Música e Liturgia | Projeto Cantar, Sempre Cantar A música católica Quem Faz? •
A música católica é feita por gente que professa a fé católica: leigos, padres, religiosos, religiosas e até bispos cantam a fé em Cristo.
O que é? •
A música católica é o estilo musical que compreende:
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Música Religiosa e
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Música Litúrgica.
Todo o resto, sem distinção de ritmo musical é tido como música secular (antes do Concílio Vaticano II era conhecida como profana)
Música Religiosa •
A principal característica é a transmissão da fé e dos valores cristãos.
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São cantos extra-litúrgicos, logo não servem para os ritos da Igreja, mas ajudam nos encontros, momentos de oração e espiritualidade e na vida dos fiéis.
Música Litúrgica •
A música litúrgica tem por finalidade auxiliar nas celebrações da comunidade, ela serve para “animar”a celebração e aumentar a participação dos fiéis no mistério celebrado.
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Existem dois tipos de música litúrgica: as que são o rito em si e as que acompanhamno.
Música Litúrgica Ritual •
Elas são o rito, devem estar de acordo com o rito ao qual se destinam, se fugirem deste, estão sendo mal empregadas, e assim não correspondem à liturgia.
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Quando erra-se na escolha do canto que é o rito se acaba por tirar o sentido deste momento.
Música Litúrgica que Acompanha o Rito •
Esta não precisa seguir moldes tão rigorosos, mas mesmo assim deve preencher requisitos dados pela Igreja, como toda música que é usada na Liturgia.
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Cada parte da missa tem a sua função, assim também são os cantos, que tem a finalidade de aumentar a participação dos fiéis no mistério celebrado.
Os cantos da missa Cada um com sua função •
Cada canto da celebração tem uma finalidade única no mistério que se celebra.
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Quando um deles não se encaixa ao momento cria-se um vazio na celebração, pois uma parte foi omitida, uma parte não correspondeu ao que o rito pede.
Canto de Entrada •
O Canto de Entrada acompanha o rito.
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O rito da entrada é compreendido pela procissão dos ministros e do presidente da celebração até o altar.
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Por ser um canto que acompanha o rito de entrada, ele deve terminar assim que o presidente da celebração chega ao altar e beija-o.
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Tem a finalidade de introduzir-nos ao mistério e ao tempo que celebramos, então deve-se levar em conta os seguintes requisitos em sua escolha:
1. Tempo Litúrgico (Advento, Tempo Comum, Quaresma, solenidades, festas de santos, etc.) 2. 2. Tamanho do local onde se celebra (pois se a capela for pequena demais não terá como cantar todo o canto, e se for pequena demais pode ser que o canto seja insuficiente, e tenha que ser repetido. 3. 3. Liturgia Diária (O canto deve condizer com o Evangelho proposto pela Igreja para aquele dia) Sinal da Cruz •
Durante o canto os fiéis irão traçar sobre sua fronte o sinal que marca a fé dos cristãos, com o qual fomos batizados.
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Quando cantado, o sinal da cruz deve cumprir também alguns requisitos, tais quais:
1. Tamanho do canto (quando muito longo pode acabar alongando demais algo que não necessita de prolongamento)
2. O Sinal da Cruz que traçamos não é coreografia da música, então não necessita de repetição varias vezes, muito menos de coreografia extra e palmas. Ato Penitencial •
O Ato Penitencial tem a finalidade de preparar a assembléia para celebrar dignamente os santos mistérios (IGMR 24)
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O canto deve levar a comunidade a reconhecer o seu pecado e assim buscar de Deus o perdão e a misericórdia.
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Deve conter as palavras “Senhor, tende piedade. Cristo, tende piedade. Senhor, tende piedade.”, outra opção é utilizar a oração de penitência, que é: “Confesso a Deus, Pai todo poderoso...”.
Hino de Louvor (Glória) •
Mais conhecido como Glória, o hino de louvor é o reconhecimento da grandiosidade e da divindade de Deus em nossa vida.
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Também requer atenção, pois ao cantar qualquer coisa neste canto tão importante pode-se banalizar esta parte da missa, o que ocorre muito em nossas comunidades.
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O Glória é outro canto que é o rito, logo, deve-se seguir rigorosamente a orientação da Igreja, que é a fórmula geral que utiliza-se também quando é rezado, que é:
“Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados, [...]” •
Na Quaresma e no Advento não entoamos o Glória, pois a quaresma é um tempo de reflexão e recolhimento individual, e no advento nos preparamos para o grande dia em que celebramos o nascimento do Rei da Glória.
Salmo Responsorial •
O Salmo Responsorial, ou de resposta quando cantado deve manter-se fiel ao original escrito, sem alteração em nada.
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E seu ritmo deve ser condizente com o tempo litúrgico.
Aclamação ao Evangelho •
Sua finalidade é aclamar, preparar os fiéis para a leitura do Evangelho de Jesus.
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A aclamação ao Evangelho deve iniciar com a palavra aleluia.
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Uma das opções mais escolhidas é o refrão que é apresentado no lecionário, evangeliário, ou na Liturgia Diária.
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A aclamação deve também estar de acordo com o tempo litúrgico que a Igreja vive e a liturgia que celebra na ocasião.
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Em algumas datas estabelecidas pela Igreja não se canta “Aleluia” na aclamação ao Evangelho assim substitui-se os cantos que apresentam esta palavra por outros que não a tenham.
Apresentação das Oferendas •
O canto de Apresentação das Oferendas é entoado antes de iniciar a oração eucarística, durante sua execução somos convidados a apresentar a nossa vida em sacrifício junto com o pão e o vinho, para que tudo em nossa vida tenha novo sentido em Deus.
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O canto deve conter as palavras “pão” e “vinho” ou “corpo” e “Sangue”, sendo que enquanto somos convidados a nos entregar a Deus por meio das oferendas, ofertamos o vinho para que se torne sangue de verdade e o pão para que se torne verdadeiramente a presença real do Corpo de Jesus.
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Sua duração deve ir até o final do rito de apresentação.
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Quando na missa houver incensação das oferendas, o canto deve durar até que todos os objetos litúrgicos sejam devidamente incensados.
Santo •
O Santo é uma antiga oração, que tem fundamento bíblico, como todas as partes da missa, sendo assim esta oração com o passar dos tempos começou a ser cantada, e ainda hoje o fazemos, quando cantando aclamamos: “Santo! Santo! Santo! Senhor Deus do universo”
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O Santo é uma oração, então não pode ser trocado por qualquer letra de qualquer compositor, deve ser de um compositor católico que tenha se inspirado na oração do Santo.
Respostas às Orações Eucarísticas •
O Brasil é o único país onde se responde a cada uma das suplicas da oração eucarística.
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Essa exclusividade surgiu em 1975, onde por ocasião do Congresso Eucarístico de Manaus, com a Oração Eucarística V, a partir daí o Brasil conseguiu uma autorização da Congregação para o Culto Divino, e desde então todas as Orações Eucarísticas puderam ser respondidas em nosso país.
Aclamação Memorial •
A Aclamação Memorial, que pode ser cantada é feita pelo presidente da celebração quando diz: “Eis o mistério da fé:” e o povo responde: “Anunciamos Senhor a vossa morte e proclamamos a vossa Ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”
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A Aclamação Memorial reforça o sentido de diálogo entre o presidente da celebração e a assembléia dos fiéis.
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E tem um grande sentido catequético, pois a resposta da aclamação feita pelo presidente revela o sentido de nossa fé em Jesus que é sua morte por cada um de nós na Cruz e sua ressurreição gloriosa, embora silenciosa.
Doxologia (O grande amém) •
Doxologia, do grego é “grande palavra”, “palavra de louvor”, a doxologia é a oração eucarística, que inicia na súplica da vinda do Espírito Santo e só termina após o “Por Cristo, com Cristo e em Cristo” e com o grande amém, que podemos cantar.
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Novamente apela-se ao bom censo, para que não se prolongue demais o canto.
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Não é um momento favorável para palmas na celebração da missa.
Canto de Comunhão •
O Canto de comunhão deve representar a unidade dos fiéis com Cristo.
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A unidade das vozes representa nossa unidade como filhos de Deus e unidade de Deus para conosco.
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Deve conter alguma das palavras “Corpo”, “Sangue”, “Comunhão”.
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O canto de comunhão deve estar em sintonia com a liturgia celebrada pela Igreja e o tempo litúrgico em que vivemos.
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Como todas as músicas litúrgicas, a Igreja nos pede para eu não cantemos músicas protestantes durante a celebração eucarística, em especial durante a comunhão, sendo que apesar de sermos todos Cristãos há diferenças entre nosso pensar.
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Para os protestantes nós apenas “encenamos” a Eucaristia, relembrando a Santa Ceia, mas para a nossa fé nós estamos participando ali da Santa Ceia e do Sacrifício de Jesus na Cruz.
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O canto de comunhão deve expressar a nossa fé e nossa vida.
Canto Pós-Comunhão •
Antes chamado de “Canto de Ação de Graças” o canto de Pós-Comunhão, como o próprio nome revela é entoado após o término da distribuição da Sagrada Eucaristia.
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Sua letra pode falar das coisas da vida, do cotidiano, mas sempre em louvor à Eucaristia.
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Ainda hoje muitos erram chamando este de “Canto de Ação de Graças”, erram pois não é o momento depois da comunhão que é de ação de graças, toda a celebração eucarística é uma grande ação de graças a Deus.
Canto Final •
O canto final acompanha o rito de saída do presidente da celebração e dos ministros, a celebração termina após a saída do presidente da celebração da igreja.
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O povo não precisa ficar esperando os animadores terminarem de tocar e cantar a música final.
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Ao findar a procissão finda a missa e assim todos estão “liberados” para voltar para casa.
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Cabe também o bom censo dos cantores, apara que não se alongue demais o canto final.
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Neste momento pode-se cantar músicas autorais de quem está cantando a missa, porém sem iniciar um show após a celebração.
Considerações •
A música utilizada na liturgia não pode, em hipótese alguma ser protestante, pois temos uma grande riqueza de acervos músicas católicas em nosso país e até mesmo de outros países que foram traduzidas.
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Procure buscar o suplemento de liturgia e canto da comunidade antes de escolher os cantos.
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Tenha para si o livro de cantos da Diocese e se não houver livro de cantos na Diocese onde você mora, pode-se utilizar o livro de cantos “Louvemos o Senhor”, o Hinário Litúrgico da CNBB, ou os CD’s de músicas litúrgicas de algumas gravadoras, que em sua maioria disponibiliza as partituras e/ou cifras.
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Quem vai cantar a missa não pode escolher as músicas da missa às cegas, antes devese estar a par da liturgia que se vai celebrar no dia e da realidade do local.
Autor: Vinícius de Carvalho Duarte
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