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ditorial

Da palavra ao hiperlink Neste momento, vamos contextualizar o processo de comunicação, desde o seu surgimento, necessidade, objetivo e a evolução para que se entenda, com maior clareza, como chegamos às contemporâneas redes de relacionamento on-line. Isso nos servirá como um “guia” para entendimento das etapas comunicacionais, para detalharmos, em outros momentos, todas as ações disponíveis e possíveis atualmente. Todo processo se iniciou no momento que o homem teve necessidade de comunicar com seus semelhantes para que sobrevivesse. As novas descobertas proporcionaram facilidades para essas trocas de informações, sendo o fogo, a roda, a eletricidade, o carro, o avião, até chegarmos à internet. Essas mudanças drásticas quanto aos meios de comunicação mudaram muito o cenário atual. Afinal, passou-se da época em que se tinha uma televisão em preto e branco na sala, para o acesso a internet em altíssima velocidade, redes de comunicação e acesso a sites de pesquisa que já possuem um banco de memórias que gravam saus preferências, reconhecidamente. Isso proporcionou um avanço das mídias fenômenos econômicos e sociais como a globalização. Universalizar informações, “aproximar” regiões e pessoas que se encontram em distâncias continentais são só algumas das muitas vanta-

gens dessa evolução que possibilita um enorme fluxo de informações, quebrando qualquer fronteira. Esse novo mundo aparenta ser perfeito, pois em apenas um clique pode-se entrar em contato com novas culturas, fazer novas amizades, ou até mesmo conseguir um emprego. É um mundo de possibilidades em nossas mãos. Mas os aspectos negativos também existem, visto que, uma pesquisa revela que muitos jovens têm passado mais de quatro horas seguidas em frente ao computador. Esse dado revela que nossa sociedade vem se transformando por inteiro em relações online, pois a falta de tempo e a correria do dia-a-dia exigem praticidade. Um exemplo disso é conversar via MSN em lugar de marcar um encontro e colocar o papo em dia. Esse exemplo nos defronta com a seguinte indagação: será que estamos mais globalizados no que se refere à comunicação ou estamos indo em direção ao distânciamento das relações reais? O nosso objetivo geral, neste trabalho, é mostrar como se desenvolveu a comunicação e mostrar o rumo que ela tem tomado, informando e alertando as possíveis consequencias, procurando utilizar desse novo modelo de comunicação que se tornou tão popular, apenas como uma nova ferramenta e uma forma de entreterimento para todos os internautas.

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xpediente

direção de arte e edição: Tamara Lacerda Ilustração: Tamara Lacerda, Filipe Muniz,

Bruno Martins, Lauro Monteiro, Mario Silva, Adriean Koleric, Etore Cavaliere e Marcelo Augusto Planejamento: Cynthia Enoque F. de Oliveira Colunistas: Filipe Baxter

Giselle Tamara Gabriela Mourão Raphael Pires Tamara Lacerda

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sumário

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Teorias da Cibercomunicação Cultura das mídias e linguagens Híbridas Mediação

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Interação Mútua e Reativa

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Comunicação praxiológica

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Pós-modernidade

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Linguagens híbridas O que é virtual? Remediação, hipermediação e imediação Complexidade Redes Socias e o novo consumidor 2.0

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Gaviões da Fiel: Paixão ou confronto? Cidadania e Redes Sociais

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Teorias da cibercomunicação Nos moldes da sociedade atual, está cada vez mais difícil definir o certo ou o errado, o belo e o feio, o bom e o ruim. Em tempos de “transmodernidade”, as coisas nunca estiveram tão “à escolha das pessoas”, as barreiras foram quebradas. Comunicação em qualquer lugar e à sua maneira, pois o individualismo reina em meio às tribos, que tentam impor suas marcas. O futuro nunca foi tão misterioso quanto agora. Em vez de se olhar para frente, olha-se para trás. Não é a toa que vemos o retrô em todos os setores. E ele não vem sozinho. O retrô, o remix, a mistura de estilos estão se tornando cada vez mais comuns em um mercado em que o consumidor quer se assemelhar a um grupo, mas, ao mesmo tempo, quer impor sua personalidade. Em um mercado em que o consumidor não quer novidades, e sim afirmação do que já sabe. Não quer novas tecnologias, quer acesso e personalização da mesma. Tais circunstâncias levam à cibercomunicação, tempo em que todos se encontram e que a convivência com a comunicação em si, nunca foi tão interativa. Caracterizada por uma época de transformações, com excesso de informação, heterogeneidade e individualismo, esse processo teve início com a necessidade de aprimoramento da comunicação, a partir do momento em que o receptor

já se sente entediado em somente absorver, tornando-se necessário criar meios de interatividade. Trata-se, então, de um momento de multifuncionalidade. Temos toda uma rede com recursos infinitos, o que torna fácil o questionamento e a interação com as respostas, o que gera então uma nova fase, tornado o indivíduo dependente das mídias para sua dose de atualização diária, dose que se faz necessária para a interação no meio. Não é mais necessário sermos idênticos, afinal diante da informação e da personificação não existe somente um modelo com um resultado para a massa, mas sim uma especialização do que voce indivíduo pensante e recíproco deseja. Diante dessas diferenciações dos indivíduos, deparamo-nos com a necessidade de uma mediação em qualquer passagem de informação, pois as diferentes culturas resultam em vários sentidos atribuidos nas coisas, e é essa mediação que proporcionará o sentido único, direto. Estamos vivendo em processo de adaptação às tecnologias e suas mídias, onde o homem têm buscado cada vez mais vivenciar diferentes sensações, que ultrapassem o mundo real, através do mundo virtual. Todo esse processo se dá a uma constante busca do prazer, do conforto e à fuga do previsível.

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Ilustração: Etore Cavaliere


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Cultura das mídias e Linguagens Híbridas Em meio a tantas evoluções e mudanças no dia-a-dia, é comum as pessoas pensarem que estão na era digital, que tudo está completamente revolucionado e não tem mais volta. Não estão de todo errado. As novas tecnologias mudaram e ainda estão mudando drasticamente o cotidiano do contexto atual, porém, é justamente nesse “ainda” que esbarramos. A cada dia surgem turbilhões de novidades, informações advindas de todos os lugares, mas, estas não conseguiram extinguir outras formas de comunicação. Todas estão convivendo e convergindo no espaço. Essa convivência e convergência simultâneas, caracterizam, agora, a chamada Cultura das mídias, de acordo com Lúcia Santaella. Nesse momento, podemos dizer que a sociedade se encontra em transição. Nem cultura de massas, nem cultura digital. É fato que a comunicação está cada vez mais individualizada, cada vez mais novas tecnologias estão sendo utilizadas, mas ainda faz parte do dia-a-dia a mídia impressa, mídias analógicas etc.

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Nesse contexto de convergência e cnvivência de mídias a que Santaella denomina “cultura das Mídias”, os aparatos tecnológicos são extremamente importantes. No entanto, para explicar as mudanças comunicacionais experimentadas na cultura das mídias, faz-se necessária a análise de algo que vai além da superficialidade delas em si: a linguagem. Por mais que haja uma digitalização (que ainda não ocorreu propriamente), não existe comunicação sem linguagem e o que está acontecendo agora é que elas estão apontando para uma única direção. A linguagem áudio se mistura com a escrita, que se mistura com a visual e assim por diante. As matrizes da lingiagem, ante separadas e encerradas em mídias específicas, agora se tornam fluidas com a presença do comutador, capaz de abrigar todas, ao mesmo tempo. As mídias que proporcionaram e ainda estão proporcionando essa convergência das linguagens estão nos treinando e incentivando a buscar a individualização da mensagem, o que provavelmente será algo comum na era digital. A cultura das mídias permite a mistura das linguagens e aos poucos

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está preparando a sociedade para o digital. Um treino, um momento de transição, pode-se assim dizer. Para uma melhor compreensão do fenômeno, foi proposta, por Santaella, uma divisão em eras de cultura, mas não de uma forma linear e sim de uma forma simultânea e mais uma vez, caindo na convivência de linguagens. As eras são as culturas oral, escrita, impressa, de massa, das mídias e a digital; mas isso não quer dizer que toda mensagem deve se encaixar a apenas uma delas. As linguagens e mídias vão se transformando, sofrendo mutações. Pegam um que daqui, outro dali e vão assim formando novas formas de comunicação. Talvez essa seja a principal característica da Cultura das mídias: a mutação e mistura constantes da mensagem. É importante também saber que, além da mutação da mensagem, a sociedade em que ela se propaga é o principal objeto de mudança, pois as mídias não passam de meios para a comunicação, que é feita, sem exceções, por pessoas. A linguagem que as mídias carregam, segundo Santaella, promove mudanças em nós, afetando predisposições cognitivas e estéticas.


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Ilustração: Bruno Martins

Vários comportamentos podem ser observados diante dessas mudanças: Santaella categoriza quatro: Realista ingênuo, Idealista das redes, Cético e Realista Virtual. Há aqueles que acreditam que a cibercultura irá “salvar o mundo”, os que esperam acontecer e a que acredito que seja a melhor das posições que é utilizar e estar por dentro das novidades, porém com um olhar crítico em relação a isso. Enfim, a cultura das mídias é a grande transição de culturas na qual tudo se volta para o individual e, ao mesmo tempo, coletivo. A convivência junto à convergência e, principalmente, o humano e a tecnologia. O objetivo é a fusão para que, em um futuro próximo, possamos estar acostumados e compartilhar o “verdadeiro” digital com naturalidade, percebendo que as tecnologias estão mudando as pessoas não só no que se diz respeito à mentalidade, mas os costumes, comportamentos e porque não, o aspecto natural, biológico.

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Ilustração: Marcelo Augusto (adaptada)


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Mediação A teoria da Mediação, de Jesús Martin-Barbero, nos traz algo bem interessante que é a multiplicidade da interpretação dos sentidos e de como a cultura e a formação da sociedade analisada em seus aspectos diferenciados pode influenciar no entendimento de uma mensagem. Uma coisa que é para um, não é para outro. Barbero coloca em foco a cultura como elemento mediador, retirando de cena, a exemplo do que faz Santaella, os aparatos tecnológicos. A teoria tende a mostrar que por mais que se estabeleça um conceito muito bem definido, a mensagem será desvirtuada em pelo menos algum aspecto, mesmo que este seja pequeno. A mensagem será um tanto quanto individualizada, única para cada individuo de acordo com sua inserção social, cultural etc. Noutros termos, a tensão social, política, ideológica experimentada em um contexto cultural tende a ser pano de fundo para as significações. Para melhor categorizar essas influências, Barbero propõe a ideia de “Mediação”. A mensagem emissor-receptor não é pura, existe a mediação através da cultura.

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Ilustração: Lauro Monteiro

Levando para a área da publicidade, existem alguns elementos mediadores de maior influência, principalmente, no que tange à opinião do público-alvo. Um elemento mediador que, nas configurações atuais, tem sido muito influente, é o líder de opinião (Two-step-flow- Lazarsfeld). A mensagem que o emissor transmite sempre passa primeiro pela “análise” do líder de opinião. Em muitos casos, ele direciona seu público ao seu raciocínio, “distorcendo” um pouco a mensagem emitida, ou seja, o caminho seguido torna-se emissor-líder de opinião-receptor. Da mesma forma, existem as mediações das instituições sociais. Como o próprio nome diz, são opiniões influenciadas por instituições, principalmente a Igreja, o Estado, pois mesmo hoje, são instituições de muita influência. Dessa forma, mais uma vez o sentido, a significância da mensagem podem ser alterados. Outro tipo de mediação, talvez o mais importante, seja o filtro Conjuntural. Esse se refere à cultura, contexto so-

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cial, contexto econômico etc. A mensagem emitida por um emissor não pode ser interpretada da mesma maneira por classe A e classe C, por exemplo. Uma mensagem propagada inserida no contexto cultural brasileiro dificilmente será aceita no Oriente Médio, mais uma vez exemplificando. A formação das classes ou tribos são determinantes quando se trata do entendimento de significados, o que se torna uma mediação considerável em se tratando de comunicação. Por fim, ainda existe a mediação Tecnológica. As novas tecnologias trazem novas formas de percepção da mensagem, o que da ainda mais possibilidades de o receptor interpretá-la à de formas diferentes, dependendo do suporte. A mediação vem nos propor a variabilidade de significado, de sentido, que podem ser obtidas de diversas maneiras e que, uma mesma mensagem, pode virar inúmeras dependo do contexto em que será inserida.


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Interação mútua e reativa A constante evolução no mundo da informática tem movimentado várias questões a respeito da palavra interação. Visto que antigamente apenas o emissor era o soberano na comunicação, a interatividade veio para causar diversas dúvidas quanto ao seu conceito. Alguns estudiodos se propuseram em dedicar seus estudos em busca desse conceito, basendo-se na comunicação interpessoal. Os atores Watzlawick, Beavin e Jackson, que escreveram Pragmática da Comunicação Humana, destacaram em sua obra a relação do indivíduo com seu meio, na qual cada comportamento individual é afetado pelo comportamento dos outros. Concluindo, assim que a interação humana é um sistema aberto. Esse sistema tem como uma de suas propriedades a Globalidade, na qual existe apenas um sistema e uma interrelação das suas partes. Relação essa que por ser complexa quanto à sua origem conseguimos apenas perceber a sua significação explicada pelo seu próprio sistema.

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e d a d i v i Interat

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Concluido, assim que a interação depende de todo um contexto e dos seus participantes para que ela ocorra. O autor coloca em debate dois tipos de interação: a mútua e a reativa, percebendo-as nas dimensões de seu sistema, processo, operação, fluxo, throughput, relação e interface. O tipo de interação reativa é aquela que o emissor programa, roteiriza a participação do receptor emuma gama de escolhas pré-determinada, que a caracteriza como um tipo de interação limitada. Sua decodificação se liga por programação (ação involuntária), havendo apenas relações lineares. Essa relação não efetua trocas com o ambiente sem evolução no sistema.Se baseiam no objetivismo. O tipo de interação mútua se dá a uma resposta autônoma, criativa e não prevista pela audiência, na qual cada mensagem recebida poderá ser interpretada e decodificada, gerando uma nova codificação. Isso ocorre pela relação constantemente construída pelos integrantes que se baseiam no relativismo voltados para a evolução e para o desenvolvimento. Esses estudos foram feitos para contribuir o aprendizado a respeito da interação. Portanto torna-se necessário a ampliação e o envolvimento em participar da construção de todo o processo.

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Ilustração: Filipe Muniz e Tamara Lacerda


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Comunicação praxiológica De acordo com os processos que a comunicação vem sofrendo, pode-se considerar duas concepções de comunicação: comunicação epistemológica X comunicação praxiológica. Em suma, a epistemologia (ref. Ciência) ressalta apenas a transferência da informação, diferentemente do modelo praxiológico (ref. prática social) na quaç a informação é constituída de maneira orgânica e coletiva. O modelo epistemológico a natureza comunicação como uma ciência que tem como papel a função a transmissão de mensagens pré-determinadas. Os sujeitos participantes são monológicos e univalentes e a linguagem é mera representação do real de maneira descontextualizada. Na relação comunicação/vida social, elas são instâncias separadas pois a comunicação é “arquitetada” para otimizar as relações.Dicotomia mundo-comunicação. O modelo praxiológico, em contrapartida, concebe a comunicação como uma construção coletiva do sentido em um dado contexto. A comunicação é concebida como uma ação. O papel da linguagem é prestar-se como espaço de constituição e negociação dos sujeitos que são multifacetados. A linguagem é concebida como um elemento vivo, que só significa em relação ao contexto, a quem diz, a quem ouve, a que se destina, a quem ficou de fora, a que meio lhe serviu de suporte. E sua relação vida/ social é tida como um fenômeno social e de instância fundamental para a vida coletiva.

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Ilustração: Adriean Koleric


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Pós-modernidade

A pós-modernidade é um movimento contemporâneo. Autores não entram em consenso sobre o começa e o fim da pós-modernidade, e nem sobre o que ela realmente pode ser considerada. Alguns dizem ter começado nos anos 60 e culturalmente entendida por lógica do capitalismo tardio segundo Frederic jameson, conceituando-a como: verdade, razão, legitimidade, universaidade, sujeito e progresso. Já Jean-François diz que: “Pós-modernidade caracteriza-se pela incredulidade do metadiscurso filosófico metafísico”. A pós-modernidade pode ser caracterizada como uma reação cultural dos ideais modernos, associada à perda de otimismo e confiança no potencial universal do projeto moderno, com essa reação cultural a pós-modernidade traz consigo a contraposição aos valores modernos. O termo “pós-modernidade’ parece ser algo após a modernidade, o que nunca parece acabar, no sentido literal da palavra, o que pode ser considerado moderno hoje amanha já nao seja. Então, não podemos deixar de ser contemporâneos e assumir de vez a pós-modernidade.

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Ilustração: Filipe Muniz e Tamara Lacerda


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Ilustração: Mario Silva (adapatada)

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Linguagens híbridas Com o avanço da digitalização, o cotidiano tem-se modificado. Entre estas mudanças, algumas têm um papel de destaque – estamos experimentado as chamadas convergência de midias e convergência de linguagens. Texto não é mais apenas texto, e nao se apresenta somente na forma impressa; áudio não é mais apenas áudio, e não se apresenta somente na forma sonora, e daí por diante. A partir do momento que estas linguagens passam a convergir em uma mídia única, ou caminham para isso, surgem dois tipos de documentos cujo prefixo é hiper. Foi esta digitalização que permitiu que surgisse uma nova forma de apresentação de texto, uma reviravolta na capacidade humana de acesso à informação. O texto, em seu suporte tradicional, rígido e linear – o livro, torna-se uma barreira para o acesso ao conhecimento, uma vez que esta estrutura impõe uma seqüência a ser seguida pelo receptor da mensagem, muitas vezes desestimulante.

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Com o hipertexto, a informação pode ser acessada através de vínculos entre os temas à medida que se faz necessário, sem hierarquia entre os tópicos. Isso significa que o homem passa a interagir com o texto, e não mais apenas acompanhá-lo. Com esta nova forma, o receptor escolhe qual caminho vai seguir em relação a um determinado tema, se vai se aprofundar nele ou não. Isso acontece porque o hipertexto é constituído de partes ou fragmentos de texto, que serão acessados de forma não-obrigatória pelo destinatário. A página (entende-se, a tela), é apenas o vínculo entre aquele texto e um próximo link, de acordo com a escolha do leitor. “O hipertexto não é feito para ser lido do começo ao fim, mas sim através de buscas, descobertas e escolhas”. Com isso, o mesmo texto pode ser visto de diversos ângulos, pois seu sentido é alterado de acordo com o contexto em que é acessado. A mensagem passa a ser continuamente variável, dando ao texto a sensação de ter sido dirigido a quem o lê. Não há começo, meio ou fim, pois o mundo digital torna as idéias não-lineares. E este é apenas um dos méritos desta digita-

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lização. Os hiperdocumentos (nota-se que “hiper” refere-se à estrutura complexa a-linear da informação), constituem-se não apenas de textos, mas são capazes de disponibilizar som, fala, ruído, desenhos, gráficos, vídeos, fotos, etc, ou seja, multimídias. E é a “combinação de hipertexto com multimídias, multilinguagens, que passou a ser chamada de hipermídia”. A hipermídia é uma extensão do hipertexto, pois permite acrescentar aos textos todas as espécies de elementos audiovisuais, além dos diversos grafismos já utilizados (figuras, diagramas, etc). Mérito da digitalização. “Antes dela, os suportes eram imcompatíveis: papel para texto, película para fotografia, fita magnética para som”. O desenvolvimento da multimídia permitiu (ou vem permitindo) a convergência das mídias, surgindo uma nova linguagem capaz de unir todas aquelas em uma mesma esfera, o computador. A imagem, o filme, o som, passam a ser vistas como o texto, devendo ser “atenciosamente lidas, analisadas, comparadas a seu contexto, como aprendemos a fazê-lo no campo da escrita”.


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Ilustração: Lauro Monteiro

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Fonte: flick.com


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O que é Virtual? Levando-se em consideração as conseqüências dos impactos causados pela novas tecnologias de comunicação, a principal é a “virtualização” de muitos aspectos da vida humana. Mas afinal o que é virtual? E o principal até que ponto nossa vida permanece na realidade? Para Pierre Lévy, a virtualização afeta, diretamente, os corpos, a economia, a sensibilidade e a inteligência das pessoas. E a prova disso, é a atual reconfiguração da sociedade devido aos efeitos das novas tecnologias em nosso dia-a-dia. Temos como características, o constante fluxo de pessoas por todo o mundo, transações financeiras virtuais, o que altera totalmente o processo antigo de compra e venda, temos próteses, transfusões, cirurgias plásticas, academia, e todos aparatos tecnológicos que nos aproximam a uma tendência virtual. Mas temos como principal aspecto a mudança do cognitivo, a grande oportunidade de troca de experiências e interação, proporciona um conhecimento coletivo, aprimorado, e principalmente acessível. O virtual não é então algo contrário a realidade, já que o idealizado pode vir a ser concretizado. Para Levy, o virtual é algo contrário ao atual, todos nós pensamos estarmos em uma fase ‘virtual’, enquanto Pierre afirma que estamos em um momento de transição, e ainda não alcançamos essa fase virtualizada. Cabe a sociedade então somente tirar proveito do momento para o aperfeiçoamento individual, nos tornando questionadores e ativos.

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Ilustração: Mario Silva

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Remediação, Hipermediação e Imediação Nas atuais relações do homem com as mídias, reconfiguram-se algumas maneiras de interação. Bolter e Grusin nos apresentam a Remediação, por meio da qual informações anteriormente passadas são novamente veiculadas. Claro que com as desvirtuações comuns, porém com técnicas de persuasão e melhorias. Melhorias, que são proporcionadas por uma remodelação no modo qual serão transmitidas, ou seja ocorre uma repaginação na mídia a ser utilizada. Estas alterações permitem que ao receptor mútua alteração e um maior número de recursos para o repasse desta mensagem. Essas mudanças ocorrem de forma que o resultado seja proveitoso, o que proporciona o que é chamado de Hipermediação, que é o aumento já desejado do número de mídias, a mesma funciona com uma explicitação da própria mídia para o observador.

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Ilustração: Lauro Monteiro


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Outro tipo de relação com a mídia é a Imidiação, que tem como função entreter o observador de forma que ele se esqueça da presença mídia, ou que perceba que é um veículo de publicidade. A forma para isso é fazer apresentações estimulando a realidade. Estes segmentos proporcionam o que podemos chamar de confortável, afinal a mensagem a ser passada será transmitida com tanta ênfase quanto se faz necessário para que seja captada, porém discretamente de forma que não seja invasiva, nem perturbadora. Todas estas técnicas atuam para uma especialização no cliente \ observador, e claro, em uma personalização do produto, afinal, para se passar uma mensagem que seja efetivamente vendida é necessário ser convincente a ponto de mostrar que aquilo que esta sendo passado é necessário ao receptor.

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Ilustração: Tamara Lacerda

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Complexidade De todas as nossas relações, se analisarmos, sempre haverá algo que pode ser visto de forma diferente. Na nossa vida, nos deparamos á possibilidades e diferentes análises desde o momento que resolvemos de que lado da cama acordar até em quais situações iremos ou não nos fazer presentes. A partir do segundo em que fomos colocados no mundo estamos sujeitos a análises simplistas e complexas. Nossa sociedade desde o primeiro momento é CRIADA para análises simplistas, por meio das quais a informação passada é assimilada e consentida. Porém, o simplismo nos leva então ao pensamento de que toda e qualquer situação só existe uma forma de análise e que todas as pessoas que a fizerem não terão questionamentos. Porém, como existem formas diferentes de pensar, conseguimos chegar a teoria de Maturana, na qual a estrutura muda continuamente de acordo com a interação do organismo no meio”. Conseguimos, então, chegar à percepção de que o pensamento complexo foi criado por ninguém mais que nós mesmos, afinal as análises secundárias, entrando em choque com as primarias, criam um novo sistema. Este sistema é caracterizado pela diversidade, que é considerada a essência da cidadania, por exemplo, sem um olhar crítico sobre diferentes atitudes ou ações dos que nos rodeiam, não podemos julgar o que consideramos certo ou errado, para convivermos em sociedade, deve-se respeitar o próximo, e para que haja esse consenso, deve existir participação nas redes de conversação, o que gera crescimento em uma cultura, que é então adquirir e desenvolver a cidadania. As considerações principais são a percepção de que é necessário a junção das visões lineares com a sistêmica, para que tenhamos uma visão mais ampla sobre as formas de entender o ser humano e suas culturas e o aperfeiçoamento da comunicação e das relações interpessoais.

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Redes Sociais e o novo consumidor

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edes Sociais

Rede Social é uma forma de relacionamento afetivo ou profissional fundamentada por interesses comuns. Por meio dela, pode-se compartilhar amigos, ideas, discussões, troca de conhecimentos entre várias outras coisas. Hoje em dia já existem várias ferramentas que proporcionam esas trocas, os sites de redes sociais online, como Orkut, Facebook, Hi5 etc. Apesar de ser mais ágil e abrangente a relação via site de redes sociais diminui o relacionamento interpessoal afastando certos laços de amizades próprios do presencial, além de colocar em contato pessoas desconhecidas que poderão criar um vínculo, seja ele qual for com pessoas de outras cidades, estados e países. Assim, acabamos expondo informações pessoais nessas redes sociais e acabamos ficando cada vez mais vulneráveis a elas, tendo vantagens e desvantagens tão fortes não podemos prever. Onde isso acabará, só nos resta esperar.

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or p i n o nt ar tu p e v a era tic nid De n s f çã ipa ad O se a r o r o. U çã e te c . D m m o rm om e a a d o u ag e 2.0 ni i r ca . r.

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2.0 A convergência das mídias têm propiciado cada vez mais a fusão e a evolução dos meios de comunicação. Essa evolução nos tem levado a experimentar uma nova era que podemos indentifica-la como 2.0. Esse termo está sendo largamente utilizado em sites, anúncio, consumidor , produtos e por ai vai. Podemos defini-lo, simplificadamente, como o novo. E esse novo vem carregado com algumas características peculiares. A web 2.0, por exemplo, é um termo criado para definir a nova geração de comunidades e serviços na internet. A mesma, trata a web como uma plataforma de interação, onde vários usuários podem modificar o meio virtual. Além de sites de relacionamento, que hoje são os mais comuns, traz também uma aplicação do termo em web sites. Relaciona-se com participação, oportunidade de escolha. Isso acarretou alterações bruscas para as áreas de marketing e de publicidade, onde agora, deve-se criar modos de participação do consumidor, como por exemplo, um anúncio que começa na televisão ou em um ou-

tdoor, e continua online em uma plataforma interacionista. A web é apenas um setor de mudança da era 2.0. Ela mudou os anúncios, mudou o consumidor, mudou o profissional e porque não até a própria publicidade. A proposta é a participação. Hoje, percebe-se claramente que as configurações dos anúncios estão se modificando. Novos formatos, novas propostas. Um anúncio não tem mais uma idéia pronta e sim, algo a ser construído. O consumidor deve se sentir parte do anúncio. Como consequência, vêm surgindo também as agências 2.0, nas quais a divisão de setores não mais existe, a criação trabalha junto com a redação, que trabalha junto ao setor de mídias e assim por diante. As barreiras das profissões estão sendo quebradas e a tendência é de que as equipes dentro de uma agência sejam cada vez menores. Esbarramos então em uma nova forma de relacionamento, também 2.0, a qual envolverá dois elementos que estão com uma configuração completamente diferente: o consumidor e publicitário 2.0.

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idadania e as redes .

Com essas novas tendências, o consumidor está se tornando cada vez mais exigente e extremamente infiel. Ele não quer mais informações e sim confirmações. Não acredita mais em qualquer coisa e sobretudo quer exercer a sua individualidade, porém, se identificando a um grupo. Para acompanhar esse consumidor, o publicitário também se transformou. Ele não é mais aquela pessoa que apenas lança a notícia para determinado tipo de público. É do interesse dele saber o que o consumidor quer, como ele age, como vive. Tem de haver uma relação de interpessoalidade. Exemplo disso pode ser o acompanhamento de pós-venda. O publicitário quer saber sobre e agradar o consumidor, mesmo após a venda, pois sabe que este consumidor pode ser perdido facilmente. Enfim, algo que traduz

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toda essa “inovação 2.0” podem ser as redes sociais. Ali, temos a convivência de diversas pessoas, consumidores exigindo o tempo todo, buscando informações e confirmações, mídias de todas as maneiras agindo simultaneamente, relação individual, comunidades específicas entre outros. Tudo o que o publicitário precisa para conseguir agradar e manter relação com este novo consumidor, que tanto se refinou na era 2.0 de comunicação. O comunicador 2.0 é cercado por tecnologias, está sempre on-line e se mantém informado através da net, além de também produzir conteúdo. Ele atua e participa de um mundo digitalizado e adora a inovação. Sua geração pode ser nomeada como “Geração C”, ou seja,a geração do conteúdo,da conexão e da colaboração.


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ntropologia

Gaviões

O que move a torci paixão pelo

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da Fiel

ida: clube ou pelo confronto?

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Tendo como objeto de pesquisa a torcida organizada Gaviões da Fiel, este estudo antropológico pretende, através da observação da comunidade FIEL BELO HORIZONTE (http://www.orkut.com.br/ Man#Community?cmm=81618741) do Orkut, conhecer melhor as ideologias, pensamentos, comportamentos, relacionamentos e costumes desse grupo. Observando alguns fatores presentes dentro da comunidade e tendo também como informação fatos presentes na mídia, percebemos que existe uma certa agressividade de parte dos membros, o que nos levou a formular o nosso problema de pesquisa:“O que move a torcida: paixão pelo clube ou pelo confronto?” Para respondê-lo, primeiramente, é preciso que saibamos exatamente o que é uma torcida organizada. Assim como qualquer outra forma de descanso ou de distração, as torcidas surgem como forma de lazer de um grupo de pessoas com uma característica comum, que é a preferência por determinado time. Inicialmente agrega pessoas que querem assistir a um jogo de futebol, mas, com o tempo, começam a se aglomerar e se aliar umas às outras. Assim nasce uma torcida organizada. Mas uma torcida organizada não é simplesmente aquela que acompanha o time apenas no que diz respeito a futebol. Como citado por Toledo em seu estudo, “uma torcida Organizada de prestígio é aquela que é notada pelos outros, isto é, ou xingada, odiada e vaiada, ou ovacionada e aplaudida pelos pares. Para os torcedores organizados não conta o anonimato. A postura perante o adversário deve exprimir beleza, coreografia, bravura, respeito e aversão”. Por fim, a torcida organizada deve apoiar e cobrar de seu time e, sobretudo, se impor. No nosso caso, estamos lidando com uma das maiores torcidas organizada do país contando com mais de 80 mil associados fanáticos que levam muito a sério essa ligação da torcida-time, e por isso, são também muito rigorosos quanto ao regimento interno da torcida. Percebemos isso através do trecho de

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v Uma torcida Organizada de prestígio é aquela que é notada pelos outros, isto é, ou xingada, odiada e vaiada, ou ovacionada e aplaudida pelos pares.

um torcedor: Nesse “habitat” corinthiano (estádio) temos a função de gritar os 90 minutos em prol de nossa ideologia mosqueteira. Ser Gavião é amar e lutar pelos cores do Coringão, não importando se existem ditadores contrários à nossa filosofia. Preto e branco são reflexões de uma vida inteira de dedicação, glórias e, acima de tudo, de muita paixão pelas cores do Sport Club Corinthians Paulista. Hoje essa união de corações, chamada GAVIÕES DA FIEL, forma a maior, melhor, mais respeitada e invejada torcida organizada do país. E há anos seguimos o mesmo lema- LEALDADE – HUMILDADE – PROCEDIMENTO. (Roberto Daga, sócio nº 03 dos GAVIÕES DA FIEL) Na comunidade analisada percebemos esse zelo dos torcedores na figura do moderador que autoriza ou não a participação das pessoas que querem entrar na comunidade avaliando o perfil online das pessoas. Nós vivenciamos essa experiência, esperando dias para nos aceitarem como membros. Outra prova do quanto os membros são realmente ligados às ações da torcida é vista nesse outro trecho: “Quando adentramos nos estádios, poucos podem

calcular quanto de sacrifício isso nos custa: financeiro, profissional, desprendimento pessoal etc. Mas vamos continuar, hoje e amanhã, pois sempre existirá o grande e eterno Corinthians. Nós somos os GAVIÕES DA FIEL.” Primeiramente iremos retratar esse envolvimento emocional dos torcedores com o clube e para falarmos disso precisamos citar, mesmo que rapidamente, as raízes culturais que fazem do futebol a principal paixão nacional. Não foi difícil para o futebol, desde que chegou ao Brasil, trazido pelos ingleses, angariar os corações da população. Os motivos são mais simples do que se pode imaginar: precisa-se apenas de uma bola, mesmo que improvisada (pode ser uma laranja, uma meia…) para que

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Ser Gavião é amar e lutar pelas cores do

Coringão, não importando se existem ditadores contrários à nossa filosofia. @pontocom | Edição 01

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o esporte seja praticado. Alguns podem me questionar: “E as traves?” – Um par de chinelos, dois cocos verdes – e assim por diante. Em um país de maioria simples, humilde, escrava, um esporte em que pouquíssimos recursos precisam ser empregados pareceu chegar até como uma solução. “E por que surgem tantos jogadores em nossos campos de várzea?” – Pelo mesmo motivo que surgem tantos tenistas na Argentina, tantos judocas no Japão, tantos jogadores de basquete nos Estados Unidos: em toda esquina existe uma campo de futebol, sendo praticado por pessoas de todas as idades, cores, credos. Se existissem tantas quadras públicas como na Argentina, descobriríamos que somos tenistas talentosos. O mesmo acontece com os tatames no Japão, onde o judô é matéria obrigatória na escola, ou com as quadras nos Estados Unidos. A fórmula é simples: só descobrimos nossos talentos, se pudermos testá-lo. Por aí começamos a entender o porque do futebol como paixão nacional. A paixão pelo confronto, cultural, chega a ser praticamente natural. O bairrismo, muito comum em um país onde as disputas de terras formaram, e continuam formando, a geografia política nacional, é transferido para o esporte que é a paixão nacional. O amor pelo clube é passado de pai para filho, geração por geração, e move a população. “Sou louco por ti Corinthians!”. E esta paixão (ou seria esta loucura?), ultrapassa o bairrismo, e atinge mobilização nacional: O povo carece de ídolos, e vai buscá-los onde consiga encontrá-los. Isto talvez explique o motivo do Corinthians, de enorme presença na mídia, conseguir mover pessoas por todo o território nacional. As declarações de amor presentes nas comunidades do clube, revelam esta mobilização: são manifestações das sub-sedes presentes não só no estado de São Paulo, sua sede, mas também no Amazonas, no Mato Grosso e em Santa Catarina (para citar alguns). A torcida organizada Gaviões da Fiel sabe como explorar, no bom sentido, a paixão dos torcedores. Não é à toa que sua outra “frente de batalha”, além do jogo entre

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as quatro linhas, é sua Escola de Samba. Não temos dúvida que após o futebol, samba e carnaval aparecem como paixões nacionais, não coincidentemente marcadas pelo mesmo bairrismo e culto aos ídolos. O envolvimento emocional com o Corinthians ultrapassa o campo do esporte. Ele é cultural, social, faz parte da identificação regional e nacional, e como diz seu hino: “Salve o Corinthians, (…) Eternamente dentro dos nossos corações. (…) Figuras entre os primeiros do nosso esporte bretão. (…) És do Brasil, o clube mais brasileiro.” Visto que esse time consegue atrair torcedores do Brasil todo, surge então a delimitação de um espaço comum intitulado como “pedaço”, onde determinadas áreas da cidade são da torcida. Em Belo Horizonte a Gaviões da Fiel sempre escolhe bares como lugar de encontro para assitirem aos jogos ou as vezes também optam por fazerem caravanas. Podemos indentificá-los através dos seus uniformes. Exiatem também subsedes em vários estados brasileiros, ligados ao principal. Isso torna-se um fator muito relevante visto que, tratando-se de torcidas organizadas, estamos também lidando com rivalidade. Essa rivalidade não se atém apenas aos estádios. Se estende por outras áreas da cidade e, atualmente, está muito presente na internet. Disputas através de símbolos da torcida, frases, palavras e manifestações que às vezes não ocorrem no cenário do futebol ficam cada vez mais evidentes na Internet, como por exemplo as comunidades existentes no Orkut: eu odeio a gaviões da fiel (http://www. orkut.com.br/ain#Community?cmm=18143087), contra gaviões da fiel (http://www.orkut.com.br/ ain#Community?cmm=56082730) Acabamos de entrar num assunto que não chega nem um pouco próximo a uma prova de amor ao time. A violência e a falta de respeito começam a se misturar nesse contexto, pois alguns membros da torcida começam a se confrontanr com seus rivais. Po-

demos citar atos como jogar fogos de artifício contra o prédio em que se encontra o time oponente, marcar um ponto de encontro entre os torcedores para “pegar” (brigar) com a torcida adversária, entre outros. Também nesse sentido existem músicas que estão longe de dar apoio ao time, antes incitam a violência e provocam a irritação no time adversário. Um exemplo é a música da Gaviões:“vem vem vem, venha T.U.P toma no nariz, Mancha Verde a gente pede bis, vem toda porcada, toda de uma vez!!A gente gosta de bater nos porco, de dar porrada e de dar paulada, a gente bate, bate, bate forte, e não quer parar”. Isso sem falar nos apelidos colocados nas outras torcidas adversárias: os palmeirenses como “porco” e são paulinos como “bambis”. O ideal é que as torcidas organizadas provem seu amor e dedicação pelo time, torcendo, vibrando, acompanhando, promovendo ações beneficentes ou comprando produtos. Propomos uma ideia de que as manifestações que vão além disso, como brigas, provocações, xingamentos ou qualquer outra coisa que incite a violência, seja completamente banida desse contexto. Sendo assim, cabe a cada torcida organizada promover a paz e não aceitar de maneira nenhuma, qualquer membro que agir de maneira violenta.

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Cidadania é ter consciência de que o sujeito é provido de direitos: à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade, enfim, direitos civis, políticos e sociais. Pressupõe também deveres com a nação e o Estado, cujo bom funcionamento depende da parcela de contribuição de cada um. Somente assim se chega ao objetivo final, coletivo: a justiça em seu sentido mais amplo, ou seja, o bem comum. Com a evolução constante da tecnologia, a cidadania também se modificou e está cada vez mais presente nas redes sociais. Estas são, atualmente, a forma mais interativa de comunicação. Envolvem a troca de informações dos mais variados tipos entre diferentes povos e culturas, em tempo real, através da internet. Esse desenvolvimento da tecnologia propiciou novos tipos de relações entre as pessoas, que agora utilizam essa ferramenta como parte do seu cotidiano; esta prática da comunicação via rede está se tornando cada vez mais usual, possibilitando aos usuários mais oportunidades de se expressarem, abrindo portas para o exercício da cidadania. As redes sociais vieram facilitar o processo de mobilização, visto que atinge um número elevado de pessoas em pouco tempo. Além disso, é associada com todo tipo de informação, o que facilita e esclarece o cidadão para que este possa formar sua opinião. Mobilizações desse tipo acontecem com freqüência no Brasil e servem de “ferramenta” para que as pessoas possam exercer sua cidadania. Ocorrem na área política, mas é na área social em que ganham destaque. Como exemplo, podemos citar os seguidos desastres naturais que assolaram diversas regiões do país. Comunidades foram criadas no “orkut” visando a arrecadação de dinheiro, comida, mantimentos etc. para os desabrigados, houve a divulgação de diversas ONGs que atuavam nesses casos via twitter, entre outras redes. É evidente

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que as mobilizações online não substituirão as convencionais, pessoais; mas as redes podem possibilitar muitas alternativas antes inexistentes. No trecho de Alex Primo “[…] dispersas geograficamente, e mesmo que nunca tenham antes interagido, pôde trabalhar em um projeto comum de grandes dimensões e de relevante impacto social. Parte dessas pessoas pode ter como único interesse colaborar com a coletividade […]”, analisa-se claramente que as redes possibilitaram uma maior interação nas relações de cidadania e abriram espaço para divulgação e ação de causas que antes despenderiam um trabalho e tempo muito maior. Vimos isso na enchente de Santa Catarina, nas chuvas em São Paulo e, por último, no Rio de Janeiro. Estas mobilizações foram de extrema importância para a amenização dos estragos nestes casos. Enfim, as redes sociais tornam-se hoje uma grande aliada da cidadania, permitindo uma abrangência maior e cada vez mais eficaz de ações sociais. Estas novas redes tornam-se praticamente essenciais para o cidadão que é interessado em colaborar com a sociedade cumprindo seus deveres e que pretende usufruir dos seus direitos como eles devem ser. Isto é exercer a cidadania no seu conceito mais puro.

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