PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO: IMPASSES SUBJETIVOS CONTEMPORÂNEOS - VOL. 4

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Psicanálise e Educação: Impasses subjetivos contemporâneos IV

Maria de Lourdes Soares Ornellas (Org.)

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CIP-Brasil. Catalogação na Publicação | Sindicato Nacional dos Editores de Livros, rj P969 vol. 4 Psicanálise e educação: impasses subjetivos contemporâneos IV / Organização Maria de Lourdes Soares Ornellas. - 1. ed. - Belo Horizonte, MG : Fino Traço, 2017. 206 p. : il. ; 15,5 x 22,5 cm. ISBN: 978-85-8054-333-9 1. Psicanálise e educação. 2. Psicologia. I. Ornellas, Maria de Lourdes Soares. II Série. 17-42134

CDD: 150.195 CDU: 159.964.2

Con se lh o Ed itorial d a Cole ção EDVCERE Alfredo Macedo Gomes | UFPE Álvaro Luiz Moreira Hypolito | UFPEL Dagmar Elizabeth Estermann Meyer | UFRS Dalila Andrade Oliveira | UFMG

Diana Gonçalves Vidal | USP Elizeu Clementino de Souza | UNEB Luiz Fernandes Dourado | UFG Wivian Weller | UNB

Com issão Ed itorial-Cie n tífica d a Pu b licação Maria de Lourdes Soares Ornellas Aurivan Sérgio de Jesus da Silva Priscila Oliveira de Almeida

Fino Traço Editora LTDA. Rua Nepomuceno 150 | Casa 3 | Prado | CEP 30411-156 Belo Horizonte. MG. Brasil | Telefone: (31) 3212-9444 finotracoeditora.com.br

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SUMÁRIO

PREFÁCIO 7 1

NO PRINCÍPIO ERAM DOIS: LETRA E AMOR

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Maria de Lourdes Soares Ornellas

2 EDUCAÇÃO CENTRADA NA TRANSFERÊNCIA: A CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA E O LUGAR DO SUJEITO NA EDUCAÇÃO 27 Rinaldo Voltolini

3 “FAMÍLIAS, ODEIO-VOS”? RECONFIGURAÇÃO CONTEMPORÂNEA E RECOMENDAÇÕES A PSICANALISTAS 41 Marcelo Ricardo Pereira

4 A CRIANÇA DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA ERA GLOBALIZADA: UMA CRIANÇA CONSUMIDORA OU CONSUMIDA? 55 Leny Magalhães Mrech

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A EDUCAÇÃO PARA NÃO SER SUJEITO

Alfredo Jerusalinsky

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6 A EDUCAÇÃO E AS CRIANÇAS DIFERENTES DE HOJE Leandro de Lajonquière

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SUBJETIVAÇÃO: DE UM IMPASSE INÉDITO

Jacy Soares

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8 A PSICANÁLISE NA CONTRAMÃO DA LÓGICA CONTEMPORÂNEA GLOBAL 105 Larissa Ornellas

9 ENTRE CILA E CARÍBDIS: A TERCEIRA SAÍDA 119 Edileide Maria Antonino da Silva

10 DESAUTORIZAÇÃO DOCENTE E SINTOMA EM TEMPOS DE EXCESSOS 131 Telma Lima Cortizo

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11 ESCUTA DO SOFRIMENTO PSÍQUICO DO PROFESSOR-SUJEITO NA CENA PEDAGÓGICA CONTEMPORÂNEA 147 Daniele Lima da Silva

12 DESEJO DE SABER DO ALUNO EM TEMPOS DE REDES SOCIAIS Priscila Oliveira de Almeida

13 AFETO QUE TU ME DESTE Aurivan Sérgio de Jesus da Silva

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14 CRIAÇÃO E SUBJETIVIDADE: A ARTE COMO FERRAMENTA PRIMÁRIA PARA O APARECIMENTO DO SUJEITO? 191 Cauan Antonio Silva dos Reis

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PREFÁCIO

Psicanálise e Educação: Impasses subjetivos contemporâneos IV* Freud, com a descoberta e sistematização do inconsciente, cria um novo campo de saber. A partir de seus estudos e ao fazer nova modalidade de leitura dos antigos fenômenos mentais, encontra uma nova explicação dos sintomas. Seus escritos revelam o rigor de suas formulações e as fundamentações lógicas de sua construção teórica. A psicanálise é uma prática clínica que se abre a novos sentidos e a um devir de novos conceitos. Estes podem surgir a partir da constatação de novos problemas e novas questões. Criada há mais de 100 anos, a psicanálise hoje mantém um caráter que foi próprio quando da sua descoberta por Freud: a polêmica. Afinal, o inconsciente, tal como foi por ele sistematizado, configura-se como um novo objeto de estudo. O texto freudiano de 1900- o capítulo VII da Interpretação dos Sonhos, é escrito para demonstrar, de forma sistematizada, como funciona o inconsciente e como operam suas manifestações, tanto no nível da compreensão da psicopatologia nos sintomas, quanto no nível da vida normal, como nos sonhos. Freud também pensou na relação Psicanálise e Universidade quando escreveu Sobre o ensino da psicanálise nas universidades (1919[1018]/1996). Não é possível pensar a prática clínica sem o trabalho incessante de investigação. Tratamento psicanalítico e pesquisa coincidem. Investigação é sempre pesquisa, seja esta sistematizada ou não, como ocorre nos moldes das pesquisas realizadas nos meios acadêmicos e científicos. O que significa fazer pesquisa em psicanálise no espaço acadêmico? Por pesquisa se entende um conceito ligado diretamente à noção de investigação,

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de indagação e aos estudos sistematizados com a finalidade de se buscar descobrir ou estabelecer fatos ou princípios relativos ao conhecimento. A época em que Freud viveu, final do século XIX e início do século XX, foi marcada por uma grande renovação do conhecimento aceito e estabelecido como científico. Ele foi formado dentro dos parâmetros empiricistas, nos cânones das ciências positivas, porém nesse período, mudanças profundas no conhecimento humano aconteceram e se refletiram em praticamente todos os ramos do saber. Estamos num novo momento, com o surgimento do que se tem chamado modernidade. Segundo Delacampagne, (1997, p. 13) “o advento da modernidade não se traduz apenas por uma mutação radical de sua imagem do mundo, mas também por um novo questionamento sobre o fundamento das ciências”. O presente livro convida a uma reflexão, inspirando-se na obra de S. Freud , nas recentes produções teóricas de J. Lacan e de outros autores psicanalíticos contemporâneas, a um olhar sobre o Declínio da Imago da Função Paterna e a crise da alteridade e suas repercussões na Educação e na Sociedade. A Psicanálise garante a escuta do sujeito social que clama pelo reconhecimento do seu lugar. A partir dessas questões, os autores do presente livro se debruçaram para pensar a relação entre a psicanálise e universidade.Trabalho instigante! A proposta de trabalhar os temas Psicanálise e Universidade é, por si só, polêmica, mas os autores vão mais longe, resolvendo refletir, pesquisar e produzir seus trabalhos sobre educação. Lembramos que Freud, no Prefácio ao texto de Aichhorn: Juventude Desorientada, (1925, vol. XIX, p 341) nos adverte: “...Em um primeiro estádio, aceitei o bon mot estabelece existirem três profissões impossíveis - educar, curar e governar - e, eu já estava inteiramente ocupado com a segunda delas. Isto, contudo, não significa que desprezo o alto valor social do trabalho realizado por aqueles de meus amigos que se empenham na educação.” O livro apresenta os pontos de convergência entre esses dois campos de saber: Psicanálise e Educação, que para Freud estariam marcados pela impossibilidade! Os autores vão ainda mais longe ao trazerem suas pesquisa sobre o enfoque da educação e da criança. As abordagens são diversas e os

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temas muito atuais. Sobre a Educação é levantada a questão central: Educar é transmitir um saber. O problema está em considerar o que é o “saber”, em cada época e em cada cultura. Eles vão, então, aprofundar essa relação entre Psicanálise e Educação, trazendo a criança na atualidade para o centro dos estudos. Questionam se as crianças de hoje são mais inteligentes, embora menos bem-educadas e com menos limites comportamentais que aquelas de outros tempos. Estas seriam tão diferentes que se chega mesmo a pensar que não se trataria mais de crianças? São levantadas questões sobre as que têm necessidades especiais, onde se interroga sobre uma possível educação centrada na transferência, e, por conseguinte, o lugar do sujeito na educação escolar. Continuando a discussão teórica, o livro nos apresenta uma interessante abordagem sobre o momento atual de mutação sem precedentes do laço social, fato que vem provocando uma crise nas sociedades avançadas, com desdobramentos na constituição das subjetividades e no modo de conduzir a tarefa de educar.Numa visão bem contemporânea, o livro aborda a posição da criança, hoje, numa cultura consumista, abrindo uma discussão sobre o infantil, destacando que a infância adquiriu um status particular e a criança é entendida como consumidora de bens mercantis. E em outro artigo foram destacadas as mudanças ocorridas na sociedade contemporânea e seu reflexo na constituição do sujeito em suas relações com o Outro, com o tempo e o espaço, em uma época ligada ao virtual e às redes sociais. As reconfigurações familiares foram também tratadas, a partir da psicanálise, especialmente as novas formas de conjugabilidade, com novas leituras sobre filhos de casais homoafetivos, assegurando-lhes direitos e acompanhamento quanto às suas especificidades. Não foi esquecido pelos autores, uma reflexão sobre outro importante ator da área de educação: o professor. O manejo do sofrimento psíquico do professor contemporâneo e suas repercussões nos campos da subjetividade, formação e desempenho profissional, são apreciados em texto dedicado ao tema. Nos mostram como a escola contemporânea encontra-se imersa em uma crise de referências simbólicas, com a queda do papel do professor como aquele que ocupa o lugar da autoridade e representanteda Lei. Nesse

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contexto, é extremamente desejável que o professor possa entrar em contato com o saber psicanalítico, sem ter que renunciar sua posição pedagógica. São levantadas discussões sobre as mudanças socioculturais e as possíveis repercussões no reposicionamento do professor na sala de aula, dado que estas mudanças têm efeitos na subjetivação do sujeito. Professor e aluno são convidados a participar desse debate teórico com vistas ao entendimento do que acontece na escola nessa complexa relação. O que se passa no amor e na transferência ao nível desse par? São temas que os autores aprofundaram em suas pesquisas e trabalhos aqui apresentados. A educação relacionada com as artes também foi fruto de trabalho de pesquisa, sendo destacada sua importância, pois é pela via da arte que o homem se reconcilia com a cultura, fazendo-se pertencente a ela. Ao criar, ele deixa a sua marca, com o seu estilo próprio de ser e existir; além disso, as artes tornam possível a criação, transformando a educação e a vida na sociedade. Destacamos, ainda,o texto que aborda conceitos de Ética eEducação na contemporaneidade e as bases que fundamentam estes modelos: a ética do bem e a ética do desejo, numa leitura com a contribuição da teoria psicanalítica. O livro se apresenta para uma análise sobre o Declínio da Imago e da Função Paterna, a crise da alteridade. Trazendo ainda a relação da Educação e da Linguageme os aspectos que estas questões suscitam ao Invocar os três registros criados por J. Lacan: o Simbólico - S, o Imaginários- I e o Real- R e seus enodamentos, como novas possibilidades de entendimentos sobre o educar e transmitir um saber na contemporaneidade. Espero que a leitura dos textos aqui apresentados seja para os leitores uma experiência tão enriquecedora e prazerosa, como foi a tarefa de escrever a apresentação resumida desses trabalhos. Eliane Maria Vasconcelos do Nascimento Psicanalista, Professora Associada aposentada da UFBA, Mestre em Teoria Psicanalítica pela UFRJ e Doutora em História Social pela UFBA

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NO PRINCÍPIO ERAM DOIS: LETRA E AMOR

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José, eu te amo, tu me fazes falta, te quero porque esse amor tem pureza original posto que nasceu antes de sermos adultos, é um amor que quer bem e que nos faz bem, por isso que é um amor Doce, nomeado de amor divino e sagrado, amor que aceita, protege e sofre pela falta e ausência. Amor que vibra alegremente com os feitos de cada um, com aquilo que se escreve e produz e sobremaneira o amor que tu me ensinas sobre o que é ter fé. Um amor que revela na nossa cama a naturalidade intima do nosso ser, que não se cansa de inscrever nos nossos escritos a intensidade de nossas declarações de amor. Encanta nesse afeto a sensibilidade que temos frente aos nossos silêncios em rajos de ciúmes, conversas incertas em palavras mal-ditas as quais se por um lado nos deixam frágeis, por outro, amplifica nosso amor. Somos amados por termos escolhido por um jeito de amar em que o cuidado um com o outro passa por um principio ético de profunda grandeza. Constitui-se de um amor que faz da distância,claridade, brilho que alumia nosso 1. Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade. PPGEduC. Uneb, Dra Psicologia da Educação e Psicanalista.

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Formato: 15,5cm x 22,5cm | 206 p. Tipologias: Minion Pro, Myriad Pro Papel da capa: Supremo 250g/m2 Papel do miolo: Polén Soft LD 80g/m2 Coordenação Editorial: Betânia G. Figueiredo Produtor Editorial: Edson Oliveira Capa & diagramação: Edson Oliveira Revisão de textos: Lucinéia Maria Bicalho

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