz emprego, em Uma Vida de Herói, da técnica wagneriana do Leitmotif. No entanto, esse artifício tem menos o papel de introduzir em cena a presença da personagem, e muito mais a função de elemento de unidade, linha que costura uma estrutura híbrida de rondó e forma-sonata, alargada e elevada a dimensões exponenciais.
bem-sucedidas. Se com Dom Quixote e, principalmente, Till Eulenspiegel, Strauss demonstra amadurecimento e maestria na consolidação de sua linguagem, enraizada no Romantismo, mas prodigamente ramificada pelo século XX, em Uma Vida de Herói ele afirma e endossa um posicionamento musical que extrapola suas fontes românticas e abre caminho para novas possibilidades, que culminarão em obras como Salomé e O Cavaleiro da Rosa.
Estreada em Frankfurt, sob a regência do compositor, em 1899, Uma Vida de Herói marca definitivamente a entrada de Strauss na aurora do século XX, já ensaiada por suas investidas anteriores, genialmente
Moacyr Laterza Filho
foto | Eugênio Sávio
Pianista e cravista, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa pela PUC Minas, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais e na Fundação de Educação Artística.
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20H30
26 JULHO SÉRIE ALLEGRO Grande Teatro do Palácio das Artes
Fabio Mechetti
REGENTE
Luíz Fi líp
VIOLINO
PROGRAMA Camargo GUARN I ERI
Concerto para violino e orquestra nº 2 Allegro energico Triste Allegro giocoso
Luíz Fi líp SOLISTA I NTERVALO Dmitri SHOSTAKOVICH
Sinfonia nº 7 em Dó maior, op. 60, “Leningrado”
foto | Rafael Motta
Allegretto Moderato (poco allegretto) Adagio – Largo – Moderato risoluto Allegro non troppo
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SÉRIE ALLEGRO 26 JULHO
LUÍZ
FILÍP Natural de São Paulo, Luíz Filíp reside na Alemanha desde 2001. Apresenta-se regularmente em Berlim, Roma, Tóquio, Tel Aviv e Paris, onde teve o seu dèbut na série de concertos do Auditorium do Museu do Louvre. Entre seus parceiros de música de câmara figuram Guy Braunstein, Dashin Kashimoto, François Leleux, Gilbert Audin, Amihai Grosz e Wilfried Strehle. Participou de vários festivais de música de câmara, entre eles o Rolandseck e o Aix-en-Provence.
Petrobras. Gravou ainda na Alemanha um CD com obras de Edmundo Villani-Côrtes com o pianista Paul Rivinius. No Brasil Luíz Filíp recebeu prêmios em diversos concursos. Na Europa foi premiado no 37º Concurso Internacional Tibor Varga, na Suíça, e no I Concurso Internacional Henry Marteau, na Alemanha. Nesse mesmo país, obteve o primeiro prêmio no Concurso Gerhard Taschner.
Como membro da Academia da Filarmônica de Berlim, trabalhou sob a batuta dos mais importantes regentes da atualidade. Em reconhecimento à sua atuação, foi convidado pelo governo alemão, em 2009, a se apresentar no Palácio Bellevue no encerramento da visita oficial do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Alemanha.
BERNARD SANSONNENS, LA LIBERTÉ, SUÍÇA 36
Em CD dedicado à música de J. S. Bach, gravado ao vivo na Philharmonie, com a Academia da Filarmônica de Berlim, Luíz Filíp atuou como solista no concerto BWV 1043, sob direção de Reinhard Goebel, regente de música antiga.
foto | Anja Collins
O violino de Luíz Filíp lança esplêndidas melodias que por vezes matizam um temperamento cigano. Envolvente!
Luíz Filíp iniciou seus estudos de violino aos quatro anos na Escola Fukuda de São Paulo, tendo aulas com a violinista Elisa Fukuda até os 16 anos. Nessa ocasião, transferiu-se para a Alemanha com bolsa de estudos oferecida pelo 32º Festival de Inverno de Campos do Jordão e, mais tarde, com bolsa da Fundação Vitae. Estudou na Hochschule Hanns Eisler e na UdK-Berlin, com Guy Braunstein, concluindo sua pós-graduação com distinção. Aperfeiçoou-se ainda na Universidade de Música Pitea, Suécia, com Zakhar Bron. Luíz Filíp integra o Ensemble Berlin, grupo de câmara da Filarmônica de Berlim. O artista toca num violino Lorenzo Storioni de 1774 pertencente ao governo alemão e oferecido pela Deutsche Stiftung Musikleben de Hamburgo.
Gravou um DVD com os três concertos para violino e orquestra de Camargo Guarnieri com a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal de São Paulo, sob regência de Lutero Rodrigues, projeto patrocinado pela 37
SÉRIE ALLEGRO 26 JULHO
CAMARGO
GUARNIERI BRASIL, 1907 – 1993 O Concerto nº 2 é a terceira obra composta por Guarnieri para violino e orquestra. A primeira, o Concerto nº 1 para violino e orquestra, obteve ampla repercussão, tendo sido premiada em 1940, em um concurso internacional patrocinado pela Fleischer Music Collection da Philadelphia. A segunda, composta em 1951, não foi intitulada Concerto como as demais, e sim Choro. O compositor paulista optou por substituir a designação de Concerto por Choro, com o intuito de ressaltar a referência aos elementos nacionais defendidos na Carta Aberta aos Músicos e Críticos do Brasil por ele escrita em 1950. Após a criação do Choro, Camargo Guarnieri compôs o Concerto nº 2 para violino e orquestra, no qual é retomado o título Concerto com o objetivo de participar do Concurso Internacional La Musica nel XX Secolo.
Concerto para violino e orquestra nº 2 ANO DE COMPOSIÇÃO_
19 min
1953
A cadência situada na abertura do Concerto sugere a possibilidade de o solista apresentar, previamente, os elementos temáticos desenvolvidos no decorrer da obra. PARA OUVIR
www.youtube.com/watch?v=N6skXd5ki5I – Orquestra Municipal de São Paulo – Lutero Rodrigues, regente – Luíz Filíp, violino – Theatro Municipal de São Paulo – 2008
Nessa obra, ao mesmo tempo em que adota a designação tradicional de uma obra para instrumento solista e orquestra e mantém sua estrutura em três movimentos contrastantes, como é recorrente nos concertos clássicos, Guarnieri, logo no início do primeiro movimento, surpreende o ouvinte com uma cadência ad libitum, em posição nada frequente. Essa cadência situada na abertura do Concerto sugere a possibilidade de o solista apresentar,
PARA LER
César Maia Buscacio – Americanismo e nacionalismo musicais na correspondência de Curt Lange e Camargo Guarnieri (1934 – 1956) – Editora UFOP – 2010 Flávio Silva (org.) – Camargo Guarnieri: o tempo e a música – FUNARTE/Imprensa Oficial – 2001 Marion Verhaalen – Camargo Guarnieri: Expressões de uma Vida – Editora da Universidade de São Paulo/Imprensa Oficial – 2001
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previamente, os elementos temáticos desenvolvidos no decorrer da obra. Nota-se que a antecipação dos temas, executados pelo solista na cadência, viabiliza a escuta mais fluente de suas posteriores aparições em formato mais complexo e denso. O Allegro energico inicia sua exposição logo após o final da cadência, apresentando um tema vigoroso em notas repetidas, inicialmente executado pelo violino e, posteriormente, repetido pelo conjunto orquestral, procedimento recorrente em toda a obra. O segundo movimento desenvolve-se em ambiente de nostalgia e melancolia, aspectos inclusive indicados, na partitura, pelo caráter que lhe foi conferido: Triste. Já o terceiro movimento, Allegro giocoso, contrastante em relação ao movimento anterior, apresenta temas vibrantes, expandindo-se com grande vitalidade rítmica. Dentre os diversos elementos temáticos desenvolvidos no decorrer da obra, destacam-se os baseados nas escalas modais recorrentes na música popular e folclórica de diversas regiões brasileiras, sobretudo da região Nordeste.
clórico” – sem o emprego direto de temas folclóricos, como é frequente na obra de Villa-Lobos e de outros compositores brasileiros do século XX. Dessa maneira, no Concerto nº 2 para violino e orquestra, Camargo Guarnieri desenvolve, através de elementos temáticos associados ao folclore brasileiro, um cunho multifacetado, mantendo com maestria traços “eruditos” e “modernos”. O Concerto nº 2 para violino e orquestra foi dedicado ao violinista polonês, naturalizado mexicano, Henryk Szeryng (1918 – 1988) e, mesmo tendo sido composto em 1953, teve sua estreia somente no ano de 1956, no Theatro Municipal de São Paulo, executado pelo violinista Anselmo Zlatopolsky sob a regência do próprio Camargo Guarnieri. Cesar Buscacio
Pianista, Mestre em Música e Educação pela UniRIO, Doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, professor na Universidade Federal de Ouro Preto.
Um dos pilares da concepção de nacionalismo musical adotada por Camargo Guarnieri situa-se na inclusão, em suas composições, de elementos associados ao “popular” – entendido principalmente como “fol39
SÉRIE ALLEGRO 26 JULHO
DMITRI
SHOSTAKOVITCH RÚSSIA, 1906 – 1975 Depois da efervescente turbulência – pródiga em originalidade, em experimentações e na descoberta de novas possibilidades e novas orientações estéticas – que marca a música dos primeiros anos do século XX, a atividade criadora parece ter feito um movimento de retração. Seria como dizer que há uma espécie de chamada à ordem sobre a “insolência” criativa de nomes como Debussy, Stravinsky e Webern que conquistaram, cada um a seu modo, um novo infinito de caminhos possíveis para a linguagem musical. As profundas consequências sociais e políticas que trouxeram a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), de um lado, e a Revolução Russa (1917), de outro, parecem ter freado esse entusiasmo criativo com que foi pintado o início do século XX. No entanto, há que se marcar com ênfase que esse movimento aparentemente reacionário da criação musical é também um fenômeno histórico, revelador de um novo posicionamento estético, que, por sua vez, não deixou de assimilar grande parte das conquistas dos movimentos anteriores e que orientou, em positivo ou em negativo, grande parte da música que o sucedeu.
Sinfonia nº 7 em Dó maior, op. 60, “Leningrado” ANO DE COMPOSIÇÃO_
73 min
1941
É inegável que esta obra está imbuída da mentalidade contraditória e conflituosa que norteou e ainda norteia o homem de nossos tempos. PARA OUVIR
CD Dmitri Shostakovitch – Sinfonias nos 1 e 7 – Orquestra Sinfônica de Chicago – Leonard Bernstein, regente – Deutsche Grammophon – 1989 PARA LER
Roland de Candé – História Universal da Música – Insolência e Chamada à Ordem – Eduardo Brandão, tradutor – Martins Fontes – 1994 Igor Stravinsky e Robert Craft – Conversas com Igor Stravinsky – Perspectiva – 1984 Laurel E. Fay (org.) – Shostakovitch and his world – Princeton University Press – 2004
As tendências neoclássicas que despontam a partir desse período, a que se rende inclusive o próprio 40
Stravinsky, parecem ser a orientação principal de uma tentativa de reorganizar a pulverização de toda uma tradição musical, subvertida pelos compositores que abriram os Novecentos. É assim que surgem, a partir desse período, nomes como Prokofieff, que, confessadamente neoclássico e grande melodista, trouxe a linguagem moderna mais próxima da sensibilidade popular, e Shostakovitch, que o sucedeu e que, com ele, foi um dos maiores representantes da Escola Soviética.
menos na mesma perspectiva que Prokofieff, Shostakovitch não hesita em recuperar os procedimentos clássicos: em Bach ele reencontra os prelúdios e as fugas, em Beethoven, os quartetos, em Mahler, as sinfonias. De seus compatriotas, à parte Prokofieff, Shostakovitch admira particularmente Moussorgsky (de quem faz reorquestrações de duas óperas) e, paradoxalmente, Stravinsky, por quem ele tem profundo respeito como compositor, mas a quem execra como pensador. Além do contexto musical em que está imerso e de suas predileções pessoais, outro fator parece ter norteado fortemente a opção estética de Shostakovitch: as pressões do Partido Comunista, então em pleno regime stalinista. Após as duras críticas de seus primeiros trabalhos (nomeadamente sua ópera Lady Macbeth de Mtsensk, em cuja estreia esteve presente o próprio Stalin), foi somente a partir de sua quinta sinfonia que ele começou a desenvolver uma linguagem que, aceita pelo Partido, lhe valeu o elogio de “verdadeiro artista soviético”.
A linguagem de Shostakovitch é, nesta esteira neoclássica, fortemente embasada em uma releitura da estética romântica. Pode-se mesmo dizer que em Shostakovitch há um retorno ao mundo tonal, relido e recuperado a partir de uma espécie de expressionismo ultrarromântico, que ele filtra de Mahler e de Berg. Fazendo uso franco de elementos atonais, usando largamente do cromatismo e com algumas (raras) investidas na bitonalidade, Shostakovitch relê, com as lentes da modernidade, um universo tonal já em fase de esfacelamento e preocupado em dar novos rumos à linguagem musical. É a esse universo que Shostakovitch volta os olhos e é nele que encontra elementos de significação que lhe possam garantir a expressão pessoal de seu trabalho criador. Na forma, mais ou
Das quinze sinfonias que compôs, a Sétima, estreada em 1942, tornouse extremamente popular tanto na Rússia quanto no Ocidente, como símbolo de resistência ao Nazismo. Trata-se da sinfonia mais longa do compositor, e aí é nítida 41
a recuperação de algumas de suas fontes principais: Mahler, Bruckner e Stravinsky. Talvez por isso, a despeito de seu sucesso, a crítica e o meio musical no Ocidente não a tenham recebido bem, taxando-a, inclusive, de excessivamente emocional, em detrimento da coerência sinfônica, um híbrido de Mahler e Stravinsky. De fato, Shostakovitch lança mão, nessa sinfonia, de “imagens musicais” que, estilizadas, a aproximam de um realismo quase pictórico que não é avesso ao gosto da estética soviética: fanfarras, marchas, ostinatos e citações de temas folclóricos. Além disso, a obra, dedicada à cidade de Leningrado e composta no ano em teve início o sítio de novecentos dias a essa cidade pelas tropas nazistas, é polvilhada de temas que, à parte a sua função estrutural, também aderem a essa concepção quase
realista de uma música que nasce no seio dos horrores da guerra. O famoso “tema da invasão”, no primeiro movimento, foi concebido pelo autor como o “tema de Stalin”. Mais tarde, porém, foi tomado como um tema “anti-hitlerista”. Seja encarada como retrato da perplexidade ante as barbaridades do Segundo Conflito Mundial, seja tomada apenas como música, não necessariamente atrelada a qualquer temática extramusical, é inegável que essa obra está imbuída da mentalidade contraditória e conflituosa que norteou e ainda norteia o homem de nossos tempos. Moacyr Laterza Filho
foto | André Fossati
Pianista e cravista, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa pela PUC Minas, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais e na Fundação de Educação Artística.
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ACOMPANHE A FILARMÔNICA EM OUTRAS
SÉRIES DE CONCERTOS
Nesta orquestra, a Vale se orgulha de ser mais um instrumento.
jovens da rede escolar pública e particular e instituições sociais. Serão realizados três grandes concertos no auditório do Sesc Palladium.
CONCERTOS PARA A JUVENTUDE Realizados em manhãs de domingo, são concertos dedicados aos jovens e às famílias, buscando ampliar e formar público para a música clássica. As apresentações têm ingressos a preços populares e contam com a participação de jovens solistas. Local: Teatro Sesc Palladium Horário: 11 horas da manhã Datas: 25 de março 27 de maio 12 de agosto 30 de setembro 21 de outubro 11 de novembro
FESTIVAIS
CLÁSSICOS NO PARQUE Realizados em parques e praças da RMBH, proporcionam momentos de descontração e entretenimento, buscando democratizar o acesso da população em geral à música clássica. Em 2012 as datas são:
Foto: Eugênio Sávio.
O Festival Tinta Fresca procura identificar e promover novos compositores brasileiros. O concerto de encerramento será realizado no Sesc Palladium no dia 20 de setembro. O Laboratório de Regência tem por finalidade dar oportunidade a jovens regentes brasileiros, de comprovada experiência, de desenvolver, na prática, a habilidade de lidar com uma orquestra profissional. Concerto no Sesc Palladium, dia 8 de dezembro.
TURNÊS ESTADUAIS As turnês estaduais levam a música de concerto a diferentes cidades e regiões de Minas Gerais, possibilitando que o público do interior do Estado tenha o contato direto com música sinfônica de excelência. Nove municípios serão contemplados em 2012.
6 de maio Praça do Papa, Mangabeiras, 19 horas 20 de maio Praça Floriano Peixoto, Santa Efigênia, 11 horas
TURNÊS NACIONAIS E INTERNACIONAIS
19 de agosto Praça Duque de Caxias, Santa Tereza, 11 horas
Com essas turnês, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais busca colocar o Estado de Minas dentro do circuito nacional e internacional da música clássica. Em 2012, a Orquestra se apresentará no Festival de Campos do Jordão e fará sua primeira turnê internacional para o Cone Sul, com concertos na Argentina (Buenos Aires, Rosário e Córdoba), no Chile (Santiago) e no Uruguai (Montevideo).
2 de setembro Praça da Liberdade, Funcionários, 11 horas 16 de setembro Inhotim, Brumadinho, 15h30
CONCERTOS DIDÁTICOS De caráter educativo, não são concertos abertos ao público, mas destinados exclusivamente a grupos de crianças e 44
A Vale entende que a cultura é parte fundamental da identidade de um povo. Por isso, temos orgulho de saber que, por meio da parceria com a Filarmônica, contribuímos para a excelência da música clássica em Minas Gerais. E o público ganha apresentações inesquecíveis. A Vale sabe que o apoio à arte é um instrumento que não pode faltar.
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS JULHO 2012 DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR
Fabio Mechetti
REGENTE ASSISTENTE
Marcos Arakaki
PRIMEIROS VIOLINOS
Anthony Flint spalla Rommel Fernandes assistente de spalla Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic Eliseu Martins de Barros Jovana Trifunovic Marcio Cecconello Martha de Moura Pacífico Mateus Freire Rodolfo Marques Toffolo Rodrigo de Oliveira Tiago Ellwanger Dhyan Tofollo **** Elias Martins de Barros **** Rogério Nunes **** SEGUNDOS VIOLINOS
Frank Haemmer * Leonidas Cáceres ** Eri Lou Miyake Nogueira Gláucia de Andrade Borges José Augusto de Almeida Leonardo Ottoni Luka Milanovic Marija Mihajlovic Radmila Bocev Rodrigo Bustamante Valentina Gostilovitch Evelyn de Almeida **** Yllen Almeida **** VIOLAS
João Carlos Ferreira * Roberto Papi ** Cleusa de Sana Nébias Gerry Varona Gilberto Paganini Glaúcia Martins de Barros Marcelo Nébias Nathan Medina Katarzyna Druzd William Martins André Rodrigues **** VIOLONCELOS
Elise Pittenger *** Ana Isabel Zorro Camila Pacífico Camilla Ribeiro Lina Radovanovic Matthew Ryan-Kelzenberg Pedro Bielschowsky Robson Fonseca Renato de Sá **** CONTRABAIXOS
Colin Chatfield * Nilson Bellotto ** Brian Fountain Hector Manuel Espinosa Marcelo Cunha Valdir Claudino
FLAUTAS
Cássia Lima* Renata Xavier ** Alexandre Braga Elena Suchkova OBOÉS
Alexandre Barros * Ravi Shankar ** Israel Silas Muniz Moisés Pena CLARINETES
Dominic Desautels * Marcus Julius Lander ** Ney Campos Franco Alexandre Silva FAGOTES
ASSISTENTES
Ana Lucia Kobayashi Klênio Carvalho Maíra Cimbleris Rodrigo Castro MONTADORES
Carlos Natanael Jussan Meireles Luan Maia
INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA
Catherine Carignan * Ariana Pedrosa Andrew Huntriss Romeu Rabelo
DIRETORIA EXECUTIVA Diretor Presidente
TROMPAS
Diretora de Comunicação
Evgueni Gerassimov * Gustavo Garcia Trindade ** José Francisco dos Santos Lucas Filho Fabio Ogata Douglas Costa **** Jone Costa **** Mario Rocha **** TROMPETES
Diomar Silveira
Diretor Administrativo-financeiro
Tiago Cacique Moraes
Jacqueline Guimarães Ferreira Diretor de Marketing e Relacionamento
Thiago Nagib Hinkelmann Diretor de Produção Musical
Marcos Souza
EQUIPE TÉCNICA Gerente de Comunicação
Merrina Godinho Delgado
Marlon Humphreys * Erico Oliveira Fonseca ** Daniel Leal Adenilson Telles **** Jessé Sadoc **** Marcelo Matos **** Wellington Moura ****
Gerente de Produção Musical
TROMBONES
Analista de Comunicação
Mark John Mulley * Wagner Mayer ** Renato Lisboa José Milton Vieira **** TUBAS
Eleilton Cruz * Rafael Mendes **** TÍMPANOS
Patricio Hernández Pradenas* PERCUSSÃO
Rafael Costa Alberto * Daniel Lemos ** Werner Silveira Sérgio Aluotto Piero Guimarães **** HARPAS
Giselle Boeters Cristina Carvalho **** Jennifer Campbell **** Soledad Yaya **** TECLADOS
Ayumi Shigeta * GERENTE
Jussan Fernandes INSPETORA
Claudia Guimarães Produtora
Carolina Debrot Produtor
Luis Otávio Amorim Produtor
Narren Felipe
Andréa Mendes
Analista de Comunicação
Marcela Dantés
Analista de Marketing de Relacionamento
Mônica Moreira
Analista de Marketing e Projetos
Mariana Theodorica
Assistente de Comunicação
Mariana Garcia
Auxiliar de Produção
Lucas Paiva
EQUIPE ADMINISTRATIVA Analista Administrativo
Eliana Salazar
Analista de Recursos Humanos
Quézia Macedo Silva Analista Financeiro
Thais Boaventura Secretária Executiva
Flaviana Mendes
Auxiliares Administrativos
Cristiane Reis, João Paulo de Oliveira e Vivian Figueiredo Recepcionista
Lizonete Prates Siqueira Auxiliar de Serviços Gerais
Ailda Conceição Mensageiro
Karolina Lima ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Débora Vieira
Jeferson Silva Menor Aprendiz
Pietro Tayrone CONSULTORA DE PROGRAMA
ARQUIVISTA
Berenice Menegale
Sergio Almeida
PRÓXIMOS
SUPERVISOR DE MONTAGEM
CONCERTOS JULHO
SÉRIE VIVACE
SÉRIE VIVACE
7 de agosto terça-feira, 20h30 Palácio das Artes Krysztof Penderecki, REGENTE Roberto Díaz, VIOLA BEETHOVEN / PENDERECKI / MENDELSSOHN
17 de julho terça-feira, 20h30 Palácio das Artes Fabio Mechetti REGENTE Johannes Moser VIOLONCELO WAGNER / HINDEMITH / STRAUSS
CONCERTOS PARA A JUVENTUDE
SÉRIE ALLEGRO 26 de julho quinta-feira, 20h30 Palácio das Artes Fabio Mechetti REGENTE Luíz Filíp VIOLINO GUARNIERI / SHOSTAKOVICH FESTIVAL INTERNACIONAL DE INVERNO DE CAMPOS DO JORDÃO
12 de agosto domingo, 11h SESC Palladium Marcos Arakaki REGENTE Daniel Leal TROMPETE BEETHOVEN / ARUTUNIAN / STRAVINSKY SÉRIE ALLEGRO 16 de agosto quinta-feira, 20h30 Palácio das Artes Fabio Mechetti REGENTE Leon Fleisher PIANO GINASTERA / RAVEL / BERLIOZ
28 de julho sábado, 20h30 Auditório Claudio Santoro Fabio Mechetti REGENTE Luíz Filíp VIOLINO GUARNIERI / SHOSTAKOVICH CLÁSSICOS NO PARQUE FESTIVAL INTERNACIONAL DE MÚSICA COLONIAL BRASILEIRA E MÚSICA ANTIGA 29 de julho domingo, 20h30 Cine-Theatro Central, Juiz de Fora Fabio Mechetti REGENTE Luíz Filíp VIOLINO WAGNER / GUARNIERI / BERIO / RAVEL
19 de agosto domingo, 11h Praça Duque de Caxias Marcos Arakaki REGENTE Marlon Humphreys TROMPETE Érico Fonseca TROMPETE COPLAND / TCHAIKOVSKY VIVALDI / PONCHIELLI / ROSSINI SÉRIE VIVACE 28 de agosto terça-feira, 20h30, Palácio das Artes Fabio Mechetti REGENTE Antonio Meneses VIOLONCELO DVORÁK / TCHAIKOVSKY
*chefe de naipe **assistente de chefe de naipe ***chefe/assistente substituto ****músico convidado
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APARELHOS CELULARES
Confira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro.
A Filarmônica é toda sua.
TOSSE
Perturba a concentração dos músicos e da plateia. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha. APLAUSOS
PATROCÍNIO
Aplauda apenas no final das obras, que, muitas vezes, se compõem de dois ou mais movimentos. Veja no programa o número de movimentos e fique de olho na atitude e gestos do regente. PONTUALIDADE
Uma vez iniciado um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.
APOIO CULTURAL
CRIANÇAS
Caso esteja acompanhado por crianças, escolha assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir desconfortável.
DIVULGAÇÃO
FOTOS E GRAVAÇÕES EM ÁUDIO E VÍDEO
Não são permitidas na sala de concertos. COMIDAS E BEBIDAS
APOIO INSTITUCIONAL
Seu consumo não é permitido no interior da sala de concerto.
w w w. i n c o n f i d e n c i a . c o m . b r
foto | Eugênio Sávio
REALIZAÇÃO
“Gostaria mais orquest pessoas de s www.filarmonica.art.br R. Paraíba, 330 | 120 andar | Funcionários CEP 30130-917 | Belo Horizonte | MG Tel. 31 3219 9000 | Fax 31 3219 9030 contato@filarmonica.art.br
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