ano III n. 14 out/nov 2011
Um comunicador visual Flávio Freitas é honesto com o que vem de dentro Layout Um projeto diferente para Caicó Entre 4 paredes um charme de apartamento
PALAVRA DA PRESIDENTE
Maurício Cuca
É com muita alegria que estréio nesta revista como presidente da Associação NatalDecor, cada vez mais forte com a participação de novas empresas que só têm a somar ao propósito maior da associação: torná-la cada vez melhor para arquitetos, lojistas, parceiros e anunciantes. Nesta edição, as impressões visuais do artista plástico Flávio Freitas fazem parte de um talento que começou em Natal e se espalhou pelo mundo. Mostramos também os ambientes da dedicada arquiteta Mariana Dias, os espaços infantis integrados de Kleyne Rondelly e o toque regional em um projeto caicoense de Anita Alves e Dione Pontes. Temos ainda a arquiteta Vera Lúcia Bezerra, mostrando o que encontrou em suas andanças holandesas e a sempre participação de Chrystian de Saboya e Andréa Cariello, que movimentam e atualizam as nossas páginas com muita competência.
ERRATA
Um abraço e aproveite a revista!
Informamos que a foto de capa e sumário da 13ª edição da revista NatalDecor é de autoria do fotógrafo Alex Fernandes.
Ana Pitta
Ano III N.14 Out/Nov 2011. Publicação da Associação Nataldecor editada pela Firenzze Comunicação Estratégica. Tiragem 5.000. Impressão Gráfica Halley. Correspondências Av. Prudente de Morais, 3413, Shopping Cidade do Sol, sala 105 - Lagoa Nova - CEP: 59056200; Natal / RN - (84) 3231-0560 - nataldecor@nataldecor.com.br -
Alex Fernandes
Sumário
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A marca da lagartixa
Maurício Cuca
www.nataldecor.com.br. Comercial e Circulação (84) 2010-6306
Arquivo Pessoal
18 entre 4 paredes Cores, formas e harmonia
12 por onde andei Surpresas Holandesas
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Arquitetas pé na estrada
Direção De criação Paulo Moreira pmoreira@firenzze.com eDição e reportagem Helouise Melo helo@firenzze.com assistência De arte Ranieri Barbosa/Caio Wagner proDUção/trÁFego Melina Kassimati atendimento@firenzze.com. Rua Souza Pinto, 1072B - Tirol - CEP 59022-260 - Natal-RN (84) 2010.6306 - (84) 2010.6307 www.firenzze.com - facebook/firenzzecomunicacao - twitter.com/firenzze - issuu.com/firenzze
30 universo particular
Do pastel ao vibrante
Nossa CAPA O artista plástico Flávio Freitas foi clicado em seu ateliê pelo fotógrafo Alex Fernandes.
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Maurício Cuca
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Maurício Cuca
Por onde andei
Surpresas holandesas Por Vera Lúcia Bezerra
A Holanda é um país que reserva surpresas agradabilíssimas aos visitantes” vera lúcia 12 | NATALDECOR
O sonho de passear por campos de tulipas, navegar pelos diversos canais, caminhar pelas ruas com prédios de fachadas coloridas, conhecer as casas barco e os famosos moinhos e tamancos, tão comentados nas estórias lidas enquanto criança, me fizeram aceitar o convite, feito por um casal de amigos, de viajar até a encantadora e surpreendente Amsterdam. Também conhecida como a Veneza do Norte, a cidade me emocionou desde o momento em que a visualizei do avião e observei a simetria de seus canais e ruas se alternando e formando um polígono perfeito em um terreno totalmente plano e abaixo do nível do mar. Já no aeroporto, moderno e funcional, constatei que ele se interliga com as estações de metrô e ônibus, mostrando que o sistema de transporte é muito bem resolvido e atende eficientemente a demanda das pessoas que por ali passam. Na cidade, o meio de transporte mais utilizado é a bicicleta. As ruas possuem faixas exclusivas destinadas aos ciclistas e isso é respeitado por motoristas e pedestres. É interessante observar e vivenciar a cultura da cidade onde, todas as pessoas, independente da idade ou sexo, utilizam a bicicleta para tudo. Simplesmente perfeito!
Maurício Cuca
Alex Fernandes
Fotos: Arquivo Pessoal
Um dos passeios imperdíveis em Amsterdam é conhecer o monumento Madurodam, projetado pelo arquiteto Bouma e que, na realidade, é uma grande cidade em miniatura construída num parque em memória dos mortos da guerra. As miniaturas são cópias fiéis de edifícios existentes em toda a Holanda. São simplesmente lindos! Saindo do centro da cidade, pode-se visitar uma das fábricas dos “klonpen”, os famosos tamancos holandeses que são, até hoje, confeccionados em madeira por este ser o material mais apropriado para se transitar nos terrenos alagados da região. Nessas fábricas, pode-se assistir a confecção dos tamancos, bem como comprar um par deles, já que, além de lindos, são altamente recomendados para pessoas com proble-
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mas de coluna e postura. Os queijos são uma deliciosa atração à parte. Visitando uma das fábricas dos queijos Gouda, Holand e do delicioso Edam, se pode degustar e comprar aquele que mais lhe agradar (ou comprar todos eles), além de poder visualizar alguns dos poucos moinhos existentes, construídos desde o século XIV para bombear a água dos diques, moer o trigo e o cacau, e auxiliar no preparo de cerâmicas. Ao sul de Amsterdam ficam as plantações de tulipas de todas as cores. As flores, uma outra marca registrada da Holanda, estão por toda parte e isto cria um ar romântico e especial na cidade. Um outro ponto turístico emocionante é o museu Anne Frank, menina que relatou sua vida enquanto esteve por dois anos
refugiada do nazismo, junto com a família, num esconderijo sob uma casa. No museu Van Gogh os quadros e mais de 500 desenhos do artista fascinam os visitantes. Imperdível também é conhecer o museu de cera Madame Tussauds na Praça do Dam, com inúmeros artistas da música pop e celebridades internacionais. Já o Ice bar é também surpreendente por proporcionar uma experiência em 4 D. Lá, vestindo roupas especiais, se degusta bebidas em copos de gelo ao som de músicas contagiantes e se assiste um filme em 3 D. Uma experiência realmente magnânima!
Mas, sem dúvida, o ponto alto da viagem foi percorrer a cidade, pedalando em uma das inúmeras bicicletas existentes para alugar. Percorremos museus, ruas, parques, praças e descansamos num piquenique a beira de um dos lagos gelados e cheios de simpáticos e famintos patinhos. Uma dica legal é ir a um dos supermercados e escolher, dentre as inúmeras opções existentes, uma salada e um suco para o almoço. Por tudo isso e muito mais, a Holanda é um país que reserva surpresas agradabilíssimas aos visitantes. Eu recomendo e um dia voltarei!
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ENTRE 4 PAREDES
Cores, Arquivo Pessoal
formas e harmonia
Mariana Dias e André Macedo
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Mariana Dias conheceu o sócio André Macedo em 2009 quando criava projetos de urbanismo para prefeituras. A partir daí, resolveram integrar e unir os talentos em ambientação e urbanismo. Hoje, a arquiteta se sente realizada com o que faz na AM Arquitetura e Engenharia, onde suas ideias fluem da forma como deseja. A profissional sempre gostou de criar e desenhar e, quando iniciou a faculdade, logo se identificou com a grade curricular e os conteúdos: “Fui vendo que gostava mesmo do ‘negócio’ e os estágios que tive no período do curso em alguns escritórios de arquitetura e trabalhos desenvolvidos sozinha me motivaram a continuar o empenho na profissão”. Apesar de se identificar com o estilo contemporâneo, Mariana mescla sempre seus ambientes com alguma peça clássica que, para ela, dá um toque e charme a mais ao espaço. Inserir objetos significativos para o cliente no projeto é importante para a profissional, pois reflete o valor sentimental que existe por trás de cada peça. Além disso, a arquiteta adora utilizar nos ambientes vários revestimentos em madeira, papel de parede e tecido.
Maurício Cuca
O diferencial dos projetos de Mariana aparece quando ela se dedica muito a um trabalho e tem cada um como uma idealização pessoal: “Isso acontece quando tudo fica do jeito que eu imaginava e agradeço muito aos clientes pelo reconhecimento e dedicação. Isto faz com que eu me inspire e busque sempre um diferencial”. Para que o resultado final seja harmônico, Mariana considera fundamental que a funcionalidade, praticidade e cores estejam presentes ao pensar em cada espaço. O projeto em destaque é de um apartamento com área de 95 m², idealizado para um casal com dois filhos. Inicialmente, foi feita uma planta de reforma para suprir as necessidades da família. Uma porta de correr foi inserida na cozinha para deixar o espaço mais funcional. O piso foi mudado para madeira e desenvolveu-se também um projeto luminotécnico em todo o apartamento, cuja varanda foi retirada
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Fotos: Maurício Cuca
“É fundamental que funcionalidade, praticidade e cores estejam presentes nos ambientes”. MARIANA DIAS
para haver uma ampliação da sala de TV, transformada em home theater. Neste ambiente, predominam-se adornos de cores fortes e móveis escuros, além de vidro e madeira. Os espelhos de molduras com design bem trabalhado no hall de entrada e as cadeiras em estilo clássico recebem as pessoas com elegância e sofisticação. A sala de jantar foi ampliada com a utilização também de espelho e os móveis da cozinha ganharam revestimentos em madeira em um tom bege escuro. Já no quarto da filha, papéis de parede fazem um composê com listas e estampas, colorindo e alegrando o espaço, que recebeu uma penteadeira moderna, um cantinho todo especial para as bonecas e um lugar para guardar os brinquedos.
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Faz Sentido Por Andréa Cariello
Fotos: Divulgação
Guerra declarada ao pó! A quem quiser comparar o Ritello a um aspirador de pó, eu jogo a questão: Você já parou pra pensar que, se o saco do aspirador realmente funcionasse e segurasse a poeira, deveria explodir? Pois bem, esse é o grande diferencial desta maravilha, que tem um recipiente com água funcionando como armazenador do pó. Quando o serviço é terminado, você tem o prazer (ou desprazer) de conferir a imundice que sai da sua casa. Conheci o concorrente deste aparelho há dez anos e só não comprei, porque custava o dobro do que custa o Ritello hoje. Ainda bem que existe concorrência! Quer conferir com os seus próprios olhos? Ligue para a Multiclima (84 3611-2222) e solicite uma demonstração sem compromisso.
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NÃO SE ENGANE
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A única forma de se ter realmente certeza de que a poeira foi tirada é saber que ela ficou agarrada a alguma coisa. Até da recomendação “passar um pano seco”, eu desconfio. Pra mim, a poeira só sai com, no mínimo, um pano úmido. O espanador, na verdade, apenas a transfere de lugar e até uma vassoura, passada daquele jeito bem “espanado” também serve para espalhar a poeira. Sendo assim, se garanta sempre com nossa companheira, a água.
SOLUÇÕES QUE AJUDAM
Alex Fernandes
Sei que bonito mesmo são belas estantes sem portas e vidros, mas, na tentativa de ajudar a manter os objetos expostos e limpos, uma boa solução é a colocação de portas com vidros transparentes, que deixam as peças à mostra, protegendo-as da poeira. Não pense que, assim, você se torna livre do trabalho, porque o vidro tem que se manter limpo, mas, pelo menos será mais prática a limpeza, livre de tantas reentrâncias. 22 | NATALDECOR
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Art&conforto Natal Decor_20,5x27,5cm + 0,5cm sagria.ai 1 05/10/2011 19:40:24
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A marca da
lagartixa Por Helouise Melo Flávio Freitas não se sente bem definindo o seu estilo. Ele se importa mais é com o que as pessoas sentem ao contemplarem sua obra, para ele, vinda de um trabalho honesto com o que vem de dentro. Flávio gosta de todas as artes, mas possui uma tendência a se envolver mais no universo bidimensional, transformando uma superfície lisa e plana em objetos de interesse, que proporcionem prazer ao serem observados, mistura de profundidade, perspectiva, novidade, textura: “É todo um universo construtivo a partir da mão e do olhar, responsabilidade exclusiva minha e que dá retorno na medida em que encontro pessoas que vão se identificar e tirar algum sentido poético da obra”. O desenho a carvão estabelece uma conexão histórica muito mais forte com o artista do que os outros trabalhos, por exemplo, com nanquim e pintura em acrílico, mas, isso não quer dizer que não
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sinta um enorme prazer desenvolvendo sua arte com esses elementos. Flávio é carioca de nascimento, mas não gosta de dizer que é um artista carioca, já que não tem referências culturais do Rio de Janeiro: “Tudo o que diz respeito a minha vida é potiguar”. Filho de mãe natalense e pai baiano, passava as férias em Ponta negra, onde morou por um ano: “Imagina como era esse bairro em 1970?”. O ambiente na casa da avó era cheio de pincel e tinta, instrumentos que fazem parte da sua vida desde que nasceu. Bisavó, avó e duas tias do artista pintavam e, com o falecimento do pai e a mudança pra casa dos avós, a aproximação com as artes se tornou mais forte. “A minha família sempre dizia: Ele desenha muito bem, vai ser um bom arquiteto. Nunca dizia: Ele pode ser um bom artista profissional”, explica o artista profissional, que foi fazer arquitetura
Alex Fernandes
Fotos: Alex Fernandes
Minha família sempre dizia: ele desenha muito bem, vai ser um bom arquiteto. Nunca dizia: ele pode ser um bom artista profissional”. ” FLÁVIO FREITAS
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Fotos: Arquivo Pessoal
já encaminhado pelo gosto de desenhar. Na metade do curso, teve a oportunidade de estudar música em Boston, no New England Conservatory, o mais antigo dos EUA, onde aproveitou para entrar numa faculdade de artes, local em que teve contato, pela primeira vez, com um universo profissional antes desconhecido: “Foi aí que decidi trabalhar com artes, pois, descobri que era onde eu me destacava. Tomei uma decisão muito firme na vida, de buscar o sonho de viver disso e venho, ao longo dos anos, me esforçando pra continuar. Às vezes é mais difícil do que eu gostaria”. Depois da decisão de trabalhar com artes visuais, Flávio terminou arquitetura pra não ficar sem o diploma. Depois, veio o nascimento da filha, o casamento e mais dois filhos e, tudo isso, levou o artista a abrir mão do sonho principal para trabalhar com arquitetura em Fernando de Noronha, por 10 anos, sendo os quatro primeiros apenas focados na profissão em que se formou. Porém, o lado artístico não demorou muito a aparecer, vindo na forma de estampas para camisetas, aquarelas e bijuterias, tudo comercializado numa loja de souvenirs que abriu na ilha. Voltou para Natal em 98 e, desde essa data, vive somente do ateliê. Flávio está indo para os EUA em outubro com o objetivo de produzir um trabalho em acrílico sobre tela para uma exposição coletiva, junto com um artis-
Flávio pintando durante o Festival Internacional de Percussão de Montreal, em julho deste ano.
O resultado final do artista, no Canadá.
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Fotos: Alex Fernandes
ta do Maine, onde cada um irá pintar o seu olhar sobre a cidade do outro: “Provavelmente retratarei o mar, que possui uma presença visual muito importante na cultura e geografia daquela cidade”. Esta parceria é fruto de um intercâmbio criado pelo Comitê Norteriograndense do Companheiro das Américas, que tem como objetivo aproximar as culturas deste continente. O início da trajetória de Flávio como artista profissional, despertou nele o desejo de conectar seu nome a uma imagem que, hoje, quem conhece o trabalho dele associa instantaneamente: a lagartixa. Com isso, foi cumprido o propósito de identificar obras
apenas pelo símbolo. “Foi como se eu tivesse criado uma marca que valorizou a imagem em detrimento da palavra. A lagartixa estabelece uma relação muito forte com o universo potiguar, com nossa infância, e é um animal que não damos a menor importância, mas que, ao mesmo tempo, é muito presente no dia a dia da gente”. Flávio Freitas estabelece um elo através do seu conteúdo artístico, para que traga algum elemento de afirmação da vida e de positividade para as pessoas. Isto é algo muito importante e prazeroso pra ele, pois, mostra como a sua arte se revela no mundo. Flávio é um comunicador em essência, como mesmo se define. Ops!
“Eu acho que a grande missão do artista é ser honesto e verdadeiro com o que tem dentro”. FLÁVIO FREITAS
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Fotos: Alex Fernandes
A Lagartixa A um só tempo indolente e inquieta, a lagartixa, Uma réstia de sol buscando a que se aqueça, À carícia da luz toda estremece e espicha O pescoço, empinando a indecisa cabeça. Ei-la aquecendo ao sol; mas de repente a bicha Desatina a correr, sem que a rumo obedeça, Rápida num rumor de folha que cochicha Ao vento, pelo chão, numa floresta espessa. Traça uma reta, e pára; e a cabeça abalando, Olha aqui, olha ali; corre de novo em frente E outra vez, pára, a erguer a cabeça, espreitando… Mal um inseto vê, detém-se de repente, Traiçoeira e sutil, os insetos caçando, A bater, satisfeita, a papada pendente… Antônio Francisco da Costa e Silva 29 | NATALDECOR
Fotos: Maurício Cuca
uNIVERSO PARTICULAR
Do pastel ao
vibrante Dinamismo e possibilidade de criar. Essas são as grandes motivações de Kleyne Rondelly para pensar ambientes em seu dia a dia. Para ela, a concepção de uma boa arquitetura requer sensibilidade, capacidade utilizada no projeto em destaque, que surgiu da necessidade de transformar dois quartos infantis de irmãos em idades próximas. A arquiteta escolheu unir os espaços através dos closets e subdividí-los em ambientes com funções diferentes: dormir, vestir e lazer. Kleyne concedeu esta entrevista à revista NatalDecor, onde falou sobre o projeto.
NatalDecor - O que te encanta mais ao projetar ambientes infantis? Kleyne Rondelly - Saber que aquele ambiente, idealizado por mim, é concretamente uma fonte de estímulo para as crianças que irão usá-lo, sendo fundamental para seu desenvolvimento evolutivo. O projeto pode intensificar algumas atividades infantis já existentes naquele espaço e, até mesmo, sugerir novas alternativas de uso.
O que você busca da mãe ou criança para projetar o espaço que desejam? Kleyne Rondelly
As atividades que são e poderão ser desenvolvidas no espaço a ser projetado, os gostos pessoais das crianças e suas aptidões.
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Pra você, como seria um espaço infantil ideal? Que sentimentos ele deve despertar na criança? Ele precisa ser lúdico e deve refletir o mundo de sonhos e fantasias próprios de cada um e de cada idade.
O que geralmente é mais pedido pelos pais para os ambientes dos filhos? Novas propostas estão surgindo para os espaços infantis com a redefinição de conceitos ou funções que há anos eram pré-estabelecidos. Os pais hoje me pedem um cineminha, onde possam estar todos os DVDs e jogos das crianças, espaço com gavetas malucas para fazer artesanato e brincar de massinha e pintura, cama alta com possibilidade de escorregador ou cano de descida, dentre outras.
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Fale sobre o projeto em destaque. No quarto de dormir, deixei o ambiente mais leve através do uso de tons pastéis no papel de parede e na cabeceira da cama e da utilização de madeira no piso e em painéis de parede. A área destinada ao vestir, ganhou pufes de apoio para sentar, espaços iguais para guardar roupas, espelho grande e ganchos para a coleção de bonés. O quarto de brinquedos recebeu um papel de parede com cores mais vibrantes e os móveis seguem estes tons (branco, azul e vermelho). Também foram criados elementos que atiçam o imaginário infantil como a cama alta, a lousa, o cineminha, a mesinha no centro do quarto e o espaço da leitura, que se destacaram através de alguns artefatos que fazem parte do gosto particular de cada criança, como o lugar destinado às bolas, medalhas e carrinhos. Materiais como o acrílico, que passam a imagem de jovialidade, foram utilizados nos móveis e nas cadeiras coloridas. A opção de usar o laminado de madeira em todo o piso ofereceu uma unidade aos três ambientes. 33 | NATALDECOR
Alex
Por chrystian www.desaboya.com
ABSURDADOS É muito bom ver, estar no circo. E assim meio circo, meio festa, meio show... Nunca tinha visto! Quando chegamos, portas e cortinas estavam fechadas. É... Circo tem hora bem certinha, viu? Mas, lá fora já havia magia, luz, cor e movimento. Entramos pisando num grande tapete vermelho e num “corredor” de soldadinhos de chumbo e suas marchinhas. E haja movimento, com uma trupe de bonecos vestidos de preto e branco se destacando no colorido. Tudo Aire! Riam e desejavam Boa Noite, Boa Noite! Respeitável público, o Circo de Saboya! As cortinas se abriram... E se abriu também no meu coração a criança interior que existe em cada um de nós, a que fica surpreendida com as coisas simples e puras… com o culto do belo e do mágico. Senti assim, um misto de curiosidade e fascínio, admiração e espanto, dentro de uma verdadeira lona circense, pelos painéis da artista Clarissa Torres. Os sentimentos se misturavam no colorido das acrobacias e luzes. Com o sorriso no rosto e felicidade nos olhos, vi Dorotéa Dantas vestida de rainha do Maximus, o primeiro circo que se tem notícia,
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hoje o Coliseu de Roma. E fui recebida por uma vendedora de balas, “agarrei” um saco de pipoca e fiquei embevecida com os palhaços, mágicos, malabaristas e trapezistas. Como é bom ser adulto e sentir-se leve como uma criança! Ver com os olhos de um adulto e sentir o coração no mesmo pulsar de uma criança. Descobri a receita do sucesso da festa do meu amigo DeSaboya! É acreditar novamente que mágica existe e que tudo pode se tornar realidade, que todas as pessoas ali estão felizes. E não foi à toa que tudo se encaixou e a Caixa Mágica de Netinho alegrou, que Luis Couto não deixou a “peteca” cair... É acreditar que o espetáculo não pode acabar, que o palhaço não deixa de rir e que na magia tudo é possível. Pensar que existe um “palhaço” dentro de nós, que com a nossa magia podemos sempre fazer o bem. O que mais admiro em Chrystian, além da capacidade de trazer a alegria, é ser solidário. DeSaboya, você foi o “Maximus”!
Daniela Maia É médica pediatra
Alex Costa/ DeSaboya.com
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Wanderley Adams
pé na estrada Dione Pontes e Anita Alves
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“Usamos e abusamos de materiais naturais e da combinação de padronagens, que nos remete à mistura que o nordestino sabe bem fazer.” Dione e Anita
Arquitetas
Para duas arquitetas de Caicó, a profissão só se completa e faz sentido quando existe uma pessoa morando, alguém usando o ambiente, gastando o piso, passando pelos corredores, acendendo o fogão ou sentado, conversando. Elas são Dione Pontes e Anita Alves, que primam por conhecer e entender o cliente, para que o projeto ganhe vida e passe a ter uma razão de existir. A carreira das duas tem um foco maior no interior do RN, cujo pontapé inicial foi dado em Caicó, em paralelo com trabalhos na capital, passando a preencher uma lacuna em outras cidades, em uma demanda cada vez mais crescente. A observação do ser humano é a fonte de inspiração para elas, oportunidade que abre um leque de conhecimento para que atinjam tantas e diferentes individualidades que fazem parte da lista de clientes: “É partindo deste conhecimento que podemos nos conectar com a grande variedade de pessoas que nos procuram para fazermos o projeto dos seus sonhos. Não é a toa que várias delas acabam se tornando amigas”.
Janine Ginane
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Dione Pontes
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Informações remetentes ao estilo clássico são o ponto de partida para que Anita e Dione cheguem a uma leitura atual e mais despojada da harmonia própria das linhas clássicas. Outro elemento forte no trabalho das arquitetas é o tema regional, considerando a região rica em referências culturais: “Usamos e abusamos de materiais naturais e da combinação de padronagens, que nos remete à mistura que o nordestino sabe bem fazer. O que é bom no nosso escritório é a diversidade de projetos que temos. Com isso, nos especializamos em cada um deles”. As arquitetas pensaram em um projeto que trouxe um diferencial para o interior, pois, segundo elas, modificou os hábitos e a vida social de Caicó. O restaurante foi construído para dar vazão à crescente demanda por um espaço maior de refeições, inicialmente uma padaria. A referência de Anita e Dione para o ambiente vem do jeito simples de viver, próprio do interior, suas paisagens rústicas e beleza contornada de calor humano: “A partir deste quadro, fomos realizando um sonho também de clientes, traduzido em satisfação e acolhimento, que só uma amizade sincera consegue atingir”. A admiração da dupla por construções históricas foi o ingrediente para fazer surgir o amor pelas formas, num trabalho focado no cliente, pois, para elas, é importante pensar como ele para que possam oferecer uma solução às suas necessidades de moradia ou trabalho, aliada a técnica de um profissional especializado: “Juntamos a isso toda uma experiência adquirida em 20 anos no mercado. Para qualquer trabalho, fazemos extensas pesquisas até conseguirmos alcançar a meta aguardada pelo cliente”.
Janine Ginane
Dione Pontes
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