COMENTÁRIO À REGRA DA
MILITIA SANCTAE MARIAE - Capítulo de janeiro de 2014_______________________________________________________________ PRÓLOGO Mas o Verbo encarnado, nascido de Maria Imaculada, morto sobre a Cruz e ressuscitado para nos dar a vida, infligiu ao dragão o golpe fatal. O mundo tornou-se um imenso campo de batalha que os filhos da Jerusalém Celeste, sustentados pelas milícias sagradas do Arcanjo Miguel, disputam às cortes infernais. Quando os fiéis da Igreja, sob o influxo da graça divina fazem penitência, derramam as suas orações e testemunham até o sangue, o Espírito comunica-se, as forças do caos recuam, o exército angélico destrona as hierarquias infiéis, a verdade triunfa. Quando os fiéis se descuidam e perdem o seu fervor; Deus permite uma nova ofensiva das Potestades das Trevas; povos inteiros são arrancados à Igreja ou subtraídos à influência do Evangelho, e entregues à escravatura de Satanás. _______________________________________________________________________
No passado dia 1 de Janeiro, dia da Solenidade de Santa Maria mãe de Deus, durante a homília o sacerdote disse que uns dias antes alguém lhe tinha colocado a seguinte questão: “sendo Maria a mãe de Deus, não é natural que Maria também seja Deus, ou mesmo mais importante que Deus” A realidade é que esta é uma questão que tem alguma pertinência, e que mal explicada pode conduzir a um infindável mar de dúvidas. Ora resposta a esta pergunta é tão só uma: não, Maria não é mais importante que Deus, nem tão pouco é Deus. Maria é a mãe de Deus que se faz Homem… é a mãe de Deus que para nos salvar se fez um de nós. Maria é a mãe de Deus, que decide assumir a condição de humano para nos salvar. Maria é, tomando como referência os escritos de São Luís Maria Grignion de Montfort “a obraprima por excelência do Altíssimo”, é a mulher escolhida para ser a mãe do seu filho “a quem aprouve humilhá-la e ocultá-la durante a vida para lhe favorecer a humildade”. Foi por ela que Jesus veio ao mundo e é por ela que Ele deve reinar.
A Virgem Maria é assim a escolhida para colocar diante de nós um ser humano, um homem real, submetido como nós às condições próprias da condição humana. Maria trouxe Jesus ao mundo, pobre e sem conforto; perseguido; como criança, em Nazaré, ajuda os seus pais; cumpre todos os rituais próprios da época, nomeadamente o Batismo no Rio Jordão; e eis que Jesus, como qualquer um de nós acaba por morrer, e ainda por cima de uma morte infame. Maria, mãe com o coração trespassado de dor, vê o seu filho, que tinha condição divina, a esvaziar-se a si mesmo e a assumir a condição de servo, tomando a semelhança humana, apresentando-se como simples homem, a percorrer os mesmos caminhos de todo ser humano, humilhando-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Tudo isto aconteceu porque a grande missão de Jesus na terra era mostrar-nos o caminho da Salvação, que só é possível se soubermos como Jesus dizer SIM ao chamamento de Deus. Todos os dias somos chamados a dizer SIM. Comos cristãos que somos, todos os dias somos chamados a travar um combate “sem tréguas nem descanso” contra as forças do mal na busca da salvação eterna. A nossa força reside no exemplo; na caridade; na fraternidade; no amor; na paciência; na oração; na penitência; na ajuda ao próximo sem esperar nada em troca; no nosso SIM ao amor de Deus e ao próximo. Se conseguirmos dar o nosso SIM ao amor de Deus estamos a fazer como Jesus e sua mãe: Maria, a Senhora do sim, confiou nos projetos que Deus tinha para Ela, e com o seu SIM trouxe Deus ao mundo; e Jesus, com o seu SIM, aceitou fazer-se um de nós, e caminhar ao nosso lado, sentindo as nossas fraquezas, para com o seu exemplo nos salvar. Esforcemo-nos para dar o nosso SIM e caminhar lado a lado com Jesus e com Maria no caminho da Salvação que Ele próprio cheio de amor percorreu quando se fez homem.
Filipe Amorim