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Conta aí, colaborador

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Quem sou eu

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Os cinco primeiros meses de uma nova vida

O Conta aí Colaborador desta edição ouviu o Gustavo Amaral, da Assessoria de Comunicação, que dividiu conosco um pouco de sua experiência como pai de primeira viagem. Vem ver:

Em 1º de abril meu filho Samuel completa cinco meses. Minha esposa Sarah e eu nos informamos muito, desde a gestação, mas a verdade é que nada se compara a realidade, à experiência diária de cuidar de um bebê, de uma vida que depende totalmente de você. Nós costumamos falar para todo mundo que pergunta “como estão as coisas, e o Samuca?”, que crescemos junto com ele, todos os dias, a cada nova descoberta que ele faz, a cada novo gesto. É um aprendizado muito legal e cansativo também, claro.

Esse, inclusive, é um aspecto muito interessante ao cuidar de uma pessoinha tão pequena: as alegrias e surpresas andam de mãos dadas com um cansaço implacável. Ao ouvir amigos e parentes que foram pais antes de nós, percebemos que o Samuca é uma criança tranquila, dorme bem, não sofreu muito com cólicas, mas ainda assim conviver meses seguidos com o cansaço, sem trégua, é um baita desafio.

E ao falar desse ponto, da exaustão física e mental também, eu lembro de algo que pensei desde que tivemos a notícia da gravidez, e sigo pensando: o meu papel como pai. A minha geração foi criada sob a lógica machista de que a responsabilidade no cuidado de um filho é da mãe, da mulher. O pai é aquele que ajuda, que é celebrado por trocar a fralda do bebê algumas vezes, por auxiliar na hora do banho, por acordar uma vez de madrugada para ver o filho em dias e dias. Acho que o que posso falar de mais importante sobre minha experiência com o Samuel é isso: que nós, homens, temos o dever de dividir as responsabilidades com nossas companheiras, com as mães dos nossos filhos. Falo “dividir” no sentido de não se achar injustiçado por ter de levantar de madrugada para ver por que o bebê está chorando. De não se vitimizar dizendo que passou o dia todo trabalhando, e que por isso a mãe deve cuidar integralmente da criança.

Fico muito feliz pela relação que venho construindo todos os dias com meu filho e sei que isso só é possível com presença. E presença é estar ali para o seu filho, inteiro, da maneira que for possível, claro, mas de coração aberto para encarar todos os Lá se vão os cinco meses mais intensos da minha vida, sei que já cresci muito como homem e pai, mas que ainda há muita coisa a aprender, a entender e, principalmente, a mudar. Nós, homens, precisamos entender que o melhor que podemos fazer por nossos filhos é reconhecer, ouvir e não reproduzir tudo que foi feito quando os filhos éramos nós mesmos.

Gustavo Amaral

Assessoria de Comunicação

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