PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NO CINEMA

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Pessoas Com Necessidades Especiais No Cinema

ORGANIZADORAS (ES)

Margareth Diniz Mônica Maria Farid Rahme Inês Assunção de Castro Teixeira José de Sousa Miguel Lopes

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Todos os direitos reservados à Fino Traço Editora Ltda. © Margareth Diniz, Mônica Maria Farid Rahme, Inês Assunção de Castro Teixeira, José de Sousa Miguel Lopes Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem a autorização da editora. As ideias contidas neste livro são de responsabilidade de seus organizadores e autores e não expressam necessariamente a posição da editora.

CIP-Brasil. Catalogação na Publicação | Sindicato Nacional dos Editores de Livros, rj

P568 Pessoas com necessidades especiais no cinema / organização Margareth Diniz ... [et al.]. - 1. ed. - Belo Horizonte [MG] : Fino Traço, 2018. 180 p. : il. ; 21 cm. Ficha técnica dos filmes analisados ISBN 978-85-8054-365-0 1. Cinema. 2. Cinema - Aspectos sociais. 3. Integração social. I. Diniz, Margareth. 18-49961

CDD: 791.43658 CDU: 791.43 Leandra Felix da Cruz - Bibliotecária - CRB-7/6135

Conselho Editorial Coleção EDVCERE Alfredo Macedo Gomes | UFPE Álvaro Luiz Moreira Hypolito | UFPEL Dagmar Elizabeth Estermann Meyer | UFRS Dalila Andrade Oliveira | UFMG Diana Gonçalves Vidal | USP Elizeu Clementino de Souza | UNEB Luiz Fernandes Dourado | UFG Wivian Weller | UNB

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Preâmbulo  7 Prefácio  9 Apresentação  15

1  Uma Lição De Amor, Ou A Paixão Pela Ignorância  23 Margareth Diniz

2  Helen Keller: A Ruptura Do Exílio De Si Pelo Reconhecimento Do Outro  39 Charles Gardou

3  “Vermelho Como O Céu”: Uma Reflexão Sobre A Inclusão Escolar  61 Ana Lúcia Azevedo Faria Maria Jaqueline Grammont

4  “O Oitavo Dia” E “Eu, Também”: A Síndrome De Down No Jardim Das Delícias  77 Ubiratan Vieira Monica Rahme

5  Os Melhores Dias De Nossas Vidas Ou O Que Pode Fazer Emergir Uma Amizade  93 Mônica Rahme Ubiratan Vieira

6  Filhos Do Silêncio: Filhos De Um Deus Menor?  109 Leny Magalhães Mrech

7  O Homem Elefante: Espelho (Perturbador) De Nós Mesmos  121 Marisa Vieira Ferraz Cunha Nubile

8  “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”: Um Relato Poético Da Delicadeza   137 José de Sousa Miguel Lopes

9  A Família Bélier”: Pequeno Universo De Uma História Em Muitas Línguas!  153 Valeska Fortes de Oliveira Tania Micheline Miorando Glaucimara Pires Oliveira Fichas Técnicas Dos Filmes  167 Autores e Autoras  175

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Preâmbulo

Ao/as leitores(as), Com alegria apresentamos aos leitores e leitoras o livro Pessoas com necessidades especiais no cinema, que se soma à Coleção Educação, Cinema e Docência, publicada pela Editora Autêntica de 2003 a 2012. Cruzando o Brasil em suas várias direções, além de contar com uma versão do quarto volume publicada na Argentina1, os livros/coletânea da Coleção foram muito bem aceitos e avaliados, sobretudo pelos colegas do campo da educação e do cinema. Por abordar temáticas importantes da área educacional, o primeiro volume teve como título A escola vai ao cinema (2003); o segundo A mulher vai ao cinema (2005); o terceiro A diversidade cultural vai ao cinema (2006); o quarto A infância vai ao cinema (2006); o quinto A juventude vai ao cinema (2009) e o sexto A família vai ao cinema (2012). Todos os volumes, organizados sob a forma de coletânea, receberam a colaboração gratuita de nossos colegas pesquisadores/as da educação que se interessam também pelo cinema, a quem renovamos nossos agradecimentos. Este livro contou com a colaboração especial das professoras Margareth Diniz, da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), e Mônica Rahme, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pesquisadoras da temática dos indivíduos com necessidades especiais, principalmente no que tange a seus processos educativos e integração nas escolas. A estas duas colegas, de forma especial, agradecemos por compartilharem conosco este livro, na condição de co-organizadoras, tanto quanto agradecemos a todos e todas que nela escreveram. 1. Trata-se da versão em espanhol da coletânea “A infância vai ao Cinema” publicada em 2007 pela Editora Mino y Dávila na Argentina com o título “Miradas cinematográficas sobre la infância: niños atravessando el paisage”, que contou com a presença do professor Jorge Larrosa Bondía como um dos três organizadores.

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Esperamos que esta publicação seja bem aceita pelo público e que todos/as desfrutem dos trabalhos nela contidos. Em especial neste momento, em que temos pela frente a responsabilidade de implementar nas escolas de educação básica no Brasil, a Lei 13.006, de 2014, que em adendo à LDB em vigor, estabelece a obrigatoriedade de exibição de cinema brasileiro no período mínimo de duas horas mensais, a título de complementação e enriquecimento curricular. Uma tarefa com a qual este livro poderá contribuir, pois ainda que a mesma não se restrinja ao cinema nacional, pretende contribuir para o gosto e a afeição pelo cinema de criação, alargando o repertório e a experiência cinematográfica dos/as educadores/as, como também das crianças, adolescentes, jovens e adultos de nossas escolas e de um modo geral. Inês Assunção de Castro Teixeira José de Sousa Miguel Lopes Belo Horizonte, maio de 2018.

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Prefácio

Como psicopedagoga de graduação recebo o pedido de fazer este prefácio como um desafio e um privilégio. Ao investigar algo das origens das palavras “necessidade especial” encontrei em um velho dicionário etimológico a ideia de “necessidade” como necessitas ou necesse, do latim. Necesse deriva do prefixo ne (não) e cedere (parar), ou seja, trata-se de algo que não para, e por isso, é inevitável. Então, se por um lado o conceito de necessidade nos remete à falta de algo, usualmente indispensável para a vida, por outro, reflete o motivo irresistível de alguma ação. Necessitas significa o parentesco de sangue de origem que impediria a uma pessoa se desvincular de outra, em virtude de uma vinculação natural. Ainda em latim ambos conceitos são usados em argumentação para se referir a tudo aquilo que é inerente a um conceito, de obrigada presença para a realização de algo. Por outra parte, a palavra “especial” deriva da raiz latina specialis e ela, por sua vez, de specie, que indica aparência, imagem visual, grupo de seres com traços aparentes comuns, assim especial é o próprio de uma espécie, mas não da generalidade dos seres. Specialis e specie vêm do verbo sepecere que significa mirar, observar. Refere-se a aparência, imagem ou caráter que se diferencia do comum, isto é, aqueles caracteres particulares que me fazem único, lembrando que todos os outros membros da espécie também têm algo fora do comum, específico, próprio. E então, o que contribui essa etimologia para pensar nas pessoas com necessidades especiais que vão ao cinema? Elas, como Mirco (personagem cego de Vermelho como o céu), vão com outros. A experiência do cinema é de uma radical e inevitável alteridade. A presença do outro não é assistencial, compensatória, mas de profundo atravessamento na apreensão e criação do mundo. A imaginação de Mirco é povoada pelas falas do filme cujo cinema é

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levado pela mão de vários colegas. Todos juntos, de mãos dadas atravessando a rua, entrando na sala indiferentemente escura apalpando as poltronas para sentar juntos. Eles apalpam inclusive as imagens, as saboreiam, brincam com elas. Quantos filmes outros povoaram suas cabeças, diante o único filme que sua amiga vidente assistiu de olhos abertos? Essa experiência de cinema o leva a se aventurar numa escrita sonora de uma história composta apenas por sons de objetos que contam uma história de chuva, vento se debatendo numa tormenta da qual o sol triunfa resplandecente com direito ao som de uma abelha voando entre girassóis... Mirco necessitou gravar chuva no chuveiro do banho, inventar trovões com assadeiras velhas de forno da cozinha do colégio, e fazer de conta com um sopro engraçado do inseto que se afastava (do microfone) voando livre entre as flores. Essa necessidade existencial de criar é mais do que qualquer outra a necessidade que consigo enxergar nas pessoas consideradas com necessidades especiais. Não é da falta de um sentido ou função, mas da forma de se relacionar com o outro, “sem essas necessidades” e na maioria das vezes cego das próprias. É uma necessidade radical de criar através do que o outro informa do mundo, da informação que recebe e transforma com sua própria percepção. E é por isso também, que resulta uma identificação da igualdade. Dessa igualdade que está no ponto de partida e que tem a ver com as inteligências para além de qualquer condição, dessa inteligência que pode relacionar o que conhece ao novo e estabelecer novos conhecimentos a cada vez verificando uma e outra vez que esse seu modo é radicalmente igual a qualquer outra inteligência, como quer Rancière. Uma igualdade que não se coloca como objetivo ao futuro, afirmando uma desigualdade inicial, mas seguindo a etimologia, uma igualdade que tem a ver com a diferença, com a radical igualdade de sermos todos um pouco fora do comum, todos um pouco distintos e diferentes. Os filmes que os autores deste livro escolheram primorosamente para realizar esta coletânea nos colocam na necessidade de incluir modos e condições diferentes de estar no mundo, sem por isso minimizar o que significa para cada pessoa e para seus grupos de pertencimento essa diferença. A diferença de visão, por exemplo, é sempre uma questão de grau. Até a visão humana mais saudável é sempre parcial, incompleta, imperfeita, sujeita

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a ilusões visuais das mais variadas. E não se trata de negar as condições da vida de alguém que perdeu a visão ou que nasceu sem ela e sonha com voltar sozinho da escola para casa, como apresenta o filme de Daniel Ribeiro. Trata-se simplesmente de refletir acerca da incompletude, traço comum a todo o humano. Pedagogicamente necessitamos pensar na diferença para não excluir estudantes de nossas escolas e universidades. Promover cada vez mais esforços de formação e conhecimento das particularidades de cada necessidade especial, sem descansar apenas em palavras tais como “inclusão” para garantir que esses estudantes se sintam, de fato, parte do curso, do grupo, da escola. Quando leis como a 13.146/15 ficam desacompanhadas de políticas públicas de formação, infraestrutura e acompanhamento, por mais nobre que seja o objetivo podem se transformar em uma exclusão contundente, muito mais grave que a da institucionalização de pessoas com necessidades educativas especiais em escolas para cegos, para surdos, ou para propostas educativas com questões motoras ou intelectuais diferentes. Ao menos, nessas instituições há quantidade de estudantes correspondente aos docentes, e docentes com formação específica. Acredito que o caminho da inclusão seja nosso objetivo real e final, porém implementado apenas como lei é ainda inconveniente. Assistimos a aulas superlotadas com crianças com baixa audição, autismo, ou paralisia cerebral, sem o devido acompanhamento e cujos professores mal foram preparados para poder melhor desempenhar sua função. Voltando ao filme Vermelho como o céu, quero destacar novamente a Mirco por emocionar todos os pais, colegas, professores e funcionários da escola ao transformar um ato escolar convencional numa estreia de um modo outro de contar uma história para todos. Esse desejo que nasceu inicialmente do propósito de contar uma história, por amor a sua amiga, o leva a busca por identificar objetos, registrá-los, editá-los, levará a esta pequena criança cega aos dez anos de idade a ser a grande referência do som do cinema italiano. Hoje, quando fazemos filmes com as crianças cegas do Instituto Benjamin Constant, que recebe professores e crianças cegos e de baixa visão, temos a sensação de estar aprendendo outro modo de fazer

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cinema, de ouvi-lo e por que não, também de vê-lo, quando narrado por outras vozes, que multiplicam na imaginação tantos outros filmes possíveis. É como se a limitação virasse potência ao replicar diferentes imagens em cada aluno que escutando o filme, o imagina ao seu modo. Sua escuta atenta nos ensina a ver com atenção, a observar. E se o objetivo de toda forma de educação é desenvolver a atenção sobre o mundo como afirmam os belgas Simons e Masschelein, os cegos e os surdos e todas as pessoas com necessidades especiais nos dão uma bela lição. Nos dias que correm, quase sempre observamos rápidos diagnósticos de profissionais da saúde, quando não medicações de alto risco, em termos de efeitos secundários, para crianças com problemas de atenção. A maioria delas sequer sofre o problema de ser desatenta e sim de ser desatendida. Em muitos casos, pais e os professores sentindo-se inseguros, encontram na medicina a possibilidade de um escape que desloca a necessidade insubstituível de atender a particularidade de cada criança, de suas dúvidas, medos e da necessidade infinita de tempo para uma abordagem que medicaliza o gesto de educar. As experiências de inclusão que encontramos nesses artigos e filmes nos revelam que todos os casos bem sucedidos guardam relação com alguma condição especial de uma dada pessoa, mas também com pessoas especiais que tornam essa inclusão inteligente, sensível, amável. A pessoa especial torna seu entorno especial. O outro se torna mais especial e sensível. Este livro evidencia que raro é encontrar pessoas com necessidades especiais no cinema. Precisamos levá-los! É preciso que as salas de cinema garantam algumas sessões para tal fim, onde o cinema se torne uma questão de todxs e para todxs. Mas para isso, é também preciso garantir nos editais de ANCINE que todos os filmes sejam produzidos com tecnologias assistivas (closed caption e audiodescrição). Promover parcerias entre universidades e salas de cinema com sessões especiais onde tudo bem se o cinema não fica totalmente em silêncio. Pessoas com necessidades especiais são também as mães com seus bebês ou crianças pequenas que não reúnem suficiente coragem para ir ao cinema temendo incomodar a sessão com o choro,

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o balbuciar ou qualquer barulho que toda criança faz, que uma pessoa com a condição de autismo ou surdez fazem... Todos somos limitados, especialmente limitados. O velho Vygotsky já nos disse no seu Tratado de la defectologia (um dos primeiros livros) que é preciso aprender sobre os nossos defeitos, não para compensá-los, pelo contrário, para criar nossos projetos de vida sobre eles, a partir deles. Não foi assim o que aconteceu com as vidas de Hellen Keller e Beethoven? Convido ao leitor a se deliciar na leitura destes textos desta coletânea que acrescenta mais uma pérola nesta coleção, recomendando especialmente assistir aos filmes que os inspiraram. Boa leitura! Boa sessão! Adriana Fresquet

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Apresentação

A história da humanidade está marcada pela informação e pela globalização. Nesse contexto, falar de inclusão pressupõe falar também em exclusão, isto porque a inclusão, aqui qualificada como social, dá a entender que muitos sujeitos foram excluídos, discriminados e banidos, seja por preconceitos, seja por não terem acesso aos bens de consumo no interior da sociedade em que vivem. Aqui, tomamos o termo “inclusão” como um movimento em torno do qual se articula o princípio ético que tem orientado a ação de grupos culturalmente dominados, aos quais foi negado o direito de preservarem suas características culturais e para os quais foi dificultado o acesso aos mesmos direitos civis atribuídos aos cidadãos. No início, esses movimentos expressavam exclusivamente a reivindicação de grupos étnicos. A partir da segunda metade do século XX, entretanto, passam a abarcar um universo cultural mais amplo e a contar com uma aliança estabelecida com outros grupos culturalmente dominados. Juntos, esses grupos reagem por meio de suas organizações políticas ou de pequenas associações e/ou grupos, também chamados “tribos”, para serem reconhecidos e respeitados em sua diversidade e em relação aos seus direitos civis. O grande desafio do movimento inclusivo é fazer com que a sociedade como um todo se interesse por essa discussão sem perder de vista a importância da dimensão política que instaura esses movimentos. Diante disso, é preciso nos perguntar: O que, de fato, é a diversidade? A definição da palavra diversidade no dicionário Aurélio da língua portuguesa (1986:421)1 é: diferença, dessemelhança. Podemos então pensar que a diversidade é somente o que percebemos ao olharmos para as pessoas (ser considerado magro, gordo, feio ou bonito...), atribuindo às diferenças um olhar relacionado, apenas, às características visíveis. Porém, se pensarmos 1. FERREIRA, Aurélio. B. de. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª ed. rev. aum. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

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mais amplamente sobre as diferenças, veremos que elas também são produzidas social, cultural, histórica e politicamente, o que reflete na própria construção da subjetividade. Pensar na e sobre a diversidade é pensar a relação entre o eu e o outro, pois ao considerarmos o outro, o diferente, somos levados a pensar em nós mesmos, na nossa história, nos nossos valores. Pensar em diferenças significa estabelecer comparações nesse par de opostos: semelhanças e diferenças. Ao considerarmos alguém ou alguma coisa diferente, estamos sempre partindo de uma comparação. Para que essa comparação se efetive é necessário que se estabeleça um tipo de padrão ou de norma vigente no nosso grupo cultural como ponto de referência. Pode ser um padrão de comportamento, de inteligência, de esperteza, de beleza, de cultura, de linguagem, de classe social, de raça, de gênero, de idade, de sexualidade, etc. A diversidade cultural passa a ser um desafio para a convivência humana, pois através dos “ideais” que são difundidos para todos e, pretensamente, também assimilados por todos, modelos são determinados, de acordo com os quais o sujeito deve agir, constituindo, assim, os estereótipos. A sociedade atual é a sociedade do estereótipo, das crenças prévias, que indicam como as pessoas devem pensar e agir, como as mães devem ser... como professores e alunos devem se relacionar, o que as pessoas devem vestir. A partir dessas imagens estereotipadas, cria-se a crença na existência de um saber universal, que se propõe como um produto acabado a ser seguido por todos. Mas esses estereótipos não dão conta de dizer a realidade dos sujeitos: o que acaba emergindo é um saber que se transforma em pré-concepções, em pré-conceitos. Desse modo, inicialmente, o preconceito se apresenta sob a sua forma mais simples, como uma atitude cultural positiva ou negativa dirigida aos membros de um grupo ou categoria social. Gradativamente, no entanto, a informação acaba assumindo a sua forma mais sólida, mais concreta, transformando-se em discriminação e no tratamento desigual dos indivíduos que pertencem a um grupo ou a uma categoria particular, como bem expressa a noção de “estigma”, discutida pelo sociólogo Erving Goffman (1963)2. 2. Goffman, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4ª. Ed. RJ: Guanabara, 1988 [1963].

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O que visamos com este livro: “As pessoas com necessidades especiais no cinema” é analisar, interrogar e perceber por meio da linguagem audiovisual como essas pessoas foram e são tratadas na linguagem cinematográfica e como estas representações podem incidir nas concepções que forjamos ao longo dos séculos XIX, XX e XXI acerca dessa questão. Para tal, serão analisados os seguintes filmes: “Vermelho como o céu”, “O oitavo dia”, “Os melhores dias de nossas vidas”, “Filhos do silêncio”, “O homem elefante”, “Hoje eu quero voltar sozinho” e “A família Bélier”. Ao final da Coletânea, é apresentada a Ficha técnica na qual consta a Sinopse de cada um dos filmes. O primeiro artigo da Coletânea, “Uma lição de amor, ou a paixão pela ignorância” de Margarth Diniz, dialoga com o filme intitulado I Am Sam, dirigido por Jennie Nelson (EUA, 2001), denominado “Uma lição de amor”, em sua versão brasileira. A reflexão da autora se estrutura em duas dimensões analíticas articuladas entre si. Uma delas se remete diretamente ao filme no qual a autora destaca, entre outras questões, a tensão colocada por um pai, Sam considerado como doente mental, poder assumir ou não a educação de sua filha, abandonada pela mãe. Compondo seu artigo com outras reflexões que o enriquecem sobremaneira, a autora desenvolve ainda significativas ideias relativas à concepção de saber considerando sua dimensão inconsciente, referenciando-se em Freud e em Lacan. Mediante tais reflexões, a autora tece discussões do campo da pedagogia, sobretudo quanto ao denominado fracasso escolar, entre outras questões. O artigo “Helen Keller: a ruptura do exílio de si pelo reconhecimento do outro”, de Charles Gardou, é uma reflexão mais geral sobre a temática dos indivíduos com necessidades especiais, tomando como foco de discussão o caso de Helen Keller. Tendo nascido como uma criança considerada normal, em 1880, em Tuscumbia (Alabama), aos 19 meses Helen contrai uma febre cerebral, no diagnóstico da época, cujos efeitos são a surdez, mutismo e cegueira. O artigo apresenta significativos momentos e aspectos da biografia de Helen associados e discutidos a partir das noções de reconhecimento, de autonomia e de recusa da fatalidade. O autor se detém, especialmente, nas interações entre Helen Keller e Anne Mansfield Sullivan, uma mulher que tendo sido cega desde nova, recuperou a visão graças a uma intervenção 17

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cirúrgica, que se responsabiliza pela educação de Helen. Depois de descrever e tecer considerações analíticas sobre as condutas e a “pedagogia” de Sullivan em suas interações com Hellen, o autor conclui que “a saída do exílio interior no qual Helen Keller se encontrava foi marcada pela dimensão criadora de uma pedagogia da exceção. Pedagogia que permanece como desafio nos projetos educacionais e societários da contemporaneidade.” Importa referir que este texto elaborado por Charles Gardou não estabelece diretamente um diálogo como o cinema. No entanto, ele é importante para os amantes da 7ª arte por duas razões: 1. Pelos aportes teóricos que faculta ao leitor/amante do cinema, visando uma melhor compreensão do papel assumido na educação de Helen Keller por Anne Mansfield Sullivan. É esse papel que leva o autor do texto a referir que “A experiência de Helen Keller constitui uma fonte pedagógica a se (re)descobrir e a ser explorada por todos aqueles que fazem parte do meio educacional. Ela revela, de forma brilhante, que a educação começa onde o determinismo não conta mais, onde todas as padronizações são desconstruídas, assim como os derrotismos. Um percurso que demanda, como assinalado acima, uma pedagogia da exceção, incorporada, em sua história, pelas concepções transformadas em atos por Anne Sullivan”. 2. Porque o texto, ainda que indiretamente, possibilita a todos aqueles que desejarem aceder às experiências vividas por Helen Keller e que permitiram a Anne Sullivan constituir um capital terminológico e conceitual, o possam fazer através do cinema. Com efeito, existe um filme “The Miracle Worker” (produzido para a TV em 2000 nos EUA, dirigido por Nadia Tass). Trata-se de um “remake” de dois filmes sobre o mesmo tema: “The Miracle Worker”, produzido em 1962, dirigido por Arthur Penn, distribuído no Brasil com o título “O Milagre de Anne Sullivan” (Ver Ficha Técnica no final); e “The Miracle Worker”, também produzido para TV em 1979, dirigido por Paul Aaron, que em 1984 teve ainda uma sequência com o título “Helen Keller, The Miracle Continues”. Na sequência, o artigo “Vermelho como o céu”: uma reflexão sobre a inclusão escolar“ é um trabalho de Ana Lucia Azevedo e de Jaqueline 18

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Grammont sobre o filme “Vermelho como o céu”, cujo personagem central é Mirco, um menino que ficou cego em um acidente, levado para uma escola de cegos na Itália. Partindo de perguntas colocadas em epígrafe vindas de reflexão de Don Giuilo, um dos personagens do filme: “O que essa escola faz de bom? Em que ela ajuda? O que fazemos realmente?”, as autoras vão trazendo cenas, situações, imagens e outros elementos da obra postos em discussão. Como se tomassem nossa imaginação e pensamentos pelas mãos, as autoras nos fazem olhar, sentir e pensar sobre aqueles meninos e a cegueira, sobre a cultura e os conflitos escolares, sobre as relações familiares com esta temática, sobre a docência e outras questões do dia a dia dos educadores, potencializados pelo cinema. Aos poucos, permitem-nos reafirmar, tal como expresso nas palavras do professor do filme em seus embates com o diretor da escola, que aqueles meninos, mesmo não podendo ver, “estão vivos, cheios de entusiasmo e fantasia. Não estamos ajudando se negamos a eles a liberdade de se expressarem!” O texto que segue é uma discussão de dois filmes cujos argumentos giram em torno de personagens com a síndrome de Down: “O oitavo dia (Jaco Van Dormael, Bélgica, 1996) e “Eu, também” (Alvaro Pastor e Antonio Naharro, Espanha, 2009). Autora e autor analisam aspectos comuns e distintos das duas obras, a partir do eixo de análise das condições de produção, distribuição e circulação dos filmes e o da questão moral e da afetividade, sendo esta entendida “como saída para o embate entre normalidade e diferença”. Ao longo da escrita vamos sendo levados por Mônica e Ubiratan a ver ou rever as duas películas, imaginando suas imagens e a dramática ali colocada. Neste percurso os autores nos levam também às suas conclusões sobre a importância destes dois filmes, tanto para o cinema quanto para a temática das pessoas com necessidades especiais, além de destacarem que ambos, cada um a seu modo, contribuem para expandir as representações sociais existentes sobre a vida com síndrome de Down. No texto“Os melhores dias de nossas vidas ou o que pode fazer emergir uma amizade” Mônica Rahme e Ubiratan Vieira analisam o modo como duas pessoas tão diferentes puderam construir uma amizade. Rory é tetraplégico e Michael tem paralisia cerebral. Descontentes com o modo de vida, estes dois amigos planejam deixar a instituição onde estão internados para 19

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que possam viver a vida em toda a sua intensidade. As autoras discutem a problemática da dependência e da autonomia e nos mostram que “Se a deficiência não é tomada mais como doença, como uma condição na qual o indivíduo precisaria se contentar com rotinas rígidas ou com uma inserção estritamente institucional, abrem-se possibilidades de mudança de percurso que ocasionam, por sua vez, modificações importantes nas relações sociais”. Leny Magalhães Mrech no artigo “Filhos do silêncio: filhos de um deus menor?” chama-nos a atenção para a história do professor especializado em língua de sinais - James Leeds - que se apaixona por Sarah – que vive e trabalha na instituição em que ele leciona. Embora o filme nos remeta ao universo do ouvinte e do surdo, pode-se também pensar no universo da mulher e do homem. Do que eles desejam, da maneira como se olham, sentem e vivenciam suas emoções. Segundo a autora “Não há relação de completude entre os dois sexos. Por mais que eles tentem formar um, há sempre algo que escapa, que não se completa. Talvez, o que de mais bonito este filme traz é um encontro na diferença e não na semelhança. A possibilidade de olhar o outro mais além de si mesmo”. No artigo “O homem elefante: espelho (perturbador) de nós mesmos” Marisa Vieira Ferraz Cunha Nubile, parte de uma análise histórica e antropológica, procurando mostrar como o olhar sobre um homem corporalmente disforme, é influenciado pelo discurso de uma dada sociedade, num determinado contexto histórico. Nesse sentido a autora traz à superfície as contradições provocados por essa figura e suas implicações em termos da subjetividade humana. Segundo ela O Homem Elefante “é capaz de suscitar as mais diferentes reações, pois ao escancarar a falta, ele nos reenvia nossa condição precária de ser. Mas, sua horrenda figura também desperta o gozo do espetáculo, um olhar mórbido que denuncia a dimensão assustadora imanente à condição humana. Estamos, pois, no terreno dos paradoxos da satisfação pulsional”. “Hoje eu quero voltar sozinho’: um relato poético da delicadeza” de José de Sousa Miguel Lopes nos remete para a forma como o diretor aborda as relações de um adolescente cego, que tenta lidar com a mãe superprotetora ao mesmo tempo em que busca sua independência. Quando outro adolescente chega na cidade, novos sentimentos começam a surgir, fazendo com que 20

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ele descubra mais sobre si mesmo e sua sexualidade. Os jovens que nos são mostrados no filme parecem livres para lidar apenas com os dilemas universais. Tudo é muito real, e familiar ao espectador, inclusive a ingenuidade aparente dos diálogos entre adolescentes. O autor salienta que “A descoberta do afeto, na amizade e no amor, entre adolescentes de classe média, é ao mesmo tempo o assunto dramático do filme e o fundamento sensível da relação que a narração pretende estabelecer com os espectadores”. Valeska Fortes de Oliveira, Tania Micheline Miorando e Glaucimara Pires Oliveira exploram no texto “‘A família Bélier’: pequeno universo de uma história em muitas línguas!”, os desafios que se apresentam a uma adolescente francesa que enfrenta todas as questões comuns de sua idade numa família em que seu pai, sua mãe e o irmão são surdos e mudos. Ela tem que administrar a fazenda familiar e traduzir a língua de sinais nas conversas com os vizinhos. Um dia, ela descobre ter o talento para o canto, podendo integrar uma escola prestigiosa em Paris. Mas, como abandonar os pais e os irmãos? Para as autoras “Passear pelo roteiro deste filme dá a conhecer que as singularidades das histórias as quais nos aproximamos por suas diferenças não precisam se atravessar pelo estereótipo do sofrimento da deficiência, acompanhado pelo cômico, para aliviar alguma amargura com o humor em relação à heterogeneidade”. Margareth Diniz Mônica Rahme Inês Assunção de Castro Teixeira José de Sousa Miguel Lopes Mariana, maio de 2017

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Autores e Autoras

Ana Lúcia Azevedo é Doutora em Educação. Bacharel e Licenciada em História. Professora da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte. Pesquisadora do Grupo de Estudos sobre Condição e Profissão Docente (PRODOC/FAE/UFMG). Pesquisadora do Grupo Mutum: Educação, Docência e Cinema (FAE/UFMG). Fundadora e Membro da KINO - Rede Latinoamericana de Educação, Cinema e Audiovisual. Charles Gardou é antropólogo e professor da Université Lumière Lyon 2. Sua produção é voltada para a discussão da diversidade humana, vulnerabilidade e suas múltiplas expressões. É membro do Observatório francês de formação, pesquisa e inovação sobre a deficiência e fundador, com Julia Kristeva, do Conselho Nacional de Deficiência “Sensibiliser, informer, former”, tendo com ela organizado o documento Les premiers Etats généraux “Handicap, le temps des engagements”. Dentre suas últimas publicações, destacam-se os livros: “Handicap, une encyclopédie des savoirs: des obscurantismes à de Nouvelles Lumières” e “La société inclusive, parlons-en!” (Éditions Érès). Glaucimara Pires Oliveira é professora doutora adjunta do Departamento de Educação Especial da Universidade Federal de Santa Maria. Licenciada em Educação Especial, participa do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Imaginário Social (Gepeis/UFSM). glauci_27@ hotmail.com. Inês Assunção de Castro Teixeira é Doutora em Educação pela UFMG. Pós-doutora em Educação pela Universidade de Barcelona. Professora da Faculdade de Educação da UFMG (Graduação e Pós-Graduação). Pesquisadora do Grupo de Pesquisas sobre Condição e Formação Docente

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(PRODOC/FAE/UFMG). Coorganizadora da Coleção Educação, Cultura e Sociedade (Ed. Autêntica) e da Seção Educar o Olhar (Revista Presença Pedagógica). Pesquisadora do CNPq. Pesquisa e publica no campo da Sociologia da Educação, dos estudos sobre professores e de Educação e Cinema. José de Sousa Miguel Lopes é Mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais, Doutor em História e Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e pós-doutor pela Universidade de Lisboa. Atualmente é professor na Universidade do Estado de Minas Gerais. Tem vários livros e coletâneas sobre cinema e vários trabalhos publicados no campo da educação e literatura no Brasil, Portugal, Alemanha, Argentina, Espanha e Peru. Publicou sua tese de doutorado, “Cultura acústica e letramento em Moçambique: em busca de fundamentos antropológicos para uma educação intercultural” (2004). Seus últimos livros são “Educação e Culturas Africanas e Afro-Brasileiras: cruzando oceanos” (2010), “Trocando olhares: Educação e cultura na contemporaneidade” (2012) “Poesia e etnicização nos livros didáticos de Português: um estudo comparativo Moçambique Brasil” (2014). Leny Magalhães Mrech é professora Livre Docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Psicóloga, socióloga e psicanalista. Coordenadora do Núcleo de Pesquisa de Psicanálise e Educação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Autora do livro: Psicanálise e Educação: Novos Operadores de Leitura (Editora Cengage); Organizadora do livro: O Impacto da Psicanálise na Educação (Editora Avercamp) e coorganizadora com Marcelo Ricardo Pereira e Monica Maria Farid Rahme do livro Psicanálise, Diversidade e Educação (Editora Fino Traço e FAPEMIG) e co-organizadora com Marcelo Ricardo Pereira do livro Psicanálise, Transmissão e Formação de Professores (Editora Fino Traço e FAPEMIG). Margareth Diniz é professora Adjunta de Psicologia da Universidade Federal de Ouro Preto e integrante do Programa de Pós-Graduação – Mestrado em Educação, da mesma Universidade. É coordenadora do Programa Caleidoscópio de Pesquisa/extensão. Participa dos grupos de pesquisa so-

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bre formação e condição docente - PRODOC-UFMG e do Laboratório de Estudos e Pesquisas Psicanalíticas e Educacionais sobre a Infância – LEPSI Seção Minas. É integrante do GT 8 – Formação docente – da Associação Nacional de Pós-Graduação de Pesquisa em Educação. Pesquisa temas do campo Psicanálise-Educação, especialmente relacionados à subjetividade, à inclusão de pessoas com necessidades especiais, à diversidade de gênero e sexualidade e à diferença. Maria Jaqueline de Grammont Machado de Araújo é professora e pesquisadora do Departamento de Ciências da Educação e do Mestrado em Educação da Universidade Federal de São João del-Rei. Realizou pósdoutorado, na UFMG (2014), investigando a potência de sentidos em filmes utilizados em processos de formação relacionados à inclusão. Coordena o PIBID/Pedagogia e desenvolve pesquisas relacionadas aos processos de inclusão no campo de intersecção entre alfabetização e letramento e entre cinema e educação. Também participa da Rede KINO – Rede Latino-americana de Educação, Cinema e Audiovisual. Marisa Vieira Ferraz Cunha Nubile é psicóloga, psicanalista com formação em psicanálise de orientação lacaniana. D.E.A. (Diplome D`Etudes Approfodies) em Sciences de l`Éducation pela Universidade Paris V. Mestre e Doutora em Educação pela FEUSP. Atua na área clínica. É uma das coordenadoras da atividade “Cinema e Psicanálise” (Clin-a São José dos Campos). Coordenadora da mentoria do “Instituto Semear”, ONG que trabalha com jovens universitários em situação de vulnerabilidade social. Trabalhou na Secretaria de Educação de São José dos Campos no setor de Educação Especial. Foi professora de pós-graduação do curso de Psicopedagogia da Faculdade Gama Filho e da Universidade do Vale do Paraíba (Univap). Mônica Maria Farid Rahme é professora Adjunta da Universidade Federal de Minas Gerais, onde atua no ensino, pesquisa e extensão. É integrante do Laboratório de Estudos e Pesquisas Psicanalíticas e Educacionais sobre a Infância – LEPSI - Seção Minas, do Projeto Arte e Diferença e do Grupo de estudos Corpos Mistos. Participa da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação e da Associação Nacional de

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Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia - Grupo de Trabalho Psicanálise e Educação. É autora do livro Laço social e educação: um estudo sobre os efeitos do encontro com o outro no contexto escolar (Editora Fino Traço), e coorganizadora de livros relacionados às áreas de educação, formação de professores e psicanálise-educação. Tania Micheline Miorando é professora de Língua Brasileira de Sinais, no Centro Universitário Univates, Lajeado/RS e doutoranda em Educação, pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. Educadora Especial, com habilitação em Educação de Surdos e Intérprete de Língua Brasileira de Sinais. Participa do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Imaginário Social (Gepeis/UFSM). tmiorando@gmail.com. Ubiratan Vieira é professor de sociologia na Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó (SC) desde março de 2015. Como professor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Ouro Preto, campus Mariana (MG) coordenou projetos de extensão voltados para a formação de professores e a mobilização social sobre deficiência. Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais (1996), Mestre em Extensão Rural pela Universidade Federal de Viçosa (2000) e Doutor em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Minas Gerais (2005), realizou estágio pós-Doutoral (2006-2008) no Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas, com atividades junto ao Grupo de Pesquisa do CNPq “Linguagem e Identidade: abordagens pragmáticas”. Tem experiência na área de ensino de sociologia para outros cursos, atuando principalmente nos seguintes temas de pesquisa: deficiência, educação e designação. Valeska Fortes de Oliveira é professora doutora titular do Departamento de Fundamentos da Educação da Educação, coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Imaginário Social (Gepeis) e Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação na Linha de Pesquisa Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional, na Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria/RS. guiza@terra.com.br.

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formato: 15,5cm x 22,5cm | 180 p. tipologias: Minion Pro, Myriad Pro papel da capa: Supremo 250g/m2 papel do miolo: Chambril Avena 80g/m2 produtora editorial: Betânia Figueiredo capa & diagramação: Peter de Andrade foto de capa: Visualhunt.com revisão de textos: Cláudia Rajão

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